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SUMÁRIO

Finanças e economia familiar – sugestões para uma vida


melhor....................................................................3
CAPÍTULO 1 – ALGUNS COMENTÁRIOS E
CONSTATAÇÕES IMPORTANTES..........................................5
1.1 Grande diferença de mundo entre as gerações..........5
1.1.1 A influência das gerações anteriores em nossa
vida........................................................................7
1.2 Excessiva dependência do Estado........................9
1.3 A tecnologia e o pensamento de curto prazo dos jo-
vens......................................................................11
1.4 A necessidade de reinvenção dos mais
velhos....................................................................13
1.5 O emprego, o desemprego e muitas outras questões
............................................................................14
CAPÍTULO 2 – COMO MUDAR DE VIDA...........................17
1. Como educar uma criança para a vida
financeira................................................................18
2. Aproveite sua vida de jovem solteiro, mas não seja
estúpido................................................................20
3. Pessoas entre 30 e 40 anos..................................22
4. Pessoas acima de 50 anos....................................23
5. Considerações finais e gerais..............................25
Finanças e economia familiar –
sugestões para uma vida melhor.
Se você chegou até aqui, acredito que é porque está disposto a tomar
as melhores decisões quanto ao seu futuro e usar o presente para iniciar
a mudança. Isso é ótimo. Meus parabéns.
Me chamo Filipe Luiz C. Machado, sou formado em Direito, tenho
pós-Graduação em Finanças e Controladoria, sou sócio em uma empresa
de gestão empresarial e atuo diariamente na parte de Gestão Financeira,
junto a empresas que contratam meus serviços.
O que hoje tenho percebido, olhando para mim, fazendo um retros-
pecto à infância e em meu trabalho diário como consultor, é que a aver-
são à gestão financeira, seja de empresas ou da própria família, é algo que
tem raízes mais profundas. As pessoas não tratam mal o dinheiro, sim-
plesmente porque querem, e sim por desconhecimento.
Por isso, resolvi escrever este pequeno ensaio, motivado pelo desejo
sincero de compartilhar aquilo que tenho vivido e praticado no dia a dia.
Quero contar de onde vim e o que estou fazendo, rumo ao meu objetivo
de vida, mesmo sabendo que ainda há muito trabalho pela frente.
Quero dividir algumas experiências, reflexões e sugestões para que
você compreenda quais problemas podem estar ocasionando a sua situa-
ção atual e em como planejar uma saída. Já aviso, antecipadamente, que
não existe milagre. A glória da conquista, quase sempre, vem com muito
suor e trabalho duro.

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Resolvi dividir este ensaio em dois capítulos. O primeiro abordando
razões pelas quais temos pouca familiaridade com as finanças e frequen-
temente erramos ao tomar decisões. Já no segundo, buscarei sugerir em
como executar a transição e construir um futuro melhor.
Espero, assim, que cada leitor seja beneficiado com este trabalho.

Filipe Luiz C. Machado


Brasil, 2019.

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- Capítulo 1 -
Alguns comentários e
constatações importantes

Todo projeto de vida financeira exige um pequeno retrospecto em


busca das causas que levam ao endividamento, frustração, constante falta
de dinheiro e até mesmo temor quanto ao futuro.
Neste capítulo, quero comentar sobre algumas constatações gerais
e outros erros que estamos habituados a cometer. Seja por ignorância ou
simplesmente por seguir o curso natural, estes pontos são importantes
para explicar a situação atual.

1.1 Grande diferença de mundo entre as gerações

Se fizermos um exercício mental, através do que sabemos e estuda-


mos, iremos verificar que a vida de nossos avós, entre 1900 e 1940, não
era tão diferente daquela de seus pais, alguns anos antes. O interior rural
em 1880, muito provavelmente continuava sendo interior rural em 1900.
As máquinas existentes depois de 1900, dificilmente eram absurdamente
diferentes das anteriores.
O mundo naquela época, embora evoluísse constantemente, tinha

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uma aceleração mais lenta, do que comparada a nossa. Se em 1990 uma
casa não tinha celular, 20 anos depois uma grande quantidade já possuía.
E esta evolução num curto espaço de tempo (20 anos) é muito mais dra-
mática do que diversos séculos passados.
De nossos avós, vamos para nossos pais. Tendo por base meu exem-
plo, eles nasceram na década de 60 e cresceram ouvindo e estudando que
o mundo estava caminhando para grandes revoluções. Para se ter uma
ideia, o seriado Os Jetsons, que teve sua primeira exibição em 1961 e
1962, sugeria como seria o futuro 100 anos depois, em 2062. Meus pais
tiveram uma infância que apontava para grandes mudanças.
Olhando para trás, vemos que Os Jetsons estavam muito certos em
vários aspectos. Aliás, quase 20 anos depois, em 1984, Chuck Hull criou
a primeira impressora 3D. Quer dizer, de uma vida no interior e devagar,
o mundo passou a imaginar e planejar coisas complemente diferentes.
Note isso: dos avós vivendo sem energia elétrica e geralmente no in-
terior rural, para nossos pais que cresceram ouvindo que grandes mudan-
ças estavam chegando e para nós que cá estamos, há um gigante abismo
cultural. Há uma grande mudança de mentalidade e perspectiva de vida.
E o que isso tem a ver com finanças e economia familiar? Tudo.

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1 . 1 . 1 A i n f l u ê n c i a d a s g e r a ç õ e s a n t e r i o r e s e m
n o s s a v i d a

Alguns anos atrás, algo perto de 15 anos, quando eu estava finalizan-


do o ensino médio, lembro que meus pais me incentivavam a fazer uma
faculdade e continuar a estudar. O grande problema é que eu não me en-
caixava ou não visualizava nenhum curso que eu gostasse. Confesso que
estava perdido.
Além do mais, naquela época, quando meu avô estava vivo, lembro
que ele havia trabalhado dos 18 aos 50 anos em uma mesma empresa,
tendo iniciado na função de carregar caminhões, depois passando a tor-
neiro mecânico e chegando a ser Gerente de Manutenção de toda fábrica,
incluindo a construção de novas unidades. Uma história de muito traba-
lho e inspiração para mim.
Mas note que porque ele trabalhou por mais de 30 anos em uma mes-
ma empresa (e meu pai fez algo parecido), havia um certo sentimento em
mim de que eu deveria escolher uma “profissão”, fazer uma faculdade e
seguir com ela por toda a vida. Se assim tinha sido antigamente, por que
não continuar?
Fato é que me formei no ensino médio e não fui para a faculdade,
porque não sabia o que escolher. Aos 17 anos conheci minha atual esposa
e com 21 anos me casei – sem faculdade. E se estivesse sem faculdade,
mas com boa projeção de vida financeira, tudo estaria bem; só que não
estava.

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Motivado pelo desejo de mudar de vida (eu trabalhava como talhador
em uma confecção) e dar um futuro financeiramente melhor para nosso
casamento, me matriculei na faculdade de Direito (sem saber se era isso
que eu gostaria) e fui estagiar durante toda a faculdade. E como recém-
-casado e estagiário, você deve imaginar que a situação financeira não era
nada fácil.
Finalmente, depois de 5 anos me formei e entendi que eu não segui-
ria a carreira jurídica. Larguei a área do Direito e fui ser sócio na Capaci-
tar Gestão Empresarial, uma empresa voltada a levar pequenas e médias
empresas ao sucesso, através de boas práticas financeiras e gestão profis-
sional. Em seguida, resolvi fazer um MBA em Finanças e Controladoria.
Pois bem, contei minha resumida história, para que algum leitor pos-
sa se beneficiar e se identificar em alguns pontos. Na época dos 20 anos
eu não era um destes raros garotos decididos em qual profissão seguir e
nem mesmo estava familiarizado com as finanças. Na verdade, apesar da
boa criação e educação que tive, finanças nunca foi a minha praia.
Precisei namorar e casar para entender, de verdade, que o dinheiro
não aparecia sozinho na conta bancária. Precisei planilhar as despesas
da casa para compreender que não era possível sair no final de semana,
comprar presentes para a minha esposa ou ir a restaurantes desejados, se
quisesse uma vida financeiramente equilibrada.
E aqui destaco: vida financeiramente equilibrada não é sinônimo de
vida fácil ou tranquila, porém julgo ser melhor não sair no final de sema-
na, do que viver crises de pânico por não ter dinheiro para pagar o cartão
de crédito.

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Daí a importância deste tópico. A depender do seu histórico de vida,
muitas variáveis se acrescentam e é necessário entender quais tiveram os
maiores impactos e influência, a fim de determinar qual o melhor cami-
nho a seguir.

1.2 Excessiva dependência do Estado

Estou falando de influências em nossa vida que nos trouxeram à si-


tuação atual (e que geralmente não é boa) e aqui também destaco algo
importante: o sentimento comum de que o Estado, seja ele governado por
quem for, deve pegar o nosso dinheiro e fazer coisas por nós. Deixe-me
explicar.
O Estado não é um gerador de riqueza. O Estado não gera nada. O
Estado sequer gera emprego, pois quem o faz é o empresário – quando
há notícias de que o governo “gerou empregos”, nada poderia estar mais
errado e distorcido.
E se o Estado não cria nada, como ele se sustenta? A resposta é cla-
ra: sendo nosso sócio em cada transação e segundo de nossa existência.
Escrevo este ensaio em um computador que teve impostos, sentado em
uma cadeira com impostos, que está numa moradia cheia de impostos,
que você está recebendo via uma empresa que paga impostos...
Por diversas razões que não cabem neste pequeno escrito, a socieda-
de se acostumou a receber do Estado e achar que ele deve prover muitas

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coisas para nós – com nosso dinheiro.
Pense nos “direitos trabalhistas”. Por que eles passaram a existir?
Porque os empregados, em algum momento, acharam que estavam sendo
explorados e maltratados por seus patrões. Então recorreram ao Estado e
pediram que ele intervisse nesta relação e obrigasse os patrões a “melho-
rar” a situação.
Pense no Sistema Único de Saúde, nosso SUS, que independente-
mente de onde você estiver e qual for sua classe social, pode ser atendido
em qualquer lugar do país “gratuitamente”. Esta sensação de tranquilida-
de, ainda que o SUS não seja lá aquelas coisas, nos traz a falsa sensação
de que o Estado cuida de nós .
Pense nos vereadores. Crescemos acreditando que eles estão lá para
cuidar de nossas lindas e preciosas cidades, zelando pelo melhor interes-
se de seus cidadãos e nos levando ao melhor dos mundos...
Só que para o judiciário nos “proteger”, o SUS nos tratar, os vereado-
res legislarem e tantas outras coisas que os outros devem fazer para nós,
deve haver altíssima arrecadação de impostos, pois a demanda é infinita.
E quanto mais pedimos para o Estado intervir, mais ele precisa para man-
ter sua máquina funcionando.
Neste sentido, um grande erro atual é acreditar e incentivar que o Es-
tado faça cada vez mais coisas para nós. Não devemos pedir estádios de
futebol, estar de acordo com lagostas e peixes raros bancados com nosso
dinheiro ou mesmo incentivar qualquer arrecadação forçada. A Operação
Lava Jato e toda sua sequência, mostrou aos brasileiros a real intenção de
muitos governantes.

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E aqui, vale lembrar as palavras de Louis Brandeis (1928) :
“A experiência deveria nos ensinar a ficar mais alertas para proteger
a liberdade quando os propósitos do governo são benéficos. Os homens
que nasceram para a liberdade ficam naturalmente alertas para repelir a
invasão de sua liberdade por governantes com más intenções. Os maiores
perigos à liberdade escondem-se em uma intromissão insidiosa de ho-
mens zelosos, bem-intencionados, mas sem compreensão”
Este forte desejo de que o Estado regule e cuide de tudo e todos, com
certeza possui grande influência em nossas finanças e famílias.

1.3 A tecnologia e o pensamento de curto prazo


d o s j o v e n s

Outro ponto extremamente delicado é a mentalidade dos jovens. Não,


ser jovem não é o problema. A questão é a forma como se lida com a pró-
pria juventude.
Enquanto para nossos avós era comum todas as crianças andarem
longos trechos até chegar à escola, hoje os ônibus, vãs e carros fazem boa
parte deste trabalho. Enquanto nossos pais tinham que comprar jornais
para se atualizar das informações, nós recebemos a todo instante (gra-
tuitamente) as mais diversas atualizações do mundo e em tempo real em
nosso celular.
Essa diferença entre gerações, criou expectativas completamente di-

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versas. Nossos avós, geralmente, não trabalhavam para viajar e fazer in-
tercâmbio na Europa, pois isso era algo impensável. Seus trabalhos eram
árduos e contínuos – trabalhavam até as forças se irem, pois do contrário
não teriam como sobreviver.
Nossos pais, que já receberam um mundo um pouco diferente, ti-
nham como um grande sonho, comprar ou construir a casa própria du-
rante toda a vida. O foco era ter estabilidade e isso só era adquirido após
longos anos de trabalho.
Mas a geração atual, principalmente por conta da tecnologia, pos-
sui um pensamento muito acelerado e acredita que as coisas não devem
esperar tanto tempo. Nossos avós precisavam criar o gado durante anos,
para depois o abater e comer, mas para nós uma espera de 30min em um
restaurante é algo abominável. Nossos pais compravam, geralmente, um
Fusca ou outro carro simples (nem havia tanta variedade) depois de vá-
rios anos de trabalho, mas nós queremos fazer 18 anos e ter uma viatura
considerável para ostentar...
Esta rapidez em desejar as coisas, tem feito os jovens gastarem seu
dinheiro para viver o agora, o disponível no momento e aproveitar as di-
versas oportunidades que existem. E isto não é ruim. Vivemos em tempos
maravilhosos de liberdade e grande gama de opções. O problema, aqui,
é o imediatismo; é achar que se conquista grandes coisas, de maneira rá-
pida.
Os jovens têm confundido trabalhar para comprar um caríssimo iPho-
ne ou viajar pelo mundo, com segurança financeira. Ora, não é porque se
consegue bancar estas coisas, que se estará com uma aposentadoria ga-

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rantida. Não é porque hoje se frequenta bons restaurantes, se possui um
bom carro ou se anda bem vestido, que assim será no futuro. E aqui mora
o perigo: as pessoas estão sendo iludidas pelo presente. A fragilidade do
mundo parece estar opaca aos olhos de muitos.
De uma juventude difícil de nossos avós e pais, que os levou a per-
severar firme no propósito de ajuntar algo para a velhice, estamos vendo
as pessoas apenas aproveitarem o hoje e fecharem os olhos para o ama-
nhã – um grande problema.

1.4 A necessidade de reinvenção dos mais velhos

Se por um lado a rapidez do sistema está levando muitos jovens a


somente aproveitarem o agora, também está causando graves problemas
em pessoas com mais idade. Esta rapidez tem feito os mais velhos terem
de se reinventar no mercado de trabalho e passarem a agir muito mais rá-
pido do que de costume.
Conheço diversas pessoas que têm a idade de meus pais (entre 50 e
60 anos) e que estão completamente sem dinheiro, e mais: sem perspecti-
va de uma boa aposentadoria. Resta a muitos deles, pedir a Deus que lhes
dê forças para trabalhar até o fim de suas vidas.
E por que chegaram neste ponto? Porque o mundo mudou comple-
tamente durante sua existência e eles não se prepararam para este dia.
Pessoas que já trabalharam em grandes e renomadas empresas, hoje es-

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tão respondendo às ordens de pessoas com metade de sua idade, mas que
recebem o dobro. O filme “Um Senhor Estagiário”, com Robert De Niro,
pode interessar a alguns leitores.
Ainda sobre os mais velhos, mas desta vez falando dos aposentados,
segundo informações do IBGE, atualmente somente 1% deles consegue
se sustentar sem qualquer ajuda – e isso que ainda não chegamos em
2050, quando se espera existam ainda mais aposentados e não devemos
crer que a situação melhorará drasticamente.
As finanças e vida familiar para quem já tem uma certa idade, está
ficando bastante difícil.

1 . 5 O e m p r e g o , o d e s e m p r e g o e m u i t a s o u t r a s
q u e s t õ e s

Impossível falar em finanças, sem tocar na questão do emprego. To-


dos nós estamos percebendo algo claro: o emprego está mudando. Novas
maneiras de se trabalhar estão surgindo.
Considere, por exemplo, a função de Charger, que apesar do nome
bonito, são pessoas que ficam recarregando os patinetes elétricos. Ou
quem sabe os Players, os jogadores profissionais de jogos de computador
e videogame. Também temos os Detetive de Dados, pessoas especialis-
tas em rastrear e averiguar informações. E que tal o Analista de Machine
Learning Quântico, um profissional que estuda uma parte da ciência da

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computação que vai crescer muito nos próximos anos.
Estas e tantas outras formas, até poucos anos atrás, eram completa-
mente desconhecidas. E em vez de criticarmos quem está seguindo estas
tendências, devemos nos preocupar com quem não está atento a elas.
Alguns anos atrás, um currículo que descrevesse habilidades no “Pa-
cote Office”, “inglês iniciante” e “carteira de motorista”, poderia se desta-
car dentre a multidão, mas com os empregos mudando tão drasticamente,
vários cursos e conhecimentos que as pessoas possuem, são absolutamen-
te normais ou mesmo já ultrapassados – a não ser que você valorize um
curso de datilografia nos dias de hoje.
Sendo assim, a mudança nos empregos (através da tecnologia, prin-
cipalmente) afeta diretamente os menos capacitados e os mais velhos. A
régua de exigência para muitos postos de trabalho, está subindo vertigi-
nosamente. Diversas pesquisas e reportagens demonstram que pessoas
jovens desqualificadas, estão cada vez com mais dificuldade de ter em-
prego. Na outra ponta, pessoas com mais de 45 anos também estão com
graves problemas.
Enquanto escrevo estas linhas, lembro de ter lido um comentário de
uma estagiária que dizia o seguinte: “O que acontece é que as empresas
desejam formados em [ensino] superior, 40 anos de experiência, um pô-
nei, dois dinossauros e um unicórnio, fluência em 20 línguas e idade má-
xima de 18 anos”. Segundo ela, as empresas estão querendo um funcio-
nário que praticamente não existe.
O problema desta moça é se esquecer de que as empresas desejam
é o que elas precisam. Se precisam de unicórnios, irão atrás. Quem se

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tornar um, vai ser contratado. E é por isso que comentei sobre a regra de
exigência estar cada vez maior para os postos de trabalho. A cada ano que
passa, você precisa se qualificar muito mais, para se manter. É a regra do
jogo.
Além disso, há muitas outras questões que contribuem para uma
vida financeiramente deficiente. O mundo muda, as coisas não acontecem
como imaginávamos e de repente, nos vemos cercados de dificuldades e
incertezas.
No próximo capítulo, após ter feito este breve apanhado de expe-
riências e constatações, espero ajudar o leitor a contornar sua situação.
Comentarei sobre questões práticas para todos e outros apontamentos es-
pecíficos, para idades e necessidades diferentes.
E lembre-se: quanto mais cedo você começa, maiores são suas chan-
ces de melhorar.

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- Capítulo 2 -

Com o mudar de vida


Quando vamos ao médico por conta de alguma desconfiança, pro-
curamos não somente pelo diagnóstico, mas também pelos caminhos que
levarão à possível cura. Quando a doença é rapidamente identificada, o
processo de cura (quando há) costuma ser mais rápido – e o contrário é
verdadeiro.
Começo este capítulo com a analogia médica, para deixar algo bem
claro: cada situação específica do leitor, irá requerer uma força, intensi-
dade e tempo diferentes. Um jovem de 15 anos que esteja lendo, terá um
tempo e prática totalmente distinto de alguém perto dos 50 anos.
E aqui, uma primeira recomendação. Se você é jovem e possui tem-
po para planejar e construir sua vida, dedique tempo a isso. A constância
dos anos fará com que você aprenda e consiga ir modificando sua estra-
tégia ao longo do tempo, se necessário.
A segunda é para os mais velhos. Se você não tem mais 20 ou 30
anos para planejar sua aposentadoria e vida futura, precisa encontrar,
dentre todas as maneiras possíveis, aquela que será a mais rápida, eficaz
e com menor risco. E por que com menor risco? Não que eu seja avesso
a ele, mas uma pessoa de 50 anos não pode e não deve se desfazer de seu
completo patrimônio ou de sua pequena reserva financeira e se lançar to-
talmente na compra de ações ou em algum projeto arriscado. É preciso

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encontrar um caminho condizente com a situação atual ou com o risco
desejado por cada um.
Dito isso, vou dividir este capítulo de acordo com algumas as fases
da vida e tecer algumas recomendações. Meu objetivo é apenas um: des-
pertar o seu interesse por uma mudança - o restante depende de você.

1. Como educar uma criança para a vida


financeira

A Bíblia possui um versículo muito conhecido: “Educa a criança


no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará
dele.” Provérbios 22:6
O livro de Provérbios, como o nome sugere, é um livro de verdades
gerais. Um livro que se propõe a falar daquilo que, nas condições co-
muns a todos, acontecem e são fato perceptível. Digo isso porque todos
nós conhecemos alguma criança que foi bem-educada, mas que acabou
se tornando um adulto fora do planejado, digamos. Porém, sabemos que
de uma forma geral, as crianças tendem a levar consigo aquilo que apren-
dem dos pais.
E daí a importância na educação desde o início. Mas convém destacar
o seguinte: só há educação, quando quem ensina, a possui. Suponho que
muitas pessoas se julguem educadas financeiramente, quando na verdade
não o são. Para que uma criança seja corretamente instruída, ela precisa

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de bons tutores e pessoas inteligentes ao redor de si.
No capítulo anterior, falei sobre a diferença entre as gerações. E hoje
vivemos um caso perceptível com as crianças: de uma grande ausência
de brinquedos e coisas compradas antigamente, os pais tentam compen-
sar esta ausência ainda existente, com presentes e tecnologia.
Muitas crianças acham normal algo quebrar e aparecer um novo no
lugar; uma grande televisão na sala de estar é tão comum quanto um brin-
quedo que está na caixa lotada de outros brinquedos não usados. O aces-
so a este tipo de coisa (que é bom, óbvio) tem criado uma mentalidade de
que as coisas são obtidas de maneira muito rápida e sem esforço.
Deixem-me contar um caso real: recentemente meu filho de 4 anos
queria um determinado brinquedo. Fui olhar o preço e estava por 100
reais. Eu não pagaria este valor de forma alguma e não pelo preço em si,
mas porque ele não sabe o quanto realmente vale esta quantia. Eu preci-
sava de alguma técnica para o ensinar sobre o preço do dinheiro.
Resolvi, então, sugerir que ele começasse a fazer alguns desenhos e
fosse vender para a família. “A qualidade do desenho e para quem você
vender”, eu disse a ele, “irá refletir no valor pago”. Um desenho grande
e colorido vendido ao vovô, poderia render bem mais que um pequeno
rabisco para o tio. E lá foi ele.
Ele desenhou em diversas folhas de papel e em um final de semana
conseguiu quase 70 reais com eles. Por óbvio que as pessoas lhe pagaram
não por causa do desenho, porém com esta didática, ele está aprendendo
que é preciso entregar algo, se quiser receber. Em outras circunstâncias,
quando entramos em lojas para comprar alguma coisa, procuramos expli-

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car que alguém (empresário) está vendendo algo que queremos e nós ire-
mos a pagar com o dinheiro conquistado através do trabalho – ninguém
nos dará coisa alguma gratuitamente naquela loja.
Por isso, a recomendação para as crianças é que você ensine, cons-
tantemente, estas coisas. Diga que não irá comprar porque está caro; diga
que o papai e a mamãe estão precisando controlar os gastos; ensine que
hoje não é dia de pizza, porque se está economizando ou mesmo sem di-
nheiro. É preciso aprender a bondosamente frustrar nossos filhos, para
que entendam como a vida realmente é.

2. Aproveite sua vida de jovem solteiro, mas não


seja estúpido

Usei a palavra estúpido porque ela significa falta de discernimento.


A juventude (quando geralmente se está solteiro) é uma época excelente
para aproveitar a vida, porém na maioria dos casos, é justamente a época
em que ganhamos menos e estamos iniciando a construção de nosso pa-
trimônio. Tudo está começando e é preciso ir com cautela.
Relembro de um colega de faculdade, o qual tinha um carro simples,
mas econômico e com baixa manutenção. Até que um belo dia ele resol-
veu trocar por um melhor, mais rápido e que gastava mais. Perguntei so-
bre sua razão e a explicação foi direta: “esse novo atrai mais mulheres”.
Veja, caro leitor: não sou contra impressionar quem você gosta. Não

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sou contra ter uma boa roupa e se possível um bom carro. A questão toda
é gastar quando não se pode. Essa ideia de que “só se vive uma vez”, só
é bonita na boca dos outros. Para um multimilionário, uma garrafa de vi-
nho de 15 mil reais pode não fazer cócegas em seu orçamento, ao passo
que uma festa de 150 reais pode arruinar o mês do jovem.
Minha sugestão ao jovem é encarar e jogar de acordo com a realida-
de: se você já tem muito dinheiro e um planejamento para o futuro, então
aproveite com todas as forças. Mas como a maioria não está nesta situa-
ção, você precisa entender que o mundo muda e com quase toda a certe-
za, ele será bem diferente do que você planeja atualmente (se é que que
você o faz).
Conheço diversas pessoas com mais de 40 e 50 anos e que estão a
conta bancária vazia e dívidas amontadas em boletos e faturas, como já
citei anteriormente. Estas pessoas, posso deduzir com alguma certeza,
quando na sua juventude, não tiveram alguém lhes ensinando a refrear
seus desejos e a construir um patrimônio. Muitas dessas pessoas hoje la-
mentam não ter começado mais cedo um planejamento de vida.
Sendo assim, diria que o jovem deve aproveitar sua energia e ousa-
dia para aprender meios de se gerar e gerir a riqueza. Em vez de um car-
ro, faça um intercâmbio – mas não só para passear e tirar fotos; aproveite
para aprender algo e volte para empreender ou se lançar mais bem capa-
citado ao mercado de trabalho. E se você não consegue viajar, aproveite
a internet para estudar e se qualificar; se cerque de pessoas que estão se
dando bem na vida e pergunte a eles o que fizeram; encontre um parceiro

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para a vida que tenha a cabeça no lugar; seja humilde e não presuma que
sabe todas as coisas.

3. Pessoas entre 30 e 40 anos

Partindo da ideia de que aos 30 ou 40 anos você trabalha a pelo me-


nos 10 ou 20 anos, você deve estar ciente de que, embora seja uma pessoa
nova, já está a algum tempo no mercado de trabalho e percebe as modi-
ficações constantes que ele passa.
Recentemente a revista Época noticiou os postos de trabalho com
maior taxa de crescimento até 2023: condutores de processo robotizados
(22,4%), técnicos em mecânica veicular (19,9%), engenheiros ambientais
e afins (19,4%), pesquisadores de engenharia e tecnologia (17,9%) e pro-
fissionais de planejamento, programação e controles logísticos (17,3%).
E isto significa que, talvez, você precise continuar se aprimorando e in-
vestindo em sua carreira.
Acredito que as pessoas bem-sucedidas daqui 30 ou 40 anos, serão
aquelas que não pararam de estudar, seja no sentido formal da palavra
ou como sinônimo de constante aperfeiçoamento de suas habilidades e
conhecimentos. Se antigamente um agricultor podia viver apenas com
as técnicas repassadas de geração em geração, hoje a mudança é brutal e
exige rapidez na tomada de decisões.
Sendo assim, pessoas nesta faixa etária precisam se preocupar em

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como irão potencializar os conhecimentos que já possuem. É um erro
achar que o “mundo empresarial” vai lhes pagar mais, apenas porque
trabalham há mais tempo – este momento da história já passou. Hoje, na
verdade, quanto mais tempo você fica numa mesma empresa, maiores são
as suas chances de ser trocado por alguém mais novo e mais barato.
E aqui há uma mensagem essencial: se uma pessoa com muitos anos
de empresa ou na mesma profissão, é trocado por alguém muitas vezes
mais novo e com menos experiência, é porque a pessoa mais velha não
era tão indispensável assim como se imaginava. Eu sei que pode soar di-
fícil, mas é a realidade. As pessoas das novas gerações que se dedicam e
estão entrando no mercado, entram muito mais capacitadas do que quan-
do as pessoas de 30 ou 40 anos entraram – ou seja, as mais novas correm
mais e logo ultrapassarão os mais velhos.
Nesta faixa etária, recomendo fortemente que você ligue todos os
sensores de alerta e não tenha medo de se reinventar, pois o mercado não
será piedoso com os que ficarem para trás.

4. Pessoas acima de 50 anos

Ainda falta bastante tempo para os meus 50 anos, porém conheço


diversas pessoas nesta faixa etária, o que me permite comentar alguma
coisa.
Creio existam três tipos de pessoas nesta idade: as que já conquista-

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ram seu patrimônio, as que o estão construindo e as que estão esperando
um milagre.
Se você já tem seu patrimônio para a aposentadoria, meus sinceros
parabéns! Você é um dos poucos iluminados que conseguiu isso e colher
os frutos é mérito seu. Aos que o estão construindo, minha sugestão é que
você constantemente reveja seu plano, mas sempre siga adiante. E para
os que estão em último lugar, quero me dirigir agora.
Quando criança eu participei durante anos em um grupo de escotei-
ros. E uma das coisas que aprendemos sobre orientação quando estamos
perdidos é parar, sentar e avaliar a situação. Seja por ruas ou no meio da
floresta, dedicar uns instantes para reavaliar como se chegou até aquele
ponto, pode ser crucial para achar o melhor caminho de saída.
Neste sentido, as pessoas com mais de 50 anos e ainda sem qualquer
patrimônio ou meios para prover seu sustento daqui a não muitos anos
(em comparação com o jovem), sugiro que você faça uma lista das coisas
que julga terem o trazido até aqui. Enumere os acontecimentos, falta de
estudo (ou não), frustrações, mudança de cidade, casamento...
Ao finalizar, verifique quais destes itens podem ser usados para me-
lhorar a sua situação atual. Por exemplo, se você já tentou ter uma empre-
sa e quebrou, talvez seja a oportunidade para estudar e começar de novo.
Ou quem sabe confiou demais em alguma pessoa (patrão, familiar...) e por
isso acabou se dando mal. Talvez, ainda, você nunca estudou para adqui-
rir mais conhecimento e simplesmente empurrou a vida com a barriga...
Sejam quais forem as situações passadas, você está ciente de que
precisa fazer alguma coisa e aos 50 anos ainda é possível. Ficar como se

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está não pode ser uma opção – a menos que você queria uma velhice so-
frida, mas aí não estaria lendo este pequeno escrito.
Outra sugestão que já presenciei é você se cercar de pessoas na sua
faixa de idade e que estão com a vida financeira melhor. Seja humilde e
pergunte como elas chegaram até ali, o que fizeram, deixaram de fazer,
que riscos correram... Procure entender qual o caminho trilhado por aque-
la gente e tire ideias para você. Use o sucesso dos outros ao seu favor, em
vez de só sentir inveja.
Por último, se julgar necessário, reinvente-se por completo. Nunca é
tarde para começar a estudar. Seus anos de trabalho podem não ter cons-
truído um patrimônio, mas sua experiência e maturidade não tem preço.
As alegrias e decepções acumuladas são um grande estoque de conheci-
mento e que pode ser potencializado. Nos dias atuais, nunca é tarde para
começar – acredite nisso.

5. Considerações finais e gerais

Lembram que eu não sabia qual faculdade fazer? O meu erro foi
achar que eu deveria saber exatamente o que queria e então ingressar.
E eu só entendi que as coisas se encaixam, depois que você está dentro
delas. Não são todas as pessoas que sabem o que querem com 10 ou 15
anos de idade. A maioria, como eu naquela idade, anda perdida durante
um tempo e em busca de alguma coisa que não sabe bem o que é.

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Isto me ensinou que toda vez que esperamos para ter certeza de algo,
podemos deixar a oportunidade passar. Não estou reclamando de não ter
feito a faculdade logo cedo, mas me queixo de não ter iniciado algo ainda
mais cedo, mesmo que sem ter certeza.
Enquanto escrevo estas linhas finais, converso com meu irmão pela
internet e relembramos de um episódio: mais ou menos 16 anos atrás, am-
bos adolescentes, tivemos a ideia de começar a mexer com Photoshop e
CorelDraw. Eu sendo mais velho, entendia ligeiramente mais do que ele
(mas não o suficiente) e resolvemos fazer cartões de visita para distribuir
na vizinhança e pelas ruas. Sim, dois jovens resolveram começar um ne-
gócio.
Nenhum de nós sabia o que esperar, mas saímos de casa distribuin-
do entre os vizinhos e deixando nas caixas de Correios. Esperávamos que
alguém nos ligasse em busca dos serviços. Porém, para nosso lamento,
nunca recebemos um e-mail ou ligação com pedidos, mas da experiência
“frustrada”, meu irmão começou a se interessar pelo negócio e posterior-
mente viria a abrir uma excelente e renomada empresa de Motion Design
– a Rafael Folk.
Sendo assim, meu empurrão final para você é através de um estímu-
lo simples, mas poderoso: em um mundo incerto e imprevisível, quanto
mais você demora, pior fica. Não que eu estimule a pressa sem planeja-
mento, mas não espere estar ciente de tudo e todos, para começar. Inde-
pendente da sua idade, você ainda pode fazer muito.
Comece, hoje, a mudar sua perspectiva de vida. Dedique-se forte-
mente ao estudo e a busca por conhecimento, pois como diz a frase atri-

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buída a Benjamin Franklin (1706-1790), “investir em conhecimento ren-
de sempre os melhores juros”.
Desejo sucesso, bons negócios e uma vida financeira melhor para
você.

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