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Noções de Direito Administrativo


Poderes Administrativos
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Poderes Administrativos
Prof. Diogo Surdi

SUMÁRIO
Poderes Administrativos...............................................................................5
1. Introdução..............................................................................................5
2. Poder Vinculado.......................................................................................8
3. Poder Discricionário..................................................................................9
3.1. Conceitos Jurídicos Indeterminados....................................................... 13
4. Poder Hierárquico.................................................................................. 14
5. Poder Disciplinar.................................................................................... 18
6. Poder Regulamentar............................................................................... 21
6.1. Decretos Autônomos........................................................................... 24
7. Poder de Polícia..................................................................................... 26
7.1. Poder de Polícia em Sentido Amplo e Restrito.......................................... 28
7.2. Diferença entre Polícia Administrativa e Polícia Judiciária.......................... 29
7.3. Formas de Exercício............................................................................ 31
7.4. Atributos............................................................................................ 32
7.4.1. Discricionariedade............................................................................ 33
7.4.2. Autoexecutoriedade.......................................................................... 34
7.4.3. Coercibilidade.................................................................................. 35
7.5. Competência...................................................................................... 35
7.6. Poder de Polícia Originário e Derivado.................................................... 37
7.7. Ciclo de Polícia.................................................................................... 40
7.8. Prescrição.......................................................................................... 42
8. Uso e Abuso de Poder............................................................................. 44
8.1. Excesso de Poder................................................................................ 45
8.2. Desvio de Poder.................................................................................. 47
9. Deveres do Administrador Público............................................................ 48
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9.1. Poder-Dever de Agir............................................................................ 49


9.2. Dever de Prestar Contas...................................................................... 49
9.3. Dever de Probidade............................................................................. 50
9.4. Dever de Eficiência.............................................................................. 51
10. Resumo.............................................................................................. 51
Questões de Concurso................................................................................ 56
Gabarito................................................................................................... 67
Gabarito Comentado.................................................................................. 68

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DIOGO SURDI
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e professor de Direito
Administrativo em concursos públicos, para vários cargos, dentre os
quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (2014),
Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Fe-
deral do Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-
-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.

Olá, aluno(a), tudo bem? Espero que sim!

Na aula de hoje, estudaremos os Poderes Administrativos, assunto bastante

interessante e repleto de entendimentos doutrinários.

Grande abraço e boa aula!

Diogo

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PODERES ADMINISTRATIVOS

1. Introdução

Quando estudamos os princípios administrativos, verificamos que a base do

ordenamento jurídico é composta pelos supraprincípios da supremacia do inte-

resse público e da indisponibilidade do interesse público.

Assim, para que o Poder Público possa alcançar a sua finalidade, que é a de

garantir a integridade da coletividade, faz-se necessária a existência de prer-

rogativas e sujeições aos agentes públicos, uma vez que são estes quem desem-

penham as atividades em nome do Estado.

No âmbito das prerrogativas, o regime jurídico confere aos agentes certos

poderes que não estão presentes na relação entre particulares, mas apenas no

âmbito da relação do Poder Público com os administrados. Tais poderes são ins-

trumentos de que se vale o agente estatal para conseguir fazer valer a vontade do

Estado. Como operam no âmbito da atividade administrativa, são conhecidos como

poderes administrativos.

Não se confundem os poderes administrativos com os Poderes do Estado. En-

quanto estes são os alicerces da organização estatal, formados pelo Executivo, pelo

Legislativo e pelo Judiciário, os poderes administrativos são meios de alcance da

vontade da Administração Pública.

Também não podemos confundir os poderes administrativos com os poderes

políticos, uma vez que estes são os utilizados com base nas diretrizes expressas na

Constituição Federal e exercidos com alto grau de discricionariedade. Como exem-

plo de poderes políticos, temos o poder para propor a iniciativa de uma lei e para

vetar ou sancionar uma lei anteriormente aprovada.

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Ainda que o termo “poderes” seja comumente utilizado, ressalta-se que não há

facultatividade na sua utilização por parte dos agentes públicos. Assim, diante de

uma situação em que o administrador deva exercer o poder a ele legalmente con-

ferido, não há margem de decisão entre fazer ou não uso de tal prerrogativa.

Nesse sentido, a doutrina entende que os poderes administrativos se caracteri-

zam por ter uma natureza de obrigação, de dever a ser cumprido.

Aprendendo na prática

Como veremos adiante, um dos poderes administrativos é o poder de polícia,

que possibilita que a Administração, por meio da atuação dos seus agentes pú-

blicos, limite um direito individual em prol do bem-estar da coletividade.

Dessa forma, caso o agente esteja diante de uma situação que coloque em risco

a coletividade (tal como uma construção com risco de desabamento), o agente

administrativo deve efetuar todas as medidas necessárias para impedir que a

população seja prejudicada.

Não resta dúvida de que a atuação do agente, nesta e nas demais situações, é

obrigatória, tratando-se, por isso mesmo, de um poder-dever.

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Frisa-se, no entanto, que o agente público não possui ampla e total liberdade

para fazer uso dos poderes administrativos, que, por isso mesmo, apenas podem

ser exercidos dentro do estritamente necessário para o alcance dos fins públicos,

sob pena de caracterização de abuso de poder.

No âmbito das sujeições, o administrador público possui uma série de obriga-

ções com a sociedade. Assim, ainda que vários sejam os poderes conferidos aos

agentes públicos, os deveres surgem à tona como uma possibilidade de controle,

por parte da sociedade, acerca do regular uso dos poderes outrora conferidos.

Como decorrência das prerrogativas conferidas à

Administração, os agentes públicos devem fazer uso

dos poderes administrativos.

Como decorrência das sujeições, a Administração

está obrigada a uma série de deveres, os quais possi-

bilitam que a sociedade fiscalize a atuação dos agen-

tes públicos.

De acordo com a doutrina majoritária, são os seguintes os poderes administra-

tivos passíveis de utilização pela Administração Pública: poder vinculado, poder

discricionário, poder hierárquico, poder disciplinar, poder regulamentar e

poder de polícia.

Ainda que cada um dos poderes tenha suas próprias peculiaridades, é possível

estabelecer, como característica comum a todos os poderes administrativos, as

seguintes:

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• São decorrência das prerrogativas conferidas à Administração Pública;

• Devem ser exercidos dentro da estrita necessidade, sob pena de restar con-

figurado abuso de poder;

• São irrenunciáveis, de forma que não há a possibilidade de os agentes públi-

cos deixarem de exercê-los;

• São poderes instrumentais, não podendo ser confundidos com os poderes

estruturais do Estado e com os poderes políticos;

2. Poder Vinculado

Poder vinculado ou regrado é o que a lei confere ao administrador para a

prática de atos de sua competência, determinando todos os requisitos necessários

à sua formalização. Nesse caso, o administrador não possui margem decisória, de-

vendo praticar o ato da forma como está previsto em lei.

No âmbito dos atos administrativos, cinco são os requisitos de validade, sendo

eles a competência, a finalidade, a forma, o motivo e o objeto.

Nos atos vinculados, todos os requisitos sempre estarão presentes, de forma

que a margem de liberdade do agente público é praticamente inexistente. Por isso

mesmo é que boa parte da doutrina costuma afirmar que o poder vinculado, ainda

que seja classificado como um dos poderes administrativos existentes, trata-se, na

verdade, de um dever do administrador público.

Assim, uma vez tendo sido editada a lei, esta já estabelece todos os requisitos

a serem observados quando da prática do ato administrativo. Cabe ao agente, em

consonância com o princípio da legalidade, a mera execução, diante da ocorrência

da situação prevista em lei, do ato administrativo.

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Aprendendo na prática

Uma lei determina que sempre que o particular atender a determinadas condi-

ções, deverá a Administração competente conceder-lhe a licença para construir.

Tendo o particular apresentado, junto à repartição, as condições exigidas em lei,

não poderá o Poder Público analisar se deve ou não conceder a licença, estando

vinculado ao pedido do administrado.

Trata-se, como se percebe, de uma obrigação do agente público.

3. Poder Discricionário

Como anteriormente afirmado, cinco são os requisitos que conferem validade ao

ato administrativo (competência, finalidade, forma, motivo e objeto).

Em se tratando da competência, da finalidade e da forma, tais requisitos sempre

estarão presentes em todos os atos administrativos. Com relação ao motivo e ao

objeto, entretanto, temos que estes formam, em conjunto, o mérito do ato admi-

nistrativo.

Dessa forma, é por meio do mérito administrativo que os agentes públicos po-

dem analisar, diante do caso concreto, a conveniência e a oportunidade da situação.

Conceitua-se poder discricionário, dessa forma, como aquele que possibilita ao

agente público atuar com liberdade de atuação. Tal grau de liberdade, salienta-se,

não é total, devendo ser exercido dentro dos limites previamente definidos em lei.

Aprendendo na prática

Uma lei determina que a Administração Pública poderá, caso assim o queira, au-

torizar que particulares utilizem a área de uma praça pública para a instalação

de pequenos negócios, auferindo lucro com a exploração.

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Em tal situação, ainda que o particular solicite a autorização junto ao Poder

Público, esta não possui a obrigação de concedê-la, devendo, antes de tomar a

decisão, analisar aspectos relacionados com a conveniência (se deve ou não au-

torizar) e com a oportunidade (qual o melhor momento) do ato administrativo.

Em suma, percebe-se que o administrador não está vinculado a um determinado

comportamento, podendo, nas situações em que a lei lhe confere a possibilidade

de uso do poder discricionário, escolher a melhor decisão a ser tomada.

A discricionariedade não pode ser confundida com a arbitrariedade. Enquanto

esta representa uma ação ou conduta que contraria ou excede à lei, a discriciona-

riedade, como já mencionado, é uma liberdade concedida ao agente público para

ser exercida dentro dos limites da lei.

Assim, qualquer ato arbitrário deve ser objeto de anulação por parte do Poder

Judiciário, desde que provocado. No âmbito da discricionariedade, por sua vez, o

Poder Judiciário apenas pode analisar a legalidade da situação, não podendo aden-

trar no mérito administrativo.

Merece destaque, nesse sentido, a possibilidade de controle judicial dos atos

praticados como decorrência do exercício do poder discricionário. Não há como

negar que o Poder Judiciário pode analisar todos os atos administrativos (sejam

eles vinculados ou discricionários) no que se refere ao aspecto de legalidade. Em

tais situações, o Poder Judiciário está fazendo uso de sua função típica, que é a de

julgar, em plena consonância com o princípio da separação dos Poderes.

No que se refere à possibilidade do Poder Judiciário adentrar no mérito dos atos

administrativos discricionários, vigora, em nosso ordenamento, a regra acerca da

impossibilidade de tal análise.


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Salienta-se, no entanto, que os tribunais superiores já possuem entendimento

no sentido de ser possível a análise de mérito, por parte do Poder Judiciário, quan-

do os atos administrativos discricionários forem praticados sem a observância da

vontade da lei.

Aprendendo na prática

Suponhamos que uma norma determine que a venda de produtos vencidos acar-

rete, para o respectivo comerciante, uma multa cujo valor poderá variar entre

R$ 1.000 e R$ 100.000.

Nesse caso, percebe-se que o agente público terá uma margem de liberdade

para atuar, uma vez que irá verificar, diante da gravidade do caso concreto, qual

a multa que melhor condiz com a realidade encontrada.

Percebe-se, assim, que a vontade da lei é conceder uma margem de liberdade

ao agente público para uma correta aplicação diante das mais diferentes situ-

ações. E isso ocorre porque a norma, por si só, é incapaz de prever todas as

possibilidades.

Realizada a fiscalização, observa o agente público que uma pequena quantidade

de mercadorias encontra-se vencida. Diante da situação, o agente estatal aplica

uma multa de R$ 100.000 à empresa.

Nessa situação hipotética, foi observada a vontade da lei?

Certamente que não, podendo o ato administrativo, ainda que discricionário, ser

objeto de análise, pelo Poder Judiciário, acerca do mérito administrativo.

Em situações como a acima exposta, os tribunais analisam o mérito administra-

tivo sob a ótica dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, conforme

se observa, por exemplo, do teor de julgado do STJ, extraída no âmbito do Recurso

Especial 429.570/GO:
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Jurisprudência para Concursos

1. Na atualidade, a Administração Pública está submetida ao império da lei, in-

clusive quanto à conveniência e oportunidade do ato administrativo.

2. Comprovado tecnicamente ser imprescindível, para o meio ambiente, a rea-

lização de obras de recuperação do solo, tem o Ministério Público legitimidade

para exigi-la.

3. O Poder Judiciário não mais se limita a examinar os aspectos extrínsecos da

Administração, pois pode analisar, ainda, as razões de conveniência e oportu-

nidade, uma vez que essas razões devem observar critérios de moralidade e

razoabilidade.

4. Outorga de tutela específica para que a Administração destine do orçamento

verba própria para cumpri-la.

Podemos sintetizar esse entendimento por meio do quadro abaixo:

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3.1. Conceitos Jurídicos Indeterminados

Os conceitos jurídicos indeterminados são situações que ocorrem quando

as disposições da lei não são exatas o suficiente para que o administrador, quando

da edição do ato administrativo, consiga interpretar com certeza a medida a ser

adotada. Trata-se, por isso mesmo, de uma zona cinzenta e com certa margem de

escolha do administrador público.

O autor José dos Santos Carvalho Filho apresenta uma definição importante

acerca de tais conceitos:

Desse modo, quando a lei não estabelece critérios objetivos que permitam inferir quan-
do tais fins são alcançados, haverá discricionariedade administrativa. Por exemplo: a
autorização para fazer reunião em praça pública será outorgada segundo a autoridade
competente entenda que ela possa ou não ofender a ordem pública.

Nota-se, do exemplo mencionado pelo autor, que a autorização poderá ou não

ser concedida, sendo que o que deverá ser levado em conta, para a sua concessão,

é o fato de não ocorrer ofensa à ordem pública.

Mas se percebe que não há uma definição exata do que vem a ser ordem públi-

ca, cabendo ao administrador, quando da prática do ato, analisar, de acordo com a

sua concepção, se o ato acarreta ou não ofensa à ordem pública.

Em todas essas situações (em que a lei faz uso de conceitos jurídicos indeter-

minados), estaremos diante, quando da prática do ato administrativo, da utilização

do poder discricionário.

Podemos sintetizar as principais diferenças entre os poderes vinculado e discri-

cionário por meio da tabela abaixo:

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Poder Vinculado Poder Discricionário


Nenhuma margem de escolha para Alguma margem de escolha para
a realização do ato. a realização do ato.
Requisitos competência, finalidade e forma Requisitos competência, finalidade e
são sempre vinculados. forma são sempre vinculados.
Requisitos motivo e objeto Requisitos motivo e objeto
são vinculados. são discricionários.

4. Poder Hierárquico

O poder hierárquico está fundamentado na necessidade de organização que

os órgãos e entidades possuem para poder desempenhar de melhor forma a função

pública. Relaciona-se o poder hierárquico com a possibilidade de o agente público

dar ordens, fiscalizar, rever e, principalmente, de avocar e delegar competências.

Por operar-se no âmbito de uma mesma pessoa jurídica, a atuação decorrente

de tal poder pressupõe hierarquia e subordinação. E a hierarquia, ressalta-se, é

característica inerente a toda a atividade administrativa, não havendo necessidade

de edição de lei para a sua existência.

Temos hierarquia, dessa forma, no âmbito interno de um órgão administrativo

ou de uma entidade integrante da Administração Pública indireta.

Em sentido oposto, não teremos hierarquia entre as entidades da Administra-

ção indireta e as integrantes da Administração direta, uma vez que a subordinação

apenas existe no âmbito de uma mesma pessoa jurídica.

Aprendendo na prática

Quando uma entidade da Administração indireta resolve distribuir internamente

suas competências, criando os órgãos públicos, estamos diante de uma relação

hierárquica, uma vez que estamos no âmbito de uma mesma pessoa jurídica.

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Quando ocorre a criação de uma autarquia, entidade integrante da Administra-

ção Pública indireta, não estamos diante de uma relação hierárquica, uma vez

que a subordinação não está presente entre pessoas jurídicas distintas.

Merece destaque, no âmbito do poder hierárquico, a possibilidade de delegação

e avocação de competências. Por delegação pode-se entender a transferência de

parte da competência originariamente atribuída a um órgão ou entidade para outro

de mesmo nível ou de nível hierarquicamente inferior.

A previsão para a delegação, no âmbito federal, está prevista no artigo 12 da

Lei n. 9.784/1999, que assim expressa:

Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, de-
legar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe
sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns-
tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

Dessa forma, a delegação, como regra, sempre será possível, salvo nos casos

em que a lei expressamente preveja a sua vedação.

No âmbito federal, em conformidade com as disposições da Lei n. 9.784/1999,

três são as situações em que não poderá ocorrer a delegação: a) a edição de atos

de caráter normativo; b) a decisão de recursos administrativos; c) as ma-

térias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

Em sentido oposto, a regra é a de que a avocação apenas será possível nos ca-

sos em que a lei assim o prever, tratando-se, conforme demonstra o artigo 15 da

Lei n. 9.784/1999, de medida excepcional. Na avocação, ocorre o chamamento, por

parte de um órgão hierarquicamente superior, de competência inicialmente atribu-

ída a um órgão com hierarquia inferior.

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Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente

justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquica-

mente inferior.

1. (CESPE/SUFRAMA/2014/AGENTE ADMINISTRATIVO) A legislação concede à Ad-

ministração poderes extraordinários, necessários para que o Estado alcance os seus

fins. Em relação aos poderes da Administração Pública, julgue o item seguinte.

O poder hierárquico confere aos agentes superiores o poder para avocar e delegar

competências.

Certo.

Sempre que estivermos diante do poder hierárquico, temos que nos lembrar de su-

bordinação. Assim, o superior pode delegar e avocar o exercício de competências.

É decorrência do poder hierárquico, ainda, a possibilidade de revisão, pela au-

toridade superior, dos atos praticados pelos seus subordinados. Como resultado,

pode a autoridade superior manter o ato inicialmente praticado, anulá-lo, revogá-lo

ou convalidá-lo.

Em tais situações, as mesmas regras concernentes aos atos administrativos

são aplicáveis, de forma que tanto a anulação quanto a convalidação podem ser

declaradas de ofício, pela Administração Pública, ou mediante provocação do inte-

ressado. A convalidação, por sua vez, consiste no saneamento dos defeitos de um

ato por meio da edição de um ato posterior.

Tais hipóteses estão expressas na Súmula 473 do STF, de seguinte teor:

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A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tor-
nam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de con-
veniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos
os casos, a apreciação judicial.

As prerrogativas decorrentes do exercício do poder hierárquico podem ser resu-

midas no quadro a seguir:

2. (CESPE/TCE-PA/EDUCACIONAL/2016) A respeito dos agentes públicos e dos po-

deres da Administração Pública, julgue o item que se segue.

Quando um servidor detentor de cargo de chefia assina expediente em concordân-

cia com o conteúdo de ato elaborado por servidor subordinado, está caracterizada

uma expressão do poder hierárquico.

Certo.

Na situação, o superior está exercendo as atividades de comando e de fiscalização,

práticas que são decorrência do poder hierárquico.

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5. Poder Disciplinar

O poder disciplinar é aquele que autoriza que o Poder Público investigue as

infrações cometidas e aplique as penalidades previstas em lei a todos que mante-

nham um vínculo específico com o Estado.

Desse conceito inicial, se percebe que duas classes distintas de pessoas po-

dem ser penalizadas com base no poder disciplinar: os servidores públicos re-

gidos por um estatuto funcional ou os particulares alheios à atividade pública,

sendo necessária, neste último caso, a existência de um vínculo necessaria-

mente específico.

Quando a Administração investiga as infrações cometidas por seus servidores e

aplica, após a comprovação da ocorrência da falta funcional, as penalidades admi-

nistrativas previstas em lei, estamos diante de uma medida direta do poder disci-

plinar e indireta do poder hierárquico.

Isso ocorre porque a prerrogativa de organizar e estruturar internamente a

Administração é decorrência do poder hierárquico. Logo, quando o Poder Público

pune alguém internamente, ainda que faça uso do poder disciplinar (pois trata-se

de uma penalidade), tal poder é decorrência direta do poder hierárquico.

Aprendendo na prática

Tales, servidor público, cometeu uma infração disciplinar punível com a penali-

dade de advertência.

Em tal situação, como Tales pertence aos quadros funcionais do Poder Público,

a aplicação da referida penalidade é decorrência direta do poder disciplinar e

indireta do poder hierárquico.

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O poder disciplinar também pode ser utilizado para a aplicação de sanções a ter-

ceiros que não sejam agentes públicos. Nesse caso, faz-se necessário que o particu-

lar possua um vínculo específico com a Administração, tal como ocorre, por exem-

plo, com os que celebram contrato administrativo com o Poder Público, ou então

com os alunos de uma escola pública ou com os pacientes de um hospital público.

Em todas essas situações, existe um vínculo que liga os particulares com o Es-

tado. Quando da aplicação das sanções, estaremos diante do poder disciplinar, com

a ressalva de que, nesses casos, este não será decorrente do poder hierárquico.

Uma das principais características atribuída ao poder disciplinar é a discricio-

nariedade. Deve-se ter o cuidado, no entanto, para não associarmos tal caracte-

rística com a possibilidade do agente público escolher, diante da comprovação de

uma infração, se deve ou não aplicar a penalidade administrativa.

Como já afirmado, os poderes administrativos são de exercício obrigatório, não

podendo ser renunciados pelos agentes estatais. O que é discricionário, no âmbito

do poder disciplinar, é a escolha da penalidade que melhor se coadune com a prá-

tica da infração pelo servidor ou pelo particular.

Importante salientar que o poder disciplinar não está relacionado com as in-

vestigações destinadas a apurar o cometimento de crimes e contravenções penais,

tampouco com as penalidades decorrentes da utilização do poder de polícia.


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No âmbito das infrações penais, são as corporações específicas que deverão

instaurar o inquérito, submetendo seu relatório para análise do Poder Judiciário. Já

com relação ao poder de polícia, como veremos adiante, ocorre uma limitação de

um direito individual em prol de um interesse maior, comum a toda a coletividade

envolvida.

Podemos distinguir os três tipos de atuação por meio da tabela abaixo:

Aplicadas a agentes internos ou a terceiros com vínculo


Sanções disciplinares
específico com o Poder Público.
Aplicadas a particulares sem vínculo com o Poder Público,
Sanções de polícia
limitando um direito em prol da coletividade.
Aplicadas a particulares em decorrência dos crimes
Sanções penais
e contravenções penais.

Em todas as situações em que estiver sendo utilizado o poder disciplinar, deve o

agente responsável pela aplicação da penalidade assegurar aos agentes públicos ou

aos particulares ligados o direito as garantias do contraditório e da ampla defesa.

Para tal, deve instaurar o competente procedimento administrativo, medida

que garante ao particular o conhecimento dos motivos que ensejaram a aplica-

ção da penalidade e a possibilidade de interposição de recurso quando entender

conveniente.

Salienta-se, por fim, que a motivação sempre deve estar presente em todas as

medidas do Poder Público que impliquem em restrições ou prejuízos aos adminis-

trados, tal como ocorre, conforme analisado, quando da aplicação das penalidades

administrativas.

3. (CESPE/AUD./FUB/2015) Acerca dos poderes administrativos, julgue o item que

se segue.
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O âmbito de incidência do poder disciplinar da Administração Pública está restrito

aos servidores públicos.

Errado.

O poder disciplinar pode incidir tanto sobre os servidores públicos quanto perante

terceiros que estejam ligados à Administração Pública mediante um vínculo espe-

cífico. Como exemplo desta última situação, cita-se os particulares que celebraram

contrato administrativo com o Poder Público.

6. Poder Regulamentar

A lei, enquanto fonte primária do Direito Administrativo, possui as característi-


cas da generalidade e da abstração. Por meio delas, as disposições emanadas
dos dispositivos legais são aplicadas a todas as pessoas que se encontrem em uma

das situações previstas na norma, e não a destinatários específicos.


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Dessa forma, seria extremamente dificultoso para as leis prever todas as pos-

síveis situações existentes, sem considerarmos que tal fonte, normalmente, apre-

senta conceitos jurídicos vagos e indeterminados.

Para evitar que os administrados suscitem uma série de dúvidas acerca da apli-

cação das disposições legais é que surge o poder regulamentar, que consiste na

prerrogativa conferida aos Chefes do Poder Executivo para a edição de decretos

destinados à regulamentação das leis.

Aprendendo na prática

Digamos que o Poder Legislativo municipal tenha editado uma lei conferindo a

todos os servidores daquela cidade um adicional com base na produtividade.

Nesse caso, você acha que seria viável conceder o adicional recém-apro-

vado a todos os servidores, com base exclusivamente na lei aprovada?

Claro que não! A lei normalmente possui conceitos indeterminados e vagos, que

carecem de regulamentação e detalhamento para que possa produzir todos os

efeitos que almeja.

E qual a forma de detalhar e regulamentar essa Lei?

É o decreto regulamentar, instrumento passível de utilização pelos Chefes do

Poder Executivo.

Parte da doutrina afirma que o poder regulamentar seria uma espécie do gênero

poder normativo.

Dessa forma, o poder normativo compreenderia todos os decretos de regula-

mentação, inclusive os editados por autoridades que não sejam os Chefes do Exe-

cutivo. Já o poder regulamentar, por sua vez, seria composto apenas pelos decretos

regulamentares editados pelos Chefes do Executivo.

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A possibilidade de utilização dos decretos regulamentares encontra fundamento

no artigo 84, IV, da Constituição Federal, que assim dispõe:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regula-
mentos para sua fiel execução;

Ainda que a Constituição Federal faça menção apenas ao Presidente de Repú-

blica, as disposições concernentes à possibilidade de edição de decretos com a fi-

nalidade de regulamentar as leis é aplicável, de acordo com o princípio da simetria

constitucional, aos demais Chefes do Executivo. Assim, tanto o Presidente da Re-

pública quanto os Governadores e os Prefeitos possuem a competência para editar

decretos regulamentares.

Importante salientar que a edição de decretos regulamentares trata-se de uma

competência indelegável dos Chefes do Poder Executivo.

Da mesma forma, não pode tal autoridade fazer uso da edição de um decreto

com a finalidade de suspender a execução de uma lei, uma vez que esta possui

hierarquia superior à norma que a regulamenta.


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Jurisprudência para Concursos

Nesse sentido é o entendimento do STF, conforme se extrai do julgamento do

Recurso Especial 582.487:

“(...) o STF assentou que é vedado ao chefe do Poder Executivo expedir decreto

a fim de suspender a eficácia de ato normativo hierarquicamente superior.”

Salienta-se que os decretos regulamentares, uma vez que destinados à regula-

mentação da lei, não sofrem a incidência do controle de constitucionalidade, já que

tal forma de controle leva em conta o texto de uma norma em comparação com a

Constituição.

Em sentido contrário, os decretos, quando excederem a finalidade para a qual

foram instituídos, estão sujeitos a simples controle de legalidade, conforme se ob-

serva, por exemplo, da decisão do STF no âmbito da ADIn 2387/DF:

É firme a jurisprudência deste Supremo Tribunal no sentido de que a questão relativa


ao decreto que, a pretexto de regulamentar determinada lei, extrapola o seu âmbito de
incidência, é tema que se situa no plano da legalidade, e não no da constitucionalidade.

6.1. Decretos Autônomos

A principal diferença entre as leis e os decretos regulamentares consiste na

possibilidade daquelas inovarem no ordenamento jurídico, ao passo que os

decretos servem para regulamentar as disposições legais e não possuem o

podem de inovar no ordenamento.

Entretanto, com a publicação da Emenda Constitucional n. 32, ocorrida em

2001, passamos a contar, em nosso ordenamento jurídico, com a figura dos decre-

tos autônomos.

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Tais instrumentos, ao contrário do que ocorre com os decretos regulamentares,

podem, nas estritas hipóteses previstas no texto constitucional, inovar no ordena-

mento jurídico, tal como ocorre com as leis.

As situações que dão ensejo à utilização dos decretos autônomos estão previs-

tas no artigo 84, VI, da Constituição Federal:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da Administração federal, quando não implicar aumen-
to de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

Como se nota, são situações em que o Chefe do Poder Executivo, ainda que

possa inovar no ordenamento jurídico, está adstrito às regras previstas no diploma

constitucional.

Tal como ocorre com os decretos regulamentares, a possibilidade de edição de

decretos autônomos se estende, em sintonia com o princípio da simetria, aos de-

mais Chefes do Poder Executivo. No entanto, ao contrário do que ocorre com os de-

cretos regulamentares, que não podem ser objeto de delegação, os decretos autô-

nomos, ainda que passíveis de inovação, podem, nos termos do parágrafo único do

artigo 84 da Constituição Federal, ter o seu exercício delegado ao Procurador-Geral

da República, aos Ministros de Estado e ao Advogado-Geral da União:

O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI,


XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República
ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações.

Como se trata o decreto autônomo de uma norma que inova no ordenamento

jurídico, nada mais natural do que a sua sujeição ao controle de constitucionalida-

de, uma vez que o parâmetro adotado no âmbito de tal controle são as normas que

inovam o ordenamento jurídico em consonância com a Constituição.


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As diferenças e semelhanças entre os decretos regulamentares e os decretos

autônomos podem ser visualizadas na seguinte tabela:

Decretos regulamentares Decretos autônomos


Não inovam no ordenamento jurídico; Inovam no ordenamento jurídico;
Estão sujeitos a controle
Estão sujeitos a controle de legalidade;
de constitucionalidade;
São normas gerais e abstratas; São normas gerais e abstratas;
Competência dos Chefes do Competência dos Chefes do
Poder Executivo; Poder Executivo;
Não pode ser objeto de delegação; Pode ser objeto de delegação;
Pode ser utilizado em todas as hipóteses Apenas pode ser utilizado
em que a lei necessitar de regulamentação. em matérias específicas.

7. Poder de Polícia

O ordenamento jurídico passou a reconhecer, a partir de meados do século

XVIII, a necessidade do Estado assegurar uma série de direitos à popula-

ção. Com isso, deixava de existir a figura do Estado opressor (limitador de direi-

tos), para vir à tona a obrigatoriedade do Poder Público assegurar uma série de

benefícios aos administrados.

Para alcançar estes benefícios e garantir o bem-estar da coletividade é que sur-

ge a ideia central do exercício do poder de polícia.

O conceito de poder de polícia, ainda que cercado por entendimentos doutriná-

rios, possui base legal. E este dispositivo é o Código Tributário Nacional, que em

seu artigo 78 assim dispõe:

Considera-se poder de polícia atividade da Administração Pública que, limitando ou


disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de
fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou
ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
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Desse conceito conseguimos extrair o núcleo do poder de polícia, que é a restri-

ção de um direito particular em prol de toda a coletividade.

Aprendendo na prática

Imagine que um prédio está sendo construído, mas que a autoridade adminis-

trativa verifica que tal edificação pode colocar em risco a segurança dos mora-

dores vizinhos.

Nessa hipótese, a autoridade, pautada no seu poder de polícia, determina que

o particular que está construindo o edifício adote as providências legais ou, a

depender da gravidade, pode determinar até mesmo a demolição da construção.

Em ambas as medidas, temos a restrição de um direito individual em prol do

bem-estar da população.

Em consonância com o conceito de poder de polícia é o entendimento do pro-

fessor Hely Lopes Meirelles, para o qual o poder de polícia “incide sobre bens,

atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do pró-

prio Estado”.

Nota-se assim que o poder de polícia se diferencia, em muitos aspectos, do

poder disciplinar. Se, no âmbito do poder disciplinar, faz-se necessário a existência

de um vínculo com o Poder Público (que pode ser interno ou, quando se tratar de

terceiros, específico), o poder de polícia, em sentido oposto, incide sobre toda a

população, ainda que não haja um elo com a Administração Pública.

Com o poder de polícia, a Administração objetiva assegurar a manutenção do

bem-estar coletivo, tratando-se, por isso mesmo, de uma das manifestações que

decorre diretamente do princípio da supremacia do interesse público.

Dessa abordagem inicial, conseguimos extrair as seguintes características ine-

rentes ao poder de polícia:


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7.1. Poder de Polícia em Sentido Amplo e Restrito

Parte da doutrina chega a afirmar que o exercício do poder de polícia poderia

ocorrer em dois sentidos distintos, sendo eles o amplo e o restrito.

Em sentido amplo, o poder de polícia estaria configurado não só pelas práticas

adotadas pela Administração Pública, como também pelos atos do Poder Legislativo

que condicionassem os direitos do indivíduo.

Assim, para aqueles que afirmam existir a possibilidade de exercício do poder de

polícia em sua acepção ampla, a edição de uma lei (atividade típica do Poder Legis-

lativo) que limitasse a propriedade ou a liberdade do indivíduo em prol do interesse

coletivo seria considerada como manifestação do poder de polícia.

Em sentido estrito, o poder de polícia estaria configurado apenas no âmbito

das atividades desempenhadas pela Administração Pública. Tais atividades pode-

riam ser relacionadas com a edição de normas gerais (tal como os regulamentos

administrativos) ou com medidas de caráter concreto e específico (como a fiscali-

zação e a expedição de licenças).


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7.2. Diferença entre Polícia Administrativa e Polícia Judiciária

As diferenças entre as atividades de polícia administrativa e as de polícia judi-

ciária são bastante exigidas em provas de concurso. Dessa forma, conseguimos

diferenciar ambas as atividades, basicamente, por meio de quatro características:

a) As atividades de polícia administrativa incidem sobre bens, sobre direitos

ou sobre atividades, ao passo que a polícia judiciária incide sobre pessoas.

Aprendendo na prática

Exemplo de atividade decorrente de polícia administrativa é a apreensão de

mercadorias vencidas (incidente sobre bens).

Exemplo de atividade decorrente de polícia judiciária é a prisão de um grupo

terrorista (incidente sobre pessoas).

b) A polícia administrativa é inerente ao próprio desempenho da função

pública, uma vez que uma das finalidades da Administração é garan-

tir o bem-estar da coletividade. Logo, todos os órgãos e entidades pau-

tados pelo regime jurídico de direito público podem, quando no desempenho

regular de suas atividades, fazer uso do poder de polícia.


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A polícia judiciária, por outro lado, apenas pode ser utilizada por corporações

especializadas e por profissionais previamente treinados para o seu correto de-

sempenho.

Aprendendo na prática

A atividade administrativa pode ser desempenhada tanto por um órgão da Ad-

ministração direta (quando da concessão de uma licença para construção, por

exemplo), quando por uma entidade da Administração indireta de direito público

(autarquias e fundações públicas).

c) A polícia administrativa age predominantemente de forma preventi-

va, uma vez que o seu exercício possui como fundamento evitar a vio-

lação do interesse coletivo. Salienta-se, no entanto, que é perfeitamente

possível a utilização da polícia administrativa em caráter repressivo, com a

ressalva de que tal modalidade de exercício é feita em caráter de exceção.

Um típico exemplo de atividade preventiva de poder de polícia é a concessão de

alvará para o funcionamento de um estabelecimento comercial. Caso o particular

descumpra as normas legais, poderá o poder público, fazendo uso do poder de po-

lícia em caráter repressivo, interditar o estabelecimento.

A polícia judiciária, ao contrário, age predominantemente de forma repressiva,

uma vez que é após os acontecimentos (tal como um crime) que ela é provocada.

Nada impede, por exemplo, que a polícia judiciária atue de forma preventiva, situ-

ação que ocorre, por exemplo, com as práticas de policiamento preventivo.

d) Uma última diferenciação se refere às possíveis áreas de atuação dos dois

tipos de polícia. Enquanto a polícia administrativa age em relação aos

ilícitos administrativos, a polícia judiciária tem como objetivo combater as

práticas de ilícitos penais.


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Tais diferenciações podem ser resumidas da seguinte forma:

Polícia administrativa Polícia judiciária


Incide sobre bens, sobre direitos e
Incide apenas sobre pessoas;
sobre atividades;

É inerente à função administrativa, podendo Apenas pode ser desempenhada por corpo-
ser desempenhada por todos os órgãos e rações específicas e por profissionais previa-
entidades regidos pelo direito público; mente treinados para tal atividade;

Atua predominantemente de forma preventiva, Atua predominantemente de forma repressiva,


podendo também agir de forma repressiva; podendo também agir de forma preventiva;

Combate os ilícitos administrativos. Combate os ilícitos penais.

7.3. Formas de Exercício

Quanto à forma de exercício, o poder de polícia pode ser classificado em pre-

ventivo e repressivo.

É preventivo todo o controle feito como forma de restringir um direito indi-

vidual em prol da coletividade. Já o controle repressivo, por sua vez, engloba

as sanções aplicadas pela autoridade competente quando da ocorrência de

infrações por parte dos particulares.

Por meio do controle preventivo, o objetivo do poder de polícia é evitar a pos-

sível ocorrência de um ilícito administrativo. No âmbito do controle repressivo, o

ilícito já ocorreu, de forma que a medida a ser adotada pelo Poder Público é a apli-

cação de uma sanção administrativa.

Aprendendo na prática

Teremos uma atuação decorrente da polícia administrativa em caráter preventivo

com a concessão de uma licença para o particular dirigir. Antes da concessão,

deve o administrado realizar uma série de atividades (tais como provas e testes).

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Todas essas medidas são meios que o Poder Público encontra para tentar evitar

a possível ocorrência de um dano à sociedade.

Uma vez com a licença, caso o motorista descumpra as normas previstas na

legislação, deverá a Administração, pautada no poder de polícia administrativa

repressiva, cassar a respectiva carteira de motorista.

Percebe-se, assim, que o ponto de distinção entre o exercício do poder de polícia

de forma preventiva ou repressiva é o momento da ocorrência do ilícito administra-

tivo. Atividades destinadas a evitar tal ocorrência são classificadas como preventi-

vas, ao passo que atividades que possuem o objetivo de sancionar o cometimento

das infrações são entendidas como repressivas.

7.4. Atributos

O poder de polícia apresenta, de acordo com a doutrina majoritária, três atri-

butos, sendo eles a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibili-

dade. Tais atributos, salienta-se, não estarão sempre presentes em todos os atos

administrativos decorrentes do poder de polícia.

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7.4.1. Discricionariedade

A discricionariedade implica em certa margem de liberdade que é confe-

rida ao administrador público quando no exercício do poder de polícia. Por

meio de tal atributo, pode o agente público, por exemplo, escolher quais atividades

irá fiscalizar, bem como o momento adequado para sua realização.

Salienta-se que, ainda que a discricionariedade seja a regra no âmbito do exer-

cício do poder de polícia, tal característica não está presente em todas as atividades

decorrentes de tal poder.

Assim, em certas situações, a atuação do Poder Público é estritamente vinculada.

Exemplo de tal situação é a concessão de licenças, onde o particular, tendo reunido

todas as características previstas em lei, possui direito à obtenção do documento.

Da mesma forma, não podemos confundir a discricionariedade com a possibili-

dade de o agente estatal deixar de atuar, o que restaria configurado como abuso de

poder de forma omissiva.

Aprendendo na prática

Tomemos como exemplo a atividade de fiscalização, típico exemplo de utilização

do poder de polícia.

Como decorrência da discricionariedade, e considerando que é impossível para o

Poder Público, em determinadas situações, fiscalizar todos os estabelecimentos,

pode o agente público selecionar, por amostragem, quais deles serão objeto de

fiscalização.

Caso, entretanto, a Administração Pública tenha sido informada de que um esta-

belecimento está vendendo alimentos impróprios para o consumo, deve o agen-

te estatal realizar a fiscalização, não podendo invocar a discricionariedade como

forma de eximir-se do seu dever de agir.

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7.4.2. Autoexecutoriedade

Trata-se a autoexecutoriedade do atributo que possibilita que a Administra-

ção Pública execute as medidas necessárias ao alcance dos seus objetivos sem a

necessidade de recorrer ao Poder Judiciário.

Aprendendo na prática

Imagine como seria complicado se a Administração Pública, quando da fiscaliza-

ção de um restaurante, verificasse a existência de inúmeros produtos com prazo

de validade vencido e, mesmo assim, tivesse que esperar uma decisão judicial

para só então poder apreender os produtos danosos.

Sem dúvida isso causaria um sério risco aos consumidores, que poderiam con-

sumir produtos prejudiciais até que a decisão fosse proferida.

Considerando que a autoexecutoriedade cuida-se de uma característica que im-

plica, muitas vezes, na restrição direta de um bem ou atividade, o entendimento

majoritário é de que ela apenas pode ser utilizada em duas situações: quando a

possibilidade estiver previamente prevista em lei ou quando se tratar de

uma medida de urgência.

No primeiro caso, considera-se que o povo apenas pode aceitar restrições com

as quais ele mesmo tenha concordado. E como os responsáveis pela edição das leis

são os representantes escolhidos pela população, é ela, de forma indireta, que está

estabelecendo as situações em que a autoexecutoriedade pode ser utilizada.

No caso de urgência, o que é levado em conta é o prejuízo que a não adoção da

medida poderia causar para toda a coletividade.

Caso a autoexecutoriedade seja utilizada em situações diferentes das aqui men-

cionadas, estará configurado o abuso de poder, podendo o particular ser indenizado

pelos danos causados.


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Salienta-se que a autoexecutoriedade não está presente em todos os atos de-

correntes do poder de polícia. Caso, por exemplo, o Poder Público aplique uma

multa a um administrado, e não tendo este a quitado, não poderá a Administração

exigir diretamente o seu pagamento, devendo, para tal, ajuizar a competente ação

de execução.

7.4.3. Coercibilidade

Por fim, a coercibilidade é a possibilidade que a Administração tem de exigir

determinados comportamentos por parte dos administrados, utilizando-se, caso for

necessário, do emprego da força física.

Em tais situações, a autoridade administrativa possui a prerrogativa de solicitar

o auxílio das forças públicas especializadas, garantindo a integridade dos agentes

públicos e o cumprimento das medidas necessárias.

Aprendendo na prática

Caso, diante de uma fiscalização a um restaurante, o seu proprietário não per-

mitir que os agentes públicos competentes apreendam as mercadorias estraga-

das eventualmente encontradas, poderá a Administração, utilizando o atributo

da coercibilidade, comunicar tal fato às forças públicas (normalmente, a polícia

militar), e, sob a proteção destes, efetivar todas as medidas necessárias à rea-

lização da apreensão.

7.5. Competência

No âmbito do poder de polícia, são competentes para o seu exercício, como

regra, os mesmos entes com capacidade para legislar e regulamentar as

matérias.
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Assim, a União faz uso do poder de polícia no âmbito das questões relacionadas

com o plano nacional ou com as atividades de regulação e estabelecimento de dire-

trizes. Os Estados, nesse mesmo sentido, utilizam o poder de polícia nas atividades

de caráter regional. Aos Municípios, por sua vez, cabe a utilização de tais medidas

no âmbito de assuntos locais.

Além disso, temos que a Constituição Federal estabelece a divisão das compe-

tências em privativas e concorrentes, de forma que se um ente federativo dispuser

da competência privativa para legislar sobre determinada matéria, será também

competente para a utilização do poder de polícia necessário ao seu cumprimento.

No âmbito da competência privativa, dessa forma, não cabe a delegação da ativi-

dade de polícia administrativa.

Em outro sentido, a competência concorrente é a que pode ser exercida por to-

dos os entes federativos, de forma que os Municípios cuidam de interesses locais,

os Estados de interesses regionais e a União de interesses gerais.

Merece destaque, no âmbito da divisão de competências, a edição da Súmula

419 do STF, que assim expressa:

Os Municípios têm competência para regular o horário do comércio local, desde que não
infrinjam leis estaduais ou federais válidas.

Nesse caso, estamos diante de um típico caso de competência legislativa con-

corrente, sendo que os Municípios podem legislar sobre o horário do comércio local

desde que não infrinjam as leis estaduais e federais válidas. No mesmo sentido é o

teor da Súmula 645 do STF:

É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento


comercial

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Quando, entretanto, estivermos diante de matéria de caráter geral, a compe-

tência, conforme já demonstrado, é privativa da União, não podendo os demais

entes federativos legislar sobre o tema.

Exemplo de tal situação ocorre com a impossibilidade dos Municípios legislarem

sobre o horário de funcionamento das instituições financeiras, conforme inteiro teor

da súmula 19 do STJ:

A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da União.

7.6. Poder de Polícia Originário e Derivado

O poder de polícia pode ser dividido em originário e delegado.

Poder de polícia originário é aquele que é desempenhado pelos órgãos públi-

cos dos próprios entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

É, em última análise, o exercido pela Administração direta.

Poder de polícia delegado, por exclusão, é aquele conferido às entidades de

direito público integrantes da Administração indireta, ou seja, as autarquias e as

fundações públicas.

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Importante salientar que a maioria da doutrina entende que as atividades de-

correntes do poder de polícia não podem ser desempenhadas por particulares e por

pessoas jurídicas de direito privado, tais como as empresas públicas e as socieda-

des de economia mista.

O fundamento para tal vedação é que a atividade de polícia administrativa é

prerrogativa decorrente do poder de império do Estado, não podendo, por isso

mesmo, ser exercido por pessoas que não estejam regidas pelo regime jurídico de

direito público.

No entanto, cumpre salientar que o STJ possui entendimento firmado acerca da

possibilidade de exercício, por parte das entidades de direito privado inte-

grantes da Administração Pública indireta, de parcela do poder de polícia.

Como veremos adiante, o poder de polícia pode ser dividido em quatro dife-

rentes fases, dando ensejo ao que a doutrina tem chamado de ciclo de polícia. Tal

ciclo é composto pela ordem, pelo consentimento, pela fiscalização e pela sanção

de polícia.

Dessa forma, para o tribunal superior, apenas as atividades de ordem e de san-

ção é que seriam privativas das entidades de direito público.

Em sentido oposto, as atividades de consentimento e de fiscalização poderiam

ser desempenhadas por pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Admi-

nistração indireta.

No que se refere aos particulares, o entendimento continua sendo acerca da

impossibilidade de delegação.

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4. (CESPE/PEB/SEDF/ADMINISTRAÇÃO/2017) No que se refere aos poderes admi-

nistrativos, aos atos administrativos e ao controle da Administração, julgue o item

seguinte.

O poder de polícia administrativo é uma atividade que se manifesta por meio de

atos concretos em benefício do interesse público. Por conta disso, a Administração

pode delegar esse poder a pessoas da iniciativa privada não integrantes da Admi-

nistração Pública.

Errado.

O poder de polícia não pode ser delegado a pessoas da iniciativa privada não inte-

grantes da Administração Pública. O que pode ser delegado, de acordo com parte

da doutrina, é a execução de atos materiais que auxiliam na atividade do Poder

Público.
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Como exemplo, temos a possibilidade de delegação para que particulares instalem

os radares de velocidade. O poder de polícia, que, no caso em questão, se materia-

liza por meio da autuação da multa, não pode ser delegado.

Em provas de concursos, aconselha-se a utilização do entendimento exposto na

regra geral. Caso, no entanto, a banca solicite o entendimento do STJ, deve-se

adotar a posição de que certas atividades de polícia (fiscalização e consentimento)

podem ser desempenhadas por entidades de direito privado integrantes da Admi-

nistração indireta.

7.7. Ciclo de Polícia

O ciclo de polícia compreende quatro fases, sendo elas a ordem de polícia, o

consentimento de polícia, a fiscalização e a aplicação de sanções.

A ordem de polícia é composta pelas leis e demais atos normativos que deter-

minam que o poder de polícia seja exercido.

O consentimento de polícia ocorre nas situações em que o Poder Público

consente com a atividade a ser desenvolvida pelo particular, sendo materializado,

normalmente, pela emissão das licenças e das autorizações.

A fiscalização de polícia, como o próprio nome sugere, são as inúmeras fisca-

lizações feitas pela Administração no exercício de tal poder.

A sanção de polícia, por sua vez, são as sanções aplicadas os particulares

quando constatada alguma infração no âmbito da atividade desempenhada pelos

particulares.

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Aprendendo na prática

O ciclo de polícia pode ser visualizado quando da emissão de uma carteira nacio-

nal de habilitação (CNH) com o fim de possibilitar que o particular possa dirigir

veículos automotores.

Inicialmente, temos a edição de normas gerais e abstratas com os requisitos

necessários para que o particular obtenha sua habilitação (ordem de polícia);

Uma vez atendidas as condições previstas em lei, deverá o agente público con-

ceder a respectiva habilitação, a qual se materializa por meio de uma licença

para dirigir (consentimento de polícia);

Posteriormente, o Poder Público, como forma de verificar se os condutores estão

respeitando as normas de trânsito, instala equipamentos com a finalidade de

verificar se os motoristas estão respeitando o limite de velocidade (fiscalização

de polícia);

Em caso de desrespeito, o agente público competente aplica as penalidades pre-

vistas em lei (sanção de polícia).

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Sobre o ciclo de polícia, é importante sabermos que não são todas as fases que

sempre estão presentes quando da utilização do poder de polícia, mas apenas as

fases da ordem de polícia (uma vez que sempre teremos uma lei ou um ato nor-

mativo que irá regular a atividade) e a fiscalização de polícia (que possibilitará à

Administração fundamentar sua opinião).

Em sentido oposto, as fases de consentimento e de sanção nem sempre estarão

presentes. No que se refere ao consentimento, temos que algumas atividades po-

dem ou não ser consentidas pelo Poder Público, tal como a autorização para o porte

de arma (que, eventualmente, poderá ter a sua utilização indeferida). Da mesma

forma, não são todas as situações que dão ensejo à aplicação das sanções adminis-

trativas, mas apenas aquelas em que o particular não observou as normas legais.

7.8. Prescrição

Uma vez tendo ocorrido um ilícito administrativo, possui a Administração o

prazo de 5 anos para aplicar a competente sanção de polícia. Nesse sentido

é o entendimento extraído do artigo 1º da Lei n. 9.873/1999:

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Art. 1º Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, dire-
ta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação
em vigor, contados da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou
continuada, do dia em que tiver cessado.

Tal prazo, ainda de acordo com a norma em questão, passa a ser contado a

partir de dois momentos distintos. Como regra, o prazo de 5 anos é contado tendo

por início a data da prática do ato pelo particular. Quando, no entanto, estivermos

diante de infrações permanentes ou continuadas, o prazo terá início a partir do mo-

mento em que tais infrações tiverem cessado.

5. (CESPE/TELEBRAS/ANALISTA/2015) Em alguns estados e municípios brasileiros

foi instituída restrição periódica de trânsito de veículos automotores, popularmente

conhecida como rodízio. Tendo como referência os poderes da Administração Públi-

ca, julgue o item a seguir a respeito desse assunto.

O rodízio de automóveis estabelecido pela Administração Pública configura exercí-

cio do poder de polícia.

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Certo.

Ao estabelecer a obrigatoriedade da utilização do rodízio de veículos, o Poder Pú-

blico está restringindo inúmeros direitos individuais (utilização de veículos) com o

objetivo de garantir a manutenção do bem-estar da coletividade (redução das filas

de trânsito). Logo, esta medida é decorrência do poder de polícia.

8. Uso e Abuso de Poder

Nos Estados de Direito, como o nosso, a Administração Pública deve obedecer à

lei em todas as suas manifestações. Mesmo nas atividades discricionárias, o uso do

poder pelo administrador se sujeita aos limites legais, não podendo esses limites

ser extrapolados, sob pena de se praticar arbitrariedade.

Temos então que uma parcela do poder é conferida a cada agente público, que

deve exercê-lo dentro do estritamente necessário. Caso a sua utilização ocorra em

desconformidade com as normas da lei, restará configurado o abuso de poder.

O abuso de poder, dessa forma, é gênero, e se divide em duas espécies: excesso

de poder e desvio de poder.

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Em ambas as situações (abuso de poder ou desvio de poder), o ato viciado pode

ser invalidado pela própria Administração Pública, fazendo uso da autotutela, ou

então pelo Poder Judiciário, desde que provocado.

6. (CESPE/TRT-DF/ANALISTA JUDICIÁRIO/2013) Com relação aos poderes da Ad-

ministração Pública, julgue o próximo item.

A conduta abusiva da Administração pode ocorrer quando o servidor atua fora dos

limites de sua competência ou quando, embora dentro de sua competência, ele se

afasta do interesse público exigido legalmente.

Certo.

Tratam-se das duas hipóteses em que o abuso de poder resta configurado: excesso

de poder ou desvio de poder (também conhecido como desvio de finalidade).

8.1. Excesso de Poder

No excesso de poder, estamos diante de uma atuação do agente público em

que o requisito competência é o que está sendo violado. Tal forma de vício pode

ocorrer de duas formas:

• Quando o agente extrapola as competências que lhe foram definidas

como próprias.

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Aprendendo na prática

Uma autoridade, tendo descoberto uma infração disciplinar de um de seus subor-

dinados, instaura o competente procedimento administrativo disciplinar. Ao tér-

mino das investigações, chega-se à comprovação das irregularidades cometidas.

De acordo com o estatuto dos servidores, a penalidade aplicável para tal con-

duta é a de advertência. Mesmo assim, o administrador aplica ao subordinado a

pena de suspensão.

• Quando o agente, atuando dentro de sua competência, pratica um ato

com o objetivo de conferir efeitos que não são possíveis por aquele

instrumento.

Aprendendo na prática

Digamos que o Prefeito de um dado município edite um decreto regulamentar

criando obrigações que não estão previstas em lei.

Como anteriormente visto, os decretos regulamentares são editados com a fina-

lidade de regulamentar as leis, não podendo inovar ou ir além das disposições

contidas no diploma legal.

Em tal situação, ainda que o Prefeito tenha atuado dentro da sua competência

(uma vez que é ele a autoridade competente para editar decretos regulamen-

tares), o ato foi praticado por meio de um instrumento que não é apto para a

criação de obrigações.

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8.2. Desvio de Poder

O desvio de poder, também conhecido como desvio de finalidade, liga-se, como

o próprio nome sugere, a não observância, quando da prática do ato administra-

tivo, do requisito finalidade. Os atos que configuram desvio de poder podem ser

divididos em duas classes distintas:

Atos genéricos, em que o agente deixa de atender ao interesse público e pas-

sa a defender interesses privados.

Aprendendo na prática

Determinada autoridade ordena a desapropriação, com a finalidade de construir

um parque público, de um terreno vizinho a uma área de sua propriedade.

Com a construção do parque, ocorrerá a valorização dos imóveis vizinhos, de

forma que o preço da propriedade aumentará consideravelmente.

Nessa situação, houve a utilização de um instituto do direito (desapropriação)

para o atendimento de finalidades particulares.

• Atos específicos, em que o agente faz uso de um instituto legal para alcan-

çar outro fim que não o previsto.

Aprendendo na prática

Caso um administrador faça uso do instituto da remoção como forma de punição

a um ou mais servidores, estaremos diante de um ato que visou um fim diverso

do previsto em lei.

No entanto, a remoção trata-se de um instituto destinado ao atendimento do

interesse público. Como foi utilizada para outra finalidade, estamos diante de um

desvio de finalidade específico.


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7. (CESPE/PROC. MUN./PREF. FORTALEZA/2017) Com relação a processo adminis-

trativo, poderes da Administração e serviços públicos, julgue o item subsecutivo.

Situação hipotética: Um secretário municipal removeu determinado assessor em

razão de desentendimentos pessoais motivados por ideologia partidária. Assertiva:

Nessa situação, o secretário agiu com abuso de poder, na modalidade excesso de

poder, já que atos de remoção de servidor não podem ter caráter punitivo.

Errado.

Na situação apresentada, o secretário realmente agiu com excesso de poder. Con-

tudo, o que houve foi desvio de poder, e não excesso, uma vez que o ato foi editado

com finalidade diversa da legalmente prevista.

9. Deveres do Administrador Público

Para desempenhar as diversas funções administrativas, a Administração Públi-

ca, através de seus agentes públicos, necessita de poderes que lhe confiram capa-

cidade para desempenhar todas elas. Assim, cada agente administrativo (adminis-

trador público) é investido, por lei, da necessária parcela de poder público para o

desempenho de suas atribuições.

Como forma de propiciar que a sociedade controle se os agentes públicos estão

fazendo uso, de forma adequada, dos poderes a eles conferidos, é que surgem os

deveres administrativos.

A doutrina, baseada nos ensinamentos de Hely Lopes Meirelles, estabelece qua-

tro poderes-deveres para o administrador público: poder dever de agir, dever de

prestar contas, dever de probidade e dever de eficiência.


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9.1. Poder-Dever de Agir

O poder-dever de agir decorre diretamente do princípio da indisponibilidade do

interesse público, de forma que, no exercício da atividade administrativa, não tem

o administrador público a liberdade de escolher se deve ou não atuar, es-

tando obrigado a agir sempre que a lei determinar.

Nota-se que ao mesmo tempo em que este poder-dever confere uma prerro-

gativa ao agente público (pois ele exerce o poder na medida em que este lhe foi

conferido), confere também uma obrigação (a de agir sempre que seja necessário).

Dessa análise, consegue-se verificar que a liberdade de atuação possui sentido

diferente para os particulares e para os agentes públicos. Enquanto os particulares

apenas estão obrigados a agir quando a lei assim determinar, os agentes públicos,

no desempenho da atividade administrativa, deverão, sempre que for necessário,

fazer uso dos seus poderes administrativos.

9.2. Dever de Prestar Contas

O dever de prestar contas é decorrência direta da forma republicana de gover-

no. Assim, no exercício da função pública, os diversos agentes atuam como

verdadeiros gestores do patrimônio público, que, como já mencionamos,

pertence a toda a população.


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Assim, por gerir algo que pertence à coletividade (e não apenas a ele) é que

todo e qualquer agente deve prestar contas da sua gestão, possibilitando, assim,

que o povo, titular dos interesses que estão sendo geridos, saiba quais as práticas

adotadas pelo agente durante a respectiva gestão.

Salienta-se que o dever de prestar contas atinge, inclusive, quem não é agen-

te público, desde que utilize ou gerencie recursos públicos sob qualquer forma,

como as empresas particulares que recebem subvenções estatais para aplicação

determinada.

Nesse sentido é o teor do parágrafo único do artigo 70 da Constituição Federal,

que assim dispõe:

Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arre-
cade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais
a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

9.3. Dever de Probidade

O dever da probidade está intimamente ligado ao princípio constitucio-

nal da moralidade. Ser probo é ser honesto, ter boa-fé e praticar seus atos com

lealdade.

Importante destacar que, para os atos praticados em desacordo com o dever da

probidade, temos várias sanções nas esferas cível, administrativa e política, confor-

me estabelece a Constituição Federal em seu artigo 37, § 4º:

Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a


perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

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9.4. Dever de Eficiência

O dever da eficiência nada mais é do que a Administração Pública adotar

as boas práticas de gestão que deram resultado na iniciativa privada. Ob-

jetivam, assim, fazer com que a Administração deixe para trás o viés burocrático e

adote, em tudo o que for possível, a Administração gerencial.

Tal dever foi construído na época em que a Administração Pública continha ape-

nas os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade. Com o

status de princípio constitucional, o até então dever da eficiência passou a ser obri-

gatório para todos os órgãos e entidades da Administração Pública direta e indireta

de todos os entes federativos.

O administrador público não deve se eximir de agir


Poder dever de agir
quando sua atuação for necessária.
O administrador público deve prestar contas da sua
Dever de prestar contas
gestão, pois o patrimônio gerido é do povo.
O administrador público deve ser leal e possuir as
Dever de probidade
características da probidade, do decoro e da boa-fé.
O administrador público buscar um melhor resultado
Dever de eficiência
com o menor gasto possível.

10. Resumo

• O poder vinculado está presente quando todos os elementos são pre-

viamente definidos pelo legislador, não dando margem ao administrador

público;

• O poder discricionário está presente quando certa margem de escolha

é conferida ao agente. Isso ocorre com os requisitos motivo e objeto, tam-

bém conhecidos como mérito administrativo;

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• Também ocorre o poder discricionário quando a lei deixa margens para a

utilização dos conceitos jurídicos indeterminados, ou seja, termos em

que cabe juízo de valor por parte da autoridade ou agente público;

• Podemos diferenciar as características dos poderes vinculado e discricionário

por meio da tabela abaixo:

Poder Vinculado Poder Discricionário


Nenhuma margem de escolha para Alguma margem de escolha para
a realização do ato. a realização do ato.
Requisitos competência, finalidade e forma Requisitos competência, finalidade e forma
são sempre vinculados. são sempre vinculados.

Requisitos motivo e objeto são vinculados. Requisitos motivo e objeto são discricionários.

• O poder hierárquico está presente na estrutura interna de cada órgão ou

entidade. Hierarquia pressupõe subordinação e o poder de dar ordens, de fis-

calizar e de delegar e avocar competências;

• A regra é a possibilidade de delegação, sendo a exceção as matérias em que

tal técnica não pode ser feita. São elas: a edição de atos de caráter nor-

mativo, a decisão de recursos administrativos e a competência para o

exercício de competência exclusiva;

• Já a avocação é exceção, só sendo permitida nos casos previstos em lei;

• O poder disciplinar confere a prerrogativa de as autoridades punirem seus

agentes e terceiros que com elas possuam algum vínculo específico;

• Quando a sanção é interna (servidores), o poder disciplinar decorre do

hierárquico. Quando é externa, não ocorre tal decorrência;

• Pelo poder regulamentar, é conferido aos Chefes do Executivo a possibili-

dade de regulamentar, por meio da edição de decretos, as leis.


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• A competência para editar decretos regulamentares é exclusiva dos

Chefes do Executivo, não podendo ser delegada;

• Os decretos autônomos foram introduzidos em nosso ordenamento jurídico

por meio de emenda constitucional, o que possibilitou aos Chefes do Executi-

vo, nas restritas hipóteses previstas no texto constitucional, inovar no orde-

namento jurídico;

• Os decretos autônomos, no entanto, podem ser delegados ao Procura-

dor-Geral da República, ao Advogado-Geral da União e aos Ministros

de Estado;

• As diferenças entre os decretos regulamentares e os decretos autônomos são

visualizadas na tabela abaixo:

Decretos regulamentares Decretos autônomos


Não inovam no ordenamento jurídico; Inovam no ordenamento jurídico;
Estão sujeitos a controle
Estão sujeitos a controle de legalidade;
de constitucionalidade;
Trata-se de uma norma geral e abstrata Trata-se de uma norma geral e abstrata;
Competência dos Chefes do Competência dos Chefes do
Poder Executivo; Poder Executivo;
Não pode ser objeto de delegação; Pode ser objeto de delegação;

Pode ser utilizado em todas as hipóteses Apenas pode ser utilizado


em que a lei necessitar de regulamentação. em matérias específicas.

• Parte da doutrina afirma que o poder normativo é um gênero do qual faz

parte, dentre outros, o poder regulamentar;

• O STF possui entendimento de que é vedado ao Chefe do Poder Executivo

expedir decreto a fim de suspender a eficácia de ato normativo hie-

rarquicamente superior.

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• O poder de polícia é a possibilidade de restringir um interesse parti-

cular em prol de toda a coletividade, sendo que tal poder pode ser pre-

ventivo ou repressivo;

• São atributos do poder de polícia a discricionariedade, a autoexecutorie-

dade e a coercibilidade.

• O poder de polícia não pode ser desempenhado por particulares ou

por pessoas jurídicas de direito privado, tais como as empresas públicas

e as sociedades de economia mista;

• O STJ possui entendimento de que é possível delegar algumas atividades

decorrentes do poder de polícia às empresas estatais, tais como a fis-

calização e o consentimento.

• O ciclo de polícia compreende as etapas de ordem, consentimento, fis-

calização e sanção. As etapas de ordem e fiscalização sempre estão

presentes em qualquer atividade do poder de polícia. Já as etapas de

consentimento e sanção nem sempre estão presentes;

• O prazo prescricional para a ação do Estado decorrente do poder de

polícia é de 5 anos a contar da prática do ato ou, em caso de infrações per-

manentes ou continuadas, da data da cessação.

• Os poderes/deveres do administrador público caracterizam as obrigações

destes com os administrados;

• São deveres do administrador público: agir, prestar contas, probidade e

eficiência;

• O dever de agir implica na atuação do agente sempre que este tiver

que exercer suas funções, não podendo, por vontade sua, renunciar à sua

competência;

• O dever de prestar contas é decorrência da forma republicana de governo,

na qual o administrador público, por gerir interesse alheio, deve pres-

tar contas de sua gestão;


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• O dever de probidade implica em uma conduta ética e leal por parte

do agente. Em caso de descumprimento desse dever, ocorre a improbidade

administrativa;

• O dever de eficiência está relacionado com o aumento da relação custo

x benefício, de forma que o agente público deve pautar suas atividades de

forma a otimizar os resultados;

• Quando o poder não foi exercido de forma legal, dissemos que houve abuso

de poder. Este, por sua vez, pode ocorrer de duas formas: excesso de po-

der e desvio de poder;

• Ocorre excesso de poder quando o agente excede as suas competên-

cias ou prática ato por meio de instrumento legislativo inadequado para al-

cançar o efeito desejado;

• Ocorre desvio de poder quando o agente pratica ato com finalidade di-

versa daquela que deveria ter sido praticada;

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (CESPE/DPU/TÉCNICO/2016) Tendo como referência as normas do direito admi-

nistrativo, julgue o próximo item.

Constitui manifestação do poder disciplinar da Administração Pública a aplicação de

sanção a sociedade empresarial no âmbito de contrato administrativo.

2. (CESPE/DPU/ANALISTA/2016) Tendo como referência as normas do direito ad-

ministrativo, julgue o próximo item.

A interdição de restaurante por autoridade administrativa de vigilância sanitária

constitui exemplo de manifestação do exercício do poder de polícia.

3. (CESPE/DPU/TÉCNICO/2016) No que se refere aos poderes da Administração

Pública e aos serviços públicos, julgue o item subsecutivo.

O poder de polícia, decorrente da supremacia geral do interesse público, permite

que a Administração Pública condicione ou restrinja o exercício de atividades, o uso

e gozo de bens e direitos pelos particulares, em nome do interesse público.

4. (CESPE/DPU/TÉCNICO/2016) No que se refere aos poderes da Administração

Pública e aos serviços públicos, julgue o item subsecutivo.

Configura-se desvio de poder ou de finalidade quando o agente atua fora dos limi-

tes de suas atribuições, ou seja, no caso de realizar ato administrativo não incluído

no âmbito de sua competência.

5. (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) No tocante aos poderes administrati-

vos, julgue o seguinte item.


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O poder de polícia dispõe de certa discricionariedade, haja vista o poder público ter

liberdade para escolher, por exemplo, quais atividades devem ser fiscalizadas para

que se proteja o interesse público.

6. (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) No tocante aos poderes administrati-

vos, julgue o seguinte item.

O desvio de finalidade é uma espécie de abuso de poder em que o agente público,

apesar de agir dentro dos limites de sua competência, pratica determinado ato com

objetivo diverso daquele pautado pelo interesse público.

7. (CESPE/MPOG/TÉCNICO SUPERIOR/2015) Considerando os poderes regulamen-

tar, disciplinar e hierárquico da Administração Pública, julgue o seguinte item.

A Administração, quando aplica sanção administrativa a uma pessoa que descum-

pre as normas de vigilância sanitária, atua no exercício do poder disciplinar, que se

baseia na ideia de supremacia geral e se dirige a todos os administrados de forma

indistinta.

8. (CESPE/MPOG/TÉCNICO SUPERIOR/2015) Considerando os poderes regulamen-

tar, disciplinar e hierárquico da Administração Pública, julgue o seguinte item.

A hierarquia existe tanto no âmbito do Poder Executivo quanto no dos Poderes Le-

gislativo e Judiciário com relação às suas funções de natureza administrativa. 

9. (CESPE/MPOG/TÉCNICO SUPERIOR/2015) Considerando os poderes regulamen-

tar, disciplinar e hierárquico da Administração Pública, julgue o seguinte item.

O presidente da República, os governadores e os prefeitos podem estabelecer, por

decreto, medidas que disciplinem a organização e o funcionamento da Administra-

ção Pública em suas respectivas esferas, desde que isso não enseje aumento de

despesa nem a criação ou extinção de órgãos públicos.


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10. (CESPE/ANTAQ/ANALISTA/2015) Em relação aos atos administrativos, aos

agentes públicos, aos poderes administrativos e à responsabilidade do Estado, jul-

gue o item que se segue.

O ato de delegação de competência, revogável a qualquer tempo pela autoridade

delegante, decorre do poder administrativo hierárquico.

11. (CESPE/TJ/TRE-GO/2015) Julgue o item que se segue, referente aos poderes

da Administração Pública.

O poder hierárquico é aquele que confere à Administração Pública a capacidade de

aplicar penalidades.

12. (CESPE/AUD./FUB/2015) Acerca dos poderes administrativos, julgue o item

que se segue.

Decorrente do poder hierárquico, a avocação, por um órgão, de competência não

exclusiva atribuída a outro órgão que lhe seja subordinado é excepcional e exige

motivos relevantes e devidamente justificados.

13. (CESPE/TJ/TRE-GO/2015) Julgue o item que se segue, referente aos poderes

da Administração Pública.

Poder disciplinar é aquele que permite à Administração Pública disciplinar, de forma

concreta, a aplicação de leis gerais e abstratas.

14. (CESPE/AUD./FUB/2015) Acerca dos poderes administrativos, julgue o item

que se segue.

No Brasil, apenas excepcionalmente se admite ato normativo primário no exercício

do poder regulamentar da Administração Pública.

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15. (CESPE/DEF. PF/DPU/2015) Julgue o item a seguir, que tratam da hierarquia e

dos poderes da Administração Pública.

A multa, como sanção resultante do exercício do poder de polícia administrativa,

não possui a característica da autoexecutoriedade.

16. (CESPE/MPU/2015) Com relação ao controle da Administração e ao poder de

polícia administrativa, julgue o item seguinte.

O poder de polícia administrativa, que incide sobre as atividades, os bens e os pró-

prios indivíduos, tem caráter eminentemente repressivo.

17. (CESPE/AUD./FUB/2015) Acerca dos poderes administrativos, julgue o item

que se segue.

O exercício do poder de polícia é delegável a pessoas jurídicas de direito privado.

18. (CESPE/TJ/TRE-GO/2015) O excesso de poder, espécie de abuso de poder,

ocorre quando o agente público ultrapassa os limites impostos a suas atribuições.

19. (CESPE/SUFRAMA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2014) A legislação concede à

Administração poderes extraordinários, necessários para que o Estado alcance os

seus fins. Em relação aos poderes da Administração Pública, julgue o item seguinte.

Poder regulamentar é o poder que a Administração possui de editar leis, medidas

provisórias, decretos e demais atos normativos para disciplinar a atividade dos

particulares.

20. (CESPE/PGE-BA/PROCURADOR) Em relação aos poderes administrativos, jul-

gue o item subsecutivo.

Constitui exemplo de poder de polícia a interdição de restaurante pela autoridade

administrativa de vigilância sanitária.


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21. (CESPE/MDIC/AGENTE ADMINISTRATIVO/2014) No que se refere aos agentes

públicos e aos poderes administrativos, julgue o item que se segue. Nesse sentido,

considere que a sigla CF, sempre que empregada, refere-se à Constituição Federal

de 1988.

Suponha que, após uma breve discussão por questões partidárias, determinado

servidor, que sofria constantes perseguições de sua chefia por motivos ideológicos,

tenha sido removido, por seu superior hierárquico, que desejava puni-lo, para uma

localidade inóspita. Nessa situação, houve abuso de poder, na modalidade excesso

de poder.

22. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE ADMINISTRATIVO/2014) O poder para a

instauração de processo administrativo disciplinar e aplicação da respectiva penali-

dade decorre do poder de polícia da Administração.

23. (CESPE/SEDF/DIREITO E LEGISLAÇÃO/2017) Mauro editou portaria discipli-

nando regras de remoção no serviço público que beneficiaram, diretamente, ami-

gos seus. A competência para a edição do referido ato normativo seria de Pedro,

superior hierárquico de Mauro. Os servidores que se sentiram prejudicados com o

resultado do concurso de remoção apresentaram recurso quinze dias após a data

da publicação do resultado.

Nessa situação hipotética, Mauro não agiu com abuso de poder.

24. (CESPE/ANVISA/2016) O teto de um imóvel pertencente à União desabou em

decorrência de fortes chuvas, as quais levaram o poder público a decretar estado

de calamidade na região. Maria, servidora pública responsável por conduzir o pro-

cesso licitatório para a contratação dos serviços de reparo pertinentes, diante da

situação de calamidade pública, decidiu contratar mediante dispensa de licitação.


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Findo o processo de licitação, foi escolhida a Empresa Y, que apresentou preços su-

periores ao preço de mercado, mas, reservadamente, prometeu, caso fosse contra-

tada pela União, realizar, com generoso desconto, uma grande reforma no banheiro

da residência de Maria. Ao final, em razão da urgência, foi firmado contrato verbal

entre a União e a Empresa Y e executados tanto os reparos contratados quanto a

reforma prometida.

Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.

Maria agiu com excesso de poder ao escolher a Empresa Y.

25. (CESPE/TCE-SC/CONTROLE EXTERNO/DIREITO/2016) Julgue o item, a respei-

to de atos administrativos e poderes administrativos.

O abuso de poder administrativo pode assumir tanto a forma comissiva quanto

omissiva.

26. (CESPE/PROC. MUN./PREF. FORTALEZA/2017) Com relação a processo admi-

nistrativo, poderes da Administração e serviços públicos, julgue o item subsecutivo.

O exercício do poder regulamentar é privativo do chefe do Poder Executivo da

União, dos estados, do DF e dos municípios.

27. (CESPE/TRE-PE/ADMINISTRATIVA/SEM ESPECIALIDADE/2017) Determinada

agência reguladora, atuando em sua esfera de atribuições, editou ato normativo de

apurada complexidade técnica com vistas a elucidar conceitos legais e regular de-

terminado segmento de atividades consideradas estratégicas e de interesse público.

Nessa situação hipotética, a atuação da agência configurou exercício do poder

a) de polícia.

b) regulamentar.
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c) discricionário.

d) disciplinar.

e) hierárquico.

28. (CESPE/SEDF/ADMINISTRAÇÃO/2017) José, chefe do setor de recursos huma-

nos de determinado órgão público, editou ato disciplinando as regras para a parti-

cipação de servidores em concurso de promoção.

A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.

A edição do referido ato é exemplo de exercício do poder regulamentar.

29. (CESPE/SEDF/ADMINISTRAÇÃO/2017) No que se refere aos poderes adminis-

trativos, aos atos administrativos e ao controle da Administração, julgue o item

seguinte.

A avocação se verifica quando o superior chama para si a competência de um órgão

ou agente público que lhe seja subordinado.

Esse movimento, que é excepcional e temporário, decorre do poder administrativo

hierárquico.

30. (CESPE/MGE/SEDF/2017) Maurício, chefe imediato de João (ambos servidores

públicos distritais), determinou que este participasse de reunião de trabalho em

Fortaleza – CE nos dias nove e dez de janeiro. João recebeu o valor das diárias. No

dia oito de janeiro, João sofreu um acidente de carro e, conforme atestado médico

apresentado para Maurício, teve de ficar de repouso por três dias, razão pela qual

não pôde viajar. Essa foi a primeira vez no bimestre que João teve de se afastar do

serviço por motivo de saúde.

Acerca dessa situação hipotética e de aspectos legais e doutrinários a ela relacio-

nados, julgue o item a seguir.


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A competência de Maurício para determinar que João participasse da reunião de

trabalho decorre do poder hierárquico.

31. (CESPE/SEDF/ATIVIDADES/2017) Com relação aos poderes e atos administra-

tivos, julgue o próximo item.

A coercibilidade, uma característica do poder de polícia, evidencia-se no fato de a

Administração não depender da intervenção de outro poder para torná-lo efetivo.

32. (CESPE/SEDF/ADMINISTRAÇÃO/2017) No que se refere aos poderes adminis-

trativos, aos atos administrativos e ao controle da Administração, julgue o item

seguinte.

A Administração, ao editar atos normativos, como resoluções e portarias, que criam

normas estabelecedoras de limitações administrativas gerais, exerce o denominado

poder regulamentar.

33. (CESPE/SEDF/APOIO ADMINISTRATIVO/2017) No que se refere aos poderes

administrativos, aos atos administrativos e ao controle da Administração, julgue o

item seguinte.

O fato de a Administração Pública internamente aplicar uma sanção a um servidor

público que tenha praticado uma infração funcional caracteriza o exercício do poder

de polícia administrativo.

34. (CESPE/TCE-PA/ADMINISTRATIVA/2016) Julgue o item subsequente, acerca

dos atos e dos poderes administrativos.

A discricionariedade administrativa fundamenta-se, entre outros elementos, na in-

capacidade da lei de prever todas as situações possíveis e regular minuciosamente


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a maneira de agir do agente público diante de cada uma delas. Assim, confere-se

ao agente a prerrogativa de eleger, entre as condutas viáveis, a que se apresentar

mais conveniente e oportuna à luz do interesse público.

35. (CESPE/TCE-PA/FISCALIZAÇÃO/DIREITO/2016) Acerca dos servidores públi-

cos, dos poderes da Administração Pública e do regime jurídico-administrativo,

julgue o item que se segue.

Situação hipotética: O proprietário de determinado restaurante recebeu notificação

na qual constava a determinação de que a obra que havia sido irregularmente re-

alizada na calçada do referido estabelecimento, para a colocação de mesas, teria

de ser demolida. Assertiva: Nesse caso, decorrendo o prazo sem cumprimento da

ordem, a Administração poderá promover a demolição sob o manto da autoexecu-

toriedade dos atos administrativos e do poder de polícia.

36. (CESPE/PC-PE/2016) Após investigação, foi localizada, no interior da residên-

cia de Paulo, farta quantidade de Cannabis sativa, vulgarmente conhecida por ma-

conha, razão por que Paulo foi preso em flagrante pelo crime de tráfico de drogas.

No momento de sua prisão, Paulo tentou resistir, motivo pelo qual os policiais, uti-

lizando da força necessária, efetuaram sua imobilização.

Nessa situação hipotética, foi exercido o poder administrativo denominado

a) poder disciplinar, o qual permite que se detenham todos quantos estejam em

desconformidade com a lei.

b) poder regulamentar, que corresponde ao poder estatal de determinar quais prá-

ticas serão penalizadas no caso de o particular as cometer.

c) poder hierárquico, devido ao fato de o Estado, representado na ocasião pelos

policiais, ser um ente superior ao particular.


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d) poder discricionário, mas houve abuso no exercício desse poder, caracterizado

pela utilização da força para proceder à prisão.

e) poder de polícia, que corresponde ao direito do Estado em limitar o exercício dos

direitos individuais em benefício do interesse público.

37. (CESPE/TRE-PI/ADMINISTRATIVA/2016) Determinada autoridade sanitária,

após apuração da infração, em processo administrativo próprio, aplicou a deter-

minada farmácia a pena de apreensão e inutilização de medicamentos que haviam

sido colocados à venda, sem licença do órgão sanitário competente, por violação

do disposto nas normas legais e regulamentares pertinentes.

Nessa situação hipotética, a autoridade sanitária exerceu o poder

a) hierárquico, em sua acepção de fiscalização de atividades.

b) hierárquico, em sua acepção de imposição de ordens.

c) disciplinar, em razão de ter apurado infração e aplicado penalidade.

d) regulamentar, em razão de ter constatado violação das normas regulamentares

pertinentes.

e) de polícia, em razão de ter limitado o exercício de direito individual em benefício

do interesse público.

38. (CESPE/TCE-PA/ADMINISTRATIVA/2016) Julgue o item subsequente, acerca

dos atos e dos poderes administrativos.

Os atos decorrentes do poder regulamentar têm natureza originária e visam ao

preenchimento de lacunas legais e à complementação da lei.

39. (CESPE/TCE-PA/ADMINISTRATIVA/ADMINISTRAÇÃO/2016) A respeito dos po-

deres da Administração Pública e dos serviços públicos, julgue o item que se segue.

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A prerrogativa da Administração de impor sanções a seus servidores, independen-

temente de decisão judicial, decorre imediatamente do poder disciplinar e media-

tamente do poder hierárquico.

40. (CESPE/CBM-CE/2014) No que se refere ao poder disciplinar e ao poder de po-

lícia administrativa, julgue o item a seguir à luz da doutrina de referência.

Ao apreender mercadorias deterioradas em um estabelecimento comercial, a Admi-

nistração Pública exerce o poder disciplinar, que se caracteriza pela aplicação de pe-

nalidades estabelecidas com base na natureza e na gravidade da infração cometida.

41. (CESPE/(CÂM. DEP)/ÁREA III/CONSULTOR LEGISLATIVO/2014) No que con-

cerne aos poderes administrativos, julgue o item subsequente.

Como regra, tem competência exclusiva para exercer o poder de polícia a entidade

que dispõe de poder para regular a matéria; excepcionalmente, pode haver com-

petências concorrentes na regulação e no policiamento.

42. (CESPE/TJ-SE)/ADMINISTRATIVA/JUDICIÁRIA/2014) No tocante aos atos e

aos poderes administrativos, julgue o próximo item.

No exercício do poder administrativo disciplinar, a Administração pode aplicar pu-

nições aos particulares que cometam infrações, independentemente de estes se

sujeitarem às regras do regime administrativo.

43. (CESPE/APF/PF/2014) Acerca dos poderes administrativos e da responsabilida-

de civil do Estado, julgue o item que se segue.

A aplicação de sanção administrativa contra concessionária de serviço público de-

corre do exercício do poder disciplinar.

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GABARITO

1. C 26. C

2. C 27. b

3. C 28. C

4. E 29. C

5. C 30. C

6. C 31. E

7. E 32. E

8. C 33. E

9. C 34. C

10. C 35. C

11. E 36. e

12. C 37. e

13. E 38. E

14. C 39. C

15. C 40. E

16. E 41. C

17. E 42. E

18. C 43. C

19. E

20. C

21. E

22. E

23. E

24. E

25. C
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GABARITO COMENTADO

1. (CESPE/DPU/TÉCNICO/2016) Tendo como referência as normas do direito admi-

nistrativo, julgue o próximo item.

Constitui manifestação do poder disciplinar da Administração Pública a aplicação de

sanção a sociedade empresarial no âmbito de contrato administrativo.

Certo.

Como decorrência do poder disciplinar, temos a aplicação de sanções a duas dife-

rentes classes de pessoas: os servidores que integram a Administração Pú-

blica e os particulares com vínculo específico com o Poder Público. Como

exemplo desta última situação, cita-se o vínculo firmado por meio de contrato ad-

ministrativo entre os particulares e a Administração Pública.

2. (CESPE/DPU/ANALISTA/2016) Tendo como referência as normas do direito ad-

ministrativo, julgue o próximo item.

A interdição de restaurante por autoridade administrativa de vigilância sanitária

constitui exemplo de manifestação do exercício do poder de polícia.

Certo.

No poder de polícia, há uma restrição de um direito individual em prol do

interesse da coletividade. Na interdição apresentada pela questão, o direito do

particular proprietário de um restaurante é limitado com a finalidade de evitar um

dano à coletividade.

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3. (CESPE/DPU/TÉCNICO/2016) No que se refere aos poderes da Administração

Pública e aos serviços públicos, julgue o item subsecutivo.

O poder de polícia, decorrente da supremacia geral do interesse público, permite

que a Administração Pública condicione ou restrinja o exercício de atividades, o uso

e gozo de bens e direitos pelos particulares, em nome do interesse público.

Certo.

Por meio do poder de polícia, os direitos individuais são restringidos em prol do

interesso coletivo. O fundamento para essa restrição é o dever que o Poder Público

possui de garantir o bem-estar da coletividade.

4. (CESPE/DPU/TÉCNICO/2016) No que se refere aos poderes da Administração

Pública e aos serviços públicos, julgue o item subsecutivo.

Configura-se desvio de poder ou de finalidade quando o agente atua fora dos limi-

tes de suas atribuições, ou seja, no caso de realizar ato administrativo não incluído

no âmbito de sua competência.

Errado.

Quando o agente público pratica um ato para o qual não possui competência, esta-

mos diante do excesso de poder.

O desvio de poder, em sentido diverso, ocorre quando o agente pratica um ato para

o qual é competente, mas que possui uma finalidade diversa daquela legal-

mente prevista.

5. (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) No tocante aos poderes administrati-

vos, julgue o seguinte item.


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O poder de polícia dispõe de certa discricionariedade, haja vista o poder público ter

liberdade para escolher, por exemplo, quais atividades devem ser fiscalizadas para

que se proteja o interesse público.

Certo.

A doutrina identifica a discricionariedade como uma das principais características

do poder de polícia. Por meio dela, a autoridade competente pode escolher, por

exemplo, a ordem de preferência das fiscalizações que irá realizar, oportunidade

em que levará em conta características como a segurança da população e a po-

tencialidade do dano causado.

Dessa forma, caso o Poder Público receba, ao mesmo tempo, a denúncia de que um

mercado está vendendo gêneros alimentícios vencidos e de que uma loja de roupas

está sem o alvará de funcionamento em dia, deverá ele, discricionariamente, veri-

ficar qual das irregularidades pode gerar mais risco para a população, realizando a

fiscalização, primeiramente, neste estabelecimento.

A discricionariedade, contudo, não deve ser confundida com o dever que o Poder

Público possui de aplicar sanções caso verifique alguma irregularidade decorrente

das fiscalizações que efetuar.

6. (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) No tocante aos poderes administrati-

vos, julgue o seguinte item.

O desvio de finalidade é uma espécie de abuso de poder em que o agente público,

apesar de agir dentro dos limites de sua competência, pratica determinado ato com

objetivo diverso daquele pautado pelo interesse público.

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Certo.

No desvio de finalidade, temos um agente exercendo competências que foram a ele

conferidas por meio de lei. Contudo, a finalidade alcançada com a prática do ato

é diferente daquela prevista, inicialmente, pela norma, motivo pelo qual o ato fica

caracterizado como desvio de finalidade (desvio de poder).

7. (CESPE/MPOG/TÉCNICO SUPERIOR/2015) Considerando os poderes regula-

mentar, disciplinar e hierárquico da Administração Pública, julgue o seguinte item.

A Administração, quando aplica sanção administrativa a uma pessoa que descum-

pre as normas de vigilância sanitária, atua no exercício do poder disciplinar, que

se baseia na ideia de supremacia geral e se dirige a todos os administrados de

forma indistinta.

Errado.

O poder disciplinar é aquele que fundamenta a aplicação de sanções administra-

tivas a duas diferentes classes de pessoas: servidores públicos e particulares

ligados à Administração por meio de um vínculo específico.

Na aplicação de sanção decorrente do descumprimento das normas de vigilância

sanitária, observa-se que não há um vínculo específico entre o particular e o Poder

Público (tal como ocorreria, por exemplo, se estivéssemos diante de um contrato

administrativo).

Como consequência, a aplicação da penalidade em questão é decorrência do poder

de polícia.

8. (CESPE/MPOG/TÉCNICO SUPERIOR/2015) Considerando os poderes regulamen-

tar, disciplinar e hierárquico da Administração Pública, julgue o seguinte item.


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A hierarquia existe tanto no âmbito do Poder Executivo quanto no dos Poderes Le-

gislativo e Judiciário com relação às suas funções de natureza administrativa. 

Certo.

O poder hierárquico é aquele que existe no âmbito interno de um mesmo órgão

ou entidades. E como temos atividades administrativas dentro dos três Poderes da

República (tipicamente no Poder Executivo e atipicamente nos Poderes Legislativo

e Judiciário), todos eles apresentam, internamente, uma relação de hierarquia.

9. (CESPE/MPOG/TÉCNICO SUPERIOR/2015) Considerando os poderes regulamen-

tar, disciplinar e hierárquico da Administração Pública, julgue o seguinte item.

O presidente da República, os governadores e os prefeitos podem estabelecer, por

decreto, medidas que disciplinem a organização e o funcionamento da Administra-

ção Pública em suas respectivas esferas, desde que isso não enseje aumento de

despesa nem a criação ou extinção de órgãos públicos.

Certo.

A questão exigiu o conhecimento de umas das situações em que Constituição Fede-

ral autoriza os Chefes do Poder Executivo a editar decretos autônomos:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da Administração federal, quando não implicar aumen-
to de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

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10. (CESPE/ANTAQ/ANALISTA/2015) Em relação aos atos administrativos, aos

agentes públicos, aos poderes administrativos e à responsabilidade do Estado, jul-

gue o item que se segue.

O ato de delegação de competência, revogável a qualquer tempo pela autoridade

delegante, decorre do poder administrativo hierárquico.

Certo.

A delegação de competência ocorre quando uma autoridade inferior passa a exer-

cer competências inicialmente previstas para a autoridade superior.

Tal instituto, assim como a avocação (que é o exercício de competência por parte

de autoridade superior) decorre do poder hierárquico da Administração.

11. (CESPE/TJ/TRE-GO/2015) Julgue o item que se segue, referente aos poderes

da Administração Pública.

O poder hierárquico é aquele que confere à Administração Pública a capacidade de

aplicar penalidades.

Errado.

A aplicação de penalidades decorre diretamente do poder disciplinar, e não do po-

der hierárquico.

12. (CESPE/AUD./FUB/2015) Acerca dos poderes administrativos, julgue o item

que se segue.

Decorrente do poder hierárquico, a avocação, por um órgão, de competência não

exclusiva atribuída a outro órgão que lhe seja subordinado é excepcional e exige

motivos relevantes e devidamente justificados.


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Certo.

A delegação e a avocação são institutos decorrentes do poder hierárquico. Ao passo

que a delegação pode, em regra, sempre ocorrer, a avocação apenas pode ser uti-

lizada em caráter excepcional e mediante justificativa da autoridade competente.

Nesse sentido é o teor dos artigos 12 e 15 da Lei n. 9.784/1999:

Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento
legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes
não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente
justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente
inferior.

13. (CESPE/TJ/TRE-GO/2015) Julgue o item que se segue, referente aos poderes

da Administração Pública.

Poder disciplinar é aquele que permite à Administração Pública disciplinar, de forma

concreta, a aplicação de leis gerais e abstratas.

Errado.

O poder que permite a disciplina das leis, normas gerais e abstratas, é o poder

regulamentar. Nesse caso, os Chefes do Poder Executivo deverão fazer uso dos

decretos regulamentares.

14. (CESPE/AUD./FUB/2015) Acerca dos poderes administrativos, julgue o item

que se segue.

No Brasil, apenas excepcionalmente se admite ato normativo primário no exercício

do poder regulamentar da Administração Pública.


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Certo.

Como regra, os decretos apenas podem ser utilizados com a finalidade de regula-

mentar as leis. A Constituição Federal, contudo, apresenta duas situações em que

poderão ser editados decretos autônomos, normas que inovarão, tal como as leis,

no ordenamento jurídico:

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


VI – dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da Administração federal, quando não implicar aumen-
to de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 

15. (CESPE/DEF. PF/DPU/2015) Julgue o item a seguir, que tratam da hierarquia e

dos poderes da Administração Pública.

A multa, como sanção resultante do exercício do poder de polícia administrativa,

não possui a característica da autoexecutoriedade.

Certo.

Um dos atributos do poder de polícia é a autoexecutoriedade, consistente na pos-

sibilidade de a Administração Pública exigir um comportamento dos particulares.

Nessas situações, o fundamento é a necessidade de limitação de um direito indivi-

dual em prol de toda a coletividade.

Nem todos os atos decorrentes do poder de polícia, contudo, possuem o atributo

em questão.

As multas aplicadas, quando não pagas pelo particular, não poderão ser exigidas

forçosamente. Nessa situação, a Administração apenas poderá promover uma exe-

cução judicial da quantia devida.

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16. (CESPE/MPU/2015) Com relação ao controle da Administração e ao poder de

polícia administrativa, julgue o item seguinte.

O poder de polícia administrativa, que incide sobre as atividades, os bens e os pró-

prios indivíduos, tem caráter eminentemente repressivo.

Errado.

Ainda que a polícia administrativa possa ser exercida de forma repressiva (após os

fatos), sua atuação é eminentemente preventiva, ou seja, exercida antes da ocor-

rência dos atos, evitando que os direitos da coletividade sejam prejudicados por

algum ato particular.

17. (CESPE/AUD./FUB/2015) Acerca dos poderes administrativos, julgue o item

que se segue.

O exercício do poder de polícia é delegável a pessoas jurídicas de direito privado.

Errado.

De acordo com a doutrina majoritária, as atividades decorrentes do poder de po-

lícia não podem ser delegadas a particulares, uma vez que o que está em análise,

nessas situações, é o bem-estar de toda a coletividade.

18. (CESPE/TJ/TRE-GO/2015) O excesso de poder, espécie de abuso de poder,

ocorre quando o agente público ultrapassa os limites impostos a suas atribuições.

Certo.

No excesso de poder, o agente público vai além das competências a ele legalmente

atribuídas, resultando em vício no requisito competência do ato administrativo.

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19. (CESPE/SUFRAMA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2014) A legislação concede à

Administração poderes extraordinários, necessários para que o Estado alcance os

seus fins. Em relação aos poderes da Administração Pública, julgue o item seguinte.

Poder regulamentar é o poder que a Administração possui de editar leis, medidas

provisórias, decretos e demais atos normativos para disciplinar a atividade dos

particulares.

Errado.

O poder regulamentar é, em regra, aquele conferido aos Chefes do Poder Executivo

para regulamentar as leis, situação que ocorre com a edição dos decretos regula-

mentares.

No entanto, ainda que exista a possibilidade da edição de decretos autônomos por

tais autoridades (nas hipóteses previstas na Constituição Federal), tal poder não

serve de amparo para a edição de Leis e Medidas Provisórias.

20. (CESPE/PGE-BA/PROCURADOR) Em relação aos poderes administrativos, jul-

gue o item subsecutivo.

Constitui exemplo de poder de polícia a interdição de restaurante pela autoridade

administrativa de vigilância sanitária.

Certo.

Sempre que estivermos diante de uma questão que exija o conhecimento do poder

de polícia, temos que lembrar que, em tal situação, ocorre uma limitação de um

direito individual em prol do bem-estar da coletividade.

Veja que se trata de uma situação perfeitamente definida pela questão, em que a

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interdição de um restaurante (limitação de um direito individual) ocorre para que

o bem-estar de toda a coletividade seja preservado (evitar que a população, por

exemplo, seja prejudicada por infecções alimentares decorrentes das más condi-

ções de higiene do restaurante).

21. (CESPE/MDIC/AGENTE ADMINISTRATIVO/2014) No que se refere aos agentes

públicos e aos poderes administrativos, julgue o item que se segue. Nesse sentido,

considere que a sigla CF, sempre que empregada, refere-se à Constituição Federal

de 1988.

Suponha que, após uma breve discussão por questões partidárias, determinado

servidor, que sofria constantes perseguições de sua chefia por motivos ideológicos,

tenha sido removido, por seu superior hierárquico, que desejava puni-lo, para uma

localidade inóspita. Nessa situação, houve abuso de poder, na modalidade excesso

de poder.

Errado.

O abuso de poder pode se dar de duas formas, sendo elas o excesso de poder e o

desvio de finalidade. Logo, se a autoridade resolve punir um servidor fazendo uso

da remoção, verifica-se que, ainda que a autoridade esteja investida no uso de suas

atribuições, o instituto da remoção não pode ser utilizado para tal finalidade. Logo,

estamos diante de uma situação de desvio de poder, e não de excesso de poder,

conforme afirmado pela questão.

22. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE ADMINISTRATIVO/2014) O poder para a

instauração de processo administrativo disciplinar e aplicação da respectiva penali-

dade decorre do poder de polícia da Administração.


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Errado.

O poder de polícia se aplica nas situações em que um terceiro, sem vínculo com

a Administração, sofre uma determinada sanção. Quando esta, por outro lado, é

aplicada no âmbito interno da Administração (tal como ocorre na questão, em que

a Administração instaurou um processo administrativo disciplinar), estamos diante

do poder disciplinar.

23. (CESPE/SEDF/DIREITO E LEGISLAÇÃO/2017) Mauro editou portaria discipli-

nando regras de remoção no serviço público que beneficiaram, diretamente, ami-

gos seus. A competência para a edição do referido ato normativo seria de Pedro,

superior hierárquico de Mauro. Os servidores que se sentiram prejudicados com o

resultado do concurso de remoção apresentaram recurso quinze dias após a data

da publicação do resultado.

Nessa situação hipotética, Mauro não agiu com abuso de poder.

Errado.

Mauro agiu com abuso de poder, uma vez que editou uma portaria de remoção com

regras que favoreciam seus amigos. Com isso, Mauro não observou, dentre outros,

o princípio da impessoalidade.

24. (CESPE/ANVISA/2016) O teto de um imóvel pertencente à União desabou em

decorrência de fortes chuvas, as quais levaram o poder público a decretar estado

de calamidade na região. Maria, servidora pública responsável por conduzir o pro-

cesso licitatório para a contratação dos serviços de reparo pertinentes, diante da

situação de calamidade pública, decidiu contratar mediante dispensa de licitação.

Findo o processo de licitação, foi escolhida a Empresa Y, que apresentou preços su-
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periores ao preço de mercado, mas, reservadamente, prometeu, caso fosse contra-

tada pela União, realizar, com generoso desconto, uma grande reforma no banheiro

da residência de Maria. Ao final, em razão da urgência, foi firmado contrato verbal

entre a União e a Empresa Y e executados tanto os reparos contratados quanto a

reforma prometida.

Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.

Maria agiu com excesso de poder ao escolher a Empresa Y.

Errado.

Na situação apresentada, Maria agiu com abuso de poder na modalidade desvio de

finalidade (também conhecida como desvio de poder). Percebe-se isso na medida

em que a servidora fez uso do cargo público para alcançar finalidade particular.

25. (CESPE/TCE-SC/CONTROLE EXTERNO/DIREITO/2016) Julgue o item, a respei-

to de atos administrativos e poderes administrativos.

O abuso de poder administrativo pode assumir tanto a forma comissiva quanto

omissiva.

Certo.

O abuso de poder ocorre tanto na forma omissiva (quando o agente público deixa

de praticar algum ato), quanto na forma comissiva (quando o servidor pratica ato

com excesso ou desvio de poder).

26. (CESPE/PROC. MUN./PREF. FORTALEZA/2017) Com relação a processo admi-

nistrativo, poderes da Administração e serviços públicos, julgue o item subsecutivo.

O exercício do poder regulamentar é privativo do chefe do Poder Executivo da

União, dos estados, do DF e dos municípios.


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Certo.

O poder regulamentar apenas pode ser exercido pelos Chefes do Poder Executivo,

sem a possibilidade de delegação. Por meio do poder regulamentar, tais autorida-

des editam os decretos necessários à regulamentação das leis.

27. (CESPE/TRE-PE/ADMINISTRATIVA/SEM ESPECIALIDADE/2017) Determinada

agência reguladora, atuando em sua esfera de atribuições, editou ato normativo de

apurada complexidade técnica com vistas a elucidar conceitos legais e regular de-

terminado segmento de atividades consideradas estratégicas e de interesse público.

Nessa situação hipotética, a atuação da agência configurou exercício do poder

a) de polícia.

b) regulamentar.

c) discricionário.

d) disciplinar.

e) hierárquico.

Letra b.

Se estamos diante de um ato normativo editado com a finalidade de regular deter-

minado segmento da atividade econômica, o poder administrativo em questão é o

regulamentar.

28. (CESPE/SEDF/ADMINISTRAÇÃO/2017) José, chefe do setor de recursos huma-

nos de determinado órgão público, editou ato disciplinando as regras para a parti-

cipação de servidores em concurso de promoção.

A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.

A edição do referido ato é exemplo de exercício do poder regulamentar.


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Certo.

Na presente questão, a banca fez uso do entendimento doutrinário segundo o qual

o poder regulamentar é uma espécie do poder normativo. Assim, no âmbito do po-

der normativo, diversas autoridades (e não apenas os Chefes do Poder Executivo)

podem estabelecer regras internas para a Administração.

29. (CESPE/SEDF/ADMINISTRAÇÃO/2017) No que se refere aos poderes adminis-

trativos, aos atos administrativos e ao controle da Administração, julgue o item

seguinte.

A avocação se verifica quando o superior chama para si a competência de um órgão

ou agente público que lhe seja subordinado.

Esse movimento, que é excepcional e temporário, decorre do poder administrativo

hierárquico.

Certo.

Tanto a avocação quanto a delegação decorrem do poder hierárquico, possibilitan-

do que o exercício da competência seja feito, em caráter temporário, por autorida-

de diversa da legalmente prevista.

30. (CESPE/MGE/SEDF/2017) Maurício, chefe imediato de João (ambos servidores

públicos distritais), determinou que este participasse de reunião de trabalho em

Fortaleza – CE nos dias nove e dez de janeiro. João recebeu o valor das diárias. No

dia oito de janeiro, João sofreu um acidente de carro e, conforme atestado médico

apresentado para Maurício, teve de ficar de repouso por três dias, razão pela qual

não pôde viajar. Essa foi a primeira vez no bimestre que João teve de se afastar do

serviço por motivo de saúde.


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Acerca dessa situação hipotética e de aspectos legais e doutrinários a ela relacio-

nados, julgue o item a seguir.

A competência de Maurício para determinar que João participasse da reunião de

trabalho decorre do poder hierárquico.

Certo.

Uma das manifestações decorrentes do poder hierárquico é a possibilidade do su-

perior dar ordens aos seus subordinados. Tais ordens, salienta-se, devem ser exer-

cidas dentro do legalmente previsto.

31. (CESPE/SEDF/ATIVIDADES/2017) Com relação aos poderes e atos administra-

tivos, julgue o próximo item.

A coercibilidade, uma característica do poder de polícia, evidencia-se no fato de a

Administração não depender da intervenção de outro poder para torná-lo efetivo.

Errado.

A coercibilidade é um atributo do poder de polícia que possibilita que a Administra-

ção Pública exija dos particulares determinados comportamentos. O atributo por

meio do qual a Administração pode tomar suas decisões sem depender da manifes-

tação de vontade de outro poder é a autoexecutoriedade.

32. (CESPE/SEDF/ADMINISTRAÇÃO/2017) No que se refere aos poderes adminis-

trativos, aos atos administrativos e ao controle da Administração, julgue o item

seguinte.

A Administração, ao editar atos normativos, como resoluções e portarias, que criam

normas estabelecedoras de limitações administrativas gerais, exerce o denominado

poder regulamentar.
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Errado.

Parte da doutrina entende que o poder normativo é gênero, sendo o poder regu-

lamentar uma de suas espécies. Assim, a edição de resoluções e demais atos nor-

mativos seria manifestação do poder normativo, ao passo que a edição de decretos

regulamentares, que são privativos dos Chefes do Poder Executivo, seria decorrên-

cia do poder regulamentar.

33. (CESPE/SEDF/APOIO ADMINISTRATIVO/2017) No que se refere aos poderes

administrativos, aos atos administrativos e ao controle da Administração, julgue o

item seguinte.

O fato de a Administração Pública internamente aplicar uma sanção a um servidor

público que tenha praticado uma infração funcional caracteriza o exercício do poder

de polícia administrativo.

Errado.

O poder de polícia alcança terceiros sem vínculo com o Poder Público. O poder dis-

ciplinar, em sentido diverso, alcança os agentes públicos e terceiros com vínculo

específico com o Estado.

Na situação apresentada, estamos diante do poder disciplinar.

34. (CESPE/TCE-PA/ADMINISTRATIVA/2016) Julgue o item subsequente, acerca

dos atos e dos poderes administrativos.

A discricionariedade administrativa fundamenta-se, entre outros elementos, na in-

capacidade da lei de prever todas as situações possíveis e regular minuciosamente

a maneira de agir do agente público diante de cada uma delas. Assim, confere-se

ao agente a prerrogativa de eleger, entre as condutas viáveis, a que se apresentar

mais conveniente e oportuna à luz do interesse público.


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Certo.

O poder discricionário está presente quando certa margem de escolha é conferida

ao agente. Isso ocorre quando a lei confere ao administrador público a possibili-

dade de escolher, dentre as medidas legalmente possíveis, aquela que seja mais

conveniente e oportuna.

35. (CESPE/TCE-PA/FISCALIZAÇÃO/DIREITO/2016) Acerca dos servidores públi-

cos, dos poderes da Administração Pública e do regime jurídico-administrativo,

julgue o item que se segue.

Situação hipotética: O proprietário de determinado restaurante recebeu notificação

na qual constava a determinação de que a obra que havia sido irregularmente re-

alizada na calçada do referido estabelecimento, para a colocação de mesas, teria

de ser demolida. Assertiva: Nesse caso, decorrendo o prazo sem cumprimento da

ordem, a Administração poderá promover a demolição sob o manto da autoexecu-

toriedade dos atos administrativos e do poder de polícia.

Certo.

Como decorrência da autoexecutoriedade, a Administração Pública, fazendo uso do

poder de polícia, pode, na situação apresentada, promover a demolição da obra em

questão.

Na situação, estaremos diante de uma limitação de um direito individual em prol

do interesse coletivo. A autoexecutoriedade, que é atributo do poder de polícia,

autoriza que a demolição seja feita pela Administração Pública sem a necessidade

de manifestação de outro Poder.

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36. (CESPE/PC-PE/2016) Após investigação, foi localizada, no interior da residên-

cia de Paulo, farta quantidade de Cannabis sativa, vulgarmente conhecida por ma-

conha, razão por que Paulo foi preso em flagrante pelo crime de tráfico de drogas.

No momento de sua prisão, Paulo tentou resistir, motivo pelo qual os policiais, uti-

lizando da força necessária, efetuaram sua imobilização.

Nessa situação hipotética, foi exercido o poder administrativo denominado

a) poder disciplinar, o qual permite que se detenham todos quantos estejam em

desconformidade com a lei.

b) poder regulamentar, que corresponde ao poder estatal de determinar quais prá-

ticas serão penalizadas no caso de o particular as cometer.

c) poder hierárquico, devido ao fato de o Estado, representado na ocasião pelos

policiais, ser um ente superior ao particular.

d) poder discricionário, mas houve abuso no exercício desse poder, caracterizado

pela utilização da força para proceder à prisão.

e) poder de polícia, que corresponde ao direito do Estado em limitar o exercício dos

direitos individuais em benefício do interesse público.

Letra e.

Temos aqui uma clássica situação em que o poder de polícia é utilizado. No caso,

ocorre a limitação de um direito individual em prol do interesse e bem-estar de toda

a coletividade.

37. (CESPE/TRE-PI/ADMINISTRATIVA/2016) Determinada autoridade sanitária,

após apuração da infração, em processo administrativo próprio, aplicou a deter-

minada farmácia a pena de apreensão e inutilização de medicamentos que haviam

sido colocados à venda, sem licença do órgão sanitário competente, por violação

do disposto nas normas legais e regulamentares pertinentes.


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Nessa situação hipotética, a autoridade sanitária exerceu o poder

a) hierárquico, em sua acepção de fiscalização de atividades.

b) hierárquico, em sua acepção de imposição de ordens.

c) disciplinar, em razão de ter apurado infração e aplicado penalidade.

d) regulamentar, em razão de ter constatado violação das normas regulamentares

pertinentes.

e) de polícia, em razão de ter limitado o exercício de direito individual em benefício

do interesse público.

Letra e.

Como os medicamentos haviam sido colocados à venda sem a licença do órgão

sanitário competente, poderiam eles colocar em risco a saúde da população. Logo,

a atuação da Administração Pública, ao apreender e inutilizar os medicamentos, é

decorrência do poder de polícia (limitação de um direito individual em prol do inte-

resse coletivo).

38. (CESPE/TCE-PA/ADMINISTRATIVA/2016) Julgue o item subsequente, acerca

dos atos e dos poderes administrativos.

Os atos decorrentes do poder regulamentar têm natureza originária e visam ao

preenchimento de lacunas legais e à complementação da lei.

Errado.

O poder regulamentar possui a finalidade de detalhar as leis, que são normas gerais

e abstratas. Tal detalhamento ocorre por meio da edição de decretos regulamenta-

res. Contudo, não podem os decretos, ao contrário do que afirmado pela questão,

ter natureza originária, mas sim secundária, uma vez que não podem eles inovar

no ordenamento jurídico.
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39. (CESPE/TCE-PA/ADMINISTRATIVA/ADMINISTRAÇÃO/2016) A respeito dos po-

deres da Administração Pública e dos serviços públicos, julgue o item que se segue.

A prerrogativa da Administração de impor sanções a seus servidores, independen-

temente de decisão judicial, decorre imediatamente do poder disciplinar e media-

tamente do poder hierárquico.

Certo.

A aplicação interna de sanções é decorrência direta (imediata) do poder disciplinar.

E como estamos no âmbito interno da Administração Pública, tal medida decorre,

indiretamente (mediatamente) do poder hierárquico.

40. (CESPE/CBM-CE/2014) No que se refere ao poder disciplinar e ao poder de po-

lícia administrativa, julgue o item a seguir à luz da doutrina de referência.

Ao apreender mercadorias deterioradas em um estabelecimento comercial, a Admi-

nistração Pública exerce o poder disciplinar, que se caracteriza pela aplicação de pe-

nalidades estabelecidas com base na natureza e na gravidade da infração cometida.

Errado.

A apreensão de mercadorias é medida decorrente do poder de polícia, por meio do

qual há a limitação de um direito individual em prol do interesse coletivo.

41. (CESPE/(CÂM. DEP)/ÁREA III/CONSULTOR LEGISLATIVO/2014) No que con-

cerne aos poderes administrativos, julgue o item subsequente.

Como regra, tem competência exclusiva para exercer o poder de polícia a entidade

que dispõe de poder para regular a matéria; excepcionalmente, pode haver com-

petências concorrentes na regulação e no policiamento.


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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Poderes Administrativos
Prof. Diogo Surdi

Certo.

Como regra geral, a competência para exercer o poder de polícia é do ente fede-

rativo que dispõe de competência para regular a matéria. Em caráter excepcional,

certas competências podem ser exercidas por mais de um ente, casos em que es-

taremos diante da competência concorrente estabelecida na Constituição Federal.

42. (CESPE/TJ-SE)/ADMINISTRATIVA/JUDICIÁRIA/2014) No tocante aos atos e

aos poderes administrativos, julgue o próximo item.

No exercício do poder administrativo disciplinar, a Administração pode aplicar pu-

nições aos particulares que cometam infrações, independentemente de estes se

sujeitarem às regras do regime administrativo.

Errado.

O poder disciplinar apenas pode ser utilizado para a aplicação de sanções a duas

diferentes classes de pessoas: os agentes públicos (internamente) e os particulares

com vínculo jurídico específico com o Poder Público (situação que ocorre, por exem-

plo, com aqueles que assinaram um contrato administrativo com a Administração).

43. (CESPE/APF/PF/2014) Acerca dos poderes administrativos e da responsabilida-

de civil do Estado, julgue o item que se segue.

A aplicação de sanção administrativa contra concessionária de serviço público de-

corre do exercício do poder disciplinar.

Certo.

O poder disciplinar autoriza que a Administração aplique sanções tanto aos agentes

internos quanto a terceiros que possuam vínculo específico com o Poder Público

(situação que ocorre, por exemplo, com as concessionárias de serviço público).

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