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INTERPRETAÇÃO
O material obtido durante a sessão dos desenhos do H-T-P não
será “avaliado” pelo senso comum, O Protocolo de Interpretação
do H-T-P pretende ser apenas um instrumento para ajudar o clínico
a concentrar-se mais nas características relevantes dos desenhos
do cliente para desenvolver uma interpretação clínica. O material
deste capítulo e do capítulo 4 pretende orientar o desenvolvimento
de hipóteses interpretativas sobre o significado clínico dos
desenhos de um cliente; estas hipóteses nunca devem ser usadas
isoladamente no diagnóstico da psicopatologia. Uma vez
formuladas, entretanto, elas podem ser combinadas com a história
clínica completa e com instrumentos padronizados de avaliação
adicionais para aprofundar a compreensão clínica das pressões
intrapessoais, interpessoais e ambientais do cliente. Todos os
relatórios e discussões dos resultados do H-T-P devem ser
baseados em conhecimentos teóricos e de pesquisas introduzidos
no capítulo 5, na experiência clínica prática e em conhecimentos
da literatura relevante sobre a interpretação projetiva de
desenhos.
Este capítulo está dividido em quatro seções. A primeira seção dá
instruções gerais sobre a avaliação de desenhos. A segunda
seção, Aspectos Gerais dos Desenhos, relaciona os conceitos
interpretativos comumente usados para avaliar observações
gerais de comportamento, características de desenhos e material
de entrevista pertinente a todos os três desenhos do H-T-P. A
terceira seção, Características do Desenho Específicas da Figura,
descreve as características específicas de cada figura e discute
seu possível significado clínico; o material do Inquérito Posterior
ao Desenho específico de cada figura também está incluído. A
quarta seção, Ilustrações de Casos, apresenta casos como
exemplos da análise integrada das características observadas no
desenho, as respostas do Inquérito Posterior ao Desenho, a
história clínica do paciente e os resultados de outros instrumentos
de avaliação. Resumos de casos para indivíduos cujos desenhos
estão incluídos neste capítulo, mas cujos casos não foram
discutidos na seção Ilustrações de Casos podem ser encontrados
no Apêndice A. Os clínicos que estiverem sendo treinados no uso
da Técnica do H-T-P podem considerar útil preencher as Listas de
Conceitos Interpretativos para cada conjunto de

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação


desenhos ilustrativos antes de fazerem a leitura das histórias de casos e
o comentário do desenho fornecidos neste Manual.
Avaliação do Desenho
Examinar o desenho em relação à localização, ao tamanho, à orientação
e à qual dade geral, bem como os desvios nas áreas gerais apresentadas
na lista de características do desenho que tenham algum possível
significado clínico. Um exemplo de desenho da casa é apresentado na
Figura 2. Faça um sinal (V) próximo a qualquer área em que as
características do desenho pareçam ser desviantes (Figura 3). Consulte
as seções interpretativas neste capítulo para avaliar o possível
significado c’ aspecto do desenho para o indivíduo em questão. Por
exemplo, na Figura 2, a chaminé foi primeiramente desenhada muito
grande, depois apagada e redesenhada em tamanho menor e com um
ângulo peculiar. Após consultar o item Capacidade Crítica e Rasuras na
seção Aspectos Gerais do Desenho deste capítulo, pode ser visto que,
como não há outras rasuras nesta figura, não foi feito um sinal em
“Rasura” na Figura 3. Um sinal foi colocado ao lado de “Enfase no
Detalhe’, porque a chaminé foi enfatizada pela rasura e pela diminuição
na qualidade do detalhe refeito. A categoria “Cha-1 miné” na seção
“Detalhes Essenciais” da lista foi marcada. Você pode, agora, consulta a
seção da chaminé da seção Características do Desenho Específicas da
Figura para interpretar as hipóteses associadas a este aspecto do
desenho. Uma vez qu cada figura tenha sido avaliada desta maneira,
avalie as respostas do Inquérito Pos.1 tenor ao Desenho (veja Figura
4), a consistência da qualidade de figura para figura, a história e a idade
do cliente (veja capítulo 4) e os resultados de quaisquer outros
procedimentos de avaliação disponíveis para formular uma análise
apropriada sessão de desenho.
Aspectos Gerais do Desenho
Atitude
A atitude do indivíduo para com o H-T-P fornece uma medida grosseira
sobre sua disposição global para rejeitar uma tarefa nova e, talvez,
difícil. A atitude comun é de uma aceitação razoável. Os desvios variam
entre dois extremos: (a) da aceit ção total ao hiperegotismo1, e (b) da
indiferença, derrotismo e abandono à rejeiç aberta. Raramente os
sentimentos de impotência do indivíduo com distúrbios orL” cos, quando
se deparam com uma tarefa que exige criatividade, levarão o indivíduo
rejeitar completamente o H-T-P. Da mesma forma, dificilmente um
indivíduo hostil ii
1 Egotismo Tendência em pensar apenas em si mesmo e considerar a si

mesmo melhor e mais importante do q as outras pessoas. Tendência a


monopolizar a atenção, mostrando desconsideração pelas opiniões
alheias.

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Interpretação
recusar de maneira direta a realização do H-T-P, ainda que possam
rejeitar todas as outras tentativas de um exame psicológico
formal.
A atitude em relação a cada desenho será influenciada pelas
associações despertadas pelo objeto do desenho. Normalmente o
desenho mais rejeitado é o da pessoa. Há uma série de razões
para isso: (a) muitos indivíduos desajustados têm suas maiores
dificuldades nas relações interpessoais; (b) o desenho da figura
humana parece despertar mais associações no nível consciente
ou próximas da consciência do que os desenhos da casa ou da
árvore; e (c) a consciência corporal acentuada torna os indivíduos
desajustados pouco à vontade.
Tempo, Latência, Pausas
O tempo despendido para completar os desenhos pode fornecer
informações valiosas acerca dos significados dos objetos
desenhados e de suas partes respectivas para o indivíduo.
Geralmente, o número de detalhes e seu método de apresentação
devem justificar o tempo gasto para a produção dos desenhos; os
três desenhos levam, normalmente, entre 2 e 30 minutos para
serem completados. Aqueles que desenham com rapidez incomum
parecem fazê-lo para se livrarem de uma tarefa desagradável. Os
que levam um tempo excessivo em um desenho podem fazê-lo
devido a sua relutância em produzir algo, ou por causa do
significado emocional intenso do símbolo envolvido ou ambos.
Indivíduos maníacos podem demorar um grande intervalo de
tempo em função da riqueza de detalhes irrelevantes desenhados.
Os obsessivo-compulsivos também levam muito tempo por causa
da sua tendência para produzir meticulosamente todos os detalhes
relevantes. Se um indivíduo não começar a desenhar dentro de 30
segundos após receber as instruções, o potencial para
psicopatologia está presente. Um atraso sugere forte conflito;
durante o inquérito posterior ao desenho o examinador deve tentar
identificar os fatores que produziram esse conflito.
Quando o indivíduo fizer uma pausa de mais do que 5 segundos em
cada desenho, um conflito é fortemente sugerido. A parte do
objeto que estiver sendo desenhada, tiver acabado de ser
desenhada ou que for desenhada em seguida pode representar a
origem do conflito; esta área deve ser investigada durante o
inquérito. Pausas durante comentários ou respostas durante a fase
de inquérito também devem ser investigadas.
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H-T-P — Manua’ e Guia de Interpretação

Figura 2
Exemplo de Desenho da Casa

Interpretação ;1

LISTA DE CONCEITOS INTERPRETATIVOS;0]

Verifique características incomuns que possam indicar sinais de patologia ou potencial para
patologia quando consideradas em combinação com a história do paciente, problemas apresentados
e respostas a outros instrumentos de avaliação. Os conceitos interpretativos listados não são
exaustivos e constituem apenas linhas gerais de orientação, Interpretações clínicas devem ser
baseadas na experiência clínica e nos conhecimentos do Manual do H-T-P ou de outros materiais
publicados.

Observações Gerais
(veja as observações da sessão na 1 página do Protocolo e do Inquérito Posterior ao Desenho)
Atitude
_..Capacidade Crítica
Rasuras (incerteza, conflito, indecisão, autocrítica, ansiedade)
__Comentáríos espontâneos _Tempo, latência, pausas

Observações Gerais
(veja as observações da sessão na 1 página do Protocolo e do Inquérito Posterior ao Desenho)
Atitude
Capacidade Critica
__Rasuras (incerteza, conflito, indecisão, autocrítica, ansiedade) Comentários espontâneos
_Tempo, latência, pausas

Observações Gerais
(veja as observações da sessão na 1 página do Protocolo e do Inquérito Posterior ao Desenho)
Atitude
Capacidade Crítica
_Rasuras (incerteza, conflito, indecisão, autocrítica, ansiedade) Comentários espontâneos Tempo,
latência, pausas

Proporção
...Tamanho da figura em relação à página. Crianças normais apresentam mais variabilidade no tamanho
dos desenhos do que os adultos normais.
Grande: ambiente restritivo tensão, compensação.
Pequeno: insegurança, retraimento, descontentamento, regressão
Detalhe para a figura: simetria Simetria excessiva: rigidez, fragilidade
Distorções.
Óbvias: psicose, organícidade,
Crianças normais sob estresse
Moderadas: ansiedade
Outros ________________________

Proporção
_.jamanho da figura em relação à página. Crianças normais apresentam mais variabilidade no
tamanho dos desenhos do que os adultos normais.
Grande: ambiente restritivo, tensão, compensação.
Pequeno: insegurança, retraimento, descontentamento, regressão
_Detalhe para a figura: simetria Simetria excessiva: rigidez, fragilidade
Distorções.
Óbvias: psicose, organicídade,
Crianças normais sob estresse
Moderadas: ansiedade
Outros ______________________
Figura 3

Proporção
Tamanho da figura em relação à página. Crianças normais apresentam mais variabilidade no tamanho
dos desenhos do que os adultos normais.
Grande: ambiente restritivo, tensão, compensação.
Pequeno: insegurança, retraimento, descontentamento, regressão
_Detalhe para a figura: simetria Simetria excessiva: rigidez, fragilidade
Assimetria: inadequação física, confusão de gênero.
Distorções.
Óbvias: psicose, organicidade,
Crianças normais sob estresse
Moderadas ansiedade
Outros _____________________

CASA

ÁRVORE

Características Normais
(circule “S” se estiver na faixa normal)
®N Tempo 10-12 minutos, latencia < 30 segundos
Poucas rasuras
N Siméinco
S Linhas não esboçadas ou reforçadas
N Deficiências aceitas com bom humor

PESSOA

Características Normais
(circule “S” se estiver na faixa normal)
S/N Tempo 10-12 minutos, latência < 30 segundos
S/N Poucas rasuras
SJN Simétrico
SIN Linhas não esboçadas ou reforçadas
S/N Deficiências aceitas com bom humor

Características Normais
(circuleS” se estiver na faixa normal)
S/N Tempo 10-12 minutos, latência < 30 segundos
5/N Poucas rasuras SIN Simétrico
S/N Linhas não esboçadas ou reforçadas
5/N Deficiências aceitas com bom humor
S/N Próprio sexo desenhado primeiro e mais elaborado
SIN características sexuais secundárias incluidas (adulto)
S/N Pupilas desenhadas
S/N Nariz sem narinas
S/N Roupas e cinto indicados
S/N Pés e oreihas
S/N Apenas omissões secundárias

Lista Interpretativa de Conceitos Completada para o Desenho


Mostrado na Figura 2

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H-T-P — Manual e Guia de Interpretação

CASA

Perspectiva
2LocaIizaçao do desenho na página
À esquerda: retraimento, regressão, organicidade (hemisfério esquerdo), preocupação consigo mesmo, fixação no
passado, impulsividade, necessidade de gratificação imediata
À direita preocupação com o ambiente, antecipação do futuro, estabilidade/controle, capacidade de adiar a
gratiticação
Central: rigidez, Comum em crianças pequenas.
Superior esforço irrealista, satisfação na fantasia, frustração. Superior à esquerda é comum em crianças
pequenas.
Inferior: concretismo, depressão, insegurança, inadequação. Rotação oposição
Queda sugerida: extrema angustia
Margens do Papel
Inferior: necessidade de apoio Lateial: sentimento de constrição Superior medo ou fuga do ambiente
Margem impedindo completamento do desenho: organicidade
_....Relação com o observador
Vista de cima rejeição, grandiosidade compensatória
Vista de baixo retraimento, inferioridade
Distância inacessibilidade, sentimentos de rejeição, situação no lar fora de controle
Posição/apresentação — desenhada por trás: retraimento, paranõia
Linha de solo: necessidade de segurança, ansiedade
VTransparências: pobre orientação para a realidade; Não incomum em crianças pequenas
Movimento
Outros ________________________

1 ÁRVORE

Perspectiva
Localização do desenho na página
À esquerda: retraimento, regressão, organicidade (hemisfério esquerdo), preocupação consigo mesmo, fixação no
passado, impulsividade, necessidade de gratificação imediata
À direita: preocupação com o ambiente, antecipação do futuro, estabilidade/controle, capacidade de adiar a
gratificação
Central: rigidez, Comum em crianças pequenas.
Superior: esforço irrealista, satisfação na fantasia, frustração. Supenor à esquerda é comum em crianças
pequenas.
Inferior: concretismo, depressão, insegurança, inadequação.
.._Rotação oposição
Queda sugerida: extrema angústia
Margc-ns do Papel
Inferior: necessidade de apoio Lateral sentimento de constrição Superior medo ou fuga do ambiente
Margem impedindo completamento do desenho organicidade
.__.Relação com o observador
Vista de cima: rejeição, grandiosidade compensatória
Vista de baixo: retraimento, inferioridade
Distância: retraimento
Posição/apresentação — se não está de frente: retraimento, paranóia
Linha de solo: necessidade de segurança, ansiedade
_Transparências: pobre orientação para a realidade; Não incomum em crianças pequenas
...Movimento: pressões ambientais
Outros ________________________

1 PESSOA

Perspectiva
_Localizaçâo do desenho na página
À esquerda: retraimento, regressão, organicidade (hemisfério esquerdo), preocupação consigo mesmo, fixação no
passado, impulsividade, necessidade de gratificação imediata
À direita: preocupação com o ambiente, antecipação do futuro, estabilidade/controle, capacidade de adiar a
gratificação Central: rigidez, Comum em crianças pequenas.
Superior: esforço irrealista, satisfação na fantasia, frustração. Superior à esquerda é comum em crianças
pequenas.
Inferior: concretismo, depressão, insegurança, inadequação.
— Rotação opusição

Queda sugerida: extrema angústia


_Margens do Papel
Inferior: necessidade de apoio Lateral: sentimento de constrição Superior: medo ou fuga do ambiente
Margem impedindo completamento do desenho: organicidade
.._Relação com o observador
Vista de cima: rejeição, grandiosidade compensatória
Vista de baixo: retraimento, inferioridade
Distância: retraimento
Posição/apresentação perfil completo ou de costas: retraimento, paranóla
Postura grotesca: psicopatologia severa
Mistura de perfil e frente: organicidade, retardamento, psicose
_Linha de solo: necessidade de segurança, ansiedade
__Transparências: orientação pobre para a realidade; psicose se representar Õrgâos internos. Não incomum em
crianças pequenas
Movimento
_Outros _______________________

Figura 3 (continuação)
Lista Interpretativa de Conceitos Completada para o Desenho
Mostrado na F1gLI

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Interpretação

1 CASA

Detalhes
«Excessivos: obsessividade compulsiva, ansiedade
_FaIta: retraimento; Comum em crianças pequenas
Bizarros: psicose; Comum em crianças pequenas
_.Detalhes Essenciais: uma parede, telhado, porta, janela, chaminé Comumente omitida em crianças
pequenas
_Antropomórficos: regressão,
organicidade, Não incomum em crianças
V Chaminé
Ênfase preocupações sexuais
Omissão: falta de calor no lar
Fumaça excessiva: tensão intensa no lar
Em ângulo reto: regressão;
Não incomum em crianças
V Porta
Ausência: inacessibilidade, isolamento
Grande: dependência Pequena: reserva, inadequação, indecisão Com dobradiça / fechadura:
atitude defensiva
Aberta: necessidade de calor
_Omissões conflito relativo à parte omitida
LTelhado
Ênfase: introversão, fantasia Apenas telhado psicose Linha simples constrição Beiral enfatizado:
descon fiança

Paredes
Finas ou fracas: limites do ego fracos
Ênfase. esforço para manter o controle do ego Ausência: contato pobre com a realidade
Perspectiva dupla: regressão Não incomum em crianças pequenas
Transparentes: Comum em crianças pequenas Ênfase horizontal: pressões ambientais
Énfase vertical: contato pobre com a realidade, preocupações sexuais; Comum em crianças
pequenas

1 ÁRVORE

Detalhes
_....Excessivos: obsessividade compulsiva, ansiedade
_.Falta: retraimento; Comum em crianças pequenas Bizarros: psicose; Comum em crianças
pequenas
_Detalhes Essenciais: tronco e
pelo menos um galho Galhos
Excessivos: compensação, mania
Muito altos: esquizoidia Quebrados/mortos possibilidade de suicídio, impotência Cobertos de
algodão: culpa Como espelho das raízes:
psicose
Copa
Em forma de nuvens: fantasia Rabiscada: labilidade Achatada: pressão do ambiente, negação
_Linha de solo
Árvore desenhada numa depressão da linha do solo: incapacidade
Árvore desenhada no topo de uma colina: grandiosidade, isolamento
__Buraco de fechadura, “Niggs”: oposição, hostilidade
_Omissões: conflito relativo à parte omitida
__Dividida: psicose, organicidade
Tronco
Base larga: dependência Longo: regressão, inadequação
Cicatrizes: trauma Unidimensional: organicidade Animais: regressão; Comum em crianças pequenas
Énfase vertical: contato com a realidade pobre, preocupações sexuais; Comum em crianças
pequenas Base estreita: perda de con trole

_Tipo

Frutífera ou de Natal: dependência, imaturidade; Comum em crianças pequenas Morta: distúrbios


severos Árvore com muda: regressão

1 PESSOA

Detalhes
Excessivos: obsessividade compulsiva, ansiedade
Falta: retraimento; Comum em crianças pequenas
_Bizarros: psicose; Comum em crianças pequenas
Detalhes Essenciais: cabeça, tronco, braços, pernas, traços faciais. Omissão de partes do corpo são
comuns em crianças pequenas.
_Braços
Ênfase: grande necessidade de realização, agressão, punição se não for desenhada a própria pessoa
Muito finos: dependência, organicidade
Omitidos — muito pequenos
— ocultos: culpa, inadequação, rejeição se não for desenhada a própria pessoa

Em forma de asa: esquizoidia _Cabeça


Grande: regressão, grandiosidade Comum em crianças pequenas
Pequena. inadequação
Irregular ou não ligada: organicidade, psicose
Apenas de costas: paranóia Desenhada por último: psicopatologia severa
_Traços faciais
Omitidos ou leves: retrai-

mento
Ênfase: dominação social compensatória
Perfil: paranóia
De animal ou bizarros: psi cose

Sombreamento ou outra cor que não seja a cor da pele psicopatologia severa
Olhos
Ênfase: paranóia Pequenos — fechados — omitidos: introversão, voyeurismo
Pupilas omitidas: contato pobre com a realidade; Comum em crianças pequenas
O relhas Ênfase excessiva: paranóla, alucinações auditivas

Figura 3 (continuação)
Lista Interpretativa de Conceitos Completada para o Desenho
Mostrado na Figura 2

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H-T-P — Manual e Guia de Interpretação

1 CASA

Detalhes (continuação)
/Janelas
Ênfase: ambivalência social
Ausência: retraimento
Muitas’ exibicionismo
Abertas: controle do ego
pobre
Sem vidraça: hostilidade
Detalhes Não Essenciais Ênfase nas cortinas: retraimento, evasão
Ênfase nas calhas: defesa, desconfiança
Venezianas fechadas: retraimento
Outros ______________

1 ÁRVORE

Detalhes (continuação)
Vento soprando: pressões ambientais
Detalhes Não Essenciais
Ênfase na casca da árvore: ansiedade, depressão; meticulosidade: obsessividade compulsiva Folhas soltas falha
nos mecanismos de superar dificuldades Grandes, compensação
Raizes omitidas: insegurança, garras: paranóia; tinas! chão transparente! mortas: contato pobre com a realidade,
organicidade
Trepadeiras: perda de controle Frutas: dependência, rejeição se estiverem caindo; Comum em crianças
pequenas
Outros ______________________

PESSOA

Detalhes (continuação)
Boca
Ênfase: dependência; Comum em crianças pequenas
Omitida: agressão oral, depressão
Dentes’ agressão Nariz
Ênfase: preocupações sexuais; Comum em crianças pequenas
Gênero
Oposto desenhado primeiro’ conflito com a identificação do gênero
Pernas
Omitidas, diminuídas, cortadas: desamparo, perda de autonomia
Posição juntas: rigidez, tensão Posição afastadas: agressão Posição instável: insegurança,
dependência
Omissões’ conflito relativo à parte omitida
Tronco e corpo aberto, fragmentado ou omitido: psicopatologia severa, organicidade; Comum em
crianças pequenas
Seios: imaturidade
Linha mediana vertical’ inferioridade, dependência
Ombros quadrados ou enfatizados: hostilidade
Linha da cintura enfatizada:
conflito sexual, Comum em crianças pequenas
Apertada: explosividade
Detalhes No Essenciais
Roupas
Muita ou pouca roupa: nardsismc, desajustamento sexual
Ênfase em botões: imaturidade; Comum em crianças pequenas
_Genitais desenhados: patologia, a não ser para crianças muito novas; Comum em estudantes de
artes ou em adultos em psicanálise Pés
Omitidos ou cortados’ desamparo, perda de autonomia, preocupações sexuais Dedos dos pés em
figura vestida: agressão

Figura 3 (continuação)
Lista Interpretativa de Conceitos Completada para o Desenho
Mostrado na Figura 2

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1 CASA

,,yDetaIhes irrelevantes
Nuvens, sombras: ansiedade Montanhas: defensividacte Degraus e caminhos longos ou estreitos:
retraimento Arbustos excessivos: insegurança Outros_______________________
_Detalhes Bizarros Comum em crianças pequenas
_Dimensão do Detalhe
Planta dos andares desenhada:
conflito severo, paranóia, organicidade
Sombreamento do Detalhe Excessivo, ansiedade
,,ySeqüência do Detalhe’ normal é telhado, paredes, porta, janela; ou linha de solo, paredes, telhado
Qualidade da Linha
Forte: tensão, ansiedade, energia, organicidade
Leve: hesitação, medo, insegurança, torça do ego fraca Fragmentação/dificuldade com ângulos:
orqanicidade Outros_________________

1 ÁRVORE

_Detalhes irrelevantes
Nuvens, sombras: ansiedade Arbustos excessivos: insegurança Outros_________________________
Detalhes Bizarros Comum em crianças pequenas
Dímensão do Detalhe
Unidimensional: recursos inferiores para busca de satisfação Bidimensional não fechado: perda de
controle
_Seqüência do Detalhe:
Excessivo: ansiedade __Seqüência do Detalhe: normal
é tronco, galho, folhas, ou parte superior, galhos, tronco
_Qualidade da Linha
Forte: tensão, ansiedade, energia, organicidade
Leve: hesitação, medo, insegurança, força do ego fraca Fragmentação/dificuldade com ângulos’
organicidade Outros_________________________

1 PESSOA

Detalhes Não Essenciais (Continuação)


_Cabelo
Enfatizado ou omif ido: preocupações sexuais Mãos/dedos
Luvas: agressividade reprimida
Pontiagudos “acting ouf’ Pétalas: imaturidade
_Pescoço
Ênfase: necessidade de controle
Muito fino: psicose Omitido: impulsividade
________________________
Outros
Detalhes irrelevantes
Bengalas, espadas, armas: agressão, preocupação sexual Outros________________________
_Detalhes Bizarros Comum em crianças pequenas
Dimensão do Detalhe
_Sombreamerito do Detalhe:
Excessivo: ansiedade _,Seqüência do Detalhe (geralmente primeiro cabeça e face)
,Qualidade da Linha
Forte: tensão, ansiedade, energia, organicidade
Leve: hesitação, medo, insegurança, ego fraco Fragmentação/dificuldade com ângulos: organicidade Outros

Interpretação

Uso Convencional das Cores Preto: contornos, fumaça, cercas; azul, azul-verde: fundo, céu, Cortinas;
marrom: paredes; verde: telhado, grama; laranja: laranjas; violeta cortinas; vermelho. chaminé, tijolos, maçãs,
cerejas; amarela sol, flores; amarelo-verde: paisagem, grama

Uso Convencional das Cores Preto: contornos; azul, azul-verde:


fundo, céu; marrom: tronco; verde: folhas, grama; laranja’ laranjas; vermelho: maçãs, cerejas;
amarelo: sol, flores; amarelo-verde: paisagem, grama

Uso Convencional das Cores Preto: contornos, cabelo; azul, azul-verde: fundo, céu, olhos; marrom:
cabelo, roupas; verde: suéteres, grama; laranja suéteres; violeta cachecol, roupas menores;
vermelho: lábios, suéters, vestidos, cabelo; rosa: pele, roupa; amarelo: sol, cabelo; amarelo-verde:
grama

Figura 3 (continuação)
Lista Interpretativa de Conceitos Completada para o Desenho Mostrado na
Figura 2
29

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação

1 CASA

Uso Geral das Cores


_,EscoIha da cor distúrbio geral __Combinações Bizarras: distúrbio
sério
Cor usada apenas para contorno: superficialidade, reserva, oposição
__Branco usado como cor: alienação
_Diferenças muito grande de tamanho ou qualidade em relação aos desenhos acromáticos: capacidade para
permitir afeto
_Cor fora dos contornos: impulsividade, imaturidade, organicidade
_Uso extremamente incomum de cores: distúrbios gerais. Relacionar
Outros ________________________

1 ÁRVORE

Uso Geral das Cores


_Escolha da cor: distúrbio geral _Combinações Bizarras distúrbio
sério
_Cor usada apenas para contorno: superficialidade, reserva, oposição
_Branco usado como cor: alienação
_Diferenças muito grande de tamanho ou qualidade em relação aos desenhos acromáticos: capacidade para
permitir afeto
_Cor fora dos contornos: impulsividade, imaturidade, organicidade
_Uso extremamente incomum de cores: distúrbios gerais. Relacionar
Outros ________________________

1 PESSOA

Uso Geral das Cores


_Escolha da cor: distúrbio geral __Combinações Bizarras, distúrbio
sério
__Cor usada apenas para contorno: superficialidade, reserva, oposição
_Branco usado como cor: alienação
_Diferenças muito grande de tamanho ou qualidade em relação aos desenhos acromáticos: capacidade para
permitir afeto
,__Cor fora dos contornos: impulsividade, imaturidade, organicidade
_Uso extremamente incomum de cores: distúrbios gerais. Relacionar____________ ____________
Outros ______________________

Figura 3 (continuação)
Lista Interpretativa de Conceitos Completada para o Desenho
Mostrado na Figura 2

30
Síntese Interpretativa:

1 Quantos andares tem esta casa? (Esta casa tem um andar superior?)Sóõo, aedae pCipa(_
2. De que esta casa é feita? 1Aadsia — cohce&O dc eadeea
3* Esta é a sua própria casa? De quem ela é? MvPoa sasa (co fruweo)
4. Em que casa você estava pensando enquanto estava desenhando?Mu&lls aaó (‘?) MOStO
5. Você gostaria que esta casa fosse sua? Por que? aeidlddade - psaaeÁdade
6.* Se esta casa fosse sua e você pudesse fazer nela o que quisesse, qual quarto você escolheria
para você? Por que? sótão — aista bocita — podesia yiOO5 5OziLkO
7* Quem você gostaria que morasse nesta casa com você? Por que?
fiegUo —. Cão .cde o
8. Quando você olha para esta casa, ela parece estar perto ou longe? Lãi
9. Quando você olha para esta casa, você tem a impressão de que ela está acima, abaixo ou no
mesmo nível do que você? )o eeseo
10. Em que esta casa faz você pensar ou lembrar? f(oeesta.
11. Em que mais? Tias (eias. —___________________________________________________
12. É um tipo de casa feliz, amigável?Afão — opecas quieta. -
13. O que nela lhe dá essa impressão? SOM csitp baoulí.o (? cO (oOe.sta.
14. A maioria das casas são assim? Por que você acha isso? ________________________________ (ao — o
eaiooia tec Muitos pessoas Muita disoussão todos Muito juutos.
15.* Como está o tempo neste desenho? (Período do dia e do ano; céu; temperatura)
-- pkiMaaeea — depois da cuua.

16. De que tipo de tempo você gosta? ,°Joio — outoco — eesoo


17. De quem esta casa o faz lembrar? Por que? Meu pai (91 QostaSta de uc í.uQa SoCeo esse (9
Coisas que ela fratasa (91 quocdo OostuM000 OocUeSOO.
18.* Do que esta casa mais precisa? Por que? Cão de Quasda (? (á co lloee.sta,
tudo pode asocteces (9) (adsões, uâcda(os, pessoas dessuidodas (? estupeadoees.
19.* Se “isto” fosse uma pessoa ao invés de (qualquer objeto desenhado separado da casa), quem
seria? Áuoe — 006 (9j abe(o SiezO, fraz soMbea Áetustos — aCeiqos (9j da esso(a Cch. Lousa, Ca(cce
20. A que parte da casa esta chaminé está ligada? tolos suasto — soopOe tece (OQo CO (aSsOO.
21. Inquérito da planta dos andares. (Desenhe uma planta dos andares com os nomes, ex., Que
cômodo é representado por cada janela? Quem geralmente está lá?)
solo de eStou
(9 CabaíRo) — e550ilóIeiO eS’OdoS Sáldo ,eeu q.t soa.
abeiecsção cuJodO de jOCCIOS Já)
de lótoS soóo poeu doe paea o

1 ÁRVORE

22.* Que tipo de árvore é esta? _____________________________________________________


23. Onde esta árvore realmente está localizada? ___________________________________________
24.* Mais ou menos qual a idade desta árvore? _____________________________________________
25.* Esta árvore está viva? _______________________________________________________________
26. O que nela lhe dá a impressão de que ela está viva? _______ ____________________
27. O que provocou a sua morte? (se não estiver viva)
28. Ela voltará a viver?
29. Alguma parte da árvore está morta? Qual parte? O que você acha que causou a sua
morte? Há quanto tempo ela está morta? ____________________________________________________

3Q,* Para você esta árvore parece mais um homem ou uma mulher?
___________________________
31. O que nela lhe dá essa impressão?
32. Se ela fosse uma pessoa ao invés de uma árvore, para onde ela estaria virada? _____________

Figura 4
Inquérito Posterior ao Desenho Completado e Régua para o
Desenho
Mostrado na Figura 2
31

Interpretação ;1

INQUÉRITO POSTERIOR AO DESENHO;0]

azer apenas as questões


Para encurtar o inquérito dos ondas, você indicadas por
desenhos col deve f
1

1 CASA

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação

Árvore e Pessoa

Figura 4 (continuação)
Inquérito Posterior ao Desenho Completado e Régua para o
Desenho.
Mostrado na Figura 2

Posicione essa página sobre os desenhos. Alinhe as margens verticais para avaliar a localização
horizontal, alinhe as margens horizontais para a r a localização vertical. Us uas para
avaliar o ta imagem e do de-

32

Interpretação

Capacidade Crítica e Rasuras


A capacidade para ver o trabalho de alguém objetivamente, para
criticá-lo e para aprender com a crítica é uma das primeiras
funções intelectuais a ser afetada na presença de forte
emotividade e/ou de processos orgâncos. Alguns comentários
verbais sobre a capacidade artística, tais como “Nunca aprendi a
desenhar” ou “Isto aqui está fora de proporção” são comuns.
Quando excessivos, tais comentários indicam potencial para
patologia, especialmente se não houver tentativas para corrigir as
fahas identificadas verbalmente. Comportamentos indicativos de
autocrítica incluem:
1. Abandono de um objeto não completado, recomeçando o
desenho em outro lugar da página do desenho, sem apagar o
desenho abandonado.
2. Apagar sem tentar redesenhar. Esse caso geralmente é restrito
a um detalhe que aparentemente despertou um forte conflito. O
indivíduo pode fazer o detalhe uma vez, mas não duas.
3. Apagar e redesenhar. Se o novo desenho resultar em melhora é
um sinal favorável. Entretanto, pode indicar patologia se a
tentativa de correção representar meticulosidade exagerada, ou
uma tentativa inútil de obter perfeição ou se a rasura for seguida
de uma deterioração da qualidade da forma. Esta última implica
em uma reação emocional extremamente forte em relação ao
objeto desenhado, a seu significado simbólico ou à presença de
deterioração orgânica, ou a ambos.
Apagar e redesenhar persistentemente qualquer parte do desenho
sugere fortemente conflito em relação ao detalhe ou ao que ele
representa para o indivíduo.
Comentários
Comentários escritos feitos por um indivíduo, durante a fase de
desenho, geralmente incluem nomes de pessoas, ruas, árvores,
números ou outros elementos; eles podem também ser figuras
geométricas e rabiscos. Estes parecem representar uma
necessidade compulsiva para estruturar a situação o mais
completamente possível (indicativa de insegurança), ou uma
necessidade compulsiva para compensar uma idéia ou sentimento
obsessivo ativado por alguma coisa no desenho.
Observações supérfluas, tais como “Eu vou colocar esta gravata
nele”, parecem ajudar um indivíduo inseguro a estruturar a
situação. Observações irrelevantes, tais como “Você disse que
hoje é o seu primeiro dia aqui?”, parecem ter a função de facilitar
a situação de entrevista. Um número excessivo de comentários,
comentários irrelevantes ou bizarros indicam preocupação. Por
exemplo, se enquanto desenha sua casa o indivíduo comenta: “Eu
não sei se os alicerces são firmes, para começar e as janelas...
Agora, onde está a minha porta? Eu coloquei as janelas no lugar
errado. Eu vou pôr a minha porta aqui; como devo fazer isso,
doutor? Vamos ver, eu estaria enganando se eu olhasse de que
lado a maçaneta da porta está? Estaria tudo bem se houvesse
alguns degraus subindo? Lá estão os alicerces. A arquitetura
ficaria melhor se a janela menor ficasse no lado? Eu acho que sim.
Isto é um bebê chorando? Ele chora assim o tempo todo? Não é
uma construção muito clara. Isso é um teste de seu nervosismo?
Sua clareza? Seria interessante se você não ficasse tão nervoso.”
A referência constante desta mulher aos alicerces de sua casa
simboliza seu sentimento de
33

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação


que os alicerces de sua situação no lar foram destruídos deslealmente
por seu m do. Seus sintomas principais eram considerável
distratibilidade, incerteza angustiant e dolorosa, e um sentimento de
inadequação.
Verbalizações durante a fase do desenho freqüentemente incluem
conteúdos qu foram reprimidos durante uma entrevista anterior,
incluindo idéias de orientação E perseguição. Parece que a tarefa de
desenhar emprega energias, que estiveram E volvidas na defesa do ego,
reprimindo a verbalização desse material. Observações espontâneas são
normalmente mais significativas, quando avaliadas em relação parte do
desenho que acabou de ser completada, que estava sendo feito quando
observação foi feita ou que foi desenhado logo após a observação.
Muitos indiví’ se tornam altamente emotivos enquanto estão
-

desenhando ou sendo questionado presumivelmente por causa de sua


expressão do material reprimido até então. Qu quer indivíduo pode exibir
sintomas de ansiedade durante a situação de entrevista a
H-T-P. Entretanto, expressões emocionais persistentes de menor ou
maior inten de ou repressão da expressão sempre indicam desequilíbrio
da personalidade, dese justamento ou problema orgânico.
Características Gerais do Desenho
A proporção, a perspectiva e os detalhes em um desenho são
características rais que podem fornecer informação sobre o
funcionamento de um indivíduo no texto de seu nível de funcionamento
esperado. O uso adequado e apropriadc detalhes é a primeira
característica que se estabiliza no desenvolvimento. A próx é a
capacidade de representar as proporções realistas e, em terceiro lugar,
a c dade de reconhecer e representar a necessidade de perspectiva.
Em geral, a adequação e o uso apropriado dos detalhes fornecem um
índice c capacidades do indivíduo para reconhecer os elementos da vida
diária e empregá-k convencionalmente, bem como a capacidade de
avaliar criticamente os elementos realidade em geral. A adequação da
proporção nas figuras desenhadas reflete a c pacidade do indivíduo para
julgar, eficientemente, a solução de problemas mais cos, concretos e
imediatos da vida diária. Determinar e desenhar as proporções correta
envolve a capacidade do indivíduo para julgar criticamente os problemas
mais bá cos apresentados pelo seu ambiente. Quando as relações
espaciais entre os elemE tos em um desenho são estabelecidas pela
perspectiva, o indivíduo está mostranc capacidade de reconhecer as
relações de cada todo no tempo e espaço sirr em relação aos outros
objetos do ambiente. Isto indica a capacidade do ina. para agir com
-.

visão crítica nos relacionamentos mais abstratos e amplos da diária.


Proporção
As relações de proporção expressas pelo indivíduo em seus desenhos da
ca árvore e pessoa freqüentemente revelam os valores atribuídos pelo
indivíduo
34

Interpretação
objetos, situações e pessoas. Relações proporcionais nos desenhos
também fornecem um índice grosseiro da capacidade do indivíduo para
atribuir valores objetivos aos elementos da realidade e realizar
julgamentos com facilidade e flexibilidade.
Entre a figura desenhada e a folha do desenho. Os desenhos
ocupam, em média, de um a dois terços da área padrão de desenho. O
uso de uma área extremamente pequena do espaço disponível
geralmente aponta um sentimento de inadequação, uma tendência de se
afastar do ambiente ou uma rejeição do tema principal do desenho
(Figura 5). Um desenho que ocupa quase todo o espaço disponível ou
que, por causa de seu tamanho, tenha uma parte cortada pela margem
do papel geralmente indica um sentimento de frustração (Figura lOd).
Indivíduos que fazem esses desenhos grandes, freqüentemente, estão
sentindo hostilidade em relação a um ambiente restrito. Grande tensão e
irritabilidade com sentimento de imobilidade desamparada é indicada.
Uma visão egocêntrica da importância do próprio indivíduo também
pode ser um fator encoberto nos desenhos muito grandes.
Detalhes na figura desenhada. Em geral, um detalhe de tamanho
maior do que a média (comparado com os outros detalhes desenhados
pelo indivíduo) implica muito interesse e preocupação com o que o item
simboliza para o indivíduo que produziu o desenho. Um detalhe de
tamanho menor do que a média normalmente implica uma rejeição ou
um desejo de rejeitar o que o item pode simbolizar para o indivíduo.
Perspectiva
Um planejamento das relações espaciais no desenho da casa, da árvore
e da pessoa indica a capacidade do indivíduo para compreender e reagir
com sucesso a aspectos mais complexos, mais abstratos e mais
exigentes da vida. A perspectiva também pode ser vista como uma
medida da compreensão do indivíduo.
Localização horizontal na página. Quanto mais afastado para a
esquerda estiver localizado o ponto médio da figura em relação ao ponto
médio da folha, maior é a probabilidade de que o indivíduo tenda a se
comportar impulsivamente, buscar satisfação emocional, imediata e
direta de suas necessidades e impulsos (Figura 5a c; veja, também, o

capítulo 2 para uma descrição do ponto médio). De um ponto de vista


temporal, esse indivíduo está muita preocupado com o passado e estará
interessado principal e fortemente em si mesmo. De modo inverso,
quanto mais afastado estiver para direita o ponto médio do desenho do
ponto médio da página, maior a probabilidade de o indivíduo mostrar um
comportamento estável, rigidamente controlado, de estar propenso a
adiar a satisfação de suas necessidades e impulsos imediatos; e de
preferir satisfações intelectuais a emocionais (Figura llb c). Esse

indivíduo estará preocupado excessivamente com o futuro, de um ponto


de vista temporal, e tende a se preocupar muito com aqueles que
compartilham de seu ambiente e de suas opiniões.
Localização vertical na página. Quanto mais abaixo do ponto médio
da folha estiver localizado o ponto médio do desenho, maior é a
probabilidade de o indivíduo se sentir inseguro e inadequado, e de esse
sentimento produzir uma depressão no humor (Figura lOd). Indivíduos
que desenham dessa maneira tendem a ser concretos e a buscar
satisfação mais na realidade do que na fantasia. Se o indivíduo vê o
35

H-T-I’ — Manual e Guia de Interpretação


desenho como continuando para além da margem inferior da página, ele
pode sentir esmagadoramente oprimido. Quanto mais acima do ponto
médio estiver 1 zado o desenho, maior é a probabilidade de o indivíduo
se sentir lutando por objetivc1 inatingíveis (Figura 9). A localização do
desenho acima do ponto médio pode in que o indivíduo tende mais a
buscar satisfação na intelectualização ou na fantasia, que na realidade.
Localização central na página. Quando o desenho se localizar ao
redor do pon médio geométrico exato da página, o indivíduo geralmente
é rígido para compen ansiedade e insegurança (Figura 12 c).
Mudança da posição da página. Indivíduos com tendências agressivas
e/ou fli gativistas podem mostrar rejeição à sugestão, recusando-se a
aceitar a página posição apresentada. Por exemplo, esses indivíduos
parecem sentir que seria sinal de fraqueza aceitar as instruções
literalmente. Eles parecem compelidos a vi a página, ainda que, ao fazê-
lo, a relação ideal das dimensões horizontal e verti seja alterada,
tornando a tarefa mais difícil. Essa rotação da página revela um pote!1
cial para psicopatologia.
Quadrantes da página. Do ponto de vista dos quadrantes, duas
questões se bressaem. Primeiro, o quadrante superior esquerdo
(particularmente seu canto mo superior esquerdo) é o “quadrante da
regressão’. Indivíduos com deterioraç psicótica ou orgânica muito
freqüentemente localizam seus desenhos nesse c, drante, assim como
os indivíduos que não atingiram um alto nível de maturidac conceitual
(Figura 5 a c). No quadrante inferior direito, o “quadrante incomum”, ui

desenho quase nunca é colocado inteiro dentro dele.


Margens da página. Usos desviantes da margem ou margens da página
são pre significativos. “Desenho cortado pelo papel”2 é a amputação
de parte do desen por uma ou mais margens (Figura 9b), algumas vezes,
devido à relutância em nhar a parte em questão, por causa de
associações desagradáveis, O desenho cort do na base da página pode
ser detectado apenas através de perguntas ou de comentário
espontâneo do indivíduo. Quanto mais o desenho se estender para baixi
na página, maior a probabilidade da repressão estar sendo usada como
uma E gia para manter a integridade da personalidade. Indivíduos com
um forte putenci para ações explosivas podem produzir este tipo de
desenho. O desenho cortado n margem esquerda parece indicar uma
fixação no passado e medo do futuro. O des nho cortado à direita parece
indicar um desejo de escapar para o futuro. O des cortado também pode
ser um indicador de lesões orgânicas. O desenho na borda pape/ocorre
quando parte do desenho toca a margem, mas não parece se para além
dela (Figura 18a). O uso da margem superior deste modo sugere um
fixação no pensamento e na fantasia como fonte de satisfação. O uso
das margen laterais indica insegurança e constrição; o uso da margem
inferior da página implic em depressão e em tendência a comportar-se
de uma maneira concreta e desprovi de imaginação. Este é o menos
patológico dos quatro usos desviantes das margen
2 Em inglês: “Paper chopping”

36

Interpretação
Relação com o observador. Os desenhos são usualmente
representados como se estivessem no mesmo nível do observador.
Desvios deste padrão são a “visão de pássaro” (Figura 13d), quando o
desenho é visto de cima, e a “visão de minhoca”3 (Figura 14a), quando
o desenho é visto de baixo.
Distância aparente em relação ao observador. A distância é
normalmente sugerida pelo tamanho muito pequeno do desenho,
localização do desenho no alto de uma colina ou em um vale profundo,
ou por um grande número de detalhes localizados entre o observador e o
objeto desenhado. Essa distância implica em uma forte necessidade de
manter o “self” afastado e inacessível.
Posição. Os desenhos geralmente estão de frente para o observador,
mas com uma sugestão de profundidade ou, alternativamente, são
desenhados em perfis parciais. A ausência de qualquer sugestão de
profundidade sugere um estilo rígido e intransigente, que compensa
sentimentos de inadequação e de insegurança (Figura 9a). Um desenho
apresentado em perfil completo, sem sugestão de que existe um outro
lado (Figura 1 5c), indica fortes tendências oposicionistas e de
afastamento. Esses desenhos são mais freqüentemente produzidos por
indivíduos que experienciam estados paranóicos.
Uma linha de solo normalmente fornece um ponto de referência para o
objeto desenhado (Figura 7a). Quando for desenhada como uma colina
pode representar sentimentos de isolamento e exposição, dependência
materna ou exibicionismo. Quando a linha de solo for inclinada para
baixo e para a direita, o indivíduo pode sentir que o futuro é incerto e
talvez perigoso.
Transparências. Os indivíduos que apresentam um desenho em que um
objeto, que normalmente estaria coberto por alguma coisa esteja ainda
visível cometem uma falha grave no teste de realidade (Figura 16). Uma
vez que as transparências implicam em uma falha na função crítica,
presume-se que elas indiquem nos desenhos dos indivíduos sem
deficiência mental a extensão em que a organização da personalidade
está rompida por fatores funcionais, orgânicos ou ambos. O significado
patológico das transparências pode ser avaliado pelo seu número e
gravidade.
Movimento. A interpretação do movimento em um desenho envolve a
intensidade ou a violência do movimento, o prazer ou desprazer
envolvidos no movimento e o grau em que o movimento é voluntário
(Figura 13f).
Consistência. Espera-se que a qualidade geral de cada desenho seja
semelhante. Por exemplo, se todos os detalhes essenciais estiverem
presentes no desenho da casa, do mesmo modo é esperado que os
desenhos da árvore e da pessoa também estejam completos. Variações
na consistência entre os desenhos devem ser observadas e
investigadas. O significado da variação na qualidade do desenho
depende dos detalhes desviantes e da magnitude da variação entre os
desenhos ou entre os detalhes dos desenhos. Uma deterioração
progressiva da casa para a árvore e para a pessoa geralmente
acompanha cansaço ou negativismo crescente. A progressão
Em inglês: “worm” verme, minhoca ou lagarta.

37

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação


oposta, uma melhora na qualidade da casa para a árvore e para a pessoa
medo inicial ou dificuldade de adaptação à situação de entrevista.
Um prognóstico positivo é indicado se a árvore desenhada transmitir
uma são mais saudável do que a pessoa, se os desenhos coloridos
apresentarem um n de ajustamento melhor do que os acromáticos, ou se
o H-T-P representar um qu da personalidade mais saudável do que o
Rorschach. Um prognóstico negati sugerido por mais indicadores de
psicopatologia nos desenhos coloridos do que acromáticos (Figura 14a,
b, c); se o desenho da árvore transmitir uma impre diagnóstica mais
pobre do que o da pessoa (Figura 1 2b, c), ou quando o H-T-P zir
associações mais negativas do que o Rorschach.
Detalhes
O tipo e número de detalhes, o método de apresentação, a ordem de proa
e a ênfase colocada sobre eles podem geralmente ser considerados
como um ír de reconhecimento, de interesse e de reação aos elementos
da vida diária.
Detalhes essenciais. Mesmo a ausência de apenas um detalhe
essencial ser vista como séria; as implicações patológicas são maiores
quanto mais de essenciais estiverem faltando e mais desenhos
estiverem envolvidos. O uso ni de detalhes essenciais ou abaixo da
média, particularmente nos desenhos da c da árvore sugere retraimento
e/ou conflito na área representada ou simbol detalhe ou pelo desenho
associado. Indivíduos retardados, com lesão cerebral, dos ou deprimidos
tendem a desenhar o mínimo de detalhes para cada d (Figuras 5a-c). O
uso excessivo de detalhes essenciais (como por persever implica
preocupação exagerada, com o que pode ser representado ou sim’ pelo
detalhe em questão (Figura 6a).
Detalhes não essenciais. O uso limitado de detalhes não essenciais,
cortinas nas janelas, folhas nas árvores, roupas nas pessoas etc.
indicam bom to com a realidade e uma interação sensível,
provavelmente bem equilibrada ambiente. O uso excessivo de detalhes
sugere preocupação exagerada com o ar te ou com a área simbolizada
ou representada pelos detalhes usados ou associações. Os obsessivo-
compulsivos tendem a desenhar um maior núm detalhes deste tipo
(Figura 6a).
Detalhes irrelevantes. Quando usados de forma limitada, como
arbustor nhados próximo à casa; pássaros em árvores ou no céu; ou um
animal de com a pessoa, indicam uma insegurança básica moderada ou
uma necess.. estruturação da situação de maneira mais segura. Quando
usados excessiv eles sugerem uma ansiedade “flutuante livre” existente
ou potencial na área s zada pelo detalhe. Nuvens, por exemplo,
representam uma ansiedade gen em relação ao objeto desenhado. O uso
excessivo de detalhes irrelevant indicar uma forte necessidade de
afastamento, especialmente se eles tem plantar o tema principal do
desenho (Figura 7a-c).
Indivíduos em estado maníaco geralmente desenham um grande número
lhes irrelevantes e, freqüentemente, incluem palavras, comentários e tíL”
melhor esses detalhes estiverem organizados e quanto mais próximos
eles -

38

Interpretação
do objeto do desenho, maior será a probabilidade de que a ansiedade
que eles representam esteja bem canalizada e bem controlada. Quanto
mais os detalhes irrelevantes sobrepujarem o objeto do desenho, maior
será a indicação de potencial para patologia.
Se o sol não tiver sido desenhado, o clínico deve pedir para o indivíduo
desenhá-lo durante o Inquérito Posterior ao Desenho. O sol parece
representar a figura de maior autoridade ou de maior “valência”4
emocional dentro do ambiente do indivíduo, especialmente quando o sol
for muito grande.
Detalhes bizarros. Detalhes bizarros, como pernas humanas
sustentando uma casa ou traços faciais desenhados no sol, indicam que
o indivíduo tem um contato com a realidade gravemente comprometido
e a presença de grave psicopatologia. Detalhes bizarros são raros,
entretanto, o que muitas vezes parece ser um detalhe bizarro à primeira
vista é, posteriormente, considerado como uma relação proporcional ou
espacial, ou um método de apresentação de um detalhe apropriado
incomuns.
Dimensão do detalhe. Detalhes uni e bidimensionais (Figura 8a-c)
tendem a indicar baixa capacidade mental ou lesão cerebral. A exceção
para este caso é a “figura palito” da árvore ou da pessoa.
Sombreamento do detalhe. Sombreamentos saudáveis são produzidos
de forma rápida, leve e com poucos rabiscos casuais. São saudáveis
porque envolvem abstração e uma certa quantidade de sensibilidade ao
ambiente. O indivíduo não volta a sombrear ou a reforçar.
Sombreamentos que indicam patologia na forma de ansiedade e conflito
são produzidos lentamente com atenção e força excessivas ou sem
respeitar os contornos.
Seqüência do detalhe. Qualquer desvio em relação à seqüência do
desenho, como uma ordem de apresentação pouco comum, um retorno
compulsivo para algo que foi previamente desenhado, apagar e
redesenhar algo previamente desenhado ou repetição de um detalhe
indicam patologia potencial. A dificuldade pode ser de concentração e
de organização, ou do conflito relacionado ao detalhe em questão. Como
regra, não se retorna aos detalhes que já foram completados. Se vários
detalhes parecidos forem desenhados como uma série de janelas eles
— —

serão finalizados antes que algum outro tipo de detalhe seja introduzido.
Ênfase no detalhe. A ênfase em um detalhe é mostrada por
comentários ou expressões emocionais claras, por seqüências pouco
comuns em volta daquele detalhe, pelo excesso de rasuras, pela lentidão
ao desenhar o detalhe, por combinações bizarras e por lesões
desenhadas, tais como cicatrizes. A omissão ou não completamento de
um detalhe ou a recusa em comentar sobre ele também pode ser
interpretada como ênfase naquele detalhe. Essas ênfases implicam
ansiedade ou conflito relacionados ao detalhe em questão.
Qualidade da linha. Uma pessoa média tem pouca de dificuldade para
desenhar linhas relativamente retas. Os ângulos são geralmente bem
definidos e as linhas curvas fluem livremente e de modo controlado.
Falhas na coordenação motora sugerem
Valência “Propriedade de um objeto ou região no espaço vital pela qual

o objeto é desejado (valência positiva) ou rejeitado (valência negativa)”.


(Nick, E. Dicionário de Psicologia, São Paulo: Cultrix, sld, p. 388).
,

39

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação


um desajustamento funcional da personalidade ou uma desordem do
sistema so central. Traçados fortes, desenhados com linhas pretas
fortes sugerem ten quando usadas em todo o desenho, essas linhas
indicam problemas orgânicos eles forem usados em um detalhe
específico, o examinador deve presumir (a) fixação no objeto desenhado
(por exemplo: a mão da pessoa sendo vista comofc de culpa), e/ou (b)
hostilidade reprimida ou manifesta contra o detalhe desenhac o que ele
simboliza. Se os traçados fortes formarem o contorno da maior p
desenho, enquanto outras linhas dentro do desenho não são tão fortes, o
índiv pode estar lutando para manter a integridade do ego, e pode estar
desconf mente consciente do fato. Se os traçados fortes forem as linhas
de solo e ou asq altas, o indivíduo pode estar tentando estabelecer
contato com a realidade e n a tendência de obter satisfação na fantasia.
Uma linha de solo muito forte é gera:
te interpretada como representando sentimentos de ansiedade nos
relacionarr Traçados extremamente leves usados em todo o desenho
indicam um sentimen inadequação, indecisão ou medo de derrota.
Linhas que se tornam mais fr medida que a sessão progride indicam
ansiedade ou depressão generalizadai nhas fracas usadas somente para
certos detalhes parecem representar uma r cia do indivíduo para
desenhar esses detalhes, por causa do que simbolizam. Tra
interrompidos geralmente indicam indecisão, enquanto linhas muito
contínuas estar associadas à rigidez interna. Linhas que são
interrompidas e nunca são ui podem indicar falha incipiente do
funcionamento do ego.
A casa, em geral, requer apenas linhas retas. A pessoa geralmente
necessr muitas linhas curvas. A árvore usualmente requer uma
combinação desses d Variações dos tipos convencionais de linha para o
desenho todo aparentemen indicadoras de patologia. Se as linhas forem
rabiscadas pode estar presente ração orgânica.
Cor
O principal objetivo de aplicar o H-T-P colorido é fornecer uma
estimativa a bilidade das resposta do indivíduo nas tarefas do H-T-P,
através do terr condições. O uso das cores pelo indivíduo, por si, fornece
dados adicionais a nóstico e prognóstico. Entretanto, as cores devem ser
tratadas apenas como importante, quando elas não obedecerem à
convenção ou realidade, quanc dominarem a forma do detalhe no qual
foram usadas ou quando forem u lhadas de uma forma não usual.
Se a organização dos desenhos coloridos for melhor do que a dos desenh
máticos, o prognóstico será provavelmente melhor do que se os
desenhos acr cos estiverem melhor organizados. Em crianças, isto é
especialmente verdade, indica uma resposta positiva ao calor humano.
Escolha. Quanto mais lento e mais indeciso o indivíduo for para escolher
a
um detalhe ou desenho, maior será a probabilidade de que o item a ser
pro
tenha para ele uma significação maior do que a média.
Aplicação. Quando um indivíduo usar apenas um crayon preto ou
marrorr1
lo como um lápis isto sugere que ele possui uma tendência para evitar e
‘4 40

Interpretação
(Figura 1 3d). Indivíduos fortemente emotivos usam muitas cores;
as crianças usam mais cores do que os adultos. Isso está de
acordo com a crença de que as respostas emocionais precedem
as respostas intelectuais no processo de desenvolvimento.
Indivíduos regredidos usam cores mais livremente e com menos
crítica do que os indivíduos não regredidos, o que é acompanhado
da perda de interesse na forma por si (Figura 1 4d). Se mais de
três quartos da área da página do desenho for colorida, esta é uma
indicação de que o indivíduo não tem controle adequado da
expressão emocional. Se as cores ultrapassarem as linhas
periféricas é provável que o indivíduo tenha uma tendência a
responder impulsivamente a estímulos adicionais. O
sombreamento é usado mais freqüentemente nos desenhos
coloridos do que nos acromáticos e geralmente são usadas mais
cores no desenho da pessoa do que nos da casa e da árvore.
Adequação. Os contornos são geralmente executados em preto ou
marrom. A coloração de certos detalhes irrelevantes é tão
estabelecida que qualquer violação na convenção de sua
apresentação pode ser considerada significativa. Por exemplo, o
sol é amarelo; o céu é azul; a grama é verde ou marrom; as
sombras são indicadas por sombreamento preto ou azul. Um
indivíduo que se torna tão ligado a cor, que a casa consiste apenas
de uma parede de duas fileiras de retângulos azuis, sobre duas
fileiras de retângulos violetas, mostra sério desajustamento. Do
mesmo modo, um indivíduo que desenha uma árvore com um
tronco bidimensional e galhos unidimensionais que se estendem
lateralmente da base para a ponta, todos em azul; ou uma pessoa
com corpo e cabeça azuis, braços amarelos e pernas marrons
revela um rompimento significativo com a adequação da cor.
Inquérito Posterior ao Desenho
O Inquérito Posterior ao Desenho pretende esclarecer aspectos
obscuros dos desenhos e proporcionar ao indivíduo toda
oportunidade de projetar sentimentos, necessidades, objetivos e
atitudes através da descrição verbal e de comentários sobre seus
desenhos acromáticos e coloridos. Uma pessoa média, bem
ajustada vê a casa ocupada por um ser vivo e vê a árvore e a
pessoa vivas. Respostas ao inquérito que descrevem a casa
temporariamente desocupada ou deserta, a árvore morrendo ou
morta e a pessoa doente, morrendo ou morta parecem revelar
desajustamento.
As respostas dadas durante o inquérito devem ser avaliadas de
acordo com diversas dimensões. O volume de respostas é
importante: A recusa do indivíduo de fazer qualquer comentário é
patológica. “Eu não sei” não deve ser interpretado como falta de
resposta, nem é uma resposta satisfatória. Pelo fato de algumas
questões serem específicas e restritas, uma resposta curta pode
não ser sempre considerada como concisa, enquanto que uma
resposta longa também não deve ser sempre considerada
eloqüente. Por exemplo, pode-se ser surpreendido ao receber uma
resposta mais fonga do que “homem” ou “mulher” para a pergunta
“Esta pessoa é um homem ou uma mulher?” Por outro lado, seria
estranho receber menos do que várias palavras
41

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação


em uma resposta positiva para a pergunta “O que ele (a) está
pensando?” A m longa série de comentários produzida
espontaneamente que o autor experienciou foi feita por um homem
psiconeurótico que entrou em um estado semelhante a um tn se e
associou livremente milhares de palavras referentes a sua árvore
e a outras d um quadro dependurado na parede da sala do
examinador.
As respostas devem ser avaliadas por sua relevância. Uma
resposta irrelevan para “Quantos anos ele (a) tem?” foi o
comentário de um pré-psicótico “Ele tem 1O mas eu tenho 27. “Um
paciente maníaco respondeu à pergunta sobre o tempo n desenhos
“Todos os tipos de tempo. Neve, verão, outono, chuva, seco, tudo!”
A res posta de um paciente psicótico para a pergunta “Alguma
parte da árvore está foi “Eu não posso ouvi-lo muito bem porque as
pessoas estão falando muito.” Quandd foi perguntado que pessoas,
o paciente respondeu “Ah, Deus e Dr. R.” (Dr. R. morr várias
semanas antes). Uma resposta moderadamente irrelevante pode
ser dada pergunta: “Em que esta pessoa faz você pensar?” com
“Ela me lembra de um alun da quarta série tentando desenhar.” O
grau em que as respostas, durante o inqu. incluem material de
auto-referência ou confabulações deve ser observado.
Muitas vezes, objetos aparentemente irrelevantes desenhados ao
redor do ten do desenho representam membros da família ou
pessoas com as quais o indivídi está intimamente ligado na vida
diária. A sua relação espacial com o objeto desen do pode ser
paralela à proximidade ou distância destas relações pessoais.
Esta detalhes devem ser sempre investigados.
Características do Desenho Específicas da
Figura
CASA
A casa parece estimular uma mistura de associações conscientes
e inconscientí’ referentes ao lar e às relações interpessoais
íntimas. Para a criança, a casa pa salientar o ajustamento aos
irmãos e aos pais, especialmente com a mãe. Para adultos, é
representado o ajustamento a situações domésticas em geral e,
mais pecificamente, ao esposo (a) e aos filhos (se tiver algum). O
desenho da casa dá uni indicação da capacidade do indivíduo para
agir sob estresse e tensões nos r mentos humanos íntimos e para
analisar criticamente problemas criados pela siti ção do lar. As
áreas de interpretação no desenho da casa geralmente referem-s
acessibilidade, nível de contato com a realidade e grau de rigidez
do indivíduo.
Proporção
Se o telhado for grande em relação ao resto da casa, o indivíduo
pode muito tempo procurando satisfação na fantasia. Se a
dimensão horizontal da para for superenfartizada em relação à
vertical, o indivíduo pode estar funcionando• cientemente, porque
o passado ou futuro interferem em sua atenção. Este mdiv, pode
ser considerado vulnerável a pressões ambientais, à medida que
muito c figurativamente falando, está disponível para os ataques
no nível da realidade.

42

1 nterpretaço
dimensão vertical for superenfatizada, sua satisfação provavelmente é
obtida na fantasia e evita, o máximo possível, o contato com a realidade.

Portas muito pequenas retratam os sentimentos de inadequação do


indivíduo e relutância em fazer contatos. Portas muito grandes sugerem
superdependência dos outros. Disparidade de tamanho entre as janelas
é normal, com a janela da sala de estar sendo geralmente a maior e a do
banheiro, a menor. Quando a janela do banheiro for a maior, pode-se
supor que a função do banheiro deve estar perturbando o indivíduo, e
deve-se suspeitar de conflitos referentes às funções sexuais e/ou
excretoras. A janela da sala de estar menor do que as outras sugere
rejeição a relações sociais.
Uma chaminé muito grande indica preocupações sexuais e possível
exibicionismo (Figura 1 8a). Uma chaminé desproporcionalmente
pequena sugere que o indivíduo pode sentir falta de calor na situação do
lar. Esta chaminé pode refletir nos homens dúvidas a respeito de sua
masculinidade (Figura 1 3a).
Um caminho que seja muito estreito na sua junção com a casa, mas que
seja largo no lado oposto conota uma tentativa de ocultar um desejo de
se manter distante com uma amabilidade aparente, mas superficial.
Perspectiva
Indivíduos mentalmente deficientes geralmente desenham casas com
“perspectiva dupla”, mostrando uma parede principal com paredes dos
dois lados. As paredes das duas extremidades são normalmente menores
do que a parede principal nestes desenhos (Figura 1 9a). As crianças
pequenas também produzem esse tipo de desenho. Esquizofrênicos, por
outro lado, desenham as paredes das duas extremidades maiores do que
a principal (Figura 17a); os esquizofrênicos parecem considerar que as
paredes das extremidades protegem a parede central ou principal.
Indivíduos esquizóides podem perder a perspectiva completamente em
seus desenhos da casa. Por exemplo, eles podem desenhar uma parede e
um telhado corretos em um lado da casa, e uma linha vertical
perpendicular ao solo no outro lado tanto para a parede como para o
telhado. O resultado é incongruente. Um lado mostra profundidade e o
outro parece cortado abruptamente. Isso parece indicar uma dificuldade
organizacional inicial e talvez um bloqueio temporal.
Um indivíduo, experenciando exposição debilitante a pressões
ambientais e muito preocupado com o que os outros pensam, às vezes,
irá desenhar uma casa em que os quatro lados aparecem
simultaneamente. Um indivíduo, vivenciando conflitos severos na
situação do lar, pode desenhar apenas um esquema ou planta da casa,
refletindo uma tentativa de estruturar toda a situação. E surpreendente
a tendência desses indivíduos para ilustrar seus sentimentos relativos
aos problemas apresentados por vários cômodos ou pelos ocupantes
costumeiros desses cômodos, alterando o tamanho dos cômodos ou sua
localização real.
Uma moça jovem, solteira e grávida mostrou grande dificuldade em
desenhar uma varanda. Finalmente ela a desenhou em um ângulo
incomum da casa, voltada para a direita da página, Isso foi interpretado
como uma expressão simbólica de sua relutância em aceitar uma
extensão similar dela mesma (bebê) no futuro (direita da página).
43

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação


Margens da página. Um telhado que é cortado pela margem superior do
papel indica uma necessidade patológica de procurar satisfação na
fantasia, O uso dos lados da página como uma linha da parede lateral
sugere uma insegurança generalizada.
Relação com o observador. Algumas vezes a casa é desenhada a partir
de uma “visão de minhoca” Isto sugere um sentimento de rejeição em
relação à casa, ou um esforço para obter uma situação inatingível no lar.
Também pode representar um desejo de se afastar (Figura lia).
Distância aparente do observador. É mais provável que a casa seja
desenhada como distante do observador do que a árvore ou a pessoa,
particularmente, se a distância for obtida pela colocação de detalhes
entre o todo e o observador. Por exemplo, um alcoólico crônico do sexo
masculino desenhou uma pequena cabana, mas não se contentou só
com este desenho. Ele desenhou árvores perto da cabana, depois um
grande rio (com índios remando em uma canoa) e depois uma rodovia
entre a casa e os observadores. Isto foi interpretado como uma
expressão de um forte desejo de se afastar o máximo possível da
sociedade convencional, para viver onde ele pudesse se vestir e agir da
forma como lhe agrada sem medo de crítica.
Posição. Uma casa que é desenhada em perfil parcial, com uma parede
lateral e uma parede principal, normalmente indica uma tendência para
se comportar de modo sensível e flexível. A apresentação da casa em
perfil completo indica forte retraimento e tendências oposicionistas.
Transparências. Apenas indivíduos seriamente perturbados ou
retardados desenham uma casa com uma parede transparente. Se a
chaminé nos fundos da casa puder ser vista através das paredes (da
frente e dos fundos), o indivíduo pode estar vivenciando uma
preocupação fálica sufocante e sente que esta preocupação é obvia
para os outros. Se a chaminé for transparente ou não tiver profundidade,
pode estar presente uma negação fálica, representando sentimentos de
impotência e/ou medo de castração.
Movimento. A casa geralmente é desenhada vertical e intacta. Qualquer
representação de movimento, tais como o telhado voando, as paredes
caindo, etc. é pato- lógica e expressiva de um colapso concomitante do
ego sob ataque das pressões extra ou intrapessoais, ou ambas,
dependendo da explicação do colapso da casa. Uma paciente esquizóide
desenhou uma casa rudimentar com a chaminé e o telhado no chão,
derrubados por um tornado, ela explicou. Algumas semanas depois, ela
entrou em estado catatônico.
Sentimentos de pressões ambientais podem ser expressos
simbolicamente por fumaça que, em vez de sair da chaminé em direção
ao céu, desvia para um lado, indicando que o vento está soprando. A
magnitude da pressão pode ser expressa pelo grau de desvio da fumaça
de um curso direto ou quase direto para cima. A fumaça normalmente é
desenhada soprando da esquerda para a direita da página. Se ela for
desenhada soprando da direita para a esquerda, presume-se que o
indivíduo vê o futuro com pessimismo. A fumaça, muito raramente, é
desenhada soprando para os dois lados, a direita e a esquerda (Figura
14a). Essa apresentação é bizarra e foi produzida apenas por indivíduos
psicóticos. A magnitude dos sentimentos do indivíduo é freqüentemente
revelada pela quantidade de fumaça.
44

Interpretação
Detalhes
Detalhes essenciais. A casa deve ter, no mínimo, uma porta (a menos
que somente a lateral da casa seja desenhada o que sugere patologia).

Ela deve ter uma porta, uma janela, uma parede e um telhado (a menos
que seja identificada como uma casa tropical ou outra habitação sem
telhado) e deve ter uma chaminé ou um meio de saída para a fumaça.
O telhado e as paredes da casa parecem representar, de uma forma
rudimentar, o ego do indivíduo: Os limites periféricos da personalidade
são representados pelos limites periféricos da parede e do telhado.
Muita ênfase nessas linhas periféricas ou de “contenção” indicam um
esforço consciente para manter o controle. Linhas periféricas fracas e
inadequadas sugerem um sentimento de colapso iminente e fraco
controle do ego. Quando a casa é considerada um auto-retrato do
indivíduo, o telhado representa as áreas do pensamento e da fantasia. O
telhado pode se estender até o chão e tornar-se, na verdade, tanto uma
parede como um telhado. Esse tipo de casa é produzido por
esquizofrênicos que parecem estar simbolicamente enfatizando o fato de
que seu mundo é em grande parte fantasia (Figura 14a). Enfase no beiral
do telhado por reforçamento ou extensão para além das paredes implica
uma atitude de desconfiança usual excessivamente defensiva (Figura
7a).
A porta e janelas usualmente representam acessibilidade; as portas dos
fundos e laterais parecem enfatizar evasão. A ênfase no revestimento,
fechadura e/ou dobradiça da porta sugerem uma sensibilidade defensiva.
A ênfase na maçaneta sugere excesso de consciência da função da
porta e/ou preocupação fálica. As janelas da casa constituem formas
menos diretas e imediatas de interação com o ambiente do que a porta.
Uma janela sem vidraças, grades ou indicação de materiais de vidro é
geralmente desenhada por indivíduos com tendências negativistas que
dizem: “Eu tornarei impossível você ver dentro” (Figura 8a). Um grande
número de grades pode expressar um sentimento de que o quarto atrás
da janela é uma prisão; fechaduras nas janelas indicam uma atitude
manifestamente defensiva. Um grande número de janelas descobertas
implicam que o indivíduo tende a comportar-se de modo áspero e direto.
Indivíduos sexualmente desajustados mostram a tendência para ver
portas e janelas como substitutos oral, vaginal ou retal. As janelas do
andar térreo são mais freqüentemente omitidas ou distorcidas no
tamanho ou na localização do que as janelas dos andares superiores.
Ocasionalmente, as janelas ou portas da casa são desenhadas abertas.
Uma casa descrita como ocupada indica um alto grau de acessibilidade
tranqüila. Se for dito que a casa está desocupada pode-se supor que
existe uma extraordinária falta de defesa do ego. Em cada caso, a
interpretação estará sujeita a modificações pela descrição do indivíduo
sobre o tempo no desenho.
Quando a chaminé é desenhada com facilidade e sem distorções ou
ênfases, implica que o indivíduo tem uma maturidade e equilíbrio
sensual satisfatórios. A omissão da chaminé não representa um sério
desajustamento, bem como a ênfase excessiva na chaminé. Indivíduos
desajustados sexualmente tendem a tratar a chaminé como um símbolo
fálico. Abundância de fumaça da chaminé indica considerável tensão
interna, presumivelmente ocasionada por relações insatisfatórias com
aqueles com quem o sujeito vive. Crianças pequenas comumente
desenham a chaminé em ângulo reto com um telhado triangular.
45
H-T-P — Manual e Guia de Interpre1ação
Crianças pequenas e indivíduos regredidos podem organizar os detalhes
essenciais da casa de modo antropomórfico, de modo que eles lembrem
uma pessoa (Figura 8a).
Detalhes não essenciais. Cortinas e indicadores de materiais de
construção são detalhes não essenciais comuns para a casa.
Venezianas, sombreamento e cortinas que não estiverem
completamente fechadas indicam uma interação com o ambiente
conscientemente controlada, que é acompanhada por alguma ansiedade
(Figura 1 2a). Se os três forem usados, o indivíduo é provavelmente muito
defensivo. Se algumas janelas forem mostradas com sombras, cortinas
ou vidraças, enquanto outras não, o Inquérito Posterior ao Desenho deve
incluir investigação referente ao quarto a que pertence a janela que
difere, tal como quem ocupa o cômodo e que tipo de cômodo é este. A
atitude do indivíduo em relação ao ocupante ou à função do cômodo
pode explicar o desvio. Um grande número de janelas sombreadas ou
com cortinas, por outro lado, indica preocupação excessiva relativa à
interação com o ambiente.
Materiais do telhado são freqüentemente representados por métodos
que variam desde contorno meticuloso de cada telha até rabiscos
dispersos sugerindo a presença do material. Materiais fácil e não
compulsivamente desenhados parecem indicar uma consciência
moderada de diferenciação da superfície e uma boa capacidade para
interação equilibrada com o ambiente. Detalhes meticulosos dos
materiais implicam tendências obsessivo-compulsivas. Os materiais são
menos freqüentemente desenhados para as paredes do que de qualquer
outra parte da casa, e mais freqüentemente para a chaminé do que para
qualquer outra parte da casa. Canos para escoamento da água no
telhado e calhas representam atitude defensiva (e normalmente
suspeita), com um esforço concomitante para canalizar estímulos
desagradáveis.
Detalhes irrelevantes. Arbustos e caminho são detalhes irrelevantes
comuns para a casa. Arbustos desenhados perto da casa representam
uma necessidade de erguer barreiras defensivas do ego ou de
estabelecer contato com os outros de uma maneira mais formal.
Arbustos também podem representar pessoas do ambiente do indivíduo.
Árvores muitas vezes representam pessoas que possuem fortes
valências positivas ou negativas para o indivíduo. O examinador deve
identificar essas pessoas durante o Inquérito Posterior ao Desenho. Uma
árvore irrelevante desenhada próximo à casa geralmente representa o
indivíduo e pode retratar seus fortes sentimentos de rejeição pelos pais
e grande necessidade de sua afeição. A localização da árvore perto da
casa e na proximidade imediata dos arbustos (mais tarde identificados
como irmãos) pode expressar uma necessidade de aceitação do
indivíduo por parte de seus irmãos e/ou irmãs. Tulipas ou flores
semelhantes a margaridas são, às vezes, desenhadas nas proximidades
da casa, geralmente por indivíduos esquizóides ou crianças muito
pequenas. Um caminho facilmente desenhado e bem proporcional parece
implicar que o indivíduo exerce controle e tato no seu contato com os
outros. Um longo caminho sugere acessibilidade diminuída.
Às vezes, uma linha no meio da parede é desenhada para enfatizar o fato
da casa ter dois andares. Isso sugere uma compartimentalização
indesejável da personalidade com ênfase somática. Quando são
desenhados degraus, eles, às vezes, conduzem a uma parede vazia,
indicando uma forte ambivalência em fazer contato com pessoas muito
próximas. Detalhes degradantes, tais como um banheiro externo ou
46

Interpretação
uma grande lata de lixo que são desenhados perto da casa que é,
por outro lado, uma mansão, indicando sentimentos de hostilidade
agressiva. Se não houver linha de solo ou a casa estiver suspensa
acima da linha do solo, o contato do indivíduo com a realidade
pode ser tênue.
Nuvens indicam ansíedade generalizada (Figura lia). Montanhas
são, às vezes, desenhadas nos fundos e indicam uma atitude
defensiva e necessidades de dependência. Chuva e neve, embora
raras, implicam uma forte necessidade do indivíduo em expressar
seus sentimentos de estar sendo submetido a pressões ambientais
fortes e opressivas. A neve tem mais implicações patológicas do
que a chuva.
Dimensão do detalhe. A casa quase nunca inclui características
unidimensionais. Lesões orgânicas são fortemente indicadas se o
indivíduo começa a casa como se fosse fazer um desenho
convencional em três dimensões, mas termina produzindo o
equivalente a um esquema.
Sombreamento do detalhe. O sombreamento normal da casa inclui
a representação do material da parede e linhas cruzando a janela
para representar vidro. Sombras desenhadas espontaneamente e
antes que o sol seja desenhado representam uma situação de
conflito na qual a ansiedade é vivida no nível consciente.
Seqüência do detalhe. Muitos indivíduos começam a casa
desenhando o telhado, as paredes, uma porta e uma janela; ou
desenhando a linha de solo, paredes e um telhado. Indivíduos
inseguros desenham, às vezes, simetricamente (duas chaminés,
duas janelas, duas portas etc.) (Figura 1 5a); indivíduos
gravemente desajustados às vezes desenham de forma
segmentada (detalhe por detalhe sem considerarem as relações
dos detalhes entre si ou com o todo).
Adequação da cor
A casa pode ser produzida em qualquer cor sem violar a realidade
do ponto de vista cromático. Tipicamente, a chaminé é vermelha,
preta ou marrom; a fumaça é preta ou marrom; o telhado é preto,
verde, vermelho ou marrom; as paredes são pretas, marrons,
verdes, vermelhas, amarelas ou azuis; as portas e as molduras das
janelas são pretas, marrons, verdes, vermelhas ou azuis; e as
venezianas são pretas, verdes, marrons, azuis ou vermelhas.
Inquérito Posterior ao Desenho
As questões listadas nesta seção para cada desenho estão
numeradas de acordo com o Protocolo de Interpretação do H-T-P.
1. Quantos andares tem esta casa? Esta é uma pergunta que testa
a realidade. Também mede a atenção, já que indivíduos altamente
perturbados ou retraídos respondem sem olhar para os desenhos.
2. De que esta casa é feita? E uma boa prática determinar o que o
material da casa significa para o sujeito. Tijolos, por exemplo,
podem representar estabilidade para um indivíduo e economia de
manutenção para outro.
3. Esta casa é a sua própria casa? De quem é ela? Muito
freqüentemente, os indivíduos costumam desenhar suas próprias
casas, mas eles raramente as reproduzem corretamente por—

diversas razões, além do fato que a maioria das pessoas não


47

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação

desenha com a exatidão de um arquiteto. Uma razão pode ser


porque a casa é um auto-retrato do indivíduo, quando ele age numa
situação que envolve os aspectos mais íntimos de suas relações
interpessoais. Uma outra pode ser porque os indivíduos tendem a
enfatizar os aspectos da casa que tenham significados mais
agradáveis ou desagradáveis para eles. Essa ênfase pode incluir
exagero ou diminuição de um detalhe e/ou distorção da proporção
e da perspectiva. Uma terceira razão pode ser o fato de que a casa
em parte, às vezes, representa várias habitações do passado, do
presente e do futuro. Se a casa pertencer a uma outra pessoa,
determinar se é vista como um lugar positivo ou negativo.
4. Em que casa você estava pensando enquanto estava
desenhando? Esta pergunta procura obter informações que levem
a uma identificação mais precisa. A casa desenhada, bem como a
árvore e a pessoa, podem ter diversas identidades.
5. Você gostaria que esta casa fosse sua? Por que?A resposta do
indivíduo a esta pergunta pode revelar atitudes em relação a seu
lar e às pessoas com quem ele partilha o lar. Pode mostrar que
tipo de casa o indivíduo gostaria de ter, a força do desejo de
possuí-la e a probabilidade de que este objetivo produzirá
frustração. Se o indivíduo preferir esta casa à sua, por ser maior, é
provável que exista uma superlotação real ou um sentimento de
frustração. Se a casa é rejeitada por ser grande demais, o
indivíduo pode se sentir inseguro em sua casa atual.
6. Se esta casa fosse sua e você pudesse fazer nela o que
quisesse, qual quarto você escolheria para você? Por que? O
desejo expresso de indivíduos retraídos de procurarem refúgio em
um quarto dos fundos do andar de cima pode ser surpreendente.
Um quarto de um andar superior pode ser escolhido, pois assim o
indivíduo pode olhar para fora mais facilmente. Indivíduos
desconfiados tendem a escolher quartos que lhes permitam a
observação total dos arredores das portas. Ocasionalmente, as
razões para a escolha de um quarto no andar de baixo revelarão
sentimentos de insegurança e a necessidade de se estar mais
próximo da realidade. Qualquer outra escolha que não seja a de
um quarto pode ser vista como significativa e pode ser
interpretada em termos da significação do cômodo particular
escolhido. A posição do cômodo escolhido em relação aos outros
quartos pode indicar o grau de proximidade sentido em relação a
cada membro da família.
7. Quem você gostaria que morasse nesta casa com você? Por
que? Crianças desajustadas podem revelar forte necessidade de
afeto e aprovação paterna dizendo que querem os pais morando
com elas, mas não os seus irmãos, Indivíduos fortemente
paranóicos geralmente preferem morar sozinhos ou com outra
pessoa que eles possam dominar. Os pacientes rapidamente
detectam o significado desta pergunta e evitam respostas diretas;
a tentativa de evasão pode ser mais reveladora do que uma
resposta franca.
8. Quando você olha para esta casa, ela parece estar perto ou
longe? Esta é uma outra pergunta que testa a realidade e
respostas diretas, contradizendo a realidade, são significativas.
Normalmente a proximidade parece significar capacidade de
realização ou sentimentos de calor e acolhimento, ou ambos. A
distância sugere luta ou sentimentos de rejeição, ou ambos.
9. Quando você olha para esta casa, você tem a impressão que ela
está acima, abaixo ou no mesmo nível do que você? As respostas
a esta pergunta parecem se referir a relações pessoais, com
ênfase no lar e na família.

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48

Interpreta çio
10. Em que esta casa faz você pensar ou lembrar? A qualidade da
associação é importante, bem como sua valência para o indivíduo.
11. Em que mais? E importante dar ao indivíduo a oportunidade de
expandir suas associações em cada desenho. Aqui, mais uma vez, a
qualidade das relações entre as idéias é tão interessante como o seu
tom positivo ou negativo para o cliente.
12. É um tipo de casa feliz, amigável? O tom emocional que
acompanha uma resposta negativa pode dizer muito sobre o ponto de
vista do indivíduo em relação ao lar e aos que o habitam. Respostas
altamente evasivas podem indicar valências fortemente negativas.
13. O que nela lhe dá essa impressão? Ocasionalmente um indivíduo
tentará justificar uma resposta descrevendo detalhes físicos superficiais
da casa, descrevendo-a como uma casa feliz porque ela tem cortinas,
fumaça saindo da chaminé, etc. Respostas a esta questão serão uma
expressão direta dos sentimentos do indivíduo referentes às pessoas
que ocupam a casa desenhada e sua opinião ou seus sentimentos em
relação a eles.
14. A maioria das casa é assim? Por que você acha isso? Esta
pergunta tenta determinar em que extensão têm sido generalizados os
sentimentos hostis ou amigáveis do indivíduo em relação à casa e a
seus ocupantes.
15. Como está o tempo neste desenho? (período do ano e do dia,
céu, temperatura).
16. De que tipo de tempo você gosta? Esta pergunta mostra o nível de
estresse ou calor humano no lar.
17. De quem esta casa faz você lembrar? Porque? Muitas vezes a
pessoa nomeada é um membro íntimo da família do indivíduo.
18. Do que esta casa mais precisa? Por que? Respostas definidas
expressam, normalmente, a necessidade do indivíduo de afeto, abrigo,
segurança e boa saúde.
19. Se “isto” fosse uma pessoa ao invés de (qualquer objeto
desenhado separado da casa), quem seria? Freqüentemente objetos
aparentemente irrelevantes desenhados ao redor da casa representam
membros da família ou pessoas com as quais o indivíduo está
intimamente associado. A distância deles em relação à casa na folha do
desenho pode caracterizar estas relações pessoais.
20. A que parte da casa esta chaminé está llgada?Se a chaminé
desenhada sugerir patologia, esta pergunta pode ajudar a identificar
relações familiares relevantes ou aspectos da vida no lar.
21. Inquérito da planta dos andares. (Desenhe uma planta dos
andares com os nomes, ex., Que cômodo é representado por cada
janela? Quem geralmente está lá?) A planta da casa pode expressar
através de ctorções de proporção, dificuldade de apresentação ou
omissão de um ou mais quartos, a presença de conflitos entre os
ocupantes da casa ou a função costumeira de um ou mais cômodos.

1 ÁRVORE

A árvore, que parece estimular menos associações conscientes e


mais associações subconscientes e inconscientes do que os
outros dois desenhos, é uma ex49

H-T-P — Manua’ e Guia de Interpretação


pressão gráfica da experiência de equilíbrio sentida pelo indivíduo e da
visão de seus recursos de personalidade para obter satisfação no e do
seu ambiente.
A qualidade do desenho da árvore parece refletir uma capacidade do
indivíduo para avaliar criticamente suas relações com o ambiente. Áreas
adicionais de interpre tação incluem o quadro subconsciente do
indivíduo em relação ao seu desenvolvi-1 mento, contato com a
realidade, sentimento de equilíbrio interpessoal e (quando
árvore representa uma outra pessoa) pressões interpessoais.
Proporção
Uma árvore muito pequena sugere fortes sentimentos de inadequação
para lidar com o ambiente. Uma árvore muito grande, particularmente
uma que é cortada pelas margens da folha, implica uma busca de
satisfação supercompensatória, fantasia, ou ambas e conota, na melhor
das hipóteses, hipersensibilidade.
Uma árvore com um tronco muito fino ou muito pequeno e com uma
grande estrutura de galhos (ou copa) indica um equilíbrio precário da
personalidade por causa da excessiva busca de satisfação (Figura 1 5b).
Uma pequena estrutura de galhos c
um tronco muito grande sugerem um equilíbrio precário da
personalidade, por causa da frustração gerada pela incapacidade de
satisfazer fortes necessidades básicas (Figura 12b).
Um tronco com uma base larga, mas que se torna muito fino a uma
pequena distância acima da base implica um ambiente anterior sem
estimulação calorosa e saudável. Um tronco que é mais estreito na base
do que em um ponto mais alto é uma forte indicação de patologia, que
sugere um esforço além das forças do indivíduo, com uma implicação
concomitante de um possível colapso do controle do ego.
Perspectiva
Localização vertical na página. Normalmente, a árvore é
desenhada mais para cima no eixo vertical da tolha do que a casa ou a
pessoa.
Margens da página. O uso do lado do papel como um lado do tronco
sugere tendências agressivas reativas à constrição de espaço, com uma
sensibilidade aumentada resultante. Essas tendências podem ser
reprimidas ou não.
Relação com o observador. A árvore desenhada abaixo do
observador parece simbolizar um sentimento do indivíduo de depressão
ou derrota. Uma árvore desenhada como se estivesse parcialmente no
alto de uma montanha parece simbolizar um sentimento de esforço ou
uma necessidade de proteção e segurança, o que é parcialmente
fornecido pelo lado da montanha. Uma árvore desenhada no topo de uma
montanha nem sempre indica um sentimento de superioridade. Ao
contrário pelo fato de estar exposta e, portanto sujeitá ao ataque dos
elementos, pode representar um sentimento de isolamento concomitante
a uma luta por autonomia.
Posição. Embora seja impossível desenhar a árvore de perfil, às vezes,
um indivíduo irá, indicar que a árvore está mostrando seu lado para ele.
Transparências. Raízes que estão obviamente abaixo do solo, mas
mesmo assim são visíveis, sugerem fortemente uma talha patológica no
contato com a realidade (Figura 14b).

50

Interpretação
Movimento. A árvore é mais desenhada em movimento do que a casa.
Quando é óbvio que um forte vento está soprando, como quando a árvore
está curvada para um lado, o indivíduo pode estar sujeito a fortes
pressões ambientais, mas ainda resiste e luta para manter o equilíbrio. A
árvore desenhada com suas folhas caindo pode expressar a impressão
do indivíduo de que está sendo psicologicamente despido, perdendo a
capacidade para ocultar pensamentos, emoções e fortes sentimentos de
culpa. O indivíduo que produz este tipo de árvore também pode sentir
uma perda da capacidade de fazer ajustamentos mais refinados e
delicados ao ambiente. Crianças dependentes ireqüentemente
desenham macieiras e mostram seu sentimento de rejeição ao
desenharem as maçãs caídas ou caindo. Galhos caídos ou caindo
expressam a certeza do indivíduo de que ele está perdendo a
capacidade para lidar com as pressões ambientais.
Detalhes
Detalhes essenciais. A árvore deve ter um tronco e pelo menos um galho.
O tronco parece representar o sentimento básico de poder do indivíduo.
Os galhos, por seu tamanho e posição em relação ao tronco e à página,
parecem indicar os recursos de obtenção de satisfação do indivíduo.
Galhos parcialmente bidimensionais e sombreados e galhos
apresentados com sombreamento desenhado fácil e rapidamente
parecem representar o ajustamento mais maduro. Galhos que se dirigem
para o centro da árvore, em vez de convencionalmente se dirigirem para
fora, implicam fortes tendências ruminativas e são vistos em desenhos
de obsessivo-compulsivos. Galhos grossos e curtos, como se fossem
cortados perto do tronco podem indicar tendências suicidas; galhos
quebrados ou mortos parecem representar eventos traumáticos vividos
pelo indivíduo. Galhos reforçados sugerem um sentimento de
inadequação na busca de satisfação. Quanto maior a flexibilidade da
estrutura e melhor a organização dos galhos da árvore, maior é a
capacidade presumida do indivíduo para obter satisfação de seu
ambiente, se todas as outras condições se mantém iguais. A árvore,
particularmente seu tronco, é prontamente vista como um substituto
fálico para indivíduos desajustados sexualmente.
Detalhes não essenciais. A folhagem é freqüentemente desenhada
empregando sombreamento e, às vezes, com detalhe cuidadoso; um
sistema de galhos e a casca
da árvore são comuns. Quando a casca é desenhada facilmente uma
interação bem equilibrada está implicada, enquanto que a casca
desenhada com linhas muito pesadas e consistentes refletem a
presença de ansiedade. A casca que é desenhada meticulosa e
cuidadosamente sugere que o indivíduo possa estar compulsivamente
muito preocupado com sua relação com o ambiente presente (Figura 7b).
Cicatrizes desenhadas no tronco devem ser investigadas durante o
Inquérito Posterior ao Desenho (Figura 12b).
As folhas podem ser cosméticas ou funcionais. Como enfeites
(cosméticas), elas decoram e cobrem o esqueleto da árvore.
Funcionalmente, elas servem para estabelecer o contato mais imediato e
direto com o ambiente. Folhas desenhadas meticulosa e cuidadosamente
são sinais de características obsessivo-compulsivas.
51

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação


Trepadeira no tronco ou casca tipo trepadeira têm sido encontradas
representando um sentimento de que o indivíduo está perdendo ou já
perdeu o controle de impulsos constrangedores e/ou que os outros estão
cientes de que ele tem idéias ou necessidades proibidas. As frutas são
desenhadas normalmente por crianças e, ocasionalmente, por mulheres
grávidas.
Para a maioria dos indivíduos, a estrutura da raiz parece representar, em
um nível superficial, a fonte de satisfação elementar e a estabilidade
das forças da personalidade. Em um nível mais profundo, a estrutura da
raiz representa impulsos básicos, elementares. Raízes que penetram
fácil e delicadamente dentro do solo implicam um bom contato com a
realidade. Raízes como garras que parecem agarrar o solo, mais do que
entrar nele revelam a presença de fortes atitudes agressivas e
paranóicas.
Detalhes irrelevantes. Pássaros ou animais desenhados nos galhos da
árvore ou na grama ao redor da base do tronco são comuns.
Ocasionalmente, o indivíduo identifica o pássaro ou animal como uma
pessoa com forte valência para ele. Mesmo quando a identificação não
for estabelecida, interpretações cautelosas podem ser feitas baseadas
nas características do pássaro ou animal ou em sua ação no desenho. As
implicações de um abutre voando sobre a árvore ou de um cavalo com o
rabo levantado, pronto para defecar na árvore são óbvias. Mais sutil é o
desenho de uma árvore com a cabeça de um esquilo saindo de um
buraco do tronco. Isto foi interpretado como simbolizando que um
sentimento obsessivo de culpa está, infelizmente, fora de controle e tem
potencialidades destrutivas.
Uma linha de solo é mais freqüente no desenho da árvore do que no da
casa ou da pessoa. Uma linha de solo em formato de arco convexo
aponta dependência materna, com sentimentos de isolamento e
desamparo, se a árvore for relativamente pequena ou estiver
inadequadamente organizada. Uma árvore grande e vigorosa
fundamentalmente implica que o indivíduo tem fortes necessidades para
dominação e exibicionismo. Às vezes, a linha de solo adquire a forma de
uma caixa sem nenhuma relação com a árvore, o que indica contato
inadequado com a realidade.
Crianças muitas vezes desenham uma árvore de Natal. Quando adultos
desenham uma árvore de Natal alegremente ornamentada, a presença
de narcisismo bem desenvolvido, tendências regressivas e uma forte
necessidade de cuidado e proteção são sugeridas. As crianças
freqüentemente desenham duas árvores que são identificadas como o
pai e a mãe. Por outro lado, uma ou mais árvores adicionais indicam
patologia.
Uma pessoa desenhada perto da árvore geralmente revela patologia. Um
indivíduo severamente perturbado com uma relação infeliz com seu pai
desenhou uma árvore enorme caída no chão com um homem,
identificado como o pai do paciente, em pé ao lado dela e trazendo um
machado em suas mãos. Ocasionalmente uma face humana é desenhada
na estrutura dos galhos e reconhecida depois pelo indivíduo. Tais faces
normalmente possuem significados negativos para os indivíduos.
Dimensão do detalhe. Uma árvore composta de um tronco
unidimensional com galhos unidimensionais é algumas vezes desenhada
(Figura 8b). Galhos unidimensionais indicam que os recursos de busca
de satisfação do indivíduo são inferiores, particularmente, se não houver
uma organização com galhos conectados entre si e com o tronco.
Indivíduos com lesões orgânicas avançadas muitas vezes desenham
52

Interpretação

uma árvore com tronco unidimensional e galhos unidimensionais


tortuosos, que não formam um sistema.
A maior parte dos desenhos da árvore são pelo menos bidimensionais.
Galhos bidimensionais desenhados como dedos ou bastões e com
organização limitada implicam forte hostilidade. Galhos bidimensionais
fálicos sugerem o temor de castração. Galhos desenhados em duas
dimensões, mas sem fechamento nas extremidades, indicam falta de
controle na expressão dos impulsos (Figura 12b).
Uma árvore com forma de um buraco de fechadura, sem linhas fechando
a base circular, com estrutura circular, sem sombreamento dos galhos e
sem linha fechando a base do tronco reflete fortes tendências
oposicionistas. É como se o indivíduo dissesse, “Eu vou desenhar com o
mínimo que eu puder para fazer uma árvore reconhecível.” A árvore
“Nigg’s” é como a árvore buraco de fechadura, exceto pelo fato de sua
copa não ser sombreada, possuir bordas como dentes de serra que de
certa forma lembram as bordas serrilhadas de um quebra-nozes. Essa
árvore é geralmente produzida por indivíduos de personalidade rígida e
compartimentalízada.
Sombreamento do detalhe. O sombreamento é mais freqüentemente
usado na árvore do que na casa ou na pessoa. A estrutura de galhos da
árvore e a folhagem são geralmente indicadas por sombreamento total;
a casca da árvore é normalmente representada com sombreamento
parcial. “Sombras brancas” são uma estratégia rara, que sugere
pensamentos esquizóides, em que os galhos são indicados como tendo
partes dos galhos bidimensionais mostradas através do espaço branco, e
sem que a área das folhas seja realmente desenhada, dando ao próprio
espaço uma sugestão de solidez. Quando os galhos forem indicados sem
o LiSO de sombreamento, tendências oposicionistas podem estar
presentes.
Seqüência do detalhe. A árvore é normamente desenhada pela
produção do tronco, de um sistema de galhos e, depois da folhagem; ou
fazendo a parte superior da árvore, os galhos (com ou sem indicações de
sombras), depois o tronco e a base do tronco. Uma seqüência do
desenho da árvore que indica desajustamento é aquela em que o
indivíduo começa fazendo de uma forma adequada, mas termina
desenhando galhos unidimensionais ou bidimensionais de forma vaga,
sem apagar a produção original.
Patologia é indicada se dois galhos bidimensionais forem desenhados,
um abaixo do outro (à esquerda) começando do topo da árvore, seguido
de galhos parecidos à direita, mas que não se unem entre si ou ao
tronco. As duas linhas do tronco, não unidas no topo ou na base, e que
não tocam os galhos são, então, desenhadas, seguidas de uma linha
periférica unindo as pontas extrnas dos galhos.
Ênfase no detalhe. Ênfase exagerada nos galhos do lado esquerdo da
árvore pelo número e/ou tamanho sugerem um desequilíbrio da
personalidade ocasknado por uma forte tendência de busca de
satisfação emocional direta e imediata. Enfase exagerada no lado direito
sugere desequilíbrio produzido também por uma forte tendência a evitar
ou adiar satisfação emocional e a procurar satisfação através do esforço
intelectual. Por outro lado, simetria absoluta na estrutura dos galhos
implica sentimentos de ambivalência e incapacidade em aceitar
dominância para qualquer forma de ação.

53

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação

Adequação da Cor
Os troncos das árvores tendem a ser desenhados em marrom ou preto.
Os galhos são geralmente desenhados em marrom e preto; a folhagem
em verde, amarelo, vermelho, marrom e preto; as frutas em vermelho,
amarelo e verde; e as flores em vermelho, laranja, azul e violeta.
Inquérito Posterior ao Desenho
22. Que tipo de árvore é esta? Os indivíduos normalmente desenham
as árvores mais comuns da vizinhança de suas casas.
23. Onde esta árvore realmente está localizada? Muito
freqüentemente, os indivíduos desenham a árvore perto de uma casa do
passado ou da atual, ou de um lugar associado a uma experiência de alta
valência negativa ou positiva. Se a árvore está em uma floresta, a
definição do indivíduo de uma floresta pode ser reveladora. Para a!guns,
é um lugar de paz, tranqüilo e de solidão; para outros, um lugar de medo
e ameaçador. A resposta “em um grupo de árvores” sugere que o
indivíduo precisa e gosta de companhia.
24. Mais ou menos qual a idade desta árvore? Muito freqüentemente,
a idade é a idade cronológica ou idade sentida pelo indivíduo. As vezes, é
o número de anos que o indivíduo viveu após a puberdade, o número de
anos que o ambiente tem sido sentido como insatisfatório ou a idade da
pessoa representada pela árvore.
25. Esta árvore está viva? Nenhum indivíduo bem ajustado já
respondeu “não”. Uma resposta negativa usualmente indica que o
indivíduo sente-se tisiologicamente inferior ou psícologicamente
inadequado, culpado, profundamente deprimido ou alguma combinação
desses sentimentos. Ocasionalmente, perguntas adicionais revelarão
que o indivíduo vê a árvore mais adormecida do que morta, o que é um
sinal de esperança.
26. O que nela lhe dá a impressão de que ela está viva?A resposta a
esta questão pode ser a primeira indicação de que o indivíduo vê a
árvore em movimento, variando desde um pequeno tremor das folhas, até
um clara oscilação do tronco. Outras respostas indicam que tais
qualidades como força, vigor, etc., criam a impressão de vida na árvore.
A resposta mais óbvia é a de que a árvore deve estar viva porque tem
folhagem.
27. O que provocou a sua morte? (se não estiver viva) Quando
vermes, insetos, parasitas, ferrugem, relâmpago, vento ou,
ocasionalmente, ações malignamente agressivas de crianças ou adultos
são apontados como a causa da morte, o indivíduo expressa a convicção
de que alguma coisa extrapessoal é a culpada. Se, entretanto, for dito
que a causa é o apodrecimento de alguma parte ou da árvore inteira, um
sentimento de que alguma coisa dentro do “self’ é culpada é indicado.
28. Ela voltará a viver? As vezes, o indivíduo dirá que a árvore está
morta, quando quer realmente dizer que ela perdeu suas folhas no
inverno. Perguntar se a árvore vIveruuL1 duirIr a determinar se é este o
caso.
29. Alguma parte da árvore está morta? Qualparte:fcTque
VUCT”.5.LLC.ØU a sua morte? Há quanto tempo ela está morta? Folhas

mortas podem indicar incapacidade de fazer ajustamentos mais


controlados e delicados como ambiente. Muito

Interpretação
comumente, os galhos ou as raízes são vistas como mortas ou
partes mortas. Galhos mortos parecem expressar a crença do
indivíduo de que muita frustração foi produzida apenas por fatores
extrapessoais do ambiente. Às vezes, um galho morto representa
um trauma físico ou psicológico, e a localização do galho ao longo
do tronco pode indicar a idade relativa em que o trauma ocorreu.
Raízes mortas implicam desequilíbrio ou desintegração
intrapessoal com o início de uma séria perda de contato com a
realidade. Um indivíduo que desenha a árvore com um tronco
morto revela uma severa perda de controle do ego.
A pergunta sobre há quanto tempo a árvore está morta permite
determinar a impressão do indivíduo da duração de seu
desajustamento, o que geralmente não coincide com a data
fornecida na história do paciente. Quando o indivíduo especifica
uma data deve-se determinar o evento que fixou a data tão
firmemente em sua memória. Como na questão 28, às vezes o
indivíduo irá dizer que uma parte da árvore está morta por ter
perdido suas folhas no inverno. Perguntar se a parte que esta
morta voltará a viver um dia pode ajudar a determinar se é este o
caso.
30. Para você esta árvore parece mais um homem ou uma mulher?
Em geral, pinheiros ou abetos são vistos como masculinas; bordos
e árvores frutíferas como femininas. Para crianças, esta questão
traz a identificação da árvore com o pai, a mãe ou outra pessoa
com quem a criança se identifica.
31. O que nela lhe dá esta impressão? O sexo atribuído à árvore
parece ser normalmente determinado por características, tais
como a forma, a força, a aspereza, a graciosidade, a fragilidade,
etc. Algumas vezes, entretanto, certos aspectos da árvore são
vistos como partes correspondentes específicas da figura
humana. Os longos galhos de uma sempre-viva lembraram a um
indivíduo o cabelo de sua mãe. Uma pequena garota desajustada
afirmou explosivamente que ela viu o punho de seu pai no meio da
estrutura dos galhos de uma árvore de bordo, “Exatamente como
ele costumava levantá-lo para bater em minha mãe!”
32. Se ela fosse uma pessoa ao invés de uma árvore para onde ela
estaria virada?
Como a árvore não tem frente, lado e nem costas, exceto como
vista pelo observador,
a resposta do indivíduo a esta pergunta é uma projeção de sua
relação com o ambiente.
A resposta pode também revelar a atitude de pessoa representada
pela árvore em
relação ao indivíduo.
33. Essa árvore está sozinha ou em um grupo de árvores?
Respostas a essa questão não são muito significantes, a não ser
que tenham forte carga emocional. Sentimentos de isolamento
e/ou uma necessidade de associação com outros são
freqüentemente estimulados aqui.
34. Quando você olha para esta árvore, você tem a impressão de
que ela está acima, abaixo ou no mesmo nível do que você? Para
alguns indivíduos, uma árvore desenhada crescendo no topo de
uma colina simboliza esforço tenso em relação a um objetivo
distante e talvez inatingível. Para outros, reflete necessidade de
autonomia e domínio. Para muitos, uma árvore desenhada
parcialmente protegida por um montanha indica uma necessidade
de proteção e auxílio. Uma árvore desenhada claramente abaixo
do observador quase invariavelmente conota depressão de humor,
bem como um sentimento de inferioridade.

55

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação


35. Como está o tempo neste desenho? (Período do dia e ano; céu;
temperatura) Supõe-se que a árvore expressa um sentimento
consciente ou subconsciente do self do indivíduo em relação ao
ambiente. Uma vez que as forças externas que afetam uma árvore viva
são amplamente metereológicas, não é surpreendente que muitos
indivíduos sejam capazes de expressar simbolicamente seus
sentimentos de que seu ambiente é protetor e amigável ou opressor e
hostil. Os indivíduos podem descrever condições de tempo
desagradáveis em detalhe, apesar da ausência de qualquer
representação de tais condições no desenho. A significação que o tempo
descrito tem para o indivíduo deve ser explorada. Obviamente, o
significado de um tempo frio, por exemplo, não será o mesmo para
alguém que o prefira, em relação a outro que não o faça. Crianças
pequenas geralmente preferem a neve porque gostam de brincar nela.
36. Há algum vento soprando? Mostre-me em que direção ele está
soprando. Que tipo de vento é este? O vento simboliza sentimentos
de pressão de forças ambientais, pessoais ou situacionais. Um jovem
adulto com uma neurose severa respondeu: “E a calma antes da
tempestade.” Para a pergunta do examinador: “A tempestade irá
danificar a árvore?” foi obtida a resposta, “Não, eu acho que não. É a
tranqüilidade antes da guerra atômica. Não irá destruir a árvore; apenas
o cachorro.” O indivíduo reiterou várias vezes que a sua árvore,
obviamente um auto-retrato, representava a “Beleza” e o cachorro, que
estava farejando o tronco da árvore, significava o “Homem”.
Normalmente o vento é descrito como soprando horizontalmente da
esquerda para a direita. Isso revela, na ausência de intensidade
incomum, a tendência do campo psicológico de locomoção do passado
(esquerda) para o futuro (direita). Ventos que têm intensidade acima da
média e que desviam da direção convencional parecem ser
significativos; um indivíduo muito perturbado, por exemplo, afirmou que
o vento estava soprando em todas as direções simultaneamente. Ventos
descritos como soprando do chão para o alto da árvore, cruzando a
página diagonalmente para cima, simbolizam um forte desejo de escapar
da realidade. O inverso se aplica a ventos ditos como soprando
diagonalmente de um canto superior para o inferior oposto (e a
conotação temporal, esquerda para passado, direita para futuro, parece
se manter). O vento descrito como soprando da direita para esquerda
pode indicar uma tendência a regredir sob pressões ambientais ou
intrapessoais. Indivíduos narcisistas podem descrever o vento como
soprando “em minha direção”.
A descrição do indivíduo da velocidade, umidade e temperatura do vento
pode ser reveladoras. Um vento descrito como soprando com grande
força, muito úmido, muito seco, muito quente, muito frio ou alguma
combinação desse tipo, sugere que o indivíduo sofre pressões dolorosas
de uma ou mais fontes ambientais. O grau da pressão sentida
presumivelmente corresponde ao grau de variação em relação a um
estado de tempo calmo. Isto pressupõe, é claro, que a resposta não seja
apenas uma descrição do tempo na hora do exame.
37. O que esta árvore faz você lembrar?
38. O que mais?Assim como para os outros desenhos, a qualidade
destas associações deve ser observada de acordo com o seu tom
positivo ou negativo.
56

Interpretação

39. Esta árvore é saudável? O que nela lhe dá essa impressão? Os


indivíduos têm expressado imagem corporal, sentimentos de
inadequação, isolamento, pressões ambientais, etc., mais
facilmente nos comentários sobre a árvore do que nos relativos à
pessoa, aparentemente, porque a árvore não desperta fortes
sentimentos de identificação ou nem muitas associações
conscientes ou tão próximas do nível da consciência como a
pessoa. Logicamente, uma resposta negativa pode apenas indicar
uma preocupação do indivíduo acerca de sua saúde ou da saúde
da pessoa que a árvore representa.
40. Esta árvore é forte? O que nela lhe dá essa impressão? Saúde
e força são duas qualidades diferentes para muitas pessoas. A
presença de saúde não implica, necessariamente, presença
concomitante de força ou vice-versa. A resposta indica a
estimativa do indivíduo da sua própria força do ego.
Quando a estrutura da raiz da árvore não for desenhada, o
examinador deve pedir ao indivíduo para desenhar, já que ela pode
representar sua visão da força e da qualidade dos aspectos da
personalidade teorizados como estando abaixo do nível
consciente.
41. De quem esta árvore faz você lembrar? Muitas vezes, estes são
indivíduos com quem o cliente se identifica fortemente.
42. Do que esta árvore mais precisa? Por que? Respostas claras
comumente expressam simbolicamente as necessidades do
indivíduo de afeto, proteção, segurança e boa saúde. Respostas
como “luz do sol” ou “água” são freqüentes e devem ser
consideradas como particularmente significativas.
43. Alguém já machucou esta árvore? Como? Essas respostas
costumam indicar o grau em que o indivíduo sente-se agredido
pelo ambiente. A localização do ferimento pode ser informativo.
Ferimento na raiz implica uma ameaça à capacidade fundamental
do indivíduo de se manter em contato com a realidade; ferimentos
nos galhos podem indicar obstáculos à obtenção de satisfação
bem sucedida por um indivíduo cujos processos de pensamento
estão basicamente intactos.
44. Se “isto” fosse uma pessoa ao invés de (qualquer objeto
desenhado separado da árvore), quem ele poderia ser? Da mesma
forma que nos outros desenhos, o examinador deve observar a
qualidade destas associações, bem como seus significados
positivos ou negativos para o cliente.

J PESSOA

A pessoa desenhada estimula mais associações conscientes do


que a casa ou a árvore, incluindo a expressão direta da imagem
corporal. A qualidade do desenho reflete a capacidade do indivíduo
para atuar em relacionamentos e para submeter o “self” e as
relações interpessoais à avaliação crítica objetiva. Este desenho
desperta sentimentos tão intensos que indivíduos paranóicos ou
psicopatas podem se recusar a fazê-los. Áreas adicionais de
interpretação para o desenho da pessoa podem se referir ao
conceito do indivíduo de seu papel e atitude sexuais em relação a
um relacionamento interpessoal específico ou a relacionamentos
interpessoais em geral.

57

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação

Proporção
Uma diferença acentuada de proporções entre o lado esquerdo e o
direito da pe soa sugere confusão no papel sexual, especificamente, e
desequilíbrio da persor dade, em geral.
Indivíduos desajustados que colocam ênfase indevida na inteligência ou
na f sia como uma fonte de satisfação geralmente desenham uma
cabeça muito gran Cabeças desproporcionalmente pequenas são
desenhadas por indivíduos compulsivos e podem representar uma
negação do lugar de pensamentos dobro e sentimentos de culpa. Olhos
pequenos conotam um desejo de ver o mínimo po vel. Uma boca muito
grande implica erotismo oral e/ou tendências agressivas ore Um pescoço
longo e fino sugere características esquizóides.
Um tronco desproporcionalmente grande implica a presença de muitos
impul insatisfeitos que o indivíduo pode sentir intensamente (Figura 1
9c). Um tronco dd proporcionalmente pequeno sugere uma negação de
impulsos do corpo e/ou e timentos de inferioridade. Um tronco comprido
e estreito carrega conotaçõ esquizóides. O tamanho do ombro é um
indicador do sentimento de força básica poder, tanto físico como
psicológico. Ombros desproporcionalmente grandes revel sentimentos
de força ou muita preocupação acerca da necessidade de força ou pc
(Figura 1 8c), enquanto que ombros muito pequenos implicam
sentimentos de inter ridade. Desigualdade no tamanho dos ombros
sugere desequilíbrio da person
Braços muito longos implicam esforço para ambição exagerada,
enquanto bra muito curtos conotam a ausência de esforço (Figura 1 9c).
Braços largos sugerem sentimento básico de força para luta; braços
finos retratam sentimentos de fraque Mãos grandes implicam
impulsividade e falta de capacidade nos aspectos mais nados do
convívio social (Figura 1 5c). Mãos pequenas sugerem uma relutância pa
estabelecer contatos mais íntimos e refinados na convivência
psicossocial.
Pernas desproporcionalmente longas conotam um forte esforço para
autonorr enquanto pernas muito curtas implicam sentimentos de
constrição. Disparidade tamanho das pernas sugere ambivalência
relacionada ao esforço para autonomia1 independência. Pés muito
grandes indicam necessidade de segurança e suger uma necessidade de
demostrar virilidade. Pés desproporcionalmente pequenos plicam
constrição e dependência (Figura 19c).
Perspectiva
Margens da página. Se as pernas forem cortadas pela margem inferior
da pági o sentimento de falta de autonomia do indivíduo é provavelmente
quase esmaç, Quando as pernas forem desenhadas cortadas pelo papel,
o clínico deve descol1 qual seria a extensão da perna para baixo da
borda [nferior da folha.
Relação com o observador. A pessoa é raramente desenhada como
acima
observador. Quando isto ocorrer, a significação parece ser a de que o
indivíduo C
ia manter-se afastado do convívio social ou sente-se oprimido e
dominado pela p
soa representada.
Posição. Uma pessoa desenhada totalmente de frente, sem sugestão de
pro didade e os braços completamente estendidos em ângulo reto com o
tronco, imr

58

Interpretação

que o indivíduo é essencialmente rígido e intransigente e que,


entretanto, apresenta uma profunda necessidade de ocultar
sentimentos de inadequação e insegurança com uma sugestão de
prontidão para enfrentar tudo direta e firmemente (Figura 1 9c).
O perfil parcial é uma apresentação comum da pessoa. Uma
pessoa desenhada em perfil completo, sem nenhuma sugestão de
que existe um outro lado, implica forte retraimento e tendências
oposicionistas (Figura 15c). Esta apresentação é mais comumente
usada por indivíduos que experienciam claros estados paranóicos.
Uma pessoa desenhada de costas para o observador indica
afastamento esquizo-paranóico, no qual o indivíduo rejeita
diretamente o convívio psicossocial e, em muitos casos, a
realidade também. Um desvio da cabeça, como se ela estivesse
menos voltada para o observador do que o corpo, implica séria
evasão e afastamento, mas não tanto como quando é apresentada
a parte posterior da cabeça.
A posição dos braços pode ser reveladora. Braços relaxados e
flexíveis indicam bom ajustamento, braços tensos mantidos
firmemente colados ao corpo sugerem rigidez (Figura 1 Oc).
Braços cruzados no tórax conotam desconfiança e atitudes hostis.
Braços desenhados atrás das costas da pessoa implicam
relutância em conhecer outros caminhos. Braços cruzados de
forma que as mãos estejam dobradas sobre a pélvis é uma postura
freqüentemente desenhada por mulheres melancólicas em
processo involutivo e desajustadas sexualmente. As vezes, os
braços são desenhados de forma que eles não são uma parte
integral do tronco, mas que no entanto parecem se estender por
trás do tronco para a frente dos dois lados do corpo e de algum
modo que parecem estar forçando a pessoa para frente. Eles são
chamados braços compulsivos e mostram que o próprio indivíduo,
às vezes, acha que ele está atuando de forma descontrolada. Mãos
desenhadas nos bolsos conotam evasão controlada, mas esta
interpretação pode ser modificada pela explicação do indivíduo
dos conteúdos das mãos ou do bolso (Figura 18c).
Uma posição aberta das pernas pode representar desafio e/ou
forte necessidade de segurança. Se as pernas forem desenhadas
fortemente unidas,, em uma atitude de paralisia, rigidez e tensão,
possivelmente indica desajustamento sexual. A posição dos pés
pode ser mais expressiva. Por exemplo, uma pessoa desenhada na
ponta dos pés pode conotar um tênue contato com a realidade ou
um forte desejo de fuga. Pés apontado para direções
diametralmente opostas, com a pessoa totalmente de frente,
podem revelar sentimentos ambivalentes.
Transparências. A mais comum e menos significativa
transparência para a pessoa é um braço visto através da manga da
blusa. No entanto, órgãos corporais visíveis como o coração ou os
pulmões sugerem fortemente a presença de patologia.
Movimento. O movimento pode indicar sentimentos de ajustamento
satisfatório do indivíduo. Uma pessoa andando de forma relaxada
e fácil sugere bom ajustamento, por exemplo. Corrida controlada,
como em uma maratona, sugere uma forte necessidade de
realização. Corrida “cega”, entretanto, sugere que o indivíduo deve
ser vítima de estados de pânico em alguns momentos.
Detalhes
Detalhes essenciais. A pessoa deve ter uma cabeça, um tronco,
duas pernas e dois braços, a não ser que apenas um deles possa
ser visto ou que a ausência seja

59

H-T-P — Manual e Guia de lnterpretaço


explicada de algum modo, como por uma amputação, por exemplo. Os
traços f devem incluir dois olhos, um nariz, uma boca e duas orelhas, a
não ser que a posiç seja tal que as orelhas não possam ser vistas, ou
sua ausência seja explicada ver mente como por uma mutilação.
Considera-se que a cabeça representa a área de inteligência, controle e
fantasi Os olhos, receptores de estímulo visual, são talvez os detalhes
mais reveladores constelação facial. Eles são normalmente os primeiros
detalhes faciais desenhad pelas crianças pequenas. Olhos desenhados
como buracos ocos, sem nenhuma tativa de indicar a íris ou a pupila,
implicam uma forte evitação de estímulos visua desagradáveis (Figura
8c). Um indivíduo exprimiu uma tendência de excluir estímul visuais e
procurar satisfação na fantasia desenhando os olhos de sua pessoa
virad para dentro. No Inquérito Posterior ao Desenho, ele comentou que
estava olhando si mesmo pensar. Omissão completa de olhos é
patológica e deve se suspeitar presença de alucinações visuais.

Omissão das orelhas pode indicar a presença 1 alucinações auditivas,


embora as orelhas sejam freqüentemente omitidas por ind duos
retardados bem ajustados. A boca, presumivelmente a receptora das
sens ções mais precoces de prazer, pode também ser um instrumento de
agressão; e probalidade é aumentada com a presença de dentes (Figura
8c). Acredita-se c queixo seja um símbolo de masculinidade.
O tronco é a sede das necessidades e impulsos físicos básicos; a
ausência tronco implica a negação de impulsos corporais (figura 5c). Os
ombros expressan sentimento do indivíduo de força básica ou poder.
Ombros bem desenhados, mente arredondados, implicam uma expressão
de poder bem equilibrada, brani flexível e estável. Ombros claramente
quadrados conotam atitudes hostis e dema damente defensivas (Figura
11 c). Os braços são vistos como instrumentos de cc le ou para fazer
mudanças no ambiente. A omissão dos dois braços implica um
sentimento de inadequação; tendências suicidas podem estar presentes
e ( suspeitar de um forte temor de castração. Esquizofrênicos tendem a
desenhar braç que se parecem com asas, com penas curtas e largas em
vez de dedos. Dese parte inferior do tronco o local dos impulsos sexuais

—causa grande dificuld muitos indivíduos desajustados. A incapacidade


de fechar a base da pélvis é um f indicador de patologia.
As pernas, como os instrumentos do corpo para locomoção, podem ser
cons das como representando a visão que o indivíduo tem de sua
autonomia c ambiente. A ausência de pernas sugere fortes sentimentos
de constrição e prova mente preocupações igualmente fortes de
castração.
Detalhes não essenciais. Um pescoço, mãos, pés, cabelo e roupas
são r mente incluídos no desenho da pessoa. O pescoço, unindo a
cabeça (área do col te) ao corpo (considerada área dos impulsos), é um
indicador da coordenação E cabeça e o corpo. Omissão de uma linha do
queixo na representação da pessoai de frente ou uma linha na base do
pescoço em perfil implicam um preocupante livre dos impulsos básicos
do corpo com uma provável falta de controle mesma significação é ainda
mais forte quando todo o pescoço for omitido. Ne

60

Interpretação

casos, o indivíduo sentem-se à mercê de seus impulsos corporais


que freqüentemente ameaçam dominá-lo (Figura 9c).
A representação direta dos genitais na pessoa não é considerada
anormal se desenhada por uma criança pequena. Genitais
cuidadosamente desenhados na pessoa nua indicam patologia
mais provavelmente, quando são feitos por uma criança mais velha
ou por um adulto.
As mãos são instrumentos mais refinados de ações defensivas ou
ofensivas no ambiente; a ausência das mãos pode expressar um
sentimento de inadequação. Dedos pontiagudos em uma mão
rudimentar, ou desenhados como saindo do final do antebraço,
conotam hostilidade (Figura 9c). Dedos como pétalas são uma
forma mais infantil de representação. Os pés são instrumentos
refinados para modificar e controlar a locomoção; eles também
são usados como armas de ataque. A omissão dos pés implica
fortes sentimentos de constrição. Mesmo em desenhos de
indivíduos bem ajustados com boa aptidão para desenho, os pés
são geralmente o detalhe de todo o corpo desenhado de forma
mais pobre.
Detalhes irrelevantes. Objetos desenhados normalmente têm uma
relação íntima com o indivíduo e servem para indicar o que a
pessoa desenhada está fazendo. Um cachimbo, charuto ou cigarro
podem ihdicar um erotismo oral moderado. Bengalas, espadas e
outras armas implicam a presença de tendências agressivas e
também podem ter associações fálicas para o indivíduo.
Dimensão do detalhe. Uma “figura palito” unidimensional, às vezes,
é desenhada por indivíduos deficientes mentalmente ou com
lesões orgânicas. Quando dedos unidimensionais forem
desenhados encerrados por uma linha estão implícitos esforços
conscientes para suprimir impulsos agressivos (Figura lOc).
Sombreamento do detalhe. Pelo sombreamento de todo o tronco da
pessoa, o indivíduo pode mostrar que o corpo está vestido. O
sombreamento parcial com uma série de linhas cruzando as
pernas podem sugerir uma roupa. Mãos fortemente sombreadas
são consideradas características da culpa masturbatória, mas,
como essa culpa é comum e mãos sombreadas não, estas não
devem ser interpretadas rotineiramente desta maneira.
Seqüência do detalhe. Em muitos casos, a pessoa é iniciada pelo
desenho da cabeça, das características faciais (olhos, nariz etc.),
pescoço, tronco, braços (com dedos ou mãos), depois as pernas e
pés (ou pernas, depois braços). Uma seqüência patológica será
vista quando o indivíduo começar desenhando um pé e fizer a
cabeça e as características faciais por último. O adiamento da
representação das características faciais pode refletir uma
tendência para negar os receptores de estímulos externos ou um
desejo de postergar a identificação da pessoa pelo máximo de
tempo possível. Desenhar os dedos ou a mão por último, ou quase
por último, reflete uma relutância acentuada para estabelecer
contatos íntimos e imediatos com o ambiente, às vezes,
determinada por um desejo de evitar sentimentos reveladores de
inadequação.
Ênfase no detalhe. A ênfase exagerada no nariz sugere
preocupações fálicas e possível temor da castração (Figura 1 2c).
A ênfase excessiva nas orelhas ocorre usualmente em desenhos
de indivíduos paranóicos (figura 17c). Esses indivíduos

61

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação


podem estar expressando fortes desejos para ouvir distintamente aquilo
que efr sentem que os outros estão dizendo sobre eles. Pouca ênfase
nas orelhas pode car um desejo de impedir a entrada da crítica. A ênfase
exagerada no queixo impI a necessidade de domínio social; pouca ênfase
indica um sentimento de impotên social.
A linha da cintura pode ser considerada a coordenadora dos impulsos
depc (parte superior do tronco) e dos impulsos sexuais (parte interior do
tronco). Enfa exagerada na cintura, normalmente expressa pela
dificuldade em desenhar um c ou por um cinto muito sombreado, implica
forte conflito entre a expressão e o contr dos impulsos sexuais. Enfase
nos joelhos ou nas nádegas de uma pessoa mascu. desenhada por um
indivíduo do sexo masculino pode indicar a presença de fort impulsos
homossexuais. Muito detalhamento dos pés, como atenção minuciosa a,
laços do sapato, aos dedos do pé, etc., sugere características
obsessivas com t4 forte componente narcisista-exibicionista (Figura
lOc).
A ênfase em certos itens da roupa parecem ter implicações específicas.
Mu ênfase no cinto implica preocupação e interesse sexual excessivo.
Muita ênfase gravata conota preocupação fálica e sentimentos de
impotência. Uma multiplicida de botões sugere regressão ou, quando
desenhada por uma criança, forte depenci cia à mãe.
Qualidade da Linha. Entase nas linhas periféricas da cabeça sugere
fortes es ços para a manter o controle frente a fantasias perturbadoras e
ideação obsessiva alucinatória.
Adequação da Cor
As cores típicas usadas para a pessoa são o preto e o marrom para o
preto, marrom, amarelo e vermelho para os cabelos; azul, marrom e preto
para 1 olhos; vermelho e preto para os lábios; preto e marrom para
ternos; e preto, ni verde, vermelho e azul para os sapatos.
Inquérito Posterior ao Desenho
45. Esta pessoa é um homem ou uma mulher (menino ou menina)?
Um mdiv que afirma que uma figura obviamente feminina em roupas
masculinas é um hor ou que uma figura obviamente masculina de
vestido é uma mulher, confirmará vert mente a impressão já criada pelo
desenho, isto é, de que o indivíduo mani confusão e indecisão no papel
sexual que pode ser patológica. Indivíduos muito’ chados ou altamente
perturbados freqüentemente dizem que a pessoa é do oposto do que foi
representado. Este tipo de falha no teste da realidade é sempi
patológica.
46. Quantos anos ele (a) tem? O objetivo principal desta pergunta é
descobrir1 quanto a idade aparente da pessoa desenhada se aproxima
da idade atribuída, indivíduo. Ocasionalmente, a idade estabelecida
representa a idade sentida pelo in víduo em vez da idade cronológica.
47. Quem é ele (a)? Essa tentativa brusca para determinar a identidade
da pessi desenhada é respondida muitas vezes com: “Eu não sei”.
Freqüentemente o•

62

Interpretação
víduo irá mais tarde identificar a pessoa durante o questionamento
direto. Muitas vezes a pessoa será identificada posteriormente
como alguém diferente e o desenho pode, na verdade, representar
uma combinação de pessoas diferentes.
48. Ele (ela) é um parente, um amigo ou o que? Esta pergunta pode
ajudar a estabelecer a valência positiva ou negativa que a pessoa
identificada apresenta para o indivíduo.
49. Em quem você estava pensando enquanto estava desenhando?
Em alguns casos, o indivíduo nomeado aqui não é aquele que foi
dito representar a figura. A resposta “Ninguém” não é
necessariamente evasão ou falsificação, uma vez que o indivíduo
pode não ter pensado conscientemente em alguém durante a
produção do desenho.
50. O que ele (a) está fazendo? Onde ele (a) está fazendo isso?
Esta pergunta tenta determinar o quanto a ação aparente da
pessoa desenhada se aproxima da descrição verbal do indivíduo. A
questão pode, também, estimular sentimentos de pressão ou
compulsão. As ações descritas pelo indivíduo, bem como a força e
o grau em que elas estão de acordo com a representação gráfica,
podem ser altamente significativas. A ausência de movimento não
indica necessariamente patologia; a menos que ela seja rígida,
excessivamente controlada e essencialmente defeituosa.
51. O que ele (a) está pensando? Esta pergunta pode estimular
evidências de pensamentos obsessivos e/ou alucinatórios do
indivíduo. Se o indivíduo vê a pessoa desenhada como um auto-
retrato, ele revelará muitas vezes neste ponto sentimentos bem
desenvolvidos de culpa, raiva, confusão ou ressentimento. Se o
indivíduo vê a pessoa desenhada como alguém mais, os
pensamentos expressos podem representar o que esta pessoa
pensa dele.
52. Como ele se sente? Por que? A resposta a esta pergunta
normalmente parece expressar os sentimentos do indivíduo em
relação à situação que envolve a pessoa desenhada. A pergunta
pode, também, fornecer estímulo suficiente para produzir
comentários diretos referentes aos sentimentos do indivíduo em
relação às condições do presente ou a assuntos que ele ainda não
foi capaz de discutir. As vezes, a resposta “feliz” é, simplesmente,
uma evasão.
53. Em que esta pessoa faz você pensar ou lembrar?
54. Em que mais? Essas perguntas provocam associações sobre a
pessoa desenhada e sobre relacionamentos interpessoais em
geral.
55. Esta pessoa está bem? Para indivíduos que usam doenças
como formas de fuga, esta pergunta costuma estimular descrições
detalhadas de queixas somáticas. Indivíduos com problemas
psicossomáticos dificilmente responderão afirmativamente a esta
questão; enquanto que aqueles que fingem ser doentes
responderão que sim. Em alguns casos, a questão libera
hostilidade anteriormente reprimida contra a pessoa representada
no desenho.
56. O que nele (a) lhe dá essa impressão? Indivíduos com
capacidade intelectual limitada costumam dizer que a figura
parece bem porque ela não parece doente.
57. Esta pessoa está feliz? Esta questão muitas vezes precipita
expressões de queixas, medos e ansiedades que tenham sido
parcial ou totalmente reprimidos. As vezes ela gera comentários
hostis sobre a pessoa representada no desenho. Uma resposta
afirmativa pode ser uma evasão.

63

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação


58. O que nele (a) lhe dá essa impressão? Muitos indivíduos são
compelidos a valer de seus sentimentos sobre si mesmos para responder
a essa questão riamente.
59. A maioria das pessoas é assim? Por que? Esta pergunta tenta
estabelecer sentimentos do indivíduo em relação à pessoa,
particularmente se eles for desagradáveis ou hostis, são generalizados
nas relações interpessoais. A p gunta seguinte “Por que” pode trazer
muita informação referente à simpati empatia do indivíduo.
60. Você acha que gostaria desta pessoa?
61. Por que? Um indivíduo que se sente maltratado pode lançar-se
veemen em defesa dessa pessoa. E improvável que os narcisistas
respondam negath mente a esta questão.
62. Como está o tempo neste desenho? (período do dia e ano; céu;
temperat Raramente o indivíduo desenhará detalhes que indicam o
tempo, tais como p gos de chuva ou flocos de neve no desenho da
pessoa. Portanto a represent:
gráfica do tempo exige cuidado no inquérito posterior ao desenho, e
presumi que seja altamente significativa. A projeção do tempo na figura
descreve a vi do indivíduo sobre as relações ambientais e interpessoais.
63. De quem esta pessoa o faz lembrar? Por que? Esta pergunta
pode trazer a prir ra identificação franca da pessoa. Por outro lado, o
indivíduo nomeado aqui pq ser a quinta pessoa nomeada pelo sujeito
como representada pelo desenho. 6 quanto tal multiplicidade de
identificação é rara, não é incomum que a figura pessoa represente, no
mínimo, duas pessoas o indivíduo e alguém mais significado particular

para ele. A explicação do porquê a pessoa desenhada o lembrar de


alguém além do primeiro nome dito é, geralmente, reveladora.
64. Do que esta pessoa mais precisa? Por que? Freqüentemente, o
indivíduo usi pronome na primeira pessoa do singular para responder a
esta pergunta. As q tões de “necessidades” estão entre as mais
produtivas do inquérito posterior desenho. As necessidades podem ser
expressas direta, simbolicamente, ou bas e podem abranger desde as
totalmente físicas às psicológicas mais abstra
65. Alguém já machucou essa pessoa? Como? Experiências
traumáticas em relad namentos com os outros geralmente são reveladas
na resposta a esta pergur
66. Se “isto” fosse uma pessoa ao invés de (qualquer coisa
desenhada separadai pessoa principal), quem seria? Para todos os
desenhos, as respostas a esta qu tão são importantes tanto pelo seu tom
negativo ou positivo como pela qual. das associações produzidas.
67. Que tipo de roupa esta pessoa está vestindo? Quanto maior a
discrepância em aparência objetiva do desenho e a descrição da roupa
usada pela pessoa, m é a compreensão da realidade pelo indivíduo, O
tipo de roupa pode tornei insigth sobre as necessidades do indivíduo.
Por exemplo, o uniforme de um g ral sugeriria necessidades de status e
poder. A completa falta de roupa po indicar um sentimento de
desamparo e exposição, ou fortes tendências tas e exibicionistas. Isso
pode, também, expressar um desejo de degradar ai ma outra pessoa ou
de colocá-la em uma posição embaraçosa.

64

Interpretação

68. (Peça para o cliente desenhar um sol e uma linha de solo em


cada desenho) Suponha que o sol seja uma pessoa que você
conhece quem seria? A resposta a esta pergunta em cada desenho

pode identificar as fontes de calor humano para o indivíduo. Entretanto,


se o sol desenhado for muito grande, então as pessoas aqui identificadas
poderão ser aquelas que são percebidas pelo indivíduo como
dominadoras. Se ninguém for identificado, o indivíduo pode apresentar
extrema dificuldade de identificação com os outros.
65

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação

Figura 5—Sara
(Uma discussão deste caso pode ser encontrada no
Apêndice.)

66

Interpretação
ÁRVORE
( —

b
Figura 5 (continuação)
Sara
67

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação

PESSOA

Figura 5 (continuação) Sara

1
68

Interpretação

\\\\
Figura 6— Marie
(Uma discussão deste caso pode ser encontrada no
Apêndice.)

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação


Figura 6 (continuação)
Marie

1 nterpretação

Figura 7 Katherine

(Uma discussão deste caso pode ser encontrada no Apêndice.)

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação

Figura 7 (continuação)
Katherine

1 nterpretaÇo

PESSOA

Figura 7 (continuação)
Katheri ne

/
H-T-P — Manual e Guia de Interpretação

£EZ
Figura 8— Gary
(Uma discussão deste caso pode ser encontrada no Apêndice.)

Interpretação

Figura 8 (continuação)
Gary

ÁRVORE

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação

PESSOA
Figura 8 (continuação)
Gary

76

Interpretação
(1)

o
a
Figura 9 Marlene —

(Uma discussão deste caso pode ser encontrada no Apêndice.)


H-T-P — Manual e Guia de Interpretação

Figura 9 (continuação)
Marlene

Interpretação

Figura 9 (continuação)

Marlene

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação

Figura 10— Morris


(Uma discussão deste caso pode ser encontrada no Apêndice.)

Interpretaçân

Figura 10 (continuação)
Morris

I-l-T-r — Manual e Cuja de Interpretação

Figura 10 (continuação)
Morris

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação


ÁRVORE
Figura 10 (continua ção)
Morris
84

Interpretação

PESSOA
Figura 10 (continuação)
Morris

H-T-P — Manual e Guia de Interpretaflo

Inquérito Posterior ao Desenho


P1. Esta pessoa é um homem ou uma mulher (menrIo ou menina)? A. Menino
P2. Quantos anos ele tem? A. Cerca de 13.
P3. Quem é ele? A. Ninguém. Eu o desenhei.
P4. Ele á um parente, um amigo Duo quê? A. Certo, niais ou menos isso.
P5. Em quem você estava pensando enquanto estava desenhando? A. Não
estava pensando em ninguém.
P6. O que ele está fazendo? A. Estd de pé.
Onde? A. Eu não sei; apenas o desenhei.
Por que você fez as mãos fechadas? A. Pronto para lutar A razão que eu
desenhei desta fonna foi porque eu não conseguia desenhar os dedos..
P7. O que ele está pensando? A. Papel não pode pensar.
Pergunta repetida. A. (risos) Eu não sei.
P8. Como ele se sente? A. Ei, não sei; ele se sentiria louco se estit’esse neste
lugar. Por que? A. Gosta de es/ar eu, casa.
TI. Que tipo de Árvore é esta’? ,%. Árvore de Cedro
T2. Onde esta Árvore realmente está localizada? A, Eu ‘tão sei.
T3. Mais ou menos qual a idade desta Árvore’? A. Cerca de 14 anos.
T4. Esta Árvore está viva? A. Sim,
T5. (a) O que nela lhe dá a impressão deque ela está viva? A. Eu não sei; porq,w
CIO flCtO /i cortada.
T6. Para você, esta Árvore parece mais uni homem ou uma mulher? A. Mulher
T7. O que nela lhe dá essa impressão? A. Parece a saia de um vestido.
T8. Se ela Fosse urna pessoa ao invés de uma Árvore, para que onde eia estaria
virada? A. Port; o lado.
Por que? A. &í não se,; tem duas vidas; pév indo arct os dois lados, ,i ao é
loucura pensar que árt’ores pareça;?, pessoas.
TO. Esta Árvore está sozinha ou em um grupo de árvores? A. Sozinha.
g
Figura 10 (continuação)
Morris

86

Interpretação

FiO. Quando você olha para esta Árvore, você tem a impressão de que eia está acima, abaixo
01’ no mesmo nível do que você? A. Acima de mim.
Til Como está o tempo neIe desenho? A. 7inqo bonito.
.

T12. 1-LI algum vento soprando neste desenho? A. Não.


T13. Mostre-me em que direção ele está soprando? A. Do leste.
1-11. Quantos andares tem esta Casa? A, Três.
FIZ De que esta Casa á íèita? A. Maileba.
43. Esta á a sua própria Casa? A. Não.
Dc q ‘em é ela? A. Não é dc ii ing ,,én, que eu saiba.
H4. Eni que Casa você estava pensando enquanto estava desenhando’?
A. De ninçiwtn.
H5. Você gostaria que esta Casa fosse sua? A. Não.
Por que? A. Ela é de papel
Pergunta repetida. A. Janelas tortas; portas estão tortas.
116. Se esta Casa fosse sua e você pudesse fazer o que quisesse: com ela
a) Qual quarto você escol heri a para você? A. (indicou a janela aberta na
vat-í,,ida)
-

Por que? A. i’orque há u,na varanda para ela.


(b) Quem você gostaria que morasse nesta Casa com você? A. Ninguém —

exceto minha fimi ilha.


Quais? A. Todos eles!
Por que? A. Assim não estaria sozinho.
H7. Quando você olha para esta Casa, ela parece estar longe ou perto’?
A. Perto.
1-18. Quando você olha para esta Casa, você tem a impressào de que ela esta-’
acima, abaixo ou no mesmo nível que você? A. No alto de uma colina.
119. Em que esta Casa faz você pensar ou lembrar? A. Não me faz pensar em
apenas uma COsa.
HIO. Em que mais? A. Celeiro.
Por que’? A. Consi ruida conio um,
1-1 1!. Éuni tipo de Casa feliz, amigávei? A. Nunca morei tida, eu não sei. II 12.
(Pergunta não formulada neste caso.)
Figura 10 (continuação)
Morris

g (coni III lia ÇaO)

87

H-T-P — Manual e Guia de Interpretaçào


H 13. A maioria das Casas é assim? A. Sim.
Porque você acha isso? A. Exceto essas casas aqui de cima, Casas velhas de ujo los,- (Jolônia.
H 14. Como está o tempo neste desenho? A. Tempo Chuvoso.
T 15. Em que esta Árvore faz você pensar ou lembrar?
dela. Parece uma árvore,
T 16. Em que mais? A. Sin,, ,,n,a casa; tem a forma de uma.
T 17. Esta árvore é sadia? A. Sim, senhora.
1 8. O que nela lhe dá essa impressão? A. Eu não sei.
1 19. Esta árvore é Forte? A. Queria nunca a ler desenhado; tenho que responder a
‘n’fitas perguntas que eu não sei.
T 20. O que nela lhe dá essa mpi’essão? A. Porque ela é seta.
P9. Em que esta Pessoa faz você pensar ou lembrar’? A. Nada.
1’ lO. Em que mais? A. Nada.
1’ II. Esta Pessoa está bem? A. Sim.
P 12. O que nela lhe dá essa impressão? A. (Sem resposta).
P 13. Esta Pessoa está feliz? A. Si,,i, senhora
Neste ponto, o paciente recusou-se completamente a responder qualquer pergunta.
Alguns minutos mais tarde, entretanto, as seguintes questões foram propostas e ele as
respondeu rapidamente e com boa vontade.
Qual é o lado “bom” desta Casa e qual o lado ‘mau’?
(O S sorriu e sua expressão palecia dizer: ‘‘Agora. pela primeira vez, você fez uma peig
tinta com se nt ido.’’)
4. (apontando) O lado direito é o lado ‘bom ‘‘, o esquerdo, o ‘mal,
Qual o lado feminino desta casa e qual é o lado masculino?
A. (mais uma vez apontando) Lado direito fenun ino; lado esquerdo masculino. g
(continuação)
Figura 10 (continuação)
Morris

A. Eu não seio que pensar

88

Interpretação

Figura 11 Curtis—

(Uma discussão deste casa pode ser encontrada no Apêndice.)

c.
Figura 11 (continuação)
Curtis

90

H-T-P - Manual e Guia de Interpretação

Interpretação

PESSOA

Figura 11 (continuação)
Curtis
91

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação

Figura 12— Kevin


(Uma discussão deste caso pode ser encontrada no Apêndice.)
92
Interpretação

Figura 12 (continuação)
Kevin

H-T-P Manual e Guia de Interpretação

PESSOA

Figura 12 (continuação)
Kevin
94

Interpretação

Figura 13— Dennis


(A discussão deste caso pode ser encontrada na seção de
Ilustrações de
Caso deste capítulo.)

H-T-P — Manual e Cuja de Interpretação

ÁRVORE

Figura 13 (continuação)
Dennis

nterpretaçâo

PESSOA
Figura 13 (continuação)
Dennis

97

F-I-T-P — Manual e Cuía de Inerpretaçào

Figura 13 (continuação)
Dennis

98

Inlerpretação

ÁRVORE
Figura 13 (continuação) Dennis
99

H-T-I’ - Manual e Guia de Interpretaçào

Figura 13 (continuação)
Dennis

Interpretação

Caso D
Revisão de Joiles para Crianças do Inquérito Posterior ao Desenho

do H-T-P
P 1, Esta pessoa é um homem, uma mulher, um menino ou uma menina?
A. Uni menino.
P2. Quantos anos ele tem? A. Onze
P 3. Quem é de (a)? A. Eu não sei.
P4. Quem á este (a)? A. (sem resposta)
P5. O que ele (a) está Fazendo? A. Está de pé.
P6. Onde ele (a) está fazendo isto? A. No chão.
1’ 1. Que tipo de Árvore é esta? A. Bordo’
1 2. Onde esta Árvore está? A. Ela veio da minha imaginação.
1 3. Mais ou manos qual a idade anos desta Árvore? A. Quinze anos.
T 4. Esta Árvore está viva? A. Sim.
T 5. A (se o sujeito disser que a árvore estava viva:)
(a) O que na árvore lhe dá a impressão deque ela está viva?
A.Tem/blhas.
(b) Alguma parte da Árvore está morta? A, Sim.
Qual parte? A. A casca eterna
(c) O que você acha que provocou sua morte? A. O tempo.
H 1. Esta casa tem um andar superior? A. Sim.
H 2. Esta casa é a sua? A. Não.
(Se não:) De quem é ela? A. Apenas afiz.
H 3. Você gostaria que esta Casa fosse sua? A. Não.
Por que? A. Ela é mal cuidada.
H 4. Se esta Casa fosse sua e você pudesse fazer o que quisesse com ela:
(a) Qual quarto você escolheria para você? A. Eu não escolheria nenhum,
venderia o co,u,I to,
(Insistência) A. Nenhum em particular
(b) Quem você gostaHa que morasse nesta Casa com você? A. Ninguén.
(Jnsistênci a) 4. Mamãe e c,pai e meu irmão.
Em ing’ês: Maple’ árvore da família das aceráceas

Figura 13 (continuação)
Dennis
H-T-P Manual e Guia de Interpretação

Fi 5. Quando vocé oíha para esla Casa, ela parece estar perto ou longe?
A. Perto.
H 6. Ela parece estar acima, abaixo ou no mesmo nível do que você?
A. No mesmo nível que eu.
T 6. Para você esta Árvore parece mais um homem ou uma mulher?
A. Ninguém.
T T Se esta Árvore fosse unia pessoa, para onde eJa estaria virada?
A. Na minha (tire ÇÕO.
18. Esta Árvore está sozinha ou em um grupo de árvores? A. Sozinha, (Ela gostaria de estar com
outras árvores?) .4. Não exatnmeníe.
T O. Quando você olha para essa Árvore, ela parece estar acima, abaixo ou no
mesmo nível do que você? A. Abaixo.
P 7. Em que ele (a) está pensando? A. Em nada.
P8. Como ele (a) se sente? A. Para baixo, muito triste.
P 9. Em que esta Pessoa faz você pensar? A. Na aula de artes.
P 10. Esta Pessoa está bem? A. Sim.
1’ 11. Esta Pessoa está feliz? A. (sem resposta).
P 12. Corno esM o tempo neste desenho? A. Normal ensolarado.

T 10. Como esta o tempo neste desenho? A. Comum, como todo dia.
T LI. Deque tipo de tempo você gosta mais? ,4. De tempo quente.
T 12. 1-lá algum vento soprando neste desenho? A. Não.
H 7. Em que esta Casa faz você pensar? 4. Casas de Nova Iorque.
H 8. É um tipo de casa feliz, amigável? A. Não.
1-19. Como esta o tempo neste desenho? A. Como todo dia.
1-1 10. Em que pessoa esta casa faz você pensar? A. Em nenhuma.
H Ii. Alguma coisa ou alguém já danflcou esta Casa alguma vez?
A. Suponho que sim.
(Seja) Como’? A, Chutando e batendo nela.
g (continuação)
Figura 13 (continuação)
Derinís
102

Interpretação
H 12. (Se o sol no tiver sido desenhado, peça ao sujeito que o faça) Suponha que
este
sol fosse urna pessoa que você conhece quem ela seria?

(Sol no desenhado originalmente) A. Eu não sei. (Linha de solo nduzida)


T 15. (Se o sol nilo tiver sido desenhado, peça ao sujeito que o faça) Suponha
que este
sol fosse uma pessoa que você conhece quem ela seria?—

(Sol não desenhado originalmente) A. Eu não sei.


T 16. Em que esta arvore o faz pensar? A. Em frutos cio carvalho
T 17. Esta Árvore é saudável? A. Sim.
T IX. Esta Árvore é forte? A. Não muito forte.
P 13. De que pessoa que você conhece esta Pessoa o faz lembrar’? A. Ninguém.
P 14. Que tipo de roupa esta Pessoa está vestindo? A. (sem resposta).
P 15. Do que esta Pessoa mais precisa’? A. De tilgo para fazer.
P 16. Alguém já machucou esta Pessoa? A. Sim.
(Em caso afirmativo:)
(a) Como? A. Algumas brigas
(b) Quantos anos a pessoa tinha quando isso aconteceu? A. (sem resposta).
T 19. Deque pessoa que você conhece esta Árvore o faz lembrar?
Ajsem resposta).
T 20. Alguma coisa ou alguém já machucou esta Árvore? A. Sim.
(Em caso afirmativo:) Como? A. Empurrando ela
T 21. Do que esta Árvore mak precisa? A. Água.
Por que? A. (sem resposta).
H 14. Do que esta Casa mais precisa? A. De uma pintura nova.
Por que? A. (sem resposta).
1-1 15. A que parte da casa esta chaminé está Hgada? A. Forno.
Em inglês: Acorn bolota
-

g (continuação)
Figura 13 (continuação)
Dennis
103

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação

Figura 14— Paul


(A discussão deste caso pode ser encontrada na seção de
Ilustrações de
Caso deste capítulo.)

7,

Interpretação

Figura 14 (continuação)

I-J-T-I’ — Manual e Guia de Interprelaçâo

Figura 15— PhiIIip

(Uma discussão deste caso pode ser encontrada no Apêndice.)

106

Interpretação
PRE

Figura 15 (continuação)
PhiIIip

I-l-T-P — Manual e Guia de Interpretação

PESSOA

Figura 15 (continuação)
PhiIIip

1-

108

Interpretaçân

Figura 16— Nenhum nome dado


(A discussão deste caso pode ser encontrada no Apêndice.)

H-T-P - Manual e Guia de Inlerpretação

Figura 17— Sherman


(Uma discussão deste caso pode ser encontrada no Apêndice.)

Interpretação

Figura 17 (continuação)
Sherman

ÁRVORE

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação

PESSOA

Figura 17 (continuação)
Sherman
112

Inteipretaçâo
Figura 18— Ted

(Uma discussão deste caso pode ser encontrada no Apêndice.)

H-T-P — Manual e Guia de Interprelação

Figura 18 (continuação)
Teci

Interpretaçào

Figura 18 (continuação)
Ted

H-T-P — Manual e Cuja de Interpretação

Figura 19— Edith


(Uma discussão deste caso pode ser encontrada no Apêndice.)

Interpretação

ÁRVORE

Figura 19 (continuação)

I-I-T-P — Manual e Cuja de Interpretaçào

Figura 19 (continuação)
Edith

118

Interpretação

Ilustrações de Casos
As três ilustrações de casos que seguem representam exemplos
de análises de materiais do H-T-R Os autores, John Buck, lsaac
Joiles e Emanuel Hammer são clínicos cuja especialidade no teste
é amplamente reconhecida. Cada um tem um estilo e foco
interpretativo. Para exemplos adicionais de materiais do H-T-P e
orientações para identificação das características do desenho que
sejam passíveis de indicar patologia, recomenda-se que o leitor
consulte o capítulo 4 e o Apêndice deste Manual, bem como: A
Cata!og for Qualitative Interpretation of the House-Tree-Person
(WPS Catalog No. W-1) e o House-Tree-Person Drawíngs:
Anilfustrated Diagnostic Handbook (WPS Catalog No. W-147).
Caso 1: Morris —14 anos de idade, Masculino (Buck)
Morris, o sétimo de oito filhos, nasceu de uma gestação completa.
O parto não teve complicações e não houve danos no nascimento.
A história de sua família eslá repleta de doenças mentais: seu pai
e um irmão são esquizofrênicos paranóicos; duas tias-avós
maternas, duas tias maternas, três primos maternos e dois
sobrinhos são, ou já foram, psicóticos. Aos 13 meses de idade,
Morris andava bem e tinha um vocabulário surpreendentemente
bom. Ele teve as doenças comuns da infância: nenhuma foi séria,
nenhuma deixou complicações. Ele nunca esteve gravemente
doente. Ele entrou na escola aos 7 anos de idade. De acordo com
seus professores, ele fazia progressos lentos, exceto em leitura;
tinha dificuldade em terminar as tarefas e raramente participava
das atividades em grupo, e só com muita relutância. Seu
ajustamento escolar se tornou menos satisfatório com o passar do
tempo. Logo após seu décimo primeiro aniversário, ele apresentou
queixas corporais vagas. De tempos em tempos ele tinha períodos
inexplicáveis de depressão. Sua mãe levou-o a um médico, mas ee
não permitiu que o doutor o examinasse. Finalmente ele parou de
rà escola aos 13 anos, porque não aturava mais os colegas que o
atormentavam. Morris foi conduzido à custódia do Departamento
do Estado do Bem-Estar Público como incorrigível depois de ter se
negado a morar na sua casa, ter jogado pedras da janela de sua
casa e ter brigado com um irmão mais velho, ameaçando-o de
morte. Morris adaptou-se mal a duas casas e, finalmente, foi
encaminhado a uma clínica para exame psicológico e psiquiátrico.
O psicólogo disse que, embora Morris parecesse ter pelo menos
uma inteligência limítrofe, ele não estava agindo neste nível em
virtude da interferência de um possível distúrbio esquizofrênico
com características obsessivas. Morris foi conduzido a uma
instituição como deficiente mental.
Na admissão aos 14 anos e 9 meses de idade os QIs obtidos no
Wechsler-Bellevue foram: verbal —69; execução —83; total— 73.Qs
resultados no Wide Range Achievenient foram: nível de leitura 50;

nível de soletração—Si; nível de aritmética- 3,3. O H-T-P


acromático-cromático foi aplicado (veja Figura 10) e analisado da
seguinte forma:
119

H-T-P — Manual e Guia de Interpretação

Tempo
O tempo de 8 minutos gasto por Morris no desenho acromático da
casa é excessivo, dada a qualidade do desenho. Houve uma pausa
de 40 segundos depois de completar a estrutura da casa e
produzir parcialmente as janelas do sótão na parede lateral. Então,
foram desenhados o telhado da varanda, as colunas e o chão.
Morris conforma-se com a rea!idade, mas só depois de fazer muito
esforço. Ele gostaria muito de manter-se inacessível, O tempo de
10 minutos e 50 segundos gasto para o desenho colorido da casa
também é excessivo, dada a qualidade do desenho.
Comentários
Quando Morris começou a desenhar sua casa colorida, ele
perguntou “Você quer que eu pinte isso também?” Quando ele
estava desenhando as janelas do andar térreo na parede frontal
(da direita) ele observou “Eu fiz as janelas bem maiores do que a
porta.” Durante o desenho acromático da pessoa, Morris comentou
‘As mãos não parecem certas’ e, logo depois, perguntou “Você
pode apagar isto?” Ele, então, usou a borracha intensamente nos
dois primeiros desenhos acromáticos, a pergunta sugere a
possibilidade de sério distúrbio.
Capacidade Crítica
Houve muito uso de borracha no desenho acromático da casa.
Alguma falha na função crítica é evidente, pelo fato de que, apesar
de Morris ter reconhecido a transparência do telhado da varanda
(a parede frontal na extremidade direita podia ser vista através do
telhado da varanda) e tentar corrigi-la, ele não notou que a base
esquerda do pilar da varanda estava encostada na casa. Falhas
adicionais nas função critica aparecem no desenho acromático da
árvore, em que Morris usou medidas corretivas inadequadas na
área esquerda da raiz.
Proporção
O desenho acromático da casa tem tamanho aproximadamente
médio. As janelas da parede conflituosa foram desenhadas
grandes inicialmente, depois apagadas e redesenhadas menores. A
casa colorida é maior do que a acromática, mas não em um grau
que seja patológico. Essa ampliação, entretanto, parece significar
o alto grau de sensibilidade que ele sente nas relações íntimas,
quando suas defesas do ego estão dificultadas pela pressão
adicional e pela fadiga. O desenho da árvore acromático é
bastante grande. Aparentemente ele expressa a consciência de
Morris das pressões desagradáveis, internas e externas. O
desenho colorido da árvore de Morris muito grande indica que ele
está penosamente consciente das pressões ambientais e que esse
distúrbio causa angústia em seu pensamento. Os braços e pernas
no desenho colorido da pessoa são desproporoionais em relação
ao tronco. O alongamento das pernas pode expressar seus
sentimentos profundos de uma neoessidade de autonomia; os
braços representam sua grande necessidade de se defender das
ameaças externas.

120

Interpretação
Perspectiva
A casa foi coíocada levemente à esquerda do centro no desenho
acromático. A coluna esquerda da varanda tem a sua base
encostada na parede e, apesar do fato da angulação da linha de
base ser boa, esta é de uma combinação incomum. Ainda mais
impressionante é a grande disparidade com relação aos andares
entre a parede lateral e a frontal. A qualidade muito inferior da
relação entre a parede frontal e a lateral, na presença de uma
apresentação excelente das paredes frontal e lateral leva a uma
forte suspeita de que um sério colapso da personalidade de tipo
esquizofrênico é iminente.
No desenho colorido, a casa está localizada à esquerda e abaixo
do centro, mostrando uma depressão leve no humor e uma
necessidade de expressão emocional franca e livre. A perspectiva
imperfeita da varanda dá a impressão de que a casa está tentando
deixar sua posição de perfil para ficar totalmente de frente. A
disparidade entre os andares nas duas paredes é notável e há
disparidade na localização entre as janelas de um andar para
outro em uma mesma parede. Tanto o desenho acromático como o
colorido da árvore estão quase perfeitamente centralizados,
indicando a rigidez de Morris nesta época.
O desenho acromático contém uma disparidade entre a qualidade
dos galhos superiores, com excelente impressão de profundidade,
e a base do tronco, a parte da árvore mais próxima da realidade.
Tais diferenças qualitativas extremas em um desenho levam à
suspeita da presença de um processo esquizofrênico. A impressão
de profundidade transmitida pela parte superior da árvore não é
consistente com o resultado de 01 limítrofe obtido na admissão. A
impressão de profundidade desaparece no desenho colorido da
árvore. Como nos desenhos da árvore, os dois desenhos da pessoa
são rigidamente centralizados. A posição da pessoa colorida é
menos flexível e a figura menos acessível do que no desenho
acromático.
Detalhes
Todos os detalhes essenciais estão presentes em todos os
desenhos. A seqüência dos detalhes foi, na maior parte, incomum.
No desenho acromático da casa, os primeiros detalhes
desenhados depois da estrutura da casa foram as janelas do sótão
do telhado da parede lateral. Cada janela foi desenhada com uma
estrutura triangular e não recebeu a forma de janela sótão até que
tudo mais, exceto a janela do térreo na parede frontal tivesse sido
desenhado. Nenhuma porta foi desenhada até que a varanda e as
colunas tivessem sido produzidas, indicando, quando muito, uma
relutância em estabelecer contato. Morris seguiu uma seqüência
similar nos desenhos coloridos. Além disso, o barracão de
ferramentas foi acrescentado ao desenho colorido antes que
quaisquer aberturas fossem feitas na parede lateral. A chaminé foi
adicionada tardiamente no desenho acromático e sem mostrar
profundidade em ambos os desenhos, sugerindo conflito sexual.
Morris achou todos os detalhes da parede lateral perturbadores e
difíceis de produzir. A ênfase nas linhas periféricas da parede e
janelas nos dois desenhos da casa indicam que ele sente uma
forte necessidade de manter o controle.
121

H-LP — Manual e Cuja de Interpretação

As seqüências dos detalhes foram incomuns nos outros desenhos


de Morris. No desenho acromático da árvore, a periferia da
estrutura dos galhos foi feita primeiro, exceto pelas duas linhas
retas horizontais, com cerca de uma polegada de comprimento, na
base do contorno da estrutura dos galhos. Então os galhos
internos foram desenhados, antes que urna tentativa de
representar o tronco fosse feita. A falta de unidade entre os
elementos da personalidade é claramente revelada nessa
seqüência incomum. Em seu desenho acromático da pessoa,
Morris desenhou primeiro os olhos como elipses vazias sem
pupilas. As pupilas só foram colocadas depois que o nariz e a boca
foram produzidos, indicando fortes tendências de afastamento que
ainda são controláveis. Inicialmente, as pernas foram desenhadas
como uma saia e a diferenciação foi feita mais tarde por uma linha
média e as bainhas da calça.
A ênfase nos detalhes nas áreas superiores da árvore sugere
esforço excessivo e tentativa de busca de satisfação na fantasia.
No desenho colorido da árvore, o sombreamento relativamente
pesado do lado esquerdo sugere que Morris pode estar
experienciando ansiedade relacionada a uma necessidade de
satisfação imediata. A união da base do tronco da árvore ao chão
é ténue (como seu contato com a realidade). No desenho
acromático de uma pessoa, é colocada muita ênfase nas mãos,
que foram desenhadas cerradas, e nas linhas periféricas da
cabeça; esta última indicando uma necessidade sentida de
controlar a fantasia. A qualidade dos detalhes no desenho colorido
da pessoa é interior à do desenho acromático da pessoa.
Qualidade da linha. No desenho acromático da casa, há uma
oscilação de linhas quase patológica. Algumas são fortes, outras
leves; algumas bem controladas, outras mal controladas. O
mesmo ocorre no desenho acromático da pessoa.
Cor
Morris escolheu as cores rápida e facilmente. Em geral, entretanto,
a qualidade e a organização dos desenhos, particularmente dos
desenhos da casa, piorou dos desenhos acromáticos para os
coloridos. O barracão de ferramentas no desenho colorido da casa
tem a parede fechada pela base e pela lateral do papel. O
sombreamento no desenho colorido da árvore não é bem
controlado, uma vez que as cores ultrapassam as linhas
periféricas precariamente definidas. A pessoa acromática está em
pé e pronta para lutar. O desenho colorido da pessoa foi feito, no
início, somente em preto e, depois, sombreado. Sua postura é
desajeitada, com uma mão na garganta, de modo a impedir
expressões verbais hostis ou mesmo para sufocar a si mesmo.
Inquérito Posterior ao Desenho
Morris identificou sua casa acromática como uma casa de três
andares, o que representa uma séria falha na percepção da
realidade. Ele disse que não gostava desta casa porque ela era
feita de papel, o que indica sua dificuldade de abstrair. Da mesma
forma, quando perguntado o que a pessoa em seu desenho
acromático estava pensando, respondeu “Papel não pode pensar.”
Depois, Morris disse que a casa lembrava-lhe um celeiro. Sujeitos
cuja situação nos lares são fontes de conflito intenso costumam
degradar o lar desta forma ou de outra parecida. As duas
respostas

122

Interpretaçân

patologicamente mais significativas às perguntas sobre os


desenhos acromáticos foram o momento da identificação dos
lados “bom” e ruim” da casa, e igualmente a imediata identificação
de gênero. Tais respostas, quando dadas seriamente por um adulto
razoavelmente cooperativo, com inteligência ao menos média
inferior, são quase que certamente sinais patognomõnico& de
esquizofrenia. Morris descreveu seu desenho da árvore acromática
como viva, somente porque ela não havia sido cortada. Isso sugere
fortes sentimentos de uma ameaça externa e talvez
pressentimentos de um colapso emocional maior. Morris disse que
a árvore estaria olhando para o lado se ela fosse uma pessoa.
Quando perguntado porque, ele disse “Eu não sei, tem duas vidas,
tem pés indo para os dois lados.” O empurrão da realidade e a
atração pela irrealidade colocaram-no em um estado de tensão
quase intolerável. Ele evita contato com os outros, mas não está
pronto para dar as costas para a realidade. Embora Morris tenha
dito que não havia vento soprando no desenho, ele respondeu
rápida e firmemente “do leste”, quando perguntado em que direção
o vento estava soprando. Este tratamento segmentado das
perguntas e a falha em ver uma relação de continuidade de uma
questão para outra, são obviamente patológicos, particular- mente
em alguém com seu nível de inteligência. Isto é visto novamente
quando ele descreveu seu desenho acromático de uma pessoa,
que está pronta para lutar e que se sente louco, mas responde
“sim” quando perguntado se Esta pessoa está feliz?”
Prognóstico
Os materiais gráfico e verbal do H-T-P fornecem ampla evidência
para a conclusão de que Morris está caminhando para um claro
colapso esquizofrênico. Seu baixo resultado do QI provavelmente
reflete desorganização devido a estresse intrapsiquico, em vez de
retardamento mental, várias semanas depois de fazer o teste, a
condição de Morris deteriorou-se e ele ficou catatônico.
Caso 2: Paul —28 anos de idade, sexo Masculino (Hammer)
Uma comparação entre os conjuntos de desenhos acromáticos e
coloridos produzidos por um paciente mascuLino de 28 anos,
internado em uma instituição, ilustra os estímulos relativamente
mais fortes representados pela fase cromática da técnica do H-T-P
e sua maior eficácia em penetrar nas defesas do paciente (veja
Figura 14).
Apesar do processo psicótico, fortemente sugerido por uma
grande distorção da realidade (aparente na apresentação de
fumaça que sopra simultaneamente em duas direções e nas
venezianas estendidas para baixo das janelas, na frente do prédio),
a qualidade g!obal mais saudável dos desenhos acromáticos
sugere uma certa integridade da personaudade. A única evidência
aparente de psicose manifesta no desenho da árvore acromático é
a semelhança incomum entre o entrelaçamento das raízes e a

Patognomónicos sina[ ou sintoma tido como característico de uma doença.

123

H-T-P .— Manual e Guia de lnterpretaço

estrutura dos galhos. Pacientes psicóticos ocasionalmente


apresentam desenhos como este, que apenas representam o
conceito visto de cabeça para baixo. A forma desesperada corri
que as raízes estão agarradas ao solo sugere uni medo ele perder
o contato com a realidade, O quadro da personalidade, que
aparece na consideração dos desenhos acromáticos apenas, é de
um severo desajustamento da integração da personalidade e
alguns recursos defensivos usuais aos quais recorrer. Parece
haver um grau de flexibilidade na estrutura da personalidade de
Paul e o clínico pode querer saber se o padente será capaz de se
recuperar e retornar á realidade, urna vez que ele tenha sido
empurrado além da linha dos limites da psicose.
Sob o impacto emocional das cores, as defesas do Paul não se
tortaleceram, mas desmoronaram totalmenta A casa desintegra-se
inteiramente, as pedras que constituem o caminho para a porta
parecem flutuar acima do chão, e pode-se supor que o próprio Paul
tenha se desintegrado nessa situação difícil. Paul projeta
verbalmente este sentimento interno comentando
espontaneamente que os galhos da árvore colorida estão “caindo”.
Impulsos emocionais caóticos estão claramente indicados pela
incapacidade de Paul de manter seu colorido dentro do contorno
da árvore, bem como pela sua escolha contrastando o vermelho,
verde, laranja e amarelo amontoados desordenadarnente na
página. A própria árvore está caindo. O vento, estranha- mente
descrito como soprando não da esquerda e nem da direita, mas em
linha reta, de cima para baixo na árvore, revela os terríveis
sentimentos de pressão de Paul. Portanto, a projeção de si mesmo,
agarrando-se à realldade, como transmitido pelas raízes
superenfatizadas no desenho da árvore acromática, agarrando-se
no chão, é substituída pelo auto-retrato de um colapso e
desintegração total da personalidade no nivel das cores.
Caso 3: Dennis —12 anos de idade, Masculino (Jolies
[1969])
Dennis tinha 12 anos e sete meses de idade. Na época de seu
exame, ele tinha sido suspenso de uma escola particular por causa
de sua atitude negligente para com seus trabalhos. As autoridades
da escola reconiendararn que os pais consultassem uni psicóloga
para obter urna orientação apropriada para seu filho. Os boletins
de Dennis indicavam que ele tinha sido um aluno acima da média
até aquele ano. De acordo com seus pais, os professores achavam
que ele poderia ir melhor, porque ele tinha mostrado ser um aluno
brilhante. Portanto, os pais exerceram forte pressão sobre Dennis
para ele se dedicar mais à escola. O menino ressentia-se muito
dessas atitudes da escola e de seus pais, porque sentia que
estava fazendo o melhor que podia.
Oennis vinha de uma casa que basicamente parecia ser boa.
Entretanto, há fatores que provavelmente contribuíram para
algumas de suas dificuldades emocionais. O pai irritava-se
facilmente com ele em muitas ocasiões, e a mãe admitiu que não
estava isenta de culpa. É concebível que a mãe, apesar de suas
boas intenções, tenha tido dificuldades em fornecer a Dennis o
calor emocional que ele necessitava.

[24
Interpretação

O WISC revelou um 01 verbal de 124 e um 01 de execução de 107. A


análise de seus resultados indicou que a principal deficiência de Dennis
era na área da atenção. Em todas as outras, ele tinha um nível superior
(veja Figura 13).
O exame dos desenhos acromáticos indicou que Dennis fez um
considerável esforço para controlar seus impulsos (localização
horizontal). Entretanto, há também evidências consideráveis de um ego
fraco com dificuldade de manter o controle de sua energia emocional,
como é indicado pelo excessivo reforço das linhas da parede do lado
esquerdo da casa e pelo reforço dos limites externos do tronco da
árvore. Isso sugere que Dennis está muito preocupado em manter o
controle do ego.
No resto da casa e da árvore, as linha são leves, tendendo a apontar
mais um ego fraco. Essa suposição é confirmada pela indicação de
Dennis durante o Inquérito Posterior ao Desenho de que a árvore não era
muito forte; ele também descreveu a casca da árvore como morta, o que
certamente sugere uma deterioração do controle do ego. Dennis afirmou
que a casca da árvore morreu por causa do tempo, sugerindo que Ijennis
sente que as pressões ambientais são responsáveis por suas
dificuldades.
E interessante observar que a casa coforida é muito maior do que a
acromática, o que sugere que Dennis tende a reagir de forma exagerada
à estimulação, uma indicação adicional do pobre controle do ego. Além
disso, a árvore colorida apresenta um quadro de alguém que está se
esforçando muito para manter o controle, como mostrado pela
inclinação da árvore da esquerda para direita. A pessoa acromática
rígida sugere que Dennis usa repressão para se defender de sua
impulsividade.
Dennis, evidentemente, não dispõe de recursos adequados para obter
satisfação do seu ambiente. Embora a estrutura dos galhos da árvore
pareça adequada no de senho acromático, suas linhas fracas parecem
revelar a preocupação de Dennis nesta área. Esta suposição é
confirmada pela limitada estrutura de galhos da árvore colorida.
Certamente os desenhos dá Dennis revelam sua preocupação com o
calor humano do ambiente. Suas respostas ao Inquérito Posterior ao
Desenho às questões sobre o tempo também sugerem isso. Dennis usou
linhas pesadas ao representar o sol em seus desenhos da casa e da
árvore, novamente sugerindo ansiedade em relação a sua fonte de calor.
Nas relações interpessoais ele é muito mais susceptível quando o calor
é experienciado, como mostrado pela diferença entre os desenhos
coloridos e acromáticos. Ele afirma que a casa não é feliz, amigável, o
que pode expressar que sente falta de calor nas relações intrafamiliares,
que podem contribuir para seus sentimentos de insegurança. Há uma
indicação de que ele não se sente aceito nas relações interpessoais.
Dennis diz que a árvore se mantém por si mesma o que normalmente

reflete um sentimento de isolamento social entre uma pessoa e seus


pares. Além disso, Dennis evidencia tendências anti-sociais ao afirmar
que a árvore não está interessada em estar com outras árvores. Não é
surpreendente achar que Dennis seja um pouco depressivo. Seu
tratamento do sol no desenho da casa (desenhado inicialmente no
horizonte, depois apagando-o e redesenhando-o no céu) retrata,
graficamente, suas tentativas para esconder seus sentimentos
depressivos.
Através do exame, Dennis manifestou hostilidade de várias formas.
Portanto, algumas perguntas do inquérito posterior ao desenho foram
omitidas, porque o examinador

125
HT-P — Manual e Guia de Interpretação

sentiu que algumas questões em particular poderiam estimular o


afastamento e assim prejudicar o “rapport”.
O uso exclusivo do crayon preto na casa colorida mostra a hostilidade de
Dennis. A pessoa acromátioa desenhada está em perfil absoluto,
implicando retraimento e tendências oposicionistas. Muitas respostas de
Dennis ao inquérito foram evasivas e indicativas de hostilidade. Ele
expressou verbalmente sua hostilidade para sua casa, descrevendo a
casa como miserável, algo que ele rejeita. Ele não gostaria que aquela
casa fosse sua, mas, se fosse, ele não moraria nela, mas “venderia
tudo”. Apesar de sua hostilidade em relação a seu lar, é encorajador
observar que, quando foi forçado a escolher alguém para viver na casa
com ele, escolheu seus pais e o irmão. As condições na casa não são tão
completamente ruins que ele rejeitaria sua família. Ele vê a casa como
próxima dele e mesmo com ele, o que tende a contra-indicar um
sentimento de rejeição. Dessas observações, pode-se concluir que,
embora Dennis tenha considerável hostilidade em relação a sua casa,
ele também tem sentimentos positivos que trazem esperança para que
ele tenha basicamente um melhor ajustamento nesta área.
Finalmente, os sentimentos de inferioridade de Dennis parecem ter
implicações psicossexuais. No desenho acromático da casa, a chaminé
é muito pequena, na casa colorida, não há chaminé. Dennis parece estar
experenciando preocupações com castração. Ele afirma que a árvore
está abaixo dele, o que é consistente com sentimentos de inferioridade;
os aspectos intelectuais das experiências de Dennis podem ter
produzido esses sentimentos. Nos dois desenhos da pessoa,
particularmente no coforido, as cabeças são desproporcionalmente
pequenas, sugerindo fortemente que Dennis tenta minimizar a
importância da atividade intelectual. Ele tem usado esta racionalização
como uma defesa para suas dificuldades escolares.
Apêndice do Caso 3 (Buck). Este caso merece muita atenção porque
os desenhos acromáticos e colorido diferem acentuadamente como
conceitos. O desenho acromático da casa foi produzido de modo
hesitante, ansioso e indeciso. Entretanto, a casa colorida, com uma
estrutura muito maior, foi desenhada rapidamente e sem cuidado e
parece estar para cair. O desenho acromático da árvore tem um tronco
sólido, vigoroso, mas uma estrutura de galhos semelhante a nuvem e
imprecisa. A árvore colorida inclina-se precariamente e possui apenas
folhas grandes. Suspeita-se que a árvore colorida seja uma palmeira um

tipo de árvore costumeiramente associado a lugares com um ambiente


mais quente, mais relaxado e benevolente do que o da casa de Dennis no
Estado de Illinois. O desenho acromático da pessoa é pequeno, tenso,
rígido e friamente hostil. A pessoa colorida está em movimento quase
violento correndo e prestes a cair. A série acromática de desenhos

enfatiza ansiedade, indecisão e a necessidade de Dennis manter-se


relativamente inacessível e sob controle rígido. A série colorida enfatiza
colapso iminente e fuga mal controlada.
Dennis é um menino infeliz que exibe ansiedade, confusão, insatisfação
e rebeldia, e está mais do que moderadamente paranáico em relação a
sua situação. Ele está tentando manter a integridade de sua
personaHdade mantendo-se inacessível e sob controle rígido. Os
desenhos coloridos sugerem fortemente que seu limiar de

126

Interpretação
tolerância à frustração está perigosamente baixo e, se ele não receber
alívio imediato, suas defesas vão sucumbir. Entretanto vários pontos
indicam um prognóstico relativamente favorável: a inteligência básica de
Dennis é alta, e sua história indica que suas idéias paranóicas são
baseadas em fatos e não em ilusões. Ele está lutando bastante para
manter a integridade de sua personalidade e sua história indica que as
pressões da família e da escola podem contribuir para seu presente
desajustamento.
As informações de seguimento do caso revelaram que o estado de
Dennis melhorou consideravelmente quando entrou em outra escola, em
que foram feitas adaptações aos seus problemas de atenção e na qual
as pressões para tirar ótimas notas foram removidas.

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