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SUMÁRIO
Referências 72
“Resistência dos Materiais é um ramo da mecânica que estuda as relações entre cargas
externas aplicadas a um corpo deformável e a intensidade das forças internas que atuam dentro
do corpo. Esse assunto abrange também o cálculo da deformação do corpo e o estudo da sua
estabilidade, quando ele está submetido a forças externas.” (HIBBELER, 2010)
No projeto de qualquer estrutura ou máquina é fundamental que sejam estudadas não
somente as forças atuantes, mas também o comportamento do material diante das situações de
carregamento. Essa conjuntura é essencial para a escolha do material mais adequado para uma
determinada situação de projeto. As dimensões dos elementos, sua deflexão e sua estabilidade
dependem não só das cargas internas como também do tipo de material do qual esses elementos
são feitos.
XVIII. Naquela época, estudos sobre o assunto, tanto experimentais quanto teóricos, foram
realizados principalmente na França por estudiosos renomados como Saint-Venant, Poisson,
Lamer e Navier.
Com o passar do tempo, a medida que problemas mais complexos foram surgindo e
precisavam ser resolvidos, tornou-se necessário usar técnicas de matemática avançada e de
computador. Hoje, os profissionais envolvidos no estudo das estruturas têm à sua disposição
softwares capazes de simular inúmeras situações de projeto e fornecer dados precisos sobre o
comportamento dos elementos estruturais.
Como já foi dito, o estudo da resistência dos materiais envolve a determinação das forças
atuantes sobre o corpo e o comportamento do material sobre o efeito do carregamento. O
princípio da estática desempenha um papel relevante tanto no desenvolvimento como na
aplicação da resistência dos materiais, logo é muito importante ter uma boa compreensão dos
seus fundamentos.
As forças geradas pelo contato entre dois corpos são chamadas de forças de superfície. Logo,
podemos avaliar o carregamento gerado por essa interação como sendo distribuído em toda a
área de contato. Entretanto, em alguns casos esta área de interação ou contato é pequena em
relação ao tamanho dos corpos e, por isso, podem ser consideradas pontuais ou lineares.
Analisemos a seguinte situação: ao espetarmos um palito num pedaço de carne, todas as forças
estão sendo distribuídas ao longo da área da ponta do palito, que é muito pequena em relação ao
tamanho da carne. Logo, neste caso podemos considerar esta carga como sendo pontual. Em
seguida vamos ver os tipos de carregamento gerados pelas forças de superfície.
As cargas pontuais, como o próprio nome sugere, exerce contato sobre uma área muito
pequena e, por isso, pode ser considerada como pontual. Como exemplo, podemos destacar uma
pessoa ou um móvel em cima de uma laje. A carga concentrada é representada por uma única
seta ou vetor, que pode admitir sentidos e direções diferentes, conforme a orientação do
carregamento. O vetor deve ser aplicado em cima do ponto onde ocorre o carregamento
concentrado.
Na figura abaixo temos o esquema de uma viga biapoiada sendo submetida a uma força
concentrada “F”, localizada no meio do vão:
N – Newton
KN – Quilonewton
As cargas distribuídas linearmente nem sempre são uniformes. Em alguns casos podem
variar de intensidade ao longo da distribuição, apresentando um carregamento com formas
geométricas triangulares ou trapezoidais.
Nos carregamentos que variam de forma triangular, a força resultante equivale à área do
triângulo e está posicionada a 1/3 da base, partindo do ângulo reto.
Foi visto anteriormente que toda força de superfície é distribuída por área, mas que em
alguns casos estas áreas são muito pequenas ou estreitas, dando origem aos carregamentos
lineares e pontuais.
No carregamento distribuído por área, a região de contato é consideravelmente grande e,
portanto, a área deve ser considerada na distribuição das forças. Esse tipo de carga é bastante
encontrado nas situações que envolvem a engenharia e a mecânica, principalmente no
carregamento sobre as lajes de uma construção.
Assim como no linear, o carregamento distribuído por área também exige o cálculo de uma
resultante que atua no centro da área de contato. Esta resultante é calculada quando
multiplicamos o carregamento pela área:
A força de corpo, como foi visto anteriormente, não depende do contato entre duas
superfícies. O exemplo mais evidente desta força é o peso de um corpo. Todo corpo possui uma
massa e, portanto, sofrendo ação da gravidade, possui um peso que atua no seu centro de
gravidade ou centroide.
A força que atua no centroide do corpo é também chamada de resultante do peso e ela
atua no centro do corpo, conforme a figura:
Portanto, um corpo com massa igual a 80 kg, sofrendo a ação da gravidade g = 9,81 m/s²,
exerce uma força de 785 N (Newton), cuja resultante se encontra no seu centro de gravidade ou
centro de massa.
A atuação de forças externas sobre um corpo gera em toda a sua estrutura ou secção
forças internas. Portanto, solicitação é todo esforço ou conjunto de esforços que, devido às ações
externas, atuam sobre uma ou mais secções de um elemento da estrutura. A seguir serão
apresentados os tipos de esforços solicitantes e mais adiante cada um será estudado de forma
detalhada.
Existem dois tipos de esforços normais e estes são muito importantes no estudo da
resistência dos materiais. São eles os esforços de compressão e tração. Ambos atuam
perpendiculares à superfície da secção, porém se diferenciam pelo sentido da força.
A força F leva uma região dos corpos a se contrair, devido à compressão, enquanto que a
outra região se alonga, devido à tração. Entre a região que se contrai e a que se alonga fica uma
linha que mantém sua dimensão inalterada - a chamada linha neutra. Em materiais homogêneos,
costuma-se considerar que a linha neutra fica a igual distância das superfícies externas inferiores
e superiores do corpo.
Quando esta força provoca somente uma deformação elástica no material, ou seja, quando
interrompido o carregamento retorna ao seu estado original, dizemos que se trata de um esforço
de flexão. Quando produz uma deformação plástica, temos um esforço de dobramento, isso por
que o material não retorna ao estado original e permanece deformado mesmo que o
carregamento não exista mais.
Podemos concluir, então, que uma mesma força agindo perpendicularmente ao eixo
transversal do corpo pode gerar cisalhamento e flexão, cisalhamento puro ou flexão pura.
O corpo tenderá a girar no sentido da força e, como a outra extremidade está engastada,
ele sofrerá uma torção sobre seu próprio eixo. Se certo limite de torção for ultrapassado, o corpo
se romperá.
Obviamente, a torção não é gerada apenas na situação descrita acima. Basta que haja dos
movimentos de rotação sobre o eixo da peça em sentidos opostos.
a) Força normal (N): essa força é perpendicular à seção. É criada sempre que as forças
externas tendem a comprimir ou tracionar as duas partes do corpo.
b) Força cortante (V ou Q): localiza-se no plano da seção e é criada quando as cargas externas
tendem a provocar o deslizamento ou corte das duas partes do corpo, uma sobre a outra.
c) Momento de torção ou torque (T): essa força é criada quando as forças externas provocam
um giro em relação ao eixo do elemento, tendendo a torcer o mesmo.
d) Momento fletor (M): é provocada pelas cargas externas que tendem a fletir ou flexionar o
corpo em relação ao eixo localizado no plano da seção.
A figura abaixo mostra, de forma geral, o comportamento dessas resultantes em relação ao plano
da seção do elemento:
Um corpo está em equilíbrio quando o somatório de todas as forças atuantes sobre ele é
zero, evitando que o mesmo desenvolva movimento acelerado. Além do equilíbrio das forças, é
necessário também o equilíbrio dos momentos. Isto significa que em qualquer ponto do corpo o
somatório dos momentos é zero, impedindo neste caso a rotação.
Tanto os vetores força quanto os momentos podem apresentar diferentes direções e
sentidos de atuação numa estrutura. Sendo assim, no plano cartesiano podemos ter forças na
direção do eixo x e forças na direção y, assim como momentos em ambas as direções também.
Para os casos de figuras tridimensionais, tem-se o acréscimo de mais um plano, o “z”. Entretanto,
para o estudo dessa disciplina só iremos considerar os corpos no plano xy.
Têm-se, então, como equações de equilíbrio no plano os seguintes somatórios:
O momento fletor e a força cortante são esforços presentes em diversos tipos de estrutura,
seja ele uma viga, um pilar, uma laje ou até mesmo um reservatório. Para estudarmos os
conceitos do comportamento dessas forças numa estrutura, iremos considerar a atuação destas
em vigas.
As vigas são estruturas importantes para a análise do momento e do cortante, pois boa
parte do carregamento atua sobre a porção longitudinal da peça ou transversal a seção.
Para facilitar o estudo do comportamento da estrutura e das forças atuantes sobre ela, as
situações são representadas graficamente através de símbolos. No caso das vigas, os elementos
a serem considerados são o carregamento, os apoios e a própria viga. Obviamente, estes
elementos não são representados na forma real, como na figura a cima. É necessária uma forma
mais simples e prática de reproduzir todos os elementos do problema.
A ilustração abaixo descreve os elementos gráficos que devem ser observados:
Esse tipo de vínculo impede o movimento no sentido normal ao plano de apoio, fornecendo
apenas uma única reação na vertical.
Esse tipo de vínculo ou apoio impede o movimento em duas direções, na direção normal e
na direção paralela ao plano de apoio. Portanto fornece duas reações: uma na horizontal e a outra
na vertical.
2.3.3. ENGASTAMENTO
2.4. ESTRUTURAS
O momento de uma força em relação ao ponto é o produto da força com a distância desta
para o ponto. Consideremos, agora, uma força F que atua em um determinado ponto da viga. Este
ponto é denominado de “C”, localizado no vão da viga a uma distância “x” da força, conforme a
figura:
Logo, o momento neste ponto “c” qualquer provocado por uma força qualquer “F” é
calculado multiplicando a força pela distância que a separa do ponto. Esta distância é também
conhecida como “braço de alavanca”.
Podemos, então, definir o momento de uma força em relação a um ponto qualquer a
seguinte expressão:
Para que haja momento num ponto qualquer é necessário que a força esteja deslocada em
relação ao ponto. Logo, as forças que estão atuando exatamente sobre o ponto não geram
momento, pois o “braço de alavanca” é zero.
No exemplo abaixo, a força F1 não provoca momento no ponto “c”, pois está sendo
aplicada exatamente sobre o ponto e, portanto, não tem “braço de alavanca”. Se não existe
distância entre o ponto e a força, x = 0.
A primeira etapa para resolver o problema é descobrir as reações que estão atuando nos
apoios A e B. Analisando o tipo de apoio ou vínculo, temos que A e B são do tipo fixo ou duplo,
gerando reação na horizontal e na vertical.
Reações na horizontal:
Reações na vertical:
Depois de definir as reações de apoio que estão atuando, podemos encontrar os valores
dessas reações através do equilíbrio ou somatório das forças.
Sabendo que:
Depois que todas as reações de apoio são encontradas, é possível calcular o momento em
qualquer ponto da nossa viga, utilizando o método das secções. Este método consiste em fazer
o somatório de momentos gerados pela (s) força (s) atuante (s) à esquerda e à direita da secção
ou ponto desejado.
Numa estrutura em equilíbrio, o somatório de momentos gerados pelas forças à esquerda
tem que se igualar ao somatório de momentos gerados pelas forças à direita da secção estudada.
Vamos utilizar o método das secções para determinar o momento no ponto c. Momento em
c vindo pela esquerda tem que ser igual ao momento vindo pela direita.
Note que no momento em “c” pela esquerda foram consideradas apenas as forças que
estavam gerando momento à esquerda do ponto, idem para o momento em “c” pela direita. O
valor de momento em ambos os casos deu igual a 37,5 KN.m, o que significa que a estrutura está
em equilíbrio.
Exercício (2): calcular as
reações de apoio e o momento fletor
no ponto “c” indicado na viga metálica
ao lado, sujeita a dois carregamentos
distribuídos de diferentes intensidades.
Resposta
Reações na horizontal:
Reações na vertical:
Sabendo que:
Como já foi dito, o diagrama de momento fletor fornece uma série de informações quanto
ao comportamento da estrutura em relação aos esforços de flexão. As duas primeiras informações
que podemos destacar do diagrama é a ideia de comportamento do gráfico e o ponto onde o
momento fletor é máximo. O valor máximo de momento e a secção onde este ocorre é
extremamente importante para o projetista dimensionar a armadura da estrutura, principalmente
quanto ao diâmetro da barra a ser utilizada. Na maioria dos casos, em que vigas biapoiadas
sofrem carregamento distribuído uniformemente variado, o ponto de momento máximo ocorre
exatamente no meio do vão (distância entre os apoios) e o valor é facilmente encontrado pela
Outra informação muito importante que se pode tirar do diagrama de momento fletor é a de
conhecer os trechos de momento positivo e momento negativo. Nos trechos onde o momento
for positivo, ou seja, que provoca tração na parte inferior da estrutura, a armadura principal será
posicionada na parte de baixo e nos trechos onde o momento for negativo, provocando tração na
parte superior, será o inverso (isso para o caso de vigas).
A depender da forma como carregamento esteja atuando e, é claro, da configuração da
viga e dos seus apoios, podemos ter em uma única viga, trechos de momento positivo e outros de
momento negativo.
Do mesmo modo, podemos ter vigas com predominância de momento positivo, quando
biapoiadas, por exemplo.
E podemos ter, também, vigas com predominância de momento negativo, como, por
exemplo, as vigas em balanço, onde toda a tração está na parte superior.
No nosso gráfico, a linha azul tracejada representa a projeção de cada um dos pontos
notáveis e onde os valores serão marcados. A linha contínua preta simboliza o vão da nossa viga
e onde valor de momento é zero; os valores são marcados, em escala, a partir desta linha.
Deste modo, no nosso exemplo, a flecha da parábola desenhada no trecho entre o apoio A
e a secção (1) pode ser calculada assim:
O diagrama de momento fletor final do nosso exemplo pode ser expresso conforme
ilustrado na figura abaixo. Podemos, então, concluir que em toda a nossa viga o momento fletor é
positivo, ou seja, traciono as fibras inferiores da peça, e que o momento máximo está situado em
algum ponto entre o apoio A e a secção (1). O momento máximo e a secção exata onde ocorre
este valor serão encontrados a partir do cálculo do diagrama de esforço cortante. Este artifício de
cálculo é bastante eficiente quando não há um mecanismo gráfico preciso, como um programa de
computador.
Denomina-se força cortante, a carga que atua tangencialmente sobre a área de secção
transversal da peça. Quanto à simbologia, a força cortante pode ser representada pelas letras “Q”
ou “V”.
A convenção de sinais é diferente para o cortante e não tem relação com a tração de fibras
inferiores ou superiores, mas sim com a direção do vetor de força cortante. Logo, pode-se
convencionar da seguinte maneira:
Assim, no ponto C o cortante tanto pela esquerda quanto pela direita foi igual a 25 kN.
Dado esse conceito, podemos agora traçar o diagrama de esforço cortante.
Lembre-se que agora estamos trabalhando com forças cortantes e não com momento.
Logo, não são necessárias as distâncias ou “braços de alavanca”, somente as forças resultantes.
Os pontos notáveis selecionados para desenhar o diagrama de momento fletor serão os mesmo
para o esforço cortante.
Conhecer o valor do momento máximo e a secção exata onde o mesmo ocorre é uma
tarefa difícil, quando não se utiliza recursos gráficos precisos. Traçar os diagramas à mão,
sobretudo o DMF, não nos dar condições de conhecer os valores a partir da escala adotada.
Entretanto, se utilizarmos um conceito importante, relacionando o diagrama de momento fletor
com o esforço cortante, é possível encontrar o valor de momento máximo e a sua secção de
ocorrência.
Nos pontos ou secções onde o momento é máximo temos o cortante nulo ou zero.
Logo, identificando os pontos no diagrama de esforço cortante onde o cortante é zero, podemos
descobrir a localização da secção e a partir daí calcular o momento fletor máximo.
Para exemplificar esse artifício, utilizaremos o mesmo exemplo que foi desenvolvido para o
DMF e DEC. Assim, temos:
Note que na secção (3) o
cortante é zero (V=0) e o momento é
máximo. Entretanto, não se conhece
a distância “x” que determina a
localização da secção (3).
Como sabemos que na
secção (3) o cortante é zero, temos:
distância de, aproximadamente, 1,55 m do apoio A. Tendo esse dado, podemos utilizar o método
das secções para calcular o momento na secção (3), que corresponde ao momento máximo.
Calculando momento em (3) pela esquerda, ou seja,
seccionando a viga no ponto (3) e considerando somente
as forças que existem à esquerda, temos:
1) Utilizando o método do equilíbrio das forças, 2) Identifique, para a figura da viga, a posição
faça o que se pede: das secções de momentos extremos e calcule
os seus valores.
a) Calcular as reações nos apoios A e B.
b) Desenhar os DMF e DEC.
c) Determinar o momento máximo e a secção.
3) Apresente os diagramas DMF e DEC para a 4) Apresente os diagramas DMF e DEC para a
viga descontínua, sujeita ao carregamento viga em balanço, sujeita ao carregamento
dados: dado:
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Ex.1.
Solução:
Divididas as superfícies, podemos calcular para cada uma delas a área e as coordenadas
x e y.
Aplica-se, então, a relação do somatório dos momentos estáticos das superfícies com a
área total.
Ex.2.
Do mesmo modo que foi feito para o exemplo anterior, iremos encontrar a área e as
coordenadas x e y de cada uma das figuras.
Como estamos subtraindo duas áreas, os somatórios dos momentos estáticos e das
áreas, na relação, devem estar subtraindo os valores.
a) b)
c) d)
e) f)
O momento de inércia é uma característica das superfícies que está associada à inércia de
rotação. Em outras palavras, “mede” a dificuldade em se alterar o estado de movimento de um
corpo em rotação.
No dimensionamento dos elementos de construção, o momento de inércia é uma
característica geométrica importantíssima, pois fornece valores numéricos, uma noção de
resistência da peça. Quanto maior for o momento de inércia da secção transversal de uma peça,
maior será a resistência da peça ao giro ou à rotação.
Em termos práticos, podemos explicar o posicionamento de secções transversais de
elementos estruturais conhecidos através do momento de inércia. Por exemplo, as vigas
(elementos estruturais responsáveis por transmitir o carregamento das lajes) têm a secção
posicionada em “pé” e não “deitadas”. O momento de inércia da secção retangular (comum em
vigas) disposta em “pé” é muito maior, o que diminui as tensões na flexão e a deformação. Para
melhor entender este conceito, tente flexionar uma régua comum com a secção deitada e depois
em pé. Percebe-se que é muito mais fácil dobrar ou flexionar a régua quando e mesma está
deitada, isso por que o momento de inércia é menor.
Os momentos de inércia de superfícies planas conhecidas, como retângulos, triângulos e
círculos são conhecidos e expressos através de fórmulas que dependem apenas das dimensões
da peça.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Solução
Para encontrar o valor de momento de inércia de uma secção conhecida, basta consultar a
tabela de momento de inércia. Para superfícies retangulares, temos:
Solução
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Solução
O 2º passo a traçar todos os eixos que são conhecidos: 1) o eixo que passa pelo centro de
gravidade da peça inteira; 2) o eixo que passa pelo centro de gravidade do retângulo um; 3) o eixo
que passa pelo centro de gravidade do retângulo dois.
No calculo do momento de inércia em torno de y, uma vez que os eixos se coincidem, não
existe distância entre eles, anulando a parcela da equação ou , já que a e b é zero.
Logo, basta somar o momento de inércia dos dois retângulos.
Defini-se como módulo de resistência de uma superfície plana em relação aos eixos
baricêntricos x e y a relação entre o momento de inércia e a distância máxima entre o eixo
baricêntrico e a extremidade da superfície.
Note que no nosso exemplo o eixo y está exatamente na metade da seção, o que significa
que a distância do eixo y para a extremidade da direita e para a da esquerda serão iguais. Logo:
Unidade: mm
a) b)
O Pascal ainda tem algumas variantes comumente encontradas nas tensões. É comum
encontrarmos informações como “a resistência do concreto é de 30 MPa” ou então “o módulo de
elasticidade do aço é de 210 GPa”. Os prefixos “Kilo”, “Mega” e “Giga” são muito importantes para
entender a intensidade da tensão aplicada. Assim, temos:
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Solução:
Note que a unidade de força foi transformada de kN para N e a área de mm² para m².
Desta maneira, o resultado da nossa tensão será dado sempre em pascal (Pa).
Após uma série de experiências, o cientista inglês, Robert Hooke, no ano de 1678,
constatou que uma série de materiais, quando submetidos à ação de carga normal, sofre variação
na sua dimensão linear inicial, bem como na área da secção transversal inicial. Em outras
palavras, um material submetido a cargas axiais tendem a sofrer deformações de alongamento
(tração) ou achatamento (compressão).
Hooke descobriu, ainda, que essas deformações podem ser mais ou menos acentuadas
quando é levado em consideração o material. Isso significa que um material pode sofrer
deformações com mais facilidade do que outros. Essa característica é dada pelo módulo de
elasticidade (E), que é definida como a rigidez ou a capacidade que o material tem de sofrer
deformações.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Solução
b) Lei de Hooke
A carga é aplicada gradativamente na peça até que atinja o máximo, utilizando para isso
um determinado intervalo de tempo. Depois de atingir o ponto máximo, a carga é retirada
gradativamente no mesmo intervalo de tempo até atingir o zero. E assim sucessivamente. Ex.:
dente de uma engrenagem.
Neste tipo de solicitação, a carga aplicada na peça varia ao máximo positivo para o
máximo negativo ou vice-versa. Em outras palavras, ora a peça sofre compressão, ora sofre
tração, constituindo-se na pior situação para o material. Ex.: eixos, molas, amortecedores, etc.
Onde:
É importante frisar que o fator de segurança, como o próprio nome indica, é um coeficiente
e, portanto, não possui unidade de medida. É um valor adimensional.
O calculo da tensão admissível é muito simples, mas pode variar de acordo com o tipo de
material que compõe a peça. Os materiais são classificados em dois grupos: frágeis e dúcteis.
Material dúctil: o material é classificado como dúctil, quando submetido a ensaio de
tração, apresenta deformação plástica, precedida por uma deformação elástica, para atingir o
rompimento. No regime elástico, o material se deforma, mas retorna ao estado original quando
cessada a solicitação. No regime plástico a deformação é permanente, ou seja, o material não
retoma o tamanho original quando interrompido o carregamento.
A tensão que determina o limite entre o regime elástico e o regime plástico é conhecida
como tensão de escoamento ( ). Por exemplo, a tensão de escoamento de um determinado
aço é de 250 MPa, o que significa que nesta tensão o material atinge o regime plástico – situação
que não deve acontecer e irá prejudicar a estabilidade e a segurança da peça, devido às grandes
deformações.
Exemplos de materiais dúcteis são: o aço, o cobre, o alumínio, o cobre e a maioria das
ligas metálicas. A tensão admissível é determinada através da relação entre a (tensão de
escoamento) e o coeficiente de segurança (k) para os materiais dúcteis.
Material frágil: o material é classificado como frágil, quando submetido a ensaio de tração
não apresenta deformação plástica, passando do regime elástico para o rompimento. A tensão
que determina o limite entre a deformação elástica e o rompimento é conhecida como tensão de
ruptura à tração ( ). Por exemplo, a tensão de ruptura a tração de um determinado concreto é
de 3 MPa, o que significa que nesta tensão de tração ocorre o rompimento da peça.
Exemplos de materiais frágeis são: o concreto, o vidro, a cerâmica, o gesso, etc. A tensão
admissível é determinada através da relação entre a (tensão de ruptura à tração ou à
compressão) e o coeficiente de segurança (k) para os materiais frágeis.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Solução
Podemos, então, relacionar a força de tração que atua na peça e área da secção à tensão
admissível calculada:
Sabendo que a área da secção transversal da peça é retangular e que a relação entre a
largura e altura é de l = 3.h, temos:
Logo, concluímos que, para suportar uma tensão de tração de 20 kN, obedecendo uma
tensão máxima ou segura de 140 MPa, o perfil precisa ter uma largura mínima de 21 cm e altura
mínima de 7 cm. Já que foram encontradas dimensões mínimas, podem-se utilizar valores que
facilitem a fabricação da peça, como múltiplos de cinco. Deste modo, podemos estabelecer
redimensionar a secção para 25 x 10 [cm].
1) A barra rígida de aço mostrada na figura terá 2) Dimensionar o diâmetro da barra metálica de
que suportar uma carga de tração “P”. Sabendo secção circular, para que suporte com
que a barra tem secção transversal quadrada e segurança k ≥ 2 a carga axial de 17 kN. O
de área igual a 4 cm² e que a tensão de material da barra é o aço ABNT 1020L com
escoamento do aço , determine tensão de escoamento σesc = 280 MPa.
a maior carga “P” que pode ser aplicada à
barra. Aplicar k = 2,0. Para a carga máxima
encontrada, qual é o alongamento esperado
para a peça, sabendo que o comprimento
inicial da peça é de 2 m? Aplica E aço = 210
GPa
3) O tirante está apoiado em sua extremidade 4) Uma barra de alumínio possui secção
por um disco circular fino como mostrado na transversal quadrada com 60 mm de lado e, o
figura abaixo. Se a haste passa por um furo de seu comprimento é de 0,8 m. A carga axial
40 mm de diâmetro, determinar o diâmetro aplicada na barra é de 36 kN. Determinar a
mínimo requerido à haste para suportar a carga tensão normal atuante na barra e o seu
de 20 kN. A tensão admissível da haste é σadm alongamento.
= 60 MPa.
TENSÕES DE FLEXÃO
5.1. INTRODUÇÃO
O esforço de flexão se configura na peça, quando esta sofre ação de cargas cortantes, ou
seja, cargas que atuam perpendiculares ao trecho longitudinal da peça, gerando momento fletor
significativo.
Perceba que a carga cortante Q provoca a flexão do corpo da viga mostrada na figura
acima. Isso ocorre porque no momento em que a carga Q é aplicada, os apoios reagem
“empurrando” as extremidades para cima, como podemos ver em R1 e R2. Como já foi abordada
anteriormente, a força interna que configura a intensidade da flexão é o momento fletor M.
A maioria das peças longitudinais, como vigas e eixos, pode sofrer ao mesmo tempo
cortante e momento ou apenas momento, a depender do trecho analisado. Logo, podemos
classificar a flexão como pura ou simples.
A flexão pura ocorre na peça submetida à flexão quando apresenta um ou mais trechos em
que atua somente o momento fletor – sem esforço cortante. No exemplo abaixo, o intervalo
compreendido entre as secções C e D a força cortante é nula e o momento fletor é constante.
Neste trecho existe somente momento fletor, logo a flexão é pura.
Quando se fala em esforços de flexão, a primeira força que vem à tona é o momento fletor.
Entretanto, o movimento de flexão de uma peça pode provocar em sua estrutura esforços de
normais de compressão e tração.
Suponha-se que a figura abaixo seja uma viga com secção transversal retangular, que se
encontra submetida à flexão positiva pela ação de cargas cortantes. No momento da flexão, as
fibras superiores da viga se contraem, formando uma zona de compressão, e as fibras inferiores
se esticam, formando uma zona de tração. Estas zonas são delimitadas pela linha neutra, que
divide a secção ao meio.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Solução
No nosso exemplo, as tensões de compressão e tração serão iguais, uma vez que as
medidas de x e y também são iguais – metade da altura de cada uma das secções.
Note que as tensões são maiores na segunda secção 40x15 [cm], isso por que o momento
de inércia é menor e ambos são inversamente proporcionais – diminuindo o momento de inércia,
aumentam-se as tensões.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Solução
Podemos, então, concluir que as dimensões mínimas para a secção transversal da peça é
de 12x36 [cm]. Como estas medidas são mínimas, é permitido arredondar para valores mais
comuns, com a finalidade de facilitar a confecção da peça – 15x40 [cm], por exemplo.
1) Dimensionar a viga de madeira que deverá 2) Dimensionar o eixo para que suporte com
suportar o carregamento representado na segurança k = 2 o carregamento representado.
figura. Utilizar e . O material utilizado é o ABNT 1020 com
.
3) Determinar a tensão normal máxima que 4) Determinar a tensão normal máxima que
atua na viga de secção transversal retangular atua na viga de perfil “I”, com altura de 32 cm,
6x16 [cm] que suporta o carregamento da que suporta o carregamento da figura.
figura.
6.1. INTRODUÇÃO
A força cortante, como o próprio nome sugere, é a carga que atua tangencialmente sobre
área de secção transversal da peça.
Exercício Resolvido
Solução
1) O conjunto representado na figura é formado 2) Duas chapas de aço são unidas por uma
por: (1) parafuso sextavado M12; (2) garfo com junta de 5 rebites, com diâmetro d = 17,4 mm,
haste de espessura 6 mm; (3) arruela de que suportam uma carga de cisalhamento de
pressão; (4) chapa de aço ABNT 1020 125 kN. Determine a tensão de cisalhamento
espessura 8 mm; (5) porca M12. A carga atuante nos rebites.
cortante Q que atua no conjunto é de 6 kN.
Determine a tensão de cisalhamento atuante.
REFERÊNCIAS
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2000. 360 p.
BEER, Ferdinand P.; JOHNSTON, E. Russell. Mecânica Vetorial para Engenheiros: Estática. 5.
ed. São Paulo: Makron Books, 1994. 793 p.
HIBBELER, R. C.. Resistência dos Materiais. 5. ed. São Paulo: Pearson Education - Br, 2004.
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BEER, Ferdinand P.; JOHNSTON, E. Russell; DEWOLF, John T.. Resistência dos Materiais. 4.
ed. São Paulo: Mcgraw-hill Interamericana, 2006. 808 p.
ASSAN, Aloisio Ernesto. Resistência dos Materiais. São Paulo: Unicamp, 2010. 447 p.