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A PSICANÁLISE COMO UM CAMPO DE SABER E SUA

INSERÇÃO NA PESQUISA CIENTÍFICA

Yone Buonaparte d’Arcanchy Nobrega Nasser*

RESUMO

A psicanálise sempre foi vista como um conhecimento que não podia ser inserido
em um lugar já conhecido e estipulado das ciências com as quais convivemos e
procuramos desenvolver e organizar de forma sistemática. Como prática clínica, teoria
e método, ela acaba por nos conduzir a um mundo diferente do qual estamos
acostumados a lidar quando o assunto é pesquisa acadêmica. É fato que esse também
é um novo mundo para a própria psicanálise, que nasceu e sustentou suas prerrogativas
através da escrita de sua práxis – embasada em pesquisas clínicas e não-clínicas – e
no alinhamento dogmático.
Há opiniões diversas acerca do tema, mas essas não se colocam como o cerne
deste artigo, que pretende apenas levantar a hipótese de o saber psicanalítico ser
pesquisado de acordo com uma cientificidade própria e marcante da mudança de
paradigma da qual seu desenvolvimento é uma importante referência.

Palavras-chave: Psicanálise. Pesquisa. Conhecimento científico. Saber.

O interesse em desenvolver este tema está


calcado nas questões relativas à pesquisa cientí-
fica da psicanálise no ambiente universitário.
Acredita-se que por essa via serão permitidas
inferências várias que, por desdobramento, pode-
rão compor um material auxiliar para o entendi-
mento da pesquisa em outras vertentes.
A psicanálise, em sua construção, envol-
veu-se em diferentes questões, tais como a con-
ceituação do inconsciente e de tudo que girava em
torno dele. Rompeu barreiras inimagináveis a
*
Mestre em Psicanálise, Saúde e Socie- respeito do conhecimento do indivíduo, seu com-
dade pela UVA-RJ. Especialista em Psi- portamento, seus desejos e possibilidades en-
cossomática pelo IMPSIS; Saúde Men-
tal Infanto-Juvenil pela PUC-RJ; Psico- quanto sujeito. Proporcionou a “quebra” de mol-
logia Analítica pelo IBMR-AJB; Mem- des, modificou parâmetros afetivos, pedagógicos,
bro do LAPSI-UVA. culturais e sociais através de novas propostas a

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respeito da constituição psico-afetiva da de se organizar os saberes que estavam


humanidade. Todavia, uma das preocu- sendo propostos de acordo com as nor-
pações de Freud, a princípio, é oferecer à mas preestabelecidas. Acabava-se por
psicanálise um caráter científico – de reafirmar que o caminho do reconheci-
acordo com o padrão da época – perten- mento dos mesmos teria que ser traçado
cente ao determinismo clássico. Era ne- pelas trilhas do reconhecimento científi-
cessário comprová-los dentro dos parâ- co, isto é, nos moldes do determinismo
metros estabelecidos por apreensões cal- clássico. Por outro lado, crescia a obriga-
cadas na racionalidade e quantificação. toriedade de oferecer um arcabouço a
Isso significa dizer que a psicanálise, em esses conhecimentos de forma distinta.
seu despertar, estava bastante envolvida Diante da importância do desen-
na afirmação de sua identidade pela cien- volvimento da psicanálise, Freud acaba
tificidade. Essa observação reflete o por não se prender às questões meramen-
momento da organização científica natu- te vinculadas ao cientificismo da época,
ral à época. apesar de, durante certo período, manter
Os modelos vigentes cobram, im- uma posição dentro do modelo estabele-
parcialmente, que todos os saberes se cido. Através da inscrição da psicanálise
aloquem em algum dos critérios por eles nos três registros – tópico, econômico e
oferecidos. É imprescindível definir aqui- dinâmico –, torna-se claro seu afasta-
lo que auxiliará na definição, pesquisa e mento do paradigma da modernidade. A
continuidade da psicanálise, uma vez que partir de 1920, seus textos se mostram
ela constitui um dos pilares do pensamen- definitivos nesse sentido.
to ocidental acerca do sujeito e suas Em termos de pesquisa, quanto à
vicissitudes. psicanálise, as diferentes correntes psi-
A entrada em vigor da psicanálise canalíticas carregam a responsabilidade
e de outros saberes no mesmo momento de desenvolver reflexões acerca dos prin-
histórico – virada do século 19 para o 20 cípios e das práticas que possibilitem a
e décadas subseqüentes – comporta a continuidade dos seus estudos: “...um ri-
idéia de que as ciências podem ser dife- gor dito científico (...) na esperança de
renciadas e, quiçá, seus métodos desenvolver a psicanálise e lhe devolver a
avaliativos também edificados de inúme- unidade a partir da pesquisa” (Botella, C.
ras formas. & Botella, S., 2001/2003, p. 422).
Todavia, recapitulando, de fato não É nesse contexto que a psicanálise
havia uma maleabilidade reconfortante demonstra seu vigor enquanto saber es-
às produções de conhecimento que esta- pecífico e diferenciado. Entende-se que a
vam sendo geradas naquele instante. Na possibilidade de uma voz unívoca em
verdade, o que ocorria não significava psicanálise acabaria por sugerir refrea-
uma censura, era apenas a necessidade mento e paralisia sobre seu conteúdo e

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A psicanálise como um campo de saber e sua inserção na pesquisa científica

aplicabilidade e, por extensão, acabaria tais que são de difícil acesso por qualquer
por representar o impedimento de sua outro meio;
comunicação com outros saberes. b) É o nome de um método de
Theodor Lowenkron (2001) consi- tratamento de distúrbios neuróticos, o
dera que a pesquisa em psicanálise deve qual se baseia nessa investigação;
ocupar a posição primordial em relação c) É o nome de uma série de
aos três sentidos propostos por Freud, que pontos de vista psicológicos adquiridos
serão apresentados mais adiante. Admite por essa via, os quais se cruzam progres-
considerar a psicanálise uma ciência sivamente a fim de se reunir numa nova
empírica, quando remetida ao campo da disciplina científica.
transferência. Sabe, contudo, que há a Pela clareza das idéias apresenta-
definição de pesquisa empírica como: das por Freud em sua concepção a res-
“...um estudo sistemático de qualquer peito da psicanálise, deve ser percebido
fenômeno realizado por meio de uma que, possivelmente, nas inúmeras tentati-
metodologia que permita alguma forma vas de se definir as variadas práticas
de análise estatística e que forneça ele- psicanalíticas, há um equívoco que, certa-
mentos que possibilitem a outros tentar mente, está ligado ao foco.
replicar a experiência” (Cooper citado A colocação de Freud corrobora a
por Lowenkron, 2001, p. 1). postura de se entender a psicanálise como
A partir dessa concepção, cria-se indissociável de um método – e é este que
uma polêmica quanto à definição de pes- marca a sua fundação: “A teoria psicana-
quisa empírica em psicanálise. Lembra lítica é inseparável de sua prática e sua
ele que Herrmann considera que “...a evolução é o fruto das aquisições pro-
pesquisa dita empírica em psicanálise é a gressivas a partir de e nos limites do
tentativa de imitação do modelo determi- método” (Botella, C. & Botella, S., 2001/
nista de erradicação de desvios interpre- 2003, p. 426).
tativos do pesquisador” (Herrmann cita- Esses autores consideram que a
do por Lowenkron, 2001, p. 1). O que psicanálise, como procedimento para a
preside esse tipo de pesquisa é a verifica- investigação – que ocorre na sessão –
ção objetiva e o fascínio por experimentos já constitui, aí, uma pesquisa. Acredi-
quantitativos. tam que as dificuldades e os conflitos
Freud, em 1923, para a Encyclo- que se apresentam em torno da pesqui-
pedie de la sexologie humaine – de sa em psicanálise decorrem da mesma
Max Marcuse (Botella, C. & Botella, S., fonte que afeta sua definição. Impossí-
2001/2003, p. 426) –, define a psicanálise vel esgotar, no presente trabalho, toda
da seguinte forma: a complexidade que o assunto envolve.
a) É o nome de um procedimento Porém, o exercício contínuo de refle-
para a investigação de processos men- xão é fundamental para que se dê con-

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tinuidade também ao debate no campo Muitos psicanalistas consideram


acadêmico. que a pesquisa em psicanálise é inexo-
Deve-se considerar válida a pes- ravelmente clínica pelos motivos já desta-
quisa em psicanálise diferenciada da rea- cados quanto ao seu objeto e método.
lizada em ciências exatas, pois o molde
destas últimas era o modelo perseguido Toda pesquisa em psicanálise é (...)
pelas ciências de todo tipo. Todavia, um uma pesquisa clínica (...) Na psicanálise há
saber que gera conhecimento, práticas, (...) um ‘campo de pesquisa’, que é o in-
resultados e se insere dentro de outros consciente e que inclui o sujeito. Por isso,
saberes e ciências requer uma definição a clínica, como forma de acesso ao sujeito
do inconsciente, é sempre o campo de
mais pronunciada sobre o seu lugar no
pesquisa (Elia, 2000, p. 23).
campo acadêmico e de pesquisa.
Na compreensão aqui estabeleci-
O mundo acadêmico é, por assim
da, não se deve considerar a psicanálise
dizer, uma novidade em termos do ensina-
uma ciência experimental, pois é sabido
mento e magistério da psicanálise. A
que seu objeto de estudo não é mensurá-
psicanálise costumava ser transmitida
vel, quantificável ou mesmo palpável. Não
através de seminários a respeito de casos
se encaixa, também, dentro dos parâme-
clínicos, supervisão sobre os mesmos e
tros das ciências formais e exatas, como
análise pessoal do sujeito disposto a se
já pronunciado, pois que não há demons-
tornar analista. Não é surpresa entender
tração que constitua regra. O objeto de
que a pesquisa seja considerada sempre
estudo da psicanálise é constituído pelos
clínica.
inconscientes do observador (analista) –
que é também instrumento de observação Luís Carlos Nogueira aborda o
– e do observado (analisando) e, para tema da psicanálise dentro do mundo
completar, pela relação recíproca entre acadêmico. Mostra-se interessante o
os dois. apontamento de algumas passagens de
No domínio do conhecimento em sua apreensão:
psicanálise, a teoria e a prática, o pensa-
...sobre a pesquisa propriamente ana-
mento e o psiquismo do analista fazem
lítica, a cultura começou a se dar conta de
parte do objeto de estudo; a disciplina e a
como aproveitar os conhecimentos advin-
pesquisa repartem em si os mesmos da- dos da psicanálise fora da relação analíti-
dos, os mesmos princípios. Seria preferí- ca. (...) testes projetivos psicológicos que
vel aceitar sem demora a idéia de que um têm uma fundamentação psicanalítica. (...)
método de pesquisa psicanalítica jamais Esta é uma influência psicanalítica no cam-
poderá coadunar-se com os métodos ci- po do comportamento. Essa é uma possi-
entíficos clássicos (Botella, C. & Botella, bilidade de pesquisa (...) O que significa
S, 2001/2003, p. 425). fazer pesquisa em psicanálise? Significa

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A psicanálise como um campo de saber e sua inserção na pesquisa científica

que a pesquisa é a própria análise (Noguei- O ambiente acadêmico é uma nova


ra, L. C., 2005, p. 11). experiência para a pesquisa em psicaná-
lise e, dentro dele, os métodos para esse
Nogueira faz uma consistente apre- fim vão sendo construídos. Mostram ser
ciação sobre a psicanálise, enquanto pes- alternativas para o campo científico cor-
quisa acadêmica: respondente ao movimento de mudança
paradigmática ainda em andamento – um
Como podemos aproveitar a experiên- século depois de iniciado.
cia analítica na pós-graduação? (...) de- A psicanálise – independentemen-
senvolver esse trabalho de construção do te de sua condição de saber específico –
caso, construção da psicanálise enquanto
está constantemente intrincada em ou-
pesquisa (...) O que significa fazer uma
pesquisa em psicanálise? (...) Significa que
tros saberes, tais como a antropologia, a
ela possa ter entrado em contato com a sociologia, a psicologia e a filosofia e,
pesquisa de outros analistas [presenciais assim, está referida a outros. A pesquisa
e em estudo] (...) Isso vai possibilitar a em psicanálise já nasceu interdisciplinar.
construção de um caso, a redação de um Um exemplo disso é o fato de Freud
trabalho de pós-graduação, de uma dis- eleger interlocutores – como, por exem-
sertação de mestrado ou de uma tese de plo, Mc Dougall (1871-1938), psicólogo
doutorado (...): a pessoa pode fazer um social, e Le Bon (1841-1931), médico e
trabalho em relação a um caso clínico (...) sociólogo – para tratar do entendimento
Isso é uma pesquisa psicanalítica (No- acerca do indivíduo na sociedade pelos
gueira, L. C., 2005, p. 11). ditames psicanalíticos da compreensão
do sujeito como tal e como pertencente a
A noção apresentada sobre a pes- uma gama de grupos, tais como o familiar,
quisa em psicanálise mostra-se funda- o social, etc. (Freud, 1921/1976d).
mental para se confirmar os trabalhos em Pensadores e profissionais não-
psicanálise, em si, como pesquisa. Como psicanalistas também pesquisam sobre
transmitir esses saberes? No caso da psicanálise e essa pesquisa se torna váli-
psicanálise, Nogueira afirma: da e enriquecedora para a própria prática
e pesquisa em psicanálise. A universida-
O grande problema da transmissão da
de é o agente possibilitador dessa nova
psicanálise é a sua avaliação (...) não te-
experiência abrangente. Neste caso, per-
mos essa categoria de certo ou errado
porque não temos um objeto que sirva de de o sentido a discussão a respeito de a
referência comum (...), mas, se não concei- pesquisa ser clínica. Ela irá se basear em
tualizamos (...) a psicanálise não cresce em uma clínica que comprova uma teoria e,
termos de ciência. Ela fica, digamos assim, nesta, que promove uma clínica. Mas,
paralisada em um ritual, repetitiva (No- certamente, não se dará apenas nesses
gueira, 2005 p. 12). moldes. A psicanálise deve fazer jus ao

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Yone Buonaparte d'Arcanchy Nobrega Nasser

seu caráter inovador e permitir que sua (Vol. 18, pp. 287-312). Rio de Janei-
abordagem seja marcada por uma rele- ro: Imago. (Trabalho original publi-
vância científica propícia a outros sabe- cado em 1923.)
res aos quais está atrelada em seu percur-
so. É isso que contribuirá para a abertura Freud, S. (1976b). O ego e o id. In S.
e continuidade de pesquisas inovadoras. Freud, Edição standard brasileira
das obras psicológicas completas
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Janeiro: Imago. (Trabalho original mund Freud (Vol. 1, pp. 395-517).
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original publicado em 1905.)
Freud, S. (1976a). Dois verbetes de en-
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dard brasileira das obras psicoló- Escritos sobre a psicologia do in-
gicas completas de Sigmund Freud consciente (L. A. Hanns, trad., Vol.

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A psicanálise como um campo de saber e sua inserção na pesquisa científica

3, pp. 27-92). Rio de Janeiro: Imago.


(Trabalho original publicado em 1923.)

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São Paulo. (Trabalho original publi-
cado em 2001.)

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Yone Buonaparte d'Arcanchy Nobrega Nasser

SUMMARY

Psychoanalysis and Research: psychoanalysis as a knowledge field and its


insertion in the scientific research

Psychoanalysis was always seen as a knowledge that could not be put in the
place already known and stipulated of the sciences we live with and work to develop and
to organize in a systematic way. As a clinical practice – theory and method – it ends up
conducting us to a different world of what we are used to dealing with when the subject
in hand is academic research.
It’s a known fact that this is also a new world for psychoanalysis itself, considering
that it was born and supported by its prerogatives throughout the writing of its praxis –
based upon clinic and non-clinic research – and on dogmatic line up.
There are several opinions about this matter but those don’t figure as the central
concern to this article since its objective is merely to place the hypothesis of the
possibility of the psychoanalysis knowledge being researched according to a specific
scientifically logic, that marks the changing of paradigm that its development is an
important reference.

Keywords: Psychoanalysis. Research. Scientific knowledge. Knowledge.

RESUMEN

Psicoanálisis y la investigación: el psicoanálisis como un campo de conoci-


miento y su inserción en la investigación científica

El psicoanálisis ha sido siempre considerado como una rama del conocimiento


que no podría ser incluida en las ciencias exactas, es decir, se trataría de un campo de
investigación que no permitiría una organización o desarrollo sistemáticos.
Encuanto a la práctica clínica, la teoría y la metodología, el psicoanálisis nos
conduce a un mundo distinto de aquel al cual estamos acostumbrados. Y eso se refleja
en la investigación académica, que requiere planteamientos distintos para ser desarro-
llada.
El mismo psicoanálisis ha nacido de manera distinta a las demás ciencias, al
ser fundado en la investigación clínica y no clínica – y en la línea dogmática. Y esa
particularidad se ha mantenido en sus prerrogativas y a través de su praxis.

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Sin embargo, en vez de discutir sobre las diferentes opiniones sobre este tema,
el enfoque de este artículo se centra en la hipótesis de que el conocimiento
psicoanalítico debe ser investigado según un estatuto científico propio y un cambio de
paradigma en que su desarrollo es una referencia importante.

Palabras-clave: Psicoanálisis. Investigación. Conocimiento científico. El conocimien-


to.

Yone Buonaparte d’Arcanchy Nobrega Nasser


R. Visconde de Pirajá, 35/401 – Ipanema
22410-001 Rio de Janeiro, RJ
Fones: (21) 2523-9338/9661-0949
E-mail: psi.nasser@terra.com.br

Recebido em: 16/09/2008


Aceito em: 21/10/2008

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