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FACULDADES DE DRACENA

JAYNNE KATHLEEN BUENO GONÇALVES

“ESTRATÉGIAS DE LEITURA: BENEFÍCIOS DESTA PRÁTICA TANTO NA


EDUCAÇÃO INFANTIL QUANTO NO ENSINO FUNDAMENTAL”.

DRACENA
NOVEMBRO/2016
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JAYNNE KATHLEEN BUENO GONÇALVES

“ESTRATÉGIAS DE LEITURA: BENEFÍCIOS DESTA PRÁTICA TANTO NA


EDUCAÇÃO INFANTIL QUANTO NO ENSINO FUNDAMENTAL”.

Parte manuscrita do Projeto de


Graduação do aluno JAYNNE
KATHLEEN BUENO GONÇALVES,
apresentado ao Departamento de
Pedagogia da Unifadra na cidade de
Dracena, como requisito parcial para
obtenção do grau de Pedagogo.

Orientador: Prof. Dr. Nivaldo Correia da


Silva.
Coordenador: Prof.Doutoranda Vanessa
Ribeiro Andreto Meira

DRACENA- SP
NOVEMBRO/2016
Dedicatória

Dedico este trabalho primeiramente ao meu falecido Pai Carlos, em segundo lugar a
minha mãe Maria que sonhou com a faculdade desde o meu primeiro ano na
educação básica regular, e em especial ao meu amado esposo Bruno que me deu
todo o apoio necessário para chegar até aqui.
Agradecemos a Deus, pois sem ele nada disso seria possível.
Agradeço à minha mãe por ter me incentivado a cursar o ensino superior.
Agradeço ao meu esposo que me auxiliou em tudo que pode, que aguentou o meu
mau humor nas semanas de prova, que ficava comigo até altas horas da manhã me
ajudando a estudar, que entendeu minha falta de tempo para ele.
Agradeço as minhas amigas que de uma forma ou de outra me ajudaram a chegar
aqui não permitindo que eu parasse no meio do caminho.
Agradeço aos professores porque sem eles não haveria aprendizado.
Agradeço à coordenação do curso de Pedagogia.
Agradeço ao meu orientador.
Agradeço as escolas que me permitiram realizar o estágio.
Agradeço a todos que sempre estiveram torcendo por mim.
RESUMO

Ponderando o pressuposto que a leitura é uma ação que precisa ser ensinada, e
que coopera para a formação do leitor permitindo que ele se torne mais humano,
tornando-o mais critico e despertando sua autonomia, este trabalho está embasado
no ensino da leitura seguindo a proposta pedagógica, posta por Girotto e Souza
(2010) em relação as estratégias de leitura utilizadas pelas mesmas, procurou
validar na prática os benefícios do uso das estratégias de leitura tendo como base
uma melhor compreensão do texto pelo aluno, levando em conta que o ato de ler é
parte do ser humano, da sua vida e também da sua prática social e individual diária,
é essencial o desenvolvimento de estratégias que amparem o leitor no momento da
criação do vínculo com o texto. Este trabalho foi executado com alunos do 7º ano do
Ensino Fundamental, da rede pública estadual, e com alunos do Pré I da educação
infantil, em uma escola de punho municipal; visando analisar a eficiência das
estratégias no ato da leitura e verificar se as mesmas oferecem de fato benefícios
quanto à formação integra do leitor. As atividades foram elaboradas tendo como
base o conto "Façanhas de Zé Burraldo", do livro Histórias de bobos, bocós,
burraldos e paspalhões, de Ricardo Azevedo e no texto "Meus Lápis de cor são só
meus", de Ruth Rocha. Como este trabalho visava observar um fenômeno particular
foi utilizado para o desenvolvimento do mesmo, a metodologia de estudo de caso, já
que esta permite maior possibilidade de analise, comparações além de permitir
maior visibilidade a cerca dos resultados. Foi possível atestar, através deste estudo,
o quanto essa prática contribuiu para o ensino da leitura; considerando a formação
do individuo e o despertar da sua criticidade e autonomia, maior contato com livros e
com as formas pelas quais um texto pode se apresentar além da perceptível
melhoria do repertório literário, bem como auxilio na escrita e na oralidade. Abrindo
caminhos para novas leituras.

Palavras-chave: Leitura, Estratégias de leitura, Formação do leitor.


ABSTRACT

Pondering the assumption that reading is an action that needs to be taught, and that
cooperates for the formation of the reader allowing it to become more human, making
it more critical and awakening its autonomy, this work is based on the teaching of
reading following the Pedagogical proposal, put by Girotto and Souza (2010) in
relation to the reading strategies used by them, sought to validate in practice the
benefits of using reading strategies based on a better understanding of the text by
the student, taking into account that the act Of reading is part of the human being, of
his life and also of his daily social and individual practice, it is essential to develop
strategies that support the reader when creating the link with the text. This work was
carried out with students of the 7th year of Elementary School, of the state public
network, and with students of the Pre I of the children's education, in a school of
municipal control; Aiming at analyzing the efficiency of the strategies in the reading
act and verifying if they do offer benefits in terms of the reader's integral formation.
The activities were elaborated based on the story "Façanhas de Zé Burraldo", from
the book Stories of fools, bocós, burraldos and paspalhões, by Ricardo Azevedo and
in the text "My Pencils are only mine", by Ruth Rocha. As this work aimed to observe
a particular phenomenon was used for the development of the same, the
methodology of case study, since this allows a greater possibility of analysis,
comparisons besides allowing greater visibility about the results. It was possible to
attest, through this study, how much this practice contributed to the teaching of
reading; Considering the formation of the individual and the awakening of their
criticality and autonomy, greater contact with books and the ways in which a text can
present itself beyond the perceptible improvement of the literary repertoire, as well as
help in writing and orality. Paving the way for new readings.

Keywords: Reading, Strategies of reading, Formation of the reader .


SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO

2.CAPITULO 1 - DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO


1.1- EMBASAMENTO TEORICO 7
1.2- OBJETIVO DA PESQUISA 8
1.3- METODOLOGIA 8
3. CAPITULO 2 - O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DAS ESTRATÉGIAS
DE LEITURA
2.1- O CONCEITO DE LEITURA 10
2.2- A FORMAÇÃO DO LEITOR 11
2.3 AS ESTRATÉGIAS DE LEITURA 12
4. CAPITULO 3- AS ESTRATÉGIAS DE LEITURA APLICADAS A REALIDADE
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DOS ALUNOS DO 7º ANO 14
3.2 VERIFICAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE LEITURA NO 7º ANO 14
3.3 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DOS ALUNOS DO PRÉ-I 16
3.4 VERIFICAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE LEITURA NO PRÉ-I 16
3.5 RESULTADOS 18
5. CONCLUSÃO 19
6. REFERÊNCIAS 20
Título: “ESTRATÉGIAS DE LEITURA: BENEFÍCIOS DESTA PRÁTICA TANTO NA
EDUCAÇÃO INFANTIL QUANTO NO ENSINO FUNDAMENTAL”.
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Introdução
Considerando a premissa de que a leitura coopera para a formação integral
do individuo embasado nas ideias de Girotto e Souza (2010), com relação às
estratégias de leitura, este trabalho foi desenvolvido com intuito de verificar a
eficiência do uso das estratégias em sala de aula levando em conta seus efeitos
positivos; como a abertura de caminhos para a compreensão do que se está lendo e
o desejo de ler, revigorando a relação existente entre o leitor e o texto. Dando
seguimento na proposta das autoras, foi desenvolvido um estudo de caso com
alunos do 7º ano da rede pública de ensino, utilizando o conto “Façanhas de Zé
Burraldo”, do livro Histórias de bobos, bocós, burraldos e paspalhões, de Ricardo
Azevedo e o texto “Meus Lápis de Cor são só Meus” com os alunos do Pré I,
buscando analisar e comparar os efeitos positivos desta prática tanto para alunos
leitores quanto para alunos não leitores.
Durante o desenvolvimento deste projeto, aproveitei o desenvolvimento do
período de estágio supervisionado para aplicar as estratégias de leitura na educação
infantil visto que já tinha em mãos os resultados da atividade realizada com o sétimo
ano. Com as duas classes foram realizadas rodas de conversas com registros
escritos antes, durante e após a leitura, na qual os alunos utilizaram-se das
estratégias de inferência, de visualização, de sumarização, de sínteses e de
conexões (texto-leitor, texto-texto e texto-mundo), mencionadas por Girotto e Souza
(2010). Através de uma análise critica e reflexiva, durante e ao fim do trabalho, foi
possível inferir os benefícios trazidos pelo uso das estratégias de leitura;
contribuindo para maior desenvolvimento da autonomia e compreensão leitoras,
além do desenvolvimento crítico e humanizador dos alunos participantes.
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Capitulo 1
DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO

1.1. PESQUISA QUALITATIVA UM AVANÇO NO CAMPO EDUCACIONAL

A pesquisa na área da educação vem ganhando espaço, mas ainda há


aspectos que confundem muitos pesquisadores e estudantes. Existem duas dúvidas
comuns; quando utilizam a pesquisa qualitativa e em outro momento aparecem às
dúvidas sobre as várias nomenclaturas que permeiam dentro deste campo; como
por exemplo: pesquisa qualitativa, etnográfica, naturalística, participante, estudo de
caso e estudo de campo.
Para tanto é preciso antes entender o que caracteriza uma pesquisa como
qualitativa. Segundo Bogdan e Biklen(1982), existem cinco características
essenciais para que se entenda essa forma de trabalho. Em seu livro “A pesquisa
qualitativa em Educação” os autores discutem essas características;
 A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o
pesquisador como seu principal instrumento. Essa característica coloca que a
pesquisa qualitativa deve ser embasada no contato direto com o que esta sendo
estudado, quanto maior o contato do pesquisador com a situação que o mesmo
busca informações melhor será o desenvolvimento da sua pesquisa. Outra
nomenclatura aplicada neste momento é a naturalística, pelo fato de que o
pesquisador realiza seu trabalho dentro do ambiente onde acontece o fato
observado sem intervenções; neste ponto de vista é viável pensar que através da
pesquisa qualitativa o pesquisador obtém informações especificas e gerais a
cerca do fenômeno estudado, facilitando a compreensão do mesmo.
 Os dados coletados são descritivos, devido o contato direto com a fonte de
informações sendo estas consideradas as situações reais presenciadas pelo
pesquisador; o material obtido é basicamente uma descrição rica em detalhes
sobre as pessoas, situações ou acontecimentos. Aqui também é relevante dizer
que toda e qualquer informação colhida, mesmo que seja no momento irrelevante,
deve ser considerada em um contexto geral, um mínimo detalhe pode explicar tal
fenômeno.
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 A preocupação com o processo é muito maior do que com o produto. Esta


característica esta relacionada à intencionalidade do pesquisador. Durante uma
pesquisa qualitativa o pesquisador busca entender o problema que esta sendo
investigado, entretanto a forma como este acontece interessa mais do que o
resultado final deste problema.
 O significado que as pessoas dão as coisas e a sua vida são focos de atenção
especial pelo pesquisador. A pesquisa qualitativa abre a possibilidade de que o
pesquisador dialogue com os envolvidos no fenômeno estudado e entender suas
opiniões. Desta maneira cada pessoa contribui para as considerações do
pesquisado na hora em que o mesmo está construindo teoricamente sua
pesquisa.
 A análise de dados tende a seguir um processo indutivo, na verdade a pesquisa
qualitativa não busca apenas constatar hipóteses de outros autores; o
pesquisador busca entender o processo considerando tudo e todos que estão
envolvidos nele.

A pesquisa qualitativa do tipo etnográfica e estudo de caso são as mais


destacadas entre as outras formas e vem ganhando forças dentro da área
educacional. A abordagem etnográfica de “antropológica” coloca-se através de
informações postas pelo pesquisador para o leitor. Para que uma pesquisa
qualitativa receba uma dessas nomenclaturas citadas acima, a mesma precisa ser
realizada de forma descritiva sendo assim quem ler este projeto necessita conseguir
interpretar tal fenômeno como se fosse parte dele ou se tivesse vivido dentro dele.
Dentro desta abordagem não existe um método mais indicado para a coleta
de informações. Segundo Stubbes e Delamont(1976), a forma com que os
problemas acontecem é o que determina qual método se torna mais eficaz. Também
são posto três etapas pela qual o pesquisador passa: exploração, decisão e
descoberta. Na primeira etapa são colhidos dados de forma geral; relacionados aos
problemas que serão estudados, ao local onde será realizada esta pesquisa, aqui
também são feitas as primeiras observações. Em um segundo momento a pesquisa
torna-se mais especifica e a gama de problemas vão sendo revisados ao ponto de
escolher o problema que será investigado. Em um ultimo momento o observador
começa a desenvolver teorias a cerca do fenômeno estudado; o qual facilitará o
desenvolvimento do seu trabalho posteriormente.
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Outro ponto a ser posto é o papel que o observador tem dentro deste tipo de
pesquisa. Segundo Hall(1978) o observador necessitava ter algumas características;
“[...] pessoa precisa ser capaz de tolerar
ambiguidades; ser capaz de trabalhar
sobre sua própria responsabilidade; deve
inspirar confiança; deve ser pessoalmente
comprometida, autodisciplinada, sensível
a si mesma e aos outros, madura e
consistente e deve ser capaz de guardar
informações confidencia. Pág. 17”.

De um modo geral o observador da pesquisa etnográfica tem que saber ser


presente e ausente ao mesmo tempo, o mesmo precisa colocar limites ao
envolvimento com atividades para que não perca a verossimilidade das informações
colhidas.
O outro tipo de pesquisa qualitativa é o estudo de caso, que foi citado como a
metodologia utilizada neste trabalho.

“[...] o caso é sempre bem limitado,


devendo ter em seus contornos
claramente definidos no desenrolar do
estudo. O estudo pode ser similar a
outros, mas é ao mesmo tempo distinto,
pois tem um interesse próprio e singular.”

Os estudos de caso dentro da área educacional também pode ser qualitativo


ou naturalístico e deve ser usado por estudantes e pesquisadores que almejam
estudar algo único dentro de um campo maior. Dentro de um panorama geral o
estudo de caso apresenta fundamentos específicos:
 Os estudos de caso visam à descoberta; os pesquisadores aqui possuem seus
pressupostos teóricos, mas agregam informações utilizando os pressupostos
como ponto de partida. Esta característica propõe pensar sobre a concepção de
que o conhecimento é algo inacabado e que está sempre em construção;
 Os estudos de caso enfatizam a interpretação em contexto. É preciso considerar
a situação em que o problema está envolvido; levando em conta as
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características do ambiente, das pessoas e das manifestações deste problema


em geral;
 Os estudos de caso buscam retratar a realidade de forma completa e profunda.
Por se tratar de uma pesquisa naturalística o observador transmite os dados
coletados com muito mais verdade passando para o leitor confiança;
 Os estudos de caso usam uma variedade de fontes de informação. Devido existir
o contato com a realidade, o pesquisador (observador) além das fontes teóricas
encontra dentro do período de observação várias fontes não teóricas porem muito
ricas em verdade;
 Os estudos de caso revelam experiência vicária e permitem generalizações
naturalísticas; segundo o autor o estudo de caso provoca no leitor reflexões
diferentes das que surgem quando o texto lido não se trata de uma pesquisa
como esta que esta sendo estudada. Esta característica do estudo de caso
proporciona uma experiência de reflexão teórica considerando os exemplos reais
observados pelo pesquisador.
 Os estudos de caso procuram representar os diferentes e conflitantes pontos de
vista presentes numa situação social. Essa característica faz referência ao
momento em que este estudo realizado está para ser julgado; este tipo de
pesquisa apresenta todas vertentes encontradas na problemática estudada
favorecendo refletir e verificar seu ponto de vista.
 Os relatos do estudo de caso utilizam uma linguagem mais acessível do que os
outros relatórios de pesquisa. Por ser um tipo de pesquisa que foca um fenômeno
retira dele uma gama de informações, os relatos feitos pelo pesquisador podem
ser apresentados de diversas formas e a linguagem em geral é de fato mais
compreensível.
Nisbit e Watt (1978) propõe que este tipo de pesquisa qualitativa se
desenvolve em três fases: exploratória, sistemática e por ultimo a fase da análise.
Como dito, em um primeiro momento o observador tem um tema geral e aos poucos
vai se aprofundando através dos dados coletados até que chegue a um fenômeno
singular. É uma fase fundamental para que o próprio observador delimite o seu
objeto a ser pesquisado. Dentro desta etapa de um modo geral são destacados os
pontos chaves e os entornos que serão estudados, visto que o estudo de caso foca
um fenômeno singular dentro de um vasto campo de possibilidades. Em outro
momento, tem-se a análise sistemática e a elaboração do relatório. Nesta fase o
observador analisa minuciosamente os dados coletados e passa a transformá-los
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em rascunhos que servirão de base para o texto final, esses relatos rascunhados
podem ser apresentados depois para os leitores em forma de texto escrito, slides ou
fotografias.

1.2. EMBASAMENTO TEÓRICO


Este trabalho ressalta a relevância do uso das estratégias de leitura durante o
ensino da leitura e o desenvolvimento das capacidades leitoras, visando à formação
completa do leitor. Visa também constatar o resultado na prática, tendo como base a
teoria das autoras Girotto e Souza (2010). O conceito de leitura é visto com um
pouco mais de atenção, por se tratar de algo fundamental à formação do sujeito, por
necessitar de maior compreensão e por ser uma aprendizagem contínua que precisa
ser ensinada.
Mesmo que este tenha sido desenvolvido com os alunos do 2º ano, é valido
lembrar que desde a educação infantil há necessidade de buscar desenvolver o
espírito leitor nos alunos e que é função do docente trabalhar de forma coerente com
a sua proposta buscando propiciar o ambiente leitor e mediar à relação entre o leitor
e o texto. Embasado nisto, este projeto foi criado e desenvolvido pensando em
comprovar a eficácia do uso das estratégias de leitura e a sua colaboração para a
construção da autonomia leitora. Conforme as ideias propostas por Girotto e Souza
(2010), são notáveis, durante a aplicação da atividade, as transformações de
comportamento dos alunos, no que se refere à compreensão e à participação destes
no trabalho. Na presença dos resultados, entendeu-se que as estratégias de leitura
servem como recurso para uma aprendizagem significativa considerando a formação
do leitor, além de possibilitar que este aprenda a ler com mais facilidade, goste de ler
e, principalmente, compreenda o que está lendo.

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA


Como objetivo principal, o trabalho proposto visa comprovar na rotina
pedagógica a eficácia do uso das estratégias de leitura, ressaltando a colaboração
das mesmas no desenvolvimento da compreensão e autonomia leitora.
Considerando que o ato de ler está presente na vida cotidiana e que neste processo
o leitor apresenta trabalho ativo para a compreensão do texto, como nos apresenta o
Parâmetro Curricular Nacional (1998), a busca pela formação completa do leitor
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iniciada desde o início da educação infantil para que possa compreender de forma
absoluta o que está lendo e contribuir ainda mais para seu desenvolvimento próprio,
evoluindo gradualmente, aumentando o domínio e o entendimento daquilo que lê,
até que o aluno apto a compreender e interpretar tudo aquilo que lhe for
apresentado.
Tendo como base a problemática encontrada por diversos professores, que
sugere que os discentes em geral não gostam de ler e quando o faz tão pouco
compreendem o que estão lendo, este trabalho também visa verificar esta prática
proposta por Girotto e Souza (2010), com vistas a mostrar aos docentes uma nova
forma de ensinar leitura, saindo do tradicionalismo e despertando maior interesse
nos alunos.

1.4 METODOLOGIA
Para desenvolver este estudo foi escolhida a metodologia de estudo de caso,
considerando que esta abordagem propicia a oportunidade de focar um fenômeno
particular que considera o contexto em que ocorre e suas múltiplas dimensões. Além
disso, possibilita a conceber o conhecimento como um processo socialmente
construído na interação entre os sujeitos, que transformam a sociedade em que vive
ao mesmo tempo em que são transformados por ela. Com isso, os significados
atribuídos pelos sujeitos às experiências vividas, sua linguagem, a produção cultural
e as formas como ocorrem às interações sociais são alvos para a preocupação de
pesquisadores.
Há três pressupostos básicos a serem considerados no estudo de caso: o
conhecimento, como em constante construção, as múltiplas dimensões envolvidas e
a compreensão da realidade sob diferentes óticas. Para tanto, é importante que o
pesquisador tenha um suporte teórico sólido, mas que demonstre flexibilidade
durante o estudo para a percepção de novos aspectos que possam surgir durante o
trabalho. Além disso, uma variedade de fontes de dados, formas de coletas,
instrumentos e procedimentos colaboram para atender às múltiplas dimensões do
fenômeno investigado.
Outro aspecto relevante é postura ética ao apresentar as evidências e
análises constatadas, a fim de apresentar ao leitor confiabilidade de resultados. O
estudo de caso se configura instrumento valioso quando o interesse é investigar
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fenômenos educacionais em seu contexto real, à medida que possibilita o contato


direto do pesquisador com situações que propiciam perceber significados e
representações vinculadas ao contexto e circunstâncias reais em que ocorrem.

CAPÍTULO 2
O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DAS ESTRATEGIAS DE
LEITURA
2.1 CONCEITO DE LEITURA
A leitura pode ser vista como o ato de enxergar e compreender o mundo.
Promove aos indivíduos ganhos de cunho individual e coletivo, quando permite ao
leitor inteirar-se de novos mundos concebendo que a leitura permite visitar um
mundo imaginário partindo daquilo que se está lendo. Através do contato com os
livros, o leitor tem a possibilidade de conhecer novas culturas, etnias e lugares, e
como consequência disto o aumento da criticidade e do conhecimento tendo ao
fundo um panorama global. O ato de ler também concede benefícios ao individuo em
relação à escrita; em concordância com a sabedoria popular “quanto mais se lê mais
se escreve” isto de fato vem a acontecer devido o aumento do vocabulário. De
acordo com os PCNs quando o individuo passa a ler, e ler aqui vai além de
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decodificar chega ao período de reflexão e compreensão do que se esta lendo, este


está preparado para melhor desenvolver-se em outras disciplinas curriculares.
Para Martins (2006), a leitura pode ser entendida como uma experiência
individual vivenciada por cada individuo fracionada em duas fases;
 a decodificação dos signos linguísticos;
 em consequência a compreensão (ponderando que este momento
acontece quando o leitor atribui sentido a esses signos).
Para a autora, a leitura de fato só se concretiza no instante em que ocorre uma
interação do leitor com o texto, mesmo que este esteja apresentado em diferentes
formas: escrito, imagético, gestual ou sonoro. Corroborando com Martins, Cosson
(2014) dispõe que o ato de ler fundamenta-se em produzir sentidos por meio de um
diálogo, que é travado com o passado enquanto existe o contato com a experiência
do outro.
Entendida dessa maneira, a leitura é de fato uma competência individual e
social, uma de produção de sentidos que implica quatro componentes: o leitor, o
autor, o texto e o contexto. (COSSON, 2014) Algumas sustentam a concepção de
que a leitura acontece apenas na interação que aloja entre o leitor e o texto. Para
Cosson (2014), a leitura começa a partir do momento no qual o leitor se direciona ao
texto. Algumas teorias inferem que o texto, seja ele apresentado nas várias formas,
não existe sem o leitor. O sentido se efetiva apenas quando acontece há interação
entre o leitor e o texto. Para o autor, a leitura é algo maior “Ler é compartilhar os
sentidos de uma sociedade” (COSSON, 2014).
Dando sequência nesta ideia, é notável que a leitura se dê de diversas formas
quando se leva em conta os aspectos que a envolvem; lugar e o momento em que
esta acontece. Dentro da proposta colocada pelos PCNs; Parâmetros Curriculares
Nacionais, a leitura não deve ser apenas uma atividade que apenas seja realizada
apenas para extrair informações e sim uma atividade que envolva compreensão. A
leitura propriamente dita é um processo; dentro dele o leitor faz um trabalho
participativo onde constrói o significado do texto. Partindo da ideia de que o leitor
constrói o significado embasado em seus objetivos, no que sabe sobre o assunto, no
que sabem sobre o autor e no seu nível de conhecimento sobre tal linguagem.
Ponderando todas as teses que estão relacionadas à leitura, e tendo também
um conhecimento adquirido na escola e nas aulas de Língua Portuguesa ministradas
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na faculdade, compreende-se que a leitura está sendo posta de maneira


tradicionalista e mecânica, o problema está na falta de capacitação dos docentes.
Várias vezes o momento da leitura é deixado no esquecimento, pois há um currículo
a ser cumprido, privando o contato dos alunos com a leitura.

2.2 A FORMAÇÃO DO LEITOR


Quando o assunto é formação do leitor, os PCN (2001, p.54) colocam que
“[...] formar um leitor competente supõe formar alguém que compreende o que lê;
que possa aprender a ler também o que não está escrito”. A autonomia leitora se
realiza quando o leitor tem contato maior com o texto, passando a compreender o
que está escrito e o que está nas ‘entrelinhas”. O leitor com característica autônoma
consegue fazer relações entre o texto que lê, outros já lidos e as próprias
experiências vividas, ou seja, o texto passa a ter maior significado. Dessa maneira, a
formação do leitor critico e reflexivo depende da motivação que este recebe e a
escola por si está colocado socialmente como um lugar ideal para o contato com a
leitura considerando que este contato deve se dá desde os anos iniciais da
educação básica. É relevante que todas as escolas considerem a possibilidade de
rever os pressupostos básicos para o ensino da leitura, A leitura não deve ser vista
apenas como instrumento de realização de outras atividades.
Realizar um momento de leitura sem introduzir o assunto, sem dialogar sobre
as hipóteses que surgem a cerca do que tal leitura irá abordar é o mesmo que
destruir o interesse pela leitura. Quando a pessoa que faz a mediação da leitura
percebe que o interessa pela mesma precisa ser ensinado assim como a prática,
tudo se torna mais fácil. De fato, implantar nos alunos a cultura leitora ainda é algo
muito complicado, em geral as escolas trazem uma proposta diferente que prioriza a
produção textual. É possível de se pensar para que os alunos desenvolvam a
capacidade de produzir textos, a principio não seria melhor que fosse implantado na
rotina a cultura leitora, pensando nos benefícios que esta fornece ao discente?

2.3 AS ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Para iniciar esta conversa é preciso pensar sobre o que são estratégias de
leitura. De acordo com Girotto e Souza (2009) essas estratégias podem ser
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utilizadas por todos com o intuito de despertar o interesse a cerca da leitura,


considerando que estas permitem ao leitor à compreensão leitora. De fato estas são
técnicas que contribuem para que o leitor desperte o gosto pela leitura e aumente a
capacidade de compreensão em relação ao que foi lido.
Ao utilizar-se das estratégias de leitura, o leitor entra em um dialogo consigo
mesmo, através das respostas obtidas neste dialogo o leitor consegue ir entendendo
o texto de uma forma mais clara. Pensando nisso, seria interessante que o professor
consiga trabalhar a leitura com atividades que envolva os alunos de maneira mais
completa, fazendo com que os mesmos sintam-se envolvidos nisto e assim sintam
prazer em ler.
Essas estratégias são relevantes para a formação do leitor autônomo, através
da oportunidade de participar ativamente. As estratégias devem ser apresentadas ao
aluno desde o início da vida escolar, como foi realizado através deste trabalho,
levando em conta que mesmo antes de saber ler todo e qualquer individuo tem
contato com a leitura, pois a mesma está em tudo que envolve o ser humano. Mas,
voltando ao inicio da conversa o que são estratégias de leitura? São procedimentos
que auxiliam na compreensão do texto lido e se apresentam em cinco formas:
- Inferências que pode ser realizadas antes de depois da leitura, instigando o
leitor a levantar hipóteses e depois verifica-las;
- Conexões: texto-texto, texto-leitor e texto-mundo, geralmente acontece
naturalmente já que o ser humano consegue de alguma maneira sempre relacionar
algo que está lendo com algo que já viu, ouviu ou viveu em outro momento;
-Visualização, é o momento no qual o professor solicita que os discentes
imaginem tal cena, para leitores formados isso se dá de forma automática conforme
o individuo vai lendo ele vai imaginando a cena;
- Sumarização, essa técnica faz parte do processo de reescrita e tende a ser
à base da mesma. Os alunos destacam os acontecimentos principais e fazem um
texto com tópicos;
- Reescrita, neste momento os alunos podem fazer o seu texto, ou o professor
pode se tornar escriba para caso de alunos não leitores ainda.
O desenvolvimento dessas capacidades permite maior contato do leitor com o
texto. Assim dessa forma, é preciso de antes de aplicar as estratégias de leitura o
docente organize um plano de aula que embase todo seu fazer, pensando além
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seria relevante se a postura do docente fosse revista, pensando no desenvolvimento


completo do discente.

Capitulo 3

AS ESTRATÉGIAS DE LEITURA APLICADAS A REALIDADE


ESCOLAR

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DOS ALUNOS DO 7º ANO

A escola onde foi aplicada esta atividade está localizada no Município de


Presidente Prudente, que integra a rede estadual de ensino publico. É uma escola
que está dentro dos padrões pedagógicos colocado nos Referenciais, Curriculares
Nacionais e que oferece uma educação de qualidade, objetivando formar cidadãos
críticos e reflexivos.
Antes de entrar nesta sala para aplicar a atividade, houve um dialogo com a
docente visando levantar conhecimentos prévios sobre os alunos. Depois deste
dialogo ficou demasiadamente fácil trabalhar com a turma levando em conta que os
mesmos já apresentavam características leitoras inferidas pela professora regente
desta classe. As características leitoras desta classe facilitou o desenvolvimento da
atividade e permitiu maior visibilidade de resultados, já que os mesmo colaboraram
14

com o andamento da atividade. Uma curiosidade desta turma deve ser colocada
aqui porque a mesma favoreceu a atividade; são discentes que compreendem o
papel da leitura, respeitam o momento de ler e como consequência desse
entendimento se tornaram mais centrados nas aulas.

3.2 VERIFICAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE LEITURA NO 7º ANO

O texto utilizado foi o conto “Façanhas do Zé Burraldo”, de Ricardo Azevedo,


que compõe o livro “Histórias de bobos, bocós, burraldos e paspalhões”, do mesmo
autor. Primeiramente, fez-se o uso do procedimento de inferência que deve ser feito
no início e retomado após a leitura completa do texto para que as hipóteses
levantadas sejam confirmadas ou refutadas. Observar o que a capa e o título
sugerem, é um procedimento importante para instigar os alunos a pensar a respeito
da leitura que será realizada. Ao ler o título do conto “Façanhas do Zé Burraldo”, os
alunos foram estimulados a levantar hipóteses sobre o que a história abordaria. A
principal palavra destacada pelos alunos foi “Burraldo”, pois acreditavam que a
mesma não poderia ser usada como nome de alguém.
Assim, levando em consideração o significado da palavra, vários alunos
inferiram que a história relataria situações em que a personagem Zé passou de
forma nada inteligente. Todas as hipóteses levantadas foram registradas em um
cartaz e retomadas após a leitura completa do conto. Num próximo passo, foram
realizadas atividades de conexões texto-texto, texto mundo e texto-leitor. As
conexões acontecem de forma natural, com base no conhecimento prévio e nas
vivências do leitor. A conexão texto-texto ocorre quando, ao ler a história, o leitor se
lembra de outro texto, ou filme ou peça de teatro, por exemplo, que tenha alguma
semelhança com o texto lido.
Durante a leitura do conto “Façanhas de Zé Burraldo”, os alunos se
recordaram do momento em que a personagem Chicó, do filme “O Auto da
Compadecida”, assistido pela turma na escola, afirma ter um gato mágico que solta
moedas pelo rabo. A conexão texto-leitor proporciona ao leitor, buscar na memória
situações vivenciadas por ele mesmo. Neste momento, os alunos relataram fatos em
que vivenciaram situações como ser enganado pelo colega de classe que diz haver
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aula quando não havia, ou ir para a escola no sábado, a pedido da diretora, para
participar de uma entrevista da emissora de TV que não aconteceu.
Por fim, os alunos se lembraram de situações em que pessoas foram
enganadas e roubadas como Zé Burraldo, utilizando-se da conexão texto mundo.
Alguns relatos descrevem o comportamento de um falso padre que, ao ser
convidado pelos fieis para jantar, se aproveitava da distração dos mesmos e roubava
bens materiais das casas, ou ainda, a postura do pastor que gastava todo o dinheiro
arrecadado pela igreja consigo mesmo. No procedimento de sumarização, os alunos
listaram em tópicos os principais acontecimentos seguindo a ordem dos fatos.
Esse procedimento colabora, como ocorreu, com a produção textual para a
reescrita do conto. Para desenvolver o procedimento de visualização foi escolhida a
cena em que Zé Burraldo vê o burro soltando moedas pelo rabo. Os alunos
reproduziram a cena através de desenho com muitos detalhes sugeridos pelo conto.
Para a produção da síntese, os alunos se apoiaram na sumarização elaborada
anteriormente. Nesse momento, os alunos demonstraram facilidade ao
reescreveram o texto e consideraram importante o procedimento de sumarização
para a retomada sequência dos acontecimentos da história. Ao final de todo o
trabalho, os alunos foram estimulados a organizar uma exposição dos desenhos e
das reescritas. A divulgação do trabalho ocorreu através de exposição em mural do
pátio da escola para que os textos produzidos cumprissem sua função social.

3.3 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DOS ALUNOS DO PRÉ-I

A escola na qual foi aplicada a atividade proposta por este projeto, integra o
sistema municipal de ensino da cidade de Dracena, é uma escola periférica e que
enfrenta dificuldades como falta de recursos; a educação oferecida ao seu publico
alvo ainda caminha para tornar-se qualitativa, porém não foge ao que diz os
Referenciais.
Como dito a escola enfrenta dificuldades, e os alunos por consequência tem
características diferentes, estão com quatro ou cinco anos, iniciando a vida escolar,
não sabem ler e ainda estão conhecendo as letras, não possuem características
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leitoras e em sua maioria mal tem contato com livros. De um modo geral, os alunos
são mais “carentes” tornando-os um publico que necessita de uma dedicação maior.
Foi realizado o mesmo procedimento de diálogo com a docente regente, e
agora não com o foco apenas em levantar conhecimentos prévios a cerca do gosto
pela leitura, mas buscando entender a realidade destes alunos e o momento que
estão vivendo considerando que estão tendo o primeiro contato com a rotina escolar.

3.4 VERIFICAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE LEITURA NO PRE-I

A primeira preocupação foi com a escolha da história que seria posta para
estes discentes; afinal o Texto de Ricardo de Azevedo não tem um linguajar
apropriado para crianças de quatro anos. Antes do desenvolvimento da atividade, foi
feito um período de sondagem; visita a sala para observação dos comportamentos
individuais e coletivos, visando alcançar pistas que fornecessem ideias de textos a
serem lidos para este publico. Devido este período de sondagem percebi na sala de
um modo geral um comportamento egocêntrico característico do desenvolvimento
humano, e com isto acontecia alguns momentos desconcertantes quando o assunto
era o convívio social entre eles próprios.
Com estas informações em mãos, optou-se pelo texto da autora Ruth Rocha,
intitulado “Meus Lápis de Cor são só Meus”, pensando em atrelar a leitura com algo
que os discentes estavam vivenciando. Em primeiro lugar, foi desenvolvido o
procedimento de inferência, que visa o levantamento de hipóteses; a inferência só
tem significado se for realizada antes de depois. Retomar o que os alunos tinham
dado como resposta para as inferências no inicio faz com que os mesmo verifiquem
se estavam corretos ou não, fazendo-os perceber um pouco de mundo da leitura. É
importante também deixar que os alunos observem a capa e o título, buscando uma
aprendizagem ainda maior é um procedimento importante para instigar os alunos a
pensar a respeito da leitura que será realizada. Ao ler o título, os alunos foram
estimulados a pensar e levantar hipóteses a cerca do assunto que este texto traria.
Todas as hipóteses levantadas foram registradas na lousa e retomadas após
a leitura em uma roda de conversa. Na próxima etapa, foram realizadas atividades
de conexões texto-texto, texto-mundo e texto-leitor. As conexões acontecem
naturalmente, com base no conhecimento que o leitor (no caso, ouvinte) já possui
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através da sua vivência. A conexão texto-texto como já dito ocorre quando, ao ler a
história, o leitor se lembra de outro texto, ou filme ou peça de teatro, por exemplo,
que tenha alguma semelhança com o texto lido.
Durante a leitura do texto “Meus Lápis de Cor são só Meus”, uma aluno
lembrou-se de uma história que sua mãe havia contado, sobre uma menina que não
gostava de dividir as coisas. A conexão texto-leitor é marcada pelas lembranças que
o leitor retoma sobre momentos que este já viveu, neste momento, os alunos
relataram várias situações parecidas sobre não querer dividir o lanche, o brinquedo
e etc.
Por fim, os alunos se recordaram de alguns momentos no qual já ouviram
falar sobre este assunto em casa, ou na igreja, utilizando-se da conexão texto-
mundo. Um relato interessante foi de um aluno que lembrou-se de que Jesus dividiu
o pão com várias pessoas e que todos deveriam ser como ele. No procedimento de
sumarização, os alunos elencaram em tópicos os momentos da história.
Esse procedimento colabora, como ocorreu, com a produção textual para
outra etapa que é a de reescrita, neste momento se os discentes tiveram a
disposição uma escriba que os auxiliou na escrita. Para desenvolver o procedimento
de visualização utlizou-se os tópicos elencados pelos discentes na sumarização;
cada um fez um desenho sobre a parte do texto que mais lhe chamou atenção.
Devido já ter elaborado a reescrita com o auxilio da escriba, o processo de síntese
não foi realizado com estes alunos devido necessitarem de maior maturidade para
entender este procedimento.

3.5 RESULTADOS

Ao analisar as atividades desenvolvidas, a partir do uso das estratégias de


leitura, com as duas salas, foi possível notar os benefícios que esta pratica fornece
para a compreensão do leitor, quando os alunos participantes do projeto
demonstraram facilidade ao produzir relações com outras experiências e
conhecimentos já construídos.
Relacionar aquilo que lê com as próprias experiências contribui para que o
leitor amplie seu conhecimento de mundo, bem como sua criticidade em relação a
fatos da vida real, o que colabora para a autonomia leitora. Conclui-se, assim, que o
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uso das estratégias de leitura contribui significativamente para a formação do leitor


autônomo, além da ampliação de conhecimento e criticidade. Seria também
interessante ampliar este estudo para os alunos da Educação de Jovens e Adultos
que estão na fase da alfabetização ou nos primeiros anos do ensino fundamental,
devido o fato de os mesmos ter passado a vida sendo letrados, mas não saberem de
fato ler, ao contrário dos alunos da educação infantil, estes já sabem a importância
da leitura em suas vidas.

4. CONCLUSÃO
Ao discutir o ensino da leitura através dos procedimentos de estratégias de
leitura, é importante que o professor a conceba como conjunto de comportamentos
que mobiliza capacidades cognitivas que afloram durante o processo de leitura.
Assim, a leitura se configura bem cultural no processo de compreensão do mundo. É
na relação dialógica entre aquele que ensina e aquele que aprende que se
estabelece o ensino e a aprendizagem da leitura. Analisando as atividades
desenvolvidas, com o uso das estratégias de leitura, é possível perceber os efeitos
positivos para a compreensão do leitor, quando os alunos participantes demonstram
facilidade ao produzir relações com outras experiências e conhecimentos
construídos.
Relacionar aquilo que lê com as próprias experiências contribui para que o
leitor amplie seu conhecimento de mundo, bem como sua criticidade em relação a
fatos da vida real, o que colabora para a autonomia leitora. O ensino da leitura e uso
das estratégias de leitura é essencial à formação do sujeito crítico para sua atuação
na sociedade em que vive. Cabe a escola e ao professor proporcionar ambientes
leitores e oferecer leitura de qualidade que contribua com a formação humana do
aluno.
Como dito no principio este trabalho buscava verificar os efeitos do uso das
estratégias de leitura e comparar estes efeitos em alunos que possuem
características leitores e em contraposição alunos que estão no inicio da vida
escolar; ao final deste projeto foi possível dizer que estas estratégias podem ser
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aplicadas a leitores e não leitores de qualquer idade, visto que foi possível notar os
benefícios desta prática nas duas salas de aula; sem deixar de considerar as
especificidades de cada um e também cuidar para que esta prática esteja adaptada
a este publico.

REFERÊNCIAS

COSSON, Rildo. Círculos de leitura e letramento literário. São Paulo: Contexto,


2014. FAZENDA, Ivani. Metodologia da Pesquisa Educacional. São Paulo: Cortez,
2001.
GIROTTO, Cyntia Graziella Guizelim Simões; SOUZA, Renata. Junqueira.
Estratégias de leitura: para ensinar alunos a compreender o que leem.
IN: SOUZA, Renata Junqueira [et al.]. Ler e compreender: estratégias de leitura.
Campinas – SP: Mercado de Letras, 2010.
KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor. Campinas: Pontes, 1989. MARTINS, Maria
Helena. O que é leitura? São Paulo: Brasiliense, 2006.
LÜDKE E MARLI E.D.A. ANDRÉ.Pesquisa em Educação, abordagens qualitativas. –
São Paulo:EPU,1986.
Parâmetro Curricular Nacional. Língua Portuguesa 1998. Disponível em >
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/portugues.pdf
Parâmetro Curricular nacional. Língua Portuguesa. 2010. Disponível em >
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro02.pdf

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