Sunteți pe pagina 1din 12

Princípio da igualdade tributária

A CP de 1976 consagra o princípio da igualdade tributaria de forma implícita apenas como uma
particularização do princípio geral de igualdade que o se artigo 13º acolhe.
A igualdade representa o mais importante princípio da nossa Constituição fiscal – artigo 13º,
103º e 104º.

Princípio da igualdade tributaria pode resumir.se na fórmula segundo a qual se deve tratar de
modo igual o que é igual e de modo diferente o que é diferente. Esta fórmula decompõe-se em
2 elementos essenciais:

 Igualdade ou diferença das realidades a tratar (igualdade de situações) – difícil de


concretizar porque a relação de igualdade entre duas situações exige um juízo de
comparação e a escolha de um critério distintivo relevante para o efeito
 Igualdade ou diferença do tratamento que lhes é dispensado – há igualdade de
tratamento quando duas situações ficam sujeitas à mesma estatuição legal.

Tudo isto deixa ver que o problema central ao princípio da igualdade tributaria está na escolha
e justificação do critério distintivo que há-de servir de base à comparação das pessoas ou
situações a tratar pela lei.
Este é um exercício pelo qual podemos guiar-nos a partir de duas posições limite:

 Uma posição de abertura integral segundo a qual o princípio da igualdade permite ao


legislador a escolha de qualquer critério distintivo, sendo indiferente a sua injustiça ou
inadequação face à situação em jogo
 Uma posição que entende que o princípio da igualdade impõe sempre ao legislador a
escolha do critério distintivo mais justo ou adequado em face da situação em jogo

A doutrina tem procurado encontrar um meio termo entre estas duas posições e uma primeira
resposta que deu ao problema da igualdade tributaria foi a de reconduzir este princípio à
proibição do arbítrio.
A doutrina da proibição do arbítrio defende que é legitimo que o legislador tributário escolha
os critérios distintivos que entenda mais convenientes no tratamento dos contribuíste só lhe
ficando vedado o uso do critério distintivo manifestamente irracional, isto é, para o qual não
se encontre fundamento objetivo evidente.
O princípio da igualdade tributaria +e concebido como um mero limite negativo à liberdade de
conformação do legislador, vedando-lhe o critério distintivo que negue radicalmente a justiça,
sem por isso, lhe impor um qualquer critério justo.
A recondução da igualdade tributaria à mera proibição do arbítrio não permite ir alem da
“justiça mínima” que já na exclusão da discriminação absurda, não garantindo ao sistema
tributário verdadeira justiça matéria nem coerência interna.

O princípio da igualdade tributária há-de concretizar-se olhando aos contornos das diferentes
espécies tributarias e identificando os critérios de repartição que melhor se adequam a cada
uma delas, isto é, confrontando o objeto a repartir com o critério de repartição.
Critérios que devem servir à repartição dos diferentes tributos públicos:

 Capacidade contributiva no tocante aos impostos


 Equivalência no tocante às taxas e contribuições

O princípio da igualdade não possui valor absoluto e por isso deve articular-se sempre com
outros princípios constitucionais.
A extrafiscalidade e os critérios extra-sistematicos hao-de ser sempre sujitos a um controlo de
proporcionalidade.
A lesão que o legislador impor à igualdade tributaria quando faz uso de agravamentos e
desagravamentos extrafiscais é necessária, adequada e proporcional em sentido estrito à
prossecução do objetivo extrafiscal em causa?

Sempre que as medidas extrafiscais sobrevivam ao teste de proporcionalidade, devemos


considerá-las legitimas. Quando falham no teste, devemos considerar que violam o artigo 13º
CRP.

O princípio da capacidade contributiva

O princípio da capacidade contributiva representa o critério material de igualdade adequado


aos impostos.

Se o propósito dos impostos está em fazer com que os membros de uma comunidade
contribuam para despesas que podem aproveitar a todos de modo indistinto, a única solução
que se afigura materialmente justa é a de fazer com que cada um contribua na medida da sua
força económica.
Este princípio diz-nos que os impostos devem adequar-se à força económica do contribuinte.

A capacidade contributiva é o critério de repartição para o qual aponta inequivocamente o


princípio da igualdade, razão pela qual o princípio da capacidade contributiva não esta
explicitamente consagrado na Constituição, bastando, para o fundamentar, o princípio da
igualdade previsto no artigo 13º.

Não se pode dizer que um imposto está em correspondência com o principio da capacidade
contributiva simplesmente por incidir sobre a riqueza mas apenas quando incida sobre a
riqueza de modo determinado, de um modo que reflita a força económica real do contribuinte
e os recursos que a sua vida pessoal e familiar lhe deixa disponíveis para pagar o imposto.
Assim sendo, o imposto só deve começar onde comece esta força económica, operando a
capacidade contributiva como pressuposto da tributação, e deve terminar onde essa força
económica termine, operando a capacidade contributiva como seu limite.

Enquanto critério de igualdade tributaria, o princípio da capacidade contributiva traduz-se


essencialmente numa exigência de personalização do imposto.

Um dos corolários elementares do princípio da capacidade contributiva está na exigência de


que os impostos pessoais sobre o rendimento constituam o centro do sistema fiscal.

Corolários do princípio da capacidade contributiva na estruturação dos impostos pessoas sobre


o rendimento

1. Tributação do rendimento global – se pretendemos que estes impostos espelhem


fielmente a força económica dos contribuintes é necessário que o rendimento
tributável compreenda todo e qualquer fluxo de riqueza

Este princípio exige que se alargue o rendimento tributável a todo o acréscimo patrimonial
verificado na esfera do contribuinte em dado período de tempo.
Do princípio da capacidade contributiva e do imperativo da tributação do rendimento global
resulta ainda uma outra exigência que está na exclusão de impostos seletivos sobre o
rendimento. Compreende-se assim que o artigo 104º nos diga que o imposto sobre o
rendimento pessoal deve ser único.
2. Tributação do rendimento líquido – o rendimento bruto não exprime a verdadeira
capacidade que os contribuintes têm para suportar o imposto, só podendo esta
apreender-se quando lhe subtraiam as despesas necessárias à angariação do próprio
rendimento e depois as despesas necessárias à sobrevivência do contribuinte.

Associado à tributação do rendimento líquido está o imperativo da tributação de rendimentos


reais, consagrado no artigo 104º/nº2 CRP. Deste imperativo decorre que a determinação do
lucro tributável das empresas deve assentar fundamentalmente na sua contabilidade.
O lucro tributável para efeitos de IRS e IRC deve assentar no resultado contabilístico.
Deste imperativo decorrer também um princípio de declaração – os dados declarados pelo
contribuinte e inscritos na sua contabilidade regularmente organizada devem considerar-se
verdadeiros (artigo 75º LGT).
Há casos em que o contribuinte se recusa a colaborar com a administração na revelação dos
seus rendimentos e por isso, nos termos da LGT, pode haver lugar à determinação indireta da
matéria tributável por meio de presunções.

Os impostos sobre o rendimento devem contemplar deduções objetivas.


O princípio da capacidade contributiva exige que as deduções objetivas (deduções especificas
do IRS) se adequem à natureza de cada tipo de rendimentos.
Os impostos sobre o rendimento devem ainda contemplar deduções subjetivas
correspondentes às despesas que possam razoavelmente considerar-se necessárias à
sobrevivência do contribuinte e à manutenção das suas condições de vida elementares.

Base tributável do imposto – decorre do princípio da capacidade contributiva a exigência


elementar de que a base de calculo possui natureza ad valorem, não devendo nunca revestir
natureza especifica. É o valor dos rendimentos que uma pessoa aufere que nos dá a noção da
forma económica que ela tem para suportar o imposto.

Estrutura de taxas dos impostos sobre o rendimento – o princípio da capacidade contributiva


exige que as taxas do imposto sejam uniformes, onerando do mesmo modo todos os
elementos do rendimento, património ou consumo. Ficam vedadas discriminações qualitativas
do rendimento, de acordo com o artigo 104º/nº1.

Tradicionalmente a progressividade era concebida também como um corolário do principio da


capacidade contributiva.
A compreensão que se impõe nos últimos tempos é a de que o principio da capacidade
contributiva não exige verdadeiramente uma escala de taxas progressiva pois do que se trata é
de fazer com que os contribuintes com maior força económica paguem imposto maior e
aqueles com menos força económica paguem imposto menor.
A doutrina tende hoje a conceber a progressividade como uma exigência extrafiscal, ditada
pelo principio do Estado Social. O estado tem como atribuição promover a igualdade social
entre os cidadãos e por isso há-de redistribuir a riqueza sujeitando os contribuintes a taxas de
imposto crescentes.
Tem de se perguntar se a lesão que a progressividade traz é necessária, adequada e
proporcional ao ganho de igualdade social que com ela se obtém.

O princípio da equivalência

O princípio da equivalência representa o critério de igualdade materialmente adequado a


taxas e contribuições.
Taxas e contribuições constituem tributos comutativos no sentido em que visam a
compensação de prestações administrativas de que o sujeito passivo é causador ou
beneficiário.
Ao pagarmos as taxas e contribuições não custeamos os encargos gerais da comunidade em
cumprimento de um qualquer dever de solidariedade (imposto) mas custeamos antes
prestações de que somos causadores ou beneficiários e cujo financiamento é justo, por
conseguinte, que seja da nossa responsabilidade.
A medida que se afigura materialmente justa é a de fazer com que cada um contribua na
medida do custo ou valor das prestações.

A equivalência é o critério de repartição para o qual aponta o princípio da igualdade, razão


pela qual o princípio da equivalência não carece de consagração constitucional explicita,
resultado do princípio geral da igualdade, previsto no artigo 13º CRP.

O princípio da equivalência diz-nos que taxas e contribuições devem adequar-se ao custo ou


valor das prestações publicas e por isso o seu alcance mais elementar está na exigência de que
esses tributos comutativos se dirijam a custos ou benefícios reais e não apenas imaginários,
ficando excluído o lançamento de taxas e contribuições sem um mínimo de objetividade.

As taxas permitem adequar mais facilmente o encargo tributário ao custo provocado pelo
contribuinte ou ao benefício que lhe é facultado. Desta forma, resulta do princípio da
equivalência que o legislador deve tomar as tacas como primeira escolha e encarar as
contribuições em segundo lugar.

Corolários do princípio da equivalência na estruturação dos tributos comutativos:

1. Exigência de uma base de incidência objetiva estreita – o princípio da equivalência


exige que os tributos comutativos sejam diferenciados em função dos custos e
benefícios a compensar e é evidente que essa diferenciação há-de passar pelo
estreitamento ou fragmentação da respetiva base de incidência

Sempre que o legislador lance taxas ou contribuições sem o grau de desagregação que no caso
lhe seja exigível deve considerar-se lesado o princípio da equivalência e com ele o princípio da
igualdade acolhido no artigo 13º CRP.

A capacidade contributiva aponta para um número estreito de impostos, assentes em bases de


incidência largas, ao passo que a equivalência aponta antes para um número largo de taxas e
contribuições, assentes em bases de incidência estreitas.

2. Exigência de uma base de incidência subjetiva estreita – a incidência subjetiva das


contribuições faz-se recorrendo a 3 noções:
 Homogeneidade do grupo – exigência de que estes tributos incidam sobre urpos de
pessoais que se distingam do todo da comunidade pela partilha de interesses ou
qualidades determinadas
 Responsabilidade de grupo – exigência de que estes tributos incidam sobre grupos de
pessoas que tenham especial responsabilidade pela concretização do objetivo a que o
tributo se dirige
 Utilidade ou aproveitamento de grupo – exigência de que estes tributos onerem grupos de
pessoas aos quais se possa dizer que aproveitam as prestações que assim se pretendem
financiar
3. Exigência de uma base tributável especifica – na medida em que a riqueza do
particular não constitui um indicador válido do custo ou valor de uma prestação
pública
4. Exigência de que revistam montante próximo do custo ou valor das prestações a
compensar, não o devendo ultrapassar de modo significativo

A quantificação dos tributos comutativos é por vezes tomada como problema respeitante ao
princípio da proporcionalidade, sustentando-se que o respetivo montante apenas deve ser
invalidado quando se revele manifestamente excessivo – artigo 266º/nº2 CRP.
A quantificação excessiva de taxas e contribuições encerra sempre um problema de igualdade
tributária.
Enquanto projeção da igualdade tributaria, o principio da equivalência exige que o montante
das taxas e contribuições se adeque ao custo ou valor medio e aproximado (visto que ao
legislador e à administração se tem que facultar alguma margem de tolerância) das prestações
que estes tributos visam compensar.
Quanto o montante de uma taxa ou contribuição ultrapasse o custo ou valor aproximado das
prestações publicas, estas taxas ou contribuições não se convolam em impostos. O que
sucede é que essas taxas ou contribuições estarão feridas de inconstitucionalidade, por
violação do princípio da igualdade tributária, previsto no artigo 13º CRP.

5. Consignação da receita – afetação legal da receita que os tributos comutativos geram


à cobertura de despesas determinadas.

Quanto aos impostos, a consignação da receita é pratica contraria aos principios das finanças
públicas e dessa forma, por razoes de justiça e de ordem pratica a Lei de Enquadramento
Orçamental veda por princípio a consignação relativamente aos impostos.
Quanto às taxas e contribuições, a questão coloca-se em termos inteiramente diferentes. As
taxas e contribuições são tributos comutativos que dão corpo a uma troca entre o Estado e o
contribuinte, levando cada um a contribuir para o sustento da comunidade em função das
prestações efetivas ou presumidas.
O princípio da não consignação não se deve considerar aplicável a taxas e contribuições, logo,
quanto a taxas e contribuições aplica-se o princípio da consignação da receita.
A consignação de taxas e contribuições é feita através de uma de duas técnicas elementares:

 Consignação direta ou material – legislador afeta a receita a despesas determinadas


identificando a sua finalidade no orçamento de uma dada entidade pública. Ex: taxa de
portagem
 Consignação indireta ou orgânica – legislador afeta a receita a dada entidade pública como
a sua receita própria, identificando apenas o respetivo titular. Ex: contribuição audiovisual

Princípio da legalidade tributária

O princípio da legalidade tributária exige que as leis de imposto sejam votadas pelo
parlamento democraticamente eleito e que essas leis fixem os elementos essenciais dos
impostos com a densidade bastante para garantir a segurança dos contribuintes.
Do princípio da legalidade decorre:

 Reserva de lei parlamentar – exigência formal. Encontra o seu fundamento histórico na


garantia do direito fundamental de propriedade e na divisão de poderes entre o
parlamento. Hoje o equilíbrio já não é tanto entre o parlamento e o governo, mas
entre o partido no governo e os partidos na oposição. A reserva de lei continua a servir
um propósito de legitimação democrática
 Tipicidade ou determinabilidade das leis de imposto – exigência material

A CRP consagra o princípio da legalidade tributária nos artigos: 165º/nº1/i); 103º/nº2;


103º/nº3.

Artigo 165º/nº1/i) – Em matéria de impostos, vale uma reserva de lei integral na medida em
que a criação, extinção e disciplina dos elementos essenciais dos impostos tem que passar pelo
parlamento, não podendo ser levada a cabo pelo governo sem a sua autorização. A criação ou
extinção de impostos está reservada à Assembleia da República.
Em matéria de taxas e contribuições vale uma reserva de regime geral,
sendo que a criação, extinção ou disciplina destes tributos pode ser levada a cabo pelo
governo, na condição de este obedecer ao regime geral que o parlamento aprove. Podem ser
criadas sem intervenção parlamentar, através de decreto lei simples ou por via de
regulamentar. Quanto às contribuições, devemos rejeitar que sejam criadas sem intervenção
parlamentar. Não podem ser criadas por decreto lei nem por regulamento.

Reserva de lei

A reserva parlamentar deixou de se esgotar numa mera reserva de lei de imposto, através do
qual os impostos eram afastados radicalmente das demais categorias tributarias, para passar a
compreender ainda uma reserva de regime geral das taxas e contribuições, aproximando-se
assim os tributos comutativos, em certa medida, do imposto.

As preocupações de garantia e de legitimação democrática que estão por trás da reserva


parlamentar manifestam-se com maior intensidade relativamente aos impostos do que aos
tributos comutativos.

O legislador precisou os elementos essenciais do imposto aos quais se estende a reserva de lei
parlamentar:

1. Incidência

Quanto aos impostos, cabe à Assembleia da República fixar a:

 Incidência subjetiva - quem deve pagar o imposto


 Incidência objetiva - sobre que matéria incide o imposto
 Incidência territorial – espaço e âmbito de aplicação do imposto
 Incidência temporal – momento em que se gera ou se torna exigível a obrigação tributária

2. Taxa dos impostos

Corresponde à parcela de riqueza que se exige do sujeito passivo.


A fixação das taxas de imposto é geralmente levada a cabo por meio da lei do orçamento do
estado.
A Constituição exige da Assembleia da República a fixação em concreto das taxas de imposto

3. Benefícios fiscais

Os benefícios fiscais caracterizam-se por determinarem um desagravamento da carga sobre


determinados contribuintes em homenagem a razoes de ordem extrafiscal.
Assim, a criação de benefícios fiscais não apenas tende a suscitar questões de segurança
jurídica e de tutela de expectativa dos contribuintes, como acarreta sempre uma redistribuição
da carga tributária aliviando os respetivos beneficiários para em contrapartida sobrecarregar
os demais contribuintes.

4. Garantias dos contribuintes

Artigo 103º/nº2.
Podem ser garantias de natureza adjetiva ou processual.
As garantias dos contribuintes que se possam dizer fundamentais resultariam em qualquer
caso reservadas à Assembleia da República, nos termos do artigo 165º/nº1/b), ainda que o
artigo 103º fosse omisso na matéria.

5. Liquidação e cobrança

Resulta do artigo 103º/nº3 que ninguém pode ser obrigado a pagar impostos cuja liquidação e
cobrança não se façam nos termos da lei.
Liquidação – operação através da qual se aplica à taxa de imposto a matéria tributável
Cobrança – operação através da qual esse valor ingressa nos cofres do estado

Tipicidade e determinação

O respeito pela reserva de lei exige que os elementos essenciais do imposto sejam
densificados pela própria lei parlamentar, garantindo desse modo segurança e previsibilidade
ao dia a dia dos contribuintes.
É nesta exigência de densificação que se resume a tipicidade da lei fiscal, podendo dizer-se que
a determinação representa a sua mera expressão quantitativa.
Em suma, a lei deve definir todos os elementos essenciais do imposto com rigor e deve defini-
los em termos tais possível ao contribuinte prever com razoável segurança e precisão o
montante do imposto que é chamado a pagar.
Destas exigências de tipicidade e determinação resulta que deve ser limitada a
discricionariedade da administração na concretização dos elementos essenciais dos imposto,
bem como o uso de conceitos indeterminados.

A noção de que a disciplina dos impostos pode ser integralmente esgotada pela lei
parlamentar não parece verdadeiramente aceitável hoje em dia.
As razões da praticabilidade, da segurança e da justiça ditam que também o governo seja
chamado a participar na densificação dos elementos essenciais dos impostos.

Princípio da segurança jurídica

Num Estado de Direito como é o estado português, é imperativo que o estado se comporte
sempre como pessoa de bem e que não frustre de modo infundado as expectativas legitimas
dos cidadãos, menos ainda as expectativas que assentem na própria lei.

Vem previsto no artigo 2º CRP.

Ao planear a sua atividade e ao gerir o seu quotidiano, famílias e empresas precisam de poder
confiar na lei tributária e nas orientações da administração.

A constante evolução da vida económica leva a que o legislador tributário se veja obrigado à
inovação permanente, com o propósito de se adaptar a novas praticas negociais e combater a
evasão e a fraude fiscal.
Tudo isto contribui para a inconstância da legislação tributária.
A segurança jurídica torna-se assim mais difícil de acautelar hoje em dia, mas nem por isso se
torna de menor importância para os contribuintes.

Olhemos agora ao problema da aplicação da lei fiscal no tempo, domínio onde a segurança
jurídica impõe ao legislador e à administração tributária cuidados de maior relevo.

Retroatividade da lei fiscal – Retroatividade produz-se quando a lei dispõe sobre factos
tributários passados.
Em regra, a lei apenas deve dispor para o futuro. A Constituição, na sua redaçao original
proibia a lei penal retroativa, sem dispor do mesmo modo quanto à lei fiscal.
A Comissão Constitucional e o Tribunal Constitucional acolheram a tese de que não se podia
extrair da Constituição a proibição genérica da retroatividade da lei fiscal.
A retroatividade da lei fiscal haver-se-ia de admitir por princípio, sendo de afastar apenas nos
casos em que lesasse intoleravelmente o principio da segurança jurídica.
Com a Revisão Constitucional de 1997 introduziu-se uma proibição expressa da retroatividade
da lei fiscal – artigo 103º/nº3 CRP “ninguém pode ser obrigado a pagar imposto que tenham
eficácia retroativa” ; artigo 12º LGT “as normas tributárias aplicam-se a factos posteriores à
sua entrada em vigor, não podendo ser criados quaisquer impostos retroativos”.
A retroatividade está por princípio vedada ao legislador fiscal, que só poderá recorrer-se dela a
titulo excecional.

 Imposto periódicos – Ex: IRS, IVA.

A lei nova, entrando em vigor a meio do ano, pode projetar-se retroativamente por um de dois
modos:

 Rendimentos do ano anterior – retroatividade forte, autêntica ou própria.


Tendencialmente é mais gravosa para os contribuintes na medida em que o facto
tributário já está completamente formado, não lhes restando qualquer hipótese de
compensar o sacrifício adicional que a lei nova lhes traz

 Rendimentos do ano em curso – retroatividade fraca, inautêntica ou imprópria.


Tendencionalmente menos gravosa uma vez que, estando o facto tributário ainda em
formação, resta aos contribuintes ainda alguma margem para compensar o sacrifício
adicional que a lei inesperadamente lhes impõe

 Impostos de obrigação única – Ex: taxas liberatórias

O que justifica materialmente a proibição constitucional da lei fiscal retroativa é a tutela da


segurança jurídica dos contribuintes.
A proibição do artigo 103º abrange qualquer espécie de retroatividade, forte ou fraca.

Em certos casos, a segurança jurídica pode ser sacrificada a outros valores constitucionais que
no caso concreto se mostrem mais relevantes e por isso, em circunstâncias excecionais, a lei
fiscal retroativa é legítima.
Nestes casos, é necessário perguntar se a lesão que a lei retroativa traz à segurança jurídica
dos contribuintes se mostra necessária, adequada e proporcional à tutela dos demais valores
constitucionais.
Ex: guerra, catástrofe natural, crise financeira.
Num caso de desagravamento de impostos em princípio a retroatividade é permitida uma vez
que a proibição da retroatividade tem como propósito essencial proteger as expectativas
legitimas dos contribuintes, expectativas essas que não são lesadas no caso de
desagravamento da lei fiscal.
Ex: extinção de imposto, redução da taxa, criação de um benefício fiscal.

Quanto às taxa e contribuições, podem revestir natureza periódica ou de obrigação única e


também quanto a umas e outras sucede o legislador lançar sobre os contribuintes encargos
com eficácia retroativa.
Quanto a estes tributos, resulta dos principios da segurança jurídica e do Estado de Direito, a
exclusão da sua aplicação retroativa na generalidade dos casos.

Retrospetividade da lei fiscal – Este fenómeno dá-se quando a lei nova, dispondo embora
quanto a factos futuros, lesa expectativas fundadas no passado.
Neste caso, à partida, a lesão das expectativas dos contribuintes é menos gravosa e menos
merecedora de proteção.
Em face do princípio da segurança jurídica, consagrado no artigo 2ºCRP, a lesão das
expectativas dos contribuintes deve considerar-se inadmissível sempre que:

 Estejamos perante uma alteração da ordem jurídica com a qual os destinatários das
normas razoavelmente não possam contar
 Essa alteração não seja ditada pela necessidade de salvaguardar direitos ou interesses
constitucionalmente protegidos que devam considerar-se prevalecentes

Com base no teste da proporcionalidade, o Tribunal tem sustentado que para que uma medida
seja censurada é necessário que:

1. O estado tenha encetado comportamentos capazes de gerar expectativas de


continuidade
2. Essas expectativas sejam legitimas, justificadas e fundadas em boas razões
3. Privados tenham feito planos de vida tendo em conta a perspetiva de continuidade do
comportamento estadual
4. Não ocorram razões de interesse publico que justifiquem a não continuidade do
comportamento que gerou a situação de expectativa

A retrospetividade é por princípio permitida.

A relação jurídica tributária

O sujeito pode ser:

 Ativo

Artigo 18º LGT define o sujeito ativo da relação tributária.


Esta definição remete para a tradicional compreensão civilista do sujeito ativo como pessoa
que tem o direito de exigir de outra pessoa a realização de determinada prestação.
O direito de exigir o cumprimento de uma obrigação tributaria não se confunde com o poder
de instituir ou de modificar um tributo público, assim como não se confunde com o direito à
receita que os tributos públicos geram.

A noção de sujeito ativo não nos permite lidar facilmente com os fenómenos de intermediação
que hoje estão associados à gestão de muitos tributos públicos, como é o caso das regiões
autinimoas.
O legislador parece conceber que as regiões autónomas constituem os verdadeiros ativos das
relações tributarias que se estabelecem com os contribuintes nelas residentes, intervindo o
Estado como uma espécie de intermediário, como seu “representante”.
O conceito de sujeito de sujeito ativo definido pela LGT vai além das entidades que exigem
diretamente dos contribuintes o cumprimento das obrigações tributarias, abrangendo aquelas
que o fazem indiretamente.

 Passivo

Artigo 18º/nº3 – pessoa singular ou coletiva, o património ou a organização de facto ou de


direito que, nos termos da lei, estejam vinculados ao cumprimento da prestação tributaria,
seja como contribuinte direto, seja como substituto ou responsável.

A qualidade de sujeito passivo pode caber também a entidades “de facto”, desprovidas de
personalidade jurídica.
Artigo 2º IRC.
Considera-se sujeito passivo uma sociedade irregular, ou seja, uma sociedade que não tenha
sido objeto de registo definitivo e por isso carece ainda de personalidade jurídica.
A jurisprudência reconhece que uma entidade sem personalidade jurídica é um sujeito passivo
sempre que realize operações tributáveis de forma independente.

O conceito legal de sujeito passivo desdobra-se em 3 categorias menores:

 Contribuinte direto – aquele que se encontra vinculado ao pagamento de um tributo em


virtude de preencher ele próprio as respetivas normas de incidência

 Substituto tributário – aquele que fica obrigado ao pagamento do tributo em vez do


contribuinte, por se encontrar em posição que permite assegurar o pagamento com maior
segurança e facilidade. Razões de ordem prática

 Responsável tributário – aquele que fica obrigado ao pagamento do tributo além do


contribuinte, quando este não seja capaz de o fazer

O sujeito que não revele capacidade contributiva não deixa por isso de ser sujeito passivo em
face da lei de imposto, o que pode acontecer é que a sua oneração com o imposto se revele
inconstitucional porque violadora do princípio da igualdade tributária.

Substituição tributária

1. Com retenção na fonte

Artigo 20º/nº2 LGT

Na substituição tributária com retenção na fonte, que é característica dos impostos sobre o
rendimento, a deslocação da obrigação tributaria para o substituto dá-se porque este é o
devedor do contribuinte substituído, é a fonte dos rendimentos que se sujeitam a imposto.

A substituição tributária com retenção na fonte analisa-se me duas obrigações essenciais:

 Obrigação de retenção
 Obrigação de entrega

Os substitutos estão obrigados ao cumprimento de um conjunto de deveres de cooperação


que lhe são instrumentais.
A retenção na fonte pode ser:

 Definitiva – artigo 71º CIRS. O Contribuinte fica em principio dispensado da declaração


e englobamento dos rendimentos, considerando-se logo satisfeita a obrigação
tributaria
 Por contado imposto devido a final – a aplicação das tacas de retenção e a entrefa das
quantias retidas de imposto só se torna certa, liquida e exigível uma vez terminado o
período tributável

Responsabilidade em caso de substituição tributária com retenção na fonte

Com a substituição tributária estabelece-se uma relação triangular entre substituto,


substituído e administração tributária.
O legislador procurou subordinar a distribuição dos encargos tributários entre o substituído e o
substituto ao princípio da igualdade tributária.
Podem ocorrer vícios essenciais:

Entrega em falta – artigo 28º/nº1 determina que a entidade obrigada à retenção fica
responsável pelas importâncias retidas e não entregues nos cofres do Estado, ficando o
substituído desonerado de qualquer responsabilidade no seu pagamento

Retenção em falta – falha a própria retenção na fonte.


No caso de retenção por conta, o artigo 28º/nº2 determina que quem responde pelo imposto
não retido em primeira linha é o substituído, respondendo o substituto apenas a título
subsidiário.
No caso de retenção definitiva, o artigo 28º/nº3 determina que é o substituto quem responde
pelas importâncias em falta, só sendo o substituído chamado a responder a título subsidiário.

2. Sem retenção na fonte

Neste caso, o substituto é credor do contribuinte substituído, obrigando-o a lei, em primeiro


lugar, a cobrar o tributo juntamente com os valores que tenha a haver do contribuinte
substituído, e depois a entregar esse tributo ao estado.

Também nestes casos há um fenómeno de substituição. A diferença é que na substituição com


retenção o substituto é a fonte dos rendimentos do contribuinte, ao passo que na substituição
sem retenção contribuinte é a fonte dos rendimentos do substituto, pelo que a tarefa deste é
a de cobrar o tributo juntamente com os valores que tem a haver.

A substituição tributária sem retenção decompõe-se em duas obrigações:

 Obrigação de cobrança
 Obrigação de entrega

Exemplo: As empresas comercializadoras e distribuidoras de eletricidade têm a obrigação de


cobrar a contribuição para o áudio visual juntamente com o preço da eletricidade e depois de
entregar ao Estado.
Estas empresas são intermediários na cobrança de um tributo devido por outrem.

Para Prof. não se devem aplicar as regras de responsabilidade previstas no artigo 28º à
substituição sem retenção, em virtude do princípio da legalidade e do princípio da igualdade.
Responsabilidade em caso de substituição tributária sem retenção na fonte

Falta de entrega – a única solução materialmente correta é a de responsabilizar


exclusivamente o substituto pelo tributo, desonerando inteiramente o substituído. A
responsabilização do substituído levaria a uma dupla oneração do contribuinte que o princípio
da igualdade tributária não tolera.

Cobrança em falta – a única solução é a de responsabilizar o substituído pelo tributo,


desonerando o substituto de qualquer responsabilidade, posto que este tenha empregue na
tarefa da cobrança a diligencia que dele de deve esperar. Nos casos em que o substituto não
logre a boa cobrança, responsabilizá-lo redundaria numa oneração tributaria sem fundamento
objetivo.

Repercussão tributária

É um fenómeno que consiste na transferência do peso económico de um tributo para pessoa


diferente do sujeito passivo e com quem este está em relação, através da sua integração no
preço de um qualquer bem.

A repercussão constitui um fenómeno característico dos tributos indiretos.


A forma mais comum é a repercussão descendente que se verifica quando o vendedor soma o
tributo ao preço de um bem, fazendo com que o comprador o suporte.

S-ar putea să vă placă și