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A CRUZ QUE LEVO NO PEITO

Foi em Formiga, Minas Gerais. Um evangélico, não tão evangélico quanto parecia porque me julgou,
condenou e me chamou de idólatra, antes de me ouvir ou dizer bom dia; apontou para a cruz no meu peito e
disse: "Você sabia que os que carregam amuletos vão para o inferno?".
Apontei para a sua língua e seu coração e disse: "Você sabia que muita gente já parou no inferno por
causa de uma língua acusadora como a sua e um coração fechado como o seu?" E acrescentei: "Mas já que
minha cruz no peito o incomoda, deixe-me explicar porque a levo...". Expliquei então.
Eu não carrego símbolos por carregar. É meu jeito de pregar a palavra de Deus mesmo silencioso. Quem
me vir de cruz no peito saberá que sou seguidor de Jesus. Se me perguntar sem me julgar como você fez,
saberá porque minha cruz é toda curva e sem arestas e porque tem um buraco no meio em forma de coração. As
curvas são para lembrar que desejo aparar as arestas da vida para os que sofrem, tornar mais clara a fé para os
outros e ensinar que na vida não é tudo pau-pau-pedra-pedra. A vida tem nuances, muita coisa fica mais clara
quando a gente explica com calma e paciência como estou fazendo com você. Não é tudo como eu penso, nem
tudo como você pensa. Eu não sei tudo sobre Deus e sobre a eternidade, mas você também não sabe. Então,
por que não conversamos civilizadamente e respeitosamente sobre o porquê de você gostar tanto de sua igreja e
eu tanto da minha? Eu não julgo sua igreja e você não julga a minha. Eu não falo do seu jeito de ser filho dela e
você não fala do meu jeito de ser filho de minha mãe. Eu não agrido seu jeito de crer em Deus e você não agride
o meu. Por isso, meu crucifixo é sereno de formas. Eu vejo beleza na fé dos outros. Já o buraco em forma de
coração é para lembrar que na cruz esteve um coração traspassado e ferido por nós. Mas já ressuscitou e não
está mais crucificado. Por isso o buraco! Eu creio num Jesus vivo e ressuscitado tanto quanto você. Você
proclama isso por palavras e eu por palavras e por este sinal. A quem me dá chance eu explico o porquê dos
meus símbolos religiosos que não são nem amuleto de sorte, nem superstição. É meu testemunho de que creio
naquele que esteve na cruz. Minha cruz é para lembrar onde ele esteve por mim e qual foi o jeito que ele achou
de me salvar".
“Mas a cruz é derrota. Você está lembrando não a glória, mas a derrota de Jesus", disse ele. Respondi: "-
É isso que me faz um cristão católico e de você um cristão evangélico. Você celebra o triunfo da palavra e eu
celebro o triunfo da palavra e do gesto. Jesus não nos salvou apenas com sua palavra, mas também com seus
gestos. Eu sou cat-holos: cathólico, palavra grega que significa abrangência e dá idéia de abertura. Eu busco o
sentido total da Bíblia e você fica na letra. Então leia São Paulo, que diz que a cruz é escândalo para os pagãos
e os que não crêem. Se você crê que daquela cruz Jesus disse que atrairia todos a ele, então é porque Jesus fez
da cruz uma vitória e não uma derrota. Jesus foi vencedor não apenas quando ressuscitou, mas também quando,
daquela cruz, perdoou quem o crucificava e prometeu o paraíso a quem morria arrependido ao seu lado. Jesus
estava vencendo quando morria na cruz. A ressurreição coroou sua vitória sobre a morte que ele já começou a
mostrar como se morre amando".
Ele me olhou firme e disse: "-Você é um católico bem instruído. Sabe o que faz". Brinquei com ele: "-Então
não julgue mais a nenhum irmão seu de outra religião. Você pode saber porque crê na sua igreja. Mas os outros
também sabem porque amam a deles".
Embarquei e vim embora. Gostaria de reencontrá-lo. Não espero que ele use crucifixos. Só espero que
respeite quem os usa, sem nos chamar de idólatras, até porque calúnia e julgamento precipitado pode levar para
o inferno, tanto quanto a idolatria que ele combate!

Fonte: Pe. Zezinho, scj - São Paulo (SP), 22/4/2002 - 08:02

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