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PEDAGOGIA
Boa Vista, RR
SET/2019
ANDREIA PERON DO PRADO
Boa Vista, RR
SET/2019
RESUMO
O que tem se propagado ao longo dos anos na sala de aula é o uso de textos
literários restritos ao ensino de gramática, o que tem afastado os alunos da leitura
literária, da leitura que envolve mais do que a codificação do idioma e suas
estruturas, envolve uma vivência. Desta forma, nesta proposta de plano de ensino,
direcionada à turmas do 3º ano do Ensino Fundamental, buscamos provocar uma
ressensibilização dos alunos para o gênero literário poesia, a partir da leitura da obra
A arca de Noé (2004), de Vinícius de Moraes, estabelecendo através do letramento
literário, proposto por de Rildo Cosson, um vínculo entre o ensino de literatura e o
lúdico.
INTRODUÇÃO............................................................................................
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................
2 LINHA......................................................................................................
3 TEMA DE PESQUISA
4 JUSTIFICATIVA
5 PROBLEMATIZAÇÃO
6 OBJETIVOS
6.1 Objetivo geral
6.2 Objetivos específicos
7 CONTEÚDOS
8 METODOLOGIA
9 TEMPO DE REALIZAÇÀO
10 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS
11 AVALIAÇÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este plano de ensino baseia-se em três diretrizes para que sua realização
seja cumprida. A primeira baseia-se no conceito de letramento literário. Para que se
possa entender o que vem a ser letramento literário, é necessário retornar ao
conceito de letramento. Vivemos em uma sociedade grafocêntrica, em que boa parte
dos atos comunicativos se estabelece através da leitura e da escrita. Ou seja,
estamos imersos no mundo da palavra escrita: da esfera doméstica e familiar até à
política. Boa prova disso é que embora a tecnologia tenha chegado, inclusive, às
urnas eletrônicas, o indivíduo só pode participar do pleito eleitoral se apresentar
documentos escritos que garantam sua identificação e se souber distinguir os
números e letras que designem o candidato que escolheu, ou, quando não, souber o
significado das teclas de voto em branco ou nulo.
Reconhecida a importância da leitura e escrita em nossa vida, foi só a partir
da década de 80, que a preocupação de professores e estudiosos do
desenvolvimento cognitivo infantil que incidia basicamente sobre a alfabetização,
etapas e processos mentais empreendidos para o amadurecimento da habilidade de
leitura e escrita, mudou de foco. É então que surge o conceito de letramento,
introduzido e traduzido por Mary Kato a partir da palavra de origem inglesa literacy:
Para isso, deve-se criar condições para que essa vivência seja uma busca plena de
sentido. Nessa busca, Cosson apresenta algumas estratégias para desenvolver o
letramento literário em sala de aula. A que nos interessa para o cumprimento deste
plano de ensino centra-se na chamada sequência básica: motivação, introdução,
leitura e interpretação.
A motivação seria uma espécie de chamariz para o aluno para algum aspecto
do texto escolhido. Dessa forma, uma atividade seria preparada com intuito de
instigar a curiosidade do aluno, assim o aspecto lúdico é essencial nesse primeiro
momento, de acordo com o próprio Cosson “Acreditamos firmemente que o
elemento lúdico que elas contêm ajudaram a aprofundar a leitura da obra literária”
(2014, p. 56). Assim como Cosson outro estudioso aponta o elemento lúdico como
um grande aliado do ensino significativo a partir da vivência, Cipriano Luckesi. No
texto intitulado Ludicidade e atividades lúdicas – uma abordagem a partir da
experiência interna (2015), publicado em seu site, discute o conceito de ludicidade.
Para ele:
Ludicidade, a meu ver, é um fenômeno interno do sujeito, que possui
manifestações no exterior. Assim, ludicidade foi e está sendo entendida por
mim a partir do lugar interno do sujeito. Para alargar um pouco a
compreensão que venho defendendo de que “o ato lúdico propicia uma
experiência plena para o sujeito” e para situar essa compreensão no seio de
outras possíveis compreensões das atividades lúdicas, vou servir-me do
auxílio dos estudos de Ken Wilber, que nos ajudará, com certa facilidade, a
compreender que aquilo que estou propondo tem a ver somente com uma
dimensão do ser humano: a sua dimensão interna; a dimensão do seu
desenvolvimento, da sua identidade, da sua integridade; a dimensão do
desenvolvimento do seu ground interno4 , como define David Boadella.
(LUCKESI, S/N, 2015)
Para que essa interpretação possa ser compartilhada, o autor ainda sugere que se
façam registros das leituras, que possam ser feitos através de desenhos, associação
de uma música, júris simulados, resenhas, apresentações teatrais. Assim, os alunos
podem externalizar as interpretações feitas e discuti-las em grupo.
Essa sequência será adotada em nosso plano de ensino, observadas contudo
as particularidades de nosso público – alvo e o gênero textual escolhido: o da
poesia. A poesia é uma das formas de arte verbal à qual o homem tem recorrido
desde tempos imemoriais para se expressar e desde tempos imemoriais sempre
esteve ligada à oralidade, à música. Prova disso é que os escritos que tentam
organizar as artes verbais na Grécia Antiga, atribuídos ao pensador aretino
Aristóteles, A Arte poética¸ classificavam a poesia enquanto um gênero lírico.
Lembramos que a palavra “lírico” tem etimologia grega lyra e latina lira, ambas
designando o instrumento musical de cordas utilizado junto às declamações. Isso
demonstra a relação íntima entre a música e a poesia, além de apresentar o caráter
lúdico intrínseco ao gênero, o que de certo modo acaba por cativar o público mais
jovem, em especial as crianças.
No Brasil, a poesia foi um ótimo veículo para os valores e ideias que
circulavam em cada momento histórico em que eram produzidas, como atalham
Regina Zilberman e Marisa Lajolo, pois para as autoras “a crença no poder
comunicativo dos versos é tão forte que, ao longo da tradição da poesia infantil
brasileira, valores ideológicos emergentes foram sempre confiados à força
persuasória de poemas”. (ZILBERMAN; LAJOLO, 2009, p. 147). A poesia produzida
no período ao que pertence o autor da obra A Arca de Noé¸ Vinícius de Moraes,
Modernista, porém modifica um tanto quanto esta relação, pois, a partir deste
movimento literário brasileiro, a poesia infanto-juvenil acaba representando o
“abandono da tradição didática que, por largo tempo, transformou o poema para
crianças em veículo privilegiado de conselhos, ensinamentos e normas”.
(ZILBERMAN; LAJOLO, 2009, p. 146) para a adoção de uma perspectiva “incorpora
bem outra lição modernista: a de que o lirismo mais profundo pode ser trabalhado
através dos temas mais prosaicos e mais cotidianos”. (ZILBERMAN; LAJOLO, 2009,
p. 152).
É então, neste palmilhar, que surge a obra A Arca de Noé, publicada em
1970, o chamado boom da literatura infanto-juvenil que modifica o cenário literário
brasileiro como afirma Nelly Novaes Coelho:
4 JUSTIFICATIVA
De tal forma que essa nova postura representa uma ruptura com a antiga
forma de escrever literatura para jovens e crianças, que encontrava, por exemplo, na
produção de Olavo Bilac suas diretrizes, conservadorismo formal, culto à pátria e
aos aspectos cívicos e familiares, propondo o abandono da tradição didática que,
por largo tempo, transformou o poema para crianças em veículo privilegiado de
conselhos, ensinamentos e normas (ZILBERMAN; LAJOLO, 2009, p. 146).
A terceira dá conta da faixa etária e do público-alvo deste plano de ensino,
que têm relação direta com a escolha da abordagem. Para que a realização da
abordagem seja feita de forma significativa, é necessário que os alunos já estejam
mais avançados no processo de alfabetização. Também levamos em conta o que
preconiza a BNCC (Base Nacional Curricular Comum) sobre este período importante
para o desenvolvimento desta etapa de ensino:
A BNCC do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, ao valorizar as situações
lúdicas de aprendizagem, aponta para a necessária articulação com as
experiências vivenciadas na Educação Infantil. Tal articulação precisa prever
tanto a progressiva sistematização dessas experiências quanto o
desenvolvimento, pelos alunos, de novas formas de relação com o mundo,
novas possibilidades de ler e formular hipóteses sobre os fenômenos, de
testá-las, de refutá-las, de elaborar conclusões, em uma atitude ativa na
construção de conhecimentos.
Nesse período da vida, as crianças estão vivendo mudanças importantes
em seu processo de desenvolvimento que repercutem em suas relações
consigo mesmas, com os outros e com o mundo. Como destacam as DCN,
a maior desenvoltura e a maior autonomia nos movimentos e
deslocamentos ampliam suas interações com o espaço; a relação com
múltiplas linguagens, incluindo os usos sociais da escrita e da matemática,
permite a participação no mundo letrado e a construção de novas
aprendizagens, na escola e para além dela; a afirmação de sua identidade
em relação ao coletivo no qual se inserem resulta em formas mais ativas de
se relacionarem com esse coletivo e com as normas que regem as relações
entre as pessoas dentro e fora da escola, pelo reconhecimento de suas
potencialidades e pelo acolhimento e pela valorização das diferenças.
[...]Nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, a ação pedagógica
deve ter como foco a alfabetização, a fim de garantir amplas oportunidades
para que os alunos se apropriem do sistema de escrita alfabética de modo
articulado ao desenvolvimento de outras habilidades de leitura e de escrita e
ao seu envolvimento em práticas diversificadas de letramentos. (BRASIL, p.
57 – 58, 2017)
5 PROBLEMATIZAÇÃO
CONTEÚDOS
METODOLOGIA
8 TEMPO DE REALIZAÇÃO
O tempo de realização previsto para este plano de ensino será de duas aulas
semanais, de cinquenta minutos cada, durante um ano letivo da escola onde será
desenvolvido o plano de ensino. Cabe ressaltar que as aulas desta proposta de
plano de ensino, centrada no letramento literário, serão realizadas em concomitância
com os conteúdos previstos para o 3º ano do Ensino Fundamental na disciplina de
Língua Portuguesa sejam eles de morfologia, gramática, prosódia, ortografia e
demais.
9 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS