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A Sabedoria em

Aristóteles
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SUMÁRIO
1. A ÉTICA ARISTOTÉLICA
1.1. A Finalidade Última
1.2. A Função Humana
1.3. O que é a Virtude?
2. A SABEDORIA
2.1. A Parte Racional da Alma
2.2. As Disposições da Razão
2.3. A Sabedoria Prática

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1. A ÉTICA ARISTOTÉLICA
Assim, Aristóteles não está satisfeito com
nenhuma dessas definições. Para ele, a felicidade é
algo absoluto e incondicionado, ou seja, algo que
1.1. A FINALIDADE ÚLTIMA não está subordinado a nenhuma outra coisa e que
Aristóteles afirmou que tudo o que fazemos é desejável por si mesmo. No caso da honra, do
possui como finalidade um bem qualquer. Se prazer, da riqueza, as escolhemos visando a
estudamos, esperamos como fim o conhecimento; felicidade, pensando que a posse delas nos tornará
se trabalhamos, é porque esperamos algum tipo de felizes. O problema é que essas coisas não são
realização pessoal ou dinheiro. Há muitas autossuficientes, isto quer dizer que para possui-
atividades, portanto, há também muitas finalidades las dependemos de outras coisas e pessoas, além
e objetivos. De acordo com Aristóteles, alguma disso, elas são passageiras. A autossuficiência é
dessas finalidades se subordinam a outras. Por aquilo que, em si mesmo, torna vida desejável e
exemplo, a finalidade do estudo é o conhecimento, carente de absolutamente nada. A felicidade,
mas pode ser que para muitas pessoas, a finalidade portanto, deve ser algo de caráter absoluto e
do conhecimento é o dinheiro. Assim, o autossuficiente, sendo também a finalidade de toda
conhecimento não tem um valor em si mesmo, ele é e qualquer ação humana. Mesmo que as nossas
valioso na medida em que leva a um outro fim, ações possuem fins imediatos como, por exemplo,
neste caso, o retorno financeiro. Mas Aristóteles se estudar com a finalidade de passar no vestibular,
pergunta: Será que existe alguma coisa que trabalhar para ter dinheiro, se juntarmos todos
desejamos por ela mesma, ou seja, que não esteja esses fins imediatos, eles estarão subordinados a
subordinada a nenhuma outra finalidade? Se um fim último: a felicidade.
houver, ela será o sumo bem, a coisa mais Bem, basta agora explicar em que consiste a
importante que existe e seria de extrema felicidade. Para isso Aristóteles afirma que
importância se pudermos determinar qual é esse devemos determinar qual é a função do ser humano,
sumo bem. aquilo que o caracteriza e o distingue de outras
Aristóteles acredita que esse sumo bem, coisas e animais. Segundo Aristóteles, tudo possui
aquilo que é procurado por si mesmo e não em vista uma função: a função da faca é cortar, a do veneno
de alguma outra coisa é a felicidade. Independente é matar, a da caneta é escrever e assim por diante.
da finalidade de cada ação que realizamos, parece E considera-se que o bem ou a virtude de cada
que todas elas estão subordinadas a um único função ou atividade é o “bem feito”, é a atividade
objetivo: a felicidade. O problema é que as pessoas realizada de modo excelente. Então, qual é a função
discordam entre si sobre o que é a felicidade. Para do homem?
alguns, é uma vida cheia de prazeres sem restrições;
outros acham que são a honra, a fama e as riquezas, 1.2. A FUNÇÃO HUMANA
e ainda para alguns outros, apenas uma boa saúde.
Aristóteles considera que a função de
Analisemos o caso da honra e da fama. No
nutrição e crescimento já está presente nas plantas,
caso da honra, é muito improvável que ela se
então podemos descartá-la; a função ou atividade
identifique com a felicidade. Pois, a honra depende
de percepção já está presente nos animais, então
mais de quem a confere do que de quem a recebe.
não é exclusivo ao humano. Resta apenas um
Imagine por exemplo que você trabalha e estuda
elemento que parece ser exclusivo do ser humano:
muito, e espera receber algum tipo de
a razão. O homem é um animal racional. Assim, a
reconhecimento, título de honra ou homenagem
função do ser humano é uma espécie particular de
pelo seu trabalho duro. Neste caso você depende
vida que implica em ações ou atividades que
continuamente do outro para ser feliz, se ele não
possuem um princípio racional.
reconhecer o seu esforço, você não será feliz. Ora, o
bem ou felicidade parece ser algo próprio do Uma ação é bem realizada quando está de
homem, e não algo que pode ser colocado ou tirado acordo com a excelência que lhe é própria. Nesse
por qualquer pessoa. sentido uma ação humana é virtuosa ou excelente,

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na medida em que ela é realizada com base na razão, Podemos citar como exemplo de virtude ética a
que é a função específica do ser humano. Porém, temperança, cuja característica é a moderação, o
Aristóteles ressalta, que não é apenas uma ação não excesso na bebida, na comida e, até mesmo, nos
virtuosa que faz o homem virtuoso e feliz, mas o gastos. Adquirimos as virtudes éticas através do
conjunto delas ao longo de uma vida de acordo com hábito, isto é, da realização constante de ações
a razão. Podemos, desse modo, dizer que o homem excelentes. No início ela é difícil, como quando
feliz é aquele que vive bem e age bem. A felicidade crianças não gostávamos de escovar os dentes, mas
dessa forma é definida como uma espécie de boa com muita insistência por parte de nossos pais, isso
vida e boa ação. Aristóteles identifica, então, a veio a se transformar um hábito, algo normal e que
felicidade com a virtude, isto é, com ações realizamos sem dificuldade todos os dias. É por isso
realizadas de modo excelente, e ações excelentes que ela é chamada de virtude “ética”, porque essa
são aquelas realizadas de acordo com a função palavra vem do termo grego “ethos”, que significa
específica do ser humano, que é a razão. De acordo justamente “hábito”.
com essa concepção de felicidade, por mais que o Consideremos apenas as virtudes éticas,
indivíduo venha sofrer com os acontecimentos e que é o nosso interesse aqui. Nenhuma delas surge
mudanças próprios da vida, o sucesso ou fracasso em nós naturalmente, se esse fosse o caso todos nós
não está condicionado a isso. Pois o que constitui a seriamos bons e virtuosos por natureza, e você não
felicidade ou a infelicidade são as atividades estaria estudando ética nesse momento. Mas
virtuosas ou viciosas. possuímos em nós, argumenta Aristóteles, a
potencialidade de nos tornar pessoas virtuosas e,
1.3. O QUE É A VIRTUDE? como já dito, adquirimos isso pelo exercício. Somos
Mas o que significa agir de acordo com a pessoas justas praticando atos justos, corajosos
razão? Aristóteles afirma que a virtude praticando a coragem e assim por diante. As
propriamente humana é uma virtude da alma e não diferenças de caráter que existem entre os
do corpo. Ele compreende que a alma humana é indivíduos são consequências das ações de cada um,
composta de três partes: vegetativa, que é por isso, ressalta o nosso filósofo, é necessário ficar
responsável pelo crescimento e nutrição; a parte atento para a qualidade dos atos que praticamos.
apetitiva, que é faculdade do desejo; e a parte Mas qual é a caraterística de um ato
racional, específica do humano. A parte vegetativa, virtuoso? Há uma imensa variedade de situações
como vimos, é comum a todas as espécies, sejam que pedem ações distintas, assim como também há
elas de plantas ou de animais, ela não possui uma grande variação nos seres humanos.
nenhuma relação com a parte racional e, portanto, Entretanto, Aristóteles afirma que todos os atos
é irracional e não participa da excelência humana, podem ser prejudicados por duas coisas: pela falta
ainda mais porque não temos nenhum controle e pelo excesso. Assim, a pessoa que tem medo de
sobre ela: não podemos controlar a digestão e nem tudo, torna-se um covarde; aquela que não tem
o crescimento. A parte apetitiva também é medo de absolutamente nada e vai ao encontro de
irracional, porém, ela possui uma relação com a todos os perigos, torna-se temerário. O indivíduo
parte racional, pois podemos controlar que se entrega a todos os desejos, à medida em que
racionalmente os nossos desejos, ela pode eles vão surgindo, e não freia a realização deles,
obedecer à razão do mesmo modo que um filho torna-se intemperante; enquanto aquele que evita
obedece ao pai. todos os desejos e prazeres, torna-se de certa
Com base nisso, pode-se identificar duas maneira insensível. Mas um ato é excelente ou
categorias de virtudes: virtudes intelectuais e virtuoso quando se age com mediania. Expliquemos
virtudes éticas. As virtudes intelectuais são isso melhor.
próprias da parte racional, Aristóteles cita como A virtude, para Aristóteles, reside no meio-
exemplo a sabedoria filosófica e a capacidade de termo entre a falta e o excesso. Esse meio-termo é
compreensão. Obtemos e aprimoramos as virtudes sempre em relação a nós e não ao objeto. Por
intelectuais através do estudo, o que requer tempo exemplo, se dez é muito e dois é pouco, seis é o
e esforço. As virtudes éticas, por sua vez, advêm do meio-termo, isso em relação ao objeto, pois a
controle racional sobre a parte apetitiva da alma. distância entre dois e seis são quatro, assim como

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seis para dez. Mas não podemos usar mesmo
raciocínio quando consideramos qual é o meio-
termo em relação à nossa ação: Se um 1kg de
comida é muito para certa pessoa e 200gr é pouco,
não se segue daí que o adequado seja 600gr. Cabe
ao indivíduo buscar o seu próprio meio-termo.
Com isso, Aristóteles conclui que a virtude
ética é um meio-termo entre dois vícios: o excesso
e a falta. Sendo assim, não é algo fácil e rápido ser
uma pessoa virtuosa, é necessário um esforço
contínuo para encontrar o meio-termo das nossas
ações, daí a importância do hábito. Mas devemos
estar empenhados nisso, as ações virtuosas levam à
excelência humana, uma vez que elas estão de
acordo com a nossa função específica, só assim
poderemos alcançar o nosso fim último e bem
supremo: a felicidade.

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2. A SABEDORIA
Quanto à razão (pensamento) teórica
2.1. A PARTE RACIONAL DA (contemplativa), ela não é prática nem produtiva,
ALMA o bom e o mau estado são, respectivamente, a
verdade e a falsidade; mas da parte pensante que
Já dissemos que as virtudes se dividem produz ação, a boa condição consiste na verdade
em dois tipos: virtudes éticas e virtudes em acordo com o desejo correto.
intelectuais. Já falamos sobre as virtudes éticas A origem da ação — sua causa eficiente, não
e agora vamos explorar as características das final — é a escolha, e a da escolha é o desejo e o
virtudes intelectuais. Mas antes, consideremos raciocínio com um fim em vista. Aqui reside a
algo sobre a parte racional da alma. A parte razão da escolha não poder existir nem sem razão
racional pode ser dividida em duas partes: (1) uma ou intelecto, nem sem uma disposição moral; pois
é aquela pela qual conhecemos os tipos de coisas a boa ação e o seu contrário não podem existir sem
cujos princípios não podem ser de outro, ou seja, uma combinação de intelecto e de caráter. O
são necessários. Atualizando essa afirmação para intelecto em si mesmo, porém, não move coisa
os nossos dias, podemos dizer que é essa parte do alguma; só pode fazê-lo o intelecto prático que visa
intelecto que produz o conhecimento científico a um fim qualquer. E isto vale também para o
(parte “científica”). (2) A segunda parte é aquela intelecto produtivo, já que todo aquele que produz
pela qual conhecemos as coisas que podem ser alguma coisa o faz com um fim em vista; e a coisa
diferentes, ou seja, não possuem um princípio produzida não é um fim no sentido absoluto, mas
necessário. Essas coisas dizem respeito ao modo apenas um fim dentro de uma relação particular, e
como devemos agir, que em razão da situação pode o fim de uma operação particular. Só o que se
requerer respostas diversas. Assim, é necessário pratica é um fim irrestrito; pois a boa ação é um
um cálculo e deliberação, “ninguém delibera sobre fim ao qual visa o desejo.
aquilo que não pode ser de outro modo” (parte
“calculativa”). 2.2. AS DISPOSIÇÕES DA RAZÃO
Devemos, portanto, entender qual é o Como acabamos de ver, a obra de ambas as
melhor estado de cada uma dessas duas partes, pois partes intelectuais é a verdade. Logo, as virtudes de
nele reside a virtude de cada uma. A virtude de uma ambas serão aquelas disposições segundo as quais
coisa se refere ao seu funcionamento apropriado cada uma delas alcançará a verdade em seu mais
(excelência). De acordo com Aristóteles, na alma alto grau.
existem três coisas que controlam a ação e a
Dê-se por estabelecido que as disposições
verdade: sensação, razão (inteligência), desejo.
em virtude das quais a alma possui a verdade, quer
Destas três, a sensação não é princípio de afirmando, quer negando, são em número de cinco:
nenhuma ação: isso pode ser observado pelo fato o conhecimento científico, a razão intuitiva, a
de os animais inferiores possuírem sensação, mas
técnica, a sabedoria filosófica e a sabedoria
não realizarem ação.
prática (phronesis).
A afirmação e a negação no raciocínio
correspondem, no desejo, ao buscar e ao fugir; de
O conhecimento científico é um juízo
modo que, sendo a virtude moral uma disposição de sobre coisas universais e necessárias, e tanto as
caráter relacionada com a escolha, e sendo a conclusões da demonstração como o
escolha um desejo deliberado, tanto deve ser conhecimento científico decorrem de
verdadeiro o raciocínio como correto o desejo para primeiros princípios (princípios não
que a escolha seja acertada, e o desejo deve buscar demonstráveis). Assim, o primeiro princípio de
exatamente o que afirma o raciocínio. Ora, esta que decorre o que é cientificamente conhecido
espécie de intelecto (pensamento) é prática. não pode ser objeto da ciência, pois o que pode
ser cientificamente conhecido é passível de

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demonstração. Assim, é a razão intuitiva que 2.3. A SABEDORIA PRÁTICA
apreende os primeiros princípios. Entende-se,
No que se refere à sabedoria prática,
aqui, a “intuição” como um tipo de
podemos entendê-la considerando as pessoas a
conhecimento que não passa uma
quem a atribuímos. Julga-se que é característico de
demonstração, mas que é apreendido de modo
um homem dotado de sabedoria prática o poder
imediato. deliberar bem sobre o que é bom e conveniente
A sabedoria, nas técnicas, é atribuída aos para ele, não sob um aspecto particular, como por
seus mais perfeitos expoentes, por exemplo, a exemplo sobre as espécies de coisas que
Fídias como escultor e a Policleto como retratista contribuem para a saúde e o vigor, mas sobre
em pedra; e por sabedoria, aqui, não entendemos aquelas que contribuem para a vida boa em geral.
outra coisa senão a excelência na técnica. Mas a Ora, ninguém delibera sobre coisas que não
certas pessoas consideramos sábias de modo geral podem ser de outro modo, nem sobre as que lhe é
e não em algum campo particular ou sob qualquer impossível fazer. Por conseguinte, como o
outro aspecto limitado conhecimento científico envolve demonstração,
Assim, Aristóteles considera que a mas não há demonstração de coisas cujos primeiros
sabedoria deve ser, de todas as formas de princípios são variáveis (pois todas elas poderiam
conhecimento, a mais perfeita. Donde se segue que ser diferentes), e como é impossível deliberar
o homem sábio não apenas conhece o que decorre sobre coisas que são por necessidade, a sabedoria
dos primeiros princípios (razão intuitiva), como prática não pode ser ciência. Assim, podemos
também possui a verdade a respeito desses compreendê-la como uma capacidade
princípios. Logo, a sabedoria filosófica deve ser verdadeira e raciocinada de agir com respeito
a razão intuitiva combinada com o às coisas que são boas ou más para o ser
conhecimento científico. humano.
No conjunto das coisas que são Com efeito, ao passo que o produzir tem
variáveis, ou seja, daquilo que não é necessário uma finalidade diferente de si mesmo, isso não
e universal, como são o conhecimento acontece com o agir, pois a boa ação é o seu próprio
científico e a razão intuitiva, incluem-se tanto fim. Daí o motivo de atribuirmos sabedoria prática
coisas produzidas como coisas praticadas. Há a Jesus, Gandhi, Mandela, Martin Luther King e
uma diferença entre produzir e agir, de modo homens como eles, porque percebem o que é bom
que a capacidade raciocinada de agir difere da para si mesmos e para os homens em geral. É
também por isso que chamamos a temperança
capacidade raciocinada de produzir. A
arquitetura, por exemplo é uma técnica, sendo (sophrosune) por esse nome, como se ela
preservasse a sabedoria prática.
essencialmente uma capacidade raciocinada de
produzir, e nem existe técnica alguma que não A temperança preserva esse tipo de
seja uma capacidade desta espécie, nem concepção. De fato, o prazeroso e o doloroso não
pervertem qualquer tipo de concepção (por
capacidade desta espécie que não seja uma
exemplo, que o triângulo tem ou não tem dois
técnica, segue-se que a técnica é idêntica a uma ângulos retos), mas concepções sobre as ações. O
capacidade de produzir que envolve o princípio das ações é aquilo em vista de que elas são
raciocínio correto. Toda técnica visa a feitas. Mas, a quem se encontra pervertido pelo
produção de algo e se ocupa em inventar e em prazer ou pela dor, o princípio não se evidencia,
considerar as maneiras de produzir alguma tampouco se evidencia que é preciso fazer tudo em
coisa que tanto pode ser como não ser. Com vista de tal e tal princípio e em favor dele tudo
efeito, a técnica não se ocupa nem com as coisas escolher. De fato, o vício é algo que corrompe o
que são ou que se geram por necessidade, nem princípio.
com as coisas naturais. Torna-se evidente, pois, que a sabedoria
prática é uma virtude e não uma técnica. E, como
são duas as partes da alma que se guiam pelo

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raciocínio, ela deve ser a virtude de uma dessas àquelas que nos levam a qualificar um homem
duas, isto é, daquela parte que forma opiniões; incondicionalmente de bom; pois, com a presença
porque a opinião versa sobre o que se varia, e da de uma só qualidade, a sabedoria prática, lhe serão
mesma forma a sabedoria prática. Ela é mais do que dadas todas as virtudes.
uma simples disposição racional: mostra-o o fato de Aristóteles considera, no entanto, que a
que tais disposições podem ser esquecidas, mas a sabedoria filosófica é mais elevada que a
sabedoria prática, não. sabedoria prática. Pois, se o que é saudável ou
Aristóteles nota que, embora os moços bom difere para os homens e os peixes, mas o que é
possam tornar-se geômetras, matemáticos e sábios branco ou reto é sempre o mesmo, qualquer um
em matérias semelhantes, não se acredita que diria que o que é sábio é o mesmo, mas o que é
exista um jovem dotado de sabedoria prática. O praticamente sábio varia; pois é àquele que observa
motivo é que essa espécie de sabedoria diz respeito bem as diversas coisa que lhe dizem respeito que
não só aos universais, mas também aos atribuímos sabedoria prática, e é a ele que
particulares, que se tornam conhecidos pela confiaremos tais assuntos. Por isso dizemos que até
experiência. Ora, um jovem carece de experiência, alguns animais inferiores possuem sabedoria
que só o tempo pode dar. prática, isto é, aqueles que mostram possuir um
Podemos concluir que a sabedoria prática certo poder de previsão no que toca à sua própria
é a disposição da mente que se ocupa com as coisas vida
justas, nobres e boas para o homem, mas essas são Por isso dizemos que Einstein, Steve Jobs
as coisas cuja prática é característica de um homem e os homens semelhantes a eles possuem sabedoria
bom, e não nos tornamos mais capazes de agir pelo filosófica, mas não prática, quando os vemos
fato de conhecê-las, do mesmo modo que não ignorar o que lhes é vantajoso; dizemos que eles
somos mais capazes de agir pelo fato de conhecer conhecem coisas notáveis, admiráveis, difíceis e
as coisas sãs e saudáveis não no sentido de divinas, mas improfícuas. Isso, porque não são os
produzirem a saúde, mas no de serem bens humanos que eles procuram.
consequência dela. Efetivamente, a simples posse
da técnica médica ou da ginástica não nos torna
mais capazes de agir.
Assim como dizemos que algumas pessoas
que praticam atos justos não são necessariamente
justas por isso — referimo-nos às que praticam os
atos prescritos pela lei, quer involuntariamente,
quer devido à ignorância ou por alguma outra razão,
mas não no interesse dos próprios atos—, parece
que, do mesmo modo, para alguém ser bom é
preciso encontrar-se em determinada disposição
quando pratica cada um desses atos: numa palavra,
é preciso praticá-los em resultado de uma escolha e
no interesse dos próprios atos.
Do que se disse fica bem claro que não é
possível ser bom na acepção estrita do termo sem
sabedoria prática, nem possuir tal sabedoria sem
virtude moral. E desta forma podemos afirmar que
não existem virtudes éticas separadas umas das
outras, de modo que seja possível adquirir uma
delas sem ter ainda adquirido uma outra. Isso é
possível no tocante às virtudes naturais, porém não

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