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LITERATURA INFANTIL COMO FACILITADORA DA APRENDIZAGEM


NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Cleicy Anne Bertholi Rabelo1


Maria Adelaide Maio Rodrigues2

RESUMO

Aborda-se nesta pesquisa, o tema Literatura Infantil como facilitadora da


aprendizagem no desenvolvimento infantil. Tem-se como objetivo refletir sobre as
estratégias utilizadas na instituição educacional com a literatura infantil, procurando
oferecer subsídios aos professores no trabalho com a mesma. A Literatura Infantil é
um universo que encanta a criança, esta interação com os contos infantis é uma
das possibilidades de construir o hábito pela leitura. Justifica-se a pesquisa deste
tema ao fato de não termos hábitos de leitura, pois a mesma sempre sendo como
uma obrigação e não como ato de prazer. Para tanto, usou-se de metodologia
científica com métodos adequados, sendo uma abordagem dedutiva, recorrendo-se
a uma abordagem qualitativa e bibliográfica. Por fim, teve-se como resultados mais
expressivos, que a Literatura Infantil contribuiu para um melhor desenvolvimento da
área cognitiva, motora e afetiva da criança. Cabe ao professor organizar o espaço
,de modo que, o trabalho com a Literatura Infantil, interfira diretamente no
desenvolvimento e aprendizagem da criança, propiciando as interações sociais um
com o outro, com os objetos e com o conhecimento.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura Infantil. Organização do espaço. Desenvolvimento


da aprendizagem

1. INTRODUÇÃO

A literatura infantil é um recurso indispensável para o desenvolvimento da


criança, pois as histórias possibilitam que entrem em contato com outros universos
e, assim, conheçam melhor os outros e a si próprios, propiciando um contato com
outras realidades, culturas, experiências e visões de mundo, ajudando-as a
compreender os conflitos internos pelas quais possam estar passando e, além de
1
Aluna concluinte do curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estácio de Sá
2
Professora orientadora do curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estácio de Sá
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tudo, a porta de entrada para o mundo das letras e dos livros. É um dos
instrumentos básico para viajar através dos horizontes, aumentando o
conhecimento, a imaginação e desenvolvendo o senso crítico e criativo, mantendo
as pessoas informadas e atualizadas.
No âmbito institucional pode-se destacar a biblioteca, um caminho da leitura
como um espaço importante para a aprendizagem da criança; o qual não vem sendo
utilizado de forma adequada. Salientamos que os professores precisam observar
seu papel no desenvolvimento à prática da leitura e alfabetização como mediação
fundamental para aprendizagem. Para mudar esta situação precisa-se provocar,
junto às crianças, “prazer” pela literatura, sendo necessário que, os textos ou livros a
serem trabalhados tenham significação. É de fundamental importância que os
professores reflitam sobre sua prática pedagógica, contribuindo para que a criança,
desde a Educação Infantil, seja um ser ativo capaz de agir, interagir e transformar,
proporcionando a ela o contato com o lúdico e a criação.
A literatura infantil, no contexto infantil, deve ser encarada como uma
brincadeira e não como aprendizado escolar. Numerosas experiências indicam que a
partir dos dez meses de idade um bebê manipula e fica cativado com um livro e suas
figuras. Cedo, mesmo sem saber ler, as crianças acompanham os olhos do narrador
e se iniciam num mundo novo e infinito: o mundo de fantasia.
Assim sendo, este estudo buscou na pesquisa exploratória, refletir sobre as
estratégias utilizadas na instituição educacional com a literatura infantil, procurando
oferecer subsídios aos professores no trabalho com a mesma.

2. A LITERATURA INFANTIL: CONTEXTO HISTÓRICO E SEU PAPEL


NO APRENDIZADO INFANTIL

No Brasil a Literatura Infantil é expressa num âmbito trabalho e muitas vezes


é ignorado. Por um longo tempo permaneceu distante do interesse da sociedade,
que sufocou a voz da criança e de todos objetos culturais referentes a seu meio a
suas maneiras de expressão.
No final do século XVII e durante o século XVIII foram criados os primeiros
livros infantis, escritos por professores e pedagogos com finalidade educativa.
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Alguns livros infantis ainda transmitem a visão ideológica dos adultos, ou seja,
perpetuação da dominação infantil pelo mundo adulto.
Em relação à Literatura tem-se que:

A Literatura na vida escolar tem como objetivo fundamental à formação do


leitor e deve, , para isso, criar entre os alunos e obras literárias uma atitude
de intimidade, de curiosidade pelos livros, de interesse pela descoberta, de
valorização e de encantamento como leitor e como produtor de textos. Essa
relação será construída através de práticas que privilegiem a leitura de
obras na sala de aula e as conversas informais sobre as mesmas, em
pequenos ou grandes grupos, onde haja espaço para se falar
desinteressadamente sobre as leituras como se fala sobre um
acontecimento que nos deu prazer. Onde se levante discussões, debates,
palestras, júris, outras leituras, audição de música ou sessões de vídeos e
de filmes de interesse do grupo. Onde haja lugar para recomendação de
leituras, indicações feitas pelos alunos, arrazoadas pelo parecer deles.
Pequenos textos produzidos por eles, comentários espontâneos sobre
obras lidas ou súmulas e obras com apreciação, poderão formar painéis e
livros disponíveis na biblioteca da escola, úteis na indicação de leitura para
outros alunos (SANTA CATARINA, 1998, p.49).

Deve-se ter clareza, que por intermédio do uso da Literatura Infantil a criança
obtém de maneira mais interessante a aprendizagem da leitura, já que esta auxiliará
em sua formação de leitor, contribuindo para o reconhecimento da necessidade de
adquirir o gosto de ler. Encontrando na leitura a oportunidade de prazer e de lazer, a
criança se encanta pelos livros e cada vez mais se interessa por esta atividade.
Dessa forma tornasse-a um leitor criador, recriador, crítico e contestador,
desenvolvendo suas potencialidades para descobrir novas habilidades, que a
subsidiará ater uma visão ampla e dinâmica da realidade.
As instituições de ensino devem acompanhar a evolução mundial e também
conservar a tradição da Literatura Infantil, mostrando a diferença entre as duas
visões, pois se sabe que em muitas unidades escolares a maioria dos livros
possuem uma visão conservadora sendo pouquíssimos os livros que têm uma visão
renovadora. A escola também deve estimular o hábito como atividade fundamental
na formação do aluno leitor.
Segundo Cagliari (2010, p.176), “o ser humano precisa conservar consigo, ter
seu momento de solidão e a leitura é uma grande auxiliar da reflexão, da meditação,
do voltar-se para dentro de si”.
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A palavra literatura vem do latim arte de escrever, a ciência das belas letras.
É interessante esclarecer que a literatura não compreende somente a escrita, pois
sua forma de expressão a torna independente as escrita, também a caracteriza
como fenômeno literário.
Assim diz Meireles (apud FLECK, MAFRA e OLIVEIRA, 2004, p.35)

A literatura precede o alfabeto. Os iletrados possuem a sua literatura. Os


povos primitivos, ou quaisquer agrupamentos humanos alheios ainda as
disciplinas de ler e escrever, nem por isso deixam de compor seus cânticos,
suas lendas, suas histórias; vasta herança dos tempos mais remotos, de
memória e de boca em boca.

É necessário lembrar que as fronteiras da literatura são sempre imprecisas,


pois a mesma permeia as artes em geral e está permeada por elas. É importante
essa relação entre literatura e as outras artes, pois nos mostra uma postura e um
envolvimento mais aberto com a literatura infantil no seu encaminhamento
metodológico.
A Literatura Infantil, desde seu surgimento, tem atuação sobre o pensamento
do leitor, dando oportunidade de ampliar, transformar a vida através de sua própria
experiência. Ela, portanto é antes de tudo “literatura”, arte, emoção, sentimentos que
representam o homem, a vida através das palavras, independentemente de sua
característica gráfica, essa mistura de imaginação e realidade agrada tanto as
crianças quanto os adultos. No movimento dialético da sociedade a literatura infantil
tem uma tarefa fundamental a cumprir: a de servir como agente de transformação de
novas mentalidades.
Segundo Coelho (2011) a literatura foi e é um dos principais veículos que
transmitiram e vem transmitindo a cultura de geração em geração.

2.1. LITERATURA INFANTIL, NA FORMAÇÃO DE LEITORES

Foram as modificações ocorridas na dissolução da hierarquia feudal,


acontecidas na idade moderna, que possibilitaram a elevação da escola e do gênero
literário dirigido à infância. Foi com a decadência do sistema feudal o rompimento
com a estrutura familiar baseada nas relações mais amplas de parentesco, como os
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elos de sangue, favores, dúvidas ou compadrio, que emergiu uma nova noção de
família num núcleo unicelular, que se preocupava em manter a privacidade e
estimular a afetividade entre seus próprios membros familiares. surgia então uma
concepção de infância que considerava essa faixa etária diferente, porque possuía
interesses próprios e necessidade de uma formação específica.
Antes disso, desconsiderava-se a existência de infância. A criança era
tratada como um adulto em miniatura, a infância não era compreendida como um
tempo diferente e nem o mundo da criança era visto como um espaço diferente.
Com a nova valorização da infância a criança passou a ser tratada como um
indivíduo especial e dependente, precisando, assim, de cuidados da família, dos
mais velhos e da escola para ingressar na vida adulta de maneira saudável e
madura.
A infância, ao ser idealizada como tal, considera a criança apenas no sentido
biológico do desenvolvimento humano. A ideia de que a infância é natural para todas
as crianças é equivocada, pois esse direito de ser criança não é privilégio de todos.
O que distingue uma criança da outra é sua condição econômica, social e cultural.
É contraditória essa concepção de infância criada pelo adulto, pois ignora as
circunstâncias presentes na vida infantil, levando a criança a ser guiada segundo os
valores dominantes dos adultos.

Se a imagem da criança é contraditória, é precisamente porque o adulto e a


sociedade nela projetam, ao mesmo tempo, suas aspirações e repulsas. A
imagem da criança é, assim, o reflexo do que o adulto e a sociedade
pensam de si mesmos. Mas, este reflexo não é ilusão; tende, ao contrário, a
tornar-se realidade. Com efeito, a representação da criança, assim
elaborada, transforma-se, pouco a pouco, em realidade da criança. Esta
dirige certas exigências ao adulto e à sociedade, em função de suas
necessidades essenciais. O adulto e a sociedade respondem de certa
maneira a essas exigências: valorizam-nas, aceitam-nas, recusam-nas e as
condenam. Assim, reenviam à criança uma imagem de si mesma, do que
ela é ou do que deve ser a criança. Define-se, assim, ela própria, com
referência ao adulto e a sociedade esperam dela [...] (2009, p.108 -109).

Se por um lado a nova valorização gerou mais união familiar, por outro, ela
também propiciou controle do desenvolvimento intelectual e das emoções da
criança. Para cumprir essa missão são convocadas a escola e a literatura infantil.
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Para resgatar a dimensão lúdica e prazerosa da Literatura Infantil, é


necessário que os cursos de formação preparem os professores para
desempenharem tal missão, possibilitando-lhe conhecer e vivenciar literários
prazerosos.
Segundo Frantz (2007) fazer uso da Literatura Infantil na prática pedagógica
não se restringe apenas a levar seus alunos à biblioteca uma vez por semana. É
preciso também criar na própria sala de aula um tempo, junto ao fazer pedagógico,
em que sejam propostas atividades lúdico-artísticas afinadas com o texto literário
infantil. É nessa faixa etária que a criança vive a fase do pensamento lúdico e do
pensamento mágico.
Brincar, fantasiar, questionar são peculiaridades da criança e essa é a forma
pela qual ela conhece e explora sua realidade para construir conhecimentos.
Destinar tempo à literatura infantil, em sala de aula, é demonstrar aos alunos que
essa é uma atividade importante e fundamental e, que merece também ocupar
espaço “nobre”.
Quanto ao que fazer depois da leitura, o professor não deve se preocupar
com isso, porque uma leitura tem valor por si só. a leitura é uma fonte de
conhecimentos, pois através dela podemos obter lugares e saberes diferentes.
É muito importante para a formação da criança ouvirem histórias, escutá-las
é o começo da aprendizagem para ser um bom leitor e ser leitor é possuir um
caminho infinitivo de descobertas e de compreensão do mundo.
Geralmente, o primeiro contato que a criança tem com as histórias é através
da língua oral: a mãe, a avó ou a professora lhe conta alguma história. Ler histórias
para as crianças é poder rir com as situações vividas pelos personagens.
É também desenvolver a imaginação, a curiosidade, é encontrar formas de
solucionar questões e problemas (como os personagens fazem), é uma
possibilidade de descobrir o mundo imerso dos conflitos e dos impasses que se vive.

2.2. O PROFESSOR COMO MEDIADOR EM RELAÇÃO À LITERATURA INFANTIL

A literatura é um dos recursos que deve ser usado como um dos mais
interessantes meios para o conhecimento das crianças e enriquecimento do seu
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vocabulário, tendo como função despertar nas crianças o gosto pela leitura, de
forma prazerosa desenvolvendo nas mesmas a capacidade de sonhar, imaginar e
fantasiar. A história tem alegrias, tristezas, paixões, decepções pode estar escrita em
forma de aventura, trazendo um desafio ou uma missão para o personagem
principal.

É através de uma história que se pode descobrir outros lugares, outros


tempos, outros jeitos de agir e de ser, outras regras, outra ética, outra
ótica... é ficar sabendo história, filosofia, direito, política, sociologia,
antropologia, etc. sem precisar saber o nome disso e muito menos achar
que tem cara de aula (ABRAMOVICH, 2009, p.17).

Pode-se também narrar a transformação da vida desse personagem que


passa de sapo a príncipe, de pobre a rico ou de infeliz a muito feliz. É assim,
misturando fantasias e significados que são os contos. Assim esse processo irá
oportunizá-lo a uma relação significativa entre ela e o livro, e também ampliar o seu
conhecimento ao entrar em contato com diferentes tipos de textos.
“Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas,
muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor e ter um
caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo”
(ABRAMOVICH, 2009, p.16).
Sendo assim, quanto mais cedo histórias orais e escritas entrarem na vida da
criança, maiores as chances de ela gostar de ler. Os contos de fadas, as narrativas
estão centradas nos poderes mágicos das fadas, dos magos ou seres adotados de
poderes sobrenaturais.
O mundo que a criança representa não é totalmente o mundo que ela vê, mas
simultaneamente o mundo que ela fantasia.
Um personagem pode ser uma metáfora, a criança pode experimentar
através dele e de suas características, uma ideia, um sentimento que pode ser para
ela conhecida ou desconhecida. Por exemplo: um personagem cruel, como a bruxa
da história João e Maria, pode ser a representação de um desejo que ela já conhece
ou experimentou. Quando contar uma história para as crianças, o principal vínculo
entre quem conta e aquelas que ouvem é o som da palavra falada.
“O conto de fada é uma obra de arte [...] que como espelho, oculta, mostra
em suas profundidades, uma ciência milenar. Os contos de fadas lidos com a
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sabedoria popular, a essência das condições humana é importante [...] até hoje”
(BARBOSA, 2007, p.78).
Os contos de fadas apresentam sempre um mundo de fantasia, às vezes
distante da realidade das crianças, outras bem próximo, mas que alimentam seus
sonhos e, por isso, fazem tanto sucesso.
Segundo Abramovich (2007), criança fica tão envolvida com a história que
nos pede para repetir, uma, duas, três vezes, quantas ela achar necessário. E
O interesse, nesses casos, é que a criança possa se identificar com o
personagem, transferir suas inquietações para aqueles vividos na história, e, por
isso, pede para repeti-la. Quando o problema estiver resolvido, ela simplesmente na
pedirá mais esse conto. E, os educadores, possuem a difícil tarefa de ajudá-la a
encontrar significados na vida.
A Literatura Infantil fazendo parte deste contexto escolar abrirá novos
caminhos para a busca de conhecimentos, onde os alunos sintam-se motivados e
interessados indo em busca de leitura para a sua própria formação e conhecimento
de mundo.
A Literatura infantil tem como função, alegrar, divertir e emocionar o espírito
das crianças, sendo assim é preciso oferecer oportunidades de ouvir e contar
histórias tornando-as convidativas e prazerosas.
E neste sentido que a literatura infantil desempenha um papel importante: o
de conduzir as crianças tanto para aprendizagem quanto para o prazer de estar
lendo. A importância de se contar histórias para crianças, reside no fato de que
escuta-las é o início da aprendizagem para ser um leitor.

Os contos de fadas são ímpares, não só como uma obra de arte inteligente
e compreensível para as crianças, como nenhuma outra forma é. Como
sucede com toda grande arte, o significado mais profundo do conto de fadas
será diferente para cada pessoa, é diferente para a mesma pessoa em
vários momentos de sua vida. A criança extrairá significados do mesmo
conto de fadas, dependendo dos seus interesses e necessidades do
momento. Tendo oportunidade voltará ao mesmo conto quando estiver
pronta para ampliar os velhos significados ou substituí-los por novos
(BENTELHEIN, 2006, p.56).

Os contos infantis sempre despertam o imaginário infantil, o contato e o


manuseio dos livros facilitam a construção da formação leitora de uma criança e
quanto mais cedo esse contato for estabelecido, melhor. A leitura surge como uma
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porta aberta ao mundo exterior, pois, por meio das histórias, as crianças descobrem
lugares, conhecem personagens e abrem espaço para desenvolver a imaginação.
Todos os estímulos e contatos serão fundamentais, pois a criança estimulada
consegue dar significados. Já para um adulto desenvolver competências leitoras, é
necessário que leia muito e que adquira critérios de escolha de livros, e isso só é
possível se ele, quando criança vivenciar práticas de comportamento leitor. Por isso
ao ler para uma criança, contribui para o desenvolvimento do seu pensamento, do
seu raciocínio de uma linguagem verbal.
Os bebês podem não entender a história inteira, mas sua interação
possibilitará a indicação de personagens, o bater palmas diante de uma parte da
história pela qual a contadora demonstre alegria ou diante das imagens.

[...] o ato de ler é incompleto sem o ato de escrever. Um não pode existir
sem o outro. Ler e escrever não apenas palavras, mas ler e escrever a vida,
a história. Numa sociedade de privilegiados, a leitura e a escrita são um
privilégio. Ensinar o trabalhador apenas a escrever o seu nome ou assina-lo
na Carteira Profissional, ensina-lo a ler alguns letreiros na fábrica como
‘perigo’, ‘atenção’, ‘cuidado’, para que não provoque algum acidente e
ponha em risco o capital do patrão, não é suficiente (GADOTTI, 2012, p.17).

A autora enumera alguns pressupostos para a introdução das crianças no


mundo da literatura, como a importância de ter um ambiente cultural na qual o livro,
esteja presente. A leitura e a escrita são, portanto, construídas ao longo da vida, com
respeito à individualidade, incentivo à narração pessoal, desejo de ser lido ou
ouvido.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A literatura pode ser uma verdadeira viagem em qualquer idade. A literatura é


uma arte independente de idade ou faixa etária, uma grande obra literária infantil ou
juvenil, encanta leitores de qualquer idade.
A literatura infantil apresenta um discurso fértil, carregado de figuras de
linguagens e de pensamentos de diferentes recursos estilísticos, de marcações
temporais e espaciais.
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Enfatizar a leitura infantil pressupõe mergulhar no sonho das crianças,


permitindo trocas e interação das mesmas, como também realizar atividade que fuja
da rotina, do padrão, fazendo a crianças pensar, criar e descobrir o mundo fantástico
que a cerca.
A literatura infantil tem por objetivo despertar nas crianças o interesse pela
leitura, tendo o poder de envolver, cativar, estimular, deixando-a curiosa, dando a ela
informação para que possa construir de forma prazerosa seus próprios
conhecimentos.
A literatura infantil tem o poder de fazer a criança viajar no mundo da fantasia.
É um instrumento capaz de ensinar de forma prazerosa formando cidadão crítico,
capaz de transformar o mundo à sua volta.
Para que haja uma familiaridade entre aluno e o livro deve haver um convívio
que extrapole os limites da sala e da própria educação infantil.
Por isso, nada mais adequado que, na própria casa, desde os primeiros anos
de vida, a criança tenha ao seu alcance os mais variados tipos de livros infantis e
outros, os quais deveriam ficar ao seu inteiro dispor para serem manipulados à
vontade, assim à medida que a criança fosse crescendo, cresceria também a
familiaridade com os livros e consequentemente o gosto pela leitura.
A prática da leitura é de extrema importância na vida de todos. ser leitor é
participar de uma forma crítica e enriquecedora de um mundo mais humano.
O fato de que as instituições escolares ou os professores dispõem de
poucos recursos para esse bom desenvolver, não deve ser a causa de não se
proporcionar à criança momentos de magia e sonho, basta usar a criatividade,
construir coisas maravilhosas e com bastante significado.
Por meio da história, o professor pode ampliar, com seus alunos, muitos
caminhos e, a partir de um momento de prazer, pode-se propor inúmeras atividades
como dramatizações, músicas, oficinas de brinquedos, culinárias, dinâmicas,
passeios, desenhos, brincadeiras etc. A literatura bem trabalhada contribui para que
os ouvintes participem ativamente da história e se sintam personagens, mas para
isso é fundamental proporcionar espaço, seja na família ou na escola para que esse
contato aconteça.
A literatura desempenha um papel fundamental na vida da criança. isto é,
quando é utilizada como objetivo real e não algo fictício, que aparece apenas na
teoria. A criança se desenvolve muito mais com algo significativo que ela esteja
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aprendendo, e isso acontece como um passe de mágica, sem se tornar cansativo


para professor e aluno. Então o livro de literatura continua sendo o ponto de partida,
abrindo para outras formas de leitura que fazem parte da vida do aluno.
Através da literatura os leitores fazem muitas viagens. Viagens para dentro e
para fora de si, até onde a imaginação possa levar, admiram, procuram, folheiam,
descobrem, navegam. Imaginam que estão viajando, com muitos livros, para um
lugar bem diferente, que não sabem onde, nem quanto tempo vão levar para chegar,
mas o mais importante é vivenciar cada momento dessa viagem e dela tirar proveito
e sabedoria.
No entanto, é importante termos presente que o êxito do trabalho com a
literatura infantil vem do estudo teórico e a outra metade, vem da nossa capacidade
de nos relacionarmos afetivamente e eticamente com nossas crianças, respeitando-
as em suas necessidades, experiências e respostas.
O uso da Literatura Infantil, na sala de aula, pode trazer luz à questões
difíceis vividas por esses jovens leitores que, muitas vezes, não se abrem facilmente
ao diálogo.
A prática da leitura coloca-se como meio de aproximação entre o indivíduo e
a produção cultural. É aí que ocorre, então, a possibilidade de concreto acesso ao
conhecimento e ascensão crítica do cidadão.
Para tanto, é necessário criar o hábito de ler desde a infância, pois a
comunicação pela linguagem escrita assume importância cada vez maior, dado o
aumento dos conhecimentos e das descobertas humanas e, também, a uma
organização social mais complexa, o que torna esse tipo de comunicação um meio
de transmissão de ideias, emoções pessoais, avisos, instruções, ordens, princípios,
normas de procedimento, observações feitas, experiências vividas e descobertas
realizadas.
Dessa forma, a leitura é capaz de ensinar a observar, a investigar e a
experimentar; é capaz, ainda, de dirigir o pensamento, no processo de raciocínio, no
sentido de formar hábitos de análise e reflexão e é capaz, por fim, de estimular a
curiosidade e a imaginação do leitor, despertando-lhe, assim, a iniciativa e a
criatividade.
Neste contexto pode-se concluir que ato de ler já constitui um bom exercício
para a memória, o que ocorre quando se estabelece uma ligação entre os novos
conhecimentos e os já existentes.
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Tal acontecimento promove uma intensa troca de informações entre os


neurônios, contribuindo, assim, para a construção das lembranças. Sendo assim, o
que se objetiva, com este trabalho monográfico, é afirmar e constatar que o hábito
de leitura é de extrema importância no processo de aquisição conhecimentos pelo
educando.
Infere-se que, o trabalho realizado não responde todas as questões, levando-
se em conta que qualquer pesquisa é um processo ativo e constante de
transformação, pois sempre surgem novas descobertas, portanto, impossível de se
obter resultados definitivos.
Por outro lado, serviu de aprofundamento no assunto, de modo que
despertou desejo de continuá-la, a fim de confirmar e complementar o que se tornou
claro: que a leitura pode ser considerada como algo vital para a comunicação entre
os seres; que ler compreende ver o mundo não só pelos livros, mas que estes são
objetos essenciais para essa compreensão, pois é através deles que podemos ter
informação e formar profissionais. Além de conhecer realidades e culturas distintas
da nossa, o que sem eles isso seria inviável.
A criança pequena, em contato com livros de imagens simples, de fácil leitura
visual, ao ouvir histórias contadas pelos adultos, nomeia objetos de conhecimentos
cotidianos e assim vai abrangendo sua linguagem. Em outras palavras, a criança
descobre a imagem graças à experiência que tem do mundo e do reconhecimento
que faz desse na imagem representada.
Os livros em primeiro momento apresentarão imagens de forma isolada. A
criança reconhece os objetos familiares e este reconhecimento já supõe uma
relação entre a realidade e a representação gráfica, permitindo, assim, à criança
formar conceitos, fazer suposições e elaborar uma primeira associação entre a
perspectiva visual e a palavra.
A escola é um espaço socializador que deve permitir ao indivíduo a busca
constante pela transformação junto à sociedade. Isso já deve ser desenvolvido
desde bem cedo para que o aluno possa se sentir um agente de mudanças dentro
da sociedade.
A fase de alfabetização precisa ser um marco, pois é o início do contato com
o mundo letrado. Nada mais gostoso que a literatura infantil, pois sabe-se que nos
primeiros anos escolares a autoestima da criança depende em grande parte de sua
relação com a leitura. É por isso que ela deve ser a mais saudável possível.
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4. REFERÊNCIAS

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