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Funções básicas
De forma geral podemos dizer que o núcleo possui duas funções básicas: regular as reações químicas que
ocorrem dentro da célula e armazenar suas informações genéticas.
Os componentes do núcleo
O núcleo das célula que não estão em processo de divisão apresenta um limite bem definido, devido à
presença da carioteca ou membrana nuclear, visível apenas ao microscópio eletrônico.
A maior parte do volume nuclear é ocupada por uma massa filamentosa denominada cromatina. Existem
ainda um ou mais corpos densos (nucléolos) e um líquido viscoso (cariolinfa ou nucleoplasma).
A carioteca
A carioteca (do grego karyon, núcleo e theke, invólucro, caixa) é um envoltório formado por duas membranas
lipoprotéicas cuja organização molecular é semelhante as demais membranas celulares. Entre essas duas membranas
existe um estreito espaço, chamado cavidade perinuclear.
A face externa da carioteca, em algumas partes, se comunica com o retículo endoplasmático e, muitas vezes,
apresenta ribossomos aderidos à sua superfície. Neste caso, o espaço entre as duas membranas nucleares é uma
continuação do espaço interno do retículo endoplasmático.
Poros da carioteca
A carioteca é perfurada por milhares de poros, através das quais determinadas substâncias entram e saem
do núcleo. Os poros nucleares são mais do que simples aberturas. Em cada poro existe uma complexa estrutura
protéica que funciona como uma válvula, abrindo-se para dar passagem a determinadas moléculas e fechando-se em
seguida. Dessa forma, a carioteca pode controlar a entrada e a saída de substâncias.
A face interna da carioteca encontra-se a lâmina nuclear, uma rede de proteínas que lhe dá sustentação. A
lâmina nuclear participa da fragmentação e da reconstituição da carioteca, fenômenos que ocorrem durante a divisão
celular.
A cromatina
A cromatina (do grego chromatos, cor) é um conjunto de fios, cada um deles formado por uma longa molécula
de DNA associada a moléculas de histonas, um tipo especial de proteína. Esses fios são os cromossomos. Quando
se observam núcleos corados ao microscópio óptico, nota-se que certas regiões da cromatina se coram mais
intensamente do que outras. Os antigos citologistas já haviam observados esse fato e imaginado, acertadamente, que
as regiões mais coradas correspondiam a porções dos cromossomos mais enroladas, ou mais condensadas, do que
outras.
Para assinalar diferenças entre os tipos de cromatina, foi criado o termo heterocromatina (do gregoheteros,
diferente), que se refere à cromatina mais densamente enrolada. O restante do material cromossômico, de
consistência mais frouxa, foi denominado eucromatina (do grego eu, verdadeiro).
Os nucléolos
Na fase que a célula eucariótica não se encontra em divisão é possível visualizas vários nucléolos, associados
a algumas regiões específicas da cromatina. Cada nucléolo é um corpúsculo esférico, não membranoso, de aspecto
esponjoso quando visto ao microscópio eletrônico, rico em RNA ribossômico(a sigla RNA provém do
inglês RiboNucleic Acid). Este RNA é um ácido nucléico produzido a partir o DNA das regiões específicas da
cromatina e se constituirá um dos principais componentes dos ribossomos presentes no citoplasma.
É importante perceber que ao ocorrer a espiralação cromossômica os nucléolos vão desaparecendo
lentamente. Isso acontece durante os eventos que caracterizam a divisão celular. O reaparecimento dos nucléolos
ocorre com a desespiralação dos cromossomos, no final da divisão do núcleo.
Um núcleo pode ter um ou mais nucléolos. Esse é o local onde o RNA é sintetizado e se une a proteínas
que vêm do citoplasma e formam unidades precursoras dos ribossomos. As sub-unidades ficam no nucléolo até a
divisão celular. A maioria das células possui apenas um núcleo.
A entrada e saída de grandes moléculas do núcleo está intimamente controlada pelos complexos de poros
nucleares. Apesar de pequenas moléculas poderem entrar no núcleo sem regulação, macromoléculas como o ARN
e proteínas requerem associação com carioferinas denominadas importinas para entrar no núcleo e exportinas para
sair. Proteínas de carga que têm que ser transferidas do citoplasma para o núcleo contêm sinais de localização
nuclear ligadas pelas exportinas. A habilidade das importinas e exportinas em transportar a sua carga é regulada
por GTPases, enzimas que hidrolisam a molécula de guanosina trifosfato para libertar energia. A GTPase de maior
importância envolvida no transporte nuclear denomina-se Ran, que pode se ligar a GTP ou GDP, dependendo se
estiver localizada no núcleo ou citoplasma. Enquanto que as importinas dependem de RanGTP para se dissociarem
da sua carga, as exportinas requerem RanGTP para se poderem ligar à sua carga.
A importação nuclear depende da importina se ligar à sua carga, no citoplasma, e transportá-la através do
poro nuclear até ao núcleo. Dentro do núcleo, a RanGTP actua para separar a carga da importina, permitindo que
esta possa sair do núcleo para ser reutilizada. A exportação nuclear é similar, sendo que a exportina liga-se à carga
dentro do núcleo, num processo facilitado pela RanGTP, saindo depois através do poro nuclear, separando depois
da sua carga no citoplasma.
Proteínas de exportação, especializadas, existem para efectuar a transferência de Arnm madura e ARNt para
o citoplasma, após a modificação pós-transcripcional estar completa. Este mecanismo de controlo de qualidade é
importante devido ao papel central destas moléculas no processo de tradução das proteínas; uma expressão errada
de uma proteína devido à incompleta excisão de intrões ou a incorrecta incomporação de aminoácidos, poderão ter
efeitos negativos para a célula; o ARN modificado de maneira incompleta que chega ao citoplasma é degradado em
vez de ser utilizado na tradução em proteínas.