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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação.................................................................................................................................. 4
Introdução.................................................................................................................................... 7
Unidade I
CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO....................................................................................................... 9
Capítulo 1
Concreto de alto desempenho.......................................................................................... 9
Capítulo 2
Materiais componentes e o comportamento na estrutura .......................................... 15
Capítulo 3
Fabricação e aplicações ................................................................................................. 22
Unidade iI
CONCRETO AUTOADENSÁVEL............................................................................................................... 26
Capítulo 1
Concreto autoadensável................................................................................................. 26
Capítulo 2
Características e aplicações........................................................................................... 37
Unidade iII
CONCRETO CELULAR........................................................................................................................... 43
Capítulo 1
Definições e materiais......................................................................................................... 43
Capítulo 2
Propriedades e características ....................................................................................... 54
Capítulo 3
Aplicações........................................................................................................................... 66
Unidade iV
CONCRETOS MISTURADOS................................................................................................................... 72
Capítulo 1
Concreto com fibras........................................................................................................ 72
Referências................................................................................................................................... 94
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
Designers e empreiteiros geralmente se deparam com problemas que exigem soluções
especiais envolvendo concreto. Um concreto especial, feito com ingredientes especiais
ou por um processo especial, pode ser ideal para tal necessidade.
Frequentemente, o concreto pode ser usado para algum propósito especial para o qual
as propriedades especiais são mais importantes do que as comumente consideradas. Às
vezes, pode ser de grande importância melhorar uma das propriedades comuns. Essas
aplicações especiais muitas vezes se tornam aparentes como novos desenvolvimentos,
usando novos materiais ou com melhorias usando os materiais básicos.
Alguns utilizam agregados especiais (agregados leves, fibras de aço, fibras plásticas,
fibra de vidro e agregados pesados especiais). Algumas propriedades especiais como
aumento da resistência à compressão e à tração, impermeabilização e resistência
química melhorada são obtidas com os polímeros, como misturas ou tratamento de
superfície do concreto endurecido.
Objetivos
»» Caracterizar diferentes tipos de concretos especiais, fornecendo dados
para uma comparação criteriosa sobre os impactos advindos da utilização
desse tipo de material.
7
»» Conhecer e estudar a NBR 8953 - Concretos para fins estruturais
- Classificação pela massa específica, por grupos de resistência e
consistência.
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CONCRETO DE ALTO Unidade I
DESEMPENHO
Esta unidade foi escrita baseada nas seguintes bibliografias: “Concreto-Ensino, pesquisa
e realizações”, de Geraldo C. Isaia, editado pela IBRACON, e “Concreto, estrutura,
propriedades e materiais” e “Concreto: microestrutura, propriedades e materiais”,
ambos de P. Kumar Mehta, e Paulo J. M. Monteiro.
Capítulo 1
Concreto de alto desempenho
Introdução
O material de construção de maior aplicabilidade no mundo, hoje, é o concreto armado.
As bases científicas do material que o constitui são do início do século XX e a sua
implementação em obras de construção civil, infraestrutura de transportes, plantas
industriais, grandes projetos estruturais etc., configuraram o potencial desse material
a partir da década de 1950.
Grande parte das obras criadas na segunda metade do século passado, que não passaram
por manutenção, estão sofrendo deterioração acentuada e em alguns casos extremos a
necessidade de reconstrução é eminente. Nesse cenário foi exigida uma nova tecnologia
do concreto, com a necessidade técnico-econômica de se aumentar a durabilidade das
estruturas em concreto.
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UNIDADE I │CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO
A capacidade de carga por unidade de custos maior quando comparada com os concretos
convencionais, torna o CAD mais atrativo em algumas aplicações, compensando todos
os custos envolvidos na sua fabricação, logo essa é uma das maiores vantagens desse
material.
Definições
Muitos conceitos já foram propostos para esse concreto, alguns relacionados às
características de resistência e durabilidade, à consistência, pega, acabamento e
estabilidade volumétrica.
Surgiu, então, aquela que pode ser uma das definições mais simples,
divulgada em 1999 pela então presidente do American Concrete
Institute, Jo Coke: “CAD é o concreto otimizado para uma determinada
utilização”.
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CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO │ UNIDADE I
Mehta e Monteiro (1994) consideram que, para dosagens feitas com agregados normais,
os concretos de alta resistência são aqueles que apresentam resistência à compressão
maior que 40 MPa. Dois argumentos foram utilizados para justificar essa definição:
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UNIDADE I │CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO
Macroestrutura
Na essência, os concretos são materiais heterogêneos e compostos que apresentam vazios
na sua estrutura e mais duas fases: a matriz (pasta de cimento) e a carga (agregados).
O comportamento dos concretos está atrelado à qualidade intrínseca das fases descritas
acima, bem como sua interação conhecida como ligação ou interface agregado-pasta.
Do ponto de vista dos materiais, o CAD não é nada mais do que um concreto com
porosidade muito baixa, conseguida principalmente pelo uso de menos água de mistura
do que no concreto usual, de tal forma que as partículas de cimento e de material
cimentício suplementar estejam muito mais próximas umas das outras do que nos
traços de concreto usual. (AÏTCIN, 2000, p. 110)
Após diversas pesquisas com diversos tipos de concretos de várias classes de resistência
à compressão, utilizando seixo britado de boa resistência como agregado, pode-se
observar:
Figura 1. (a) Concreto convencional; (b) Concreto leve; (c) Concreto de alta resistência.
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CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO │ UNIDADE I
Diante dos resultados, pode-se concluir que para resistências superiores a 80 MPa,
três aspectos devem ser levados em consideração: a qualidade da pasta de cimento, da
interface agregado-pasta do concreto e dos agregados, sendo esses que vão conferir as
propriedades especiais ao CAD.
Microestrutura
Na fase “pasta de cimento”, caracterizada pela mistura de cimento e água. A água tem
um papel de promover a trabalhabilidade da mistura e hidratar as partículas de cimento,
produzindo, assim, a fase aglomerante do concreto (ou pasta de cimento).
A Lei de Abrams com relação A/C é válida para os CAD, onde essa relação deve
permanecer na faixa 0,20 e 0,40.
Para obtenção de CAD, não basta uma elevação na dosagem de cimento associado à
redução da dosagem de água, para manter a trabalhabilidade são adicionados aditivos
químicos redutores de água e minerais.
Na fase “agregados”, esses exercem um papel muito importante à medida que o concreto
a ser produzido deve possuir elevada resistência a compressão. As características
dos agregados que mais influenciam a resistência são: o módulo da elasticidade, a
granulometria, dimensão máxima, módulo de finura, a forma e textura superficial, a
natureza mineralógica, a absorção e resistência à compressão (ou esmagamento).
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UNIDADE I │CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO
Figura 2. Representação esquemática da zona de transição entre agregados e a pasta de cimento dos
concretos.
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Capítulo 2
Materiais componentes e o
comportamento na estrutura
A seleção de materiais para a produção de CAD é mais complicada e deve ser feita
cuidadosamente, uma vez que os cimentos e agregados disponíveis apresentam
grandes variações nas suas composições e propriedades. Outro fator importante é a
diversidade de aditivos químicos e adições minerais existentes que podem ser utilizados
simultaneamente, dificultando ainda mais a escolha dos materiais mais adequados.
Aïtcin (2000) afirma que a melhor forma de garantir a seleção da maioria dos materiais
adequados para o CAD é por meio da realização de estudos preliminares em laboratório.
Figura 3. Componentes.
Água
A água ocupa um papel secundário em termos de componentes do concreto. Porém, o
aspecto quantitativo desse material é crucial para o sucesso do CAD.
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UNIDADE I │CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO
A dosagem de água dos concretos depende de muitos fatores, tais como: o tamanho, a
forma, a absorção e a densidade dos agregados, a natureza e a dosagem de cimento e a
temperatura e trabalhabilidade do concreto.
Cimento
A escolha do tipo de cimento é importante para produção do CAD, visto que esse
componente influencia diretamente a resistência da pasta e a intensidade de aderência
do agregado-pasta. Os fatores preponderantes são: a uniformidade, a natureza e a
dosagem de cimento.
A princípio, qualquer tipo de cimento pode ser utilizado para a obtenção de CAD.
Entretanto, o ACI 363R-92 (2001) coloca que o melhor cimento é aquele que apresenta
menor variabilidade em termos de resistência à compressão.
O excesso de cimento pode ainda levar a uma queda de resistência mecânica, em virtude
da perda de aderência entre a pasta e o agregado, resultante da fissuração por tensões
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CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO │ UNIDADE I
de retração. A solução para este problema pode ser conseguida com a substituição
parcial do cimento por materiais cimentícios suplementares, como a sílica ativa e
pelo aumento da eficiência do cimento no concreto, obtida com o auxílio dos aditivos
superplastificantes.
Agregados
As altas resistências dos agregados não elevam a resistência da pasta, assim a elevação
na quantidade de concreto não confere um aumento substancial na resistência de
compressão do concreto. Em geral, a resistência dos agregados deve ser maior do que a
classe de resistência do concreto que se pretende obter
O tamanho dos agregados influencia a relação A/C dos concretos. Em geral, os materiais
mais grossos necessitam de menos água devido à sua menor superfície específica. Isso
proporciona uma trabalhabilidade com uma relação A/C menor.
Aditivos químicos
Os aditivos químicos redutores de água de amassamento, atuam como plastificantes,
permitem a confecção de concretos trabalháveis, com uma relação A/C baixa, como
ocorre na fabricação dos CAD. A diminuição dessa relação favorece a redução de
porosidade do material e por consequência o fortalecimento das duas regiões da
microestrutura do concreto, o que eleva substancialmente a resistência e a durabilidade
do material.
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UNIDADE I │CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO
»» redução da permeabilidade;
»» diminuição da segregação;
Adições de minerais
A adição de minerais que possuem características pozolânicas, proporcionam alterações
de características do concreto, tanto no estado fresco quanto no estado endurecido,
a maior parte dessas alterações surgem na microestrutura. Algumas desvantagens
importantes desse aditivo mineral puderam ser superadas com a associação dos aditivos
químicos, conferindo assim propriedades superiores à nova família de concretos.
O efeito esperado com adição da sílica ativa ou das cinzas volantes: atua na forma física,
com o preenchimento de vazios (efeito de fíler); no aumento da coesão e da compacidade;
na forma química, quando diz respeito à reação pozolânica de transformação do
hidróxido de cálcio no silicato de cálcio hidratado.
A sílica ativa, cinzas volantes, pozolanas naturais, cinzas de casca de arroz e metacaulim
são aditivos minerais empregados com maior frequência na produção do CAD, em
dosagens que variam de 8% a 12% da massa do cimento.
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CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO │ UNIDADE I
Proporcionamento
O proporcionamento do CAD é mais crítico do que os outros concretos, cada material
deve ser analisado com cautela, pois a interação e combinação dos materiais que compõe
pode levar a resultados diferentes do esperado, sendo necessárias muitas misturas
experimentais para gerar os dados que permitam a escolha dos materiais ótimos e das
proporções ideais.
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UNIDADE I │CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO
O tempo de pega dos CAD, devido ao alto teor de aditivos, é retardado em comparação aos
concretos convencionais. Devido às baixas relações água/cimento, os CAD geralmente
apresentam baixa exsudação, podendo ser nula, o que poderá promover o surgimento
de fissuras de retração plástica, principalmente em situações de pouca umidade, alta
temperatura e muita aeração.
A resistência ao desgaste é cerca de dez vezes maior do que nos concretos convencionais,
favorecendo as aplicações em pisos, pavimentos e estruturas hidráulicas sujeitas à
abrasão.
Durabilidade
Segundo Mehta (1994), os concretos de alta resistência com superplastificantes,
baixas relações A/C, altas dosagens de cimento e pozolanas de boa qualidade, revelam
maior potencial de emprego onde os principais fatores considerados sejam as maiores
impermeabilidades ou durabilidades, e não as mais elevadas resistências.
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CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO │ UNIDADE I
Existem levantamentos que dão razão a essa assertiva, relatando a utilização em maior
escala dos CAD por conta da maior durabilidade, e não pelas mais elevadas resistências
mecânicas, como poderia ser esperado.
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Capítulo 3
Fabricação e aplicações
Mistura
Uma avaliação criteriosa deve ser implementada e um controle de qualidade mais
rigoroso deve ser adotado na seleção do material antes da mistura, visto que qualquer
variação nos materiais afetará o desempenho do concreto endurecido. Sem contar que
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CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO │ UNIDADE I
o controle da umidade dos agregados (principalmente os miúdos) deve ser rígido, pois
pode alterar a relação A/C.
Transporte e lançamento
Os CAD, em geral, podem ser transportados pelos processos e equipamentos
convencionais. Devido ao alto teor de aglomerante e agregados de dimensão máxima
não muito elevada, podem ser transportados por bombeamento. Recomenda-se que o
tempo decorrido entre a fabricação e o transporte do CAD deve ser o menor possível.
O lançamento do CAD geralmente não difere do usual nos concretos correntes, e como
no transporte, deve ser efetuado o mais rápido possível.
Adensamento
As técnicas para compactação dos CAD se fundamentam no conceito de remoção de
vazios do concreto com objetivo direto de elevar a resistência. São elas: a compactação
com rolos vibratórios, a compactação com pressão, a vibração combinada com pressão,
a vibração simultânea com vibradores de imersão e de superfície e a revibração.
O método mais eficiente e prático para a compactação dos CAD em obras ainda é a
vibração interna com vibradores de agulha. Sendo conveniente a utilização de um
vibrador de frequência variável, que permita uma vibração inicial de baixa frequência
para mobilizar partículas maiores de concreto como as do agregado graúdo e uma
frequência mais elevada para mobilizar partículas menores. Existem várias técnicas
para a compactação dos CAD.
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UNIDADE I │CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO
Cura
É um processo crítico no CAD, ele determinará a qualidade do concreto, sendo
recomendada a cura com aspersão ou imersão de água. A cura adequada é condição
essencial para obtenção de um concreto durável conforme as especificações do projeto
estrutural.
Alguns pesquisadores acreditam que uma perda significativa da água da mistura original
afeta a resistência no sentido de diminuir em 40% o seu valor. Opinião essa que é
contestada por outros autores, que afirmam que no caso dos CAD que contêm geralmente
um teor relativamente alto de cimento, contam com a presença de superplastificantes
e são confeccionados com relação A/C da ordem de 0,3, um período de uma a duas
semanas de cura úmida seria suficiente para tornar o material impermeável, acima
desse tempo de cura úmida a influência da umidade não é relevante na melhoria da
resistência, sendo indicado a cura ao ar.
Concretos com quantidades de 10% a 12% de sílica ativa, da massa de cimento, curados
com selagem em lona plástica demonstraram eficiência equivalente à cura com imersão
em água, concluindo que em condições práticas de obra o envolvimento das peças de
concreto moldados in loco, especialmente pilares, com lona plástica, conduz a resultados
melhores que a pulverização intermitente com água.
Aplicações
O processo de construção de uma estrutura com CAD requer considerações que devem
ser observadas com maior atenção quando comparado com concretos convencionais,
conforme discutido anteriormente.
Sua utilização mais comum é nos pilares de edificações, em que geralmente são obtidas
reduções de áreas e volumes das peças estruturais, as quais proporcionam ampliação
da área útil das edificações, maior liberdade arquitetônica, agilidade na construção em
altura, maior reaproveitamento de fôrmas, redução da quantidade de fôrmas, armação
e concreto, menor encurtamento axial etc.
Outras aplicações do CAD são em pontes e obras de arte especiais, peças estruturais
pré-fabricadas, pisos e pavimentos, em recuperações estruturais, entre outras.
Em pontes, o uso do CAD proporciona projetos mais leves e esbeltos, com maiores vãos,
menor sensibilidade às solicitações dinâmicas, de construção mais fácil e rápida, maior
economia e de menor necessidade de manutenção.
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CONCRETO Unidade iI
AUTOADENSÁVEL
Capítulo 1
Concreto autoadensável
Introdução
O concreto autoadensável (CAA) tem uma característica de fluir com facilidade no
interior das fôrmas sob ação exclusiva de seu peso próprio, sem a necessidade de
adensamento do material, garantindo o preenchimento de todos os espaços vazios de
maneira uniforme, utilizando menos mão de obra.
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CONCRETO AUTOADENSÁVEL │ UNIDADE II
A facilidade com que pode ser aplicado o concreto autoadensável é muito superior
ao concreto convencional. A velocidade de execução aumenta, requerem-se menos
trabalhadores e equipamentos, pois dispensa o adensamento e a produtividade chega a
ser três vezes maior, sem contar que podem ser produzidos nas mesmas centrais e com
os mesmos materiais.
O CAA possui elevada fluidez e estabilidade da mistura, que são mensuráveis por meio
de três propriedades básicas:
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UNIDADE II │ CONCRETO AUTOADENSÁVEL
Materiais
O concreto autoadensável é constituído pelos mesmos materiais utilizados na produção
de concretos convencionais: aglomerante (cimento), agregados (areia e brita) e água;
com exceção dos aditivos químicos e minerais.
Cimento
A princípio, todos os tipos de cimentos utilizados na produção do concreto convencional
podem ser empregados na produção do CAA. Pequenas variações no tipo de cimento
afetam diretamente as propriedades do concreto autoadensável, podendo dessa forma
comprometer a compatibilidade com os aditivos químicos.
Duas características principais do cimento são relevantes: sua finura e sua capacidade
de absorver o dispersante. Com cimentos mais finos, tem-se maior superfície específica,
o que proporciona menor tensão de escoamento e maior viscosidade da mistura,
decorrente do aumento da quantidade de partículas em contato com a água, diminuindo
a distância entre os grãos e aumentado a frequência de colisão entre eles.
O cimento mais utilizado é o cimento Portland (CP), tipo bastante produzido e facilmente
comercializado. Porém, alguns estudos têm recomendado um cimento com alguns
ajustes, levando em consideração a composição da mistura do concreto autoadensável,
como segue:
A adsorção do aditivo superplastificante pelas partículas do cimento
ocorre preferencialmente nos aluminatos (Aluminato tricálcico - C3A e
Ferroaluminato tetracálcico - C4AF). No entanto, a quantidade desses
compostos deve ser moderada, para que ocorra uma adsorção mais
uniforme. O teor de C3A em massa deve ser inferior a 10%. (EFNARC,
2002)
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CONCRETO AUTOADENSÁVEL │ UNIDADE II
Adições
Fíler Calcário
O efeito físico ocorre devido à sua finura, preenchendo todos os espaços vazios existentes
entre as partículas maiores da mistura.
O efeito químico está ligado ao fato do fíler de calcário não ser inerte e funciona como
agente aglutinante de menor intensidade quando comparado ao C-S-H (silicato de cálcio
hidratado), além de acelerar a hidratação dos minerais do clínquer C3S, contribuindo
para o aumento da resistência do concreto.
Segundo Esping (2003), foi demonstrado que, mantendo-se constante o teor de água
das misturas, quanto mais fino for o fíler, maior o teor de dispersante que deve ser
empregado para que sejam obtidas as mesmas características de deformabilidade.
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UNIDADE II │ CONCRETO AUTOADENSÁVEL
O fíler calcário deve ter finura igual ou menor que a do cimento, porém, quando o
diâmetro médio das partículas é muito pequeno, menor do que 1 µm, pode acarretar
aumento expressivo da tensão de escoamento do concreto. (DE LARRAD, 1999)
Cinza volante
É um material de origem inorgânica, com boas propriedades pozolânicas, que pode ser
adicionada ao concreto autoadensável com objetivo de melhorar as propriedades tanto
no estado endurecido quanto no estado fresco.
A adição de cinzas cria um efeito de rolagem dos agregados, diminuindo o atrito interno
entre eles e desse com as partículas de cimento, resultando maior fluidez e menor
consumo de superplastificante.
A finura recomendada para cinza volante empregada no CAA está na faixa 500 e 600
m²/kg.
Sílica Ativa
Aditivos
Superplastificantes
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CONCRETO AUTOADENSÁVEL │ UNIDADE II
Promotores de viscosidade
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UNIDADE II │ CONCRETO AUTOADENSÁVEL
Agregados
Com relação ao tamanho das partículas, são preferíveis areias médias-finas (MF≅2.4) e
finas (MF≅1.0). Areias grossas necessitam de aumento no teor de pasta.
Para a produção dos CAA os agregados graúdos de forma regular, de qualquer natureza,
são os mais recomendados, obedecendo a proporção máxima de 50% no volume de
sólidos.
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CONCRETO AUTOADENSÁVEL │ UNIDADE II
Métodos de ensaio
Para determinação de algumas características aceitáveis no CAA, utiliza-se o molde
tronco-cônico.
O método (slump) não se aplica para verificação do CAA. Os métodos mais utilizados
para avaliação das propriedades desse material são: ensaios de espalhamento, para
verificação da habilidade de preenchimento; os ensaios no funil em V e os ensaios das
caixas L e U, para a verificação das habilidades de preencher e de passar por restrições.
O método de análise espalhamento, com molde Cone de Abrams, sendo esse o mesmo
molde (slump). O objetivo desse método e avaliar o espalhamento do material, onde
valor do espalhamento é obtido em mm, revela a capacidade do CAA escoar pela ação
do próprio peso, correspondendo assim à sua habilidade de preenchimento.
Uma variação desse método e conhecido como T50 cm slump flow, onde é cronometrado
o tempo para o espalhamento atingir 500 mm. Concretos autoadensáveis tem
espalhamento igual ou superior a 600 mm e o T 50 cm, em torno de 2 a 5 segundos. A
NBR 15823-2 normatiza a faixa de escoamento, tempo, em classes. Na Figura 6 estão
representados os moldes para realização do ensaio espalhamento e o T 50 cm slump
flow.
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UNIDADE II │ CONCRETO AUTOADENSÁVEL
Esse teste tem o objetivo de analisar, por meio do tempo, a facilidade de escoamento
horizontal do CAA.
Com o objetivo de evitar a influência da segregação, o tempo total de ensaio não deve
exceder 5 minutos.
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CONCRETO AUTOADENSÁVEL │ UNIDADE II
O método de ensaio caixa U é menos sensível do que o método caixa L, quando é preciso
avaliar a capacidade de o concreto resistir ao bloqueio. A caixa em U é um duto em
forma de U como exibido na Figura 9.
Essa caixa funciona com princípio de vasos comunicantes, quando a portinhola inferior
é aberta o concreto escoa para o outro lado, quando o escoamento cessa é medida a
diferença de altura entre as superfícies horizontais do concreto, também chamada
de altura de preenchimento. Quanto menor essa diferença maior a habilidade de
preenchimento do concreto.
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UNIDADE II │ CONCRETO AUTOADENSÁVEL
A avaliação da segregação no estado fresco para o CAA e feita pela determinação do teor
de agregados graúdos pelo peneiramento e pela lavagem de porções de concreto após
o material repousar um período de tempo. Esse método de análise apresenta muitas
lacunas no procedimento.
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Capítulo 2
Características e aplicações
O estudo da reologia do concreto pode ser medida por reômetros, contudo o uso destes
equipamentos ainda é limitado devido a diversas questões práticas. Sem contar que
apenas os parâmetros reológicos não podem expressar a adequação do CAA, pois esses
não representam a habilidade de passar por restrições, nem da resistência à segregação.
Dosagem
A dosagem tem o objetivo de obter uma proporção econômica dos constituintes do
concreto sem interferir nas características ideais de trabalhabilidade, resistência
mecânica e durabilidade.
O CAA deve ter uma atenção redobrada, pois além de caracterizar o estado endurecido é
necessário caracterizar o estado fresco. O controle das características de fluidez elevada,
resistência à segregação, capacidade de passar por áreas confinadas e se adensar pela
própria ação do peso são dificilmente atingidas na dosagem de forma econômica.
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UNIDADE I │CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO
A distribuição de agregados na massa e uma elevada viscosidade da pasta são fatores que
controlam a segregação. Para obter uma boa segregação, distribuições mais continuas
são recomendadas. Com o intuito de aumentar a retenção de água e a viscosidade da
mistura adiciona-se mais finos no CAA do que no concreto convencional.
A viscosidade da pasta e da argamassa devem ser suficientes para que o concreto escoe
homogeneamente através das restrições, com coesão.
»» controle de segregação;
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CONCRETO AUTOADENSÁVEL │ UNIDADE II
Controle de segregação
Uma das maiores limitações dos métodos descritos é o fato das propriedades mecânicas
e dos parâmetros de durabilidade do concreto no estado endurecido não serem requisitos
para dosagem, mas simplesmente resultarem da composição do CAA definida com base
nas propriedades no estado fresco.
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UNIDADE II │ CONCRETO AUTOADENSÁVEL
Aplicações
Transporte
O transporte deve ser realizado no menor tempo possível com o objetivo de evitar a perda
de água e a vibração excessiva. Levando em consideração a elevada fluidez e o baixo
atrito interno dos agregados, o método de transporte mais indicado é o bombeamento.
Lançamento
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CONCRETO AUTOADENSÁVEL │ UNIDADE II
Cura
A proteção contra secagem prematura, pelo menos durante os sete primeiros dias após
o lançamento do concreto (aumentando esse mínimo quando a natureza do concreto
exigir), pode ser feita mantendo a superfície umedecida ou protegendo-a com uma
película impermeável.
Utilizações
O concreto autoadensável foi desenvolvido no Japão, na década de 1980, sendo que
sua maior aplicação em obras civis ocorreu em 1997, naquele país, com a concretagem
das ancoragens de concreto da ponte metálica de maior vão livre do mundo, a ponte
Akashi-Kaikyo.
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UNIDADE II │ CONCRETO AUTOADENSÁVEL
A Figura 11 exibe uma estrutura em forma de iglu. Segundo Bernabeu e Laborde (2000)
a edificação possui 5 metros de altura, 11,70 metros de largura e 22 de comprimento,
devido à dificuldade de promover a vibração imposta pelas formas utilizou-se o CAA e
a concretagem foi realizada em duas partes e o volume total foi de, aproximadamente
200 m3.
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CONCRETO Unidade iII
CELULAR
Capítulo 1
Definições e materiais
Definição
Nos concretos leves, a massa específica varia entre 800 e 2.000 kg/m³. Além do
concreto celular espumoso (ex.: isopor), outro tipo muito comum é a argila expandida.
O concreto celular faz parte desse grupo de concretos leves, com a diferença de que
ao invés de utilizar agregados de reduzida massa específica em sua composição, ele é
obtido por meio da adição de um tipo especial de espuma ao concreto.
43
Ou seja, trata-se de um tipo de concreto com minúsculas bolhas de ar, ou células, que
promovem a baixa densidade do concreto, por esse motivo se encaixa no grupo dos
concretos leves.
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CONCRETO CELULAR│ UNIDADE III
Histórico
Na década de 1920, o arquiteto sueco Johan Axel Eriksson trouxe uma nova proposta
de concreto para o mercado. Concreto esse que misturava leveza, isolamento acústico e
térmico, e resistência ao fogo. O concreto celular autoclavado foi desenvolvido quando
o Dr. Erickon estudava um material com propriedades parecidas às da madeira, com
estrutura sólida, bom isolamento térmico e facilidade de trabalho e manuseio.
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UNIDADE III │ CONCRETO CELULAR
No final dos anos 1920, quando trabalhava com o professor Henrik Kreuger, do Instituto
Real de Tecnologia, o Dr. Axel aperfeiçoou o concreto celular que entrou em produção
em escala industrial na Suécia, em 1929.
O primeiro local a ser fabricado foi em uma fábrica em Hallabrottet, mas devido as suas
excelentes propriedades, logo tornou-se bastante popular e se difundiu pelo mundo.
Trata-se se um material muito utilizado ao redor do mundo, em aplicações como: blocos,
painéis de telhado, paredes, divisórias, revestimento de fachada, vergas, nivelamento
de pisos e em algumas peças estruturais e painéis pré-fabricados.
A partir dos anos de 1980, ocorreu o aumento considerável, em todo mundo, da utilização
de matérias confeccionados com concreto celular autoclavado (CCA), favorecendo a
abertura de inúmeras fábricas nos cinco continentes.
O CCA começou a ser fabricado no Brasil no final dos anos 1950, em Ribeirão Preto,
pela SIPOREX Concreto Celular Autoclacado Ltda (antiga PUMEX).
O CCA é utilizado de forma corriqueira e faz muito sucesso ao redor do mundo desde
os anos 1950, mas não no Brasil. Diferentemente de países que chegam a produzir
cerca de meio milhão de casas desse material por ano, o CCA não é muito comum no
nosso país. Mas, nos últimos anos, esse material vem ganhando notoriedade entres os
construtores. Existe muitos projetos para sua utilização em casas populares, como é o
caso do projeto batizado de casa 1.0, patrocinado pela ABCP (Associação Brasileira de
Cimento Portland).
46
CONCRETO CELULAR│ UNIDADE III
Conceitos
Um concreto celular autoclavado é aquele que se encaixa no grupo dos concretos leves e
é obtido por um processo industrial e formado por materiais calcários (cimento, cal ou
ambos) e materiais ricos em sílica, granulados finamente. Essa definição está descrita
na NBR 13438, destinada a blocos de concreto celular autoclavado.
Em geral, é pré-moldado em forma de bloco, que passa pelo processo de cura a altas
pressões, no interior de fornos especiais, denominados autoclaves (daí vem o nome). O
outro nome que se dá é também conhecido como concreto aerado autoclavado.
Sua principal utilização na construção é como isolante térmico à base de concreto, para
ambiente interno e externo.
Vantagens
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UNIDADE III │ CONCRETO CELULAR
»» Esse material permite uma instalação rápida e fácil devido também ao fato
de permitir o desbaste, polimento e corte no local, utilizando ferramentas
que podem ser de aço carbono padrão.
Materiais
Como já vimos, o concreto celular é um material leve à base de cimento. Ele contém
muitas bolhas de gás uniformemente distribuídas no volume, produzindo pela mistura
e maturação de uma mistura de cimento, enchimento, água, células geradoras de
agentes.
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CONCRETO CELULAR│ UNIDADE III
Para concretos celulares, os agregados não são maiores que a areia. Os agentes de ligação
são: areia de sílica, cal, cimento e água. Alguns países utilizam as cinzas originadas de
usinas térmicas, que possui alto teor de sílica, como agregado.
Areia, cal e cimento são misturados em proporções específicas, são adicionados água
e pó de alumínio. A proporção deste último é de 0,05%-0,08% em volume, depende
muito da densidade desejada. O objetivo do pó de alumínio é o de levantar a mistura.
O concreto é moldado em fôrmas, onde descansa, que são semipreenchidas para que
ocorra o crescimento da pasta. Quando estão nas fôrmas, ocorrem diversas reações
químicas no cimento que lhe darão leveza e possibilitaram o desenvolvimento de
suas propriedades térmicas. O pó de alumínio reage com hidróxido de cálcio e água,
liberando o hidrogênio como um dos produtos da reação. São formadas então pequenas
células cheias de hidrogênio, esse gás é responsável pela formação das bolhas que lhe
dão leveza, que aumentam o volume da mistura. No final do processo, obtém-se um
material sólido, leve e termicamente muito isolante, e o hidrogênio escapa para a
atmosfera e é substituído pelo ar.
Após a retirada das formas, tem-se um material sólido e macio que pode ser cortado em
forma de blocos e painéis e posto em um autoclave de câmara durante 12 horas, em uma
temperatura por volta de 200°C. Esse processo confere ao concreto celular autoclavado
e suas características são definitivas.
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UNIDADE III │ CONCRETO CELULAR
cura utilizado. Note-se que, tal como no caso de um agente de arrasto de ar, um agente
espumante pode também ser adicionado à mistura, em oposição a um agente pré-
formado, espuma. Esses agentes podem estar em forma de pó ou líquido. Eles diferem
do AEA na medida em que adicionam ar, e não apenas capturam/estabilizam o ar já
preso na mistura.
1. conteúdo de ar controlado e
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CONCRETO CELULAR│ UNIDADE III
2. o conteúdo de espuma.
Para esse efeito, podem ser apresentadas duas equações, uma baseada na soma da massa
dos constituintes e outra baseada na soma do volume dos constituintes da mistura.
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UNIDADE III │ CONCRETO CELULAR
O concreto celular pode ser não autoclavado ou autoclavado com base no método de
cura. A resistência à compressão, o encolhimento de secagem, as propriedades de
absorção etc. dependem diretamente do método e duração da cura.
O desenvolvimento de força é bastante lento para produtos com cura úmida. O autoclave
inicia a reação entre os ingredientes que contêm cal e sílica/alumina. Existe grande
variação na pressão e duração sugerida por vários autores (duração ± 8 ± 16 h e pressão
± 4 ± 16 MPa). As outras variáveis de significância são a idade e condição da mistura
no início do ciclo de cura e as taxas de mudança de temperatura e pressão. O autoclave
é reduz significativamente o encolhimento de secagem e é essencial se os produtos de
concreto arejado forem necessários dentro de níveis aceitáveis de força e encolhimento.
Cura
O concreto celular também pode ser classificado de acordo com o método de cura usado.
Existem vários métodos de cura que são comumente usados para concreto celular.
Esses métodos podem ser classificados em dois grupos:
1. autoclavado;
2. não autoclavado.
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CONCRETO CELULAR│ UNIDADE III
Autoclavado
O concreto celular pode ser não autoclavado ou autoclavado (AAC) com base no método
de cura.
Autoclavagem é um processo pelo qual o concreto é curado em uma câmara com alta
temperatura e alta pressão por um certo período de tempo. Pode ser utilizada uma ampla
gama na pressão (4-16 MPa) e na duração (8-16 horas) do processo de autoclavagem.
Além disso, a autoclavagem reduz significativamente a retração de secagem em concreto
aerado e é essencial se os produtos de concreto arejado são necessários dentro de níveis
aceitáveis de resistência e retração.
Não autoclavado
Os processos de cura não autoclavados incluem cura úmida, cura a vapor e secagem a
seco.
Embora esses métodos de cura possam ser aplicados ao concreto celular, eles não são
em grande parte favorecidos porque a resistência do concreto resultante é baixa em
comparação com a de autoclavagem. No entanto, a autoclavagem requer produção em
fábrica e se o concreto celular é para avançar como um material estrutural na indústria,
formas alternativas de desenvolvimento de alta resistência em concreto celular teriam
que ser desenvolvidas.
53
Capítulo 2
Propriedades e características
Introdução
Os concretos celulares são, em geral, requeridos devido às suas propriedades. Ele foi um
material desenvolvido para aliar algumas propriedades que em outros tipos de concreto
não seriam encontradas juntas. Os dois tipos, o CCA e CCE, apresentam grande leveza
aliada a propriedades de isolamento térmico e acústico, devido ao ar aprisionado em
suas células.
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CONCRETO CELULAR│ UNIDADE III
O concreto celular pode ser feito de modo a ter uma densidade entre de 300-1.800 kg/
m³. Na concepção dos edifícios, o concreto com uma baixa densidade seria favorável
uma vez que a baixa densidade proporcionaria um componente de baixo peso próprio.
As propriedades térmicas do concreto também são importantes.
Um baixo coeficiente de condutividade térmica seria útil, uma vez que seria melhor
equipado do que o concreto normal para proteger o reforço no caso de um incêndio. O
concreto celular também proporcionaria melhor isolamento do que o concreto de peso
normal.
Os poros presentes nesse tipo de concreto permitem que ele tenha baixa absorção de
água e excelente resistência ao fogo.
Material versátil, e são fáceis de serem moldados. Permite ser: serrado, atarraxado e
perfurado usando ferramentas convencionais.
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UNIDADE III │ CONCRETO CELULAR
»» durabilidade ilimitada;
Microestrutura
No concreto celular, o método de formação de poros (a saber, liberação de gás ou
espuma) implica a microestrutura e, portanto, suas propriedades. A estrutura material
do concreto arejado é caracterizada por sua matriz microporosa sólida e macroporos.
Os macroporos são formados devido à expansão da massa causada pela aeração e os
microporos aparecem nas paredes entre os macroporos. A orientação dos produtos de
hidratação do cimento é significativamente alterada devido à presença de vazios.
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CONCRETO CELULAR│ UNIDADE III
Também foi demonstrado que a porosidade deve ser qualificada com o método de pré-
tratamento adotado, uma vez que a secagem no forno da amostra para determinar a
porosidade reportou ter levado ao colapso da estrutura celular. Embora a porosidade
varie consideravelmente entre o concreto celular autoclavado feito com métodos de
formação de espuma e gás, a permeabilidade não é muito variável. Verificou-se que os
poros artémicos de ar têm pouca influência sobre a permeabilidade.
Peso específico/densidade
Os concretos celulares apresentam baixo peso específico, o que proporciona a leveza do
material.
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UNIDADE III │ CONCRETO CELULAR
Tipos de células %
Células sólidas 20
Macro células 50
Micro células capilares 30
Fonte: UFRGS, 2017.
Para o concreto espumoso, uma menor proporção de água e sólidos leva a uma
ventilação insuficiente, enquanto que uma maior resulta na ruptura dos vazios, sendo
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CONCRETO CELULAR│ UNIDADE III
a densidade maior consequência nos dois casos. Assim, o requisito de água deve ser
medido pela consistência da mistura fresca em vez de uma relação pré-determinada de
água/cimento ou água/sólidos.
O material fornecido a partir do autoclave pode ser 15 ± 25% mais pesado que o material
seco no forno. Esse valor pode chegar a 45% para o concreto celular com densidade
muito baixa. Um aumento significante na densidade de CCA com alteração da umidade
relativa e temperatura é relatado e é atribuído ao processo de carbonatação, sendo esse
aumento proporcional à densidade seca inicial.
Uma forma de alterar o diâmetro das células, com o objetivo de se conseguir um volume
específico, é a dosagem.
Quando a alvenaria é feita com concreto celular irá permitir que haja um importante
ganho na área útil da construção. Já que uma parede de tijolo cerâmico rebocado possui
um pouco mais do dobro de espessura da mesma parede construída com concreto
celular. Permitindo que ocorra um considerável ganho de área.
Retração do concreto
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UNIDADE III │ CONCRETO CELULAR
Para o concreto celular, a retração provocada pela secagem é em torno de 0,2 mm/m, o
que é considerado uma quantidade muito pequena comparada à retração conseguida
nos blocos de concreto convencional.
O concreto celular é poroso, há uma forte interação entre água, vapor de água e o sistema
poroso, e existe o transporte de umidade.
Mecanismos
No estado seco, os poros estão vazios e o dióxido de vapor de água domina, enquanto
alguns poros são preenchidos em regiões de maior umidade. A sucção capilar predomina
para um elemento em contato com a água. Esses mecanismos tornam difícil prever
a influência da distribuição do tamanho dos poros e do teor de água na migração de
umidade.
60
CONCRETO CELULAR│ UNIDADE III
Resistência à compressão
É possível se conseguir uma resistência a compressão para um bloco de concreto celular
autoclavado até um valor de 6 MPa. Esse fato, impossibilita que esse tipo de material
seja utilizado para construção de edifícios altos. Trata-se de um material interessante
apenas para a construção de até quatro andares. A resistência mínima à ruptura por
compressão podem ser: 15 kgf/cm², 25 kgf/cm², 45 kgf/cm².
A estrutura dos poros de ar e a condição mecânica das conchas dos poros têm uma
influência marcada na resistência à compressão. A redução da densidade pela formação
de grandes macroporos provoca uma queda significativa da resistência. Geralmente, a
força de compressão aumenta linearmente com a densidade.
Como já vimos, o CCA possui densidades que estão em torno de 300-1800 kg/m3 e a
compressão orbita numa faixa de 2,5-6 N/mm2, o que o torna muito eficiente.
61
UNIDADE III │ CONCRETO CELULAR
Isolamento térmico
Já sabemos que uma das propriedades mais atrativas do concreto celular é o seu
isolamento térmico. Mas também é importante saber que o isolamento interior tem
menos eficiência quando se diz respeito à energia, causado pela transmissão de calor
por pontes térmicas, o que significa que há uma perda de 2/5 da energia.
Hoje, o mundo está se movendo em direção a uma energia eficiente. O concreto celular
foi desenvolvido com o objetivo de ser um material sustentável, que permite a elevação
da produtividade, aliada a otimização dos recursos disponíveis e da elevação do lucro.
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CONCRETO CELULAR│ UNIDADE III
Resistência ao fogo
O concreto celular permite que haja maior segurança contra incêndio. Além de resistir
ao fogo, o material detém a fumaça e gases tóxicos. Se ocorrer um incêndio, uma parede
de concreto celular apresenta uma capacidade de resistir ao fogo por 6h.
Na prática, a resistência ao fogo do concreto arejado é mais ou tão boa quanto o concreto
denso comum e, portanto, seu uso não envolve qualquer risco de propagação de chamas.
Uma razão importante para tal comportamento é que o material é relativamente
homogêneo, ao contrário do concreto normal, onde a presença de agregado grosseiro
leva a taxas diferenciais de expansão, rachadura e desintegração.
Propriedades acústicas
Alguns estudiosos afirmam que o concreto celular não possui características de
isolamento sonoro únicas ou significativas. O motivo indicado é que a perda de
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UNIDADE III │ CONCRETO CELULAR
Condutividade térmica
A condutividade térmica depende da densidade, do teor de umidade e dos ingredientes
do material. Como a condutividade térmica é em grande parte uma função da densidade,
na verdade não importa se o produto é curado úmido ou autoclavado em termos de
condutividade térmica. A quantidade de poros e sua distribuição também são críticas
para o isolamento térmico. Mais finos, os poros melhoram o isolamento.
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CONCRETO CELULAR│ UNIDADE III
Durabilidade
O concreto celular autoclavado consiste, principalmente, em tobermorite, que é muito
mais estável do que os produtos formados em concreto celular normalmente curado
e, portanto, é durável. No entanto, o concreto celular tem alta porosidade, permitindo
a penetração de líquidos e gases. Isso pode levar ao dano da matriz. As reações de
congelamento-descongelamento são relatadas como significativas na medida em que
concreto celular autoclavado está preocupado em graus de saturação de 20 ± 40%. Em
graus superiores de saturação, a amostra torna-se quebradiça e fissura completamente.
65
Capítulo 3
Aplicações
Introdução
Quando o concreto celular passou a ser produzido no final dos anos 1920, ele era fabricado
e utilizado na indústria da construção como blocos. Embora se conheça a resistência do
concreto, ele tem sido utilizado devido às suas outras propriedades atraentes. Essas
propriedades, como já vimos, incluem o baixo peso próprio do concreto e um baixo
coeficiente de condutividade térmica.
Como a autoclavagem só pode ser feita nas fábricas, concreto celular na indústria de
construção de concreto tem sido restrito a unidades pré-moldadas. Essas unidades pré-
fabricadas são normalmente retangulares em forma e são cortadas com alta precisão
para atender às especificações de tamanho. No caso de pisos, lajes de parede e lajes de
telhado, reforço também pode ser fornecido. As ranhuras estão normalmente presentes
nas placas para facilitar o alinhamento durante a construção.
66
CONCRETO CELULAR│ UNIDADE III
Devido ao seu peso ser muito menor para o mesmo volume quando comparado ao
concreto usual, o concreto celular autoclavado é utilizado em forma de blocos para
parede e painéis de telhados, padieiras e pisos. Todos esses exemplos permitem serem
fabricados em tamanhos distintos, que dependerá de como serão utilizados. Eles
permitem, dessa forma, máxima eficiência e flexibilidade na construção. O concreto
celular autoclavado pode ser utilizado para os diversos tipos de estruturas.
Blocos
Segundo a norma NBR 13438 – Blocos de concreto celular autoclavado, blocos de CCA
são: “Componentes de edificações, maciços, com função estrutural ou não, utilizados
principalmente para a construção de paredes internas e externas e preenchimentos de
lajes.”.
Os blocos leves podem chegar a ser 75% mais leves do que o sistema tradicional de
alvenaria.
67
UNIDADE III │ CONCRETO CELULAR
Características
»» a retração por secagem desde o estado natural até o estado seco é de 0,103
mm/m;
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CONCRETO CELULAR│ UNIDADE III
As dimensões uniformes dos blocos, permitem que seja necessária uma menor espessura
das argamassas de assentamento e revestimento. Suas dimensões regulares são de 400
a 600 mm de comprimento, 200, 300 ou 400 mm de altura e espessuras de 75, 100,
125, 150 e 200 mm modulando-se de 25 mm até 600 mm.
Normas
Existem inúmeros tipos de blocos estruturais que podem ser utilizados no Brasil, mas
o bloco celular autoclavado não é um dos mais usados. Mesmo com a menor utilização,
existem normas que apresentam as características e especificações mínimas para os
blocos de concreto celular.
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UNIDADE III │ CONCRETO CELULAR
Processo de fabricação
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CONCRETO CELULAR│ UNIDADE III
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CONCRETOS Unidade iV
MISTURADOS
Capítulo 1
Concreto com fibras
Introdução
O concreto convencional é um material que, apesar da sua excelente resistência,
apresenta um comportamento frágil e baixa capacidade de deformação à tração antes
da ruptura. Sua resistência à tração é muito pequena quando comparada à compressão,
cerca de 8 a 15%. Por esse motivo, uma alternativa para tentar melhorar essa resistência
e diminuir as limitações foi a adição de fibras. Elas visam ao aumento da resistência à
tração e à ductilidade.
Figura 26. Diagrama tensão/deformação de uma argamassa e/ou concreto com e sem fibras.
72
CONCRETOS MISTURADOS │ UNIDADE IV
A utilização de fibras no concreto vem sendo cada vez mais comum na construção civil.
Devido ao seu crescimento, percebe-se que seu uso, no futuro, se tornará quase que
obrigatório. Atualmente, é muito comum, e quase que usual, a incorporação de aditivos
líquidos na dosagem do concreto por diversas questões, vantagens e o melhoramento
de propriedades, e percebe-se que isso ocorrerá com a utilização de fibras.
A definição mais básica de um concreto reforçado com fibras (CRF) é de que é o material
gerado da mistura de cimento Portland, agregados, possuindo fibras descontínuas
misturadas. É um material excelente quando se deseja reforçar e/ou melhorar
propriedades e/ou característica do concreto. Tudo depende da dosagem escolhida.
Juntamente com as adições e aditivos, as fibras poderão formar um conjunto que trará
muitas vantagens e bons resultados para o concreto.
A utilização de CRF começa por volta dos anos 1960. A adição de fibras surgiu como uma
“salvadora”, com o objetivo de redimir todas as dificuldades e problemas encontrados
nas construções em concreto. Só que, as fibras não possuem todo esse poder, veremos
que elas iram melhorar muitas propriedades do concreto, mas que não podem ser
consideradas ainda a solução de todos os problemas que podem aparecer nele.
Quadro 7. Valores de resistência mecânica e módulo de elasticidade para diversos tipos de fibras e matrizes.
73
UNIDADE IV │CONCRETOS MISTURADOS
»» em pré-moldados (5%);
Fibras
As fibras são definidas como elementos descontínuos que apresentam um comprimento
com o valor mais alto do que as dimensões da seção transversal. Logo, o concreto com
fibras é considerado um compósito, apresenta no mínimo duas fases diferentes, sendo
o concreto a matriz e a outra fase é a de fibras.
Tipos de fibra
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CONCRETOS MISTURADOS │ UNIDADE IV
Como já vimos, os dois tipos de fibras mais utilizados no concreto hoje são o aço e o
polipropileno. Por esse motivo, daremos aqui um maior enfoque a esses dois tipos de
material.
Fibras em aço
As fibras de aço estão entre as mais utilizas em elementos estruturais de concreto, pelo
seu alto módulo de elasticidade e por melhorar a tenacidade, ajudar no controle de
fissuras, resistência à flexão, impacto e fadiga.
São em geral de aço carbono e são o tipo de fibras que possui maior diversidade. Em
termos de dimensão, ao se elevar a esbeltez, maior será a capacidade resistente depois
que ocorre a fissuração.
As tensões que podem resistir variam de 400 a 1220Mpa, com deformações que variam
de 3 a 4%. A norma brasileira que classifica as fibras é a NBR 15530.
I
A
II
C II
III
75
UNIDADE IV │CONCRETOS MISTURADOS
I
R
II
Quadro 9. Requisitos especificados pela norma ABNT NBR 15530 (2007) para fibras de aço.
(*) Esta determinação deve ser feita no aço, no diâmetro equivalente ao da fibra, imediatamente antes do corte
76
CONCRETOS MISTURADOS │ UNIDADE IV
Fibras em polipropileno
77
UNIDADE IV │CONCRETOS MISTURADOS
Considerações gerais
Sabemos que o concreto possui uma baixa resistência à tração, e que ela é ocasionada
pela sua inabilidade de interromper a propagação das fissuras. Para o concreto simples
uma fissura representa uma barreira à propagação de tensões, o que causa uma
concentração de tensões na extremidade da fissura.
A fibra serve como uma ponte de transferência de tensão entre as superfícies nas
fissuras, este fato justifica o desempenho dos concretos reforçados com fibras. Ocorre
um mecanismo de elevação de energia relacionada à ruptura do material e à limitação
à propagação de fissuras.
78
CONCRETOS MISTURADOS │ UNIDADE IV
A capacidade de reforço ocasionado por fibras está relacionada de forma direta com o
seu próprio teor.
Figura 31. Curvas médias de carga por deflexão obtidas no ensaio de tração de concretos de fck-20MPa e com
diferentes consumos de fibras de aço.
79
UNIDADE IV │CONCRETOS MISTURADOS
Figura 32. Curvas médias de carga por flexão obtidas no ensaio de tração na flexão de concretos de
Fck=30Mpa reforçados com fibras de 36mm e 45mm de comprimento que possuem a mesma seção
transversal.
Outro fator muito importante quando se trata do desempenho das fibras no concreto
após a fissuração é a sua geometria.
O fator de forma (l) é definido como o comprimento da fibra dividido pelo seu diâmetro
equivalente (diâmetro do círculo com área igual à área da seção transversal da fibra).
Valores típicos do fator de forma variam de 30 a 150 para fibras com comprimentos de
6,4 a 76 mm. O fator forma e a capacidade resistente após a fissuração do concreto são
diretamente proporcionais.
Caso o comprimento da fibra seja muito grande, ela poderá romper e não apresentar
ganho de resistência após a fissuração. Esse fato acontece quando se extrapola o
comprimento crítico da fibra (Lc).
O comprimento crítico da fibra (Lc) é definido com base no modelo que prevê a tensão
entre a matriz e a fibra, aumentando linearmente dos extremos para o centro da fibra.
A tensão é máxima quando a tensão na fibra se iguala à tensão de cisalhamento entre a
fibra e a matriz.
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CONCRETOS MISTURADOS │ UNIDADE IV
Figura 33. Distribuições possíveis de tensão ao longo de uma fibra em função do comprimento crítico.
No comprimento crítico (Lc), a fibra atinge uma tensão de cisalhamento no centro igual
à sua tensão de ruptura quando a fissura atinge perpendicularmente essa posição da
fibra.
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UNIDADE IV │CONCRETOS MISTURADOS
Sendo L < Lc, a elevação da deformação, a fibra será arrancada do lado da fissura que
tiver o menor comprimento embutido.
Figura 36. Correlações obtidas entre o teor de fibra e o fator de tenacidade medidos em concreto projetado via
82
CONCRETOS MISTURADOS │ UNIDADE IV
Figura 37. Concreto reforçado com fibras em que há compatibilidade dimensional entre elas e o agregado
Figura 38. Diferença de comportamento entre fibras dúcteis e frágeis à superfície de ruptura.
83
UNIDADE IV │CONCRETOS MISTURADOS
Para revestir a grande área superficial das fibras com pasta, a experiência indicou que é
necessária uma relação de água e cimento entre 0,4 e 0,6 e um teor mínimo de cimento
de 400 kg/m. Em comparação com o concreto convencional, as misturas de concreto
reforçado com fibras são geralmente caracterizadas por maior fator de cimento, maior
conteúdo agregado fino e agregado grosso de tamanho menor.
Uma mistura de fibras geralmente requer mais vibração para consolidar a mistura. A
vibração externa é preferível para evitar a segregação de fibras. Pedreiras de metal,
flutuadores de tubos e flutuadores de rotação podem ser usados para terminar a
superfície.
Tenacidade
Tenacidade é definida como “a medida da área sob a curva carga x deslocamento do corpo
de prova”. Por meio dela que se determina o trabalho dissipado no material em meio
ao ensaio até um certo nível de deslocamento. Utiliza-se para avaliar os compósitos. O
ensaio mais utilizado no Brasil é o da norma japonesa JSCE-SF4 (1984).
Figura 39. Posicionamento do corpo-de-prova, LVDT e cutelos no ensaio de tração na flexão com o sistema
“yoke”.
84
CONCRETOS MISTURADOS │ UNIDADE IV
Outros tipos de ensaio são apresentados pela ASTM C1399 (2010), EFNARC (1996) e
RILEM TC162-TDF (2002).
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UNIDADE IV │CONCRETOS MISTURADOS
tensão máxima. O concreto por fibras passará por falhas em caso de arrancamento ou
escorregamento das fibras. No ensaio, o corpo de prova não se rompe depois do início
da primeira fissura, aguentando tensões e deformações e concentrando mais energia
até romper.
Trabalhabilidade e mistura
É possível perceber que ao se adicionar fibras numa massa de concreto, haverá mudanças
tanto na sua consistência, quanto na sua trabalhabilidade. Isso se deve à geometria
da fibra, que necessita de uma maior quantidade de água, que ocasionará a perda da
mobilidade do concreto no estado fresco.
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CONCRETOS MISTURADOS │ UNIDADE IV
Outro ensaio é com o cone em posição invertida, sendo o concreto com fibra adensado
com vibrador de agulha.
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UNIDADE IV │CONCRETOS MISTURADOS
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CONCRETOS MISTURADOS │ UNIDADE IV
Figura 46. Influência do fator de forma das fibras na compatibilidade do concreto reforçado com diferentes
teores de fibras.
Quando há uma concentração muito alta de fibras, essas são adicionadas de forma
rápida, ou quando o fator forma é alto ocorre a formação de ouriços. Os ouriços são
bolas ou aglomeração de fibras.
Figura 47. Ouriço formado por fibras de aço mal misturados ao concreto.
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UNIDADE IV │CONCRETOS MISTURADOS
Propriedades mecânicas
Resistência à compressão
A presença de fibras pode alterar o modo de falha dos cilindros, mas o efeito da fibra
será menor na melhoria dos valores de resistência à compressão (de 0 a 15%).
A ruptura por fadiga ocorre em um material por esforço cíclico. Esse tipo de falha é
muito comum quando o material trabalha sob o efeito de solicitações cíclicas em
grande quantidade. Devido aos esforços repetitivos, a ruptura pode ocorrer em tensões
inferiores às estudadas em ensaios de elasticidade.
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CONCRETOS MISTURADOS │ UNIDADE IV
são citadas algumas propriedades do concreto reforçado com fibras determinadas por
diferentes pesquisadores.
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UNIDADE IV │CONCRETOS MISTURADOS
Aplicações principais
Um fato muito interessante sobre as fibras é a sua versatilidade em relação ao seu
tamanho, diâmetros e ser fabricada por materiais distintos. É possível ser misturada a
quase todo tipo de concreto e aplicada em distintas finalidades. Sabemos que existem
muitos tipos de fibras de materiais orgânicos e inorgânicos.
Mais recentes no mercado, dois outros tipos de fibras estão incorporando tecnologia ao
concreto: as fibras de vidro e as macrofibras sintéticas estruturais.
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CONCRETOS MISTURADOS │ UNIDADE IV
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Referências
AIRCRETE EUROPE. O que é CCA - Concreto Celular Autoclavado? 2017. Disponível em:
<http://www.aircrete-europe.com/pt/aircrete-cca/o-que-e-cca.html>. Acesso em: 18
maio 2017.
BERNABEU; Laborde. Productivity system for civil engineering. In: Brite Eu Ram
Program: Rational production and improved working environment through using self
compacting concrete. Task 8.6, pp. 1-30, 2000.
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Referências
ISAIA, G.C. Concreto: Ensino, Pesquisa e Realizações, vol.1 e vol. 2, São Paulo:
IBRACON, 2005.
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Referências
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Referências
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