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INJUSTIÇA: AS BASES SOCIAIS DA DESOBEDIÊNCIA E DA REVOLTA

(BARRINGTON MOORE)

Embasando a discussão moral proposta por Axel Honneth e justificando o


conceito de “consciência de injustiça”, Barrington Moore propõe, em “Injustiça: As Bases
Morais da Obediência e da Revolta”, uma análise das motivações sociais e psicológicas
que subsidiam tanto a submissão moral quanto a indignação moral. A análise da
submissão moral é suscitada pelo questionamento: “O que precisa ocorrer aos seres
humanos a fim de fazê-los submissos à opressão e à degradação?”, presente no
capítulo “A Autoridade Moral do Sofrimento e da Injustiça”.

O questionamento da submissão moral é estudado a partir de grupos sociais


que, de certa forma, optam pelo sofrimento e demonstram orgulho e prazer na dor, são
eles: os ascetas, a casta indiana dos intocáveis e o grupo de concentrados do nazismo
que identificava-se com seus opressores. A concepção do ascetismo, em suas
diferentes vertentes religiosas, é marcada pelo sofrimento físico e voluntário que se
manifesta por meio da renúncia de obrigações sociais, agressões contra o eu e preparo
para experiências dolorosas, apresentando-se como um substituto para a revolta a partir
do momento em que a hostilidade produzida pelo sofrimento é internalizada e não
destinada a causas sociais. Os intocáveis, de maneira distinta, não apresentam escolha
para a sua condição, no entanto, resignam-se a ela, pois a ausência de oportunidades
morais para a formação do sentimento de ofensa conduz à aceitação do status de
inferioridade e ao orgulho de seu estado complacente. De forma similar estão
organizados os sentimentos dos concentrados em campos nazistas: por dificilmente se
identificarem com seus “semelhantes”, devido à heterogeneidade característica dos
campos de concentração e ao sentimento de competitividade e luta por sobrevivência
instalados, suas possíveis atitudes de revolta são arrefecidas pelo condicionamento que
conduz à adaptação ao medo e a identificação com os opressores inibe a formação da
hostilidade.

As forças culturais que impingem o desenvolvimento do senso de injustiça


acabam por justificar o sofrimento ao qual tais grupos são submetidos. Além disso, os
mecanismos externos de coerção corroboram para a instituição de formas e
mecanismos de autorrepressão, que destroem a autoestima dos sujeitos e impedem
sua mobilização para a revolta.

A indignação moral, por outro lado, é analisada pelo viés de clamor (! :p) por
mudança do contrato social vigente, no capítulo “A Recusa do Sofrimento e da
Opressão”. No processo revolucionário, uma política efetiva e a condenação da miséria
humana apresentam-se como necessidades e os fatores culturais, sociais e
psicológicos encontram-se amalgamados em sua motivação, embora seja a justificativa
psicológica aquela que mais intriga o autor.

Uma “infusão de energia na alma”, como nomeada por Barrington Moore, é a


motivação psicológica da indignação, fundamentada na aquisição de um juízo moral
independente. Como a dor e o sofrimento são justificativas insuficientes e a autonomia
e coragem moral não fundamentam a motivação psicológica unitariamente, a energia
na alma constitui-se a partir de uma confluência entre a coragem moral, a capacidade
intelectual e a inventividade moral: a resistência às pressões sociais para a obediência
opressiva deve estar acompanhada de uma capacidade de reconhecimento destas
condições e da possibilidade de criação de novos padrões de condenação para o
modelo social vigente. Essa configuração, no entanto, é, frequentemente,
impossibilitada pela dificuldade de resistência à autoridade, demonstrada através de
análises experimentais, assim como a semelhança entre as personalidades conformista
e autoritária é apresentada por Theodor Adorno, em “A Personalidade Autoritária”.
Embora o apoio moral seja um facilitador da resistência e propicie a indignação, a
autonomia moral, distribuída de forma desigual, é uma característica difícil de ser
encontrada.

Numa tentativa de fundamentação psicológica, os estudos de Lawrence


Kohlberg, Jean Piaget e Sigmund Freud são utilizados para realização de uma análise
sobre a constituição da moral. Barrington Moore conclui que todas essas investigações
apontam para a existência de uma tendência humana inata para a autonomia moral, no
entanto, as conclusões de Piaget e Kohlberg são refutadas por apresentarem uma
correlação extremamente biológica e/ou etnocêntrica do desenvolvimento moral.

A indignação moral volta a ser estudada no capítulo “Inevitabilidade e Sentido de


Injustiça”, no qual Moore afirma a necessidade de percepção de uma situação de
injustiça para que a indignação moral seja politicamente efetiva. Essa percepção, no
entanto, é dificultada por um processo que o autor chama de “anestesia social”, ou seja,
a ausência de dor em determinados processos de sofrimento já que estes são
considerados inevitáveis. Para que o sofrimento decorrente dos processos sociais seja
expresso e motive uma luta, é necessário que o sentido de inevitabilidade seja
convertido em um sentido de injustiça – movimento que só ocorre em decorrência de
uma ruptura social.

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