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Descartes: a
metafísica da modernidade. Coleção Lógos. São Paulo: Moderna, 1993.
Descartes em sua reconstrução do saber traz noções para explicar o seu método, quais
sejam: o dualismo, pois admite a existência de duas realidades separadas a do eu pensante
(alma) e da substancia extensa (corpo), para aplicação do método matemático para as
questões físicas separando sujeito do objeto, estabelecendo autonomia do pensamento para
dar independência ao sujeito como ponto de partida do conhecimento; o idealismo, pois ao
tomar o sujeito como ponto de partida admitiu que o sujeito é o pólo irradiador de certeza
para constituir o conhecimento verdadeiro, assim, o conhecimento se constitui a partir de
ideias e juízos, eis que a realidade esta primeiro no espírito e nos princípios e se apresenta
em forma de ideias; o subjetivismo, o sujeito tem uma função ordenadora ao menos do
conhecimento, uma vez que é através do pensamento metodicamente conduzido a verdade
será estabelecida através de critérios do sujeito que observa, ou seja, o conhecimento não é
a simples relação entre o sujeito e as coisas que o rodeiam, mas sim um problema a ser
solucionado através de critérios metódicos que lhe garantam a verdade; a representação,
assumindo que seja tudo o conteúdo na mente, ou seja, tudo aquilo que já foi objeto de
percepção pelo sujeito o espírito representa, ainda que em abstração ou o já reconhecido
como substancia, o objeto do conhecimento será a representação para atestar a realidade,
uma vez que as representações sensíveis são postas entre parênteses, partindo das idéias
buscando nelas os índices, critérios de validade que atestarão a existência na realidade, ou
seja, na filosofia cartesiana o conhecimento parte da representação enquanto conteúdo
mental e não de seu reflexo no mundo em direção ao reencontro da realidade.
Para tanto, elabora seu método na reconstrução do saber, para busca da verdade absoluta.
Em seu discurso afirma ser necessário para o conhecimento deter o bom senso, mas não
basta ter o espírito bom é preciso aplicá-lo bem, na capacidade de distinguir o verdadeiro
do falso. Critica o ensino tradicional à época por desestimular o uso da razão e do bom
senso, isto porque acreditava que o método tradicional trazia mais dúvidas do que
conhecimento, consubstanciando em desencorajadora diversidade de opiniões condenando
às ciências ante a pouca firmeza dos fundamentos acarreta na fragilidade dos resultados,
demonstrando que a cultura transmitida não produz resultados satisfatórios quando não
conduzida por um método previamente concebido.
Então, qual seria o método para buscar a verdade? O método cartesiano consiste na dúvida
metódica ou ceticismo metodológico – existe uma estreita relação entre o método de
aquisição da evidência e a dúvida como condição na reconstrução do saber: só se pode
dizer que existe aquilo que puder ser provado, sendo o ato de duvidar sistemático para
provar a existência do próprio eu, que duvida - eu que penso, logo existo, e de Deus.