Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
INTRODUÇÃO
O Suporte Básico de Vida compreende o atendimento prestado a uma vítima de mal súbito
ou trauma, visando à manutenção de seus sinais vitais e à preservação da vida, além de
evitar o agravamento das lesões existentes, até que uma equipe especializada possa
transportá-la ao hospital e oferecer um tratamento definitivo.
Apesar de qualquer cidadão poder ajudar em uma situação de emergência, é importante
lembrar que isso não o torna um “socorrista” profissional. Para se profissionalizar é
necessário adquirir muito mais informações e habilidades, treinamento adequado e,
inclusive, para muitas das funções, diploma e registro profissional. Portanto, devemos
preferir, sempre que possível, o atendimento pelos socorristas e PROFISSIONAIS DE SAÚDE,
que contam com formação qualificada e equipamentos especiais para realizá-lo.
De forma mais objetiva, a urgência é uma situação onde não existe risco imediato à vida (ou
risco de morte). O atendimento requer rapidez, mas o paciente pode aguardar tratamento
definitivo e solução em curto prazo (algumas literaturas se referem a um prazo de até 24
horas). A emergência geralmente implica estarmos diante de uma situação de aparecimento
súbito e imprevisto, grave, crítica e que exige ação imediata, pois a ameaça à vida é grande.
Como o próprio nome diz, o serviço de Atendimento Pré-hospitalar (APH) envolve todas as
ações efetuadas com o paciente, antes da chegada dele ao ambiente hospitalar.
Compreende, portanto, três etapas:
1. assistência ao paciente na cena (no local da ocorrência);
2. transporte do paciente até o hospital;
3. chegada do paciente ao hospital.
O APH tem como objetivos específicos preservar as condições vitais e transportar a vítima
sem causar traumas iatrogênicos durante sua abordagem, como, por exemplo, danos
ocorridos durante manipulação e remoção inadequada (do interior de ferragens, escombros
etc.). O socorrista deve ter como princípio básico evitar o agravamento das lesões e procurar
estabilizar as funções ventilatórias e hemodinâmicas do paciente.
As condições essenciais para que esses objetivos sejam alcançados são:
Como a situação pode evoluir? Tenha sempre em mente que o ambiente pré-hospitalar
nunca está 100% seguro e uma situação aparentemente controlada pode tornar-se instável e
perigosa a qualquer momento. Portanto, a segurança deverá ser reavaliada
constantemente! Identifique as ameaças ao seu redor, tais como riscos de atropelamento,
colisão, explosão, desabamentos, eletrocussão, agressões etc. Na existência de qualquer
perigo em potencial, aguarde o socorro especializado. Lembre-se: não se torne mais uma
vítima! Quanto menor o número de vítimas, melhor.
Circulação – O pulso está presente? Não se deve demorar mais do que 10 segundos
para identificar o pulso. Existe alguma hemorragia grave? Na ausência de pulso iniciar de
imediato com 30 compressões torácicas, em uma frequência de no mínimo 100 vezes por
minutos, com a profundidade de 5 cm. Prevenir ou tratar o estado de choque.
Vias aéreas e estabilização da coluna cervical (em vítimas de trauma, profissionais de sáude
que suspeitarem de trauma realizar anteriorização da mandíbula) – Ver, Ouvir e Sentir não se
usa mais. Verificar se as vias aéreas estão pérvias ou se existem sinais de obstrução.
V – Verbal: nesse estágio a vítima ainda atende ao estímulo verbal dado pelo
socorrista (comando de voz), no entanto, pode apresentar-se confusa e emitir palavras
desconexas. Devemos considerar que essa vítima poderá perder a consciência a qualquer
momento, portanto ela deve ser estimulada a manter-se acordada.
D – Doloroso: nesse estágio a vítima não atende mais aos estímulos verbais do
socorrista, apesar de poder emitir sons ou gemidos, mas sem capacidade de contato visual
direto. Realizase um estímulo doloroso (sobre o esterno, trapézio ou leito ungueal) para obter
qualquer resposta da vítima (localizar a dor, reagir com caretas, movimentos, gemidos...). É
bom lembrar que em muitos casos, a vítima estará em um estado de semiconsciência e poderá
até mesmo ouvir e sentir o que acontece ao seu redor. Dessa forma, o socorrista também
deverá estimular o retorno da vítima ao estado de resposta verbal, incentivando a melhora do
seu nível de consciência.
Exposição da vítima com controle da hipotermia – Retirar ou cortar as vestes para visualizar
melhor e tratar as lesões de extremidades. Em seguida, cobrir a vítima, prevenindo assim a
hipotermia e minimizando o choque. Observação. O protocolo detalhado do suporte básico de
vida e reanimação cardiopulmonar (RCP) será visto no capítulo seguinte. É muito importante
obter todas as informações possíveis do local do acidente. O socorrista deverá observar
cuidadosamente a cena por si só, conseguir informações com a própria vítima (se consciente e
orientada), familiares e testemunhas e avaliar os sinais e sintomas indicativos de uma
emergência.
consiste na segunda etapa do exame, onde serão observadas todas as lesões que não
impliquem risco imediato à vida. O socorrista deve buscar realizar anamnese direcionada,
checar a história do acidente ou mal súbito, identificar os ferimentos, aferir os sinais vitais e
realizar um exame físico padronizado, da cabeça aos pés. Algumas perguntas e informações
são fundamentais e devem ser levantadas, como por exemplo:
2. Condições que elevam a demanda de oxigênio, como febre alta, choque, hipóxia e
anemia grave, provocam taquicardia.
3. Um ritmo de pulso irregular e uma deficiência do pulso (frequência do pulso radial menor
que a frequência do pulso apical) ocorrem com as arritmias.
5. Respiração profunda e difícil (com esforço – dispneia) pode indicar obstrução nas vias
aéreas, doença cardíaca ou pulmonar.
7. Quando a pressão de pulso é baixa, diz-se que a PA é convergente e quando é alta diz-se que
a PA é divergente. A PA convergente indica vasoconstrição e ocorre, por exemplo,
precocemente no choque hemorrágico antes da queda da pressão sistólica. A PA divergente
indica vasodilatação e ocorre nas reações anafiláticas e no choque neurogênico.
8. Uma pele fria e úmida é indicativa de uma resposta do sistema nervoso simpático a
um traumatismo ou perda sanguínea (estado de choque). A exposição ao frio produz uma pele
fria, no entanto seca. Uma pele quente e seca pode ser causada por febre, em uma doença, ou
ser o resultado de uma exposição excessiva ao calor, como na insolação.
10. A cianose não aparece na intoxicação por monóxido de carbono, e a coloração vermelho-
cereja da pele e mucosas, descrita como sinal clássico nesse tipo de intoxicação, é rara.
11. Dilatação pupilar bilateral e não reativa sugere dano cerebral grave.
12. Presença de pupilas anisocóricas sugere lesão cerebral por traumatismo craniano ou AVE –
acidente vascular encefálico.