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Ética e Moral
Caro aluno(a):
Neste primeiro capítulo vamos apresentar os conceitos de ética e
moral; esclarecer que, apesar de haver certa confusão, ética e
moral possuem significados diferentes; vamos distinguir o que é
antiético, amoral e imoral; além de falarmos sobre os tipos de ética:
individual, de grupo e profissional.
O intuito deste capítulo é fazer com que você perceba as diferenças entre o que é
ético e moral, para que seja capaz de observar e analisar os fatos da vida cotidiana, tanto
na esfera privada quanto no ambiente de trabalho.
Mas, antes disso, achamos importante reforçar os motivos que temos para estudar
Ética, vejamos:
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Por conta da crise de valores. A
corrupção está impregnada no cenário político,
econômico e social do nosso país que acaba
por possibilitar perdas de referências éticas. As
Figura 1.2: No Conselho de Ética
Fonte: http://jornalcontato.com.br/home/index.php/2013 pequenas corrupções e o “jeitinho brasileiro”
/02/07/comissao-de-etica-na-camara-municipal/. Acessado em:
24/10/2015.
estão entranhadas na cultura brasileira, ao
passo que pessoas que se comportam eticamente às vezes são tachadas de
“bobas”, enquanto que os que burlam as leis, por exemplo, são tidas como
“espertas”, gerando uma confusão entre o que é o certo e o errado, ocasionando
assim a crise de valores.
Para fortalecer ações éticas no setor público. Exatamente por conta da crise de
valores, que se faz mister fomentar as discussões sobre a ética a fim de fortalecer
as ações éticas no setor público, além de possibilitar que as reflexões sejam
conduzidas pelo(a) servidor(a) para os mais diversos âmbitos de sua vida.
1.2. ÉTICA
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O dilema ético retratado na tirinha é apenas um exemplo dentre muitos, tais como: É
ou não ético desligar os aparelhos de uma pessoa que está com uma doença terminal e
que só está viva porque as máquinas a conservam? Uma garota descobre que está
grávida, mas não tem condições psicológicas, nem materiais de criar o bebê, deve ela
abortar? Um desempregado, pai de três filhos, recebe uma proposta de emprego, mas que
exige que seja desonesto e cometa irregularidades que beneficiem seu patrão, deve ele
aceitar essa oferta?
Como podemos ver, nos deparamos diariamente com vários dilemas que envolvem
a ética. Umas questões são mais simples e outras nem tanto assim. Mas de um modo
geral, elas permeiam nossas vidas. Através da ética decidimos acerca de várias questões
como a escolha dos nossos governantes, dos nossos cônjuges, das nossas
amizades...Enfim, através da ética decidiremos qual o caminho iremos trilhar.
Mas, o que é Ética afinal?
Para Sá (2003, p. 15), a ética “estuda os fenômenos morais, as morais históricas, os
códigos de normas que regulam as relações e as condutas dos agentes sociais, os
discursos normativos que identificam, em cada coletividade, o que é certo ou errado fazer”.
A palavra Ética deriva do termo grego, “ethos” e significa modo ser, caráter,
comportamento. É um ramo da filosofia que lida com a compreensão das noções e dos
princípios que sustentam as bases da moralidade social e da vida individual. Trata-se de
uma reflexão sobre o valor das ações sociais consideradas tanto no âmbito coletivo como
no individual.
Em outras palavras, Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da
investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma
racional, fundamentada, científica e teórica. A Ética teoriza sobre as concepções que dão
suporte à moral. “É uma espécie de teoria sobre a prática moral, uma reflexão teórica
que analisa e critica os fundamentos e princípios que regem um determinado
sistema moral” (MORAIS, s.d, p.1). Em suma, é uma reflexão sobre a moral.
O exercício de um pensamento crítico e reflexivo quanto aos valores e costumes
vigentes tem início ainda, na cultura ocidental, na Antiguidade Clássica com os primeiros
grandes filósofos, a exemplo de Sócrates, Platão e Aristóteles. Questionadores que eram,
propunham uma espécie de “estudo” sobre o que de fato poderia ser compreendido como
valores universais a todos os homens, buscando dessa forma ser correto, virtuoso, ético. O
pano de fundo ou o contexto histórico nos qual estavam inseridos tais filósofos era o de
uma Grécia voltada para a preocupação com a pólis, com a política.
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Nesse contexto, a ética seria uma reflexão acerca da influência que o código moral
estabelecido exerce sobre a nossa subjetividade, e acerca de como lidamos com essas
prescrições de conduta, se aceitamos de forma integral ou não esses valores normativos e
até que ponto nós damos o efetivo valor a tais valores.
Segundo alguns filósofos, nossas vontades e nossos desejos poderiam ser vistos
como um barco à deriva, o qual flutuaria perdido no mar, o que sugere um caráter de
inconstância. Essa mesma inconstância tornaria a vida social impossível se nós não
tivéssemos alguns valores que permitissem nossa vida em comum, pois teríamos um
verdadeiro caos. Logo, é necessário educar nossa vontade, recebendo uma educação
(formação) racional, para que dessa forma possamos escolher de forma acertada entre o
justo e o injusto, entre o certo e o errado.
Assim, a priori, podemos dizer que a ética se dá pela educação da vontade.
Segundo Marilena Chauí em seu livro Convite à Filosofia (2008), a disciplina denominada
ética nasce quando se passa a indagar o que são, de onde vêm e o que valem os
costumes. Nasce quando também se busca compreender o caráter de cada pessoa. Isto é,
quando se busca compreender, refletir sobre o senso moral e a consciência moral
individual.
1.3 MORAL
Como você pode perceber, a ética e a moral estão relacionadas, apesar de serem
distintas. A ética estuda/reflete a moral. Mas, então, o que é moral?
A palavra “moral”tem origem no termo latino “morales” que significa “relativo aos
costumes”.
A moral é o conjunto de regras que regulam as relações entre as pessoas de
uma sociedade, na busca pelo bem comum, felicidade e justiça. Estas regras são
adquiridas pela educação, tradição e cotidiano, e orientam cada indivíduo nas suas
ações e julgamentos sobre o que é certo ou errado, bom ou mau, moral ou imoral.
De acordo com Vásquez (1998), moral é um conjunto de normas, regras e valores
que uma sociedade define para si mesma. Desse modo, podemos entender que a moral
não é inata, inerente ao homem, na verdade ela é fruto da consciência coletiva, das
experiências individuais e culturais que foram se construindo durante a história da
humanidade. A partir do que foi adquirido, distingue-se o bom do mau, o permitido e o
proibido. A moral surgiu da necessidade de respostas às necessidades da vida em grupo,
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sendo possível somente quando o homem se tornou um ser social e este ser social só
existe se tiver regras.
Para ficar ainda mais claro para você o que é Ética e Moral, vamos apresentar as
principais diferenças entre ambos.
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porém isso não significa que vou concordar ou agir como a lei determina, pois a ação moral
independe de ter ou não regras. Sendo assim, podemos extrair outras diferenças, tais
como: os princípios éticos possuem obrigatoriedade em seu cumprimento, podendo
acarretar, inclusive, em sanções penais; já ao que se refere à Moral, há livre arbítrio, no
máximo o que acontecerá é a desaprovação social.
Nesse ponto da discussão, vale abrir um parêntese para explicar as diferenças entre
amoral, imoral, antiético e aético.
a) Amoral – é aquela pessoa que não tem conhecimento das normas morais, não tem
as condições subjetivas necessárias agir segundo os preceitos morais. Por exemplo:
uma criança que foi criada na selva por dez anos pelos chimpanzés, e ao ser
resgatada, não tinha noção de que andar nua, roubar para comer e fazer suas
necessidades fisiológicas na rua era errado.
b) Imoral – é aquele que age contra a moral, mesmo sabendo quais as regras morais
da sociedade em que faz parte. Por exemplo: um trabalhador que aceita suborno
para infringir uma regra.
c) Antiético – é alguém que age contrariando a ética que um grupo compartilha e
aceita.
d) Aético – pessoa incapaz de escolher, decidir e julgar, tais como: crianças ou pessoa
com deficiência mental, idoso com esclerose senil, tanto que a lei considera
inimputável.
Como podemos perceber, são conceitos muito próximos e que para compreendê-los
precisamos ter bem definido que a Moral está relacionada com a prática, com a ação em si,
com os costumes, valores, tradições e hábitos. Já a Ética é a reflexão que se faz acerca da
Moral e que tende a formular conceitos universais, que valham em qualquer lugar,
independente da Moral específica do grupo, o exemplo mais próximo disso é a Declaração
dos Direitos Humanos, de 1948. Então, a prática de valores éticos pelo indivíduo é o que
chamamos de Moral.
Depois de tudo que foi dito, tornou-se fácil para você perceber que em uma mesma
sociedade o que era Moral pode deixar de ser com o passar do tempo, isso demonstra o
caráter temporal da Moral. Por exemplo, há décadas atrás era inaceitável que as
mulheres trabalhassem fora de casa e se realizassem profissionalmente. Hoje, você
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aceitaria que uma mulher fosse proibida de trabalhar? Enquanto que a Ética, pelo fato de
buscar princípios universais, o caráter é mais permanente.
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indivíduo a proceder segundo alguns princípios pré-estabelecidos por ele mesmo.
O ideal é que a Ética Pessoal perpasse sempre pelo respeito à dignidade da pessoa
humana, às diferenças culturais, aos pontos de vistas do outro.
RESUMO
Nesta aula, vimos a importância de estudar Ética. Aprendemos que Ética e Moral não são a
mesma coisa, apesar de estarem interligadas. Que a Ética é teórica e reflete a Moral; tende
a ser universal e atemporal; além de estabelecer quais os princípios que irão nortear a vida
de um indivíduo. A Moral, por sua vez, consiste nos costumes, valores, hábitos, tradições.
Ela se caracteriza prática, relatividade e temporalidade. Por fim, compreendemos o que é
Ética Pessoal, de Grupo e Profissional.
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2. Cidadania
2.1CONCEITO E VALORES BÁSICOS DA CIDADANIA
A origem da palavra cidadania vem do latim “civitas”, que quer dizer cidade. A
palavra cidadania foi usada na Roma Antiga para indicar a situação política de uma pessoa
e os direitos que essa pessoa tinha ou podia exercer.
Segundo Dalmo Dallari (2008), “a cidadania expressa um conjunto de direitos que dá
à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo”.
A plenitude da Cidadania implica numa situação na qual cada pessoa possa viver
com decência e dignidade, através de direitos e deveres estabelecidos pelas necessidades
e responsabilidades do Estado e das pessoas.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos pode ser considerada como a maior
prova existente de consenso entre os seres humanos, pelo menos é o que defendia o
nobre filósofo e jurista italiano Norberto Bobbio (1992).
Para Bobbio (1992), a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi uma
inspiração e orientação para o crescimento da sociedade internacional, com o principal
objetivo de torná-la num Estado e fazer também com que os seres humanos fossem iguais
e livres. E pela primeira vez, princípios fundamentais sistemáticos da conduta humana
foram livremente aceitos pela maioria dos habitantes do planeta.
Em todas as épocas da história, e em todas as culturas houve sinais de dignidade e
fraternidade, que são esboços dos Direitos Humanos. Mesmo que todos os tratados e
acordos da história antiga priorizassem os deveres, cumprimentos de leis podemos verificar
um mínimo de respeito e tentativas de se evitar o caos na sociedade, um dos princípios dos
Direitos Humanos.
Todos os seres humanos nascem com direitos inalienáveis. Estes direitos buscam
proporcionar uma vida digna, e cabe ao Estado proteger tais direitos. A liberdade,
igualdade, tolerância, dignidade e respeito – independente de raça, cor, etnia, credo
religioso, inclinação política partidária ou classe social – permite ao ser humano buscar tais
direitos fundamentais.
Os Direitos Humanos são indivisíveis: e são neles englobados questões sociais,
políticas e econômicas. Tais como:
Todas as pessoas devem ter o direito de formar a sua própria opinião e de exprimi-la
individualmente ou em assembleias pacificas;
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Todas as pessoas devem ter o direito de participar no governo;
Estar livre de prisão arbitrária, detenção e tortura – quer a pessoa seja um opositor
ao partido no poder, pertença a uma minoria étnica ou seja um criminoso comum;
Livre expressão religiosa e uso de sua língua para manter suas tradições;
Todo ser humano deve ter a oportunidade de trabalhar, ganhar a vida e sustentar a
sua família;
As crianças merecem proteção especial.
VIOLÊNCIA
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GENOCÍDIO
FOME
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FALTA DE MORADIA
E aí, diante destas imagens que fazem parte de uma dura realidade social: cruel,
triste e perversa, o que para você significa cidadania? Quais são os seus valores básicos?
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em harmonia e respeito e que os interesses coletivos sempre predominem sobre os
particulares.
Por isso, ser cidadão supõe desenvolver atitudes, assumir padrões de
comportamento e adquirir hábitos que favoreçam o bom convívio com os demais e também
que suas ações sejam pautadas pela ética do cuidado, do zelo, pelo bem comum e pelo
respeito a coisa pública. Ou seja, aquele contínuo estado de alerta, de observação
cuidadosa em relação à segurança, à dignidade e ao bem-estar do outro, que nos leva a
sempre respeitá-lo e a nos colocar de seu lado e defendê-lo quando alguém não o
respeitar.
Por essas razões, é nosso dever apoiar e estimular a extensão dos direitos de
cidadania a todos, assumir responsabilidades coletivas e pressionar organizações e
instituições que podem promover a melhoria das nossas condições de vida.
O conceito de cidadania teve origem na Grécia Antiga e foi utilizado para designar
os direitos relativos ao cidadão, ou seja, o indivíduo que vivia na cidade e ali participava
ativamente dos negócios e das decisões políticas. Cidadania pressupunha, portanto, todas
as implicações decorrentes de uma vida em sociedade. Ao longo da história, o conceito de
cidadania foi ampliado, passando a englobar um conjunto de valores sociais que
determinam o conjunto de deveres e direitos de um cidadão.
Portanto, Cidadania são os direitos e deveres do cidadão e ela pode ou não ser
exercida.
Para a ética, não basta que exista um elenco de princípios fundamentais e direitos
definidos nas Constituições. O desafio ético para uma nação é o de universalizar os direitos
reais, permitido a todos cidadania plena, cotidiana e ativa. Desse modo, será possível a
síntese entre ética e cidadania, na qual possa prevalecer muito mais uma ética de
princípios do que uma ética do dever.
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profissionais dos diversos órgãos do governo, por estarem relacionadas com os direitos
das pessoas, dependem da observação de certos valores indispensáveis ao respeito à
cidadania. Como esta atividade é voltada para o bem comum, deve conter e até estar
alicerçada em valores comuns, tais como:
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2.2A CIDADANIA NO SÉCULO XXI: DIREITOS CIVIS SÓ NA LEI!?
As coisas não caminharam tão bem, muito pelo contrário,já quase 30 anos passados
desde o fim da ditadura, problemas centrais de nossa sociedade, como a violência urbana,
o desemprego, o analfabetismo, a má qualidade da educação, a oferta inadequada dos
serviços de saúde e saneamento, e as grandes desigualdades sociais e
econômicascontinuam sem solução, ou se agravam, ou, quando melhoram, é em ritmo
muito lento.
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A cidadania inclui várias dimensões e algumas podem estar presentes sem as
outras. Uma cidadania plena, que combine liberdade, participação e igualdade para todos é
um ideal talvez inatingível nos dias de hoje.
Tornou-se costume desdobrar a cidadania em direitos civis, políticos e sociais. O
cidadão pleno seria aquele que fosse titular dos três direitos. Cidadãos incompletos seriam
os que possuíssem apenas alguns dos direitos. Os que não se beneficiassem de nenhum
dos direitos seriam não-cidadãos.
E, portanto, o que seriam os direitos civis???
São os direitos fundamentais à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante
a lei. Eles se desdobram na garantia de ir e vir, de escolher o trabalho, de manifestar o
pensamento, de organizar-se, de ter respeitada a inviolabilidade do lar e da
correspondência, de não ser preso a não ser pela autoridade competente e de acordo com
as leis, de não ser condenado sem processo legal regular. São direitos cuja garantia se
baseiam na existência de uma justiça independente, eficiente e acessível a todos.
São eles que garantem as relações civilizadas entre as pessoas e a própria
existência da sociedade civil surgida com o desenvolvimento do capitalismo. Sua pedra de
toque é a liberdade individual.
Vamos refletir:
Será que estamos exercendo soberanamente a nossa
liberdade, nos dias atuais ou muitas vezes temos nosso direito de
ir e vir cerceado?
Será que todos os cidadãos são tratados de forma igual
como preconiza a nossa Constituição Federal, sem distinção de
raça, cor e credo?
Será que a nossa justiça é realmente “cega” ou ela faz
distinção entre pessoas de classes sociais distintas?
Enfim, será que em pleno século XXI nós temos assegurados os nossos direitos
fundamentais ou eles nada mais são do que uma folha de papel escrita na nossa
Constituição?
É possível haver direitos civis sem direitos políticos???
Sim, pois estes últimos se referem à participação do cidadão no governo. Seu
exercício é limitado a parcela da população e consiste na capacidade de fazer
demonstrações políticas, de organizar partidos, de votar e ser votado. Em geral, quando se
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fala de direitos políticos, é do direito do voto que se está falando. Logo, você pode exercer
todos os seus direitos civis, mas não pode exercer o direito do voto, por conta da idade, por
exemplo.
E aqui ficam algumas reflexões:
Como estamos exercendo esse direito para a
escolha dos nossos governantes?
Quais os critérios que adotamos para exercer esse
direito pleno à cidadania?
Será que os nossos governantes tem sido
merecedores do nosso voto?
Será que eles tem cumprido seus papeis com
ética,responsabilidade e seriedade?
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2.3 MUNDO DO TRABALHO E CIDADANIA ORGANIZACIONAL
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A instituição educacional que a habilitou ofereceu a ela um bom curso e fez
corretamente a avaliação de suas competências?
E o posto de saúde? Que critérios o posto de saúde utilizou para contratá-la?
Ela ocupava a função que realmente lhe competia?
Os medicamentos estavam nos lugares certos e organizados e catalogados para
que não houvesse possibilidade de serem confundidos?
E em que condições ela praticava seu trabalho?
Tinha os recursos e as informações necessárias para exercer aquela função?
Outras perguntas também devem ser feitas quanto às implicações do governo,
responsável pelo funcionamento do posto de saúde e do qual ela era funcionária.
Ele não teve nenhuma influência no caso? Não estaria a funcionária com acúmulo
de trabalho?
Será que ela, devido a um salário baixo, estaria estressada por ter que fazer horas
extras e dar conta de mais de um emprego?
Essas perguntas revelam que nossa qualidade de vida e nosso desempenho como
cidadãos, pessoas e profissionais também dependem de como as diferentes organizações
atuam ao nos atender ou deixar de fazê-lo. No caso relatado, todos os motivos supostos
para explicar o erro da auxiliar de enfermagem estão direta ou indiretamente relacionados
com o Estado, com a política e com a cidadania organizacional, como:
A qualidade do ensino oferecido pelas escolas;
A responsabilidade dos órgãos certificadores de competência profissional;
A gestão administrativa das instituições públicas ou privadas;
A política de saúde e a política salarial do governo;
A política de administração, controle e acompanhamento de recursos humanos no
posto de saúde.
Isso também nos leva a concluir que toda a nossa vida social está impregnada de
políticas diversas (governamentais, institucionais e empresariais) e que, por isso, não
apenas somos atingidos por situações e ações políticas como também atuamos
politicamente o tempo todo.
Atuamos deliberada e ativamente, participando de manifestações, militando em
algum partido, votando, nos candidatando a cargos políticos e denunciando descasos
quanto ao atendimento das necessidades da população. Também atuamos involuntária e
passivamente, quando nos omitimos, quando ignoramos o que se passa em nossa volta,
afirmando que política é só para quem gosta.
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No entanto, é importante percebermos que não são apenas os indivíduos
isoladamente que precisam atuar na sociedade guiando-se pelos princípios da cidadania.
As organizações também precisam ser cidadãs.
Em resumo, a cidadania organizacional é também essencial para o bem-estar e a
dignidade de todos.
Pessoas e organizações que não primam pela ética e não se consideram
comprometidas com o bem-estar e a qualidade de vida dos cidadãos, conscientemente ou
não, voluntariamente ou não, acabam, de uma ou outra forma, sendo responsáveis por
perdas e danos sofridos pela sociedade.
A cidadania implica o reconhecimento de que dificilmente é possível, nem sempre é
justo e, raramente, vale a pena a gente “melhorar de vida” sem melhorar a vida. Por isso,
cabe aqui uma citação do grande cidadão brasileiro que foi Herbert de Souza, o Betinho:
Tudo o que acontece no mundo, seja no meu país, na minha cidade ou
no meu bairro, acontece comigo. Então eu preciso participar das
decisões que interferem na minha vida. Um cidadão com um sentimento
ético forte e consciência de cidadania não deixa passar nada, não abre
mão desse poder de participação. (SOUZA,1994).
Depois de todas essas indagações proponho meus caros alunos a fazerem uma
auto avaliação, pois é preciso que nos perguntemos:
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Até muito recentemente era raro as empresas incluírem o tema da responsabilidade
social em suas divulgações institucionais (hoje, é quase uma obrigação). O conceito se
difunde reiteradamente em sites e aqui apresentamos seus princípios básicos.
A responsabilidade social das empresas pode ser vista como parte de uma nova
cultura organizacional, de forma a produzir riquezas e desenvolvimento que beneficiem a
todos os envolvidos em suas atividades – trabalhadores, consumidores, ambiente e
comunidade.
Essa visão inclui a promoção, pela empresa, dos seus valores éticos e responsáveis
na sua cadeia de fornecedores e nos mercados onde atua. Ética e responsabilidade
social são palavras-chave para as organizações contemporâneas. Pesquisa do
Instituto Ethos de Responsabilidade Social indica que os consumidores estão mais
propensos a comprar de uma organização que apresente postura ética e com
responsabilidade social,entendendo-se como uma empresa responsável socialmente
aquela que:
Zela pela qualidade dos produtos e serviços que oferecem aos clientes, tendo o
cuidado de não danificar a saúde e o bem-estar das pessoas;
Mantém o respeito pelos empregados e fornecedores, estabelecendo relações
baseadas em confiança e parceria, e não em exploração;
Preocupa-se com a segurança e a saúde no ambiente de trabalho, garantindo que
os empregados gozem de boas condições;
É transparente com a sociedade, provendo todas as informações de interesse
público com relação às operações e atividades da empresa ou qualidade dos
produtos;
Respeita o ambiente, estabelecendo práticas que não afetem o equilíbrio ecológico e
a qualidade de vida das comunidades;
Atua com ética no que diz respeito ao trato com outras empresas ou com as
pessoas físicas, assim como no recolhimento de tributos, cumprindo todas as suas
obrigações como empresa cidadã;
Envolve-se com o crescimento econômico e social sustentado, participando de
atividades que beneficiem a sociedade;
Incentiva projetos culturais, sociais e educacionais que possam trazer
desenvolvimento para o entorno social;
Estimula em seus funcionários o compromisso social e a atividade comunitária.
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2.4CIDADANIA E COMBATE Á CORRUPÇÃO
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REFERÊNCIAS
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2015,
CORTELLA, Mário Sérgio. Não nascemos prontos. Provocações filosóficas. Editora Vozes, 2015.
CORTELLA, Mário Sérgio. BARROS FILHO, Clóvis de. Ética e vergonha na cara. Papirus Editora, 2013.
GISELE, Salgado de. “O Novo Perfil do Profissional.” Disponível em: www. geocities.com/infobusiness.geo/nvoperfil.html.
Acesso em: 24/out/2015, às 15h30.
GUADARRAMA, Juan de Dios Pineda. Ética para el Desarrollo: tres vertientes contemporáneas de la ética pública.
Disponível em < www.iapem.org.mx/eventos /clad/Juan%20de%20Dios.pdf >. Acesso em: 09/out/2015, às 20h30min.
SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 8 Ed. São Paulo: Atlas, 2009.
SUÁREZ, Cristina Seijo & TELLERÍA, Noel Añez. La Gestión Ética en la Administración Pública: base fundamental para la
gerencia ética del desarrollo. Disponível em < www.publicaciones.urbe.edu/index.php/.../1402-venezuela >. Acesso em:
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SROUR, Robert Henry. Ética empresarial: a gestão da reputação. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
Blog Noesis: Ética e Moral: qual a diferença?. 06/10/2010.
VÁSQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. 18. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
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05.10.2015.
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dilma.htm. Acessado em 10.04.2016
http://www.jornalodiario.com.br/primavera-do-leste/editorial/corrupcao-nossa-de-cada-dia/52519. Acessado em
11.04.2016.
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http://www.coladaweb.com/filosofia/moral-e-etica-dois-conceitos-de-uma-mesma-realidade.Acessado em 24.10.2015
25
http://www.dhnet.org.br/dados/manuais/dh/mundo/rover/c5.htm.Acessado em 25.10.2015
http://www.batebyte.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1156–Acessado em 25.10.2015
http://pt.slideshare.net/luiz2011/aula-3-noes-de-tica-profissional-15082790.Acessado em 28.10.2015
http://www.psicorh.com.br/2012/05/moral-e-etica-analise-do-filme-um-ato.html.Acessado em 28.10.2015
http://estadonoetico.blogspot.com.br/2010/10/etica-e-moral-qual-diferenca.html.Acessado em 09.04.2016
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ÉTICA
ESTUDO DE CASOS
CASO 1 – LUCIA
Fato: LUCIA é gerente de vendas de uma empresa no segmento de material hospitalar. Seu
filho recebe diagnóstico de doença grave e ela recorre a um cliente que é o gerente de compras
de um grande hospital para conseguir internação urgente para seu filho. No contato LUCIA
oferece “vantagens exclusivas” com uma gorda contrapartida em material hospitalar nas
próximas compras. O gerente de compras do hospital aceita a oferta e consegue a vaga, furando
uma fila de espera previamente existente.
Problema: O diretor de RH do hospital fica sabendo do fato por denúncia anônima de
funcionários do próprio hospital e resolve chamar o gerente de compras para uma reunião e
toma a seguinte decisão ética e moral:
(a) Demite o gerente de compras por justa causa alegando corrupção ativa.
(b) Adverte o gerente de compras e retira a criança da UTI.
(c) Adverte o gerente de compras e cancela o contrato com a empresa de LUCIA.
(d) Fica omisso, pois sabe que a criança é a sua sobrinha.
(e) Lembra que está devendo favores para o gerente de compras e resolve fazer vista grossa.
CASO 2 – ROGÉRIO
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CASO 3 – MAGDA
Fato: MAGDA é a melhor vendedora em uma loja de grife e mantém agenda com os melhores
clientes da loja desde seu primeiro dia de trabalho, há pelo menos 12 anos. No entanto,
funcionários em treinamento descobriram que MAGDA está levando roupas da loja para usar no
final de semana e devolve na segunda-feira.
Problema: Durante o treinamento de Excelência no Atendimento um dos trainnes pergunta o
que acontece se um funcionário for pego levando roupas para usar no final de semana,
devolvendo-as na segunda-feira. Então a diretora de RH diz que esta pessoa será demitida
imediatamente. O trainne denuncia no treinamento MAGDA que assume ter feito isso várias
vezes e a diretora toma a seguinte decisão ética e moral:
(a) Demite MAGDA mesmo sabendo que ela levará suas clientes para o concorrente.
(b) Diz que no caso de MAGDA não tem problema, pois ela é boa vendedora.
(c) Diz que a partir daquela data todos os funcionários poderão levar roupas nos fins de semana
e devolver na segunda-feira.
(d) Anuncia que irá tomar as devidas providências e protela a resolução do caso.
(e) Lembra que MAGDA a ajudou fazer a mesma coisa em um evento especial e que a demissão
de uma seria a demissão dela própria também.
CASO 4 – PAULO.
(a) Interfere na formatação da escala de professores, passando por cima das atribuições da
professora contratada.
(b) Promove encontros entre PAULO e a professora no intuito de mediar o conflito e buscar
uma solução pacífica entre os dois excelentes funcionários.
(c) Estabelece o mínimo de aulas para PAULO.
(d) Faz uma avaliação de clima organizacional e elabora um projeto de reorientação
organizacional para os funcionários.
(e) Contrata um palestrante para falar sobre trabalho em equipe para os colaboradores.
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CASO 5 – FELIPE.
Fato: FELIPE tem necessidades especiais, usa cadeira de rodas e foi recém contratado para
preencher a vaga criada por um Projeto de Responsabilidade Social recém implementado pelo
RH de uma grande mineradora. FELIPE não consegue chegar nunca no horário combinado em
função de dificuldades de locomoção e solicita transporte especial. O diretor do RH envia
pedido adicional de verba para arcar com as despesas de locação de um taxi para levar e trazer
FELIPE, mas a verba é negada. FELIPE continua chegando com várias horas de atraso e não
sofre qualquer sanção financeira pelas horas não trabalhadas.
Problema: FELIPE recebe o apoio e entendimento de alguns colaboradores, porém há um
grupo que está insatisfeito com a diferenciação no tratamento e diz que o projeto de
responsabilidade social é apenas uma fachada e que FELIPE não passa de um “símbolo” de
marketing da empresa, então a diretora do RH toma a seguinte decisão ética e moral:
(a) Resolve aplicar o mesmo sistema de ponto a FELIPE, cortando suas horas não trabalhadas.
(b) Decide demitir os funcionários que reclamaram do tratamento diferenciado.
(c) Estabelece novos horários para atender as possibilidades de FELIPE.
(d) Se prontifica buscar e levar FELIPE com seu próprio veículo.
(e) Faz uma escala de voluntários para buscar e levar FELIPE.
Fato: SOL é uma empresa de eletroeletrônicos e em suas lojas está exposto um banner gigante
com sua missão, visão e valores. Entre os valores citados está o “respeito ao cliente”.
Problema: Um cliente é destratado por um dos vendedores e o cliente indignado descreve o fato
em um bilhete e deposita na caixa de sugestões. O bilhete acaba gerando uma demanda para o
RH no sentido de organizar palestras e seminários para os vendedores, objetivando aprimorar o
marketing de relacionamento dos funcionários com os clientes, porém um dos mais antigos e
também o melhor vendedor recordista em bater metas diz que não tem mais nada a aprender e
que ele não vai participar. Outros vendedores seguem o raciocínio do colega veterano e se
recusam participar do treinamento. O gerente de RH resolve:
29
CASO 07 – Empresa PORT.
Fato: O GERENTE da empresa PORT abriu uma filial no interior do Estado e, na sequência,
chama seu executivo de RH e o solicita levar funcionários já contratados para não contratar
pessoal na cidade de destino. Além disso, solicita que ele elabore uma série de treinamentos
para seus colaboradores visando estabelecer cultura organizacional local, incutindo valores
voltados para a responsabilidade social e elenca temas como meio ambiente, tributos,
comunidade e colaboradores.
Problema: O executivo de RH não entende como irá incutir responsabilidade social e ao mesmo
tempo não gerar emprego e renda no local de destino da nova filial, então resolve:
CASO 8 – GLÁUCEA
Fato: GLÁUCEA é uma bem sucedida gerente de um grande banco, de aparência deslumbrante
anda sempre bem vestida e perfumada. Sua carteira de negócios bate record todos os meses,
pois concentra quase a totalidade dos investidores de uma pequena cidade no interior de Goiás.
Na agência, todos os colegas sabem de sua preferência por mulheres morenas, revelando-se
homossexual.
Problema: Durante a confraternização de final de ano, GLÁUCEA exagera na bebida e dá em
cima da esposa de um dos vigilantes do banco e este, com os ânimos exaltados, a confronta na
festa. GLÁUCEA liga para o RH e solicita a demissão imediata do vigilante e o diretor do RH
toma a seguinte decisão ética e moral:
30
31
ÉTICA PROFISSIONAL
HISTÓRIA REPRESENTATIVA
CÓDIGO DE ÉTICA
32
⇒ Códigos de Ética Profissionais - códigos em que estão especificados os
direitos e deveres, o que é vetado eticamente naquele exercício profissional e
as possíveis punições no caso de desobediência ao código. Ex.: código de
ética do contador, código de ética do assistente social, etc. Os códigos mais
conhecidos no Brasil são os de medicina, enfermagem, psicologia e o da OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil). Cada um deles especifica o papel dessas
profissões na sociedade e a importância do respeito à dignidade humana no
exercício de cada um desses trabalhos tão importantes.
1º: Interessar-se pelo bem público e como tal finalidade contribuir com seus conhecimentos,
capacidade e experiência para melhor servir à humanidade. 2º: Considerar a profissão como alto
título de honra e não praticar nem permitir a prática de atos que comprometam a sua dignidade. 3º:
Não cometer ou contribuir para que se cometam injustiças contra colegas. 4º: Não praticar qualquer
ato que, direta ou indiretamente, possa prejudicar legítimos interesses de outros profissionais. 5º:
Não solicitar nem submeter propostas contendo condições que constituam competição de preços por
serviços profissionais. 6º: Atuar dentro da melhor técnica e do mais elevado espírito público,
devendo, quando Consultor, limitar seus pareceres às matérias específicas que tenham sido objeto da
consulta. 7º: Exercer o trabalho profissional com lealdade, dedicação e honestidade para com seus
clientes e empregadores/ líderes/ chefes, e com espírito de justiça e eqüidade para com os
contratantes e empreiteiros. 8º: Ter sempre em vista o bem-estar e o progresso funcional dos seus
empregados ou subordinados e tratá-los com retidão, justiça e humanidade.
33
TEORIAS
ÉTICAS
EMPRESARIAIS
34
de~ m~o e que se c~am n~ pr~cipal de~ agir moral.
, . U~a vez apropriados de forma pessoal, dao lugar a um modo de ser
Et1ca das virtudes
...
¥
- -
•
A palavra virtude tern sua origem no latim virtus e, em sentido etico
-
significa um~ qualidade p~ de um individuo q~ mo~ a ~r
--'
__ _____
;eexpressa u~ confor~e
-- ;.---
Aristoteles dividiu as
a~ostumes, a marca d~ i~
duo de carater, aquele capaz de agir de forma livre e responsavel.
virtud~..----
eticas
....
(morais), as quais se
.-- - JI ~ -
de forma a fazer 0 hem para si e para
localiza o ~~ ir;;uador da a<;a~ta ;;- se~uele que age
OS outros. A etica das virtudes
- - ---
chega pelo exerdcio continua do habito, e dianoeticas (nao m~/
irrtclectuais), que sao obtidas pelo ensinamento. Entre as primeiras
.,-
412~
Sua origerrfest~ filo~ gregos. S~s (469-399 a.C), por lidade; ja ~ se~o grupo a apar~cenam c~gem, sap1enc1~ ~:"
a ,
-- --------
exemplo, defendia a ideia de que as demandas eticas so poderiam ;;.
plenamente resolvidas com o conhecimento de si mesmo (conhece-te
---- - -
prudencia. Os dais grupos se ap01am mutuamente. A coragem, por
exemplo, e uma virtude dianoetica nee~ p~ q~ al~em e.&ia
publicamente que~<;a j_;isQ5a (virtude etica).
-
--~
---
1
nos seus 1" ogos Rea 1e; -- - - ....-
--
- -
~em sociedade, sempre movido por uma sabedoria pratica ~
..----- - -
-
.--
Antise'ri, 1990, p. 88-90). • • • • • • • • j( · · · · · · · · · · · ' ~a encontrar o ponto de equilibria entre o excesso e a deficiencia.
-- - -- Platao (427-348 a.C.) considerava a virtude coma inata
--
uma qualidade q~ individuo trE'. consigo ao nascer e, portanto, nao
--- ~ ~· -
Em rela<;ao a c~ragem, por exemplo, de~e pr~ o meio termo
--
;z:--
p~er ensinada.Ja para Ar~6teles (384-322 a.C.), o principal re-
presen;ante desE:_ corrente, as~s po~ ser aprendidas. N~u
--- --- -
-- ---
~e o excesso (temeridade) ea carencia (covardia), pois que ambas
s;q;-oem a v~e ~esejada (Aristoteles, 1992, p. 46).
-- .- ---
livro Etica a Nicomaco, deposita as questoes centrais da etica no carater Nao sabemos coma Aristoteles explicaria hoje-dado o avan<;o
dos indi0duos. Esse filo~ofo greS9 afirmava que o hem para o homem cie~o ~ d~pomos-como se daria e~ incorpora<;ao dos habi-
seria uma atividade da alma e em ~idade com certas virtudes. to;;-~s pelos individuos. T~z u~ re~a b~e satisfatoria
.. .---- ?•-
Na Etica, afi~ que o fim indiscutivel da a<;ao humana e a felicidade
-- -
possa ser encontrada no extraordinario e~ J~ Piaget (1994,
(eudaimonia - E06at~) e ~da e~ve~como se chega p~m5), que, a pa~e ~ pesquisa feili!..com_criarn;as) obs~
a esse fim. As
·--
virtudes~ao en~ut~u
-- --- qualidades que o s;r hu-
----
~ dev~ar para chegar a ser feliz (Aristoteles, 1992, p.19-20).
-- -- -
quatro etapa;que fazem parte da forma<;ao da consciencia mor~
individuos. Essas et~as sao apresentadas de ~a ba~e d~
JAV-1'~.J
A : -if
~
O;v\.O~
aU[i>~
0
35
-'(-~ 35
34 Etica 0 0
Arr J n,..,,... avvvJJ..
la Etapa 2a Etapa
Anomia (do grego a, "negac;ao" + nomos, "lei, ~egra" =
sem lei, s~~egras). Ea etapa do comport~ento pu- H eteronom1a . (do grego heteros, "outros" + nomos,
... - ~
ramente mstmt1vo, que se orienta p~ p~er o~la "lei, regra" =lei "ettabelecida p~tros). Nesta fase, a
dor. N ~ fase a crianc;a p~a o _rrazer e foge da dor criarn;a obe~e as ordens para
~
receber ~m~
__. ,,--- ....
e nao consegue correlacionar suas atitudes as n~as o~ e~ c~tigQ. Num ad~, p~ se dizer da-
morais. Um adulto em estado d;;-;nomia, por exemplo, quela pessoa que observa as leis, as regras, a2enas par.a
nfuJSer punido, mas nao c~o um conceito interiori-
agiria puramente pelo prazer que sua ac;aolhe~sa
sem qualquer preocupac;ao ou respeito ~m as~so
- -
zac1o e aceito como verdadeiro e necessario (um aluno
~ afetadas pela sua atitude. Nao apresenta qualquer qlienao joga l~ nao destr6i o patrimonio escolar
de responsabilidade e - - por medo da puni£_aO e nao
respeito, nem por si,
nem pelo-;utr~
---~
-
po~ma atitude pr6pria
-
de que isso nao e certo).
pelo patrimo~pujili.-
co. Alguem que destr6i
um teTe£c;;e publico ~
depreda um onibus pode
ser enquadrado no esta-
- do de anomia. --
36
3a Etapa 4aEtapa
Socionomia (do latim socius, "companheiro, E'!I- Autonomia (do grego autos, "por si mesmo" + !f:_O-
ceiro" + nomos (grego), "lei, ~ra" = TeiTnteriorizada ·
- - .- la
mos, "lei, regra'' = lei p_:6pria). N~ fas_e, a crians:a
---- ------
pelo convivio social). Seria a fase na qual os criterios
morais da crians:a vao se firmando por meio de suas
inte~iorlzo~ normas morais e passa a comportar-
-seae acordo ~las. "Ba passa a entend~r ~o-
r~es com outras ~s:as. Ela vai interiorizando as <;fo de propriedade dos objeto~~ s~, c~~1preende
nos:oes de responsabiliclade, ~igas:ao, r.espeito e itfs- que o qu~o fo~c;a~ e ~ se:Fropriar as~
tis:a. Ou seja, comes:a a nao fazer aos outros o que nao mesmo e errado, chamam a~ de~· Na
gc;;taria que fizessem a ela. Age buscando a ap~ovas:ao . ~---......_-rase jovem/ad~e o comportamento,
e evitando a censura d~outros. Seria o caso~ela --
pessoa que age preocupada consigo m~, mas, so-
bretudo, com o q~e os outros pensam dela. - -
rais vi~entes e~a d~ sociedade. Esses valores sao in~r;dos Centrado na razao humana e nao mais na religiao, este sistema fo~o
pela. c~ians:a e~pr~o educativo po~o de recompensas e p~~r l~ue~ (1 rn-1S04). Para esse importante filo~fo
~mrns:oes,_normalmente impostas pelos ~ ou tutores ~omo respost;;:;, a~o, o clever nasce do reconhecimento po;p-arte d~ humano
a~ at1tudes. Se voce faz algo errado, seu superego t;pune (senti-
m~nto de ~~pa). Se voce faz ~o que esteja ~ acordo c~ expec-
--
(~~onal), por meio do uso da sua razao,
--
da necessidade obrigatoria de obedecer ~
tativas s~s (familia, escola etc.) a recompensa e uma -;-nsas:ao de certas regras, ou "imperativos categori-
bem-estar, satisfas:ao e orgulho (Japiassu; Marcondes, 19~1,-;1Q7). c~~"-:-A primeira delas e a necessidade
-- -
---------
imperativa, da qual nenhum homem pode
escapar, de ::_speitar todos
-- os..--
seres racionais
,...-
Etica religiosa n~idade de fins em si mesmos. Deve-
se tratar toda a humanidade e ao proximo
E uma e!.!9 delimitada por pad.metros (prindpios, regras) religiosos: ···-- -
os mandamentos d~us t~ o caniter de i~tiv~upremos. Na
conceps:ao crista, o ~de~ ou de roubar, por ~~. nao
•
-------
sempre como um fim e nunca como um
meio. ''Age de tal maneira que uses
~ -- ~
--
vem ser obedeci-
dos. A etica crista
~~~
- -
Kant estava em busca de formas d<;_E!o-
--- ..----
e um born exem-
--
cedimentos priticos e que, reconhecidos
plod~es~
-
uma etica re-
--~
---
e aceitos pela razao, pudessem ter vali-
-
~-
------
~-
dade universal, ou seja, um ato born
que
ligiosa, visto
apregoa a
-
c aquele que e praticado por todos,
-
indistintamente. Assim, a segunda
obed~a ~ de- regra (imperativo categorico) s~
-- .
a obriga<;:ao de agir "apenas segundo
v~eligiosos.
uma maxima ta~e p~s ao mesmo
tempo querer que ela se tome lei universal" (Kant, 1984, p. 135) .
.----- ..----
38
41
~ de matar, po:_exemplo, d~ ser evitado, pois, alem de ir
c~ a ~ignidade da~ h~a, que deve ser ;;pe'hada s;:_ Utilitarismo
pre como um fi~ (primeiro imperativo categorico), tambem nao
0 utilitarismo classico teve como principais mentores Jeremy
p~ ser universalizado (segundo~tivo), pois, se todos podem
Bentham (1748-1832) e~ S~ ~ (1806-1873), que
m~ indiscriminadamente, nao ha como garantir direito a vida
----
0
rclacionaram o util ao born. Para eles, o
de quern qu~ seja. Logo, "nao ma~ de~ass~ ~o ----- - -
regra universal. - - -
-
-- -- ---.-.--
...-
De acordo com John Stuart Mill: "O
objetivo da etica e 0 de proporcionar 0 maximo
credoque aceita aUtilidade ~ P~
.-.--
de felicidade ao maior numero de pessoas. c\plo daMaiOrFelicidade, como fun-
- ,.;---
Esse seria o principio da "maior fe~e" c:.ramento aa
mofal, sustentaque as
~a finalista (finalismo) a~ao boasnapro~ co~
.. ------
o~ "maio~tilidade". A felicidade residiria na
----- - tendem aproduzir a felicidade;e mas,
busca do maximo prazer e do minimo de dor. namedidaernque tendem a prOduzir
- ...- ~rio OaTeliciOade. EnteildMe
Os fi~ nao pa~m de regras, .--
~--
"OS FINS
-.....-
a~s as:oes a
-
mas de objetivos, e avaliam
medida
-
p~s sao~quelas que a prod:":Z~~- ..... .
--
0 Bern consiste na maior felicidade e as as:oes por felicidade o prazer e a ausencia de
-~-
- -
dor; por infelicicfade, a doreaausen:
- ----:-:
cia de prazer" (Mill, 1960, p. 29-30).
_---;
JUSTIFlcAM que favorecem esses ob- 0 utilitarismo ve
-
0
--
born como
--
aguilo ~ ~ NOruA~.0.0
I - ----~ ·--0-1
p~ a a~ U_!!g especie ~
OS MEIOS"
-
jetivos. Em outras pala-
-- ~
vras, para se determinar
c util maioria, tornando-se
ctico, sempre admitindo a possibilidade do sacrificio individual a
de altruismo
·- ---- ~ _r:_:-- -
o rumo correto de uma favor da coletividade.
__. ..-- ......-
as:ao, primeiramente deve-se
-e~r u~m a£ropriado
..--
-- -------
Deve-se ter em conta que, se as consequencias
--
e depois decidir sobre o meio
apropriado para alcans:a-lo. Em sintese,
------
de um ato podem ser tanto positivas
como negativas, a esco-
"SEE UTIL
E Pc>RaUE
-E BOM!"
zendo, a
os fins justificam os meios. Melhor di-
~de dos fins ju~m as as:oe~
l~or~semp;-
.-----
~ aquela
- ---
o~
que cause maior
serem impleientadas (Brown, 1993, p. ~6~ ·- ~ .,------.
------ ~ ---
bem e prejudique me-
-
0
---------
Tr~ de uma doutrina etica que faz lembrar
pensamento politico desenvolvido por Nico-
nos os envolvidos, numa
especie de "matematica''
lau Maquiavel no~lo XV. No seu famoso ou "calculo moral".
livro 0 principe, esse pensador italiano expos ~ modelo
Tome-se como
de governo norteado p~ principio segundo o qual, em
--
politica, "os fins justifica~meios".
-
~ - - -
exemplo ainda o ato de
matar. Um utilitarista
.,---
39
- -- ---- -----
diria que o "nao matar" faria parte de um conjunto de normas de-
- - Dessa foll!!?-, quern ag~inspirado po~ t~ de~ sintoniza
~cc;oes e prindpios a uma conduta que considere pr~-
r~s da necessaria e Util coore;;s:ao en~ os individuos em prol
da segurans:a (bem-estar) da comunidade, capaz de garantir o hem-
- -- ~ --
suas
__.;- - - - --
riamente os efeitos e consequencias do que faz, de~o qu~s
-- ..-- -- -
-estar de cada um de seus membros. a~ provoqu011 c~astrofes ou resultados negativos a~longo2!;
~- Tr;;_a -se de uma "~a de responsabilidade", na qual se ~
-- -- - ----
Cada Sistema etico tern seus pros e contras. As eticas que en-
---- "r~nder pelas previsfveis consequencias de nossos ~" (Weber,
----
fatizam normas e deveres estabelecidos a priori, as chamadas iticas
deontologicas (do grego
-
d~ =de~), alem de~ estarem be~ equi-
--
--
ci'tadoPor Srour, 2000, p. 50-51).
- -
Q_o g[ggg tefos =
... "Teleol6gico e o ~
se caracteriza-pol.211.a
f.!!!1 -
- ---
--- --
-
--
padas para lidar com as exces:oes, tambem, pela sua rigidez,
- -
podem conduzir ao fanatismo. A etica religiosa e a etica do
- ---
Na visao de Weber, uma etica apoiada em convics:oes
--- ___ __. "···-
fn~s
52
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL - CONCEITOS, DEFINIÇÃO E
TÉCNICAS
54
POSTURA PROFISSIONAL
55
Esteja Atento aos seus Comportamentos Profissionais
56
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO TRABALHO
Duas mentes
57
porém, em algumas situações há uma clara e expressa divergência entre as
duas. Por exemplo, quando somos tomados por paixões e agimos por impulso.
Essa separação entre nossas duas mentes pode ser entendida como a
distinção que fazemos entre cabeça e coração, sendo o primeiro guiado pelas
emoções e o segundo por um processo estritamente racional.
Sentimos antes de agir
A expressão: “fulano agiu sem pensar”, que nos referimos toda a vez
que citamos alguém que foi incapaz de refrear seus instintos e raciocinar sobre
a melhor fora de agir em determinada situação, exemplifica bem a forma como
o nosso cérebro funciona.
De acordo com o Daniel Goleman, a formação no nosso pensamento
passa por duas regiões do cérebro: amigdala e o hipocampo. A primeira é onde
nós “guardamos” as emoções, percepções, já o segundo é onde acontece o
“processo racional”, estritamente falando. O fato de agirmos sem pensar é
explicado porque existe um “atalho” que leva a informação primeiro a amigdala
e só depois ao hipocampo. Por isso, muitas vezes, agimos antes que os dados
possam ser processados de maneira racional.
58
Dicas para desenvolver a inteligência emocional
Tenha empatia
Também é preciso ter empatia, pois esta é fruto de uma alta inteligência
emocional. Estabelece-se um nível mais alto de comunicação quando
passamos a enxergar com os olhos dos outros, quando você literalmente se
coloca no lugar do outro e passa a sentir as mesmas emoções. É dessa forma
que você vai proporcionar um melhor entendimento e uma liderança natural.
Emoções dominadas
59
Ter inteligência emocional é ter um elevado conhecimento de si mesmo,
sendo capaz de se sentir bem e viver a vida com muito mais facilidade e
entusiasmo. Qualquer pessoa pode desenvolver a inteligência emocional. Uma
boa sugestão é através do curso de Coaching.
Construir uma forte inteligência emocional traz impacto não só sobre a
sua vida, mas também sobre a vida das pessoas ao seu redor.
60