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ISBN 0-87083-162
ISBN 85-7304-086-6
Impresso no Brasil
A. A Parábola do Fermento
No que diz respeito à aparência do reino há três
itens: a natureza mudada, o joio; a aparência exterior
mudada, a fachada, a grande árvore; e a podridão e a
corrupção, o fermento. Isso nos leva à parábola do
fermento.
O TESOURO E A PÉROLA
Nesta mensagem, tenho o encargo de dar uma
palavra adicional sobre o tesouro e a pérola (13:44-
46). Através dos séculos, essas duas parábolas não
têm sido entendidas adequada e completamente,
nem têm sido corretamente aplicadas. Quero tratar
essas parábolas não de um modo doutrinário, mas de
modo prático.
OS FATOS DA HISTÓRIA
Primeiramente, precisamos lembrar-nos de que
Mateus 13 é um capítulo sobre os mistérios do reino
dos céus. Os mistérios revelados nessas parábolas
abrangem todo o desenrolar da história cristã. Em
outras palavras, os mistérios do reino dos céus
abrangem os principais pontos da história cristã,
entre a primeira e a segunda vinda do Senhor. Para
interpretar essas parábolas adequadamente,
precisamos atentar para os fatos da história. De outra
forma, o que dissermos sobre elas será imaginário e
não prático. Por exemplo, para interpretar o sonho
de Nabucodonosor relatado em Daniel2, não
podemos permitir que se negligencie os fatos da
história. Precisamos saber que fatos históricos
correspondem à cabeça de ouro, ao peito e braços de
prata e às outras partes da grande imagem que
Nabucodonosorviu em seu sonho. Apocalipse 6
também ilustra que precisamos conhecer os fatos da
história para interpretar a Bíblia. Naquele capítulo,
temos os quatro cavalos: o cavalo branco, o vermelho,
o amarelo e o preto. Muitas interpretações dos quatro
cavalos têm sido apresentadas. No entanto, nenhuma
delas nos satisfez, porque essas interpretações não
correspondem aos fatos da história. De acordo com
os fatos históricos, desde a época da ascensão de
Cristo tem havido a pregação do evangelho, o
espalhar das boas novas, representado pelo cavalo
branco. Seguindo isso, tem havido guerras,
prefiguradas pelo cavalo vermelho; fome, tipificada
pelo cavalo amarelo, e morte, tipificada pelo cavalo
preto.
OS VENCEDORES
A parábola do tesouro escondido no campo e a
da pérola que provém do mar são enigmáticas. Que
fatos da história se encaixam nessas parábolas? Os
verdadeiros crentes são o cumprimento do trigo; os
falsos crentes, do joio; a cristandade, da grande
árvore; a igreja apóstata, da mulher; as coisas
malignas do paganismo e os vários ensinamentos
heréticos, do fermento; e Cristo como alimento para
Deus e para o homem, da massa. Porém que há na
história que possa ser considerado como o
cumprimento do tesouro e da pérola? Enquanto
considerava essa questão diante do Senhor, Ele me
mostrou que na história, além dos verdadeiros
crentes, dos falsos crentes, da cristandade, da igreja
apóstata, das heresias e práticas pagãs e de Cristo
como comida, há os vencedores, que, aos olhos de
Deus, são mais sólidos, genuínos, preciosos e valiosos
do que o trigo. Aos olhos de Deus, esses vencedores
são semelhantes ao tesouro escondido no campo e à
pérola que provém do mar. Desde o primeiro século
até o presente, entre os muitos verdadeiros cristãos,
representados pelo trigo, tem havido um pequeno
número de pessoas mais sólidas como as pedras
preciosas transformadas, escondidas no campo. Isso
é verdade principalmente hoje. Na restauração do
Senhor há um bom número de santos que amam o
Senhor, que abandonaram o mundo e não vivem por
sua própria vida natural. Embora tenham tido
algumas falhas, eles ainda gostam de vi ver no
espírito, gastar tempo na presença do Senhor, estar
na vontade do Senhor e ser um com Ele de modo
prático. Aqueles que são assim não são exatamente o
trigo, volumoso no peso e abundante em quantidade;
eles são as pedras preciosas transformadas, menores
em quantidade e escondidas na terra. Não muitas
pessoas podem vê-los, mas o Senhor os vê.
A IGREJA E O REINO
Enfatizamos que o tesouro, sem dúvida, refere-
se a pedras preciosas. A Nova Jerusalém é a
consumação máxima da vida da igreja e da vida do
reino, pois nessa cidade a vida da igreja é combinada
com o reino. A construção da Nova Jerusalém é
principalmente de portas de pérola e de pedras
preciosas que formam a muralha e seus fundamentos.
Tudo isso é estabelecido sobre uma base de ouro que
sustenta todo o edifício. Nesta mensagem, estamos
enfocando a porta de pérola e o muro precioso. A
pérola se refere à igreja e o tesouro, ao reino. A igreja
e o reino são falados em Mateus 13 de maneira
misteriosa, em parábolas. Mas no capítulo 16, o
Senhor fala uma palavra clara a Seus discípulos sobre
a igreja e o reino. Em 16:18 Ele diz: “Sobre essa rocha
edificarei a Minha igreja” e no versículo seguinte:
“Dar-te-ei as chaves do reino dos céus”. Nesses
versículos vemos a igreja e o reino. Para entender o
tesouro e a pérola em Mateus 13, devemos considerar
a igreja e o reino em Mateus 16. Se você orar sobre
esses dois versículos, espontaneamente verá que o
tesouro é o reino e que a pérola é a igreja. Tanto o
tesouro como a pérola estão na Nova Jerusalém.
De acordo com Mateus 13, o Senhor Jesus
vendeu tudo o que tinha e comprou a pérola. Atos
20:28 diz que o Senhor comprou a igreja com Seu
sangue. Isso significa que, na cruz, Ele vendeu tudo o
que tinha e comprou a igreja. Esse versículo é uma
forte prova de que a pérola em Mateus 13 é a igrej a,
pois a pérola foi comprada pelo negociante. Não há
dúvidas de que o negociante é o Senhor.
A VIDA DO REINO
Entramos na esfera do reino sendo regenerados,
nascendo de novo (J03:5). A regeneração está
relacionada com a pérola, pois a pérola é produzida
pelo princípio da regeneração. Nascendo de novo,
entramos na esfera de Deus, a esfera do reino. Após
sermos regenerados, começamos a vi ver por Ele.
Porque O amávamos, quisemos estar sob Seu
controle e ser restringidos por Ele. Muitos de nós têm
experimentado ser restringidos em todos os aspectos.
Não somos limitados pelo homem, mas por algo
interior que é invisível-pela vida sob o reger celestial.
Podemos tentar fazer determinadas coisas, mas
somos restringidos de fazê-las por um controle
interior, misterioso e invisível. Nossos parentes ou
colegas são livres para fazer tais coisas, mas nós não
podemos fazê-las. Alguma coisa invisível exerce um
controle interior sobre nós e vivemos sob esse
controle. Isso é o tesouro, a vida do reino.
Antes de nos tornarmos cristãos, éramos areia.
Mas fomos regenerados. Isso significa que algo vivo
entrou em nós. Quanto mais seiva de vida é secretada
sobre nós, mais tornamo-nos preciosos e começamos
a viver sob um controle misterioso. Essa é a
experiência da pérola e do tesouro.
A igreja na restauração do Senhor é uma pérola.
Mas aos Seus olhos, essa igreja também deve ser um
tesouro escondido do mundo. Nem as pessoas do
mundo nem as que estão no cristianismo sabem o
que estamos fazendo. Mas no profundo de nosso ser,
sabemos que estamos vivendo uma vida de pérola e
uma vida debaixo de um controle invisível. Somos a
pérola e o tesouro.
As primeiras quatro parábolas do capítulo 13 não
nos abrangem totalmente. Não somos somente o
trigo ou a farinha fina. Somos mais preciosos, sólidos
e genuínos que isso. Somos a pérola e o tesouro. Essa
é a vida da igreja com a vida do reino na restauração
do Senhor. Se não tivéssemos o segundo grupo de
parábolas, não saberíamos onde deveríamos estar.
Estou feliz por dizer que não mais estou no primeiro
grupo-estou no segundo. Você pode dizer isso? Você
é simplesmente um crente que tem um pouco de
Cristo? Se essa for sua situação, então você deve ser
um genuíno cristão na cristandade. Agradecemos ao
Senhor porque não estamos na cristandade. Louvado
seja Ele porque muitos de nós somos a pérola e o
tesouro na restauração do Senhor!
I. AUMENTA A REJEIÇÃO
A primeira coisa que deparamos nesse caminho
é a rejeição.
Porque Cristo é o Rejeitado, também precisamos
ser rejeitados. Não temos escolha. Não espere ser
bem-recebido, pois ninguém o receberá bem até que
a glória venha. Em vez disso, você deve estar desejoso
pela rejeição. Em 13:53 a 14:13, vemos que a rejeição
aumenta. Muitos de nós temos experimentado um
pouco de rejeição pelos que se opuseram à nossa
entrada na igreja, mas preciso dizer-lhes que essa
rejeição não diminuirá; ao contrário, ela aumentará.
Haverá rejeição sobre rejeição. Esteja preparado para
isso.
1. Alimentando o Povo
O versículo 19 diz: “E, tendo mandado que as
multidões se reclinassem sobre a relva, tomando os
cinco pães e os dois peixes, erguendo os olhos ao céu,
os abençoou; e, tendo partido os pães, deu-os aos
discípulos, e os discípulos às multidões”. O Senhor
alimentou o povo; Ele-lhes ministrou suprimento de
vida. Tendo as multidões se assentado sobre a relva,
Ele colocou as pessoas em boa ordem. Isso mostra a
sabedoria e a ordem do Senhor. Ao erguer os olhos
aos céus, o Rei celestial mostrou que Sua fonte era
Seu Pai nos céus. Então Ele abençoou os pães e os
peixes e os partiu. Isso mostra que tudo o que
levamos ao Senhor deve ser partido para que se tome
uma bênção aos outros.
O Senhor quebrará tudo o que for consagrado a
Ele. Isso significa que após nos consagrarmos ao
Senhor, seremos quebrados por Ele. No entanto,
muitos de nós temos orado: “Senhor, tem
misericórdia de mim e não me quebres. Senhor, Tu
sabes que minha esposa me está partindo em
pedaços. Conserva-me inteiro e Salva-me da mão
quebradora dela”. Grande número de irmãs também
tem orado para serem salvas da mão quebradora do
marido. Mas quanto mais você orar desse modo,
mais quebrantamento haverá. Nós, contudo, somos
mais parecidos com borracha do que com pão. É fácil
quebrar pão, mas é difícil quebrar borracha. Portanto,
em nós, quebrar não é suficiente. Algumas vezes o
Senhor também tem de nos cortar. Não estou
brincando, pois conheço minha própria situação. Não
obstante, tudo o que você é e tudo o que tem precisa
ser oferecido ao Senhor. Se fizer isso, em Sua mão
nada permanecerá inteiro. Antes, todas as coisas
serão quebradas. O Senhor quebrará tudo o que Lhe
for colocado nas mãos. Se não somos quebrados,
nossa consagração nada significa e não é eficaz.
Nossa consagração somente surte efeito quando
nosso ser é quebrado pelo Senhor.
Após o Senhor partir os pães, Ele os deu aos
discípulos. Os pães vieram dos discípulos e eles os
trouxeram ao Senhor. Após serem abençoados e
partidos pelo Senhor, os pães foram devolvidos aos
discípulos para que distribuíssem às multidões, para
quem os pães se tomaram grande satisfação. Isso
mostra que os discípulos não eram a fonte de bênção;
eles eram apenas os canais usados pelo Senhor, que
era a fonte de satisfação do povo. O pão partido foi
passado aos discípulos e os discípulos o distribuíram
às multidões. Esse pão partido se tomou a satisfação
de todo o povo faminto e houve grande bênção. O
princípio é o mesmo hoje. Não há dúvida que foi uma
grande bênção a restauração do Senhor neste país.
Contudo, precisamos perceber que alguns amados se
ofereceram ao Senhor. Na mão do Senhor, todos eles
foram quebrados e esses pedaços se transformaram
em bênção.
2. Em Ressurreição
João 6:9 nos diz que os cinco pães são pães de
cevada.
Figuradamente, a cevada tipifica a ressurreição
de Cristo (Lv 23:10). Assim, os pães de cevada
representam Cristo em ressurreição como comida
para nós. Enquanto os pães são de origem vegetal,
representando o aspecto gerador da vida de Cristo, os
peixes são de origem animal, representando o
aspecto redentor da vida de Cristo. Para satisfazer
nossa fome espiritual precisamos tanto da vida
geradora de Cristo como de Sua vida redentora.
Ambos os aspectos são simbolizados por pequenos
itens-pães e peixes. Isso indica que o Rei celestial não
veio aos Seus seguidores nesta era para reinar sobre
eles como um grande Rei, mas como pequenos
pedaços de comida para alimentá-los.
3. Com Superabundância
O versículo 20 diz: “Todos comeram e se
fartaram; e recolheram o que sobejou dos pedaços:
doze cestos cheios”. Doze cestos cheios de pedaços
significam não somente que o Cristo ressurreto é
ilimitado e inexaurível, mas também que a provisão
do Senhor para nós é abundante, mais que suficiente
para suprir toda nossa necessidade. Os cinco pães e
os dois peixes satisfizeram cerca de cinco mil homens,
fora mulheres e crianças (v. 21). O que oferecemos ao
Senhor pode ser muito pouco, mas a bênção será
grande, e a superabundância, o suprimento a mais,
será maior do que o que oferecemos. O que
oferecemos ao Senhor não pode ser esgotado. Antes,
será usado pelo Senhor para abençoar os outros
abundantemente, até sobejar, para testificar que esse
é o maravilhoso agir do Senhor. Nesta descrição do
milagre, a intenção do Espírito Santo em Sua
inspiração é mostrar que a verdadeira necessidade
dos seguidores do Rei celestial é a comida adequada
para saciar sua fome. Os discípulos de Cristo não
sabiam disso, nem as multidões que O seguiam. O
Rei celestial sabia disso e quis fazer algo miraculoso
para impressioná-los com a verdadeira necessidade
deles e Sua provisão para aquela necessidade. Tudo
de que eles precisavam era Sua vida de ressurreição
para satisfazer sua fome espiritual, como mostrado
nesse milagre.
O que o Rei celestial fez indica claramente que
Ele supre as necessidades de Seus seguidores
enquanto eles O seguem nesse mundo opositor. Isso
corresponde à Sua palavra na constituição celestial
em que o povo do reino não precisa estar ansioso
pela comida (6:31-33).
Seguindo o Rei rejeitado, precisamos passar por
muitos tipos de rejeições. Após essas rejeições,
estaremos carentes e teremos certas necessidades.
Mas não se preocupe com suas necessidades nem
esteja ansioso a respeito delas, pois o Senhor cuida
disso, mesmo ao cair da tarde num lugar deserto. O
Senhor tem a maneira de satisfazer sua necessidade.
Simplesmente ofereça em Suas mãos o que você é e o
que você tem, deixando-O quebrar a oferta e
deixando a oferta partida alimentar os famintos. Se
fizer isso, você desfrutará satisfação e haverá sobejo.
O que o Rei rejeitado fez em 14:14-21 não foi
meramente um milagre para alimentar o povo. O
milagre aqui mostra que como Rei rejeitado, Cristo
tem o suprimento adequado de vida, suficiente, rico,
para Seus seguidores. Ele não somente cuida de
nossas necessidades físicas e materiais; Ele também
proporciona o suprimento de vida para satisfazer
nossa fome. Muitos de nós podem testificar que após
passar pela rejeição chegamos a uma situação onde ti
vemos escassez. Contudo, o Senhor cuidou de nós e
não nos faltou coisa alguma. Finalmente, não nos
preocupamos com o suprimento material, mas com o
suprimento de vida para satisfazer nossa fome
espiritual. Enquanto seguimos o Rei rejeitado no
caminho para a glória, podemos testificar que
estamos desfrutando o suprimento de vida. Mais que
isso, estamos alimentando os outros. E depois de tal
desfrute, ainda haverá doze cestos cheios de
suprimento de vida.
Agora podemos dizer que esse caminho é muito
bom. Embora aqui tenhamos rejeição e escassez, Ele
é nosso suprimento de vida. Ele cuida de nossas
necessidades físicas e proporciona o rico suprimento
de vida, até com superabundância, para ir ao
encontro de nossa necessidade espiritual. Por isso,
podemos dizer: “O Senhor é meu Pastor; nada me
faltará”. Não somente estamos supridos-somos ricos,
estamos satisfeitos e temos doze cestos cheios. Com
Ele, temos o suprimento material e o suprimento de
vida. Enquanto O seguimos, mesmo no deserto, nós
O desfrutamos como nossa fonte de suprimento.
Assim, nada tememos. Porque Ele está conosco, nada
nos faltará. Enquanto temos Sua presença, tudo está
bem. Damos boas-vindas à rejeição e, em certo
sentido, até damos boas-vindas à situação de
estarmos em necessidade, pois nós O temos. Nossa
necessidade proporciona a Ele excelente
oportunidade de fazer algo por nós.
MENSAGEM 44
D. Os Religiosos Hipócritas
C. Alimentar-se do Senhor
No versículo 26, o Senhor respondeu à mulher
cananéia: “Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-
lo aos cachorrinhos”. O ministério do Rei celestial em
todas as Suas manifestações criava oportunidades
para que Ele se revelasse ainda mais. Nas situações
criadas nos capítulos 9 e 12, Ele teve oportunidade
para se revelar como o Médico, o Noivo, o pano novo,
o vinho novo, o Cordeiro, o verdadeiro Davi, maior
que o templo, o Senhor da colheita, maior que Jonas
e maior que Salomão. Aqui, outra oportunidade foi
criada por Ele para se revelar como o pão dos filhos.
A mulher cananéia considerou-O como Senhor, a
Pessoa divina e o Filho de Davi, um descendente real,
grande e elevado para reinar. Mas Ele se revelou a ela
como pequenos pedaços de pão, bom para alimento.
Isso implica que, como o Rei celestial, Ele governa
sobre Seu povo afim de alimentá-los Consigo mesmo
como pão. Podemos ser o povo adequado em Seu
reino somente se formos alimentados com Ele como
nossa comida. Comer Cristo como nosso suprimento
é a maneira de ser o povo do reino na realidade do
reino.
O Senhor disse que o pão dos filhos não deveria
ser atirado aos cachorrinhos. Isso indica que aos
olhos do Senhor todos os pagãos são cachorrinhos, os
quais são impuros aos olhos de Deus (Lv 11:26).
Você não crê que quando o Senhor Jesus estava
falando aos discípulos com respeito a essa mulher
cananéia, Ele já tinha a intenção de alimentá-la?
Certamente o Senhor já antevira que tinha de
alimentar essa mulher. Por que Ele não fez isso
imediatamente? Embora a mulher tivesse vindo e
clamado a Ele, Ele permaneceu em silêncio a
princípio, nada dizendo. Até parecia que era mudo.
Sua mudez fez com que Seus discípulos Lhe
implorassem que fizesse alguma coisa por ela e a
despedisse. A razão de o Senhor Jesus nada fazer
imediatamente é que Ele queria usar essa
oportunidade para ensinar Seus discípulos. Quando
os discípulos foram a Ele, Ele disse que tinha vindo
somente para as ovelhas perdidas da casa de Israel.
Quando a mulher veio até Ele, Ele mostrou-lhe que
tinha vindo como pão para os filhos e que não era
justo tirar o pão dos filhos para dá-lo aos
cachorrinhos.
2. Por Fé
O versículo28 diz: “Então lhe disse Jesus: Ó
mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como
queres. E, desde aquela hora, a sua filha ficou
curada”. Essa palavra mostra que o tratar da mulher
cananéia com o Senhor foi por fé, e a sua fé era
grande, sobrepujante à situação aparente.
Porque sou muito cuidadoso em questões
doutrinárias, tenho imaginado por que o Senhor
Jesus não disse á mulher cananéia que fosse lavar-se
e depois voltasse e comesse. Se fosse o Senhor, teria
dito: “Sim, como um cachorrinho, você tem sua
porção, mas não percebe o quanto está suja? Se
quiser comer-Me como as migalhas, você precisa
lavar-se”. Segundo a doutrina, essa mulher
definitivamente precisava ser lavada. Mas por que o
Senhor Jesus não lhe pediu que se lavasse antes de
comer Dele? Se o Senhor tivesse feito isso, Ele teria
agido de maneira contrária ao que dissera nos
versículos anteriores, onde Ele depreciou a questão
do lavar exterior. Aq ui o Senhor está enfatizando a
questão do comer. Mas isso não significa que não
precisamos ser lavados. O sangue está disponível.
Podemos aplicar o sangue e comer o Cordeiro. Mas
para não confundir as questões, nessa seção sobre
comer, o Senhor Jesus nada disse sobre lavar. Creio
que o Senhor Jesus fez isso propositadamente para
mostrar aos discípulos que eles precisavam somente
de uma coisa-comer. Mesmo se estivermos sujos
como cachorrinhos pagãos, ainda temos o direito e a
posição de comer Jesus. Oh! precisamos ser
desinibidos comedores! Não espere até ser lavado.
Venha ao Senhor assim como está e coma Dele.
Como as palavras de um hino dizem: “Eu venho
como estou”. Precisar-nos dizer: “Senhor, venho
exatamente como estou. Não preciso mudar ou ser
lavado. Senhor, preciso de Ti e venho a Ti para comer.
Mesmo que seja um cachorrinho sujo, eu venho a Ti
como estou”. Comer é primordial, comer é tudo.
A mulher Cananéia não veio ao Senhor porque
estava com fome; ela veio porque sua filha estava
doente. Mas o Senhor mudou a situação para a
questão do comer. O Senhor não disse: “Eu vim como
Médico para os filhos de Israel e não posso curar
pagãos. Não posso curar cachorrinhos”. Antes, o
Senhor parecia estar dizendo: “Eu vim como pão
para os filhos. Não é certo atirar o pão dos filhos aos
cachorrinhos”. Embora o pedido da mulher nada
tivesse a ver com comer, o Senhor propositadamente
relacionou seu caso com a questão de comer, para
mostrar-nos que o que precisamos não é do lavar
exterior, mas de comer para nutrição. Em seu arranjo
doutrinário, Mateus pôs essas questões juntas para
entendermos que para o reino dos céus não
precisamos do lavar exterior, mas que Cristo entre
em nós. Você está doente ou fraco? Você tem certos
problemas? Não tente lidar com essas coisas de modo
exterior. Pelo contrário, trate-as de modo interior,
comendo Jesus. Na verdade, você deve esquecer
todas essas coisas. O que precisa não é do lavar
exterior, mas de Cristo entrando em você. O Senhor
parecia estar dizendo à mulher cananéia: “Você não
precisa de cura. Você precisa de Mim! E não precisa
de Mim exteriormente; precisa de Mim interiormente.
Você precisa comer de Mim. Eu vim como pão para o
povo comer, digerir e assimilar. Gostaria de entrarem
seu ser, em seu organismo, vasos e fibras. Gostaria de
entrarem seus próprios elementos constituintes e Me
tornar você. Por isso, você precisa comer de Mim.
Não lide com as situações de maneira exterior. Antes,
trate tudo de modo interior tomando-Me para dentro
de você. Enquanto Eu puder entrar em você para
supri-la, todos seus problemas serão resolvidos”.
Não precisamos de rituais ou práticas exteriores.
O povo religioso de hoje está seguindo práticas
exteriores, mas a economia de Deus não é uma
questão de coisas exteriores; é uma questão de Cristo
entrando em nós interiormente. Por isso, precisamos
tomar Cristo comendo-O.
Quando vim para este país, vim com uma
comissão e um encargo, com algo que recebi dos céus.
Antes de você vir para a vida da igreja, nunca tinha
ouvido uma palavra sobre comer Jesus, pois todos os
ensinamentos na religião dizem respeito ao lavar
exterior das mãos, não à apresentação do Jesus
comestível às pessoas. Mas este ministério veio aqui
com o comissionamento de ministrar o Jesus
comestível aos Seus crentes. Não me preocupo com
oposição e ataques. Sei o que estou fazendo.
Pensando que sou muito ousado, alguns podem
dizer: “Por que este homem é tão ousado? Não temos
muitos estudiosos neste país, doutorados pelos
melhores seminários?” Não me abalo com esses
títulos de doutor. Preocupo-me somente com meu
encargo. Tenho total certeza de que tenho algo do
Senhor dos céus que não é encontrado na religião
hoje. Não estou aqui ensinando ou pregando-estou
ministrando o Cristo comestível. Isso é o que o povo
do Senhor precisa hoje. Vocês não precisam do lavar
religioso. Esqueçam tais coisas! Como cachorrinhos
sujos, precisamos comer Jesus. Precisamos ingerir
Jesus. Aleluia! hoje Jesus não está sobre a mesa! Ele
está debaixo dela. Ele foi atirado da mesa pelos
israelitas e agora Ele está no mundo gentio. Todos
nós, inclusive eu, somos cachorrinhos pagãos, sujos.
Não obstante, podemos louvar o Senhor porque
somos cachorrinhos, porque o verdadeiro pão da vida
dos céus está agora onde os cachorrinhos estão. Se o
pão estivesse na mesa, não estaria disponível a nós.
Mas hoje, o pão está debaixo da mesa onde os
cachorrinhos estão. Precisamos do Cristo comestível
que está agora tão perto de nós.
Como aprecio esse trecho do livro de Mateus! Ele
revela que devemos esquecer o lavar exterior e comer
o Senhor Jesus. Não tente mudar a si mesmo,
corrigir-se ou aperfeiçoar-se. O que precisamos é
comer Jesus.
1. Pedem um Sinal
Mateus 16:1 diz: “Aproximaram-se os fariseus e
saduceus e, pondo-O à prova, pediram-Lhe que lhes
mostrasse um sinal vindo do céu”. Os que
introduzem fermento desejam ver sinais, milagres.
Nada é mais enganador do que milagres. Suponha
que o anticristo aparecesse e erigisse sua imagem
diante de você, e o falso profeta fosse capaz de fazer
essa imagem falar com você. Você poderia facilmente
ser convencido por isso e dizer: “Isso é maravilhoso.
Se não fosse um milagre, como ele poderia fazer essa
imagem falar?” O fermento sempre penetra por meio
da sutileza dos milagres. Em 16:1-12, as duas
palavras-chave são sinal e fermento. Os religiosos, os
fariseus e saduceus, vieram ao Senhor Jesus e
pediram-Lhe que lhes mostrasse um sinal vindo do
céu. Contudo, o Senhor Jesus se recusou a mostrar-
lhes tal sinal. O pão puro, o Cristo puro, não opera
sinais. Como veremos, Ele mesmo é o único sinal.
1. A Edificação da Igreja
a. Por Cristo
No versículo 18, o Senhor disse: “Edificarei a
Minha Igreja”.
O edificar da Igreja pelo Senhor começou no dia
de Pentecostes (At 2:1-4, 41-42). A profecia do
Senhor aqui ainda não foi cumprida, mesmo no
século xx. O cristianismo, composto pela Igreja
Católica Romana e denominações protestantes, não é
o Senhor edificando a Sua igreja. Essa profecia é
cumprida por meio da restauração do Senhor, na
qual a edificação da genuína igreja é levada a cabo.
As palavras “Minha igreja” indicam que a igreja é
do Senhor, não de alguma pessoa ou coisa; não é
como as denominações, que são denominadas
conforme o nome de alguma pessoa ou de acordo
com alguma coisa.
b. Sobre a Rocha
O Senhor disse a Pedro que Ele deveria edificar
Sua igreja sobre “essa rocha”. As palavras “essa rocha”
referem-se não somente a Cristo, mas também a essa
revelação de Cristo, que Pedro recebeu do Pai. A
igreja é edificada sobre essa revelação com respeito a
Cristo.
O catolicismo romano diz que a rocha no
versículo 18 refere-se a Pedro, enquanto a maioria
dos cristãos fundamentalistas dizem que ela se refere
a Cristo. Embora seja correto dizer que a rocha
denota Cristo, nem mesmo essa dedução é adequada.
A rocha refere-se não somente a Cristo, mas mais
ainda à revelação concernente a Cristo. Nesse
capítulo, o Pai revela algo dos céus a Pedro. Essa
revelação celestial proveniente do Pai é a rocha. Não
é algo insignificante o fato de a Igreja ser edificada
tanto sobre Cristo como sobre a revelação
concernente a Cristo. As denominações não são
edificadas sobre essa rocha. Por exemplo, a
denominação Batista do Sul é edificada sobre a
revelação do batismo por imersão, não sobre a
revelação de Cristo. No mesmo princípio, a
denominação Presbiteriana é edificada sobre a
doutrina do presbitério. Da mesma forma, as igrejas
ou grupos carismáticos não são edificados sobre essa
revelação com respeito a Cristo; eles são edificados
sobre o seu conhecimento de assuntos carismáticos e
sobre suas experiências. Assim, a denominação
Quadrangular é edificada sobre a revelação do
evangelho quádruplo, não sobre a revelação de Cristo.
A igreja que é edificada sobre a revelação
concernente a Cristo é a igreja genuína, e ela não é
facciosa. O problema hoje é que os cristãos gostam de
formar grupos ou as assim chamadas igrejas segundo
seus conceitos e pontos de vista. Mas seus conceitos
não são a revelação concernente a Cristo. A igreja
deve ser edificada sobre “essa rocha”, isto é, sobre a
revelação de Cristo. Se virmos isso, seremos salvos da
divisão. Somente uma coisa é edificada sobre a
revelação de Cristo e esta é a igreja. Qualquer grupo
que seja edificado sobre doutrinas, opiniões, práticas
ou conceitos não é a igreja edificada sobre a revelação
com respeito a Cristo. A revelação concernente a
Cristo é a rocha sobre a qual o Senhor Jesus está
edificando Sua igreja.
c. Com a Pedra
A palavra grega traduzida por “Pedro”, no
versículo 18 também pode ser traduzida para “uma
pedra” que é o material para a edificação de Deus.
Como Pedro, todos os crentes precisam ser
transformados em pedras para a edificação da igreja
(1 Pe2:5).
D. A Recompensa do Reino
O versículo 27 diz: “Porque o Filho do Homem
há de vir na glória de Seu Pai, com os Seus anjos, e
então retribuirá a cada um conforme as suas obras”.
A palavra “Porque” no começo desse versículo indica
que a recompensa do Senhor aos Seus seguidores na
Sua volta, no versículo 27, será conforme a perda ou
Salvação da alma, como é mencionado nos versículos
25 e 26. A recompensa será dada conforme a maneira
que tivermos tomado a cruz. Ela depende de termos
ou não mantido a nós mesmos sob o matar da cruz,
se Salvamos nossa vida da alma nesta era ou se a
perdemos.
3. No Tribunal de Cristo
A retribuição será dada a todo homem no
tribunal de Cristo quando Ele voltar (2Co 5:10; Ap
22:12), o que mostra que isso ocorrerá nos ares, após
todos os crentes terem sido arrebatados à presença
do Senhor ali.
A MINIATURA DA MANIFESTAÇÃO DO
REINO
De 13:53 a 17:8, o relato do Evangelho de Mateus
retrata a maneira de seguir o Rei celestial, desde Sua
rejeição até à entrada na manifestação do reino. Seus
seguidores não somente partilharam de Sua rejeição
pelos judeus (13:53-58), mas também foram
perseguidos e até martirizados pelos políticos gentios
(14:1-12). Por isso, eles estavam com Ele no deserto
numa situação de pobreza, ainda que fossem
ricamente cuidados por Ele (14:13-21). Quando
estavam no mar tempestuoso sob ventos contrários,
Ele caminhou sobre o mar, acalmou a tempestade e
os conduziu a salvo (14:22-34). Muitos doentes foram
curados ao tocá-Lo (14:35-36), mas os hipócritas
adoradores de Deus vieram acusá-Lo porque Seus
seguidores transgrediam suas tradições (15:1-20).
Então, Seus discípulos O seguiram por um país
gentio, onde um gentio endemoninhado foi curado
(15:21-28). Depois disso, eles O seguiram pelo mar da
Galiléia e subiram ao monte, onde pessoas com todo
tipo de doenças foram curadas e a necessidade de
Seus seguidores na multidão foi outra vez ricamente
suprida num deserto árido (15:29-39). Continuando,
tanto os fundamentalistas como os modernistas
daquela época vieram tentá-Lo, e Ele mostrou que
devia morrer para ser o único sinal para eles (16:1-4).
Então, Ele exortou Seus seguidores a se acautelarem
do fermento tanto dos fundamentalistas quanto dos
modernistas (16:5-12). Depois de tudo isso, Ele levou
Seus seguidores até o limite da terra santa, perto de
um país gentio, para que pudessem ter uma revelação
Dele, da igreja e da cruz, como o caminho para
entrarem no reino (16:13-28). Finalmente, Ele os
introduziu na glória na manifestação do reino (17:1-
8). Nesta mensagem, veremos que a transfiguração
do Senhor foi uma miniatura do reino (16:28-17:13).
Se compararmos todas as coisas mencionadas
acima com nossa experiência, veremos que nossa
maneira hoje é exatamente a mesma que a revelada
em 13:53-17:8. No caminho para a glória
enfrentamos a rejeição, a tempestade e as acusações.
Experimentamos o comer, acautelamo-nos do
fermento e temos uma revelação de Cristo e a igreja.
Além disso, tomamos o caminho da cruz e negamos o
ego e a vida da alma. Esses são os passos ao longo do
caminho da glória.
Mateus 13:53-17:8 é um maravilhoso trecho
doutrinário. Há trinta e quatro anos, liberei uma
mensagem em Xangai sobre esse trecho da Palavra.
Eu havia acabado de chegar lá como um novo
colaborador na obra com o irmão Nee. Pediram-me
para dar a mensagem no domingo de manhã. Assim,
recebi o encargo de ministrar sobre o tema do
caminho para a glória. Pedi à congregação para ler
mais de três capítulos de Mateus, desde o final do
capítulo 13 até a primeira parte do capítulo 17. Então
dei uma longa mensagem sobre esses capítulos.
Quase todos os pontos naquela mensagem foram os
mesmos que os tratados nestas mensagens do
caminho para a glória. Embora ainda não ti vesse
visto a questão do comer, a estrutura da mensagem
foi a mesma que a destas mensagens. Quão
maravilhoso é estar no caminho para a glória! Posso
testificar que durante os últimos quarenta e quatro
anos, tenho tomado cada passo desse caminho.
Experimentei a rejeição, a falta nas necessidades
básicas, as tempestades e as acusações. Mais que isso,
tive a revelação concernente a Cristo e a igreja.
Porque tenho andado nesse caminho por tanto tempo,
de certo modo já entrei na glória. Outros entre nós ou
estão na glória ou muito perto dela. Embora alguns
de nós possam estar na glória, ainda estamos no
caminho para um maior grau de glória. Todos
precisamos manter-nos andando nesse caminho até o
Senhor voltar.
I. O REINO VEIO
Mateus 16:28 diz: “Em verdade vos digo que
alguns há, dos que aqui se encontram, que de
maneira nenhuma provarão a morte até que vejam
vir o Filho do Homem no Seu reino”. Isso foi
cumprido pela transfiguração no monte (17:1-2). Sua
transfiguração foi Sua vinda em Seu reino, que foi
vista por três dos Seus discípulos: Pedro, Tiago e
João.
B. A Revelação do Pai
O versículo 5 diz: “Falava ele ainda, quando uma
nuvem luminosa os cobriu; e eis, vindo da nuvem,
uma voz que dizia: Este é o Meu Filho amado, em
quem me comprazo; a Ele ouvi”. Essa declaração do
Pai de vindicar o Filho foi dada inicialmente após o
Senhor emergir do batismo, que significava Sua
ressurreição. Foi a segunda vez que o Pai declarou a
mesma coisa; dessa vez para vindicar o Filho em Sua
transfiguração, que prefigurava o reino vindouro. Na
economia de Deus, após Cristo vir, deveríamos ouvi-
Lo, não importando a lei ou os profetas, uma vez que
a lei e os profetas foram todos cumpridos em Cristo e
por Cristo.
B. A Correção de Cristo
Os versículos 25 e 26 dizem: “Ao entrar Pedro
em casa Jesus se lhe antecipou, dizendo: Que te
parece, Simão? De quem cobram os reis da terra
impostos ou tributo? dos seus filhos ou dos
estranhos? Respondendo Pedro: Dos estranhos,
Jesus lhe disse: Logo, estão isentos os filhos”. Os
coletores de impostos foram até Pedro porque ele era
mui to proeminente, assim como o nariz em nossa
face. Os rápidos, os ousados, são o “nariz” na vida da
igreja. Sempre que a Igreja passa por um teste, o
“nariz” é a parte que se fere porque ele é o primeiro a
trombar com as coisas. Por se sobressair muito,
Pedro se complicava. Depois de falar aos coletores
que Jesus pagava as duas dracmas, Pedro entrou em
casa. Mas, como diz o versículo 25, Jesus se lhe
antecipou. Pedro era rápido, mas o Senhor era
soberano e não lhe deu chance de dizer coisa alguma.
No topo do monte, Pedro foi interrompido por uma
voz do céu e na casa foi interrompido pelo Senhor.
Pedro tinha falado presunçosamente. Por isso, o
Senhor o barrou e o corrigiu antes que ele pudesse
falar-Lhe.
O Senhor perguntou a Pedro se os reis da terra
cobram impostos ou tributo dos filhos ou dos
estranhos. Os filhos dos reis são sempre isentos de
pagar impostos ou tributo. As duas dracmas eram
pagas pelo povo de Deus para o Seu templo. Uma vez
que Cristo é o Filho de Deus, Ele estava isento de
pagá-las. Isso era o contrário do que Pedro tinha
respondido.
Pedro tinha recebido a revelação de Cristo ser o
Filho de Deus (16:16-17) e tinha tido a visão do Filho
de Deus (17:5). Agora, na prática, ele foi testado pela
pergunta dos cobradores de impostos. Ele falhou em
Sua resposta, por esquecer a revelação que recebera e
a visão que tivera. Ele esqueceu que o Senhor era o
Filho de Deus que não precisava pagar o imposto
para a casa de Seu Pai.
Quando o Senhor perguntou a Pedro se os reis
da terra cobravam impostos de filhos ou dos
estranhos, Pedro respondeu: “Dos estranhos”.
Doutrinária e teologicamente, Pedro respondeu
corretamente. Quando o Senhor lhe disse: “Logo,
estão isentos os filhos”, Pedro deve ter ficado
aturdido. Parece que o Senhor estava dizendo:
“Pedro, você se esqueceu da revelação de que Eu sou
o Filho? No topo do monte, você Me viu como o
Filho”. As duas dracmas não eram um imposto pago
ao governo secular. Eram coletadas com o propósito
de prover os gastos do templo de Deus, a casa de
Deus na terra. De acordo com Êxodo 30 e 38, todo
israelita tinha de pagar o tributo para cuidar da casa
do Senhor. Por ser Jesus o Filho de Deus, não é
necessário que Ele pague esse imposto. Quando o
Senhor disse que os filhos estão isentos, estava
mostrando que Ele, como o Filho de Deus, estava
isento de pagar os impostos. Após ouvir isto, Pedro
não sabia o que dizer. Ele deve ter concordado
totalmente e dito: “Sim, os filhos estão isentos. Desde
que Tu és o Filho de Deus, estás isento. Senhor, sinto
por responder como respondi. Eu me esqueci da
revelação e da visão. Recebi a revelação de que Tu és
o Filho de Deus e tive a visão de Tua pessoa como
Filho de Deus. Mas quando o teste veio, esqueci-
mede tudo isso. Senhor, por favor, perdoa-me”.
I. REQUER-SE HUMILDADE
Na vida do reino, requer-se humildade (18:1-4).
Em princípio, todo o povo do reino deve ser como
criancinhas. Ser humilde é ser como criancinhas. Se
não formos humildes, ou seremos ofendidos pelos
outros ou ofenderemos os outros, isto é,
tropeçaremos nos outros ou faremos os outros
tropeçarem. Todo tropeço acontece por causa do
orgulho. Se não fôssemos orgulhosos, não
tropeçaríamos. O fato de tropeçarmos prova que
somos orgulhosos. Se uma criancinha for ofendida, a
ofensa será esquecida em poucos minutos. Mas uma
vez que adultos são ofendidos, tropeçam por causa do
orgulho. Além do mais, o tropeço que causamos para
os outros também resulta de nosso orgulho.
C. Pela Igreja
O versículo 17 diz: “E, se ele recusar ouvi-los,
dize-o à igreja”. Se um irmão pecar, precisamos
primeiramente tratar entre ele e nós com amor (v. 15),
daí com duas ou três testemunhas (v. 16), e
finalmente por meio da igreja com autoridade (v. 17).
G. Na Presença do Senhor
Tudo isso deve ser feito na presença do Senhor.
Se você tentar exercer a autoridade do reino sem Sua
presença, não funcionará. O versículo 20 mostra a
necessidade da presença do Senhor: “Porque onde
estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, ali
estou no meio deles”.
C. Perdão no Reino
AS EXIGÊNCIAS DO REINO
Nesta mensagem, chegamos a 19:1-22, uma
porção na qual Mateus reúne certos fatos da vida de
Cristo para mostrar as exigências do reino. Em 19:3-
12, os fariseus tentam o Senhor perguntando-Lhe
sobre o divórcio, e em 19:16-22, um homem rico o
questiona a respeito da vida eterna. O Evangelho de
João não menciona quaisquer desses casos. Mas em
Mateus eles não são apenas relatados; são colocados
juntos na mesma porção. No capítulo 19, vemos a
questão do divórcio e a questão de amar as riquezas.
Entre esses dois fatores temos a questão de receber
os pequeninos (vs. 13-15). Aparentemente, estas três
coisas não se relacionam. Mas quando penetramos
nas profundezas, vemos que todas estão relacionadas
a entrar no reino dos céus. Assim, elas são as
exigências do reino.
A. De Madrugada
Mateus 20:1 e 2 diz: “Porque o reino dos céus é
semelhante a um homem, dono de casa, que saiu de
manhã cedo para contratar trabalhadores para a sua
vinha. E, tendo combinado com os trabalhadores a
um denário por dia, mandou-os para a sua vinha”. O
dono de casa é Cristo. Nesse versículo, “de manhã
cedo” é às 6 horas da manhã, denotando a parte
inicial da era da igreja, quando Cristo veio chamar
Seus discípulos para o reino. Os trabalhadores são os
discípulos e a vinha é o reino. O “combinado”
mencionado no versículo 2 denota o acordo que Ele
fez em 19:27-29. O denário é a recompensa que o
Senhor ofereceu a Pedro em Seu acordo com ele em
19:28 e 29.
A. Ao Cair da Tarde
De acordo com o versículo 8, o dono da casa
recompensou os trabalhadores ao cair da tarde, isto é,
às 6 horas da tarde. Isso denota o fim da era da igreja.
I. CONHECER A CRUCIFICAÇÃO E A
RESSURREIÇÃO DE CRISTO
Em 20:17-19, o Senhor revelou pela terceira vez
Sua crucificação e ressurreição. A primeira foi em
Cesaréia de Filipe, antes de Sua transfiguração (16:13,
21). A segunda foi na Galiléia, após Sua
transfiguração (17:22). Desta vez, foi no caminho
para Jerusalém. Essa revelação foi uma profecia,
embora estranha para o conceito natural dos
discípulos, todavia cumprida literalmente em todos
os detalhes.
Parece-me até fora do comum que, após a
definição da recompensa do reino, o Senhor, uma vez
mais, revelasse Sua crucificação e ressurreição.
Aparentemente, isso não tem significado. No entanto,
se você se aprofundar nesse livro, verá que se trata de
uma importante continuação. Para recebermos a
recompensa do reino, precisamos experimentar a
cruz e a ressurreição. Embora possamos saber tudo a
respeito do reino, ainda devemos ter uma
compreensão adequada da crucificação e ressurreição
do Senhor. Fora da experiência da cruz e da
ressurreição do Senhor, é impossível experimentar a
vida do Senhor para a recompensa do reino. Em
Filipenses 3, Paulo disse que por causa de Cristo
considerava todas as coisas como refugo. Então disse
que desejava conhecer a Cristo e o poder da Sua
ressurreição para ser conformado à morte de Cristo.
Paulo tinha um entendimento adequado sobre a
morte e ressurreição do Senhor. Esse entendimento é
para que experimentemos Cristo como nossa vida
para o reino. Para a recompensa do reino, precisamos
da experiência da crucificação e ressurreição do
Senhor. Assim, 20:17-19 é uma continuação da seção
anterior.
A terceira vez que o Senhor revelou Sua
crucificação e ressurreição, Ele novamente o fez a
Seus discípulos. Quando estava indo a Jerusalém, Ele
chamou os doze discípulos à parte e contou-lhes
sobre Sua iminente crucificação e ressurreição. O
Senhor deve ter tido um propósito específico para
fazer isso. Ele claramente disse aos discípulos que
precisava ir a Jerusalém, ser entregue aos principais
sacerdotes e escribas, ser condenado à morte, ser
entregue aos gentios, ser escarnecido, açoitado e
crucificado, mas que ao terceiro dia ressurgiria. Ele
falou a Seus discípulos a respeito de Sua morte e
ressurreição de maneira detalhada.
2. Cumprindo a Profecia
Os versículos 4 e 5 dizem: “Ora, isso aconteceu
para se cumprir o que foi dito por intermédio do
profeta: Dizei à filha de Sião: Eis que vem a ti o teu
Rei, manso e montado num jumento, e num
jumentinho, cria de animal de carga”. A maneira de o
Rei entrar em Jerusalém cumpriu a profecia de
Zacarias 9:9. O termo “a filha” de Sião em 21:5
significa o povo de Jerusalém (cf. Salmo 137:8; 45:12).
Essa profecia lhes estava sendo cumprida.
F. A Parábola da Vinha
V. PELOS SADUCEUS
Em 22:23-33, vemos o Senhor sendo testado nas
mãos dos saduceus. Os saduceus eram antigos
modernistas que não criam em anjos nem em
ressurreição (At lc 23:8). Eles eram exatamente como
os modernistas e arrogantes de hoje que não crêem
nas Escrituras, em anjos ou em milagres. Esses
modernistas do passado vieram ao Senhor com uma
pergunta sobre a ressurreição. Parecia que eles
estavam muito espertos. Contaram ao Senhor sobre
uma mulher que tinha se casado com sete irmãos, e
perguntaram-Lhe: “Na ressurreição, de qual dos sete
será ela esposa? porque todos a tiveram” (v. 28). Do
ponto de vista humano, era uma questão difícil. Não
há dúvida que os fariseus, os antigos
fundamentalistas, teriam achado difícil respondê-la.
O Senhor Jesus, contudo, deu aos saduceus uma
forte resposta.
O versículo 29 diz: “Respondeu-lhes Jesus:
Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de
Deus”. Conhecer as Escrituras é uma coisa e conhecer
o poder de Deus é outra. Precisamos conhecer os dois.
As Escrituras aqui se referem aos versículos do
Antigo Testamento a respeito da questão da
ressurreição, e o poder de Deus se refere ao poder da
ressurreição. Em Sua resposta aos saduceus, o
Senhor fez quatro coisas: primeiramente, Ele os
condenou; depois, Ele os repreendeu; então, os
ensinou e, finalmente, os amordaçou. Condenou-os
ao dizer-lhes que estavam errados. Todos os
modernistas estão errados. Por isso, eles precisam
ser condenados. Os modernistas de hoje devem ser
condenados por negarem a ressurreição, os anjos e os
milagres. Quando jovem, tais ensinamentos se
espalhavam pela China. Por exemplo, os modernistas
diziam que as águas do Mar Vermelho não se
dividiram e que o povo não o atravessou em terra
seca. Eles proclamavam que a pouca água do mar foi
soprada por um forte vento e que isso capacitou o
povo a andar sobre o solo. Que ensinamento
demoníaco! Os antigos modernistas, assim como os
de hoje, pensavam que eram muito espertos, mas, na
verdade, estavam enganados. Por isso, o Senhor os
repreendeu ao dizer que não conheciam as Escrituras
nem o poder de Deus.
Depois que o Senhor condenou e repreendeu os
saduceus, Ele os ensinou. No versículo 30, Ele disse:
“Pois na ressurreição nem casam, nem se dão em
casamento; mas são como os anjos no céu”. Isso
significa que na ressurreição não haverá homem ou
mulher. Assim, não' haverá casamento. Isso
acontecerá pelo poder de Deus. Aqueles que negam a
ressurreição não conhecem o poder de Deus.
Para ajudar os saduceus a conhecer a profundeza
da verdade implícita nas Escrituras, o Senhor disse:
“E, quanto a ressurreição dos mortos, não tendes lido
o que vos foi dito por Deus: Eu sou o Deus de Abraão,
o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ele não é Deus de
mortos, e, sim, de vivos”. Já que Deus é o Deus de
vivos e é chamado o Deus de Abraão, Isaque e Jacó,
estes três que morreram serão ressuscitados. Essa é a
maneira como o Senhor Jesus maneja as Escrituras-
não somente pela letra, mas pela vida e poder
implícitos nelas.
Aprecio a interpretação que o Senhor fez da
Bíblia. Ele disse que Deus era o Deus de Abraão,
Isaque e Jacó. Se não houvesse a ressurreição por vir,
então Deus teria de ser o Deus dos mortos. O fato de
que Deus é o Deus dos vivos e de que Ele é o Deus de
Abraão, Isaque e Jacó prova que Abraão, Isaque e
Jacó serão ressuscitados. Se eles não vão ser
ressuscitados, então, como pode Deus ser o Deus dos
vivos? Essa é a explicação genuína, honesta, viva e
verdadeira da Bíblia. Ao dar aos saduceus essa
resposta, o Senhor os calou.
A. Sua Hipocrisia
Ao repreender os judeus religiosos, o Senhor
primeiro falou contra a hipocrisia deles (23:1-12).
1. O Primeiro Ai
O versículo 13 diz: “Mas ai de vós, escribas e
fariseus, hipócritas! porque fechais o reino dos céus
diante dos homens; pois vós mesmos não entrais,
nem deixais entrar os que estão entrando”. Os
fariseus fechavam o reino dos céus. Não entravam
nem deixavam entrar os que estavam tentando. Entre
os cristãos hoje, alguns são exatamente assim. Eles
não desejam entrar no reino dos céus e ao mesmo
tempo não permitem que aqueles que desejam entrar
o façam. Quase toda oposição contra nós vem não de
incrédulos, mas de devotados cristãos que desejam
frustrar os que querem seguir esse caminho. Aos
olhos do Senhor, essa é a coisa mais sutil.
2. O Segundo Ai
O versículo 14 diz: “Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! porque devorais as casas das viúvas,
enquanto fazeis longas orações como pretexto; por
isso sofrereis j uízo mais severo”. Enquanto fingiam
fazer longas orações, eles devoravam as casas das
viúvas.
3. O Terceiro Ai
O versículo 15 diz: “Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! porque percorreis o mar e a terra para
fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tomais filho da
Geena duas vezes mais do que vós”. Isso também
acontece hoje. No Extremo Oriente, observei que os
católicos faziam prosélitos de alguns budistas apenas
para tomá-los duas vezes mais filho da Geena do que
eles próprios.
4. O Quarto Ai
O versículo 16 diz: “Ai de vós, guias cegos! que
dizeis: Quem jurar pelo templo, isso nada é; mas
quem jurar pelo ouro do templo, fica obrigado ao que
jurou”. A cegueira deles foi exposta aqui. No
versículo 17, o Senhor continua: “Insensatos e cegos!
Pois qual é maior: o ouro, ou o templo que santifica o
ouro?” Santificar o ouro é tomar o ouro santo
posicionalmente mudando sua posição de um lugar
comum para um lugar santo. O templo é maior que o
ouro, porque ele santifica o ouro. A santificação tem
dois aspectos, o aspecto posicional e o disposicional.
Aqui vemos que o ouro é santificado pelo templo.
Isso é santificação posicional, não santificação
disposicional. Talvez o ouro estivesse a princípio na
praça. Lá, ele era comum, não santo, não separado
para Deus. Mas quando foi tirado da praça e
introduzido no templo, ele foi posicionalmente
santificado por estar no templo. Outrora, era o ouro
comum na praça; agora é o ouro santificado no
templo de Deus. Embora a posição do ouro tenha
sido mudada, sua natureza permanece a mesma. Isso
é santificação posicional.
O princípio é o mesmo com respeito ao altar e à
oferta nos versículos 18 e 19. A santificação da oferta
pelo altar é também um tipo de santificação
posicional. A santificação da oferta acontece
mudando-se a posição da oferta de um lugar comum
para um lugar santo. Porque o altar era maior que a
oferta, o altar santificava a oferta. Por exemplo,
quando um cordeiro estava com o rebanho, ele era
comum, não separado para Deus ou santificado. Mas
uma vez que foi oferecido sobre o altar, o altar
santificou o cordeiro para Deus. No entanto, como no
caso do ouro, a natureza do cordeiro permanecia a
mesma. Somente a posição exterior foi alterada.
Antes ele estava com o rebanho; agora está sobre o
altar para Deus. Esse tipo de santificação, a
santificação posicional, não afeta nossa natureza. A
santificação falada em Romanos 6, contudo, é
disposicional; ela toca nosso ser, nossa natureza
interior.
Do versículo 20 ao 22, o Senhor diz que o que
jurar pelo altar, jura por ele e por tudo o que sobre
ele está; quem jurar pelo templo, jura por ele e por
Aquele que nele habita; e quem jurar pelo céu, jura
pelo trono de Deus e por Aquele que está assentado
no trono.
5. O Quinto Ai
Os versículos 23 e 24 contêm o quinto ai. Os
escribas e fariseus davam o dízimo da hortelã, do
endro e do cominho, mas negligenciavam os
preceitos mais importantes da lei, a justiça, a
misericórdia e a fé. O Senhor disse que eles eram
guias cegos, que coavam o mosquito, mas engoliam o
camelo.
6. O Sexto Ai
Os versículos 25 e 26 dizem: “Ai de vós, escribas
e fariseus, hipócritas! porque limpais o exterior do
copo e do prato, mas estes por dentro estão cheios de
rapina e de intemperança. Fariseu cego! limpa
primeiro o interior do copo e do prato, para que
também o exterior deles fique limpo”. Os escribas e
fariseus cuidavam apenas da aparência. A situação
era a mesma do capítulo 15. Embora eles lavassem as
mãos, estavam interiormente cheios de rapina e
intemperança. Rapina está relacionada com o amor
ao dinheiro e a intemperança à concupiscência.
Assim, embora os escribas e fariseus se limpassem
exteriormente, interiormente estavam cheios de
amor ao dinheiro e à concupiscência.
7. O Sétimo Ai
Os versículos 27 e 28 dizem: “Ai de vós, escribas
e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes a
sepulcros caiados, que por fora se mostram belos,
mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e
de toda imundícia. Assim também vós exteriormente
pareceis justos aos homens, mas por dentro estais
cheios de hipocrisia e de iniqüidade”. Os fariseus
eram corno sepulcros. Você já pensou que as pessoas
caídas são como sepulcros? Exteriormente podem ser
belas e parecer justas aos homens, mas interiormente
são cheias de ossos e impurezas de homens mortos,
cheias de hipocrisia e iniqüidade.
8. O Oitavo Ai
Do versículo 29 ao 36, temos oito ais. O versículo
29 diz: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!
Porque edificais os sepulcros dos profetas e adornais
os túmulos dos justos”. Fora de Jerusalém, há um
grande número de túmulos. Os fariseus reformavam
os sepulcros dos profetas e os adornavam para fazer
um espetáculo. O Senhor disse que por fazer isso eles
estavam provando que eram filhos dos que mataram
os profetas (v. 31). Assim, o Senhor os chamou de
“serpentes” e “raça de víboras” (v. 33). Como o
versículo 34 indica, os escribas e fariseus mais tarde
expulsaram e mataram os apóstolos do Novo
Testamento enviados pelo Senhor.
A repreensão do Senhor aos escribas e fariseus
nos revela um quadro detalhado da religião hoje.
Todas as coisas encontradas em 23:1-36
assemelham-se à situação de hoje. Lembrem-se que
essa repreensão é encontrada no livro do reino. A
intenção de Mateus com certeza é apresentar o
negativo a fim de revelar o positivo. A vida do reino
deve ser o oposto do que é exposto em 23:1-36. Deve
ser um contraste absoluto para esse quadro negro e
infernal. Somente pela misericórdia e graça do
Senhor podemos escapar da situação retratada aqui.
Assim, todos precisamos orar:-o Senhor, salva-me!
Livra-me! Tira-me dessa situação terrível”.
I. A RESPEITO DE ISRAEL
e se Odeiam Mutuamente
O versículo 10 diz: “Nesse tempo, muitos
tropeçarão, e entregarão uns aos outros, e uns aos
outros se odiarão”. Isso se refere aos judeus crentes.
Entre os crentes judeus, muitos se escandalizarão e
se trairão mutuamente. Isso mostra que os crentes
judeus lutarão entre si e se odiarão mutuamente.
Essa é a degradação dos crentes judeus.
7. A Iniqüidade É Multiplicada
B. Na Consumação do Século
Agora chegamos a24:15-31. Esses versículos
descrevem as coisas que acontecerão na consumação
do século, nos últimos três anos e meio. A
consumação do século começa com o versículo 15.
Lembre-se: esse capítulo fala especialmente sobre o
sinal da vinda do Senhor e sobre o sinal da
consumação do século. O versículo 14 indica que um
sinal evidente da consumação do século é a pregação
do evangelho do reino a todo o mundo. Quando isso
for cumprido, perceberemos que os últimos três anos
e meio estão para começar. Assim, a pregação do
evangelho do reino será o maior sinal da consumação
do século. Antes dessa pregação, muitas outras coisas
terão de acontecer. Mas essas coisas não são os sinais
da consumação do século, pois ao falar sobre elas, o
Senhor disse que ainda não era o fim. Por isso, a
pregação do evangelho do reino a toda a terra será o
único sinal da consumação do século. Imediatamente
após a pregação do evangelho do reino, os eventos
descritos no versículo 15 acontecerão.
1. A Grande Tribulação
c. A Grande Tribulação
O versículo 21 diz: “Porque nesse tempo haverá
grande tribulação, como não tem havido desde o
princípio do mundo até agora, nem haverá jamais”. A
grande tribulação ocorrerá nos últimos três anos e
meio desta era. A grande tribulação terá Jerusalém
como centro e a Judéia como circunferência,
enquanto o julgamento em Apocalipse 3:10 terá
Roma como centro e toda a terra habitada como
circunferência. Nenhuma outra tribulação poderá ser
comparada a essa grande tribulação que acontecerá
sob o comando do anticristo.
Jerusalém já foi destruída mais de uma vez e
será destruída novamente. Da primeira vez,
Jerusalém foi destruída por Nabucodonosor com o
exército da Babilônia. Mais tarde, no segundo século
antes de Cristo, após a reconstrução do templo, este
foi profanado por Antíoco Epifânio. Muitos
estudiosos da Bíblia percebem que ele foi um tipo de
Tito, que destruiu Jerusalém em 70 d. e. Certas
partes de Daniel referem-se tanto a Antíoco como a
Tito, e é algumas vezes difícil discernir que versículos
se referem a Antíoco e quais se referem a Tito. Lucas
21 mostra que a destruição de Jerusalém sob o
comando de Tito está relacionada à destruição sob o
comando do anticristo. Por essa razão, os leitores do
Novo Testamento acham difícil determinar que
versículos se referem à destruição sob Tito e quais se
referem à destruição sob o anticristo. Assim, Antíoco
Epifânio foi um tipo de Tito, e Tito, um tipo do
anticristo.
Devemos ser cuidadosos em não confundir os
versículos em Mateus 24 com os de Lucas 21, pois
não se referem exatamente à mesma coisa. Em
Mateus, não há referência à destruição sob Tito, que
foi uma sombra da destruição relatada aqui. A
destruição de Jerusalém sob Tito em 70 d. e. foi uma
sombra da destruição que virá sob o anticristo. Não
apliquem 24:15-31 a qualquer outra época senão aos
últimos três anos e meio desta era, quando o
anticristo se levantará para perseguir os judeus. o
versículo 22 diz: “Não tivessem aqueles dias sido
abreviados, nenhuma carne seria salva; mas, por
causa dos eleitos, tais dias serão abreviados”. Como
vimos, a grande tribulação durará apenas três anos e
meio. Os eleitos falados nesse versículo são os judeus,
o povo escolhido de Deus (Rm 11:28).
Como sabemos que a grande tribulação durará
três anos e meio? Daniel9 fala sobre a última das
setenta semanas. A última semana serão os últimos
sete anos da história de Israel nesta era. Nos início
desses sete anos, os judeus farão um acordo com o
anticristo. Mas na metade desses sete anos, o
anticristo mudará sua maneira de agir e se voltará
contra eles. Em seu acordo com os judeus, ele lhes
permitirá adorar a Deus segundo a religião judaica.
Mas ao final dos três anos e meio, começará a
perseguir todo tipo de religião, estabelecerá sua
imagem no templo e forçará o povo a adorá-lo. Isso
será o início da grande tribulação, o final desta era,
os últimos três anos e meio. Pela soberania e
misericórdia de Deus, esse período será abreviado. A
tribulação sob o anticristo será tão severa que
ninguém será capaz de suportá-la. Se Deus não a
tivesse abreviado, nenhuma carne seria salva. Mas
por causa dos eleitos, aqueles dias se limitarão a três
anos e meio.
3. Reunindo Israel
O versículo 31 diz: “E Ele enviará os Seus anjos
com grande clangor de trombeta, os quais reunirão
os Seus eleitos dos quatro ventos, de uma a outra
extremidade dos céus”. Após a grande tribulação, em
Sua volta à terra, o Senhor reunirá os judeus
dispersos de todas as partes da terra na Terra Santa.
Esse será o cumprimento não apenas da palavra do
Senhor em 23:37, mas também da promessa do
Senhor no Antigo Testamento.
Mateus 24:4-31 é um esboço dos vinte séculos da
história judaica. Como aqueles que estavam no
Monte das Oliveiras com o Senhor, temos uma clara
visão disso. Portanto, sentando-nos com o maior
Profeta, conhecemos a situação. Nem mesmo os
líderes das nações têm tanta clareza como nós.
Temos visto os eventos desde a ascensão de Cristo até
o final desta era e os eventos durante o final desta era,
o período da grande tribulação. No final da grande
tribulação, haverá calamidades sobrenaturais, e
Cristo aparecerá aberta e publicamente aos
habitantes da terra especialmente aos judeus na
Terra Santa. Cristo descerá onde o anticristo e seus
exércitos estiverem reunidos. Como abutres
devorando um cadáver, Cristo e Seus vencedores
derrotarão o anticristo e seu exército. Então Cristo
reunirá todos os judeus remanescentes no reino
messiânico.
MENSAGEM 63
1. Dez Virgens
Mateus 25:1 diz: “Naquele tempo, o reino dos
céus será semelhante a dez virgens que, tomando as
suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo”. As
palavras ''Naquele tempo” aqui significam na época
da parousia. Quando a parousia descrita no capítulo
24 acontecer, muitas coisas também acontecerão.
Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens.
Virgens representam os crentes no aspecto da
vida (2Co 11:2). Os crentes, que são o povo do reino,
são como virgens castas, levando o testemunho do
Senhor (a lâmpada) na era das trevas e saindo do
mundo para encontrar o Senhor. Por isso, elas
precisam não somente do habitar, mas também da
plenitude do Espírito de Deus.
Nós, cristãos, primeiramente, somos virgens. Ser
uma virgem não é urna questão de trabalho, serviço
ou atividade, mas uma questão de vida. Mais que isso,
não somos apenas virgens, mas virgens castas, puras.
Ser uma virgem não é questão do que fazemos ou
somos capazes de fazer; é absolutamente uma
questão do que somos. Quer sejamos homens ou
mulheres, somos virgens. Embora eu seja idoso, eu
me porto como uma virgem. Nunca venderei minha
posição de virgem. Até diante do inimigo, sou uma
virgem.
b. Saem
As virgens saíram. Isso significa que os crentes
saem do mundo ao encontro de Cristo, o qual está
vindo. As virgens não se demoraram nem se
estabeleceram em nenhum lugar. Ao contrário, elas
saíram do mundo. Em um de seus escritos, D. M.
Panton disse que para ele o mundo era apenas um
caminho e que no fim desse caminho haveria uma
sepultura. Se o Senhor atrasar a Sua volta, o mundo
me permitirá somente um lugar de descanso, uma
tumba para deitar e esperar pela vinda do Senhor.
Não estamos estabelecidos neste mundo. Estamos
saindo do mundo.
4. O Noivo Tarda
O versículo 5 diz que o Noivo tardou em Sua
volta. O Senhor Jesus verdadeiramente tem adiado
Sua volta. Em Apocalipse, Ele prometeu que viria
logo, mas aproximadamente dois mil anos se
passaram e Ele ainda retarda Sua volta.
6. Um Grito à Meia-Noite
O versículo 6 diz: “Mas, à meia-noite, ouviu-se
um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro!” Meia-
noite significa a hora mais escura desta era de trevas
(noite). Isso será o fim desta era, o tempo da grande
tribulação. “Grito” significa a voz do arcanjo (1Ts
4:16).
7. Todas as Virgens se Levantam
O versículo 7 diz: “Então se levantaram todas
aquelas virgens e prepararam as suas próprias
lâmpadas”. “Se levantaram” significa a ressurreição
dentre os mortos (1Ts 4:14). Essa é a ressurreição
profetizada em 1 Tessalonicenses 4:16e 1 Coríntios
15:52.
8. Preparam as Lâmpadas
Após as virgens se levantarem, elas “prepararam
suas próprias lâmpadas”. Isso significa seu
tratamento para com seu testemunho em vida. Isso
indica que após a ressurreição, nossa vida para o
testemunho do Senhor ainda precisará ser tratada se
não for perfeita antes de morrermos.
13. Vigiar
O versículo 13 conclui: “Vigi ai, pois, porque não
sabeis o dia nem a hora”. O capítulo 24:40-44 refere-
se ao arrebatamento somente dos crentes vivos que
estiverem prontos. O capítulo 25:1-13 é necessário
para tratar do arrebatamento dos mortos e
ressuscitados. Quando lemos essa porção da Palavra,
vemos quão vigilantes precisamos ser. Ser vigilante e
estar pronto é uma questão séria.
Nenhum outro livro nos adverte tanto como o
livro de Mateus o faz. Posso testificar diante do
Senhor que por mais de quarenta anos tenho sido
advertido por esse livro. Sempre que me encontro
descuidado, lembro-me das advertências contidas em
Mateus. Sim, todos nós somos virgens, mas somos
insensatas ou prudentes? Todos precisamos
responder essa pergunta para nós mesmos. Se somos
prudentes ou não depende de termos ou não a porção
extra do Espírito Santo em nossa vasilha.
MENSAGEM 65
D. A Parábola da Fidelidade
Tendo visto a parábola da vigilância (25:1-13),
passamos nesta mensagem à parábola da fidelidade
(25:14-30). A parábola das virgens é sobre a
vigilância e a parábola dos talentos é sobre a
fidelidade.
Quando estávamos no capítulo 24, mostramos
que com respeito aos crentes há dois aspectos: o
aspecto da vigilância e prontidão, e o aspecto da
fidelidade e prudência. Os crentes têm esses dois
aspectos porque têm uma condição dupla. O primeiro
aspecto dessa condição dupla está relacionado com a
vida e o segundo, com o serviço. Nenhum cristão
deve negligenciar esses dois aspectos; antes, devemos
prestar atenção adequadamente a ambos, tornando-
nos adequados em vida e em serviço. Com respeito à
vida, somos virgens; com respeito ao serviço, somos
escravos. Isso significa que na vigilância, somos
virgens. Isso está relacionado com o que somos. Mas
em fidelidade, somos escravos. Isso se relaciona ao
que fazemos.
Embora possamos gostar do termo “virgens”,
podemos não gostar de ouvir que somos escravos.
Não obstante, não somos apenas virgens, mas
também escravos. Para as virgens, o Senhor é o
noivo; mas para os escravos Ele é o Senhor. Assim,
não apenas nós temos uma condição dupla, mas o
Senhor também. Por um lado, Ele é nosso Noivo
amável e, por outro, nosso rigoroso Senhor. Algumas
vezes, Ele é muito agradável conosco, mas outras
vezes Ele nos trata de modo severo.
As virgens precisam de algo interior-o encher
interior do azeite na vasilha. Os escravos, contudo,
precisam de algo exterior-talento espiritual. O encher
do Espírito Santo é interior, mas o talento, o dom
espiritual, é exterior. Como vasos, precisamos do
azeite interiormente, e como escravos, precisamos
dos talentos exteriormente.
O azeite que enche o vaso atinge o fundo do vaso.
É a partir de nosso interior que a renovação de nosso
ser acontece, e é de lá que a transformação se
manifesta. Há uma grande carência desse trabalhar
interior entre os cristãos hoje. Muitos cristãos estão
se esforçando para melhorar sua aparência exterior
afim de aparecer. A religião preocupa-se com a
exibição exterior, mas a graça de Deus pelo encher do
Espírito Santo entra em nós e nos transforma desde o
interior. O azeite interior é muito diferente da
maquilagem exterior. A maquilagem muda nossa
aparência imediatamente. Mas a maneira de Deus é
que bebamos do Espírito e deixemos o Espírito
saturar nosso ser. Então, nossa aparência mudará a
partir do interior. Por exemplo, eu como e bebo bem,
e a comida nutriti va satura meu ser. Isso me dá uma
aparência saudável.
O fato de que precisamos ser renovados no
interior não significa que não precisamos de
atividades exteriores. O que recebeu cinco talentos,
negociou-os diligentemente e ganhou outros cinco.
Isso indica que precisamos tanto da renovação
interior como do serviço exterior, o crescimento
interior e as ações exteriores. Precisamos ser
profundamente impressionados com esse princípio.
Quanto à vida, precisamos serrenovados
interiormente, e quanto ao serviço precisamos ser
muito ativos exteriormente. Algumas vezes chegamos
a ser tão ativos exteriormente que negligenciamos o
renovar interior. Mas, outras vezes, podemos cuidar
tanto da vida interior que não trabalhamos
adequadamente. Ser assim é serum pão que não foi
virado (Os 7:8). De um lado, somos queimados como
carvão e do outro estamos crus. Nenhum dos dois é
bom para comer. Precisamos ser um pão virado. Se
trabalharmos muito, o Senhor nos mandará
descansar. Mas se descansarmos muito, o Senhor nos
mandará trabalhar.
I. O ÚLTIMO DESVENDAR DA
CRUCIFICAÇÃO PARA O CUMPRIMENTO DA
PÁSCOA
Mateus 26:1 e 2 dizem: “E sucedeu que, quando
Jesus concluiu todas essas palavras, disse a Seus
discípulos: Sabeis que daqui a dois dias é a Páscoa; e
o Filho do Homem será entregue para ser
crucificado”. A palavra “E” no começo do versículo 1
une o capítulo 26 aos capítulos 24 e 25, a profecia
concernente aos judeus, aos crentes e aos gentios.
Imediatamente após dar essa profecia do reino, o
Senhor disse a Seus discípulos que em dois dias seria
a Páscoa e que o Filho do Homem seria entregue para
ser crucificado. O significado da palavra do Senhor
aqui é que Sua crucificação é o cumprimento da
Páscoa. Essa Páscoa deveria ser a última. A Páscoa
fora comemorada por mais de quinze séculos. Mas
agora estava para terminar, e, de certo modo, ser
substituída. Ao juntar a Páscoa à crucificação do
Filho do Homem, o Senhor estava mostrando que
Sua crucificação foi o cumprimento da Páscoa e que
Ele mesmo era o Cordeiro pascal.
A Páscoa era um tipo de Cristo (1Co 5:7). Cristo é
o Cordeiro de Deus para que Deus possa passar sobre
nós, os pecadores, como é retratado em tipologia pela
Páscoa em Êxodo 12. Assim, Cristo como o Cordeiro
pascal teve de ser morto no dia da Páscoa para seu
cumprimento.
Conforme a prefiguração, o Cordeiro pascal
tinha de ser examinado durante os quatro dias que
precediam o dia da Páscoa para atestar sua perfeição
(Êx 12:3-6). Antes de Sua crucificação, Cristo foi a
Jerusalém pela última vez, seis dias antes da Páscoa
(Jo 12:1), e foi examinado pelos líderes judeus por
alguns dias (Mt 21:23-22:46). Nenhum defeito foi
encontrado Nele, e Ele provou ser perfeito e
qualificado a ser o Cordeiro pascal para nós.
A. Na Festa da Páscoa
Do versículo 17 ao 30, vemos o guardar da
Páscoa e o estabelecimento da mesa. O versículo 17
diz: “No primeiro dia da festa dos Pães Asmos, os
discípulos aproximaram-se de Jesus, dizendo: Onde
queres que Te façamos os preparativos para comeres
a páscoa?” Os Pães Asmos são uma festa de sete dias
(Lv 23:5-6). Ela é também chamada de Páscoa (Lc
22:1; Mc 14:1). Na verdade, a Páscoa era o primeiro
dia da festa dos Pães Asmos (Êx 12:15-20). A mesa
mencionada no versículo 20 refere-se não à mesa do
Senhor, mas à mesa da festa da Páscoa.
B. Na Hora de Ser Traído
Os versículos 21 a 25 revelam que o Senhor
estabeleceu a mesa na hora de ser traído. O versículo
21 diz: “E, enquanto comiam, disse-lhes: Em verdade
vos digo que um dentre vós Me trairá”. Quando os
discípulos ouviram isso, eles se entristeceram, e
começaram um por um a perguntar: “Porventura,
sou eu, Senhor?” Quando fez essa pergunta, o Senhor
deixou a própria palavra de Judas condená-lo (v. 25).
Depois disso, Judas saiu. Ele não mais suportou ficar
ali. Após Judas ter ido, o Senhor estabeleceu a mesa.
Assim, Judas participou da festa da Páscoa, mas não
teve parte na mesa do Senhor. Depois que o traidor, o
falso crente, foi exposto, o Senhor estabeleceu a mesa
com os onze crentes verdadeiros.
1. Com o Pão
No versículo 26, o Senhor tomou o pão,
abençoou-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo:
“Tomai, comei; isto é o Meu corpo”. O pão da mesa
do Senhor é um símbolo representando o corpo físico
do Senhor, partido por nós na cruz para liberar Sua
vida a fim de que possamos participar dela.
Participando dessa vida, nos tornamos o Corpo
místico de Cristo (1Co 12:27), que também é
representado pelo pão da mesa (1Co 10:17). Assim,
participando desse pão, temos a comunhão do Corpo
de Cristo (1Co 10:16).
Na Páscoa, as pessoas comiam a carne do
Cordeiro pascal. Mas depois da festa da Páscoa, o
Senhor Jesus não tomou a carne do cordeiro, mas Ele
tomou pão e o deu a Seus discípulos para que
comessem. Como mostramos, esse pão significa o
corpo do Senhor para nos nutrir. No entanto, todos
nós temos algum tipo de antecedente religioso que
nos impede de compreender isso. Devido à nossa
religiosidade, temos alguma impressão doutrinária a
respeito da mesa do Senhor. Quando os cristãos se
voltam para a santa ceia hoje, eles não têm a
percepção de que estão tomando o Senhor Jesus para
dentro de si como seu suprimento. Vocês tinham essa
percepção quando estavam na religião? Eu não tinha.
Pelo contrário, era-nos dito que deveríamos
examinar a nós mesmos; não que estávamos
tomando o corpo do Senhor como nosso suprimento.
Mas se alguém se chegar à mesa do Senhor sem
qualquer conceito doutrinário, espontaneamente
perceberá que comer o corpo do Senhor é recebê-Lo
em nós como suprimento.
Muitos pastores e pregadores hoje dizem às
pessoas que se lembrem da morte de Cristo enquanto
participam da santa ceia. Muitos se esforçam para
rever o sofrimento e a morte do Senhor na cruz:
Contudo, o Senhor não nos disse que nos
lembrássemos de Sua morte, mas que nos
lembrássemos Dele, pois Ele disse: “Fazei isto em
memória de Mim” (Lc 22:19). Ele nos disse para
lembrarmos Dele ao comer o pão e beber o cálice.
Essa não é apenas uma lembrança, mas também um
desfrute do Senhor. Participar da mesa do Senhor
desse modo é comer e beber Dele.
Lucas 22:19 diz: “E, tomando um pão, tendo
dado graças, o parti u e deu-lho, dizendo: Isto é o
Meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em
memória de Mim”. De acordo com esse versículo,
devemos comer em memória do Senhor. Assim, a
genuína lembrança não é rever a história da vida do
Senhor, mas comê-Lo, tomá-Lo.
Como símbolo de Seu corpo, o Senhor não usou
um grão de trigo, mas um pão. Um pão significa que
muitos grãos passaram por um longo processo para
se tornar pão. Primeiramente, a semente é plantada
no campo. Então ela cresce e produz muitos grãos,
Depois que o trigo é colhido, os grãos são moídos até
se tornar farinha fina, que é misturada na massa e
assada no forno para fazer pão. Somente então,
temos um pão para comer. Como um grão de trigo
(Jo 12:24), o Senhor Jesus passou por tal processo
até que finalmente se tornou o pão sobre a mesa para
comermos. Todas as vezes que formos à mesa do
Senhor, devemos ter essa percepção. Devemos ser
capazes de dizer: “Senhor, hoje Tu és nosso pão
porque foste processado por nós. Agora Tu és o pão
sobre a mesa para que comamos” o pão sobre a mesa
primeiramente significa o corpo físico do Senhor, que
foi crucificado. Mas após Sua ressurreição, esse corpo
se tornou misterioso, pois foi ampliado até se tornar
Seu Corpo místico. Conforme João, capítulo 2, os
judeus mataram Seu corpo físico, mas Ele foi
ressuscitado de maneira misteriosa para tornar-se
Seu Corpo místico. O Corpo místico do Senhor
compreende todos nós. Por isso, quando vemos o pão
na mesa do Senhor, precisamos perceber que é um
símbolo tanto do corpo físico do Senhor como de Seu
Corpo místico, Por essa razão, quando partimos o
pão e o comemos, temos a comunhão do Corpo do
Senhor (1Co 10:16). Todos os membros do Corpo
místico de Cristo estão representados no pão.
Portanto, à mesa, desfrutamos não apenas o Senhor
Jesus, mas também os crentes. Em outras palavras,
desfrutamos Cristo e a igreja. Tanto Cristo como a
igreja são nosso desfrute.
2. Com o Cálice
O versículo 27 diz: “E tomou um cálice e, tendo
dado graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos”. O
pão é mencionado antes do cálice porque o propósito
eterno de Deus não é a redenção. É ter o Corpo de
Cristo. Por isso, o pão como o símbolo do Corpo de
Cristo vem primeiro. Não obstante, precisamos ser
lembrados de que, como pecadores, temos o
problema do pecado e que o Senhor Jesus derramou
Seu sangue para nos purificar. Seu sangue fez uma
redenção completa por nós para que todos os nossos
pecados pudessem ser perdoados.
O sangue do Senhor nos redimiu de nossa
condição caída de volta a Deus e de volta à bênção
plena de Deus. Com respeito à mesa do Senhor (1Co
10:21), o pão significa nossa participação em vida, e o
cálice, nosso desfrute das bênçãos de Deus. Por isso,
ele é chamado de o cálice da bênção (1Co 10:16).
Nesse cálice, estão todas as bênçãos de Deus e até
mesmo o próprio Deus como nossa porção (Sl 16:5).
Em Adão, nossa porção era o cálice da ira de Deus
(Ap 14:10). Cristo tomou esse cálice por nós (Jo
18:11) e Seu sangue estabeleceu o cálice da salvação
para nós (Sl 116:13), o cálice que transborda (S123:5).
Participando desse cálice, também temos a
comunhão do sangue de Cristo (1Co 10:16).
O versículo 28 diz: “Porque isto é o Meu sangue
da aliança, que é derramado por muitos, para perdão
de pecados”. O fruto da vide (v. 29) nó cálice da mesa
do Senhor é também um símbolo, significando o
sangue do Senhor derramado na cruz por nossos
pecados. Seu sangue foi exigido pela justiça de Deus
para o perdão de nossos pecados (Hb 9:22).
Alguns manuscritos inserem a palavra “nova”
antes da palavra “aliança” no versículo 28. O sangue
do Senhor, tendo satisfeito a justiça de Deus,
promulgou a nova aliança. Nessa nova aliança, Deus
nos dá perdão, vida, salvação e todas as bênçãos
espirituais, celestiais e divinas. Quando essa nova
aliança é dada a nós, ela é um cálice (Lc 22:20), uma
porção para nós. O Senhor derramou o sangue, Deus
estabeleceu a aliança, e nós desfrutamos o cálice, no
qual Deus e tudo o que é Dele são a nossa porção. O
sangue é o preço que Cristo pagou por nós, a aliança
é o título de propriedade que Deus deu a nós, e o
cálice é a porção que recebemos de Deus.
3. Até a Era do Reino
O versículo 29 diz: “Mas digo-vos: De agora em
diante, de nenhum modo beberei deste fruto da
videira, até aquele dia em que o beba, novo, convosco
no reino de Meu Pai”. Ao falar essa palavra, o Senhor
deixou claro que desde a hora em que Ele estabeleceu
a mesa, estaria Ele fisicamente longe dos discípulos e
não beberia o fruto da vi de com eles até que o
bebesse novo com eles no reino do Pai. Essa é a parte
celestial do milênio, a manifestação do reino dos céus,
na qual o Senhor beberá conosco após Sua volta.
B. O Destino de Judas
Do versículo 3 ao 10, vemos o destino de Judas.
Quando jovem, ticava atribulado pelo fato de que este
relato do julgamento de Cristo por Pilatos falasse do
destino de Judas. Não podia ver a relação entre as
duas coisas. Os versículos 1 e 2 falam da entregado
Senhor Jesus a Pilatos pelos líderes religiosos. Então,
o versículo 3 começa com o relato de Judas
enforcando-se. Os versículos 3 e 4 dizem que Judas
“tocado de remorso, devolveu as trinta peças de prata
aos principais sacerdotes e aos anciãos” dizendo
“Pequei, traindo sangue inocente”. Então Judas
atirou as moedas de prata para dentro do templo,
retirou-se e enforcou-se. Os principais sacerdotes
tomaram as moedas de prata e, sabendo que não era
lícito deitá-las no cofre porque era preço de sangue,
compraram com elas um campo para cemitério dos
forasteiros (vs. 6-7). Eles não quiseram receber de
volta o preço de sangue. Na verdade, o que eles
fizeram para o Senhor Jesus foi mais maligno do que
a atitude de Judas. Após nos dar um relato de tudo
isso, no versículo 11 Mateus volta ao registro do
julgamento de Cristo por Pilatos.
É muito significativo que Mateus tenha inserido
o relato do destino de Judas no trecho que fala sobre
o julgamento de Cristo por Pilatos. O relato de Judas
testifica a justiça. Até mesmo o traidor do Senhor
Jesus por fim percebeu que Ele era justo e que o que
tinha feito a Ele fora totalmente injusto. Numa
tentativa de ser justo, ele jogou fora as trinta moedas
de prata, pois sua consciência não permitiu conservá-
las. Isso é justiça. Quando Judas devolveu o dinheiro,
os líderes religiosos pareciam dizer: “Não é lícito
deitá-las no tesouro do templo, visto que é preço de
sangue. E, tendo deliberado em conselho,
compraram com elas o campo do oleiro, para
sepultura de forasteiros”. Isso mostra que até os
líderes religiosos tinham uma justiça formal. Assim,
o conceito aqui era o de justiça.
O reino dos céus é edificado sobre justiça. Em
5:10, o Senhor disse: “Bem-aventurados os que são
perseguidos por causa da justiça, porque deles é o
reino dos céus” e em 5:20, Ele disse: “Porque vos
digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas
e fariseus, de modo algum entrareis no reino dos
céus”. Em 6:3 3, o Senhor disse para buscar primeiro
o reino e a justiça de Deus. Esses versículos revelam
que a justiça está relacionada ao reino e o reino é
edificado sobre justiça. Precisamos ter clareza quanto
a isso se vamos entrar nas profundezas do capítulo 27.
Na época em que Cristo foi crucificado, os judeus
não tinham o direito legal de julgá-Lo nem de
sentenciá-Lo. Embora pudessem vigiar o Senhor
Jesus quanto a determinadas coisas, não tinham a
posição governamental para julgar alguém. Eram
simplesmente um grupo religioso e o governo não
estava sob seu controle. Por isso, o sinédrio judaico
não tinha autoridade governamental e não podia
pronunciar julgamento sobre justiça ou injustiça,
probidade ou improbidade. Ele só podia expressar a
opinião religiosa. Assim, o verdadeiro julgamento de
Jesus não aconteceu no capítulo 26, mas no capítulo
27.
C. Levado ao Gólgota
Os versículos 33 a 44 revelam como o Senhor foi
escarnecido e morto pelos homens. O versículo 33
diz: “E, chegando a um lugar chamado Gólgota, que é
chamado Lugar da Caveira”. Gólgota é um nome
hebraico (Jo 19:17) que significa caveira (Mc 15:22).
Sua equivalência no latim é Calvária, aportuguesado
para Calvário (Lc 23:33). Não significa um lugar de
crânios de mortos, mas simplesmente caveira.
E. Crucificado
O versículo 35 diz: “Depois de O crucificarem,
repartiram entre si as Suas vestes, lançando a sorte”.
O Senhor sofreu ao extremo a violação dos pecadores,
cumprindo o Salmo 22:18. Isso também desmascarou
as trevas da política romana.
F. Intitulado Rei dos Judeus como uma
Acusação
Embora os líderes judeus rejeitassem ao Senhor
Jesus como Rei, foi pe1a soberania de Deus que eles
colocaram sobre Sua cabeça como acusado a
inscrição “O REI DOS JUDEUS” (v. 37).
H. Blasfemado e Escarnecido
Os versículos 39 e40 dizem: “Os que iam
passando blasfemavam Dele, meneando a cabeça e
dizendo: Tu que destróis o templo e em três dias o
reedificas, salva-Te a Ti mesmo! Se és Filho de Deus,
desce da cruz!” Isso foi a repetição da tentação do
diabo no deserto. Os principais sacerdotes, escribas e
anciãos também O escarneceram dizendo: “Salvou a
outros, a Si mesmo não pode salvar-Se. É Rei de
Israel! desça agora da cruz, e creremos Nele” (v. 4 2).
Se ti vesse Salvado a Si mesmo, Ele não poderia ter-
nos salvado.
C. Entregou o Espírito
O versículo 50 diz: “E Jesus, clamando outra vez
em alta voz, entregou o espírito”. Isso foi o entregar
de Seu espírito (Jo 19:30), indicando que o Senhor
voluntariamente abandonou a vida (Mc 15:37; Lc
23:46). O Senhor Jesus não foi morto, mas
voluntariamente entregou a vida. Ele deu Sua vida
por nós e morreu.
A INJUSTIÇA DO HOMEM
Como enfatizamos na mensagem anterior, o
Senhor Jesus esteve na cruz por seis horas. Nas
primeiras três horas, Ele foi tratado pelo homem, e
nas últimas três horas, Ele foi tratado por Deus. Tudo
o que o homem fez ao Senhor Jesus no capítulo 27 foi
injusto. Não apenas Pilatos foi injusto para com o
Senhor Jesus, mas os líderes judeus. também. Eles
prenderam Cristo de maneira injusta e também O
julgaram e O amarraram de modo injusto. Tudo o
que os líderes judeus fizeram ao Senhor Jesus foi
injusto. Judas, naturalmente, também foi injusto ao
trair o Senhor Jesus. Os soldados romanos também
O trataram injustamente. Seu escarnecer, cuspir e
bater foram injustos. Além disso, eles injustamente
forçaram Simão, o cireneu, a levar a cruz do Senhor.
Assim, do lado humano, nada houve de justo.
A VITÓRIA DO REI
Nesta mensagem, chegamos à vitória do Rei
relatada em 28:1-20. Comparado aos capítulos 26 e
27, o capítulo 28 é curto e simples. Quando estamos
em ressurreição, tudo é simples.
I. RESSUSCITADO
A ressurreição de Cristo foi uma questão da
justiça de Deus. Você já considerou a ressurreição de
Cristo deste ângulo? Deus foi justo em vir julgar
Cristo como nosso substituto na cruz. Esse
julgamento de Cristo na cruz foi correto e justo. Ao
ser julgado por Deus, Cristo cumpriu todas as
exigências da justiça de Deus. Ele carregou nossos
pecados na cruz para satisfazer inteiramente as justas
exigências de Deus. Assim, pela morte de Cristo na
cruz, a justiça de Deus foi inteiramente satisfeita. Em
outras palavras, o Deus justo foi judicialmente
satisfeito com a morte de Cristo na cruz. Por isso,
Cristo foi sepultado num sepulcro novo que pertencia
a um homem rico. Isso mostra que imediatamente
após a morte judicial de Cristo e imediatamente após
a satisfação das justas exigências de Deus, Cristo
descansou conforme o cumprimento da profecia das
Escrituras.
Após Cristo ser sepultado, Deus ficou
comprometido em Sua justiça a livrar Cristo de entre
os mortos. Poucos cristãos percebem isso. A maioria
pensa que a ressurreição de Cristo foi somente uma
questão do poder Divino da vida de Deus. Poucos
percebem que a ressurreição de Cristo não foi
somente uma questão de poder, mas também uma
questão de justiça. Se não ti vesse ressuscitado Cristo
após Sua morte na cruz para satisfazer todas as
exigências da justiça de Deus, Deus não teria sido
justo. Foi justo para Deus libertar Cristo da morte.
De acordo com Sua justiça, Deus teve de julgar Cristo
na cruz porque Cristo estava carregando toda nossa
injustiça. Mas após Deus ter julgado Cristo por
completo, a justiça de Deus o obrigou a livrar Cristo
da morte e a ressuscitá-Lo dentre os mortos.
No. Evangelho de João, há o conceito de que
Cristo ressuscitou pelo poder de uma vida eterna.
Mas esse não é o conceito da ressurreição de Cristo
no Evangelho de Mateus. O conceito em Mateus
referente à ressurreição de Cristo é que ela está
relacionada com a justiça de Deus. João é um livro
que fala de vida, e vida é questão de poder. Mas
Mateus é um livro que fala do reino, e o reino é
questão de justiça. Por isso, de acordo com Mateus,
para Cristo ser ressuscitado dentre os mortos era
preciso que Deus O livrasse conforme Sua justiça.
Assim, Cristo foi tanto julgado e morto com justiça
como ressuscitado dentre os mortos com justiça.
Por fim, Cristo se tornou não apenas o Rei
poderoso, mas também o Rei justo. Se ler as
profecias concernentes ao reinar de Cristo, você verá
que Seu reinar não está tão relacionado com o poder,
mas intimamente relacionado com a justiça e ao
direito. Reinar não é questão de poder; é questão de
direito. O Rei Salvador celestial foi julgado com
justiça por Deus na cruz, e Ele foi com justiça
ressuscitado dentre os mortos por Ele para tornar-se
o Rei justo. Ele é totalmente justo. Ele é o Rei justo
para o reino do Deus justo.
Precisamos ter esse conceito ao ler Mateus 28.
Nesse capítulo, não podemos achar uma alusão de
que a ressurreição de Cristo esteja relacionada com
poder. No entanto, se lermos cuidadosamente,
podemos descobrir que está relacionada com a
justiça. Talvez vocês estejam querendo saber porque
nesse capítulo, um capítulo concernente à
ressurreição de Cristo, Mateus inclua o relato do
suborno aos soldados romanos (vs. 1115). Isso é
mencionado com o propósito de expor a injustiça
humana. O oposto de injustiça não é poder, mas
justiça. Por causa de Sua justiça, Deus foi obrigado a
ressuscitar Cristo dentre os mortos. Por isso, a
ressurreição de Cristo foi de acordo com a justiça de
Deus. Essa foi a razão de Mateus ter inserido o relato
histórico do suborno aos soldados. Nenhum outro
Evangelho menciona isso. Mateus o inclui para
mostrar que a ressurreição de Cristo está relacionada
com a justiça de Deus, que é oposta à injustiça
humana. Novamente, digo que é difícil encontrar no
capítulo 28 qualquer alusão que relacione a
ressurreição de Cristo a poder ou a vida.
Neste ponto, precisamos considerar Romanos
4:25. Este versículo diz: “O qual foi entregue por
causa das nossas transgressões e ressuscitou por
causa da nossa justificação”. Esse versículo une
ressurreição à justiça. A Bíblia faz da ressurreição
não somente uma questão de poder, mas também
uma questão de justiça. Não apenas foi a justiça de
Deus manifestada ao ressuscitar Cristo dentre os
mortos, mas nós fomos justificados por causa da
ressurreição de Cristo. Por isso, a ressurreição de
Cristo é uma prova tanto da justiça de Deus como da
nossa justificação. Aleluia! na ressurreição de Cristo
Deus é Deus justo e nós, o povo justificado!
Vimos que a ressurreição está muito relacionada
com a justiça de Deus. O reino dos céus é edificado e
estabelecido sobre a justiça de Deus, que obrigou
Deus a ressuscitar o justo Redentor e nos fez justos.
Assim, a ressurreição de Cristo é uma esfera de
justiça. Na esfera da ressurreição de Cristo, Deus é o
Deus justo, e nós somos o povo justificado de Deus.
Nela temos o reino.
Muitos cristãos hoje conhecem apenas o reino de
amor ou o reino da graça. Em outras palavras, estão
familiarizados somente com o reino do amor e da
graça. Não têm o entendimento da esfera da justiça
de Deus. Mas a justiça de Deus, não Seu amor ou
graça, é o fundamento do reino de Deus. O reino dos
céus é edificado não sobre o amor ou a graça de Deus,
mas sobre Sua justiça. Quão preciosa, necessária e
vital é a justiça de Deus! Ela é absolutamente
necessária para a vida do reino. Se percebermos isso,
as igrejas na restauração do Senhor serão
grandemente fortalecidas. Aleluia! nosso Salvador
real ressuscitou pela justiça de Deus!
II. REINANDO