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Ao Nuno Henrique e Sérgio Manuel Silva.


Os melhores dos amigos, hoje e sempre.

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AGRADECIMENTOS

O presente seminário de investigação resulta de inúmeros contributos. Sem ajuda


de todos aqueles que me apoiaram não teria conseguido os meus objetivos. Agradeço ao
meu Pai, por ter apoiado as minhas decisões, por me ter confortado sempre que precisei
mas principalmente, por me ter educado com valores éticos, com trabalho, compromisso
e respeito pelo próximo, independentemente dos resultados, do tempo que demoramos a
chegar ao nosso objetivo, o importante é nunca desistir, mesmo sendo longo.
Ao Nuno Henrique e Sérgio Manuel, a quem dedico este trabalho. Por me terem
acompanhado lado a lado, neste meu processo desde o início. Ouvindo e debatendo os
meus pensamentos, as minhas frustrações momentâneas e por vezes, as minhas surreais
interpretações.
À minha mãe por ter sossegado as minhas angústias e desmotivação. Ao meu
irmão por me ter levado de carro, algumas vezes ao terreno.
Ao Mário, pela sua compreensão e apoio.
À Professora Doutora Filipa Fernandes pela sua disponibilidade e orientação
prestada durante a elaboração deste trabalho.
À Professora Doutora Celeste Quintino, Regente da Cadeira de Seminário de
investigação pelos conhecimentos veiculados.
À Ilha da Madeira e à sua população.
Agradeço à Doutora Ana Teresa Klut, Direção Regional de Assuntos Culturais
e ao Dr. Paulo Bairos do Instituto do vinho artesanato e bordado da Madeira pela sua
disponibilidade.
À Doutora Patrícia Barreira da Fábrica de bordados Bordal no Funchal, pela
autorização das imagens fílmicas à fábrica. Á responsável pela Casa das Bordadeiras no
concelho de Machico pelo fornecimento de informações de relevância para este estudo e
á bordadeira deste espaço comercial. Às técnicas do Arquivo Regional do Funchal e
biblioteca municipal onde realizamos parte da pesquisa bibliográfica da nossa pesquisa.
À população feminina da Freguesia do Lugar da Serra e do Estreito de Câmara
de Lobos, nomeadamente às bordadeiras de casa, por ter facultado informações sobre a
sua profissão e sobre as suas vidas, que permitiram dar sentido a este trabalho.
Ao estilista Hugo Santos pelo apoio prestado, nomeadamente ao acesso à nossa
amostra de conveniência não probabilística.

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Finalmente, agradeço a todos aqueles que contribuíram direta ou indireta para a
realização deste seminário de investigação.

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RESUMO

O tema deste seminário de investigação é o estudo do Bordado Madeira e a sua relação


na construção da identidade e memória social na comunidade local madeirense. O
bordado faz parte da cultura madeirense, da sua memória coletiva, ultrapassando as
barreiras geográficas da Ilha e identificando-a. Numa perspetiva antropológica, a
memória social, o património cultural e a identidade são coletivamente construídos. O
estudo do bordado assenta um caminho interessante para as possíveis interpretações sobre
a vida social e construção de identidade. Esta pesquisa tem o objetivo geral de estudar o
Bordado Madeira e a sua relação com a construção da identidade social e da memória
cultural. Optou-se pela metodologia da pesquisa qualitativa para atingir o objetivo
proposto. A observação participante, qualificada pela participação com as situações e os
acontecimentos no cotidiano dos atores sociais em estudo e as entrevistas não-
estruturadas foram os principais instrumentos de pesquisa. A presença da teoria ao longo
deste trabalho, foi constante, quer na definição de modelos de análise, quer na
interpretação dos resultados dos dados recolhidos, permitindo assim, a contextualização
do objeto em estudo considerando que a perspetiva antropológica de casos específicos
não está dissociada dos contextos culturais, históricos, económicos e políticos.

PALAVRAS‐CHAVE: Bordado Madeira; Memória Cultural; Património Cultural;


Identidade Social; Ilha da Madeira.

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Índice

1 Introdução ..................................................................................Error! Bookmark not defined.

2 Organograma da elaboração do trabalho ..................................Error! Bookmark not defined.

3 Literacia da Informação .............................................................Error! Bookmark not defined.

4 Problemática ..............................................................................Error! Bookmark not defined.

5 Metodologia ........................................................................................................................... 16

5.1 Focus Group........................................................................Error! Bookmark not defined.

5.2 Inquérito por questionário .................................................Error! Bookmark not defined.

6 ISCTE-IUL ....................................................................................Error! Bookmark not defined.

7 Serviços de Informação e Documentação - SID ..................................................................... 24

8 Acções de Formação .............................................................................................................. 25

8.1 Caracterização das formações........................................................................................ 25

8.2 Plano curricular das formações ...................................................................................... 25

9 A Análise das Informações/dos dados ................................................................................... 26

10 Conclusão ............................................................................................................................... 27

11 Bibliografia ............................................................................................................................. 28

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação do Tema e problemática geral de estudo

Vivemos num mundo mais globalizado, promovido pelo rápido crescimento e de grande
desenvolvimento, sobretudo na área dos transportes e dos meios de comunicação.

A sociedade atual, na forma como se relaciona com o passado é influenciada pelo seu
excessivo dinamismo e pela rapidez da mudança social. Por conseguinte, os modelos de
identificação definidos com o passado, sob forma de tradição, perdem continuidade. O
passado, por um lado, torna-se distante da experiência individual e por outro lado, a
história e os seus objetos ganham um valor determinante.

Contudo, a falta de identificação e de valor simbólico provoca mudanças na sociedade. A


comunidade reclama a recuperação do passado.

Assim, (…) no contexto desta corrente social nostálgica, o património surge como uma
forma de recuperação especialmente eficaz. Através do património, o indivíduo sequestra
um pedaço do passado, sob a forma de tótems especiais, em relação aos quais percebe
uma vinculação directa” (Peralta, 2000, p. 220).

Neste estudo pretende-se analisar de que forma a memória cultural local materializada
em património é construída, no contexto complexo da sociedade contemporânea e a sua
relação com a identidade social. Fazer pesquisa nesta área, permite focar um problema
inerente à sociedade atual em profundas transformações.

Segundo Geertz (1973), “património cultural, memória social e identidade são


constructos sociais-sistemas de representação e de significação coletivamente
construídos, partilhados e reproduzidos ao longo do tempo” (Rodrigues, 2012, p.3).

O percurso efetuado pela pesquisa insere-se no estudo do bordado madeira e a sua relação
na construção da identidade e memória social na comunidade local madeirense. A ligação
entre identidade e memória não é inédita. “ (…) As comunidades desde os pequenos
grupos aos Estados-nação, sempre dependeram da memória para assinalar e fortalecer o
seu sentimento de pertença a um grupo simbólico e para conferir o seu sentido de
continuidade ao longo do tempo” (Peralta, 2008, p. 23).

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A questão inicial para esta investigação foi colocada da seguinte forma: de que forma a
memória cultural local, materializada em património é construída no contexto da
sociedade contemporânea, em que toda a representação do passado é negociada,
envolvendo negociação de interesses, económicos, políticos, sociais e de identificação
social? Outra questão a analisar: A forma como o passado é construído na comunidade
local no presente e quais as implicações para as identidades locais?

A razão da escolha do Bordado Madeira como tema de pesquisa para abordagem da


problemática acima enunciada foi em primeiro lugar, por ser parte da identidade social
madeirense e, por outro lado, o fato de se verificar, no contexto de estudo, um
investimento, por parte do poder político na construção de uma Fundação Internacional
para a promoção do Bordado Madeira, como foi referido no Económico Madeira:

”Bordado Madeira gera uma receita de um milhão de euros, um valor aquém das
expectativas do Executivo madeirense que vê na internacionalização deste produto uma
solução para o setor. Vamos criar uma fundação internacional para promoção e
divulgação do bordado da Madeira como arte ancestral e património de grande valia”,
garantiu o governante, esta quarta-feira, durante a apresentação pública do livro “Casa de
Bordados”, de Teresa Kult” (Gaspar, 2017, Novembro 09).

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2 Objetivos

2.1 Objetivo Geral

Estudar o Bordado Madeira e a sua relação com a construção da identidade social e da


memória cultural.

2.2 Objetivos Específicos

Analisar o contexto da oralidade como forma de reprodução do saber.

Estudar o Bordado Madeira, numa perspetiva de mudança social, no tempo e no espaço.

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3 Organização do trabalho

Para concretizar este objetivo, o presente trabalho está estruturado na Introdução, aqui é
apresentado o tema e o problema de pesquisa, fazendo referência às condições e
motivações que estiveram na origem da escolha do tema de pesquisa, enquadrando-o na
antropologia. Em seguida são expostos os objetivos, o geral e os específicos. No
enquadramento teórico conceptual são expostas e relacionadas, uma revisão das teorias
de autores relevantes para o tema, analisando a sua relação com conceitos, de memória
cultural, património e identidade social. Segue-se a apresentação e descrição da
metodologia, onde é apresentado as várias etapas da pesquisa e a descrição do perfil dos
entrevistados. O desenvolvimento do trabalho está dividido em três capítulos. O primeiro
capítulo respeita ao contexto local e social da pesquisa. Aqui é manifestado a
identificação dos Concelhos analisados e sua população. No segundo capítulo considera
a apresentação e a análise dos resultados da pesquisa. O objeto etnográfico em estudo é
analisado e sua relação com as mudanças sociais, com as relações sociais e com a
memória cultural materializada em património na sociedade madeirense. No terceiro
capítulo são descritos as fases da produção do Bordado Madeira e o seu processo proto
industrial. Em seguida é considerada a conclusão que retiramos desta experiência.
Seguido da conclusão segue-se, a apresentação das Referências Bibliográficas necessárias
à realização desta investigação. Em seguida estão organizados os anexos, aqui temos um
suporte audiovisual do trabalho de campo em anexo (II). Por último, os apêndices com o
roteiro do filme etnográfico.

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4 ENQUADRAMENTO TEÓRICO CONCEPTUAL

Cada sociedade isolada tem a sua cultura. Os comportamentos característicos dos


membros de uma sociedade são em alguns aspetos, expressivamente diferentes dos
comportamentos característicos dos membros de outras sociedades.

Contudo, “(…) seus elementos isolados, quaisquer que sejam, carecem de fundamento,
porque estamos sempre nos referindo a modos de viver. Essas recusas, a do real e a da
convenção, são, é claro, incompatíveis, mas apenas se alocadas no mesmo nível de
reflexão” (Alves, 2008, p.315).

Se por um lado, “(…) o núcleo essencial da cultura consiste nas ideias tradicionais (isto
é, recebidas e selecionadas historicamente) e especialmente nos valores que se lhe
atribuem; por outro lado os sistemas de cultura podem ser considerados como produtos
de ação e também como elementos condicionantes de cultura” (Hoebel e Frost, 1976,
p.4).

Vivemos num mundo dominado pela escrita e pela informação visual, sendo o
audiovisual considerado um património.

Desta forma,” (…) a importância do oral e o escrito no contexto das sociedades (pós)
modernas, pois esses dois domínios culturais desempenham um papel marcante na
transmissão do saber, na forma como as sociedades constroem a sua memória coletiva e
se reproduzem socialmente” (Rodrigues, 2012, p. 6)

Tudo o que é considerado «património» é porque representa um valor excecional, quer


seja cultural ou natural. Neste sentido a sua preservação é fundamental para a definição
de identidade de uma sociedade e de um grupo.

O conceito de património cultural poderá ser entendido se tivermos em conta o conceito


antropológico de cultura.

Assim, “(…) património faz recordar o passado; é uma manifestação, um testemunho,


uma invocação, ou melhor, uma convocação do passado. Tem, portanto, a função de
(re)memorar acontecimentos mais importantes; daí a relação com o conceito de memória

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social. A memória social legitima a identidade de um grupo, recorrendo, para isso, do
património” (Rodrigues, 2012, p.4)).

Segundo a sua definição clássica, o conceito de património refere-se ao legado que


herdamos do passado e que transmitimos às gerações futuras. Esta definição não perdeu
validade, mas não podemos entender o património apenas como os vestígios da herança
histórica. “(…) o património não é só o legado que é herdado, mas o legado que através
de uma selecção consciente, um grupo significativo da população deseja legar ao Futuro”
(Peralta, 2000, p. 218).

Desta forma, “(...) o património expressa a identidade histórica e as vivências de um povo.


O património contribui para manter e preservar a identidade de uma nação daí o conceito
de identidade nacional, de um grupo étnico, comunidade religiosa, tribo, clã, família
(Choay, 1992). É a herança cultural do passado, vivida no presente, que será transmitida
às gerações futuras” (Rodrigues, 2012, p.4).

Contudo, “(...) o património tem com a identidade variadas relações. Como atributo
coletivo, o património é um elemento fundamental na construção da identidade
social/cultural e, simultaneamente, é a própria materialização da identidade de um
grupo/sociedade” (Choay, 1992, p.11).

Nas sociedades contemporâneas, com o avanço tecnológico e comunicações, todos


registam, aplicam, armazenam e transmitem informações, no entanto, “só uma pessoa real
nos pode tocar com o sentimento distintivo de uma geração particular. A definição de
identidade numa etapa e modernização exige, frequentemente, cultivar a tradição”
(Moreira, 1996, p.31).

A construção da identidade tem por base a memória coletiva. É a herança cultural do


passado, vivida no presente. Assim, “(…) para Halbwachs, a identidade coletiva precede
a memória, determinando aquela o conteúdo desta considerando, portanto, que a
identidade é estável e coerente, negligenciando a natureza dialógica, negocial, conflitual
e intertextual quer da identidade quer da memória” (Peralta, 2008, p. 56).

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Portanto, “(…) memória coletiva pode ser entendida como processos sociais e históricos,
de expressões, de narrativas de acontecimentos marcantes, de coisas vividas, que
legitimam, reforçam e reproduzem a identidade do grupo” (Rodrigues, 2012, p. 5).

Por um lado, “(…) o contexto da oralidade como forma de reprodução do saber, é de


extrema importância, pois ela desenvolve estudos morfológicos e estruturalistas (Lévi-
Strauss 1958, 1973), principalmente das manifestações mitológicas das sociedades
primitivas, mas também do maravilhoso popular das comunidades camponesas, no
contexto das sociedades complexas” (Idem, 2012, p. 6).

Desta forma, “(…) a história oral é uma ciência e arte do indivíduo. Embora diga respeito
– assim como a sociologia e a antropologia – a padrões culturais, estruturas sociais e
processos históricos, visa aprofundá-los, em essência, por meio de conversas com pessoas
sobre a experiência e a memória individual e ainda por meio do impacto que estas tiveram
na vida de cada uma. (Portelli, 1997, p. 15)

Ao entrarmos no mundo do bordado, apercebemo-nos de diferenças, semelhanças e


ligações entre si e de ações humanas. São testemunhos de um passado remoto.

A arte propicia revelações sobre o funcionamento do contexto social. A imagem propicia


um tipo de pensamento histórico “(…) através da perceção, portanto, chega-se à estrutura
do objeto de perceção” (Lotierzo, 2013, p. 109-127).

As obras de arte são equivalentes a pessoas e a arte é um sistema de ação. A arte parece
existir em um mundo próprio, “(…) descrevemos, analisamos, comparamos, julgamos,
classificamos, elaboramos teorias sobre criatividade, forma, perceção; caracterizamos a
arte como uma linguagem, uma estrutura, um sistema, um ato, um símbolo, um padrão
de sentimento” (Geertz, 2008, p.143)

Os bordados apresentam beleza, revelam um novo olhar. Trata-se de uma experiência


estética da comunidade que o pratica e impulsiona relações sociais. Nas palavras de
Mauss, “(…) os fenómenos estéticos formam uma das partes da atividade humana social
e não simplesmente individual” (Mauss, 1993, p.9).

Desta forma, “(…) a emoção estética, portanto, acompanha o reconhecimento de uma


profunda homologia entre o objeto artístico e o elemento natural, ao mesmo tempo em
que acentua o caráter ilusório dessa relação, percebida como fundamental à construção
do espectador enquanto sujeito, ou agente do conhecimento” (Lotierzo, 2013, p.109-127).

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Contudo, “(…) ao “descortinar” a "educação visual" de uma época não nos habilita a
julgar ou pressupor julgamentos quanto a ser uma obra bonita ou não (supondo que o
critério "beleza" seja importante). Nos tornam capazes de entender o que foi mobilizado
durante a apreciação e suas manifestações” (Alves, 2008, p. 315-338).

Ao enquadrar o estudo do bordado na perspetiva de mudança social, permite-nos


encontrar um caminho para possíveis interpretações da vida social. O agente que o
executa é projetado para o mundo por meio dos seus objetos. Estes expressam histórias,
vivências e as várias estratégias de posicionamento e direção face a vida.

Deste modo, “(…) espírito e objeto, apenas materializam uma forma de viver e trazem
um modelo específico de pensar para o mundo dos objetos tornando-o visível”
(Geertz, 2008, p.150).

Os objetos segundo, ”Alfred Gell (1998), dão acesso às relações e intenções, além de
serem eles mesmos disparadores de ação social. São, ainda, o resultado de uma mediação
entre matéria e conhecimento socialmente adquirido” (Sillva, 1992, p.124).

O estudo do bordado e a sua circulação levam-nos a considerar as reflexões de Mauss


sobre os vínculos criados por meio dos objetos, “(…) a prática da troca como a reflexão
sobre ela – das mais diferentes civilizações nos revelam que trocar é mesclar almas,
permitindo a comunicação entre os homens, a inter-subjetividade, a sociabilidade. Essas
regras manifestam-se simultaneamente na moral, na literatura, no direito, na religião, na
economia, na política, na organização do parentesco e na estética de uma sociedade
qualquer” (Lanna, 2000, p. 178).

A partir deste autor, outros contribuíram para a reflexão sobre objetos trocados, “(…) as
mercadorias são compreendidas como resultado de um processo de atribuição de valor às
coisas. Nesse sentido, mais do que determinar que tipo de objeto possa ser classificado
como mercadoria” (Arjun Appadurai, 2009, p.34).

Descrever e ser artesão é entendido como, “(…) um processo de construção do ser, por
isso, uma «arte de viver» que se aprende pela prática e que tem funções práticas” (Bourdieu,
2005, p.64).

A aproximação da arte com a antropologia foi uma constante nas reflexões de Lévi-
Strauss. Para ele, “(…) a arte assumia a função de significar os objetos, revelando aspetos

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não-evidentes do real e promovendo a síntese entre a ordem dos eventos e a das
estruturas” (Lotierzo, 2013, p. 109-127).

A produção artesanal envolve ensinamento, aprendizado, disciplina, corpo, domínio de


técnicas e criação de vínculos. É uma forma de estar e de ver o mundo. “Mais do que
aptidões e heranças culturais, diferenças de atitude dos corpos se deve às construções
sociais em torno corpo que, não por acaso são «socialmente construídas»” Mauss, 2003,
p.408 e 409).

O domínio de eventos e tradições que marcaram a história dos grupos, a transmissão do


saber, implica uma mudança nas formas de vida e um novo modo de ser. Deste modo “
(…) a oralidade é a forma privilegiada de formação e reprodução da vida coletiva. Isto é,
é através da oralidade que os camponeses criam e vivem o seu quotidiano” (Peralta, 2000,
p. 6).

O bordado assume uma grande importância no universo feminino. Constitui uma


componente de socialização e está associado a um código de honra que é exposto pela
sociedade.

Nas comunidades rurais, o ato de bordar confere à mulher uma maior respeitabilidade e
uma posição social. “Atribuímos à noção de honra um sentido mais complexo do que o
de uma forma de mostrar aprovação ou reprovação social. Ela possui uma estrutura geral
que se revela nas instituições tradicionais de cada cultura. Neste sentido, a honra é o valor
que uma pessoa tem aos seus olhos, assim como aos olhos da sociedade” (Ferreira, 1992,
p. 12).

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5 Metodologia

A metodologia aplicada neste estudo de caso tem como base duas técnicas de recolha
de dados, entrevista a um grupo de discussão (focus group) e inquéritos por questionários. O
grupo de discussão permitirá uma recolha qualitativa ao nível das perceções e sentimentos dos
elementos do grupo, logo, será o mais decisivo para recolha de informação, sendo este
complementado com os questionários.

5.1 Quanto ao Método de Abordagem da Realidade

O primeiro contato com a realidade social que se pretendia estudar surgiu de uma revisão
de literatura através de uma pesquisa bibliográfica e análise documental acerca do
Bordado Madeira. Pelos diversos tipos de bibliografia consultados, de todos os concelhos
da Região Autónoma da Madeira, os concelhos da Ribeira Brava e de Câmara de Lobos,
são ainda em 2018, dos mais importantes no que toca à execução do Bordado Madeira,
havendo interesse em, partindo de dados recolhidos no campo, compreender a sua
vitalidade.

Estando o nosso tema relacionado com as bordadeiras de casa, ninguém melhor do que
elas próprias para contar como foi e como é o seu trabalho. Pretendemos fazer uma coleta
dos conhecimentos da avó, da mãe e da filha, (as histórias, costumes e tradições) saberes
transmitidos, tudo o que possa descrever a atividade da bordadeira de casa, com o objetivo
de nos situarmos mais perto da realidade social que queremos estudar.

O Bordado Madeira desenvolve-se segundo um processo industrial. As bordadeiras de


casa interpretam e executam o desenho. Partindo deste ponto de situação, o nosso trabalho
de campo desenvolveu-se por duas fases. Na primeira – o contato com as bordadeiras de
casa nas suas residências e, na segunda o contato com duas das quatro Fábricas de
bordados em funcionamento na Ilha da Madeira, uma situada no concelho do Funchal e
a outra no concelho de Machico para termos a perspetiva de toda a dinâmica neste sector
(ver mapa1).

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Para a prossecução deste trabalho, optou-se pela pesquisa qualitativa, utilizando-se as
técnicas de entrevista não estruturada e da observação participante, recorrendo sempre à
revisão bibliográfica ao longo do trabalho.

As entrevistas foram efetuadas nas residências das bordadeiras de casa, na Freguesia do


Campanário, no sítio do lugar da Serra e na Freguesia do Estreito de Câmara de Lobos,
no sítio das Romeiras. Na Casa das Bordadeiras em Machico, foi realizada uma entrevista
a uma bordadeira que se encontrava a trabalhar no espaço comercial.

Estas entrevistas foram constituídas por tópicos orientadores do estudo que se pretendia
efetuar, de forma a poder dar espaço à produção discursiva de memória. O guião das
entrevistas não-estruturadas pode ser consultado nos anexos, (anexo I) desta pesquisa.
Com a autorização das informantes, fizemos o registo de dados com uma câmara
fotográfica em modo de filmagem, de marca: Canon EOS 70D com lente EFS 55-250
mm em formato MIV. Elaboramos um roteiro de filmagem que serviu de orientação para
a montagem final (ver apêndices). Usamos o programa de edição de vídeo, Corel video
studio ultimate X8 versão 2016, para a pré-edição e montagem final.

A máquina de filmar foi o nosso diário de campo, acompanhou-nos durante quase todo o
trabalho de campo. Juntamos o material bruto, fizemos os cortes necessários, deixando
apenas, para a montagem o conteúdo aplicável ao tema e aos objetivos do trabalho.

Na Fábrica Bordal na cidade do Funchal, não tivemos permissão por parte dos
responsáveis deste espaço para fazer entrevistas às colaboradoras, mas tivemos
autorização para fazer o registo filmado de todas as fases de produção, em tempo limitado
(20 minutos).

Na fábrica de bordados no Concelho de Machico, na Casa das Bordadeiras, assim como


está registado este espaço, fizemos as entrevistas, procuramos saber um pouco sobre a
sua experiência com o Bordado Madeira. Apenas três colaboradoras neste espaço, a
responsável pela casa, uma bordadeira e a desenhadora que faz também a picotagem no
desenho e a estampagem no tecido. Foram filmados, alguns momentos a que tivemos
autorização.

Ao escolher estudar este tema, optou-se por uma abordagem qualitativa, por entender-se
que esta seria o melhor método de abordagem para apreender o sentido das ações e

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relações humanas, de mulheres que estão passando por uma série de transformações,
profissionais, sociais, emocionais inerentes à sua profissão.

O método de observação participante permitiu-nos um contato direto e aprofundado da


realidade em estudo uma vez que:

“A observação participante consiste, em observar as pessoas in situ, ou seja, no seu


contexto real onde se desenvolve normalmente as suas atividades, para captar aqueles

aspetos que são mais significativos para o fenómeno ou fato a investigar, e para compilar
os dados que se mostram pertinentes” (Ander-Egg; 1993, p. 127).

Desta forma, “(...) a metodologia da investigação etnográfica requer, (…) uma interação
entre o investigador e investigados (…)” ( Moreira, 1994:107).

Assim, (...) as características que localmente adquirem aquela identidade e aqueles papéis,
bem como os processos envolvidos na respectiva definição e redefinição local,
constituem-se em informação significativa acerca do contexto social (...)” (Silva & Pinto,
1986, p. 145).

Contudo, torna-se necessário “(…) que o investigador se torne parte do objeto estudado”
(Moreira, 1994, p.106), e que assuma “(…) por meio da aculturação progressiva e da
endoculturação permanente do investigador, na aprendizagem do conhecimento do grupo que
estuda como se fosse membro do grupo em questão” (Silva & Pinto, 1986, p. 157).

Segundo Moreira (1994, p. 134), “(…) as entrevistas não estruturadas são muito úteis
como estratégia de descoberta”, por isso (…) o investigador procura sempre estar o mais
recetível possível a novas ideias, novas relações que possam surgir no que os informantes
dizem e fazem” (Moreira, 1994, p. 97 ).

Ao interagir com os entrevistados, procuramos utilizar o máximo de imparcialidade, de


forma a não influir nas respostas dos mesmos.

No entanto, o trabalho da pesquisa qualitativa é um trabalho envolvente, e o pesquisador


não pode deixar interagir com a realidade que o cerca. Interagir significa envolver-se,
situar-se no contexto do outro, “(…) percorrer em síntese o processo que cada indivíduo
atravessa ao longo da sua aprendizagem cultural” (Moreira, 1994, p. 108).

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Não podemos encarar essas pessoas como objetos de pesquisa, mas como pessoas que
adquiriram conhecimentos e experiências, com desejo e curiosidade de interagir com o
investigador, tal como refere Bernardi:

“Quando o antropólogo se dispõe a estudar uma cultura (…) integra-se ao vivo nas
manifestações culturais; não se contenta com ser um observador, ainda que participante,
das expressões coletivas, mas procura o contato pessoal. Estabelece relações de confiança
e de amizade com os seus interlocutores, com pessoas singulares, no intuito de
compreender, ao vivo, a origem e o significado das manifestações que estuda” (Bernardi,
1997, p. 60).

A pesquisa qualitativa pressupõe envolvimento na medida em que procura “(…) fornecer


uma visão “por dentro” (Moreira, 1994, p. 101), e não pode de forma alguma ser visto
como obstáculo à objetividade, mas antes uma condição essencial na construção da
mesma.

Umas breves considerações em última análise, sobre este trabalho: Um dos motivos
dificultadores na identificação das informantes para as entrevistas é a reduzida quantidade
de profissionais nesta profissão. No entanto, a emigração e a escolaridade parecem
também ser fatores que contribuem para a diminuição do número de bordadeiras de casa.
Estamos também, a interagir num universo de pessoas que trabalham nas suas habitações
em zonas geograficamente isoladas da Ilha da Madeira, por vezes de difícil acesso.
Tivemos que lidar com a desconfiança, com o medo, a solidão, algumas condicionantes
próprias deste isolamento. Uma vez encontrada a nossa amostra de informantes, o
trabalho de campo tornou-se possível e foi desenvolvendo.

Por fim, algumas reflexões sobre o uso de imagens fílmicas como complemento da teoria
em antropologia. Os filmes etnográficos são registos de carácter antropológico,
geralmente em formato documentário, que buscam estudar sociedades e culturas.

Os primeiros documentos etnográficos foram produzidos como puro objeto de pesquisa.


Equipamentos como máquinas fotográficas e mais tarde máquinas de filmar eram
instrumentos usados por pesquisadores, viajantes e exploradores. O antropólogo
Bronislaw Malinowski no início do século XX, recorreu à imagem, à fotografia na sua
investigação. Assim, “(...) a primeira e curta monografia publicada em 1915, Os Nativos
de Mailu republicada, felizmente, em 1988,14 onde Malinowski já havia inserido 34

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fotografias chama a atenção é o uso crescente que Malinowski faz da fotografia” (Samain,
1995, p.32).

No entanto, “(...) as primeiras imagens enriqueceram as coleções dos museus, os arquivos,


as enciclopédias cinematográficas. Além da função de preservação das culturas atribuída
à "antropologia de urgência" e de comunicação da ciência, desenvolvem-se práticas de
constituição de acervos com múltiplas funções museológicas e de investigação como a
realização de estudos sistemáticos e comparativos. São exemplos disso, os museus de
etnografia e também as cinematecas e fototecas” (Ribeiro, 2005, p.2).

Na perspetiva da antropóloga-cineasta Portuguesa, Catarina Alves Costa, o filme


etnográfico é uma representação da realidade, tal como refere:

“Gostava de partir da ideia de que o Filme etnográfico é uma representação da realidade,


uma construção que passa pelas ideologias e interesses de quem o faz, dos que nele
participam como personagens, e ainda pelas de quem o vê, partindo do princípio também
de que a Antropologia perdeu, de certo modo, a "inocência epistemológica". (Costa, 1998,
p. 1).

Desta forma, “(…) a antropologia pode contribuir ao fazer fílmico com sua longa
acumulação de métodos e reflexões sobre a relação com outros; o cinema, mais livre das
amarras científicas, pode contribuir com suas linguagens e o seu fazer próprio, o que
possivelmente geraria uma dinâmica compartilhada de produção e um maior poder de
comunicação das produções etnográficas” (Grandella, 2011, p. 23).

Mas, foi com a antropóloga Margaret Mead, que o uso da câmara na investigação
contribuiu para uma maior definição, como é referido por Costa:

“Margaret Mead, uma das primeiras pessoas a usar a câmara na sua investigação,
contribuiu para a definição desta área, defendendo que há uma prisão à escrita e a
antropologia é antes de mais "verbal", baseada nas palavras dos informantes e não tanto
na observação dos acontecimentos e que cinema e a fotografia exprimem uma
especialização, uma habilidade que deve ser treinada pelos antropólogos. Para Mead, o
filme permite anotar, conservar e repetir de modo a analisar detalhadamente as situações
sociais (Costa, 1998, p. 2).

Na escrita, como na imagem, pretende-se a conceção de um “mundo de representações”,


uma elaboração de um modelo cultural, com leituras diferentes. O valor do filme reside,

20
no fato de poder explorar os vários níveis de experiência humana com novas
possibilidades.

Contudo, “(…) Georges Marcus (1994a) tem razão em sugerir que o filme oferece
possibilidades novas de exploração de conceções de significado mais amplas e fluidas
(com justaposição crítica de imagens, a visualização dos «mundos paralelos», etc.), o
filme em si mesmo não é mais inerentemente dialógico do que a impressão. O potencial
para uma prática de representação mais elaborada provém sobretudo das possibilidades
de combinar formas representativas diversas dentro do mesmo meio”
(Ribeiro e Bairon 2007, p. 33).

5.2 O perfil dos Entrevistados

A Ilha da Madeira conta apenas com o número total de 1.505 bordadeiras inscritas na
segurança social, resultado fornecido pela segurança social ao Diário de Notícias.
Segundo a notícia do dia 30 de novembro de 2016, por Élvio Passos continha o seguinte:

“A Secretaria Regional da Agricultura e Pescas, que tem a tutela do IVBAM – Instituto do


Vinho, Bordado e Artesanato da Madeira – estima que existam na Madeira cerca de três mil
bordadeiras (…) na verdade, o número de mulheres que, para efeitos legais, está no ativo
como bordadeiras de casa é bem menor. Neste momento, estão inscritas na Segurança Social
1.505 bordadeiras” (Passos, 2016).

Para abordar este segmento de população feminina, utilizou-se uma amostra não-
probabilística por conveniência. O que permitiu o acesso a um universo numericamente
pequeno.

O nosso universo de estudo foi constituído pelas 198 bordadeiras, das quais 153
bordadeiras são naturais e residentes na freguesia do Campanário e 45 bordadeiras são
naturais e residentes na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos.

Foram entrevistadas 13 bordadeiras de casa com trabalho e remuneração ao longo do ano,


com idades compreendidas entre os 40 anos e os 86 anos. A taxa de analfabetismo é
elevada, apenas quatro completaram e frequentaram o 1º ciclo do Ensino básico. Na Casa
das Bordadeiras no Concelho de Machico, foi entrevistada uma bordadeira de casa.

21
Para a realização do trabalho procuramos conhecer o perfil sociológico dos entrevistados
para percebermos quais as motivações pessoais, obter informações relevantes sobre a
profissão de bordadeira e execução do bordado madeira. Tentar perceber o seu grau de
envolvimento na construção de memória local e definição de identidade local.

De forma a preservar a identidade real das entrevistadas os nomes que são referidos
abaixo e no capítulo II deste trabalho são fictícios. Os sujeitos participantes desta
entrevista foram: treze bordadeiras de casa, divididas em quatro grupos. No primeiro
grupo, a Maria, a Paula, a Nélia e a Ana. Seguindo-se o segundo grupo constituído pela,
Matilde, a Ivone, a Ilda, a Rosa, a e Clara. Dois grupos no sítio do Lugar da Serra. O
terceiro grupo, o da Clotilde e da Joaquina e por último, o da Filomena e a Odete, na
freguesia do Estreito de Câmara de Lobos. Acrescentando a este número foi entrevistada
a D. Deolinda da Casa das Bordadeiras no Concelho de Machico.

22
CAPÍTULO I

TERRENO ETNOGRÁFICO: O LOCUS NA ILHA DA MADEIRA

1 O CONTEXTO LOCAL E SOCIAL DA PESQUISA

1.

O ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) é uma instituição pública de ensino


universitário, criada em 1972 sob a tutela de Veiga Simão. No âmbito das suas actividades e
funções de ensino, investigação e prestação de serviços à comunidade, é uma instituição
universitária que se destina à formação de quadros e especialistas qualificados, cujas
competências culturais, científicas e técnicas os tornam aptos a intervir no desenvolvimento
sustentado não apenas do país, mas também a nível global. São seus objectivos estratégicos a
inovação, a qualidade, a internacionalização e o desenvolvimento de uma cultura
empreendedora.
O Instituto Universitário conta com aproximadamente 8000 estudantes em programas de
graduação (42%) e pós-graduação (58%), com forte procura e tendo preenchido sempre as suas
vagas; 400 docentes e 200 funcionários não docentes. O ISCTE-IUL define-se, assim, como uma
das universidades mais dinâmicas e inovadoras no panorama nacional.

23
2 Serviços de Informação e Documentação - SID

De acordo com os Estatutos do ISCTE-IUL e respectivo Regulamento Orgânico, aprovado


em 31 de Maio de 2007 (Deliberação nº 1389/2007), a Direcção de Serviços de
Informação e Documentação (SID) constitui um sistema integrado, compreendendo
todas as unidades funcionais de biblioteconomia e informação bibliográfica: Serviços
Electrónicos e Apoio ao Utilizador; Tratamento Técnico e Gestão Documental.
A Unidade de Serviços Electrónicos e Apoio ao Utilizador integra os sectores de Difusão
de Informação, Recursos Electrónicos e Formação e tem por função a gestão e difusão
de informação de apoio ao ensino, à investigação e à aprendizagem. Integra ainda a Área
de Serviços de Apoio ao Utilizador.
A Biblioteca gerida pelo SID enquadra-se no estatuto de biblioteca universitária
especializada nas áreas das ciências sociais, empresariais e tecnológicas. O fundo
documental conta com cerca de 98 000 títulos, dos quais 3.500 digitais e mais de 40 000
números de títulos de revistas impressas e electrónicas.
Os espaços do SID estão integrados no complexo académico ISCTE-IUL no edifício II,
encontrando-se os serviços distribuídos por quatro pisos: 5 salas de leitura, 5 salas de
trabalhos de grupo, 5 salas de tratamento documental, depósito e recepção, o principal
balcão de atendimento.
A missão e visão do SID englobam a recolha, gestão e disponibilização, a todos os
sectores de actividade do ISCTE-IUL, da informação de carácter científico, técnico e
cultural necessária ao desempenho das suas funções. Compromete-se a participar em
sistemas, redes ou projectos de informação bibliográfica, de âmbito nacional ou
internacional, que tenham como objectivos a promoção, utilização e difusão das fontes
de informação científica e tecnológica para o apoio à aprendizagem e investigação
desenvolvidas, criando o valor necessário para a missão definida pela instituição.

24
3 Acções de Formação

3.1 Caracterização das formações

Descrição das acções de formação

3.2 Plano curricular das formações

Descrição dos programas curriculares de cada formação.

25
4 A Análise das Informações/dos dados

Descrição e interpretação crítica dos dados ao nível da temática, das variáveis, das
caraterísticas. Descrição analítica para a compreensão dos dados para responder aos tópicos da
revisão da literatura e às questões levantadas na problematização do tema.

26
5 Conclusão

Neste trabalho estudo de caso pretende-se avaliar o impacto...


O valor e a importância que o conhecimento assume na sociedade e na economia actual,
justifica a ponderação e a execução de acções de formação que dotem todos os
elementos de uma comunidade académica de autonomia na recuperação da
informação. Em virtude das transformações tecnológicas das últimas décadas, a
informação em formato digital generalizou-se e o seu acesso através de bases de dados
online requer o conhecimento das mesmas para uma maior eficácia na recuperação e
posterior análise da informação.
O futuro da recuperação da informação, nomeadamente, o acesso ao conhecimento
científico continuará, e cada vez mais nos conteúdos disponível online, num mundo
digital em constante mutação, que exige de todos os elementos das comunidades
académicas um maior autonomia e um maior conhecimento das tecnologias da
informação e comunicação.

27
6 Bibliografia

AMANTE, Maria João; SEGURADO, Teresa - A gestão do conhecimento nas


Universidades: o papel dos Repositórios Institucionais [Em linha]. 2010. [Consult. 10
Jan. 2013]. Disponível em WWW: <URL: http://repositorio-
iul.iscte.pt/bitstream/10071/1650/1/10%20Congresso%20BAD%20Amante%20%26%2
0Segurado.pdf>.

AMANTE, Maria João – Bibliotecas universitárias: conhecer para valorizar – Políticas de


informação na sociedade em rede. Lisboa: BAD, 2010.

ASSOCIATION OF COLLEGE AND RESEARCH LIBRARIES – Information literacy


competency standards for higher education. Chicago: ACRL, 2000.
[Consult.última vez jan. 2016] Disponível em:
http://www.ala.org/acrl/sites/ala.org.acrl/files/content/standards/standards.pdf;

BRAGA, M.I.P. – Formação para a Literacia da Informação: perspetivas de diferentes


atores. Congresso Nacional “Literacia, Media e Cidadania”, 25-26 Março 2011, Braga,
Universidade do Minho: Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade. ISBN 978-989-
97244-1-9. Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão do Instituto Politécnico
do Porto.

CALIXTO, José António – Literacia da informação: um desafio para as bibliotecas (2001);

CASTELLS, Manuel - A sociedade em rede. Vol I, in “A Era da informação: economia,


sociedade e cultura”. Lisboa: FCG, 2002. 712 p. ISBN 972-31-0984-0.

28
FODDY, William - Como perguntar: teoria e prática da construção de perguntas em
entrevistas e questionários. Oeiras: Celta, 1996. ISBN: 9728027540.

GHIGLIONE, Rodolphe e MATALON, Benjamin- O inquérito : teoria e prática. Oeiras :


Celta Editora, 1997. ISBN: 9728027702.

HENRIQUES, S.M.J.O, Literacia da informação – projeto para formação de utilizadores


na biblioteca – CDI da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. (2011). UL-FLL
– Departamento de Ciências Documentais.

ISCTE-IUL [Em linha]. [Consut. 26 Jan. 2016]. Disponível em WWW: <URL:


http://www.iscte-iul.pt/home.aspx>.

QUIVY, Raymond; CAMPENHOUDT, LucVan – Manual de investigação em Ciências


Sociais. 3ª ed. Lisboa: Gradiva, 2003. ISBN

29

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