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EXCELENTISSIMA SENHORA DOUTORA JUIZA DE DIREITO DA

VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ARCOVERDE (PE).

Processo: 0002684-78.2014.8.17.0220

Leandro Lopes Melo, devidamente


qualificado nos autos da Ação Penal supra mencionada, que lhe move
a Justiça Pública, por seu advogado adiante firmado, já devidamente
qualificado nos autos, vem respeitosamente perante Vossa Excelência
apresentar resposta, na forma do art. 396 e seguintes do CPP, em
conformidade com alteração da Lei 11.719/08, e, deduzir para Vossa
Excelência as causas e circunstâncias que justificam o descabimento
da persecução penal, para o que aduz as seguintes razões:

BREVE RELATO DOS FATOS

Fora o acusado denunciado e encontra-se processado por este


ínclito juízo em virtude da ocorrência dos fatos que segundo
entendimento do Ministério Público, subsumem-se à norma penal
incriminadora inserta no art. 129, §9º c/c normas atinentes à Lei Maria
da Penha;
PRELIMINARMENTE

INEXISTÊNCIA DE MATERIALIDADE - AUSÊNCIA DE


CORPO DE DELITO

Dispõe o Art. 158 do CPP que: "Quando a infração deixar


vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto
ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado".

Nota-se que, segundo consta na peça informativa do inquérito


policial, as vítimas, logo após a ocorrência do fato alegado, foram
encaminhadas ao DP desta comarca, oportunidade que deveria ser
feito o exame de corpo de delito. No entanto, por simples análise dos
autos, constata-se que não houve pericia alguma.

O exame de corpo de delito indireto, fundado em prova


testemunhal idônea e/ou em outros meios de prova consistentes
(CPP, art. 167) revela-se legítimo, desde que, por não mais
subsistirem vestígios sensíveis do fato delituoso, não se
viabilize a realização do exame direto.

Desta feita, é imperioso levantar em tese, dúvida razoável em


relação às supostas lesões corporais, posto que, a falta do
resultado de exame de corpo e delito (lesão corporal) no
decorrer da instrução, traz prejuízos a defesa, acarretando
consequente cerceamento ao exercício da ampla defesa.

A rigor, se por ventura houve agressão e havendo vestígio como


afirmado na peça acusatória, mas por outro lado não há exame de
corpo de delito, então não estará cumprida a condição, para
averiguar se o crime seria de lesões corporais ou
contravenção penal de vias de fato (art. 21 do Decreto Lei nº
3.688/91).

Neste diapasão, o Ministério Público não deve buscar uma punição


a qualquer custo, desprestigiando princípios vetores do Estado
Democrático de Direito.

É neste prisma que a jurisprudência se firma:

"Em tema de lesão corporal, indispensável à


comprovação da materialidade do crime é a realização
de exame de corpo de delito, não bastando a tal
desiderato simples consulta à ficha hospitalar, ainda que
roborada o respectivo auto pela confissão extrajudicial
do réu ou pelo depoimento da vítima e de
testemunhas." (TAMG – AC – Rel. Fiúza Campos – RT 504/408)

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Desta feita, é indispensável para a comprovação da
materialidade do crime de lesão corporal a realização de exame de
corpo de delito, porém, esta prova pericial deve ser juntada aos
autos antes da sentença, como ensina Ada Pellegrini Grinover e
demais colaboradores, in 'AS NULIDADES NO PROCESSO PENAL". Editora Revista
dos Tribunais, página 147:

"De regra, deve o exame de corpo de delito ser feito


antes da denúncia, mas isso não é imprescindível, sendo
bastante que a acusação encontre apoio em outros
elementos indiciários. Entretanto, se o processo for
instaurado sem o exame, deverá ser ele
necessariamente realizado, sendo o laudo juntado antes
da sentença." (grifei)

Assim sendo, face ao princípio da verdade real e lealdade


processual, impõe-se a absolvição quanto ao delito de lesões
corporais, vez que ausente a prova de materialidade, com
observância do princípio constitucional do contraditório, e
conseqüentemente da ampla defesa.

DO DIREITO QUE POSSUI O ACUSADO À


SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
APLICADA PELA PENA RESTRITIVA DE DIREITOS.

Em restando desabrigadas a tese ora esposadas, requer, o


acusado, desde já, a Substituição da Pena Privativa de Liberdade, por
ventura aplicada, por uma ou mais Penas Restritivas de Direitos, já
que preenche todos os requisitos exigidos pelo artigo 44 e seguintes
do Código Penal Brasileiro.

É forçoso reconhecer, como dito, que o ora Acusado atende a


todos os citados requisitos exigidos; a saber:

1. A pena privativa de liberdade não ultrapassa


04 (quatro) anos (tendo em vista a natureza do
delito, as circunstâncias do mesmo, bem como a
condição do acusado);
2. O acusado é primário.
3. Não reincidente em crime doloso.

Nesse passo, não restam dúvidas de que o acusado, acaso


condenado a pena privativa de liberdade, preenche os requisitos
dispostos no artigo 44 e incisos do Código Penal Brasileiro, tendo
direito subjetivo à Substituição da Pena Corporal por ventura aplicada
por uma ou mais Penas Restritivas de Direito.

3
DA CONCLUSÃO

Postas tais considerações e por entendê-las prevalecentes


sobre as razões que justificaram o pedido de condenação
despendido pelo preclaro órgão de execução do Ministério
Público, confiante no discernimento afinado e no justo
descortino de Vossa Excelência, a defesa requer a
ABSOLVIÇÃO do réu, à guisa da tese ora esposada.

Supletivamente, requer a desclassificação do delito


inserto no art. 129, para o delito do art. 21 do Decreto Lei nº
3.688/91, posto ausente a prova de materialidade do crime de
lesões corporais.

Por fim, ultrapassadas as teses supra elencadas, acaso


condenado, seja substituído por penas restritivas de direito,
haja vista que o acusado preenche os requisitos dispostos no
artigo 44 e incisos do Código Penal Brasileiro, tendo direito
subjetivo à Substituição da Pena Corporal por ventura
aplicada por uma ou mais Penas Restritivas de Direito.

Protesta por todos os meios de provas admitidos em direito.

Rol de testemunhas que deverão ser intimadas por este H. Juízo:

1. João Carlos da Silva Barreto, residente na Rua Felix


de Paiva, 345, São Cristóvão, Arcoverde/PE;

2. Edmilson dos Santos Ferreira, residente na Rua


Uruguai,225, JK, Arcoverde/PE;

3. José Flávio dos Santos, residente na Rua


Uruguai,225, JK, Arcoverde/PE.

Pede deferimento.

Arcoverde,08 de agosto de 2014.

Felipe Padilha

OAB/PE 35.533

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