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O processo de Secularização em Max Weber

The Process of secularization in Max Weber


Daniel Silva da Costa1

Resumo

Neste artigo desenvolve - se uma compreensão a respeito do


fenômeno da secularização e consequentemente a sua relação
com a religião, dando ênfase na sociologia de Max Weber,
também apresenta – se o método historicamente conhecido
como desencantamento do mundo; considerando mencionar o
trabalho de intelectuais no assunto e ressaltar a importância da
laicidade no âmbito acadêmico e público.

Palavras Chave: secularização, desencantamento,


religião e âmbito público.

Abstract

In this article we intend to develop an understanding about the


phenomenon of secularization and consequently its relationship
with religion, emphasizing Max Weber 's sociology, as well as
presenting his historically known theory historically known as the
world' s disenchantment; considering to involve the work of other
intellectuals, in this sense and having as a component of the
main objectives, to realize the defense of the secularity in the
public cultural space

Keywords: Secularization, Dislocation, Religion and space public.

1
Graduando em Ciências da Religião (UEPA), Bolsista do programa de monitoria da
Universidade do Estado do Pará e participante do grupo de pesquisa (GEPSSIE- cnpq).
Email: Daniel.dc1999.dc@gmail.com
Introdução

O processo de Secularização se inicia precisamente na modernidade,


por isso é importante desenvolver e sistematizar essa compreensão, dentro
das dinâmicas do fenômeno religioso. Visto que, durante o momento de
separação entre igreja e estado ou precisamente religião e política, houve um
acirramento ou atrito pela defesa de uma laicidade sem interferência religiosa e
do uso estatal da mesma.
A escolha de Max Weber, se dá justamente pela importância de toda sua
carreira acadêmica e intelectual do pensamento sociológico presente nas
formas de relações sociais, entre os indivíduos e instituições para com a
religião. Sendo influenciador profundo no abandono gradual das estruturas da
sociedade pautadas na religiosidade, podemos verificar esse argumento em
algumas de suas obras como a Ética protestante e o espírito do capitalismo e
Economia e Sociedade, são obras fundamentais para levarmos em consideração
essa ideia.
Observamos nas idades antigas, a existência de muitos governos
baseados na cultura da Teocracia2, por isso quando o modernismo surgiu, foi
necessário estabelecer um novo modelo de fortalecimento do intelecto pessoal
e no iluminismo da razão. Nesse sentido, Weber desenvolve a então teoria
conhecida como o “desencatamento do mundo” estando em uma visão de mundo
baseada na ruptura em hábitos de vida religiosa, dando lugar aos preceitos
culturais individualizados e seculares.
Dentro dessa perspectiva, existem muitos autores que seguem o
pensamento e método weberiano, dentre eles se destacam o sociólogo Julien
Freund e Wolfgang Schluchter, o primeiro na sua obra: Sociologia de Max Weber
e o segundo na obra: O desencantamento do mundo, reforçam o compromisso do
autor em aderir a racionalidade para fins práticos. Assim, o trabalho do
pesquisador não fica digamos tendencioso ou sustentada pelos instrumentos
da ideologia e sim confirma o seu caráter na análise do pensamento humano
como abordagem racional.
2
É um sistema de governo, baseado no fundamentalismo religioso. Isso nos faz referência ao
período das idades antigas como Egito e Mesopotâmia e também dos estados eclesiásticos,
como o Vaticano e os Estados Islâmicos que vigoram até hoje.
Aqui no trabalho acadêmico do Brasil, há vários intelectuais com
pesquisa no pensamento do autor e nesse artigo destaca – se os trabalhos dos
sociólogos Antônio Flávio Pierucci e Gabriel Cohn. Esses dois, sem dúvida são
os maiores tradutores e disseminadores do pensamento weberiano no contexto
sociológico e religioso no território nacional.

O que é Secularização ?

O processo de secularização, se inicia no período da modernização,


ocasionado pelos fenômenos da imigração, urbanização e industrialização, pois
percebemos um impulsionamento de abandono das práticas e costumes
baseados na religiosidade da época. Visto que, o triunfo da racionalização foi
utilizado como forma de mudar e transformar o pensamento religioso e
consequentemente de maneira gradual, acreditava no possível
desaparecimento do sagrado religioso.
A ideia de uma sociedade secular se desenvolve nos moldes da
concepção de estado laico, uma redução drástica sobre a cultura, educação e
outros setores sociais no que diz respeito à influência da religião. Assim, houve
um fortalecimento da razão, além de orientar ao não seguimento das respostas
da vida em um único caminho espiritual, divino ou supramundano.
Dentro dessa perspectiva, notamos a presença de vários termos para
explicar esse fenômeno no âmbito da dessacralização, descristianização,
laicidade e outros no que concerne a individualização do homem ou reforçando
essa questão, segundo o pensamento do sociólogo Thomas Luckmann3, que a
crença é uma questão individual, sem interferência institucional. Ainda na ideia
do mesmo autor, ele define a religião, como sendo algo privado, no sentido que
o espaço público, ideológico ou filosófico, seja independente e separado da
religiosidade, bem como suas dinâmicas e atividades.
O conhecimento Weberiano de secularização traz à tona, o avanço da
modernização referente ao sistema capitalista, uma razão para o autor criar a
concepção de “retraimento da religião”, ou a própria ideia do desencantamento
de mundo. Percebemos no século XX, nessa continuidade de pensamento,

3
LUCKMANN, Thomas. A Religião Invisível. São Paulo, Loyola. 2014. p. 30.
observamos o chamado despertar individualizado, uma busca de “mercadoria”
religiosa, ou seja, a compra de milagres ou até da própria salvação.
Nesse sentido, a ideia secularizante se dá no contexto do afastamento
no sagrado e de suas gêneses. Todavia, é importante salientar que isso não
significa o fim da religião, pois o objetivo capital é diminuir suas influências e
defender a permanência da laicidade no ambiente acadêmico e reforçando
nessa linha de pensamento, baseado em A ética protestante e o espírito do
capitalismo, no seguinte trecho.

“ Por quanto, embora o homem moderno, mesmo com a melhor das


boas vontades, geralmente não seja capaz de imaginar o efetivo
alcance da significação que os conteúdos de consciência, os
religiosos tiveram para a conduta de vida, a cultura e o caráter de um
povo, não cabe contudo, evidentemente, a intenção de substituir uma
interpretação causal unilateralmente “materialista” da cultura e da
história por uma outra espiritualidade, também era unilateral.”
(WEBER, 1905. p.167).

Isso nos traz uma explicação acerca de abrir mão dos valores irracionais
deste mundo, atendendo as exigências da atividade científica e intelectual.
Assim, em tempos antigos vimos uma força central das dinâmicas das crenças,
agora percebemos uma desvalorização religiosa e um intenso processo da
secularização.
Essa abordagem nos revela uma característica específica do que
podemos chamar de mundo moderno, tendo como o resultado uma redução no
universalismo religioso. Isso foi tomado como método científico por vários
intelectuais, no que concerne uma rejeição nas ações transcendentais ou como
Peter Berger utilizou a expressão “milenarismo religioso4.”

4
Significa a volta de Jesus e a constituição de seu reinado na duração de 1.000 anos. Porém,
uma série de autores, apresentam uma distorção no sentido messiânico em suas literaturas,
como é o caso de Dostoiévski, Tolstói e Bakunin.
O Desencantamento do Mundo

A teoria desenvolvida por Weber, sobre o desencantamento do mundo, é


um processo histórico longo, iniciado e estimulado pelas religiões monoteístas
e hegemônicas. Essa essência, começa por meio da eliminação mágica, como
forma de se obter a salvação e assim até estabelecer uma maior aproximação
do ser humano com o divino.
Nesta maneira, o processo de modernização se dá pelo fato de avançar
a intensa racionalização, principalmente no ocidente e nos trabalhos
sociológicos, com uma ação laicizadora. O próprio autor aponta, para uma
quebra da continuidade no que diz respeito, a emancipação das práticas
religiosas na profissionalização da época, como explica novamente em a Ética
protestante e o espírito do capitalismo.

“Eis porém algo ainda mais importante: a valorização religiosa do


trabalho profissional mundano, sem descanso, continuado,
sistemático, como o meio ascético simplesmente supremo e a um só
tempo, comprovação o mais segura e visível da regeneração de um
ser humano e da autenticidade de sua fé, tinha que ser, no fim das
contas, a alavanca mais poderosa que se pode imaginar da expansão
dessa concepção de vida que aqui temos chamado de “espírito do
capitalismo.” (WEBER, 1905. p. 157).

Essa relação com o sistema capitalista, justamente se dá, pelo fato do


protestantismo ascético relacionar o meio de trabalho individual com as
vontades divinas. Por meio de uma explicação racional, compreendemos essa
lógica na crença da época de que quanto mais trabalhava, a chance era maior
de acumular riqueza e fazer ao mesmo tempo as vontades de Deus,
permanecendo no mesmo posto da atividade trabalhista.
A ascese, outro importante conceito da sociologia weberiana, aparece
como uma forma de cumprir a ideia de que o homem deve realizar um trabalho
racional, exatamente para atender as exigências celestiais. Há nesse caso a
chamada especialização da profissionalização e também científica, assim o
próprio autor utiliza a expressão “poupança” para designar o acúmulo de capital
e riqueza, através das práticas religiosas.
Pierucci, melhora esse horizonte de compreensão em O desencantamento
do mundo, em duas citações seguintes. Ele nos demonstra como esta ideia,
está ligada ao encadeamento à des magnificação ou des endeuzamento da
natureza, isso gera uma perda de sentido na visão do autor, como fica bem
explicitado na obra.

“A ação orientada segundo representações mágicas, por exemplo,


relação a fins, do que qualquer comportamento “religioso” não
mágico, posto que a religiosidade, à medida que avança o
desencantamento do mundo, se vê obrigada a aceitar referências de
sentido cada vez mais subjetivamente irracionais com relação a fins.”
(PIERUCCI, A. F. 2003. p. 47).

“E não foi só o pensamento teórico que desencantou o mundo, mas


foi precisamente a tentativa da ética religiosa de racionalizá – lo no
aspecto prático – ético que levou a este curso.” (PIERUCCI, A. F.
2003. p. 50).

Mencionado anteriormente, essa perda de sentido é quando gera um


problema na vida do homem religioso, pois quando se adquire essa forma de
intelectualização, ao mesmo tempo se cria uma maneira ou visão de mundo
pessimista. Todavia, sempre há dificuldades e atritos nesse espaço, nos
remetendo a uma luta incessante da manifestação empírica do mundo
moderno.
Dando prosseguimento nessa ideia, dentro do âmbito da sociologia
compreensiva é um conceito chave no processo de relações dos indivíduos,
como se dá progressivamente a ruptura dos hábitos ancorados no contexto da
religiosidade. Assim, consideravelmente se iniciam os atritos entre as próprias
crenças, que buscaram em todo custo uma maneira de se conservar na
sociedade ou mais precisamente, entre as pessoas que são religiosas ou não
fazem preferência pela mesma.
Em Economia e Sociedade de Weber, é um instrumento norteador para
fundamentar o pensamento defendido anteriormente, assim marcando uma
transição para uma visão ético religiosa do mundo. Esse método, é crucial no
instante em que há uma intelectualização na condução do tabu para o pecado,
isso fica identificado na oposição do sacerdote com o mago, estando sem lugar
para a magia e outro os espíritos estarem repelidos com a ação mágica,
resultando em uma visão de mundo dualista.

“Em correspondência à distinção entre “culto” e “magia”, é possível


designar como “sacerdotes” aqueles funcionários profissionais que,
por meios de veneração, influenciam os deuses, em oposição aos
magos, que forçam os “demônios” por meios mágicos. Mas o conceito
de “sacerdote” de muitas grandes religiões, também o da cristã, inclui
precisamente a qualificação mágica. Ou então denomina – se
“sacerdotes” os funcionários de uma empresa permanente, regular e
organizada, visando à influência sobre os deuses, em oposição à
utilização individual e ocasional dos serviços dos magos. Entre estas
situações contrárias existe uma escala graduada de caos
intermédios, mas os tipos “puros” são unívocos e a existência de
lugres de culto, em combinação com algum aparato material de culto,
pode ser considerada, a característica do sacerdócio.” (WEBER,
1912, p. 294).

Weber estuda especificamente a cultura de como a magia se desenvolve


nos moldes da sociedade, no caso clássico da China e Índia, ele realmente
colocava essa concepção no ambiente irracional. Essa obtenção mágica, para
esses povos, realmente representam a substituição racional do dinheiro,
comida, saúde e longevidade para assinalar um ponto de partida importante e
tradicional.
Ao utilizar a expressão “jardim encantado” para distinguir as coisas,
eventos e rituais que se fez presente até nas religiões monoteístas, como na
época do judaísmo primitivo e no período pré-capitalista. Os feiticeiros
legitimados e especializados na atividade de seus prodígios, conseguiram
arrancá – los toda a forma de crença primordial ou mais especificamente nesse
âmbito da discussão.
Freud na sua obra Totem e Tabu nos apresenta essa perspectiva em uma
análise psicológica, acerca da magia. Ele deixa bem evidente, o papel da
atividade no que diz respeito da alma e consequentemente sua
“independência” no corpo humano, assim para o autor as práticas mágicas tem
função de apaziguar ou acalmar os espíritos e consequentemente, submete –
los na sua vontade.
Querendo ou não, o próprio Freud apesar de não se considerar um
antropólogo como afirma nas suas literaturas, o seu pensamento é fundamental
para compreendemos todos os recursos mágicos existentes, no início da
sociedade primitiva. Prova disso, vejamos por exemplo, os povos que
acreditavam e veneravam as deusas da fertilidade como meio de se obter boas
colheitas, esses encantamentos produzem sem dúvida as ações magicamente
seguradas.
Notamos com Julien Freund na revisão e comentários mais
especificamente elaborado das obras weberianas, reflete sobre o conceito de
dominação e assim por diante, fundado nos bens de salvação, algo decisivo
para a conduta de vida. O autor evidencia e destaca a dominação carismática,
exercida pelos líderes religiosos e consequentemente, como no caso do
feiticeiro que exerce uma função de “senhor” para os demais, surgindo assim
uma denominada por ele como a natureza da hierocracia5.
É claro que o próprio Max Weber utilizou a expressão em seus escritos
de autoridade (autorität) para caracterizar o aspecto da dominação, mas isso
não “foge” do real sentido de que esse parâmetro é decisivo para o processo
de desencantamento. Ele ultrapassa as qualidades humanas na crença de um
herói, histórias ou milagres, ou seja, vários benefícios trazidos para os
dominados e para a comunidade.
Desencantar significa acabar com as ações da magia no contexto
ocidental e repelir os espíritos na cultura religiosa oriental, pois nos dois
espaços há renúncia das práticas místicas e espirituais. Conforme é
desenvolvido, existe perca monopólica de ambos os lados e os sujeitos
envolvidos travam uma verdadeira “batalha” para se conservar no ambiente
religioso, bem como condicionadas pela posição dos indivíduos.
É importante salientar, na condição de legitimação pelas dinâmicas do
ethos que influencia diretamente o comportamento dos seres humanos. A
glória de Deus é um pretexto para chegarmos em uma racionalização,
fundamentado em Weber no livro Ética econômica das religiões mundiais, a
religiosidade se impõe como uma virtude e em seguida orienta as pessoas de
5
É uma forma de poder em que é exercido por sacerodotes ou líderes religiosos, podemos
fazer menção do período em que a China tinha dominio, prediominantemente dos monges
confucionistas que obtiveram o mesmo poder politico do imperador.
como agir contra as dificuldades da vida e do próprio estado político em
algumas culturas.

“ As ordens cósmicas dos grandes espíritos queriam, evidentemente


a felicidade do mundo e particularmente doa seres humanos. Do
mesmo modo, as ordens da sociedade. Portanto, a “feliz”
tranquilidade do reino e o equilíbrio da alma podiam e deviam
alcançar – se somente mediante a interseção naquele cosmos em si
harmônico. Em caso de não consecução deste objetivo, a culpa era a
insensatez humana e sobretudo da condução do Estado e da
sociedade em desobediência aquelas ordens. Tudo, por conseguinte,
dependia do comportamento das pessoas responsáveis pela
condução da sociedade concedida como uma grande comunidade
governada primordialmente, ou seja, tudo dependia do
comportamento dos servidores do Estado.” (WEBER, 1912, p. 255).

Esse trabalho é um dos marcos importantes para caracterizar a análise


interpretativa em que a sociologia da religião realiza na ótica da metafísica.
Sobretudo, essa eticização domina diretamente as relações dos indivíduos e
principalmente iram determinar os trilhos nos quais as ações humanas devem
se dirigir.
Dentro dessa observação, o ponto culminante da preocupação dos
especialistas é precisamente descobrir os interesses no âmbito cultural, tendo
os objetivos dos intelectuais interpretar como denominou Habermas6 de
“ideias” ou “imagens do mundo”, predominantemente nos grupos devotados.
Assim, vejamos por exemplo, quais serão os destinos dos homens na condição
dos preceitos éticos dirigidos pela religião.
O sentido aqui é que a atividade da racionalização resulta no abandono
da fé aos poucos e de maneira gradual. O problema do pecado, na visão de
muitos autores, acirra as exigências de uma vida correta, ao mesmo tempo que
temos um caráter por parte dos racionalistas em que a medida isso vai
acontecendo, existe uma desvalorização do mundo e mais especificamente da
cultura.

6
É o processo em que há uma determinada intelectualização da religiosidade, um conceito
chave desenvolvido por Habermas para explicar uma forma de desencantamento, na sua obra
Dialética da Secularização.
A relação da Secularização com a Religião

Durante o período de grande virada da idade média para o modernismo,


vimos as associações culturais seguirem intencionalmente um sentido
secularizante, isto é, uma busca em reduzir drasticamente as influências da
igreja. Essa autonomia exercida em relação às esferas religiosas, tem como
nascimento inicialmente no ocidente com a adoção e desenvolvimento do
capitalismo até as implementações de políticas seculares em relação aos
países de cultura comunista.
Tomando como base o argumento, na interpretação de Peter Berger, a
medida em que o processo da intelectualização ocorre, há uma perda de
plausabilidade da religião. Essa mesma ideia, é levada em consideração pelos
marxistas, quando definem o sistema de crenças como alienação individual no
objetivo de buscar uma descristianização da sociedade.
Isso parece um grande problema na ótica dos religiosos, pois eles
acreditam em uma distorção dos valores cristãos ou até mesmo na contribuição
de desenvolvimento dos regimes autoritários, como afirma Luckmann. Desde,
quem busca cotidianamente um secularismo, ao mesmo tempo se adquire uma
visão de mundo, pautada no pessimismo e unilinear, daí a grande dificuldade
em se construir um fenômeno complexo e irrevísivel.
Habermas7 em Dialética da secularização, explica como ocorre a
manifestação empírica da modernidade em oposição aos sistemas religiosos.
Esse estilo de materialismo evidencia uma forma de racionalização na relação
das pessoas religiosas e seculares e sua condução de vida, consequentemente
restringindo limites aos poderes teocráticos e patrimonialistas adotado no que
diz respeito pelas instituições públicas.
O objetivo principal nessa corrente de pensamento, é fazer com que as
pessoas não tenham influência nas suas vidas do âmbito religioso, sem que
precise necessariamente o desaparecimento da fé. Mesmo assim cabe as
instituições estatais adotar uma implementação de políticas públicas para que
haja uma conservação maior da laicidade no contexto social das
especificidades civis.

7
Mesmo com todo o esforço de Habermas para disseminar a ideia secularizante, ainda se
encontra na grande dificuldade do pós – modernismo que conserva as influências religiosas.
“ Isso não significa apenas que a religião consegue manter seu lugar
num ambiente cada vez mais secularizado e que a sociedade por ora
continua contando com a permanência das comunidades religiosas.
Entendendo a secularização da sociedade como um processo comum
de aprendizagem complementar, ambos os lados estarão em
condições de levar a sério em público, por razões cognitivas, as
respectivas contribuições para temas controversos.” (HABERMAS,
2007. p. 52).

Para muitos sociólogos, esse processo é um mito social, pois a direção


do desencantar tem sido um grande desafio para as coletividades sociais. O
próprio autor aponta para tal dificuldade na lógica de ter que superar todos os
interesses religiosos e assim por diante diminuir essas ações nas relações dos
indivíduos.
Retornando ao pensamento freudano na sua clássica obra O futuro de
uma ilusão, ele considera essa intelectualização como libertação dos individuos,
pois na ótica reducionista, a religião deve ser praticada por quem queira e não
existir uma propaganda da mesma, em conjunto com os aparelhos estatais. O
próprio autor em afirmar que os meios religiosos em parte serviram para evitar
comportamentos antissociais, admite a ambiguidade do discurso para explicar
as vivências da experiência transcendental.
O professor brasileiro Nelson Lehmann da Silva da UNB (Universidade
Nacional de Brasília), cria um argumento de mesmo que haja o processo da
secularização, ainda assim encontraremos uma religião civil, segundo esse
conceito. Essa compreensão, é um suporte de como o estado utiliza os seus
instrumentos ideológicos no intuito de realizar a coerção necessária, uma
maneira de se garantir as diminuições dos conflitos nos aspectos constituintes
da sociedade.
No mesmo direcionamento do autor: em sua célebre obra A religião civil
do estado moderno, ele nos apresenta como o poder político no tocante ao
estabelecimento das normas, se torna uma fé civil. As leis se convertem em
verdadeiros dogmas e a própria figura do estado se vulgariza como um Deus,
no sentido de ser intransponível, insuperável, sem diminuir toda a sua
soberania.
A partir desta análise e levando a proporção do conhecimento em que
mais precisamente, nos anos 70 e 80, os especialistas apontam para uma
espécie de eclipse secular. A ideia dessa expressão, é significativamente
importante para definir e designar a secularização subjetiva8, isso representa
uma privatização da religião no intuito de fazer frente todos os monopólios
religiosos.
Nessa investigação, o sociólogo francês Pierre Bordieu na obra
Economia das trocas simbólicas, aponta para as consequências capitais nessa
mesma direção, tendo a exemplificação da burocratização dos aparatos
eclesiais e tendência ao ecumenismo. O autor expõe com precisão o interesse
propriamente de certas crenças e daí se desenvolve seu pensamento no
objetivo de tecer uma crítica aos interesses religiosos que tendem iludir as
massas dos fieis.

“Se a religião cumpre funções sociais, tornando – se, portanto,


passível de análise sociológica, tal se deve ao fato de os leigos não
esperam da religião, apenas justificações de existir capazes de lucra
– los da angútia existencial da contigência e da solidão, da miséria
biológica, da doença, do sofrimento ou da morte. Contam com ela
para que lhes forneça justificações de existir em uma posição social
determinada, em suma, de existir como fato de existem, ou seja, com
todas as propriedades que lhes são socialmente inerente.”
(BORDIEU, Pierre. 1982. p. 48).

A formalidade constituinte da racionalização moderna se dá no


formalismo da ciência em que esse mesmo instrumento é utilizado para o
fortalecimento do intelecto das pessoas. Todavia, em uma sociedade complexa
é necessário estimular toda a população na incrementação da lógica empírica e
científica, além de criar caminhos para o estabelecimento da laicidade no que
diz respeito às relações dos cidadãos no intuito que todos amadureçam para
obter opinião crítica ao fenômeno.

8
Essa teoria, foi desenvolvida por Peter Berger, quanto pelo Luckmann também isso resulta na
diminuição do pluralismo religioso. A constituição de privatizar, significa em isolar os
movimentos das igrejas na livre escolha das pessoas.
Conclusão

Partindo dos pressupostos que foram mencionados, é um grande


desafio buscar delineamentos para a construção de uma sociedade cada vez
mais secularizada. Tendo em vista que as instituições públicas devem procurar
os valores morais nas diferentes práticas religiosas, considerando cada
realidade cultural, sem algum tipo de influência da mesma.
Sabemos que o Estado em certas oportunidades mantém sua relação
com a religião para finalidade de implementar sua publicidade política.
Notamos nessa perspectiva presente em alguns discursos dos atores políticos,
em locais públicos com a propaganda de cultos a até uso de espaços religiosos
para a realização de comitês.
Vários e grandes renomados intelectuais se esforçaram no que diz
respeito para conservar e aprimorar esse importante instrumento, bem como
suas dinâmicas da laicidade. Visto que, faz necessário desenvolver uma
espécie de societarização9, ou seja, as relações dos cidadãos dever ser
independentes dos costumes da devoção.
A ciência deve ter seu papel primordial, como agente regulador dos mais
variados e específicos eventos da sociedade, dando lugar para a racionalidade
melhorar as ações humanas no âmbito social. O indivíduo deve construir sua
personalidade livre, sem acesso por influência ao cosmo sagrado, pois é
fundamental nesse debate ter a coerência de reconhecer a religião como
instrumento privado e particular dos que as praticam.
Para finalizar, essa importante ferramenta da secularização, é
imprescíndivel para qualquer estado nacional moderno, justamente para se
respeitar as diversidades étnico – culturais e bem viver no ambiente laico, sem
que tenha a existência de propaganda religiosa no espaço comunitário. Esse
trabalho tem como objetivo principal, o estabelecimento de concepções para a
libertação dos domínios do que é considerado sagrado por qualquer instituição.

9
Um fenômeno teórico, desenvolvido por vários intelectuais, para afirmar o caráter cooperativo
de algumas instituições, na inserção de pessoas em certas atividades.
Referências

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