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CLÍNICA CIRÚRGICA
COMPLICAÇÕES
PÓS-OPERATÓRIAS
CLÍNICA CIRÚRGICA
SUMÁRIO
1. FEBRE ......................................................... 3
2. COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS............ 3
3. COMPLICAÇÕES CARDÍACAS................... 5
4. COMPLICAÇÕES DA FERIDA
OPERATÓRIA.................................................. 5
5. DEISCÊNCIAS ANASTOMÓTICAS............. 7
7. COMPLICAÇÕES INTRACAVITÁRIAS........ 8
8. COMPLICAÇÕES GASTRINTESTINAIS...... 9
9. COMPLICAÇÕES DO SISTEMA
NERVOSO CENTRAL.................................... 10
10. RABDOMIÓLISE..................................... 11
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COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS
1. Febre
A febre pós-operatória é produzida em resposta tanto a proces-
sos infecciosos quanto a não infecciosos. As etiologias da febre no
pós-operatório costumam seguir uma sequência de aparecimento
(Tabela a seguir).
48 horas Flebite
Até o 5 dia
o
Infecção da ferida operatória e de cateteres
vasculares
2. Complicações respiratórias
Atelectasia
É a mais comum das complicações pulmonares pós-operató-
rias e afeta 25% dos submetidos a cirurgias abdominais;
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CLÍNICA CIRÚRGICA
Pneumonia
Complicação pulmonar que mais comumente pode determi-
nar a morte do paciente cirúrgico;
Embolia pulmonar
A gravidade clínica será em função do tamanho do coágulo que
se solta do sistema venoso periférico e se aloja na vasculatura
pulmonar;
Edema pulmonar
Condição associada ao acúmulo de líquidos nos alvéolos, determi-
nando a redução da troca gasosa e desencadeando a hipoxemia;
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COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS
3. Complicações cardíacas
A maioria aparece durante o ato cirúrgico ou dentro dos 3 primeiros
dias de pós-operatório, sendo especialmente comuns nos proce-
dimentos intratorácicos. Nas arritmias no período pós-operatório,
deve-se avaliar se as causas decorrem de hipopotassemia, hipoxe-
mia, alcalose, toxicidade digitálica ou estresse durante cirurgias de
emergências. Ademais, aproximadamente 0,4% de todos os pacien-
tes operados desenvolvem infarto agudo do miocárdio. As manifes-
tações clínicas são dores torácicas, hipotensão e arritmias cardíacas.
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CLÍNICA CIRÚRGICA
Seroma
Acúmulo da liquefação da gordura e da linfa. Sua presença au-
menta o risco de infecção da ferida operatória;
Deiscência
Possibilidade de ser total ou parcial de qualquer camada da fe-
rida. O processo que engloba a ruptura de todas as camadas da
parede abdominal e a extrusão de vísceras abdominais é cha-
mado de evisceração;
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COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS
5. Deiscências anastomóticas
O 1o sinal da deiscência anastomótica é a taquicardia. Ocorre co-
mumente febre, dor abdominal, mal-estar, íleo paralítico, recusa ali-
mentar ou vômitos pós-prandiais e incapacidade geral de recupe-
ração. Nas situações em que a deiscência for pequena, com fístula
controlada, pode ser utilizado o tratamento conservador, até cessar
a drenagem do líquido. Se não há sepse, iniciam-se nutrição paren-
teral e jejum oral. É possível também o uso de dietas entéricas (com
sonda locada após a fístula) ou dieta oral de absorção alta (para as
fístulas de trato gastrintestinal baixo).
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CLÍNICA CIRÚRGICA
7. Complicações intracavitárias
O sangramento é a maior causa de choque circulatório nas pri-
meiras 24 horas de uma cirurgia abdominal. O hemoperitônio pós-
-operatório – condição aguda e de rápida evolução – é geralmente
resultado de problemas técnicos de hemostasia, mas podem estar
envolvidas condições de coagulopatias. A expansão volêmica deve
ser administrada o mais rapidamente possível, enquanto se inicia a
investigação diagnóstica. Se a hipotensão ou outros sinais de hipo-
volemia persistirem, deve-se realizar a reoperação.
A síndrome compartimental abdominal é uma complicação que
ocorre com a elevação persistente da pressão intra-abdominal
> 20mmHg, associada à falência orgânica não presente previamente.
Diagnóstico e tratamento
PIA = 15mmHg PIA > 15 e < 25mmHg PIA ≥ 25 e < 35mmHg PIA = 35mmHg
Reposição
Manter Descompressão
volêmica agressiva
normovolemia e Descompressão e reexploração
e manter
monitorização abdominal
monitorização
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COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS
8. Complicações gastrintestinais
Úlceras
Risco aumentado na insuficiência respiratória, coagulopatia,
infecção grave, uremia e hemorragia digestiva. A profilaxia com
inibidor da bomba de prótons deve ser realizada nesses casos
Obstrução mecânica
Manifestação mais tardia e menos frequente no período pós-
-operatório imediato e resultante de aderências ou da formação
de hérnias internas;
Pode ocorrer a chamada pseudo-obstrução mecânica, ou sín-
drome de Ogilvie, mais comum em cirurgias ortopédicas de
quadril ou cirurgias ginecológicas.
Pancreatite
Representa 10% de todos os casos de pancreatite aguda, em 1 a
3% dos submetidos à manipulação peripancreática e nas cirur-
gias das vias biliares
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CLÍNICA CIRÚRGICA
Insuficiência hepática
Principal causa de icterícia pós-operatória, consequência da ne-
crose de células hepáticas, inflamação ou ressecção massiva de
tecido hepático;
Drogas, hipotensão, hipóxia e sepse estão entre as causas de
icterícia por lesão parenquimatosa.
Colecistite aguda
É mais comum em procedimentos no trato gastrintestinal;
forma acalculosa como a mais recorrente (70 a 80%), principal-
mente em homens (75%), progredindo mais rapidamente para
necrose, sem responder ao tratamento conservador
9. Complicações do
sistema nervoso central
O acidente vascular cerebral é a maior complicação neurológica
possível em idosos, principalmente na população com severa ate-
rosclerose e que se mantém hipotensa durante ou após a cirurgia
(decorrentes de infecção grave no pós-operatório, baixo débito car-
díaco, hipotermia prolongada etc.). Constitui suspeita em todo qua-
dro de déficit neurológico focal com duração superior a 24 horas.
O delirium é outra complicação comum, principalmente em idosos,
no período de internação pós-operatória. É um estado de disfunção
cognitiva, com flutuação do nível de orientação temporoespacial,
perda de memória e conversação incoerente. As principais condi-
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COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS
10. Rabdomiólise
A rabdomiólise pode ser fruto de compressão muscular ou de
reação a agentes anestésicos. A elevação da creatinofosfoquinase,
que se deposita nos glomérulos, pode levar a insuficiência renal e
diurese em menor volume, com coloração acastanhada e grumos.
A proteção renal envolve a diurese forçada com hiper-hidratação,
alcalinização da urina com infusão de bicarbonato e estímulo diu-
rético com furosemida e manitol.
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