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MOISÉS BARBOSA DA SILVA

DANO MORAL
Sua Banalização e o Enriquecimento Sem Causa

São Paulo
2017
MOISÉS BARBOSA DA SILVA

DANO MORAL
Sua Banalização e o Enriquecimento Sem Causa

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Universitário Anhanguera, como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado
em direito.

Orientador: Carina Kamei

MOISÉS BARBOSA DA SILVA


São Paulo

2017
INDÚSTRIA DO DANO MORAL
Sua Banalização e o Enriquecimento Sem Causa

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Universitário Anhanguera, como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado
em direito.

Aprovado em: __/__/____

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)


Dedico este trabalho primeiramente а
Deus, por ser essencial ao longo deste
caminho, autor do mеυ destino, mеυ guia,
socorro presente nas horas mais difíceis,
e аоs meus queridos e amados pais, bem
como a minha noiva e irmãos.
AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus por ter me dado todas as forças e benefício


para conclusão deste trabalho, e por ter me dado esta riquíssima oportunidade, serei
eternamente grato.

Agradeço ao meu pai Alexandre, por ter me dado inúmeros conselhos de vida e
ter me incentivado em todos esses anos, sem contar pela educação e carinho
recebidos, e por me ensinar que não se deve desistir nunca.

Guardo em especial apreço, a minha mãe Hilda, pois dela me veio à certeza
que alcaçaria meus objetivos mesmo estando fraco, não há palavras para expressar
minha imensa gratidão, pois, se esta é uma vitória, com toda certeza parte dela é
sua.

Não poderia deixar de agradecer a minha querida noiva Crislaine, pois nada
seria belo o bastante se não houvesse você para compartilhar os momentos de
alegria e compreensão nesta longa jornada que passei.

E aos meus irmãos, Tiago e Miqueias, que me apoiaram em todo momento e


contribuíram para que este trabalho fosse realizado.

Por fim, e não menos importante, agradeço o professor e orientador Cleber


Pereira Medina, que sempre se mostrou disposto a me ajudar. Como já dizia Paulo
Freire, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a
sua própria produção ou a sua construção”, esta será a mensagem que eternamente
guardarei.
RESUMO

O presente trabalho foi realizado por meio de pesquisas que buscam estabelecer
orientações para um maior entendimento referente ao tema dano moral, sua
banalização e o enriquecimento sem causa. Esta monografia foi composta por três
capítulos, que se destacam pelos seguintes conteúdos e objetivos específicos: no
primeiro capítulo consta o estudo do instituto do Dano Moral, de uma forma ampla e
conceitual, tratando de forma sucinta acerca da Responsabilidade Civil, que trata
resumidamente todos seus aspectos, no qual decorrem de atos danosos, para que
este dano esteja configurado são apresentados os pressupostos desta
responsabilidade, podendo analisar os fatores que configure o dever de indenizar
advindo da responsabilidade civil, que gera o dever de reparação com o intuito de
restabelecer o estado que as coisas encontravam-se anteriormente ao dano, se esse
estado não puder ser recomposto, encontra-se no ordenamento jurídico brasileiro a
forma mais apropriada de amenizar o dano causado; pelo tamanho da conduta do
agente e pela forma que foi afetado, na forma que alterou seu sentimento, entrar-se-
á na esfera do dano moral; e o segundo capítulo apresenta a Banalização do dano
moral, que é intermediado pelo Poder Judiciário através de Ações de Indenização
por Danos Morais e interposto pela pessoa que teve seus sentimentos ofendidos,
essa indenização de caráter pecuniário será paga pelo agente causador do dano, e
o pedido de condenação compete ao magistrado, a difícil tarefa de fixar a quantia
indenizatória pelo dano moral, utilizando-se do seu bom senso e experiência de vida,
sem parâmetros objetivos, bem como levando em conta as circunstâncias de cada
caso em concreto e demais requisitos sugeridos pela doutrina e jurisprudência. Por
fim, é apresentado o terceiro e ultimo capitulo, no qual trata acerca do Principio do
Enriquecimento sem Causa, é um princípio geral do ordenamento, norteando
diversas decisões pelos tribunais do país, e independente do caráter da Ação
proposta, tratando-se de Indenização por dano moral ou material, reclamações
trabalhistas, o Enriquecimento sem Causa serve como parâmetro hermenêutico,
servindo assim como ponto de referência para o uso da interpretação.

Palavras-chave: Dano Moral; Banalização do Dano Moral; Enriquecimento sem


Causa; Responsabilidade Civil; Enriquecimento sem Causa.
ABSTRACT

The present work was carried out through researches that seek to establish
guidelines for a greater understanding regarding the subject moral damage, its
trivialization and unjust enrichment. This monograph was composed of three
chapters, which stand out for the following contents and specific objectives: in the
first chapter the study of the Institute of Moral Damage, in a broad and conceptual
way, dealing briefly with Civil Liability, which briefly deals with all its aspects, in which
they result from harmful acts, in order for this damage to be configured, the
assumptions of this responsibility are presented, and it is possible to analyze the
factors that define the duty to indemnify civil liability, which generates the duty of
reparation with the purpose of restoring the state that things were before the
damage, if this state can not be recomposed, is in the Brazilian legal system the most
appropriate way of mitigating the damage caused; by the size of the conduct of the
agent and by the form that has been affected, in the form that has altered his feeling,
will enter into the sphere of moral damage; and the second chapter presents the
Banalization of moral damage, which is intermediated by the Judiciary through
Actions for Indemnity for Moral Damages and brought by the person who has had
their feelings offended, this indemnity of a pecuniary nature will be paid by the agent
causing the damage, and the request of conviction is the responsibility of the
magistrate, the difficult task of fixing the amount of compensation for moral damages,
using his common sense and life experience, without objective parameters, as well
as taking into account the circumstances of each particular case and other
requirements suggested by doctrine and jurisprudence. Finally, the third and last
chapter is presented, which deals with the Principle of Enrichment without Cause, is
a general principle of the order, guiding various decisions by the courts of the
country, and regardless of the nature of the proposed Action, in the case of
Compensation for moral or material damages, labor claims, without Cause
Enrichment serves as a hermeneutical parameter, thus serving as reference point for
the use of interpretation.

Key-words: Damage; Moral; chapter; Enrichment without Cause; Judiciary.


LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Tabela de Ações Poder Judiciário.......................................................... 24
Sumário
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11
2 DO DANO MORAL ....................................................................................................... 13
2.1 BREVE CONCEITO DA RESPONSABILIDADE CIVIL ................................................................ 13
2.2 CONCEITO DO DANO MORAL ........................................................................................................ 14
2.3 BREVE EVOLUÇÃO HISÓRICA DO DANO MORAL NO BRASIL E NO MUNDO................... 16
2.4 DANO MORAL E DANO MATERIAL. ............................................................................................. 18
2.5 DANO MORAL DIRETO E INDIRETO ............................................................................................ 19

3. DA BANALIZAÇÃO DO DANO MORAL ................................................................. 21


3.1 DIREITO DA PERSONALIDADE ...................................................................................................... 21
3.2 DA BANALIZAÇÃO PROPRIAMENTE DITA ................................................................................ 23
3.3 ENTENDIMENTOS JURISPRUDENCIAIS ...................................................................................... 25
3.4 DA BANALIZAÇÃO DO DANO MORAL NOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS ....................... 28
3.5 DANOS MORAIS E BATATAS FRITAS ........................................................................................... 30

4. PRINCIPIO DO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA .............................................. 32


4.1 DEFINIÇÃO .......................................................................................................................................... 32
4.2 REQUISITOS EFEITOS E ERROS .................................................................................................... 33
4.3 PRINCIPIO DA RAZOABILIDADE E DA PROPOCIONALIDADE ............................................. 36
4.4 DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. .................................................................................................. 38
4.4.1 Critério Subjetivo ........................................................................................................................... 38
4.4.2 Critérios Objetivos.......................................................................................................................... 39
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 40
6. REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 42
11

1 INTRODUÇÃO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como objetivo central de


estudo do dano moral e sua banalização. Neste sentido um dos principais
fundamentos para essa garantia está previsto na Constituição Federal de 1988,
artigo 5º, incisos V e X.

Destinou-se ao Direito Civil (Código Civil, lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de


2002) atribuições para reger as relações obrigacionais entre as pessoas, dentre elas,
a responsabilidade civil, que estabelece a obrigação de indenizar daquele que
causar dano a outrem.

Muitas pessoas têm em mente que a reparação de danos está atrelada


apenas à reparação material, sendo que, a obrigação de reparar não se restringe
apenas ao dano material, mas também, aos danos extrapatrimoniais, aqueles cujo
conteúdo não é pecuniário, nem redutível à onerosidade.

É neste campo que se encontra “o dano moral”, um dano direto aos


interesses não patrimoniais, como, por exemplo, uma grande humilhação,
transtornos desnecessários ou o sofrimento pela perda de um ente querido, etc.

Com avento da atual Carta Magna, nos últimos anos tem-se observado um
grande aumento no número de ações buscando reparações por danos morais.
Porém, o que se vê também, que muitas delas são forçosamente propostas e
fundamentadas em fatos que não são de fato justificadas, uma vez que meros
aborrecimentos, dissabores, irritações ou sensibilidades exacerbadas não
configuram dano moral.

Dessa forma, há de se questionar: até que ponto o instituto do dano moral


está sendo banalizado? E com isso, havendo a caracterização do dano causado
pelo “autor” sem o devido estudo, acarretará o enriquecimento fácil de quem está
sendo indenizado? E na sociedade que vivemos hoje, existem meios de conter a
“banalização do dano moral”, sendo o único meio de enriquecimento fácil encontrado
pela sociedade frente à necessidade de dirimir o “dano causado”?

Com isso, o objetivo geral do presente trabalho é analisar de modo amplo o


Dano Moral e seus aspectos que geram a sua “banalização no Brasil”, identificando
assim, entendimentos jurisprudenciais, compreender o instituto do dano moral, suas
12

previsões legais, apresentar soluções com entendimento dos tribunais e de


doutrinadores.

Por fim, nos objetivos específicos no presente trabalho será analisar o


Instituto do Dano Moral, como garantia constitucional, apresentar o contexto histórico
e seu significado, bem como, demonstrar de forma ampla a exigência do dano moral
nas normas Brasileira, e a legitimidade do que pode ser exigido como dano moral
configurando seu enriquecimento sem causa.
13

2 DO DANO MORAL

2.1 BREVE CONCEITO DA RESPONSABILIDADE CIVIL

Neste subcapitulo será estudado brevemente acerca da Responsabilidade


Civil, não há que se falar em dano sem estudarmos acerca da Responsabilidade de
se reparar tal dano causado.

Mas que relação a Responsabilidade Civil tem com o Dano Moral? De quem é
a responsabilidade?

Inicialmente, para responder essas perguntas temos que entender que a


noção jurídica da responsabilidade pressupõe a atividade danosa de alguém que
age ilicitamente violando uma norma jurídica preexistente (legal ou contratual),
imputando-lhe então, às consequências do seu ato, na obrigação de reparar.

Com isso, as indenizações por danos morais, são derivadas da


responsabilidade civil, na qual, havendo todos os elementos da Responsabilidade
Civil: Conduta (positiva ou negativa), Dano e Nexo de Causalidade, o causador
deste dano será responsabilizado a reparar a lesão causada, através de pagamento
de uma compensação pecuniária a vítima, assim ocorre essa pena pecuniária em
casos em que o infrator não possa repor a coisa in natura ao estado anterior.

Além dos seus elementos, a responsabilidade civil é dividida em subjetiva,


que é aquela em que a vítima tem o ônus de provar a culpa (negligencia,
imprudência ou imperícia) de quem causou o dano. Diferente da subjetiva, a
responsabilidade objetiva é aquela que não há necessidade sequer ser
caracterizada a culpa, ou seja, o dolo ou culpa na conduta do agente causador do
dano é irrelevante juridicamente, haja vista que somente será necessária a
existência do elo de causalidade entre o dano e a conduta do agente responsável.

A responsabilidade civil ainda se divide, além de outras, em


responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana deriva da violação direta de
uma norma legal, e a responsabilidade civil contratual em que ocorre o fenômeno
da presunção relativa, na qual o individuo não precisa provar a culpa, ficando esta a
cargo do inadimplente.
14

Por fim, conclui-se que tanto a Responsabilidade Civil Contratual como a


Extracontratual exigem para a sua caracterização, somente a existência do dano,
do ato ilícito e do nexo de causalidade. Assim, tanto uma como outra poderão
estar fundadas exclusivamente na culpa ou na teoria do risco, conforme estudado
anteriormente na Responsabilidade Civil Subjetiva ou Objetiva.

2.2 CONCEITO DO DANO MORAL

Neste capitulo o objetivo é mostrar o conceito do instituto do dano moral. A


apresentação deste conceito é importante para o prosseguimento do nosso estudo,
sendo um instituto tão importante para a sociedade Brasileira.

O instituto do Dano Moral pode ter inúmeras definições nas doutrinas. Nas
pesquisas realizadas e procurando uma conceituação ampla e significativa para o
presente trabalho, o instituto do dano moral ao longo do tempo, tem seu conceito
doutrinário, na qual merece destaque, é o conceito de Pablo Stolze e Rodolfo
Pamplona, na qual conceituam “lesão de direito cujo conteúdo não é pecuniário,
nem comercialmente redutível a dinheiro” (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 7ª ed.
2009, p. 55).

Trazendo de forma análoga para este estudo o entendimento de Maria Helena


Diniz, na qual estabelece que o dano moral é “a lesão de interesses não patrimoniais
de pessoa física ou jurídica, provocada pelo ato lesivo”. (DINIZ, 2003, p. 84).

Desta forma, nas palavras de Carlos Roberto Gonçalves, assevera que:

“Dano moral é o que atinge o ofendido como pessoa, não lesando seu
patrimônio. É lesão de bem que integra os direitos da personalidade, como
a honra, a dignidade, intimidade, a imagem, o bom nome, etc., como se
infere dos art. 1º, III, e 5º, V e X, da Constituição Federal, e que acarreta ao
lesado dor, sofrimento, tristeza, vexame e humilhação” (GONCALVES,
2009, p.359).

Neste contexto, também leciona Nehemias Domingos de Melo “dano moral é


toda agressão injusta aqueles bens imateriais, tanto de pessoa física quanto de
pessoa jurídica, insuscetível de quantificação pecuniária”. (MELO, 2004, p. 9).

Outra corrente conceitua de forma mais clara que o dano moral é o efeito da
lesão, e não a lesão em si, como é o caso do doutrinador Yussef Said Cahali que
15

assim o conceitua (Pablo de Paula Saul Santos. Âmbito Jurídico, acesso 30/08/17,
on-line):

“Dano moral, portanto, é a dor resultante da violação de um bem


juridicamente tutelado, sem repercussão patrimonial. Seja dor física – dor-
sensação, como a denominada Carpenter – nascida de uma lesão material;
seja a dor moral – dor-sentimento, de causa imaterial.” (CAHALI, 2011, pag.
28).

Nota-se que parte da doutrina apresenta definições que têm, em comum, a


referência ao estado anímico, psicológico ou espiritual da pessoa. Com isso
Identifica-se, assim, o dano moral com a dor, em seu sentido mais amplo,
englobando não apenas a dor física, mas também os sentimentos negativos, como a
tristeza, a angústia, a amargura, a vergonha, a humilhação. É a dor moral ou o
sofrimento do indivíduo.

Neste sentido descreve LISBOA que o:

“Dano é o prejuízo sofrido por uma pessoa. O dano pode ser: patrimonial, se
a vítima deixou de ganhar ou perder bens por causa do dano; ou
extrapatrimonial, se a vitima teve ofendidos valores não econômicos (...).
Entretanto, somente se viabiliza a obrigação de reparar o dano se o prejuízo
for ressarcível” (2013, pag. 295).

Assim, o que se extrai dos conceitos apresentados acima acerca do dano


moral é o ato que nitidamente apresenta uma dor intensa, um vexame, um
sofrimento ou uma humilhação, que sai da normalidade e causa interferência no
comportamento psicológico do ser humano, envolvendo a moral e intelectual do
indivíduo.

De outro lado é extremamente importante observar que, não é qualquer


problema que venha acontecer que pode estar configurado o dano moral,
devendo-se, ter a cautela em observar o critério objetivo do homem médio.

Assim descreve Venosa (2004, p. 39):

Não é qualquer dissabor comezinho da vida que pode acarretar a


indenização. Aqui, também é importante o critério objetivo do homem médio,
o bonus pater familias: não se levará em conta o psiquismo do homem
excessivamente sensível, que se aborrece com fatos diuturnos da vida, nem
o homem de pouca ou nenhuma sensibilidade, capaz de resistir sempre às
rudezas do destino. Nesse campo, não há fórmulas seguras para auxiliar o
16

juiz. Cabe ao magistrado sentir em cada caso o pulsar da sociedade que o


cerca.

Apesar de já ter apresentado o conceito do instituto do dano moral, Plablo


Stoze Gagliano e Rodolfo Plamplona Filho, trazerem um breve comentário sobre a
denominação utilizada, o “dano moral”:

(...) Adotamos a expressão “dano moral” somente por estar amplamente


consagrada na doutrina e na jurisprudência pátria. Todavia. Reconhecemos
que a mesma não é tecnicamente adequada para qualificar todas as formas
de prejuízo não fixável pecuniariamente.

“danos extrapatrimoniais”, também de uso comum na linguagem jurídica,


pode se tornar equivoca, principalmente se for comparada com a concepção
de “patrimônio moral”, cada vez mais utilizada na doutrina e jurisprudência,
que supostamente abrangeria, entre outros direitos tutelados pelo
ordenamento jurídico, a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem da
pessoa.

Melhor utilizar-se o termo “dano-material” para se referir a lesões do


patrimônio imaterial, justamente em contraponto ao termo “dano material”,
como duas faces da mesma moeda, que seria o “patrimônio jurídico” da
pessoa, física ou jurídica. (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 7ª ed. 2009, p.
56).

Como isso a denominação “Dano Moral” encontra ampla receptividade na


doutrina brasileira, como antônimos de “dano material”, sempre no sentido de
contraposição ao dano material (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 7ª ed. 2009, p.
56).

Desta forma, em uma primeira análise o dano moral está vinculado à dor,
angustia, sofrimento e tristeza, desta forma, o dano moral se classifica como um
direito subjetivo, pois, sua caracterização esta atrelada pela agressão à honra
subjetiva da pessoa. Todavia, atualmente não é mais cabível restringir o dano moral
a estes elementos, uma vez que ele se estende a todos os bens personalíssimos.

2.3 BREVE EVOLUÇÃO HISÓRICA DO DANO MORAL NO BRASIL E NO


MUNDO

Neste subcapitulo será mencionada de forma sucinta a evolução histórica do


dano moral no ordenamento jurídico brasileiro e no mundo, podemos afirmar que
17

hoje é praticamente indiscutível a possibilidade de recorrer ao Poder Judiciário para


pleitear a reparação de danos.

Nem sempre foi assim, mesmo que de forma primitiva na Mesopotâmia por
volta do século XVIII a.C, o Código de Hamurabi, criado pelo rei Hamurabi, é
marcado pelo surgimento do dano moral. Para compreendermos melhor, temos
como exemplo o §127 do código de Hamurabi, na qual descrevem Pablo Stolze
Gagliano e Rodolfo Pamplona:

§127: Se um homem livre estendeu o dedo contra uma sacerdotisa, ou


contra a esposa de um outro e não comprovou, arrastarão ele diante do juiz
e raspar-lhe-ão a metade do seu cabelo (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO,
2004, p. 58).

Fazendo parte do contexto histórico, é importante mencionar que as Leis de


Manu, de origem hindu e vigente na Índia antiga, nelas apresentavam grandes
referências ao dano moral (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2004, p. 58). Segundo
estudiosos, pelo qual eram doutrinadores, foi apresentada uma evolução destas leis
em comparação ao Código de Hamurabi. Enquanto neste ultimo havia geralmente
uma sanção através da violência física (quem com ferro fere, com ferro será ferido),
e no primeiro, esta pena foi substituída por um valor pecuniário.

De acordo com Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona (2009, p. 62),


“surge no direito Romano a preocupação com a honra, surgindo então a reparação
de atos danosos. Nesta sociedade em questão, a vigência das Leis das XII Tábuas
previa penas patrimoniais para crimes como a injúria e o dano”.

Tratando agora do direito Brasileiro o dano moral passou por muitas


resistências para ser aceita no nosso ordenamento jurídico. Apesar de ampla
aceitação doutrinária e jurisprudencial atualmente, houve tempos diferentes.

No que se trata dessa aceitação e perfazendo um caminho histórico sobre


posições doutrinárias, nota-se que houve significativa evolução e amadurecimento
jurídico. Com isso, somente na Constituição Federal de 1988 a aceitação da
reparação do dano moral foi plena, até mesmo porque a Carta Magna trouxe no seu
corpo, expressamente a possibilidade da reparação do dano moral. Essa
manifestação está prevista no art. 5º, incisos V e X, da Constituição Federal, que
estabelecem:
18

“Art. 5º, V: é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além


da indenização por dano material, moral ou à imagem” e “Art. 5º, X: são
invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação”. (BRASIL, CF de 1998)

Já no Código Civil de 2002 (Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002) foi


consagrada, em seu artigo 186, sua autonomia, conferindo ao ofendido a
possibilidade de pleitear ação de reparação exclusivamente por danos morais, de
maneira direta e objetiva, bem como a sua reparação no artigo 927.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito. (grifo nosso)

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente


de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza,
risco para os direitos de outrem.

O instituto está presente também no Código de Defesa do Consumidor (Lei


n.º 8.078, de 11 de setembro de 1990), que, no seu artigo 6º, nos incisos VI e VII,
aos consumidores, como direito básico, “a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais” e “o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vista
à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais”, respectivamente.

Diante disso, o que se nota que a fase de discussão sobre reparabilidade já


foi superada há muito tempo, hoje o instituto atinge a sua maturidade e afirma a sua
relevância na sociedade, esmaecida de vez a relutância daqueles juízes e
doutrinadores então vinculados ao equivocado preconceito de não ser possível
compensar a dor moral com dinheiro. (CAHALI, 2011, p.19)

2.4 DANO MORAL E DANO MATERIAL.

Não tem como estudar sobre o instituto do Dano Moral sem verificar a clara
distinção entre os danos morais e materiais. Todavia, ao contrario do que se possa
imaginar, a principal característica distintiva entre os dois não é a natureza da lesão,
19

o que ocasionou tal ofensa, mas sim os efeitos daquela lesão, a repercussão que
esta teve sobre o ofendido e seus bens tutelados.

Assim, enquanto no dano material há uma diminuição patrimonial e,


comprovados os danos, há que se ressarcir a perda, recompondo o “status quo”
patrimonial do ofendido. No dano moral, essencialmente extrapatrimonial, imaterial,
a grande questão é a determinação do “quantum” indenizatório, haja vista ser
indeterminável pecuniariamente.

2.5 DANO MORAL DIRETO E INDIRETO

Conforme estudado anteriormente, para a caracterização do dano moral, tem


que existir uma agressão a honra subjetiva da pessoa humana. Desta forma, a
doutrina costuma classificar o dano moral em direto ou indireto, levando em
consideração a causalidade entre o dano e o fato.

O dano moral direto tem sua caracterização quando ocorre a lesão específica
de um direito imaterial, como os direitos da personalidade (GAGLIANO; PAM
PLONA FILHO, 2009, p. 67).

A titulo de exemplo do texto acima: quando alguém é injuriado em público ou


tem seu nome lançado em cadastros em órgãos de proteção ao crédito, caracteriza-
se o dano moral direto, pois são exemplos de violação à hora e à imagem da
pessoa.

Com relação ao dano moral indireto ocorre quando há lesão a um bem ou


interesse de natureza patrimonial, mas que, de modo reflexo, produz um prejuízo a
um bem de natureza extrapatrimonial. (GAGLIANO; PAM PLONA FILHO, 2004, p.
87).

Como fundamento legal, o dano moral indireto está previsto no Código Civil
brasileiro no seu artigo 952, parágrafo único:

“Art. 952. Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista
a própria coisa, estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de afeição,
contanto que este não se avantaje àquele”.

Com isso é necessário diferenciar o dano moral indireto com o dano moral
reflexo ou em ricochete. Para Gagliano e Pamplona Filho (2011, p. 87) o dano
20

reflexo pode ser conceituado como sendo o “prejuízo que atinge reflexamente
pessoa próxima, ligada à vítima direta da atuação ilícita”.

O dano reflexo tem uma grande peculiaridade no qual gira em torno de saber
até que ponto é possível reclamar pelo reflexo de um dano causado a outra pessoa.
Sendo assim, a grande dificuldade está em impor um limite para o dano indireto.

Dessa forma, no dano indireto existe uma violação a um direito


extrapatrimonial de alguém, em função de um dano material. Cabe ressaltar que no
dano reflexo, tem-se um dano moral sofrido por um sujeito, em função de um dano
de que foi vítima outra pessoa ligada a ele, pouco importando se esse dano era de
natureza material ou moral.
21

3. DA BANALIZAÇÃO DO DANO MORAL

De acordo com o que foi estudado no capítulo anterior, sabe-se que o dano
moral é qualquer sofrimento humano que não é causado por uma perda pecuniária,
abrangendo todo atentado à reputação, à sua autoridade legitima, ao seu pudor, à
sua segurança e tranquilidade. Já no âmbito da responsabilidade civil, existirá a
necessidade de preencher certos pressupostos essenciais para a sua
caracterização, sendo eles: a conduta, o dano e o nexo de causalidade.

Diante disso, antes mesmo de se estudar a banalização do dano moral, é


necessário compreender o Direito da Personalidade, no qual se analisa certas
prerrogativas individuais que só são inerentes a pessoa humana, conforme descrito
no subcapítulo abaixo.

3.1 DIREITO DA PERSONALIDADE

De acordo com pesquisas realizadas, o reconhecimento do direito da


personalidade foi aceito pela doutrina e pelo ordenamento jurídico, bem como
havendo proteção jurisprudencial. Não existe melhor forma de se definir o direito da
personalidade, pois sua abrangência esta relacionada a um direito que é inalienável
e se encontra “fora do mercado”, na qual merece proteção legal, conforme previsto
na Constituição Federal:

Art. 5, X – Constituição Federal de 1998: “São invioláveis a intimidade, a


vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.

Desta forma nota-se que os direitos da personalidade são os direitos


subjetivos do ser humano, na qual é defendido a sua integridade física, a sua
integridade intelectual, e por ultimo e sendo a base deste estudo, a sua integridade
moral (honra, imagem, recato, segredo profissional e doméstico, identidade
pessoal, familiar e social).

Portanto é neste momento que se extraí o entendimento que o direito da


personalidade não tem conteúdo econômico imediato e não se destaca da pessoa
de seu titular, distinguem-se dos direitos de ordem patrimonial.

Por conseguinte, foi apresentado no Subcapitulo da Evolução Histórica do


Dano Moral (pag. 16) que ao longo do tempo houve uma evolução sobre a
22

configuração do dano moral, ou seja, nas condutas e nos efeitos que delas resultam
que sejam capazes de gerar a concessão de indenização por danos morais.

Assim, nos ensina Carlos Alberto Bittar (1993, p. 41):

Qualificam-se como morais os danos em razão da esfera da subjetividade,


ou do plano valorativo da pessoa na sociedade em que repercute o fato
violador, havendo-se, portanto, como tais aqueles que atingem os aspectos
mais íntimos da personalidade humana (o da intimidade e da consideração
pessoal), ou o da própria valoração da pessoa no meio em que vive e atua
(o da reputação ou da consideração social).

Com isso, percebe-se que há uma aproximação mais que favorável entre o
instituto do dano moral e os direitos da personalidade, dando amparo legal para
muitos doutrinadores afirmarem que não há dano moral fora do âmbito desses
direitos.

Dessa forma, provada a violação de um direito da personalidade, que


caracterize gravidade maior que meros dissabores do dia-a-dia, restarão
configurados o dano moral.

Cabe ressaltar que à “dor” moral ou psicológica, dita frequentemente não se


“junta” com o conceito utilizado hoje em dia sobre o dano moral, pois deixa o
julgador sem parâmetros seguros de verificação da ocorrência deste, pois, a dor é
uma consequência, não é o direito violado.

Outrossim, como visto nos parágrafos anteriores à esfera psíquica ou íntima


da pessoa, seus sentimentos, sua consciência, suas afeições, sua apreensão,
correspondem a dos aspectos essenciais da honra, da reputação, da integridade
psíquica ou de outros direitos da personalidade.

Assim, chega-se ao ponto pretendido deste subcapitulo, na qual é


indispensável o seu estudo, na qual se extrai o entendimento que o dano moral
nunca se apresenta como reparação, visto que a lesão ao direito da personalidade
não pode ser mensurada economicamente.

Portanto, a indenização tem função compensatória, que não pode ser


simbólica, para que a compensação seja efetiva e produza impacto negativo no
lesante, nem demasiada, para não conduzir ao enriquecimento sem causa do
lesado.
23

3.2 DA BANALIZAÇÃO PROPRIAMENTE DITA

Conforme estudado anteriormente, para a reparação do dano moral tem que


existir uma violação aos direitos da personalidade, que caracterize gravidade maior
que meros dissabores do dia-a-dia, assim, restarão configurados o dano moral.

Diante disso, sabe-se que a Constituição Federal de 1988 descreveu no


quesito tutela dos direitos humanos como garantia a possibilidade de reparação de
danos materiais e morais, por outro lado, infelizmente e desmesurado, os danos
morais acabaram por provocar um grande abarrotamento no Poder Judiciário de
forma completamente banal, de maneira que as iniciativas pelas pretensões na
buscar indenizações por danos morais aumentaram significativamente. A título de
exemplo, analisemos o trecho de reportagem do jornal “A Tribuna” (Vitória ES)
publicada em 17/10/2006:

“Dobra o número de ações de indenização. Indenizações por danos morais


e materiais lideram a lista de reclamações das pessoas que procuram os
Juizados Especiais Cíveis da Grande Vitória. A demanda tem sido tão
grande que o número de processos deste ano dobrou. No ano passado, o
número de processos chegou a 32 mil. Até o último mês de julho, já tinham
sido registrados mais de 34 mil ações”. (TRIBUNA 2006 pag. 07).

Ademais, cabe destacar a referência feita pela Tônia de Oliveira Barouche em


seu artigo, publicada na revista eletrônica Âmbito Jurídico em 08/05/2017:

“Os tribunais do povo. Cidadãos inundam a Justiça com processos por


danos morais. O resultado já se vê nos tribunais. Hoje, há no Brasil cerca de
420 mil processos por danos morais tramitando na Justiça. É a modalidade
judicial que mais cresce no país. Nos últimos 8 anos, enquanto o número
global de processos avançou nove vezes, a quantidade de ações por danos
morais foi multiplicada por 51”. (OLIVEIRA, 2017, on line)

“O dano moral caiu no gosto do povo, como aconteceu com os exames de


DNA. Ademar Gomes, presidente da Associação dos Advogados
Criminalistas do Estado de São Paulo, à frente de mais de 4 mil processos
do gênero, conta que a maioria de seus clientes são vítimas de erros
médicos e acidentes em ônibus urbanos. 'A classe média baixa já sabe que
tem direitos a reclamar', diz Gomes. Também são comuns processos
relacionados a problemas com instituições financeiras, estabelecimentos
comerciais e de serviços”. (OLIVEIRA, 2017, on line)
24

Como pode se observar, ao longo dos tempos no Poder Judiciário,


diariamente, há um grande aumento de ações, são ações ajuizadas com pedidos de
indenizações por danos morais, quando, em diversos casos, na realidade, trata-se
de transtornos do dia-a-dia inerente do cotidiano de uma sociedade, ou
simplesmente ter expectativas de ter sofrido lesão por dano moral. Vejamos o
excerto extraído da Revista Eletrônica Âmbito Jurídico em 08/05/2017:

“A sociedade brasileira começa a abandonar o jeitinho informal de acertar


as diferenças, que inclui desde a conversa amigável até a cena de
pancadaria, para recorrer à esfera institucional - no caso, a Justiça.
Vergonha, dor, humilhação, constrangimento e sofrimento, resultantes de
negligência, irresponsabilidade ou má-fé, não são mais resolvidos com
esquecimento, conversas duras ou ameaças. Vão parar nos tribunais”
(OLIVEIRA, 2017, on line).

A título de curiosidade, vejamos alguns casos na tabela abaixo já julgados


pelo STJ:

Fonte: Revista Consultor Jurídico


25

Ao analisar a tabela apresentada anteriormente (Revista Consultor Jurídico)


nota-se que ainda existe muita dissemelhança em relação ao entendimento do
“quantum” indenizatório entre os Tribunais, de forma que se torna complicado conter
a banalização dos danos morais e, com resultado, a morosidade da Justiça.

Nesse tipo de necessidade observa-se que, em grandes casos, são ajuizadas


ações forçosamente fundamentadas em fatos que não as justificam, deixando visível
a intenção de enriquecimento fácil. Liga-se a isso, os valores exigidos, os quais não
guardam proporcionalidade com o dano alegado, tendentes a ser sempre altos.

De fato, a preocupação central deste estudo é buscar apresentar de forma


transparente acerca da banalização do instituto do dano moral, na concepção
fornecida por julgados dos Tribunais pátrios e pela doutrina, a melhor definição do
dano moral, especialmente para se evitar sua banalização.

É visível nos tempos de hoje, especialmente no nosso país, onde a crise afeta
a maior parte da sociedade somando-se com a péssima distribuição de renda, onde
há dificuldades para pessoas mudarem de classe social. Não é de se ignorar que
esse tipo de demanda seja visto como uma alternativa de enriquecimento fácil,
contudo de melhoria de condições de vida.

O que ocorre é que meros aborrecimentos, dissabores, mágoas e irritações,


estão fora da concepção do dano moral, pois este só deve ser conhecido quando
caracterizada uma dor intensa, um vexame, um sofrimento ou uma humilhação que
foge à normalidade, interferindo no comportamento psicológico do indivíduo. Por
conseguinte, não é qualquer caso que se enquadra como sendo dano moral,
havendo parâmetro jurisprudencial. Conforme subcapitulo seguir.

3.3 ENTENDIMENTOS JURISPRUDENCIAIS

De acordo com o que foi estudado, nota-se que o conceito de dano moral não
parece ser tão simples, embora pareça ser. Mas a questão que dificulta o seu
conceito encontra-se talvez em saber de que forma é configurado, ou não.

Com a falta de critérios objetivos (à falta de critérios objetivos


predeterminados em lei), há alguns anos está sendo discutida nos judiciários acerca
da existência de diversos pedidos inócuos e até extremos. É uma realidade que esta
sendo encarada com resultados de um subjetivismo em relação ao direito de
26

indenizações que visam reparar ofensa a moral, sendo que tais pedidos
inegavelmente sobrecarregam a máquina judiciária.

Assim, recai a árdua responsabilidade ao magistrado conceder reparação por


dano moral, devendo estar convencido da efetiva ofensa à dignidade e a existência
da violação do direito da personalidade, não devendo tratar de mera frustração ou
dissabor devido ao risco de banalização do instituto.

Diante disso, é pertinente demonstrar que a ocorrência de julgados


relacionados a não existência do dano moral é constantemente visível, sendo ela
questionável ou não, conforme jurisprudências a seguir:

Ementa: INDENIZATÓRIA. ENERGIA ELÉTRICA. FISCALIZAÇÃO NA


UNIDADE CONSUMIDORA. QUEBRA DE GALHO DA ÁRVORE DO
AUTOR, SEM O SEU CONSENTIMENTO. DANOS MORAIS NÃO
CONFIGURADOS, UMA VEZ QUE, MERO ABORRECIMENTO,
DISSABOR, MÁGOA, IRRITAÇÃO OU SENSIBILIDADE EXACERBADA
ESTÃO FORA DA ÓRBITA DO DANO MORAL. SENTENÇA MANTIDA,
POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. RECURSO IMPROVIDO. (TJ-RS
Recurso Cível Nº 71004166369, Segunda Turma Recursal Cível, Turmas
Recursais, Relator: Fernanda Carravetta Vilande, Julgado em 12/12/2012,
Data de publicação: 14/12/2012).

Ocorre que os aborrecimentos do dia-a-dia do homem médio estão sendo


comparados de forma incoerente a um sofrimento “caracterizado” como insuportável
resultado de forte dor moral. Assim, cabe citar decisões que negam a existência de
dano moral por mero aborrecimento:

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. DIREITO


CIVIL/OBRIGAÇÕES. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
ALEGAÇÃO DE DEMORA NA SUBSTITUIÇÃO DA GARANTIA
FIDUCIÁRIA SOBRE O VEÍCULO ADQUIRIDO PELO FINANCIADO, À
VISTA DO SINISTRO OCORRIDO COM O AUTOMÓVEL COBERTO PELO
SEGURO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. NEXO CAUSAL NÃO
CONFIGURADO NA ESPÉCIE. CASO CONCRETO. O MERO DISSABOR,
ABORRECIMENTO, IRRITAÇÃO OU SENSIBILIDADE EXACERBADA
ESTÃO FORA DA ÓRBITA DO DANO MORAL. SENTENÇA MANTIDA.
RECURSO DESPROVIDO. APELAÇÃO DESPROVIDA. (TJ-RS Apelação
Cível Nº 70054323050, Décima Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça
do RS, Relator: Angela Terezinha de Oliveira Brito, Julgado em 19/09/2013,
Data de publicação: 24/09/2013).
27

...

Ementa: causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar


Mero dissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade
exacerbada estão fora da órbita do dano moral, porquanto, além de
fazerem parte da normalidade do nosso dia-a-dia, no trabalho, no trânsito,
entre o amigos e até no ambiente familiar, tais situação não são intensas e
duradouras, a ponto de romper o equilíbrio psicológico do indivíduo. Se
assim não se entender, acabaremos por banalizar o dano moral, ensejando
ações judiciais em busca de indenizações pelos mais triviais
aborrecimentos." (in "Programa de Responsabilidade Civil, Ed. Malheiros,
4ª edição, p. 99) Desta forma, não há como prosperar a pretensão autoral,
seja porque não restou configurada a existência de vício de qualidade na
fabricação do bem, seja porque, ainda assim, não haveria razões para se
reconhecer, nos fatos narrados, a ocorrência de danos morais
indenizáveis. Isto posto, VOTO pelo conhecimento e pelo provimento do
recurso do réu para fins de julgar improcedente o pedido autoral, nos termos
do art. 269, I do CPC. Sem ônus sucumbenciais por se tratar de recurso
com êxito. P.R. I. Rio de Janeiro, 06 de março de 2015. (TJ-RJ - ADRIANA
MARQUES DOS SANTOS LAIA FRANCO JUÍZA RELATORA PODER
JUDICIÁRIO QUINTA TURMA RECURSAL Recurso n° 0004253-
05.2014.8.19.0206 Recorrente: METALÚRGICA TRAPP LTDA Recorrido:
AILTON VIEIRA DA SILVA - Data de publicação: 10/04/2015).

Conforme já estudado anteriormente, é inquestionável que nos tempos atuais


ocorre um exagero de ações que são interpostas perante a máquina do judiciário de
maneira irrelevante, consequentemente tornando-a cada vez mais vagarosa.

Cumpre citar as jurisprudências do Tribunal de Justiça do Estado de São


Paulo, na qual trata do tema banalização do instituto do Dano Moral, demonstrando
que cada vez mais aumenta julgados que evitam sua banalização:

Ementa: DANOS MORAIS. Não caracterização. Suposta falha na prestação


de serviços bancários. Situação insuscetível de gerar rasura a
personalidade civil. Desgaste que não se confunde com dor moral.
Banalização do dano moral que deve ser evitada. Improcedência mantida.
Recurso desprovido (TJ-SP - Apelação APL 00008962620118260077 SP
0000896-26.2011.8.26.0077 - Data de publicação: 24/05/2013).

...

Ementa: DANO MORAL. Não caracterização. Discussão no interior de


agência bancária. Hipótese de deficit de paciência e educação. Desgaste
28

que não se confunde com dor moral. Banalização do dano moral que deve
ser evitada. Improcedência mantida. Recurso desprovido. (TJ-SP - Apelação
APL 00055411920098260157 SP 0005541-19.2009.8.26.0157 - Data de
publicação: 17/05/2013).

...

Ementa: DANOS MORAIS. Tese de constrangimento por ocasião do


ingresso da autora em estabelecimento comercial. Disparo de alarme. Não
comprovação de qualquer conduta do preposto da ré hábil a ofender
os direitos da personalidade da consumidora (art. 333, I, do CPC ).
Meros tédios, aborrecimentos ou mesmo desconfortos que são insuscetíveis
de gerar rasura a personalidade civil. Banalização do dano moral que
deve ser evitada. Improcedência mantida. Recurso desprovido. (TJ-SP -
Apelação APL 10031310520138260068 SP 1003131-05.2013.8.26.0068 -
Data de publicação: 19/12/2015).

Cabe salientar que não se pretende proibir ou extinguir a existência das


agressões de caráter moral, o que se pretende é mostrar a falta de critérios
específicos, parâmetros adequados e regras mais claras na configuração do dano e
na posterior reparação.

Por outro lado, apenas irão servir constantemente como modelos para a
pretensão de muitos com o objetivo de levar vantagem em situações que, nem se
configura um efetivo dano moral, sendo talvez, um simples aborrecimento.

Desta forma, sabe-se que a Lei Maior proporciona a segurança jurídica ao


instituir a indenização por danos morais, porem, tal facilitação deu ensejo a uma
onda de ações indenizatórias, inúmeras delas são desprovidas de qualquer suporte,
com alegações de danos que obviamente não passam de aborrecimentos do
quotidiano, ocasionando um choque diretamente com o princípio constitucional da
celeridade processual.

3.4 DA BANALIZAÇÃO DO DANO MORAL NOS JUIZADOS ESPECIAIS


CÍVEIS

De acordo com o que foi estudado, pode se dizer que o pedido de dano moral
é legitimo e devido e não se deve negar esse direito, e muito menos usa-lo como
forma de vantagem indevida, descaracterizando-o por meros aborrecimentos do
29

cotidiano, consequentemente abarrotando o poder judiciário com ações judiciais sem


fundamento para sua reparabilidade.

Com tal atitude despretensiosa acaba prejudicando uma justiça mais célere,
sendo acessível e eficiente, na qual foi o propósito na criação dos Juizados
Especiais, através da lei 9.099/95. A pretensão de um modelo de justiça em que as
pessoas busquem de forma mais simples a solução de seus conflitos com a inclusão
das pessoas comum, sendo um sistema processual mais preciso, tendo como
pressupostos norteadores a oralidade, simplicidade, informalidade, economia
processual, celeridade e maior busca pela conciliação.

Entretanto, nos Juizados Especiais Cíveis não exige formalidade, não


havendo necessidade de uma petição inicial de acordo o artigo 319, do Código de
Processo Civil, até mesmo porque em causa até 20 (vinte) salários mínimos não é
exigida o acompanhamento de um advogado.

Com isso, os Juizados Especiais têm enfrentado os mesmos problemas das


Varas comuns, o peso de demandas judiciais que vem inviabilizando a celeridade
proposta na sua criação. Das demandas propostas nos Juizados Especiais, parte
delas certamente versa sobre relação de consumo, com pedido de danos morais,
sempre cumuladas com o pedido principal.

Outro fator que contribuiu para maior facilidade de acesso ao Poder


Judiciário, o direito a assistência judiciária gratuita, que por algum tempo eram
concedidos com a simples alegação de que a parte seria necessitada, não havendo
sequer prova.

Desta forma, fica demonstrado que os pedidos de indenização por dano moral
tornou-se uma atividade tão corriqueira nos Juizados Especiais, mais
especificamente no âmbito na Defesa do Consumidor, através dos modelos
existentes de termo de queixa, que os julgadores, em determinados casos, acabam
por cometer erros crassos como o acima exposto.

Cumpre esclarecer que o Código de Processo Civil brasileiro (lei nº 13.105, de


16 de março de 2015), está expresso em seu art. 319, IV, que na petição inicial
“deve ser indicado o pedido com as suas especificações”. Nos casos em que se faz
o pedido de dano moral, sem obedecer a norma legal, não se deve sequer ser
analisado, pois não cabe ao julgador buscar através dos simples relatos trazidos
30

pelos autores na inicial qual foi o dano sofrido, devendo estar explicito e especificado
em seu pedido.

Dessa forma, é evidente que a indenização a título de dano moral não está
sendo tratada de maneira devida, principalmente nos Juizados Especiais Cíveis de
Defesa do Consumidor, uma vez que em muitas situações não é observado que os
requisitos para a condenação, bem como os Juízes acabam supondo a existência,
não sabendo sequer qual o bem jurídico tutelado o autor acha que foi efetivamente
ferido.

3.5 DANOS MORAIS E BATATAS FRITAS

A convivência em sociedade em uma cidade tão grande como São Paulo, tem
como resultado críticas à morosidade da Justiça brasileira, de outro lado, milhões de
novas ações são propostas diariamente.

Na justiça do trabalho não é diferente, são inúmeros os pedidos de


indenização por danos morais, nas quais versam nos motivos mais variados,
despropositados ou fúteis.

Nos dias atuais a banalização do instituto do dano moral mostra-se tão visível
nas cortes trabalhistas, que, houve a necessidade do magistrado José Tadeu Picolo
Zanoni manifestar-se acerca da sua indignação ao comparar os pedidos de
indenização por danos morais às batatas fritas, pois são inseridos nas ações como
“acompanhamento” de outros pedidos.

Conforme estudado no capitulo anterior, o dano moral indenizável é apenas


aquele que afronta os direitos da personalidade insculpidos no artigo 5º, X, da
Constituição Federal de 1988, não o sendo aquele que traduz mero aborrecimento
ou dissabor do dia-a-dia.

Dessa forma, é importante maximizar a conscientização da real necessidade


das ações judiciais por parte de advogados e jurisdicionados, além do rigor dos
juízes na aplicação de penalidades, como litigância de má-fé, extinguido a
propositura das ações cujo aquilo que se pertente alcançar não distorça o instituto
do dano moral e a busca do ganho fácil.

O Judiciário tem o papel de resolver os conflitos colocados a sua apreciação,


consequentemente também lhe cabe desestimular a propositura de ações abusivas.
31

Outrossim, cabe ao advogado defender o direito que entende ter sido violado,
exercendo sua função importantíssima na sociedade, no qual zelará pelo bom
cumprimento da lei, por uma sociedade justa, democrática e ajudando os mais
fracos. Assim, os elementos norteadores na propositura das ações devem ser o bom
senso e a razoabilidade.

Por tanto, se finaliza o segundo capítulo, o qual tratou da Banalização do


Dano Moral, passando-se então para o último capítulo que tratará sobre o
Enriquecimento sem Causa no instituído do Dano Moral.
32

4. PRINCIPIO DO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA

Após a análise dos aspectos gerais sobre o dano moral e a banalização do


instituto, serão estudados os aspectos que giram em torno do enriquecimento sem
causa, pois, diante de tantas demandas judiciais existentes nos tribunais de todo
país, as ações que versam sobre dano moral são fundamentadas com meros
aborrecimentos do cotidiano, muitas delas com a ilusão de estar exercendo tal
direito. Portanto, a não observância do caso concreto de forma rigorosa pelo
magistrado, acarretará em condenações onde a parte “lesada” enriquecerá seu
patrimônio.

4.1 DEFINIÇÃO

O principio do enriquecimento ilícito ou sem causa, também denominado


enriquecimento indevido, ou locupletamento, é todo aumento patrimonial que ocorre
sem causa jurídica, mas também tudo o que se deixa de perder sem causa legítima.

O surgimento do enriquecimento sem causa, no sistema romano havia certas


dúvidas acerca da aplicabilidade deste preceito, se como princípio jurídico ou como
regra ética. Cabe destacar a referência histórica feita pelo Vinicius Eduardo Silva
Sousa em seu artigo, publicada na revista eletrônica Âmbito Jurídico em 2011:

Outra contribuição do direito romano para a formação do Enriquecimento


sem Causa foi a “actio de in rem verso” surgida diante da necessidade de
garantir ressarcimento àqueles que celebravam negócios com incapazes na
sociedade da época, filhos ou escravos por exemplo, e se viam
impossibilitados de recorrer seu crédito, tendo em vista não ser possível na
época tal obrigação contraída atingir o pater familias. Diante de tal
panorama, ocorria que o pater familias se beneficiava de obrigação
contraída por aquele incapaz de cumpri-la. Daí então foi criado
procedimento especial, para que o pater famílias pudesse responder pelo
exato enriquecimento obtido em razão dos incapazes, a chamada actio de
in rem verso”.

Todavia, com a queda do Império Romano no Ocidente, verifica-se uma


obstrução quanto ao desenvolvimento do estudo do referido instituto. Tal
interrupção no desenvolvimento do Direito Romano se deu pelas invasões
bárbaras, vez que os invasores baseavam-se nas regras consuetudinárias,
impondo então seus costumes e regras sociais, reprimindo desta maneira a
cultura Romana. (Eduardo Silva, Âmbito Jurídico, 2017, on line).
33

Deste modo, pode-se afirmar que foi no Direito Romano que surgiu a
aplicabilidade do enriquecimento sem causa (Eduardo Silva, Âmbito Jurídico, 2017).
Alguns ordenamentos o têm explicitamente posto, como é o caso do brasileiro.

Nos dias atuais, a matéria se encontra totalmente regulada no Código Civil,


ainda que mal localizada.

4.2 REQUISITOS EFEITOS E ERROS

Em meio a uma onda de “dano moral”, muitos preferem buscar o


enriquecimento sem causa, sendo que partes dessas ações pegam carona em
julgados usados como “LEI” (fonte primaria), partindo da concepção que nada pode
dar errado.

Com a existência do dano moral, o enriquecimento sem causa também tem


sua parcela contributiva para a banalização do instituto, podendo ser classificada
como a mais grave. Em vista disso, saber onde termina um e começa ou outro,
certamente não é uma tarefa fácil, principalmente para os magistrados, cabendo a
eles, e exclusivamente a eles julgar e aplicar a norma conforme o caso concreto e as
provas apresentadas, restando à esperança que prevaleça a justiça, não
prejudicando ninguém.

Cabe mencionar acerca dos três requisitos do enriquecimento sem causa,


apresentado por César Fiuza, na Revista Faculdade de Direito UFMG:

I - Diminuição patrimonial do lesado.

II - Aumento patrimonial do beneficiado sem causa jurídica que o justifique.


A falta de causa se equipara à causa que deixa de existir. Se, num primeiro
momento, houve causa justa, mas esta deixou de existir, o caso será de
enriquecimento indevido. O enriquecimento pode ser por aumento
patrimonial, mas também por outras razões, tais como, poupar despesas,
deixar de se empobrecer etc., tanto nas obrigações de dar, quanto nas de
fazer e de não fazer.

III - Relação de causalidade entre o enriquecimento de um e o


empobrecimento de outro. Esteja claro, que as palavras “enriquecimento” e
“empobrecimento” são usadas, aqui, em sentido figurado, ou seja, por
enriquecimento entenda-se o aumento patrimonial, ainda que diminuto; por
empobrecimento entenda-se a diminuição patrimonial, mesmo que ínfima.
(Rev. Fac. Direito UFMG, Belo Horizonte, n. 54, p. 49-68, jan./jun. 2009)
34

Os requisitos apresentados acima tratam diretamente do ganho ilegítimo e


injustificável, restando nítida caracterização do enriquecimento sem causa. Havendo
condenação por danos morais, na qual não existam critérios objetivos, ausência de
provas, leva a outra parte a uma situação irreversível. Cabe mencionar, que a parte
lesada não passa ser mais a vitima, mas sim o agente que “causou” tal dano, ou
seja, a ordem dessa relação passa ser inversa.

O Superior Tribunal de Justiça, inicialmente, não interferia na fixação do valor


das indenizações por dano moral. Entretanto, os abusos começaram ser tanto que a
jurisprudência do tribunal evoluiu, passando a corte efetivamente intervir nesses
casos. Consolidou-se na jurisprudência o entendimento de que é possível majorar
ou reduzir o valor fixado como indenização, em sede de recurso especial, quando
entender irrisório ou exagerado.

Assim, tratando da majoração da condenação a 1º (primeira) Turma Recursal


do Tribunal de Justiça do Paraná, decide nos seguintes termos:

Ementa: RECURSO INOMINADO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE


INEXISTÊNCIA DE DÍVIDA CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS. INSCRIÇÃO INDEVIDA NOS CADASTROS DE
PROTEÇÃO AO CRÉDITO. CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE DANOS
MORAIS. MAJORAÇÃO DO VALOR FIXADO (R$ 3.000,00). CABIMENTO.
VALOR QUE DEVE RESPEITAR OS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALIDADE E ATENDER ÀS FINALIDADES PUNITIVA,
PEDAGÓGICA E COMPENSATÓRIA DA CONDENAÇÃO. INDENIZAÇÃO
FIXADA QUE NÃO ATENDE À NENHUMA DAS FINALIDADES. VALOR
IRRISÓRIO EM FACE DO PORTE DA EMPRESA RECLAMADA.
MAJORAÇÃO PARA R$ 8.000,00 (OITO MIL REAIS). Recurso conhecido e
provido. , decidem os Juízes Integrantes da 1ª Turma Recursal dos
Juizados Especiais do Estado do Paraná, por unanimidade de votos,
conhecer e dar provimento ao recurso, nos exatos termos do vot (TJPR - 1ª
Turma Recursal - 0006193-20.2011.8.16.0165/0 - Telêmaco Borba - Rel.:
Beatriz Fruet de Moraes - - J. 04.12.2015).

De outra parte, a 1º (primeira) Turma Recursal do Tribunal de Justiça do


Paraná, decide acerca do valor irrisório:

RECURSO INOMINADO DA PARTE AUTORA PRETENDENDO REFORMA


DA SENTENÇA NO TOCANTE À IMPROCEDÊNCIA DOS DANOS
MORAIS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
35

DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL. DANOS MORAIS NÃO. 1.


CONFIGURADOS O mero inadimplemento contratual, por si só, não
acarreta dano moral, porque não agride a dignidade humana SENTENÇA
MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. (TJPR - 1ª Turma
Recursal - 0025568-80.2013.8.16.0021/0 - Cascavel - Rel.: Pedro Roderjan
Rezende - J. 23.10.2015) (grifei). Quanto à condenação litigância de má-fé
do réu Jeferson, esta merece ser mantida, pois como bem fundamento pelo
juízo monocrático, a atitude do requerido ao alterar a verdade dos fatos,
demonstra que o mesmo pretendia enriquecer-se indevidamente, em
detrimento da requerente, (...). DISPOSITIVO Ante o exposto, esta 1ª Turma
Recursal - DM92 resolve, por unanimidade dos votos, em relação ao
recurso apresentados pelos réus e pela autora, julgar pelo(a) Com
Resolução do Mérito - Não-Provimento e em relação ao recurso
apresentado pela informante, julgar pelo(a) Com Resolução do Mérito -
Procedência, nos exatos termos do voto. (TJPR - 1ª Turma Recursal -
DM92 - 0009739-33.2014.8.16.0083 - Francisco Beltrão - Rel.: Fernanda
Bernert Michelin - J. 06.02.2017). (grifo nosso)

Só foi possível o estudo sobre os princípios da corte, na qual revela que a


modificação das decisões foi motivada pelos exageros cometidos pelos tribunais
locais que, com certa frequência, passaram a fixar indenizações que
exageradamente ultrapassavam a casa dos milhões de reais. Com isso, por diversas
vezes, passou ao Superior Tribunal de Justiça a responsabilidade de reduzir o valor
de indenizações que se transformavam em fontes de enriquecimento sem causa.

Como já mencionado nos capítulos anteriores, o dano moral deve ser


indenizado, não havendo nenhuma possibilidade de nega-lo, é igualmente correto
afirmar que o valor da indenização deve ser fixado sem excessos, evitando-se
enriquecimento sem causa da parte atingida pelo ato ilícito, respeitando o art. 944,
do Código Civil.

Assim, a intenção do presente trabalho é preferir que a lei não fosse alterada
e que a fixação do valor da indenização continue a ser exclusivamente tarefa dos
magistrados, que deverá observar o arbitramento de acordo com os aspectos
trazidos no caso concreto, orientando-se pelos parâmetros sugeridos pela doutrina e
pela jurisprudência, com a aplicação da razoabilidade, valendo-se de sua
experiência e do bom senso, considerando à realidade da vida e evitando que o
valor da reparação se torne em fonte de enriquecimento sem causa.
36

4.3 PRINCIPIO DA RAZOABILIDADE E DA PROPOCIONALIDADE

Inicialmente, serão discutidos dois grandes princípios, sendo indispensáveis


quando se trata das condenações por danos morais. São caracterizados como
Princípios Constitucionais fundamentadas nos princípios gerais da justiça e
liberdade.

O princípio da Razoabilidade busca aplicar o justo equilíbrio entre o


exercício do poder e a preservação dos direitos da sociedade, deixando assim, de
existir os atos arbitrários.

Assim, compreende-se que a condenação em favor da pessoa lesada não


pode servir como algo que possa promover o seu enriquecimento. Com isso, cabe o
ordenamento jurídico nunca aceitar esse tipo de atitude, daqueles que buscam nos
Judiciários meios para se enriquecer grosseiramente, tornando “uma roda gigante
financeiro”.

Por certo, todos os sistemas jurídicos desde os mais rígidos até os mais
flexíveis utilizam o principio da razoabilidade na interpretação dos fatos e das leis.
A razoabilidade implica o reconhecimento de fatos históricos, sociológicos, políticos,
culturais, psicológicos, etc., no ato de aplicar a norma ao caso concreto.

Portanto, como visto anteriormente o razoável traduz-se na conformidade com


razão, moderação, equilíbrio e harmonia. Este princípio visa auferir a justiça como
valor máximo conferido pelo ordenamento jurídico.

Já no Princípio da Proporcionalidade, diretamente ligado ao anterior,


relaciona-se ao justo meio utilizado para consecução de determinado fim.

Portanto, este princípio se subdivide em três:

I - Princípio da Adequação = correta interação entre o meio empregado com


o alcance do fim almejado;

II - Princípio da Necessidade = relaciona-se à escolha desse meio, que


(seja) o mais suave, ou (seja), o menos nocivo aos interesses das pessoas;

III - Princípio da Proporcionalidade tomada como stricto sensu = visa à


utilização dos meios mais adequados em detrimento daqueles que se apresentam
menos criterioso, de cuja aplicação resultará maiores desvantagens em relação às
vantagens alcançadas.
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Dessa forma, o magistrado analisar o caso concreto, deve fixar um valor


indenizatório de modo a reparar o atentado à reputação sofrida pelo ofendido, como
também servir de desestímulo a novas agressões por parte do ofensor.

O magistrado ao proferir sua decisão, configurará a função punitiva na


reparação por dano moral, cabe a ele apreciar de forma minuciosa o grau de
potencialidade econômica do autor do dano causado, evitando-se o
enriquecimento sem causa, levando em consideração que a real intenção é o justo
equilíbrio entre reparação e punição, transmitindo a forma educativa baseada na
vida em comunidade, o respeito mútuo e construção social.

Assim, o cunho socioeducativo assumido pela indenização por dano moral


deve predominar em detrimento do fator pecuniário que envolve essas reparações.
Isso pode ser observado em trechos da seguinte decisão jurisprudencial:

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - VALOR DA INDENIZAÇÃO POR


DANO MORAL - RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE - ART. 5º,
V, DA CF - OFENSA DIRETA E LITERAL NÃO CARACTERIZADA. O
debate em torno da razoabilidade e da proporcionalidade do valor da
indenização por dano moral, configurado pela despedida imotivada, em
desapreço à perda auditiva causada pelo exercício de atividades laborais de
risco sem equipamentos de proteção, passa pela aferição da relação entre o
montante fixado e o prejuízo sofrido pelo Reclamante, considerando ainda o
caráter pedagógico da sanção, elementos fáticos cuja análise se vincula ao
conjunto probatório de cada caso concreto, o que inviabiliza a ofensa direta
e literal ao art. 5º, V, da CF, que nem sequer versa sobre critério para
fixação do valor da indenização por dano moral. Agravo de instrumento
desprovido. (TST – AIRR: 1481406720015160002 148140-
67.2001.5.16.0002, Relator: Ives Granda Martins Filho, Data de Julgamento:
03/10/2007, 4ª Turma, Data de Publicação: DJ 19/10/2007). (grifo nosso)

Conclui-se, dessa forma, cabe ao magistrado procurar evitar a banalização do


instituto do dano moral, bem como o enriquecimento ilícito de uma das partes,
quando leva em consideração a capacidade econômica do autor e da vítima do dano
ao fixar o quantum indenizatório.

Deste modo, quaisquer que sejam os critérios adotados pelos magistrados, ao


nível de reparação pecuniária, o que importará é a reparação dos danos morais, na
qual esteja presentes os dois princípios aqui elencados.
38

4.4 DO QUANTUM INDENIZATÓRIO.

Os critérios que serão relacionados a seguir são tratados previamente, na


qual o objetivo é analisar apenas aquelas que são mais frequentemente
mencionados no nosso ordenamento jurídico e na doutrina. Serão classificados em
dois grupos: Subjetivos e Objetivos.

4.4.1 Critério Subjetivo

No Critério Subjetivo tem por origem nos preceitos gerais da responsabilidade


civil e seu fundamento básico, ou seja, é o dano em si mesmo.

Assim, o nosso ordenamento jurídico, prediz duas exatas possibilidades de


reparação: a reparação in natura que é a compensação de um dano que se causou
a alguém, quando esta compensação é feita com um ato da mesma natureza que o
ato gerador de dano, caso esta não for possível, a reparação mediante o pagamento
de um valor fixado, capaz de restaurar a situação anterior ao ato ilícito, conhecido
como statu quo ante. Assim será reparação recai sobre aquela pessoa que destruiu
ou danificou um bem de outra pessoa.

Por exemplo: Quando uma pessoa comete um dano moral a alguém por meio
de uma fala pública e logo se retrata da mesma forma (publicamente). Restou
configurado o dano por meio da fala, desta forma reparou o dano falando também.

De outra parte o Código Civil de 2002 dispõe que:

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.

Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da


culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.

Cabe ressaltar que a razoabilidade, equidade e prudente arbítrio do


magistrado são termos utilizados pelos juízes quando estes, na ausência de
parâmetros claros e objetivos discriminados em lei, aplicam o que entendem por
justiça e equilíbrio ao caso concreto apresentado pelas partes.

Outrossim, tratando das formas de danos extrapatrimoniais, que são


marcadas pela sua subjetividade, a utilização desses critérios torna ainda maior, de
forma contributiva para a insegurança jurídica no valor indenizatório a ser fixado.

Portanto, como visto anteriormente, os critérios utilizados pelo magistrado são


parâmetros que sempre se encontram presentes em qualquer decisão final do juiz,
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fazendo parte da rotina de qualquer magistrado interessado na efetiva aplicação da


justiça. Assim, consequentemente torna-se completamente desnecessário e inócuo
mencionar a utilização desses critérios numa sentença referente a danos
extrapatrimoniais.

4.4.2 Critérios Objetivos

A reincidência da conduta geradora do dano é um dos critérios mais


relevantes na fixação do montante indenizatório.

Desse modo, encontra-se o caráter objetivo, pois, de acordo com pesquisas


jurisprudenciais, ou por meio da apuração da quantidade de reclamações no
Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor, ou ainda nas notícias
veiculadas na imprensa, pode-se verificar o número de vezes em que aquele tipo de
evento danoso ocorreu em circunstâncias semelhantes com outras vítimas, tendo
como responsável o mesmo agente.

Cabe mencionar que a prova da reincidência serve para mostrar que o agente
que ocasionou o dano deixou de tomar os cuidados necessários para evitar a
repetição do dano.

Essa indolência do agente lesante faz com que a função punitiva e a função
dissuasora analisadas no primeiro artigo assumam especial relevância, a fim de
fazer cessar a ocorrência dos mesmos danos à esfera personalíssima de outras
possíveis vítimas.

A Capacidade Econômica ou Condição Financeira da Vítima também é um


critério objetivo para a fixação do quantum indenizatório, pois, será utilizado o
parâmetro que visa impossibilitar o enriquecimento da vítima, que inviabiliza o
cumprimento da tríplice função do dano extrapatrimonial, e também é um critério
inconstitucional, pois traz consigo a necessidade de avaliar a capacidade financeira
da vítima, o que constitui na violação ao princípio constitucional da igualdade.

Por fim, o parâmetro de fixação pelo magistrado deve atender sempre e


veemente os critérios dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, tendo em
vista que a fixação do quantum não deve ser extensiva de modo que se converta em
fonte enriquecimento, e não muito pequena a ponto de tornar-se inexpressiva.
40

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho ora apresentado teve por delimitação temática o estudo


do Dano Moral, salientando todos os aspectos relevantes sobre o instituto do dano
moral, considerado atualmente um assunto de grande relevância no meio jurídico,
tendo em vista o grande aumento de demandas de ações por danos morais nos
tribunais de todo nosso país, podendo até cogitar na industrialização desde instituto
passando a ser considerado imoral.

Diante disso, como base nos estudos apresentado, a responsabilidade civil


deriva da agressão a um interesse eminentemente pessoal, submetendo o infrator,
ao pagamento de uma compensação pecuniária à vítima, caso não possa repor o
estado anterior da coisa sofrida, pois o significado da responsabilidade civil é as
pessoas terem o direito de não serem injustamente invadidas em suas esferas de
interesses, conforme visto no art. 186 e art. 927 do Código Civil.

Assim, quando caracterizada os pressupostos, o agente que cometeu o dano,


causando grande abalo moral à vítima, será atribuído uma indenização que diminua
a dor sofrida pela pessoa, logo possuirá um caráter didático, a repreender a conduta
gerada pelo agente. Sendo esses pressupostos necessários para configurar o dever
de reparar o dano moral, que são: a conduta do agente, a culpa, o dano e a relação
de causalidade.

Contudo, sabe-se que a violação à integridade psíquica não encontra a


mesma facilidade de demonstração de sua ocorrência. Outrossim, é necessário
separar o que é mero aborrecimento, ou sensibilidade exacerbada, do que é
verdadeiramente violação à integridade psicológica.

Portanto, foi estudado que a indenização pelo dano moral tem o cunho de
restaurar a dignidade da vítima, diminuído totalmente ou parcialmente a sua dor,
compensando em regra a lesão por meio de um valor pecuniário, isso porque, na
maioria das vezes, é impossível obter a reparação in natura.

No Brasil o juiz possui competência para a fixação do valor correspondente ao


pedido de indenização por dano moral, ficando o seu prudente arbítrio, diante do fato
ocorrido e das provas apresentadas, a estipulação do valor mais adequado a
amenizar a dor sofrida pela vítima, muitas vezes não havendo parâmetros legais.
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Deverá ainda ser utilizada pelos magistrados, a analogia, os costumes, os


princípios gerais do direito, bem como serem levadas em conta as circunstâncias de
cada caso em concreto, o grau de culpa, a condição social da vítima e do ofensor, os
padecimentos causados à vítima, etc.

Por outro lado, a sensibilidade do juiz ligado ao seu livre convencimento, por
si só não são capazes de medir dor alheia, é necessário entender que o trabalho do
advogado nesse aspecto é extremamente decisivo e determinante de uma série
problemas futuros, pois o que se observa é que as criticas não estão direcionadas
apenas ao juiz, quando na verdade faz parte do papel do advogado analisar se o
seu cliente de fato teve seus direitos personalíssimos violados.

Com isso, nota-se que nos últimos anos, há um grande aumento de ações
buscando indenizações por danos morais, que talvez esteja ligada ao grande
amparo jurídico e atenção dispensada à matéria a partir da promulgação da
Constituição Federal. Ocorre que uma parte considerável dessas ações é baseada
em situações que não caracterizam o dano moral, visando o enriquecimento sem
causa.

Por fim, o presente trabalho teve com principal destacar que a utilização
descabida do instituto do Dano moral gera ruinas incalculáveis a segurança jurídica.
Assim sendo, é importante diferenciar as circunstancias comuns do dia a dia que
simplesmente não justificam indenizações a título de dano moral, sendo necessários
novos estudos e reflexões que possam aprofundá-la de forma a contribuir com um
sistema jurídico mais justo e eficiente.
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6. REFERÊNCIAS

BITTAR, Carlos Alberto. Reparação civil por danos morais. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 1993, p. 41.

BRASIL, Código Civil. Lei 10.406, de 10 de Janeiro de 2002. CAVALIERI FILHO.


Sérgio. Programa de responsabilidade civil. 2 ed., São Paulo: Malheiros, 2000.

CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade Civil. 6 ed. São Paulo:


Malheiros Editores, 2005.

COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil. 2 ed. São Paulo. Saraiva, 2009. v. 2.
DIAS, José de Aguiar. Da responsabilidade civil. 11 ed. Rio de Janeiro: Renovar,
2006.

DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil: Responsabilidade civil. 17. ed.
aumentada e atualizada de acordo com o novo Código Civil (Lei n. 10.406, de 10-1-
2002). São Paulo: Saraiva, 2003, vol. 7.

GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de


Responsabilidade Civil. 9°ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

LALOU, Henri in CARVALHO NETO, Inácio de Carvalho. Responsabilidade civil


no direito da família. Pensamento Jurídico. v. IX. Curitiba: Juruá, 2002.

NORONHA, Fernando. Direito das obrigações. Vol. 1. Saraiva. São Paulo. 2003.

PAMPLONA FILHO, Rodolfo in GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de Direito


Civil. Responsabilidade Civil. v. 3. São Paulo. Saraiva. 2003.

http://istoedireito.blogspot.com/2008/06/responsabilidade-contratual-versus.html.
MACIEL. Daniel Baggio. Responsabilidade Contratual e Responsabilidade
Extracontratual. Acessado em: 03 de Abril de 2017.

http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9563
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http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=5159. BRITTO, Marcelo Silva. Alguns
Aspectos polêmicos da responsabilidade civil, objetiva no novo código civil.
Acessado dia 14 de abril de 2017.
Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 90, jul 2011. Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9921>.
Acesso em set 2017.
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https://www.direito.ufmg.br/revista/index.php/revista/article/viewFile/91/85. César
Fiuza. Contornos Teórico-Dogmáticos Do Princípio Do Enriquecimento Sem
Causa. Acessado dia 06 de outubro de 2017

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