Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
SUMÁRIO
Os rituais maçônicos ensinam que a loja representa o mundo, por isto a presença do firmamento
no teto do templo. Estudiosos da Maçonaria verificaram que os tetos dos templos das lojas maçônicas não
são padronizados. Cada rito descreve um teto e mais das vezes, rituais do mesmo rito descrevem tetos
diferentes. Esses mesmos estudiosos não se acham em sintonia e cada qual defende uma particular imagem
para cada teto. Castellani diz que não há obrigatoriedade de que os tetos dos templos sejam estrelados. Pike
elaborou um teto para o Rito Escocês Antigo e Aceito, sendo este utilizado com modificação pelos rituais.
Zoccoli propôs o estabelecimento de duas abóbadas, uma para os rituais das lojas do hemisfério norte e
outra para do hemisfério sul. Modena é terminantemente contrário a qualquer modificação no plano do teto.
O autor entende que a abóbada celeste deve ser uma só, contendo elementos estelares de ambos os
hemisférios para simbolizar a universalidade da Ordem.
ABSTRACT
Masonic rituals teach that the store represents the world, hence the presence of the firmament on
the roof of the temple. Scholars of Freemasonry have found that the ceilings of the temples of Masonic
lodges are not standardized. Each rite describes a ceiling and more often than not, rituals of the same rite
describe different ceilings. These same scholars are not in tune and each one defends a particular image for
each ceiling. Castellani says that there is no obligation for the temple ceilings to be starry. Pike elaborated
a ceiling for the Old and Accepted Scottish Rite, being used with modification by the rituals. Zoccoli
proposed the establishment of two vaults, one for the rituals of the lodges of the northern hemisphere and
one for the southern hemisphere. Modena is strictly contrary to any modification in the plane of the ceiling.
The author understands that the celestial vault must be one, containing stellar elements of both hemispheres
to symbolize the universality of the Order.
Giordano Bruno.
INTRODUÇÃO
Os templos das lojas maçônicas têm em seus tetos uma representação do
Universo. É a figura da abóbada celeste, na qual estão inseridos vários planetas e
constelações de estrelas, cada um deles com seus significados simbólicos. Os rituais
maçônicos ensinam que a loja representa o mundo, por isto a presença do firmamento no
teto do templo.
DESCRIÇÃO DA ABÓBADA
No Rito Escocês Antigo e Aceito, o rito mais difundido no Brasil, os rituais
apresentam a abóbada celeste mantendo os mesmos astros e estrelas, sendo a disposição
tradicional dos nossos templos. Um Ritual de Aprendiz de 1904 diz que “o teto figura
uma abóbada azulada, com estrelas formando um grande número de constelações”.
No oriente, um pouco à frente do dossel, o Sol, com raios dourados; sobre o Altar
do Primeiro Vigilante, a Lua em quarto crescente, e, sobre o Altar do Segundo Vigilante,
uma estrela, prateada, de cinco pontas.
No Oriente, um pouco à frente do dossel, o Sol, com raios dourados; sobre o Altar
do Primeiro Vigilante, a Lua, e, sobre o Altar do Segundo Vigilante, pendente do teto ou
pintada, uma estrela prateada de cinco pontas cercada por flamas ígneas – a ESTRELA
FLAMEJANTE – ostentando ao centro a letra “G”.
Afirma CASTELLANI (s/d, 32/33; 1988, 170/172) que o hábito de estrelar o teto
dos templos tem sua origem no Egito antigo, citando como exemplo o Templo de Karnak,
hoje Luxor. Ramsés II, faraó egípcio, fundador das primitivas bibliotecas egípcias, foi
quem construiu a sala do templo de Amon em Karnak, de acordo com os pontos fixos da
esfera celeste.
Diz ainda que muitos templos maçônicos têm seus tetos estrelados a esmo, sendo
certo, porém, que eles devem conter os planetas e estrelas mencionados. Ele esclarece
“que essa decoração não é obrigatória”, valendo apenas a presença do Sol e da Lua e as
nuances de cor para mostrar a transição do dia para a noite, ou seja, da Luz do Oriente
para o Ocidente. Já RAGON (1993: 30) diz que “tanto quanto possível, o teto deve ser
um céu semeado de estrelas”.
Os astros que se fazem presentes na abóbada dos templos maçônicos são palco da
mitologia, que a Maçonaria se apropria para seus ensinamentos. Assim, o Sol é o símbolo
da Luz. Representava o deus Hélios, que percorria o céu numa carruagem de fogo puxada
por quatro cavalos que simbolizavam as quatro estações do ano. A Lua não tem luz
própria, mas reflete a luz do Sol. Também chamada Selene era filha de Hyperion e de
Teia e irmã de Hélios. Nas antigas Escolas de Mistérios sempre estava representada. No
Egito era a deusa Isis, na Síria era a deusa Astaroth, na Grécia, Heate.
Vênus é o mais brilhante objeto do céu depois do Sol e da Lua. Tem inúmeros
nomes populares: Estrela Matutina, Estrela Vespertina, Estrela Dalva, Estrela do
Pastor e muitos outros. É a deusa do Amor e da Beleza. Saturno é o segundo maior
planeta do Sistema Solar. Saturno é um deus romano do tempo equivalente
ao grego Cronos. É um dos titãs, filho do Céu e da Terra.
QUESTIONAMENTOS
OBRIGATORIEDADE OU NÃO
A Ordem tem sua disciplina firmada em dois corpos de leis: o corpo jurídico e o
corpo litúrgico. O corpo jurídico rege as normas legais enfeixadas nas leis civis e
maçônicas: a constituição (estatutos), o regulamento geral, as resoluções, os decretos, os
atos das autoridades maçônicas e as leis do país. O corpo litúrgico rege as sessões
econômicas, as iniciações, os diversos cerimoniais da instituição.
Quanto ao formato o teto pode ser plano ou esférico, devendo em ambos os casos
ser estrelado. O ideal é que ele seja côncavo, para guardar relação com a curvatura da
Terra, mas não há impedimento de que ela seja plana. Afinal, na atualidade as construções
seguem linhas mais retilíneas.
A ABÓBADA CELESTE
Em uma Loja Justa, Perfeita e Regular, três a governam, cinco a compõem e sete
a completam. As estrelas principais que refulgem simbolicamente no teto do Templo, são
três da Constelação de Orion; cinco da Constelação das Híades e sete das Constelações
das Plêiades e da Ursa Maior. Assim, em uma Loja Justa, Perfeita e Regular, os três que
a governam, o Venerável Mestre, o Irmão 1º Vigilante e o Irmão 2º Vigilante, são
representados pelas Constelação de Orion. Os cinco Mestres Maçons que a compõem, os
Irmãos Orador, Secretário, Tesoureiro, Chanceler e Mestre de Cerimônias, são
representados pelas cinco estrelas da Constelação das Híades; e os sete Mestres Maçons
que a completam, os Irmãos Hospitaleiro, 1º Diácono, 2º Diácono, Porta Espada, Porta
Estandarte, 1º Experto e 2º Experto, são representados pelas sete estrelas das Constelações
das Plêiades e da Ursa Maior. Portanto, teríamos representados na Abóbada, todos os
cargos de administração da Loja.
Veja-se, pois, que não há uma concordância geral entre os estudiosos e cada um
formula suas visões e explicações. No entanto, não vendo isto como um devaneio da
criação mental, em face de argumentos oriundos de observações astrológicas, entendo
que o que deve prevalecer é o simbolismo maçônico para a aprendizagem de seus
ensinamentos, o arcabouço doutrinário do rito, haja vista que “a Maçonaria é um sistema
de moral velado por alegorias e ilustrado por símbolos”, como assim transmitem os seus
rituais.
A ABÓBADA CELESTE
Diz Castellani (1997) que “embora a colocação desses corpos celestes esteja, em
alguns casos, errada, do ponto de vista astronômico, o mais provável – já que a origem se
perdeu – é que a abóbada estrelada represente o céu do dia 21 de março, quando o Sol, na
sua marcha aparente na eclíptica cruza a linha do equador celeste. É o equinócio da
primavera no hemisfério Norte. E é, também, onde começa o ano religioso hebraico, que
tem início na lua nova que se segue ao equinócio de março, no mês de Nissan; o ano civil
começa com o Rosh Hashaná (em hebraico: cabeça do ano), primeiro dia do mês Tishrei,
na lua nova que se segue ao equinócio de setembro. E isso tem a sua razão de ser, pois o
calendário maçônico mais usado é o equinocial, com base no calendário religioso
hebraico, começando o ano no dia 21 de março”.
Veja-se que Castellani não menciona de modo afirmativo, mas reconhece que
esses astros ocupam posições no templo astronomicamente incorretas. Além disto, a
posição astronômica deles provavelmente seria a do dia 21 de março, quando inicia o ano
pelo calendário maçônico.
A posição dos astros no teto do templo da loja seguindo a posição real dos mesmos
no espaço sideral tem que corresponder a descrição da carta celeste para uma determinada
data. Não é o caso, porém, visto na descrição de Pike, que faz uma representação
simbólica do firmamento e não uma representação real.
Por outro lado, o fato de que a Maçonaria nasceu no hemisfério norte não é
suficiente para obstruir a criatividade de simbolizar o teto dos templos com o firmamento
de uma determinada data no hemisfério sul, justo porque a Maçonaria Universal
(Simbólica) é única, e “não pode ser considerada diferenciada se praticada nesse ou
naquele hemisfério”. Não se trata, pois, de uma questão de imagem, mas de conceito e
princípio. Em verdade, não existe uma só Maçonaria, existem muitas maçonarias, que se
diferenciam por suas particularidades, mas que permanecem unidas pela essência.
Não vejo invenção fantasiosa nem considero tratadistas imaginosos aqueles que
pensam poderem os templos maçônicos do hemisfério sul conter em seus tetos a sua
própria disposição estelar. As Lojas Simbólicas de cada país poderiam ter em seus
templos o céu de cada um deles, com as posições dos astros relativos às datas de suas
próprias fundações. Ou da data de fundação de suas respectivas Grandes Lojas. Ou uma
representação simbólica à semelhança da representação de Pike, com alguma
particularidade própria. Por que não? Teríamos assim céus semeados de estrelas, como
afirma Ragon, céus diferentes, é certo, mas todos disseminando os mesmos raios e a
mesma luminosidade, numa demonstração da universalidade da Maçonaria.
Afirma PEDRO JUK em seu blog que “embora muitos templos maçônicos tenham
o seu teto estrelado a esmo, fato considerado errado, o mesmo deve ser decorado, além
das representações específicas como veremos adiante, obedecendo à posição relativa ao
hemisfério norte. Isso pelo simples fato de que a Maçonaria nasceu no referido hemisfério
e, portanto, pelo seu aspecto apenas simbólico deve assim obedecer a essa orientação”,
ao mesmo tempo em que se põe contrário a qualquer mudança ou alteração no teto dos
templos, quando diz que “querem alguns tratadistas imaginosos considerar que para
aqueles Templos localizados no hemisfério sul, seja obedecido o mapa estelar do
respectivo hemisfério”.
Hiran L. Zoccoli, autor da obra "A Abóbada Celeste na Maçonaria", na qual diz
que após examinar divergentes estampas do céu maçônico, confrontando-as com a
diversidade dos tetos existentes, estudou os fundamentos da Astronomia, concluindo pela
incompatibilidade da presença concomitante de tais aspectos na abóbada do templo
maçônico. Daí apresentar e postular, calcadas em padrões da Astronomia, duas
novas abóbadas: uma para as lojas do Hemisfério Norte, e outra para as do Sul.
Nelas insere todas as constelações zodiacais e todos os planetas conhecidos do Sistema
Solar, acrescentando na boreal a Estrela Polar e na austral a constelação do Cruzeiro do
Sul”. (O grifo é meu).
As razões para isto Zoccoli as demonstra em sua análise que a explicita com o uso
de desenhos de estudos de Astronomia, concluindo que:
“Os planetas se movimentam em torno do Sol, cada qual em sua órbita, como se
estivessem girando sobre uma superfície plana. Os planetas estão representados no
equador, exatamente conforme orbitam em torno do Sol”.
Assim, pela sua exposição aqui transcrita de forma compacta, Zoccoli demonstra
que a abóbada celeste pode ser representada no teto da loja apresentando o hemisfério
norte ou o hemisfério sul para as lojas de cada um destes, ocupando os astros o centro do
teto. Daí encontrar-se no norte a Constelação da Ursa Maior, que não é vista por quem
esteja no hemisfério sul, e encontrar-se no sul a Constelação do Cruzeiro do Sul, que não
é vista por quem esteja no hemisfério norte.
Dentro desta ótica, que não transgride a liturgia maçônica, nem modifica os
valores simbólicos, para iniciar a discussão proponho a abóbada celeste para os
templos maçônicos do Rito Escocês Antigo e Aceito, notadamente os do Brasil, a que
já é utilizada atualmente pelas lojas conforme o padrão do ritual em vigor, porém,
tendo nela incluída no lado sul a Constelação do Cruzeiro do Sul.
(Abóbada Celeste com o Cruzeiro do Sul – Arte de Carlos Sousa)
Esta disposição é a imagem que é vista no teto do templo da minha loja no Oriente
de Campina Grande, a Loja Regeneração Campinense n° 2, fundadora da Grande Loja
Maçônica do Estado da Paraíba. O mapa celeste tem lá apenas algumas alterações no
tocante às posições dos astros que não se acham alinhados na linha do eixo do templo que
separa os dois hemisférios, mas dispostos segundo a figura do ritual. No entanto, estão lá,
do lado norte a Constelação da Ursa Maior e do lado sul a Constelação do Cruzeiro do
Sul. E, dessa forma, reafirmo as palavras de Zoccoli: “sendo a Maçonaria Universal e o
Universo um Templo, não podemos regionalizar a Abóbada Celeste nos Templos”.
Portanto, mesmo antes do estudo científico de Zoccoli sobre a abóbada celeste dos
templos maçônicos, a minha Loja já havia incluído na abóbada do seu templo a
Constelação do Cruzeiro do Sul, tornando-a uma abóbada completa, simbólica decerto,
exprimindo pictoricamente a universalidade da Maçonaria e não a sua regionalidade. Não
temos nela a Maçonaria regionalizada, porque não temos a abóbada do hemisfério norte,
nem a do hemisfério sul, senão a abóbada total, a circunferência completa abrangendo
todo o planeta Terra.
Modena diz que a abóbada celeste vista hoje nos templos maçônicos não é a
abóbada tradicional, representativa do céu da antiga Mesopotâmia, palco dos deuses e dos
heróis míticos. De tão alterada, essa abóbada está longe de representar a Tradição, tendo
sido substituída por “um simulacro do céu astronômico enxameado de “n” pontos
luminosos distribuídos a esmo”, que nada acrescenta ao conhecimento do iniciado. São
suas palavras: “Hoje, conhecer os planetas e as constelações, seus mitos e estórias, é tão
útil, ou inútil, quanto saber o que significaram na História. Assim pensa a maioria, seja
ela citadina ou maçônica, e poucos cultuam a celeste tradição de milênios”.
Como disse, os rituais maçônicos atuais não são mais os rituais antigos. Eles
sofreram adaptações à evolução da humanidade e, por conseguinte, da própria sociedade
maçônica. Mas, a sua essência tem se mantido e seus efeitos se reproduzido naturalmente.
Os rituais são transmissores de simbolismo e, como tais, cumprem o seu papel
adequadamente. Não há, pois, prejuízos nessas modificações, pelo contrário, os
conhecimentos que traduzem são adaptados à mentalidade hodierna para melhor
compreensão. Se, por exemplo, as estórias contam que Osíris viajava diariamente em sua
barca solar para presidir o tribunal das almas, os rituais maçônicos falam da viagem do
Sol que sai do Oriente em direção ao Ocidente, iluminando o trabalho do maçom nesse
seu percurso.
Desse modo, não são todas as alterações ritualísticas que desvirtuam a liturgia,
mas elas muitas vezes se tornam necessárias ao entendimento do iniciado. Tais alterações,
todavia, não podem ocorrer no campo do “achismo” individual, mas devem ser objeto de
análises e estabelecidas mediante decisões oficiais. Embora a natureza do estudo da
abóbada celeste formulado por Zoccoli tenha sido científica, mesmo assim o Grande
Oriente do Brasil não decidiu oficialmente aprova-lo, o que não significa que o estudo
não tenha contribuído para a aprendizagem maçônica.
No âmbito das Grandes Lojas, porém, espero que esta proposição possa ser
aprovada para, pelo menos no Brasil, se ter a representação total do firmamento nas
abóbadas dos seus templos.
O CRUZEIRO DO SUL
(Cruzeiro do Sul - Fonte: http://www.asterdomus.com.br/asterdomus/cruzeiro-do-sul/)
A Escola de Sagres fundada pelo infante Dom Henrique não era simplesmente
uma escola de navegação, mas também uma escola de misticismo. Com a dissolução da
Ordem do Templo, esta se dividiu em outras, como a Ordem de Avis, a Ordem de
Calatrava, a Ordem de Cristo e a Ordem de Malta, cuja símbolo da cruz atribuído a Vasco
da Gama figurava nas caravelas de Cabral e outros navegantes. O descobrimento do Novo
Mundo foi resultado das viagens desses navegantes em direção ao ocidente, respaldados
pelas ações dessas ordens ligadas à Maçonaria. Se o Polo Norte tem a Polaris como sua
estrela guia, que faz parte da Constelação da Ursa Menor, o Polo Sul na falta de uma
estrela guia, tem a sua constelação guia, a Crux Australia ou Constelação do Cruzeiro do
Sul.
A Constelação do Cruzeiro do Sul é formada por 56 estrelas, das quais 5 são vistas
a olho nu. Uma delas, chamada Intrometida, está fora dos eixos das outras que se chamam
Estrela de Magalhães, Mimosa, Rubídea e Pálida, ocupando uma posição acima delas que
formam a cruz, configurando desse modo um formato de pirâmide ou pentagrama. O
pentagrama ou estrela de cinco pontas simboliza o Homem na tradição iniciática.
CONCLUSÕES
Estudiosos da Maçonaria verificaram que os tetos dos templos das lojas maçônicas
não são padronizados. Cada rito descreve um teto e mais das vezes, rituais do mesmo rito
descrevem tetos diferentes. Esses mesmos estudiosos não se acham em sintonia e cada
qual defende uma particular imagem para cada teto.
Dentre os autores aqui consultados observa-se que Pike elaborou um teto para o
Rito Escocês Antigo e Aceito, sendo este utilizado com ligeira modificação pelos rituais.
Posso afirmar que é a imagem que prevalece entre os rituais por todo o mundo. Refere-se
a imagem, todavia, a uma disposição simbólica de planetas e estrelas visíveis sempre no
hemisfério norte do globo terrestre.
Castellani diz que não há obrigatoriedade de que os tetos dos templos sejam
estrelados e que muitos templos os têm a esmo, bastando apenas a presença do sol e da
lua para mostrar a transição do dia para a noite. Já Ragon, sem entrar em detalhes, entende
que cada teto deve ser semeado de estrelas. Charlier expressa-se dizendo que se o Templo
representa o Universo, seu teto deve ter a figura do firmamento sem, no entanto, também
descer a detalhes.
Pedro Juk defende que o teto deve ser decorado com os astros segundo as posições
reais que ocupam no hemisfério norte, pelo fato de que a Maçonaria nasceu nesse
hemisfério. E Modena é terminantemente contrário a qualquer modificação no plano do
teto. Diz que o que se tem hoje não é a abóbada tradicional, representativa do céu da
antiga Mesopotâmia, mas um simulacro de céu astronômico que nada acrescenta ao
conhecimento do iniciado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARR, Harry. (Barb Karg e John K. Young). O Ofício do Maçom. Editora Madras.
São Paulo. 2007.
COSTA, J. R. V. Sírius, a Miss Universo. Tribuna de Santos, Santos, SP, 11 jun 2007.
Caderno de Ciência e Meio Ambiente, p. D-2.
GRANDE LOJA DA PARAÍBA. Ritual de Aprendiz. Editora da UFPB. João Pessoa. PB.
1992.
GRANDE LOJA DA PARAÍBA. Ritual de Aprendiz. Gráfica Santo Antônio. Patos. PB.
2005.
JUK, Pedro. Abóbada do Templo Maçônico – REAA. In Blog do Pedro Juk: http://pedro-
juk.blogspot.com.br/2017/03/abobada-do-templo-maconico-reaa_12.html. Capturado
em 21.09.2017.
PERAU, Abade Gabriel Luiz Calabre. A Ordeem Maçônica Traída e seus Segredos
Revelados. Editora A Trolha. Londrina. 2001.
PIKE, Albert. O Pórtico e a Câmara do Meio. Editora Landmark. São Paulo. 2001.
SOUSA, Ailton Elisiário de. Governo do Rito Escocês Antigo e Aceito. In Revista O
Buscador. N° 2. Loja Renascença. Campina Grande. PB. Págs. 9-34. Dezembro de
2009.
____________________
* O autor é Grão Mestre Adjunto da Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba, Membro Emérito do
Supremo Conselho do Grau 33 do REAA da Maçonaria para a República Federativa do Brasil, Ex-
Venerável Mestre da Loja Maçônica de Estudos e Pesquisas Renascença n° 1, Ex-Venerável Mestre da
Loja Simbólica Regeneração Campinense n° 2, Membro da Academia Paraibana de Letras Maçônicas e
Ex-Presidente da Academia de Letras de Campina Grande. É professor universitário, formado em
Economia, Direito e Teologia, com grau de Mestre em Economia.