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TESTEMUNHO OLAVO DE CARVALHO

Morei com Olavo de Carvalho entre 2007 e 2008, na Virginia. em 2005 conheci seus escritos
jornalísticos, os quais consumi em apenas uma tragada. Logo progredi para suas apostilas
e transcrições, livros e DVDs. Não havia mais nada disponível, tudo havia sido estudado,
resumido, meditado, confrontado — desde os escritos de astrocaracterologia e alquimia
até às análises de conjuntura política, passando por psicologia, gnoseologia e religião. Foi
então que resolvi tomar coragem; escrevi-lhe um e-mail pedindo “asilo intelectual”.
Sinceramente não esperava resposta. Em menos de 24h recebi um e-mail bem humorado
revelando a mim a personalidade do homem mais generoso com quem convivi. Entre
acertos práticos e teóricos, a querida Roxane Carvalho entrou no circuito. Ambos me
trataram com o maior carinho e benevolência que se possa imaginar. NUNCA haviam me
visto. NUNCA haviam convivido comigo; ainda assim me acolheram como quem acolhe a
um filho. Cheguei em Richmond pela primeira vez em 28 de dezembro de 2007. Cometi
uma incrível gafe: comuniquei o horário de chegada do voo errado. Olavo e família foram
ao aeroporto com 7 horas de antecedência. Comecei mal; eles não. Assim que fui recebido
pela Leilah Carvalho e pelo Pedro (Olavo e Roxane já haviam voltado para casa), pude
perceber que eu estava em família. Nenhuma crítica, nenhum sinal de contrariedade; pelo
contrário, sorrisos abertos e semblantes leves. A conversa fluiu naturalmente. Chegando
até a casa do professor, fui rapidamente introduzido ao escritório onde pude vê-lo pela
primeira vez. Estava assistindo a um videoclipe dos Mamonas Assassinas; ria
divertidamente, muito. Aquela cena confirmou minhas expectativas. Estava diante de um
homem de verdade, sem empáfias, sem falsidade, sem pose. Que coração. Que
generosidade. Deu-me um abraço, perguntou sobre a viagem e começou a me mostrar
sua biblioteca: “aqui a literatura universal, ali os de teologia e religião, desse lado muita
coisa sobre comunismo… e esses aqui, sobre Descartes, etc.”. Passamos uns 10 minutos
esperando o jantar. Entramos. Sentamos à mesa. Olavo começou a prece do Pai-Nosso
em inglês. Sem afetações, começamos a nos servir. Era uma torta de camarão, item de
luxo — naquela altura eu não sabia dos apertos financeiros pelos quais a família passava
(JB e Diário do Comércio não pareciam bons pagadores). Muitas anedotas e algum filme
de ação do Van Dame, creio, nos acompanharam naquele primeiro jantar com a família. A
mim, apenas uma advertência: “você só não me verá cagar, todo o resto esteja à vontade”.
Já nos primeiros dias perceberam que eu não possuía um computador, deram-me um bom
Laptop que não estava sendo usado. Jamais deixaram que eu pagasse nenhuma conta
(nem mercado, nem abastecimento do carro, nem nada).
Passaram-se os dias e a rotina confirmava minhas primeiras impressões: benevolência,
doação, generosidade e outras virtudes inimagináveis para o brasileiro médio eram a
tônica das condutas em família. Vi o Olavo atender, solicito e paciente, ao telefonema de
algumas figuravas que viriam a traí-lo.
Rezávamos o terço juntos quase que diariamente. Testemunhei ainda uma cena
memorável: assistíamos, apenas ele e eu, ao filme do Padre Pio. Após aquela poderosa
cena na qual o Padre Pio repreende a um de seus fiéis com um murro no rosto, Olavo
pausa o filme, levanta-se em silêncio, confronta o horizonte com seus olhos - talvez com
todo seu espírito - e pergunta, não a mim, evidentemente, mas talvez ao próprio Deus: “o
que será que o Padre Pio diria de mim?”. A partir dessa data, passou a pedir a interceção
deste mesmo santo e da virgem maria antes do início de seus programas de rádio
semanais.
Testemunhei centenas de histórias que não caberiam nesse post. Imaginem a seguinte
rotina: eu chegava na biblioteca por volta das 23h, frequentemente munido de uma
pergunta — muitas idiotas —, às quais eram respondidas com toda a deferência, como se
eu fosse um rei. Essa era precisamente a impressão que ia se confirmando em mim
através daquele convívio: o Olavo era capaz de ver a realeza do ser-humano, a
personalidade atual e a possível. Suas ações encaminhavam-se no sentido de promover
em mim, no aluno em geral, creio, a descoberta, a assunção da própria personalidade
humana, da vocação mesma. Fui testemunha de inúmeros atos que ficaram gravados na
minha memória e no meio peito. Vi uma família de verdade. Espero que os novos, bem
como os antigos, detratores do Olavo encontrem juízo mental e paz em seus espíritos.

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