Sunteți pe pagina 1din 23

UMA NOVA E ÚNICA ABÓBODA CELESTE

PARA OS TEMPLOS MAÇÔNICOS

Ailton Elisiário de Sousa*

SUMÁRIO

Os rituais maçônicos ensinam que a loja representa o mundo, por isto a presença do firmamento
no teto do templo. Estudiosos da Maçonaria verificaram que os tetos dos templos das lojas maçônicas não
são padronizados. Cada rito descreve um teto e mais das vezes, rituais do mesmo rito descrevem tetos
diferentes. Esses mesmos estudiosos não se acham em sintonia e cada qual defende uma particular imagem
para cada teto. Castellani diz que não há obrigatoriedade de que os tetos dos templos sejam estrelados. Pike
elaborou um teto para o Rito Escocês Antigo e Aceito, sendo este utilizado com modificação pelos rituais.
Zoccoli propôs o estabelecimento de duas abóbadas, uma para os rituais das lojas do hemisfério norte e
outra para do hemisfério sul. Modena é terminantemente contrário a qualquer modificação no plano do teto.
O autor entende que a abóbada celeste deve ser uma só, contendo elementos estelares de ambos os
hemisférios para simbolizar a universalidade da Ordem.

Palavras Chave: Abóbada. Teto do templo. Loja Maçônica.

ABSTRACT

Masonic rituals teach that the store represents the world, hence the presence of the firmament on
the roof of the temple. Scholars of Freemasonry have found that the ceilings of the temples of Masonic
lodges are not standardized. Each rite describes a ceiling and more often than not, rituals of the same rite
describe different ceilings. These same scholars are not in tune and each one defends a particular image for
each ceiling. Castellani says that there is no obligation for the temple ceilings to be starry. Pike elaborated
a ceiling for the Old and Accepted Scottish Rite, being used with modification by the rituals. Zoccoli
proposed the establishment of two vaults, one for the rituals of the lodges of the northern hemisphere and
one for the southern hemisphere. Modena is strictly contrary to any modification in the plane of the ceiling.
The author understands that the celestial vault must be one, containing stellar elements of both hemispheres
to symbolize the universality of the Order.

Key words: Ceiling. Roof of the temple. Masonic Lodge.

Perguntar-me-eis: então por que se modificam as coisas?

... Eu a respondo dizendo que qualquer transformação tende,

não para outro ser, mas para outro modo de ser.

Giordano Bruno.

INTRODUÇÃO
Os templos das lojas maçônicas têm em seus tetos uma representação do
Universo. É a figura da abóbada celeste, na qual estão inseridos vários planetas e
constelações de estrelas, cada um deles com seus significados simbólicos. Os rituais
maçônicos ensinam que a loja representa o mundo, por isto a presença do firmamento no
teto do templo.

DESCRIÇÃO DA ABÓBADA
No Rito Escocês Antigo e Aceito, o rito mais difundido no Brasil, os rituais
apresentam a abóbada celeste mantendo os mesmos astros e estrelas, sendo a disposição
tradicional dos nossos templos. Um Ritual de Aprendiz de 1904 diz que “o teto figura
uma abóbada azulada, com estrelas formando um grande número de constelações”.

O Ritual do Grau de Aprendiz de 1928, da Grande Loja da Paraíba, fornecido pelo


Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria para a
República Federativa do Brasil, às páginas 13 e 14 assim dispõe sobre o teto da Loja
Simbólica:

O tecto do Templo representa o céo. Do lado do Oriente, um pouco à frente do


throno, o Sol; por sobre os Altares dos 1° e 2° Vigilantes, respectivamente, a Lua e uma
Estrella de cinco pontas. Estes emblemas poderão ser pintados ou em relevo, ou então,
pendentes do tecto.

No centro do tecto, tres estrellas da constellação de Orion. Entre estas e o


nordeste, ficam as Pleiades, Hyadas e Aldebaran; a meio caminho, entre Orion e o
noroeste, Regulus, do Leão; ao Norte, a Ursa Maior; a Noroeste, Arcturus (em vermelho);
a Leste, a Spica, da Virgem; a Oeste, Antares; ao Sul, Fomalhaut. No Oriente, Jupiter; no
Ocidente, Venus; Mercurio, junto ao Sol e Saturno, com seus satéllites, próximo a Orion.

As estrellas principaes são: 3 de Orion; 5 Hyadas e 7 das Pleiades, Regulus,


Antares e Formalhaut.

O Ritual de Aprendiz de 1985 da mesma Grande Loja da Paraíba tem a seguinte


redação, às páginas 16:

O teto do Templo representa a Abóbada Celeste, cuja tonalidade azul-clara, no


oriente, vai, gradativamente, escurecendo em direção ao ocidente, entremeada de nuvens.

No oriente, um pouco à frente do dossel, o Sol, com raios dourados; sobre o Altar
do Primeiro Vigilante, a Lua em quarto crescente, e, sobre o Altar do Segundo Vigilante,
uma estrela, prateada, de cinco pontas.

No oriente, à direita e um pouco à frente do Sol, Mercúrio, sob a forma de um


disco vermelho-escuro, e, à esquerda e um pouco mais à frente do Sol, Júpiter, que tem a
forma de um disco alaranjado com estrias amarelas.

No ocidente, ao centro, três estrelas da constelação de Órion, alinhadas de norte


a sul; entre estas e o nordeste, Aldebaran, as sete Plêiades e as cinco Híades, dispostas em
esquadro; a meio caminho entre Órion e o noroeste, Régulus, da constelação do Leão; ao
norte, seis estrelas da constelação da Ursa Maior; a nordeste, Arturus, da constelação do
Cocheiro; a leste, Spica, da constelação da Virgem; a oeste, Antares, da constelação do
Escorpião, e, ao sul, Formalhault, da constelação do Peixe Austral.

As estrelas são amarelas, exceto Arturus, que é vermelha. Aldebaran, Arturus,


Régulus, Antares e Formalhault são maiores que as demais por serem consideradas
estrelas reais.

No ocidente, entre a Lua e Antares, Vênus, em forma de pequena lua prateada, e,


entre Órion e Antares, Saturno, sob a forma de um disco amarelo-limão com seus anéis
concêntricos e seus satélites.

Tal redação é repetida no Ritual de Aprendiz de 1992, às páginas 25 e 26. Com


pequenas alterações o texto é reproduzido no Ritual de 2005, às páginas 27 e 28 e no
Ritual de 2012, às páginas 39 e 40.

O teto do Templo, com sua decoração estelar entremeada de nuvens com os


matizes de cor – do vermelho ao alaranjado, ao amarelo, ao azul e ao negro – mostrando
a transição do dia, ou da Luz (Oriente), para a noite, ou para as trevas (Ocidente),
representa a Abóbada Celeste de uma noite de 24 de junho no hemisfério norte.

No Oriente, um pouco à frente do dossel, o Sol, com raios dourados; sobre o Altar
do Primeiro Vigilante, a Lua, e, sobre o Altar do Segundo Vigilante, pendente do teto ou
pintada, uma estrela prateada de cinco pontas cercada por flamas ígneas – a ESTRELA
FLAMEJANTE – ostentando ao centro a letra “G”.

À direita e um pouco à frente do Sol, Mercúrio, sob a forma de um disco


vermelho-escuro, e, à esquerda e um pouco mais à frente do Sol, Júpiter, que tem a forma
de um disco alaranjado com estrias amarelas.

No Ocidente, ao centro, três estrelas da constelação de Órion, alinhadas de Norte


a Sul; entre estas e o nordeste, Aldebaran, as sete Plêiades e as cinco Híades, dispostas
em esquadria; a meio caminho entre Órion e o noroeste, Régulus, da constelação do Leão;
ao Norte, sete estrelas da constelação da Ursa Maior; a nordeste, Arturus, da constelação
do Cocheiro; a leste, Spica, da constelação de Virgem; a oeste, Antares, da constelação
de Escorpião; ao sul, Formalhault, da constelação do Peixe Austral; e, entre a Lua e
Antares, Vênus, em forma de pequena lua prateada, e, entre Órion e Antares, Saturno, sob
a forma de um disco amarelo-limão com seus anéis concêntricos e seus satélites.

As estrelas são amarelas, exceto Arturus, que é vermelha. As estrelas principais


são as de Órion, as Híades, as da Ursa Maior e as Plêiades. Aldebaran, Arturus, Régulus,
Antares e Fomalhault são maiores que as demais por serem consideradas estrelas reais.

O Ritual do Grau de Aprendiz do Rito Adonhiramita de 1995 editado pelo Grande


Oriente do Brasil, diz nas páginas 6 e 7:

O teto deve simbolizar uma abóboda azulada, em que figuram: do lado do


Oriente, um pouco à frente do Trono do Venerável – o Sol; por cima do Altar do 1°
Vigilante – uma Estrela de cinco pontas; acima do Altar do 2° Vigilante – a Lua; no centro
do teto, três estrelas da Constelação de Orion; entre estas últimas e o nordeste, as estrelas
da Constelação das Plêiades, Hiades e Aldebarã; a meio caminho entre Orion e o
Nordeste, Regulus; ao Norte, a Ursa Maior; a Nordeste, uma estrela vermelha,
representando Arturus; a Leste, a Spica, da Constelação da Virgem; a Oeste, Antares; ao
Sul, Formalhaut. No teto devem ainda figurar os seguintes planetas: Júpiter, no Oriente;
Vênus, no Ocidente; Mercúrio, nas proximidades do Sol; Saturno e seus satélites,
próximo a Orion.

(Abóbada Celeste – Arte de Carlos Sousa)

CHARLIER (1964: 87) expressa-se dizendo que “se o Templo representa o


Universo, seu teto figura o Firmamento. Por isso, o teto do Templo tem uma forma de
abóbada pintada de azul celeste e semeada de estrelas. A abóbada estrelada não é
exclusiva dos Templos Maçônicos. Decorados da mesma maneira eram os Templos da
Antiguidade assim como numerosas igrejas antigas”.

Afirma CASTELLANI (s/d, 32/33; 1988, 170/172) que o hábito de estrelar o teto
dos templos tem sua origem no Egito antigo, citando como exemplo o Templo de Karnak,
hoje Luxor. Ramsés II, faraó egípcio, fundador das primitivas bibliotecas egípcias, foi
quem construiu a sala do templo de Amon em Karnak, de acordo com os pontos fixos da
esfera celeste.

Diz ainda que muitos templos maçônicos têm seus tetos estrelados a esmo, sendo
certo, porém, que eles devem conter os planetas e estrelas mencionados. Ele esclarece
“que essa decoração não é obrigatória”, valendo apenas a presença do Sol e da Lua e as
nuances de cor para mostrar a transição do dia para a noite, ou seja, da Luz do Oriente
para o Ocidente. Já RAGON (1993: 30) diz que “tanto quanto possível, o teto deve ser
um céu semeado de estrelas”.

BREVE DESCRIÇÃO MITOLÓGICA

DOS ASTROS NA ABÓBADA DO TEMPLO

Os astros que se fazem presentes na abóbada dos templos maçônicos são palco da
mitologia, que a Maçonaria se apropria para seus ensinamentos. Assim, o Sol é o símbolo
da Luz. Representava o deus Hélios, que percorria o céu numa carruagem de fogo puxada
por quatro cavalos que simbolizavam as quatro estações do ano. A Lua não tem luz
própria, mas reflete a luz do Sol. Também chamada Selene era filha de Hyperion e de
Teia e irmã de Hélios. Nas antigas Escolas de Mistérios sempre estava representada. No
Egito era a deusa Isis, na Síria era a deusa Astaroth, na Grécia, Heate.

Mercúrio, chamado de Hermes pelos gregos, era o mensageiro dos deuses,


que possuía asas nos pés. Júpiter, o maior dos planetas do Sistema Solar, era Zeus
para os gregos, o Deus Supremo do Universo, pai dos outros deuses e dos homens. Na
mitologia romana Júpiter é o pai do deus Marte. Assim, Júpiter é o avô de Rômulo e
Remo, os lendários fundadores de Roma.

Sirius é a estrela mais brilhante da noite, visível de qualquer parte da Terra.


As Escolas de Mistério a consideravam como “o sol por trás do sol” e, portanto, a
verdadeira fonte de potência do nosso Sol. Spica ou Espiga é a estrela mais brilhante
da constelação de Virgem. Aldebaran é uma estrela gigante, vermelha. Regulus é a
estrela mais brilhante da Constelação de Leão. Arturus é uma estrela gigante,
vermelha. Seu nome significa: “guarda da Ursa Maior”. Antares é uma estrela
supergigante, vermelha. Seu nome significa “rival de Marte”. Formalhaut é a estrela
mais brilhante da Constelação de Peixe Austral. Seu nome significa “a boca do
peixe”.

Vênus é o mais brilhante objeto do céu depois do Sol e da Lua. Tem inúmeros
nomes populares: Estrela Matutina, Estrela Vespertina, Estrela Dalva, Estrela do
Pastor e muitos outros. É a deusa do Amor e da Beleza. Saturno é o segundo maior
planeta do Sistema Solar. Saturno é um deus romano do tempo equivalente
ao grego Cronos. É um dos titãs, filho do Céu e da Terra.

Orion é a constelação equatorial mais brilhante do céu de verão. Fácil de ser


localizada por suas famosas Três Marias. A constelação representa o herói Orion,
grande caçador e amado por Artemis, grande caçadora. Apolo, irmão de Artemis,
por não aprovar o romance entre os dois envia um escorpião para mata-lo. Apolo
desafia a pontaria de Artemis, que atinge Orion quando este fugia do escorpião. Em
meio às lágrimas, Artemis pede a Zeus para colocar Orion e o Escorpião entre as
estrelas. Uma variante do mito diz que o escorpião nunca chegou a matar o gigante
caçador. A constelação do Escorpião foi identificada pelos gregos como pelos egípcios e
persas.

As Plêiades é um grupo de sete estrelas visíveis na constelação de Touro, que


se denominam Electra, Maia, Taigete, Alcíone, Celeno, Asterope e Mérope. Elas foram
caçadas por Orion, que sem êxito as perseguiu por toda a eternidade. As Híades formam
a constelação de Touro. As híades eram ninfas, filhas de Atlas e de Etra ou Plêione.
Seus nomes eram Ambrosia, Eudora, Ésile (ou Fésile), Corônis, Dione, Pólixo e Féio. A
Ursa Maior é a constelação circumpolar norte. Sua designação provém do fato de
representar a Ursa em que transformou a princesa Calisto, por ação de Hera, esposa
ciumenta de Zeus (Júpiter).

QUESTIONAMENTOS

O estudo da abóbada celeste nos templos maçônicos tem levado a


questionamentos, que aqui alguns são colocados. Os tetos das lojas devem conter a
imagem do firmamento ou não? Se sim, qual o espaço do firmamento que deverão
apresentar? Do hemisfério Norte da Terra ou do hemisfério Sul? Nessa apresentação,
quais os astros e estrelas que deverão ser expostos? Tal figura deve ser a mesma para
todas as lojas maçônicas em todo o mundo? Qual o formato do teto? A disposição dos
corpos celestes na abóboda deve corresponder a uma única data para uma única carta
celeste? Ou a carta celeste poderá diferir em ambos os hemisférios? Que critério deve ser
utilizado para a disposição dos astros no teto? Um critério científico, mitológico,
simbólico ou meramente decorativo? Procurarei discutir estas questões, que as considero
suficientes aos propósitos deste trabalho.

OBRIGATORIEDADE OU NÃO

DA ABÓBADA E SUA FORMA

A Ordem tem sua disciplina firmada em dois corpos de leis: o corpo jurídico e o
corpo litúrgico. O corpo jurídico rege as normas legais enfeixadas nas leis civis e
maçônicas: a constituição (estatutos), o regulamento geral, as resoluções, os decretos, os
atos das autoridades maçônicas e as leis do país. O corpo litúrgico rege as sessões
econômicas, as iniciações, os diversos cerimoniais da instituição.

Ambos os ordenamentos obrigam os maçons e lojas e os subordinam. Assim, os


rituais que são manuais litúrgicos, ao preverem a abóbada celeste no teto dos templos,
obrigam as lojas em expressá-la seguindo suas disposições. Se plena em quantidade e
detalhes das figuras ou se simples pela redução aos principais elementos da imagem
celeste. Não vejo contradição, pois, nas colocações de Castellani e Ragon que não falam
da obrigatoriedade de um determinado conjunto de figuras celestes, mas sim da
obrigatoriedade de pelo menos da presença dos principais astros, ou seja, do Sol e da Lua.
O Rito Escocês Antigo e Aceito, mais difundido no Brasil, espelha com
simplicidade parte do hemisfério norte da Terra. A abóbada do templo deve, porém,
representar o firmamento, quer de forma simplificada ou não, não podendo faltar os
principais astros do nosso sistema solar.

Quanto ao formato o teto pode ser plano ou esférico, devendo em ambos os casos
ser estrelado. O ideal é que ele seja côncavo, para guardar relação com a curvatura da
Terra, mas não há impedimento de que ela seja plana. Afinal, na atualidade as construções
seguem linhas mais retilíneas.

A ABÓBADA CELESTE

SEGUNDO A DISPOSIÇÃO DOS CARGOS

Diversos trabalhos maçônicos indicam uma relação estabelecida entre os planetas


e estrelas fixados no teto do templo da loja e os cargos administrativos desta. Dentre
tantos, transcrevo a descrição feita por EDILSON ARAÚJO. Diz ele:

Em uma Loja Justa, Perfeita e Regular, três a governam, cinco a compõem e sete
a completam. As estrelas principais que refulgem simbolicamente no teto do Templo, são
três da Constelação de Orion; cinco da Constelação das Híades e sete das Constelações
das Plêiades e da Ursa Maior. Assim, em uma Loja Justa, Perfeita e Regular, os três que
a governam, o Venerável Mestre, o Irmão 1º Vigilante e o Irmão 2º Vigilante, são
representados pelas Constelação de Orion. Os cinco Mestres Maçons que a compõem, os
Irmãos Orador, Secretário, Tesoureiro, Chanceler e Mestre de Cerimônias, são
representados pelas cinco estrelas da Constelação das Híades; e os sete Mestres Maçons
que a completam, os Irmãos Hospitaleiro, 1º Diácono, 2º Diácono, Porta Espada, Porta
Estandarte, 1º Experto e 2º Experto, são representados pelas sete estrelas das Constelações
das Plêiades e da Ursa Maior. Portanto, teríamos representados na Abóbada, todos os
cargos de administração da Loja.

Enquanto Araújo menciona a correspondência das constelações de Orion, das


Híades, das Plêiades e da Ursa Maior com os cargos administrativos, CARLOS SOUSA
(2011: 55/56) já apresenta essa correspondência com os planetas, conforme se segue:
Venerável Mestre a Júpiter, 1º Vigilante a Marte, 2º Vigilante a Vênus, Orador e Mestre
de Cerimônias a Mercúrio, Secretário e Tesoureiro a Saturno. Castellani (1997) diverge
de Araújo em relação ao Orador e Secretário, que respectivamente os assimila ao Sol e a
Lua.

Contudo, LUÍS CANOTILHO já deriva nessas relações e faz as seguintes


associações: o Sol ao Venerável Mestre, a Lua ao 1º Vigilante, a estrela Stella Pitagoris
ao 2º Vigilante, Spica ao Secretário, Arturus ao Orador, Aldebaran ao Tesoureiro,
Formalhaut ao Chanceler, Regulus ao Mestre de Cerimônias, o planeta Mercúrio ao
Hospitaleiro e 1º Diácono, Vênus ao 2º Diácono e ao Experto, Antares ao Guarda Interno
(Guarda do Templo) e o planeta Marte ao Guarda Externo (Cobridor). Ainda mais, Júpiter
ao Past Venerável Mestre, a constelação da Ursa Maior aos Mestres Instalados, as
Plêiades aos Mestres Maçons, as Híades aos Companheiros Maçons, Orion aos
Aprendizes Maçons. E Saturno representa a Cadeia de União, reduzindo toda essa
representação da seguinte maneira: os 3 anéis representam os Aprendizes, Companheiros
e Mestres, os 9 satélites representam as luzes e os oficiais da loja: Venerável Mestre, 1º
Vigilante, 2º Vigilante, Orador, Secretário, Tesoureiro, Mestre de Cerimônias, Experto e
Guarda do Templo.

Muito embora Canotilho faça essas correspondências de astros e cargos, não se vê


nele uma preocupação em fazer com que as posições dos astros no teto do templo se
correlacionem com as posições dos cargos no piso do templo.

Há autores, porém, que discordam dessa relação formulada entre os astros e os


cargos maçônicos, a exemplo de HIRAN ZOCCOLI (2009) que diz: “Alguns Irmãos, em
peças de arquitetura, afirmam que o planeta Y representa o Orador, que o planeta X
simboliza o Secretário e que o Z representa o Diácono. Sempre coloquei-me contra estas
exposições, extraídas de não sei onde, por estar criando mais uma "mística" ou "usos e
costumes" em maçonaria e auxiliando a perpetuar mais um erro, por falta de estudo
profundo e sério”.

Veja-se, pois, que não há uma concordância geral entre os estudiosos e cada um
formula suas visões e explicações. No entanto, não vendo isto como um devaneio da
criação mental, em face de argumentos oriundos de observações astrológicas, entendo
que o que deve prevalecer é o simbolismo maçônico para a aprendizagem de seus
ensinamentos, o arcabouço doutrinário do rito, haja vista que “a Maçonaria é um sistema
de moral velado por alegorias e ilustrado por símbolos”, como assim transmitem os seus
rituais.

A ABÓBADA CELESTE

SEGUNDO UMA DATA ESPECÍFICA

Outra vertente é a de estabelecer a abóbada de acordo com a carta celeste de


determinado dia. Isto significa que os astros no teto do templo devem estar posicionados
de acordo com suas posições reais no espaço, conforme descrição da astronomia.

Diz Castellani (1997) que “embora a colocação desses corpos celestes esteja, em
alguns casos, errada, do ponto de vista astronômico, o mais provável – já que a origem se
perdeu – é que a abóbada estrelada represente o céu do dia 21 de março, quando o Sol, na
sua marcha aparente na eclíptica cruza a linha do equador celeste. É o equinócio da
primavera no hemisfério Norte. E é, também, onde começa o ano religioso hebraico, que
tem início na lua nova que se segue ao equinócio de março, no mês de Nissan; o ano civil
começa com o Rosh Hashaná (em hebraico: cabeça do ano), primeiro dia do mês Tishrei,
na lua nova que se segue ao equinócio de setembro. E isso tem a sua razão de ser, pois o
calendário maçônico mais usado é o equinocial, com base no calendário religioso
hebraico, começando o ano no dia 21 de março”.

Veja-se que Castellani não menciona de modo afirmativo, mas reconhece que
esses astros ocupam posições no templo astronomicamente incorretas. Além disto, a
posição astronômica deles provavelmente seria a do dia 21 de março, quando inicia o ano
pelo calendário maçônico.

O Ritual de Aprendiz de 2005 da Grande Loja da Paraíba já referido registra a


figura da abóbada celeste representativa de uma noite de 24 de junho no hemisfério norte,
sem se referir ao ano. Por ser essa figura a utilizada comumente nos rituais, deduzo que
sua aplicação corresponde à posição dos astros na noite de fundação em Londres da
primeira Grande Loja, visto que estando essa cidade situada no hemisfério norte, não
poderia ser a noite de 24 de junho de qualquer ano, se não a da criação da Grande Loja
de Londres, posteriormente Grande Loja Unida da Inglaterra, autodenominada Grande
Loja-Mãe do Mundo.

São coordenadas geográficas de Londres: Hemisfério Norte - 51° 30′ 28″ N, 0° 7′


41″ W. Assim, tem-se na carta celeste de 24 de junho de 1717 no hemisfério norte a base
para o firmamento reproduzido nos tetos das lojas simbólicas dos diversos ritos
maçônicos por todo o mundo.

Ao se tomar a imagem da abóbada celeste contida nos rituais, há que se indagar:


a disposição de cada figura estelar corresponde a rigor à posição real ocupada por aqueles
astros no firmamento naquela particular noite de 24 de junho de 1717? Evidente que não.

ALBERT PIKE (2001: 28), Soberano Grande Comendador do Rito Escocês


Antigo e Aceito para a Jurisdição Sul dos Estados Unidos da América do Norte, que foi
o organizador dos rituais do Rito, descreveu o teto do templo da loja da seguinte forma:

No teto também são pintadas estrelas e constelações. No centro, as três estrelas


do Cinturão de Orion; e entre elas e o Nordeste, as Plêiades e as Híades, uma das quais é
Aldebaran; a meio caminho entre Orion e o Noroeste, Regulus em Leão; ao Norte, a Ursa
Maior; no Noroeste, Arcturus; a Oeste de Regulus, Spica da Constelação de Virginis; no
Ocidente, Antares; no Sul, Formalhaut; sobre o Oriente também está Júpiter, e sobre o
Ocidente, Vênus; Mercúrio, próximo ao Sol; e Marte e Saturno, próximo ao centro do
teto. As estrelas do Cinturão de Orion representam o número Três; as Híades representam
o número Cinco; as Plêiades e a Ursa Maior, o Sete. As cinco estrelas reais são Aldebaran,
Arcturus, Regulus, Antares e Formalhaut.

A posição dos astros no teto do templo da loja seguindo a posição real dos mesmos
no espaço sideral tem que corresponder a descrição da carta celeste para uma determinada
data. Não é o caso, porém, visto na descrição de Pike, que faz uma representação
simbólica do firmamento e não uma representação real.
Por outro lado, o fato de que a Maçonaria nasceu no hemisfério norte não é
suficiente para obstruir a criatividade de simbolizar o teto dos templos com o firmamento
de uma determinada data no hemisfério sul, justo porque a Maçonaria Universal
(Simbólica) é única, e “não pode ser considerada diferenciada se praticada nesse ou
naquele hemisfério”. Não se trata, pois, de uma questão de imagem, mas de conceito e
princípio. Em verdade, não existe uma só Maçonaria, existem muitas maçonarias, que se
diferenciam por suas particularidades, mas que permanecem unidas pela essência.

Não vejo invenção fantasiosa nem considero tratadistas imaginosos aqueles que
pensam poderem os templos maçônicos do hemisfério sul conter em seus tetos a sua
própria disposição estelar. As Lojas Simbólicas de cada país poderiam ter em seus
templos o céu de cada um deles, com as posições dos astros relativos às datas de suas
próprias fundações. Ou da data de fundação de suas respectivas Grandes Lojas. Ou uma
representação simbólica à semelhança da representação de Pike, com alguma
particularidade própria. Por que não? Teríamos assim céus semeados de estrelas, como
afirma Ragon, céus diferentes, é certo, mas todos disseminando os mesmos raios e a
mesma luminosidade, numa demonstração da universalidade da Maçonaria.

A ABÓBADA DO HEMISFÉRIO NORTE

PARA TODOS OS TEMPLOS MAÇÔNICOS

Afirma PEDRO JUK em seu blog que “embora muitos templos maçônicos tenham
o seu teto estrelado a esmo, fato considerado errado, o mesmo deve ser decorado, além
das representações específicas como veremos adiante, obedecendo à posição relativa ao
hemisfério norte. Isso pelo simples fato de que a Maçonaria nasceu no referido hemisfério
e, portanto, pelo seu aspecto apenas simbólico deve assim obedecer a essa orientação”,
ao mesmo tempo em que se põe contrário a qualquer mudança ou alteração no teto dos
templos, quando diz que “querem alguns tratadistas imaginosos considerar que para
aqueles Templos localizados no hemisfério sul, seja obedecido o mapa estelar do
respectivo hemisfério”.

Procura justificar sua posição considerando que sendo única a Maçonaria


Simbólica Universal, ela não pode ser diferente em ambos os hemisférios em suas
práticas, exceto nas particularidades próprias de cada rito. Diz ele: “Ora, em primeiro
lugar a Maçonaria Universal (Simbólica) não pode ser considerada diferenciada se
praticada nesse ou naquele hemisfério, pois ela é única, exclusivamente simbólica e,
sobretudo racional, diferenciando-se apenas pelas particularidades inerentes a cada Rito
praticado, porém, igual em essência”.

“Dessa forma, não há a necessidade de invenções fantasiosas, místicas e ocultas


que buscam amparo em qualquer tipo de influência dos astros ou coisa parecida. Destarte,
deve se observar a “liberdade” como princípio basilar da Ordem, que nesse caso, refere-
se à crença pessoal de cada Irmão”.
“Em segundo lugar, qualquer inversão de posições dentro de um Templo,
implicaria na inversão total do seu conteúdo simbólico, afetando diretamente o arcabouço
moral e doutrinário do Rito em questão, colocando em risco as orientações que primam
pela racionalidade, a despeito daquelas repletas de imaginação e fantasia”.

Com a devida vênia, permitam-me discordar do renomado mestre. Qualquer


alteração na imagem da abóbada celeste no teto do Templo é notoriamente incapaz de
causar qualquer inversão de conteúdo simbólico. Fosse assim, a inversão ou mudanças de
posições no Rito Escocês Antigo e Aceito das lojas do Grande Oriente do Brasil e das
Grandes Lojas Estaduais Brasileiras teriam afetado “o arcabouço moral e doutrinário do
Rito em questão”, o que não ocorreu até hoje. E as correlações dos astros na abóbada com
os cargos maçônicos não se alteraram com as posições invertidas desses cargos nos
templos. O mesmo se pode dizer em relação a outros ritos, a exemplo do Rito
Adonhiramita que, como vimos, os Vigilantes se encontram trocados nas colunas, mas as
estrelas mantêm-se nas mesmas posições que ocupam no teto do templo da loja do Rito
Escocês Antigo e Aceito.

AS ABÓBADAS CELESTES DOS HEMISFÉRIOS

PARA OS TEMPLOS MAÇÔNICOS DO NORTE E DO SUL


Adayr Modena, adepto da intocabilidade do atual diagrama dos tetos dos templos
maçônicos, em “Proêmio ao Estudo da Abóbada Celeste” cita Hiran Zoccoli assim se
expressando:

Hiran L. Zoccoli, autor da obra "A Abóbada Celeste na Maçonaria", na qual diz
que após examinar divergentes estampas do céu maçônico, confrontando-as com a
diversidade dos tetos existentes, estudou os fundamentos da Astronomia, concluindo pela
incompatibilidade da presença concomitante de tais aspectos na abóbada do templo
maçônico. Daí apresentar e postular, calcadas em padrões da Astronomia, duas
novas abóbadas: uma para as lojas do Hemisfério Norte, e outra para as do Sul.
Nelas insere todas as constelações zodiacais e todos os planetas conhecidos do Sistema
Solar, acrescentando na boreal a Estrela Polar e na austral a constelação do Cruzeiro do
Sul”. (O grifo é meu).

As razões para isto Zoccoli as demonstra em sua análise que a explicita com o uso
de desenhos de estudos de Astronomia, concluindo que:

“Os planetas se movimentam em torno do Sol, cada qual em sua órbita, como se
estivessem girando sobre uma superfície plana. Os planetas estão representados no
equador, exatamente conforme orbitam em torno do Sol”.

“Considerando que o piso do Templo representa o planisfério terrestre, todo o


teto do Templo representará o planisfério celeste. E, considerando que as Constelações
zodiacais são representadas pelas colunas zodiacais, a distribuição correta das
constelações zodiacais nos Templos localizado no Hemisfério Sul Terrestre, iniciará com
a constelação de Áries, no lado direito do teto do Templo, seguindo-se até a constelação
de Virgem, correspondendo 180º da ascenção reta, seguindo com a constelação de Libra
(ou Balança) até a constelação de Peixes no teto do lado esquerdo do Templo,
correspondendo 180º, completando a decoração da esfera celeste (360º)”.

“Ainda, poderemos inserir na Abóbada Celeste para o Hemisfério Sul, a


constelação Cruzeiro do Sul (Crux), visível para os habitantes deste hemisfério. Jamais
poderemos figurar na Abóbada Celeste para o hemisfério Sul, uma constelação como a
Ursa Maior, só visível para os que vivem no hemisfério Norte, nós aqui no Sul, jamais
teremos condições de visualizar esta constelação”.

Assim, pela sua exposição aqui transcrita de forma compacta, Zoccoli demonstra
que a abóbada celeste pode ser representada no teto da loja apresentando o hemisfério
norte ou o hemisfério sul para as lojas de cada um destes, ocupando os astros o centro do
teto. Daí encontrar-se no norte a Constelação da Ursa Maior, que não é vista por quem
esteja no hemisfério sul, e encontrar-se no sul a Constelação do Cruzeiro do Sul, que não
é vista por quem esteja no hemisfério norte.

A ABÓBADA CELESTE GLOBAL

PARA OS TEMPLOS MAÇÔNICOS


Divergindo, porém, de Zoccoli, entendo que não há necessidade de se elaborar
duas abóbadas celestes, uma representando o hemisfério norte e outra o hemisfério sul,
para uso das respectivas lojas em cada um dos hemisférios. Basta uma única abóbada em
que nela estejam contidos os astros visíveis por um observador de cada um desses
hemisférios.

Dentro desta ótica, que não transgride a liturgia maçônica, nem modifica os
valores simbólicos, para iniciar a discussão proponho a abóbada celeste para os
templos maçônicos do Rito Escocês Antigo e Aceito, notadamente os do Brasil, a que
já é utilizada atualmente pelas lojas conforme o padrão do ritual em vigor, porém,
tendo nela incluída no lado sul a Constelação do Cruzeiro do Sul.
(Abóbada Celeste com o Cruzeiro do Sul – Arte de Carlos Sousa)

Esta disposição é a imagem que é vista no teto do templo da minha loja no Oriente
de Campina Grande, a Loja Regeneração Campinense n° 2, fundadora da Grande Loja
Maçônica do Estado da Paraíba. O mapa celeste tem lá apenas algumas alterações no
tocante às posições dos astros que não se acham alinhados na linha do eixo do templo que
separa os dois hemisférios, mas dispostos segundo a figura do ritual. No entanto, estão lá,
do lado norte a Constelação da Ursa Maior e do lado sul a Constelação do Cruzeiro do
Sul. E, dessa forma, reafirmo as palavras de Zoccoli: “sendo a Maçonaria Universal e o
Universo um Templo, não podemos regionalizar a Abóbada Celeste nos Templos”.

Portanto, mesmo antes do estudo científico de Zoccoli sobre a abóbada celeste dos
templos maçônicos, a minha Loja já havia incluído na abóbada do seu templo a
Constelação do Cruzeiro do Sul, tornando-a uma abóbada completa, simbólica decerto,
exprimindo pictoricamente a universalidade da Maçonaria e não a sua regionalidade. Não
temos nela a Maçonaria regionalizada, porque não temos a abóbada do hemisfério norte,
nem a do hemisfério sul, senão a abóbada total, a circunferência completa abrangendo
todo o planeta Terra.

Essa disposição estelar se repete em outros templos de lojas na jurisdição da


Paraíba, como na Loja Branca Dias n° 1, no Oriente de João Pessoa, também fundadora
da Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba.

A Constelação do Cruzeiro do Sul está incluída na abóbada dos templos do Rito


Brasileiro, certamente para simbolizar a origem do Rito no hemisfério sul, mais
precisamente no Brasil. Adotado pelo Grande Oriente do Brasil, o Rito Brasileiro segue
uma disposição estelar baseada na simplicidade. Eis a instrução do seu ritual:
O teto de uma Loja do Rito Brasileiro é azul e demonstra a universalidade da
Maçonaria. É côncavo e nele podem ser vistas grandes constelações e estrelas isoladas de
ambos os hemisférios celestes. A decoração é livre. Apenas deve ter o Sol no centro do
Oriente, em um céu claro, bem iluminado; a Lua bem no Ocidente, em um céu onde já
predomina a noite; e, no centro do Templo, mais para o Sul, o próprio Cruzeiro do Sul. O
Ocidente é também pintado de azul-celeste, com dois frisos superiores brancos.

Note-se que na orientação para a abóbada prevalece o efeito decorativo, sendo


livre a disposição das estrelas e obrigatória a presença do Sol, da Lua e da Constelação
do Cruzeiro do Sul.

(Abóbada celeste do Rito Brasileiro)

DAS ALTERAÇÕES RITUAIS


Os rituais têm sido alterados ao longo do tempo em todos os lugares. No Brasil,
as Grandes Lojas Estaduais foram criadas a partir de 1927 e de início se utilizaram do
ritual do Rito Escocês Antigo e Aceito de 1928 sob o comando do Supremo Conselho do
Rito. Hoje, porém, nenhuma das Grandes Lojas pratica o ritual de 1928, em virtude de
que este foi alterado por diversas vezes.

O governo do Rito Escocês Antigo e Aceito no Brasil pertence ao Supremo


Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria para a República
Federativa do Brasil que, desde 1927, divide com as Grandes Lojas Brasileiras sua
administração. Trata-se de um governo misto, cabendo às Grandes Lojas a administração
dos 3 primeiros graus do Rito e ao Supremo Conselho dos 30 restantes. Por serem altos
corpos maçônicos independentes e soberanos, nenhum pode interferir no outro. Nem a
própria Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil, entidade que congrega as
Grandes Lojas Brasileiras, pode exigir destas observarem rituais homogêneos, em razão
da soberania e autonomia de cada uma delas, que deve respeitar, podendo, porém,
recomendar que as Grandes Lojas observem um mesmo e único ritual em cada grau
simbólico, com vistas à manutenção da pureza do Rito.

Modena diz que a abóbada celeste vista hoje nos templos maçônicos não é a
abóbada tradicional, representativa do céu da antiga Mesopotâmia, palco dos deuses e dos
heróis míticos. De tão alterada, essa abóbada está longe de representar a Tradição, tendo
sido substituída por “um simulacro do céu astronômico enxameado de “n” pontos
luminosos distribuídos a esmo”, que nada acrescenta ao conhecimento do iniciado. São
suas palavras: “Hoje, conhecer os planetas e as constelações, seus mitos e estórias, é tão
útil, ou inútil, quanto saber o que significaram na História. Assim pensa a maioria, seja
ela citadina ou maçônica, e poucos cultuam a celeste tradição de milênios”.

Como disse, os rituais maçônicos atuais não são mais os rituais antigos. Eles
sofreram adaptações à evolução da humanidade e, por conseguinte, da própria sociedade
maçônica. Mas, a sua essência tem se mantido e seus efeitos se reproduzido naturalmente.
Os rituais são transmissores de simbolismo e, como tais, cumprem o seu papel
adequadamente. Não há, pois, prejuízos nessas modificações, pelo contrário, os
conhecimentos que traduzem são adaptados à mentalidade hodierna para melhor
compreensão. Se, por exemplo, as estórias contam que Osíris viajava diariamente em sua
barca solar para presidir o tribunal das almas, os rituais maçônicos falam da viagem do
Sol que sai do Oriente em direção ao Ocidente, iluminando o trabalho do maçom nesse
seu percurso.

Desse modo, não são todas as alterações ritualísticas que desvirtuam a liturgia,
mas elas muitas vezes se tornam necessárias ao entendimento do iniciado. Tais alterações,
todavia, não podem ocorrer no campo do “achismo” individual, mas devem ser objeto de
análises e estabelecidas mediante decisões oficiais. Embora a natureza do estudo da
abóbada celeste formulado por Zoccoli tenha sido científica, mesmo assim o Grande
Oriente do Brasil não decidiu oficialmente aprova-lo, o que não significa que o estudo
não tenha contribuído para a aprendizagem maçônica.

No âmbito das Grandes Lojas, porém, espero que esta proposição possa ser
aprovada para, pelo menos no Brasil, se ter a representação total do firmamento nas
abóbadas dos seus templos.

O CRUZEIRO DO SUL
(Cruzeiro do Sul - Fonte: http://www.asterdomus.com.br/asterdomus/cruzeiro-do-sul/)

Do ponto de vista mitológico a Constelação do Cruzeiro do Sul (Crux Australia)


não conta nenhuma história. No entanto, historicamente foi muito importante para a
humanidade no Século XVI, no período das grandes navegações. Navegantes como
Américo Vespúcio, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e Fernão de Magalhães,
iniciados na Escola de Sagres, quando ultrapassavam a linha do equador buscavam a
“cruz” no céu para seguirem a direção sul. Fernão de Magalhães foi o primeiro navegador
a realizar a circunavegação da Terra, guiado exatamente pelo Cruzeiro do Sul. João
Esmenelau, ou Mestre João, o astrônomo da expedição de Pedro Álvares Cabral em 1500,
foi a primeira pessoa que fez a descrição da representação da cruz no céu.

A Escola de Sagres fundada pelo infante Dom Henrique não era simplesmente
uma escola de navegação, mas também uma escola de misticismo. Com a dissolução da
Ordem do Templo, esta se dividiu em outras, como a Ordem de Avis, a Ordem de
Calatrava, a Ordem de Cristo e a Ordem de Malta, cuja símbolo da cruz atribuído a Vasco
da Gama figurava nas caravelas de Cabral e outros navegantes. O descobrimento do Novo
Mundo foi resultado das viagens desses navegantes em direção ao ocidente, respaldados
pelas ações dessas ordens ligadas à Maçonaria. Se o Polo Norte tem a Polaris como sua
estrela guia, que faz parte da Constelação da Ursa Menor, o Polo Sul na falta de uma
estrela guia, tem a sua constelação guia, a Crux Australia ou Constelação do Cruzeiro do
Sul.

No tocante aos aborígenes, os índios tupis-guaranis se utilizavam do Cruzeiro do


Sul para determinar os pontos cardeais. O Cruzeiro do Sul está próximo do Polo Sul
Celeste e devido ao movimento de rotação da Terra de oeste para leste, o Cruzeiro parece
girar em torno dele de leste para oeste. Por conta disto, dependendo do dia e da hora, a
cruz pode estar de cabeça para baixo, deitada, inclinada ou em pé, fazendo uma
circunferência em torno do Polo Sul Celeste. Quando a cruz se encontra em pé, o
prolongamento do seu braço maior aponta para o ponto cardeal sul. Olhando para o sul,
tem-se às suas costas o Norte, à direita o Oeste e à esquerda o Leste.

A Constelação do Cruzeiro do Sul é formada por 56 estrelas, das quais 5 são vistas
a olho nu. Uma delas, chamada Intrometida, está fora dos eixos das outras que se chamam
Estrela de Magalhães, Mimosa, Rubídea e Pálida, ocupando uma posição acima delas que
formam a cruz, configurando desse modo um formato de pirâmide ou pentagrama. O
pentagrama ou estrela de cinco pontas simboliza o Homem na tradição iniciática.

A relação do Cruzeiro do Sul com o Brasil é profunda, provinda desde o


descobrimento quando em razão do misticismo derivado do conhecimento que as Ordens
Secretas tinham sobre o Cruzeiro do Sul e o Brasil, a terra recebeu o nome de Ilha de Vera
Cruz, mudado posteriormente para Terra de Vera Cruz e Terra de Santa Cruz.

O Cruzeiro do Sul se faz presente na bandeira do Brasil, como no pavilhão de mais


4 países: Austrália, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné e Samoa. A bandeira brasileira
mostra as estrelas vistas na manhã do dia 15 de novembro de 1889, dia em que o Império
foi substituído pela República.

CONCLUSÕES
Estudiosos da Maçonaria verificaram que os tetos dos templos das lojas maçônicas
não são padronizados. Cada rito descreve um teto e mais das vezes, rituais do mesmo rito
descrevem tetos diferentes. Esses mesmos estudiosos não se acham em sintonia e cada
qual defende uma particular imagem para cada teto.

Dentre os autores aqui consultados observa-se que Pike elaborou um teto para o
Rito Escocês Antigo e Aceito, sendo este utilizado com ligeira modificação pelos rituais.
Posso afirmar que é a imagem que prevalece entre os rituais por todo o mundo. Refere-se
a imagem, todavia, a uma disposição simbólica de planetas e estrelas visíveis sempre no
hemisfério norte do globo terrestre.

Castellani diz que não há obrigatoriedade de que os tetos dos templos sejam
estrelados e que muitos templos os têm a esmo, bastando apenas a presença do sol e da
lua para mostrar a transição do dia para a noite. Já Ragon, sem entrar em detalhes, entende
que cada teto deve ser semeado de estrelas. Charlier expressa-se dizendo que se o Templo
representa o Universo, seu teto deve ter a figura do firmamento sem, no entanto, também
descer a detalhes.

Zoccoli examinou inúmeras figuras de abóbadas, vindo a discordar da aplicação


de uma única figura, - embora muitas delas alteradas - de um protótipo com base na região
do hemisfério norte. Fazendo um estudo científico da abóbada celeste para os templos,
deduziu que “só na Maçonaria os planetas que fazem parte do nosso Sistema Solar não
seguem a mesma ordem com que estão no Universo”. Propôs, então, o estabelecimento
de duas abóbadas, uma para os rituais das lojas do hemisfério norte e outra para do
hemisfério sul. Tendo as lojas suas respectivas abóbadas celestes, mantém-se uma
esquematização regionalizada da Maçonaria, em contradição ao que ele próprio afirma:
“sendo a Maçonaria Universal e o Universo um Templo, não podemos regionalizar a
abóbada celeste nos templos”.

Pedro Juk defende que o teto deve ser decorado com os astros segundo as posições
reais que ocupam no hemisfério norte, pelo fato de que a Maçonaria nasceu nesse
hemisfério. E Modena é terminantemente contrário a qualquer modificação no plano do
teto. Diz que o que se tem hoje não é a abóbada tradicional, representativa do céu da
antiga Mesopotâmia, mas um simulacro de céu astronômico que nada acrescenta ao
conhecimento do iniciado.

Portanto, o que se vê é que nesta questão, não há coesão de visões entre os


estudiosos maçônicos. Os pensamentos não são convergentes, mesmo entre aqueles que
defendem a representação simbólica da abóbada e as correlações dos astros com os cargos
administrativos e litúrgicos da loja. Pike, Canotilho, Araújo e Sousa não se encontram
alinhados na assimilação desses cargos pelos planetas e constelações expostos na
abóbada.

Até em relação ao planeta Marte, que representativo da força do Primeiro


Vigilante, há quem diga que ele não pode figurar na abóbada por ser o deus da guerra e
como tal, não pode figurar no local onde deve reinar a paz, a concórdia e a harmonia. Seu
lugar deve ser fora do templo, portanto, no teto do Átrio, ou na sua ausência, na Sala dos
Passos Perdidos. Pike coloca o planeta Marte sobre o Primeiro Vigilante, enquanto os
rituais atuais o substituem pela Lua e Canotilho o coloca sobre o Cobridor, portanto, fora
do templo. Neste particular aspecto, não tem sido usual a presença de Marte em nenhum
desses locais, isto é, nem dentro e nem fora do Templo.

Daí, ante a clara e nítida divergência entre autores e sem perspectivas de


prevalecimento da visão científica ou mesmo de uma visão decorativa da abóbada celeste
nos templos maçônicos, a visão simbólica é a que deve ser contemplada. A visão
científica não encontra guarida, talvez pela inconveniência de serem mantidos dois
diagramas, um para as lojas do hemisfério norte e outro para as lojas do hemisfério sul,
apesar da verdade astronômica dos seus ensinamentos. A visão decorativa, igualmente,
por ter como ponto central o embelezamento do templo, sem a preocupação com a
transmissão de ensinamentos. Por isto, a distribuição dos astros a esmo na abóbada, de
forma escassa ou exuberante.

A visão simbólica, porém, necessita estar completa, para representar o firmamento


que, como tal, abrange os hemisférios norte e sul. Deste modo, não se poderá mais falar
de regionalidade da Maçonaria expresso pelo diagrama do hemisfério norte ou sul no teto
do templo da loja, mas por este conter elementos estelares de ambos os hemisférios o teto
simbolizará a universalidade da Ordem.

Em face disto, proponho finalmente para o teto do templo no Rito Escocês


Antigo e Aceito uma fusão da versão atual do ritual com a versão de Albert Pike,
acrescido da Constelação do Cruzeiro do Sul no lado sul do templo. Em outros
termos, a abóbada conterá no ocidente a Lua por sobre o Primeiro Vigilante,
estando dela aproximado o planeta Marte e no sul o Cruzeiro do Sul situado um
pouco acima e à direita do Segundo Vigilante.
(Abóbada Celeste com Marte e o Cruzeiro do Sul – Arte de Carlos Sousa)

A abóbada do templo é criação moderna e fez parte da organização do Rito


Escocês Antigo e Aceito formulada por Pike em 1872. Antes de 1717 as lojas não se
reuniam em templos, mas nas tabernas em sessões administrativas e nos adros das igrejas
em sessões solenes, todas elas desprovidas desse céu simbólico, ocorrendo aquelas
sessões verdadeiramente sob céu aberto, sob a abóbada celeste real.

Porém, na obra de Samuel Prichard, Masonry Dissected, de 1730, ele já menciona


um dossel de nuvens, como Gabriel Perau em Le Secret des Franc-Maçons, de 1742,
menciona um dossel estrelado, reproduzido em L’Ordre des Francs-Maçons Trahi et leur
Secret Révélé, de 1745, que diz que a loja está coberta “por um dossel celestial, com
estrelas douradas”. Nesse catecismo está escrito: “De quoi la loge est-elle couverte? D’un
dais céleste, parfemé d’étoiles d’or”. A partir de 1800 outras obras se referem ao dossel
de nuvens com estrelas, que são utilizados até os dias de hoje.

Contudo, HARRY CARR fala que “embora bastante comuns em Londres há


cinquenta anos, tetos estrelados são comparativamente raros atualmente nas salas das
Lojas londrinas, sendo encontrados com mais frequência em Templos Maçônicos
europeus e Provinciais. Devemos acrescentar que isso era apenas questão de decoração,
porque não há nada nas cerimônias ou nos Regulamentos que prescreva um teto estrelado
como parte da decoração da Loja” (CARR, 2007: 378). Há ritos, como o Moderno, que
não exige decoração estelar do teto. Mas, a imensa maioria dos ritos tem as abóbadas de
seus templos estreladas.

Os maçons, ao construírem seus templos tomaram por modelos as construções


familiares, como as igrejas e o parlamento britânico. Daquelas tomaram a orientação
leste-oeste, deste a sala dos passos perdidos e a disposição dos obreiros nas colunas. A
decoração, nas antigas civilizações, como a hebraica, a egípcia, a sumeriana, a babilônica,
e nos agrupamentos místicos, como os astrólogos, alquimistas e rosa-cruzes.

Consciente de que não é uma invencionice, mas proveniente de uma tentativa de


junção das boas ideias que tiveram nossos irmãos do passado e do presente, sem a
pretensão de fazer com que nossos adeptos se esforcem em ter estudos de astronomia e
com o intuito de prevalecer somente o simbolismo, em resumo é esta a minha proposição,
que serve para todos os templos das lojas do Rito Escocês Antigo e Aceito do mundo
inteiro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, Edilson. A Abóbada celeste e seu significado na Maçonaria. In


https://docslide.com.br/documensts/a-abobada-celeste-e-seu-significado-na-
maconaria.html. Capturado em 14.02.2018.

BORDIGNON, Euclides. Iniciação à Astronomia. 2 vols. Ordem Rosacruz,


AMORC. Curitiba. 1991.

CARR, Harry. (Barb Karg e John K. Young). O Ofício do Maçom. Editora Madras.
São Paulo. 2007.

CASTELLANI, José. Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom. A Gazeta


Maçônica. São Paulo. SP. 1987.

CASTELLANI, José. O Rito Escocês Antigo e Aceito. Editora Maçônica A Trolha.


Londrina. PR. 1988.

CASTELLANI, José. Maçonaria e Astrologia. Editora Madras. São Paulo. 1997.

CASTRO, Boanerges Barbosa. Templo Maçônico e seu Simbolismo. 2ª ed. Editora


Aurora. Rio de Janeiro. RJ. S/data.

COSTA, Frederico G. e CASTELLANI, José. O Rito Moderno. A verdade revelada.


Editora A Trolha. Londrina. 1990.

CHARLIER, René Joseph. Pequeno Ensaio de Simbólica Maçônica no Rito Escocês


Antigo e Aceito. Edições Futuro. São Paulo. 1964.

COSTA, J. R. V. Sírius, a Miss Universo. Tribuna de Santos, Santos, SP, 11 jun 2007.
Caderno de Ciência e Meio Ambiente, p. D-2.

CONHECENDO AS CONSTELAÇÕES – Sírius – Constelação de Canis Major – In


https://portal2013br.wordpress.com/2015/11/08/conhecendo-as-contelacoes-sirius-
constelacao-de-canis-major/– Capturado em 19.09.2017.
GRANDE LOJA DA PARAÍBA. Ritual de Aprendiz. Typographia Delta. Rio de Janeiro.
RJ. 1928.

GRANDE LOJA DA PARAÍBA. Ritual de Aprendiz. Grafset. Campina Grande. PB.


1985.

GRANDE LOJA DA PARAÍBA. Ritual de Aprendiz. Editora da UFPB. João Pessoa. PB.
1992.

GRANDE LOJA DA PARAÍBA. Ritual de Aprendiz. Gráfica Santo Antônio. Patos. PB.
2005.

GRANDE LOJA DA PARAÍBA. Ritual de Aprendiz. Relevo Gráfica e Editora. Patos.


PB. 2012.

GRANDE ORIENTE DO BRASIL. Ritual 1° Grau – Aprendiz Adonhiramita. Gráfica do


GOB. Brasília. DF. 1995.

JUK, Pedro. Abóbada do Templo Maçônico – REAA. In Blog do Pedro Juk: http://pedro-
juk.blogspot.com.br/2017/03/abobada-do-templo-maconico-reaa_12.html. Capturado
em 21.09.2017.

MODENA, Adayr Paulo. Proêmio ao Estudo da Abóbada Celeste. In


https://focoartereal.blogspot.com/2011/10/o-estudo-da-abobada celeste.html. Capturado
em 08.12.2017.

PERAU, Abade Gabriel Luiz Calabre. A Ordeem Maçônica Traída e seus Segredos
Revelados. Editora A Trolha. Londrina. 2001.

PIKE, Albert. O Pórtico e a Câmara do Meio. Editora Landmark. São Paulo. 2001.

RAGON, Jean-Marie. Ritual do Aprendiz Maçom. Pensamento. São Paulo. 1993.

SOUSA, Ailton Elisiário de. Governo do Rito Escocês Antigo e Aceito. In Revista O
Buscador. N° 2. Loja Renascença. Campina Grande. PB. Págs. 9-34. Dezembro de
2009.

SOUSA, Carlos Antônio Porto de. A Astrologia e a Maçonaria. In Revista O


Buscador. N° 4. Loja Renascença. Campina Grande. PB. Págs. 43-57. Dezembro de
2011.

ZOCCOLI, Hiran Luiz. A Abóbada Celeste na Maçonaria. Museu Maçônico Paranaense.


Curitiba. 2009.

____________________

* O autor é Grão Mestre Adjunto da Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba, Membro Emérito do
Supremo Conselho do Grau 33 do REAA da Maçonaria para a República Federativa do Brasil, Ex-
Venerável Mestre da Loja Maçônica de Estudos e Pesquisas Renascença n° 1, Ex-Venerável Mestre da
Loja Simbólica Regeneração Campinense n° 2, Membro da Academia Paraibana de Letras Maçônicas e
Ex-Presidente da Academia de Letras de Campina Grande. É professor universitário, formado em
Economia, Direito e Teologia, com grau de Mestre em Economia.

S-ar putea să vă placă și