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Grupo HCT

Curso:
Ar Condicionado e Refrigeração
Projeto e Dimensionamento-04

Prof. Carlos Pádua


Fundamentos do Ar Condicionado Módulo 4
Definição: “O processo de tratamento de ar que visa o controle simultâneo da temperatura, umidade, a
pureza e a distribuição, para atender as exigências do ambiente condicionado.” (ASHRAE);
Sistema de ar condicionado: “Conjunto de equipamentos, dutos e partes complementares que é capaz
de realizar o condicionamento de ar em um ou mais ambientes.”
Variáveis controladas:
- temperatura de bulbo seco (TBS);
- temperatura de bulbo úmido (TBU) ou umidade relativa (UR);
- velocidade do ar no ambiente;
- grau de pureza do ar (filtragem).
Carga térmica: Os cálculos de carga de resfriamento e aquecimento são normalmente feitos para
dimensionar os sistemas HVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado) e seus componentes. Em
princípio, as cargas são calculadas para manter as condições do projeto interno (variáveis controladas).
O primeiro passo qualquer do cálculo de carga é estabelecer os critérios de projeto, que levam em
consideração o conceito da construção do prédio, os materiais de construção, os padrões de ocupação,
os equipamentos existentes no espaço a ser condicionado, os níveis de iluminação, as faixas de
conforto, as necessidades operacionais e as necessidades específicas do ambiente, como por exemplo:
não possibilidade de recirculação do ar interno (100% de ar externo), necessidades de separação de
sistemas, etc. A estimativa de carga térmica de um sistema de ar condicionado deve ser feita com
cuidado e precisão para que a instalação seja satisfatória. A instalação não deve ser subdimensionada, e
nem tão pouco superdimensionada, pois uma estimativa de carga exata indicará:
- a necessidade real de resfriamento e/ou aquecimento;
- as possibilidades de se obter redução da carga com o menor custo;
- a seleção do equipamento mais econômico;
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- o sistema de distribuição de ar mais eficiente.
Carga térmica e climas Módulo 4
Definição: A carga térmica é o calor a ser removido ou adicionado continuamente do/ao ambiente de
modo a atender às condições de conforto ou processo (carga térmica de verão /inverno).
Classificação de climas: Muitos sistemas diferentes de classificação climática estão em uso para
diferentes propósitos. Zonas climáticas como: tropicais, áridas, temperado e frio, são comumente
encontrados para representar essas condições climáticas. Um sistema simples baseado na natureza do
problema térmico na localização particular é frequentemente usado:
- climas frios, onde o principal problema é a falta de calor (pouco aquecimento), em todo o ano ou na
maior parte dele.
- climas temperados, onde há uma variação sazonal entre climas quente e frios, mas nenhum deles é
muito severo.
- climas quentes e secos (áridos), onde o problema principal é o calor, mas o ar está seco, e então o
mecanismo de resfriamento evaporativo do corpo não é restrito (termo regulação). Geralmente, há uma
grande variação de temperatura entre o dia e a noite (daily range).
- climas quentes e úmidos, onde a temperatura não é tão alta quanto em áreas quentes e secas, mas é
agravado por alta umidade, restringindo o potencial de evaporação do corpo. A variação de temperatura
entre o dia e a noite é pequena.
Aplicação: Abordaremos apenas o cálculo de resfriamento (ou de verão), por ser de maior aplicação para
um país tropical como o Brasil. A carga térmica de aquecimento (inverno) seguirá os mesmos princípios,
sendo que o objetivo será o cálculo da perda de calor do ambiente condicionado. Portanto, o ganho solar
e outros ganhos não constantes, não serão considerados no cálculo.
Nota: A ABNT NBR 15220-3:2005 - Desempenho térmico de edificações - Parte 3: Zoneamento
bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social, traz
estratégias de condicionamento térmico para construções em função da região em que as mesmas se
localizam no Brasil. 3
Carga térmica de resfriamento (ou de verão) Módulo 4
Definição: É a quantidade máxima de calor a ser removida dos ambientes condicionados, mais as
cargas adicionais da serpentina do condicionador. O termo significa muito mais do que simplesmente
resfriar o ar em um prédio. Implica também em controlar a umidade relativa, fornecer ventilação
adequada, filtrar os contaminantes (limpeza do ar) e distribuir o ar condicionado em quantidades
adequadas, dentro de níveis de ruído aceitáveis pela legislação.
Capacidade ou potência térmica de um condicionador: Seja para atender a um único ambiente ou a
vários ambientes ao mesmo tempo, esta se refere à capacidade de resfriamento do evaporador para
produzir o efeito desejável, no caso de expansão direta, ou da serpentina de água gelada, no caso da
expansão indireta, ou seja, refere-se à obtenção das condições de projeto desejadas dentro do
ambiente (temperatura e umidade). Todos os demais componentes do condicionador ou do restante
do sistema, incluindo o compressor, condensador, bombas, etc., serão função dessa capacidade.
Cálculo da carga: As variáveis envolvidas no cálculo são numerosas e difíceis de serem definidas
precisamente, além de serem interrelacionadas. Diversos componentes variam em grande magnitude
ao longo de um período de 24 horas, assim como ao longo dos meses do ano. As variações diárias são
cíclicas, e estão defasadas umas das outras. Portanto, o cálculo preciso é impossível, e a adequada
avaliação destas variáveis não passa de uma boa estimativa da carga real.
Capacidade térmica de uma parede (CT): É a quantidade de calor necessária para variar em uma
unidade a temperatura da mesma. No sistema SI, é a quantidade de calor necessária em Joules (J) para
aumentar em 1 Kelvin (K) ou 1°C a temperatura (J/K). É apresentada, em geral por unidade de área da
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superfície da parede. Unidade no SI: J/(m .K).
Calor específico (ρ): É o quociente da capacidade térmica pela massa da parede. Unidade no SI: J/(kg.K)
Difusividade térmica(α): É o quociente da condutividade térmica de um material (K ou λ) pela sua
capacidade de armazenar energia térmica. Fórmula: α = K/(ρ.c) ; Unidade no SI: m2/s
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Estimativas da carga térmica Módulo 4
Antes que se possa projetar um sistema de ar condicionado eficiente e eficaz, deve ser primeiro
calculada a carga térmica usando técnicas estabelecidas. Existem vários métodos em uso. O mais básico
desses métodos é um valor de regra geral, como por exemplo, metros quadrados de área de piso por
tonelada de refrigeração, em função do tipo de uso do ambiente. É uma abordagem rápida e simples
que evita as complexidades de cálculo dos métodos mais elaborados, mas não leva em conta a
orientação das paredes e janelas e uma série de outros fatores importantes.
Tais regras podem ser úteis em uma fase inicial do projeto, quando muitos dos parâmetros de cálculo
ainda não estão definidos e se deseja obter um avaliação aproximada das dimensões e do custo do
equipamento. São utilizados nos programas de cálculo mais elaborados como meios de checagem de
erros grosseiros ao final dos cálculos (check figures – ver figura na página seguinte).
A NBR 5858 – Condicionador de ar doméstico, apresentava no item 7 um cálculo simplificado de carga
térmica, indicada para instalações que não requeiram condições específicas de temperatura e umidade
(conforto), tais como sala de estar, dormitórios, escritórios ou restaurantes. A condição externa é
baseada em uma TBS de 38°C e TBU de 34°C com fator de correção em função da região do país. Uma
planilha anexa deve ser utilizada para facilitar os cálculos.
Nota: Apesar de esta norma de ter sido, descontinuada pela ABNT, o seu uso ainda é recomendado
para sistemas de pequenas capacidades em uma publicação do MMA (Treinamento e capacitação para
boas práticas em sistemas de ar condicionado do tipo split).
Há também versões simplificadas de cálculo, como o Método Manual J para Aplicações Residenciais e o
Método Manual N para Edifícios Comerciais, desenvolvidos em conjunto pela ACCA (Air Conditioning
Contractors of America) e a ARI (Air conditioning and Refrigeration Institute) que estão disponíveis
gratuitamente na internet.
Ref.: https://www.acca.org/home
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Taxas para estimativa de capacidade térmica Módulo 4

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Métodos computacionais de cálculo Módulo 4
Os métodos de cálculo de carga térmica apresentados anteriormente, além de serem estimativos, são
em alguns casos (métodos da ACCA), elaborados apenas para as condições regionais norte americanas.
Eles não abordam uma questão crucial no cálculo de carga térmica, que é o “atraso térmico”.
Atraso térmico: É o tempo transcorrido entre uma variação térmica em um meio e sua manifestação na
superfície oposta de um componente construtivo (parede) submetido a um regime periódico de
transmissão de calor. Depende da capacidade térmica do componente construtivo e da ordem em que
as camadas estão dispostas. No sistema SI é dado em segundos (s) sendo horas (h), também aceito. A
ABNT NBR 15220-3:2005 - Desempenho térmico de edificações – Partes 2 e 3 traz métodos de cálculo
para o atraso térmico e do fator solar de elementos e componentes de edificações voltados para os
padrões construtivos adotados no Brasil.
Métodos: Existem métodos computacionais que, utilizando-se de uma matemática mais complexa,
conseguem um tratamento mais adequado às questões que envolvem o atraso térmico, além de outros
fatores difíceis de serem tratados por métodos mais simplificados, como o sombreamento por
exemplo. Os métodos mais refinados disponíveis atualmente no mercado de HVAC são:
1) Diferença Total de Temperatura Equivalente / Média de Tempo (TETD / TA)
2) Diferença de Temperatura de Carga de Resfriamento / fator de carga de resfriamento (CLTD / CLF)
3) Método de Função de Transferência (TFM)
4) Balanço de Calor (HB) e Radiant Time Series (RTS)
Nota: O método (ETD), apropriado ao cálculo manual, foi amplamente utilizado no passado tendo
como referência o Manual da Carrier. Ele se baseia em um fator de armazenamento de calor e na
Diferença de Temperatura Equivalente (ETD) que são usados para indicar o efeito de armazenamento
de calor da estrutura do edifício e o consequente atraso térmico (hora de pico). Este método de cálculo
da carga de resfriamento foi amplamente utilizado por muitos projetistas de HVAC em todo mundo,
incluindo o Brasil, até que os atuais métodos da ASHRAE fossem adotados. 7
Comparativo dos métodos de cálculo Módulo 4
Os diferentes métodos mencionados podem produzir resultados diferentes para os mesmos dados de
entrada. Isto porque cada método lida com o efeito solar e da dinâmica de construção de modos
diferentes. Porém, na verdade, todas as abordagens acima tentam considerar o princípio fundamental
de que as taxas de fluxo de calor não são instantaneamente convertidas em carga térmica, e a adição
do calor incidente sobre o edifício não resulta imediatamente em uma mudança de temperatura
interna. Edifícios termicamente pesados (alta capacidade térmica das suas fronteiras), podem
efetivamente atrasar o aquecimento interno por várias horas. Portanto, o pico de carga térmica
usualmente ocorre horas após o horário de maior temperatura externa.
A NBR 16401-1:2008 estabelece no item 6.1.3 que “As cargas térmicas devem ser calculadas em
quantas horas do dia de projeto forem necessárias para determinar a carga máxima de cada zona e as
cargas máximas simultâneas de cada unidade de tratamento de ar e do conjunto do sistema, bem
como as épocas de suas respectivas ocorrências”, acrescentando que “Este cálculo, exceto para
sistemas muito simples, é inviável sem o auxílio de um programa de computador. O programa
deve ser baseado nos métodos da ASHRAE (TFM – Transfer Function Method ou preferivelmente
RTS – Radiant Time Series Method). Para sistemas com zona única ou pequeno número de zonas,
é admissível adotar o método da ASHRAE CLTD/CLF - Cooling Load Temperature Difference / Cooling
Load Factor. O método é uma versão simplificada, adaptada para cálculo manual, do método TFM.
Consiste em tabelas de fatores e coeficientes pré-calculados para construções e situações típicas”. O
método é do tipo one-step, ou seja, efetuado para uma determinada hora do dia (hora de pico) de um
determinado mês do ano. Os softwares mais utilizados no mercado mundial para cálculo de carga
térmica baseados nos métodos acima são: E20II da Carrier (Block Load e HAP); Trace 700 da Trane e o
Loadsoft da Carmel software.
Nota: Zona térmica é grupo de ambientes com o mesmo regime de utilização e mesmo perfil de carga
térmica, permitindo que as condições requeridas possam ser mantidas com um único dispositivo
de controle, ou atendidas por um único equipamento condicionador. 8
Dados para o cálculo da carga térmica Módulo 4
Os dados básicos necessários para o cálculo/estimativa da carga térmica são:
- Localização da instalação: latitude, longitude, altitude, variação diária de temperatura
“daily range” (ABNT NBR 16401-1 anexo A);
- Orientação geográfica das fronteiras do prédio sujeitas à insolação (rosa dos ventos);
- Condições climáticas externas de projeto para região, normalmente TBS e TBU ou UR
(fontes: ABNT NBR 16401-1 anexo A, ASHRAE Fundamentals Handbook ch.27, etc);
- Condições internas a serem mantidas no projeto (conforto ou requisitos operacionais)
normalmente TBS e TBU ou UR. São as mesmas fontes acima ou normas específicas para
o tipo de instalação (ex. hospitalar, farmacêutica, naval);
- Arranjo ou desenho de arquitetura das instalações (planta baixa, cortes e fachadas);
- Natureza construtivas das paredes, tetos e pisos (materiais de construção, massa
específica e coloração das superfícies externas);
- Sombreamentos externos sobre as superfícies da construção e tipos de proteção
interna para as superfícies translúcidas;
- Ocupação dos ambientes (número de pessoas);
- Iluminação (potência e tipo das lâmpadas);
- Dissipação de equipamentos dentro do ambiente (computadores, impressoras,
cafeteira, painéis elétricos, motores, etc;).
- Condições de operação/funcionamento dos equipamentos;
- Quantidade necessária de ar exterior para renovação, pressurização e exaustão;
- Condições de operação/funcionamento das instalações (24 h, horário comercial, etc.).
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Orientação geográfica Módulo 4
Orientação de fachadas de prédios: No cálculo da carga térmica, para que os valores de insolação
possam ser determinados com exatidão, um dos primeiros passos é o correto posicionamento do
prédio em relação ao norte verdadeiro. Em geral, este é indicado nas plantas de arquitetura, porém,
devemos nos certificar da confiabilidade desta informação.
Norte magnético: É aquele determinado por uma bússola, que possui uma agulha imantada que é
orientada pelo campo magnético da terra e aponta para o Pólo Norte magnético.
Norte geográfico ou verdadeiro: É aquele em que a direção, no local onde estamos, aponta para o
Pólo Norte verdadeiro ou geográfico da terra (“esfera” que gira em torno de si mesma ao longo de um
eixo imaginário que liga os pólos).
Declinação magnética: Os pólos magnéticos não coincidem com os pólos geográficos. Chama-se de
declinação magnética ao ângulo formado entre as direções Norte Magnético e Norte Geográfico em
um ponto específico da superfície da Terra. A declinação magnética não é igual em todo o planeta,
variando de região para região e ao longo do tempo. Quando a indicação do norte verdadeiro não
consta dos desenhos de arquitetura, pode-se recorrer a uma bússola, indo até ao local e anotando-se a
direção do norte magnético em relação a uma fachada do prédio. Deve-se lembrar de corrigir para o
norte verdadeiro descontando-se a declinação magnética. Para determinação desta declinação pode
ser consultado o site da NOAA / NCEI (National Centers for Environmental Information):
https://www.ngdc.noaa.gov/geomag-web/#declination.
Nota: Uma declinação leste significa que o norte magnético está desviado do norte verdadeiro no
sentido horário. Portanto, o correção para o norte verdadeiro deve ser feita no sentido oposto ao do
desvio. Entrando no site indicado a declinação para o Rio de Janeiro está em torno de 23° no sentido
oeste atualmente. Hoje em dia existe uma excelente ferramenta que nos auxilia na busca da
orientação das fachadas que é o aplicativo de mapas como o google map. Neles, o norte indicado é o
verdadeiro, e pode ser usado para aplicações de menor rigor. 10
Orientação geográfica - Imagens Módulo 4
Rosa dos Ventos Pólos Geográficos Norte Geográfico X Norte Magnético

Bússola

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Condições climáticas externas Módulo 4
As condições climáticas externas devem ser consideradas de acordo com o local da instalação. A NBR
16401-1 traz no seu anexo A as condições externas a serem consideradas, porém, outras fontes
também podem ser utilizadas. O anexo apresenta, para cada localidade listada, conjuntos de dados
climáticos para diversas frequências anuais de ocorrência e objetivos do cálculo . Cabe ao projetista
determinar as condições de projeto, obedecendo aos seguintes critérios:
Frequência de ocorrência a adotar (baseado nos critérios da ASHRAE):
- 0,4% e 99,6% : Obrigatória para projetos críticos, exigindo uma probabilidade mínima de a
capacidade calculada ser inferior à necessária para garantir as condições internas (opcional para
sistemas comerciais ou residenciais de alta exigência - excedida 35 horas ao ano);
- 1% e 99% : Adequada para projetos comerciais ou residenciais (excedida 88 horas ao ano);
- 2% : Adotar somente em situação onde se admita ultrapassar com maior frequência as condições
internas de temperatura e umidade relativa previstas em projeto (excedida 175 horas ao ano).
Objetivo do cálculo e dados a adotar:
a)Dimensionamento de sistemas de resfriamento/desumidificação (cargas térmicas sensíveis e
latentes por zona e total do sistema): TBS e TBUc;
b)Verificação de se a carga total de resfriamento do sistema não ultrapassa a determinada com as
condições indicadas em a), no caso de altas taxas de ar exterior: TBU e TBSc;
c)Dimensionamento de sistemas de resfriamento evaporativo e torres de resfriamento: TBU e TBSc;
d)Dimensionamento de sistemas de baixa umidade: TPO, w e TBSc;
e)Dimensionamento de sistemas de aquecimento e umidificação: TBS e TPO, w e TBSc.
Nota: Não é econômico e nem prático projetar equipamentos para a temperatura anual mais alta, uma
vez que o pico pode ocorrer apenas por algumas horas ao longo de vários anos. Picos de curta duração
acima do projetado podem ser tolerados com reduções significativas do custo inicial do projeto.
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Condições climáticas internas Módulo 4
As condições climáticas internas estão, na maioria das vezes, diretamente relacionadas ao conforto
humano. Os padrões de conforto atuais da “ASHRAE STANDARD 55: 2017 – Thermal Environmental
Conditions for Human Occupancy” e da “ISO Standard 7730:2005 - Ergonomics of the Thermal
Environment”, especificam uma “zona de conforto”, representando a faixa ótima e combinações de
fatores térmicos (temperatura do ar, temperatura radiante, velocidade do ar, umidade) e fatores
pessoais (roupas e atividades nível) com os quais se espera que pelo menos 80% dos ocupantes do
edifício expressem satisfação. Como diretriz geral para projeto de carga térmica de verão, para maioria
dos sistemas de conforto, a temperatura interna e a umidade relativa recomendadas são:
- Temperaturas de bulbo seco (TBS) entre 23 e 26°C, e umidades relativas (UR) entre 40 e 65%, sem
controle (resolução 9 da ANVISA), sendo muito praticada a condição de 24°C e 50%.
Estas condições são válidas para velocidades do ar de entre 0,15 e 0,25 m/s, pessoas com metabolismo
entre 1,0 e 1,2 met, e roupa típica da estação (verão 0,5 clo).
Influência da distribuição de ar
no conforto térmico
Nota: Para aplicações diversas, onde a necessidade das
condições operacionais se impuserem às condições de
conforto, o projetista deve sempre procurar obter as
informações necessárias com os responsáveis pelo
empreendimento (proprietários, engenheiros do projeto,
arquitetos, etc.). Quando essas informações não estiverem
disponíveis ou não forem confiáveis, pode ser consultado o
manual da ASHRAE 2015 HVAC Application Volume, onde
podem ser encontradas as condições recomendadas para
diferentes aplicações industriais e de outras áreas
específicas. 13
Fontes de calor Módulo 4
Fontes de calor: Um ambiente a ser condicionado
recebe calor sensível de diversas fontes, por um dos
três processos de transmissão de calor (condução,
convecção e radiação) ou pela combinação deles.
Além disso, recebe calor na forma latente, traduzido
em aumento da umidade absoluta do ar ambiente.
Para simplificarmos o cálculo, dividimos a carga
térmica em diferentes grupos:
Ganhos de calor sensível:
- ganhos através das fronteiras do ambiente ou
ganhos externos;
- ganhos internos (equipamentos, iluminação,
pessoas, etc.);
- ganhos devido ao ar exterior (ar de renovação e/ou
infiltração);
- ganhos nos dutos de distribuição e na unidade
condicionadora de ar.
Ganhos de calor latente:
- ganhos internos: pessoas e equipamentos que libere (1) - TRANSMISSÃO PELAS PAREDES , TETOS E PISOS
vapor d’água (ex.: restaurantes e laboratórios). (2) – FONTES INTERNAS (PESSOAS, ILUMINAÇÃO,
EQUIPAMENTOS)
- ganhos devido ao ar exterior (renovação)
(3) - RENOVAÇÃO DE AR (Qe)
Nota: As fontes de calor sensível e latente devem ser (4) – DUTOS E VENTILADOR
avaliadas separadamente no cálculo. O calor latente é
sempre considerado como carga instantânea.
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Fontes internas de calor Módulo 4
Pessoas: O número máximo esperado de pessoas em cada recinto deve ser estipulado pelo
contratante do projeto. Para sistemas de conforto, na ausência desta informação, pode ser adotada a
densidade de ocupação indicada na Tabela 1 da ABNT NBR 16401-3:2008. Devem também ser
considerados o regime e os horários de ocupação. O número máximo de pessoas estipulado deve ser
adotado apenas no caso de ocorrer ocupação contínua por 90 min ou mais. No caso de ocupação
intermitente de curta duração, deve ser adotada uma taxa média determinada de comum acordo com
o contratante. Devem ser adotados os valores de calor sensível e calor latente dissipado pelas
pessoas estipulados na Tabela C.1 da ABNT NBR 16401-1:2008 ou outra fonte confiável.
Iluminação: O tipo, a montagem (suspensas do forro ou embutidas) e a potência das luminárias devem
ser obtidos do projeto de iluminação ou estipulados pelo contratante do projeto. Na ausência desta
informação, devem ser adotados os valores típicos para as densidades de potência de iluminação
estipulados na Tabela C.2 da ABNT NBR 16401-1:2008 ou outra fonte confiável. Deve ser considerada a
possibilidade de parte do calor das luminárias não ser dissipado no ambiente, e sim no ar de retorno,
quando embutidas em forro falso servindo de plenum de retorno. Avaliar também a possível não
simultaneidade da carga de iluminação com a carga máxima de insolação das áreas envidraçadas.
Equipamentos: A dissipação de calor dos equipamentos deve ser obtida a partir de levantamento e de
informações do fabricante. Na ausência destas informações, devem ser adotados os valores típicos de
dissipação de calor listados nas Tabelas C.3 a C.6 da ABNT NBR 16401-1:2008 para equipamentos de
escritório e na Tabela C.7 para motores elétricos. Quando não disponíveis as informações dos
fabricantes para a dissipação efetiva de calor e umidade de equipamentos comerciais de cozinha,
lanchonete, médicos e de laboratórios, devem ser adotados de acordo com os valores listados nas
Tabelas C.8 a C.10 da mesma norma. Outras fontes confiáveis podem ser utilizadas para a dissipação
de equipamentos. Devem ser ainda considerados a operação dos equipamentos em modo de espera
ou intermitente e o fator de simultaneidade.
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Ar exterior – renovação e infiltração Módulo 4
Cálculo da vazão necessária: No cálculo de carga térmica, devem ser acrescentadas as cargas, sensível
e latente, do ar exterior a ser admitido no sistema. Para sistemas de conforto, a vazão mínima de ar
exterior deve ser determinada de acordo com o estipulado na Seção 5 da ABNT NBR 16401-3:2008. O
nível (1, 2, ou 3) a ser adotado deve ser determinado em comum acordo com o contratante. Para
sistemas especiais ou ligados a processos industriais, a vazão mínima de ar exterior deve ser
determinada de forma a garantir gradientes de pressão (positivos e/ou negativos) entre os ambientes
condicionados e em relação à atmosfera, parâmetros de processo, condições mínimas de segurança e
saúde ocupacional durante a permanência de pessoas dentro dos ambientes condicionados, tais como:
concentração de gases e vapores nocivos à saúde, limites de explosão de gases e vapores de
combustíveis, concentração de oxigênio e outros fatores de risco. A vazão de ar exterior deve atender
ao estipulado nas normas e legislação especificamente relativas a estes sistemas. A vazão deve ainda
ser suficiente para contrapor qualquer necessidade de exaustão do ar insuflado por parte de
equipamentos existentes nos ambientes.
Infiltrações: A Infiltração é o fluxo de ar externo para dentro da edificação através de frestas e outras
aberturas não intencionais, e através do uso normal de portas localizadas na fachada. A infiltração de ar
é normalmente provocada pelo efeito de ventos e de diferenças de pressão devidas ao efeito chaminé
e, quando não mantida sob controle, implica taxa adicional de ar exterior e consequentemente de
carga térmica para o sistema. É usual manter os ambientes condicionados levemente pressurizados,
para evitar os efeitos indesejados da infiltração de ar não controlada. Segundo a antiga norma NBR
6401- 1980, taxas de renovação de ar exterior iguais ou maiores que 1,5 o volume do ambiente (ou 1,0
para grandes ambientes) são suficientes para compensar estas infiltrações. Caso isso não seja possível,
recomenda-se utilizar a tabela 8 da antiga NBR 6401-1980.
Nota: A renovação é de suma importância para a qualidade do ar interno. Por outro lado, o ar externo
traz uma carga térmica sensível e, especialmente, latente muito alta para ser combatida. Portanto, é
importante que o cálculo da vazão seja feito com o rigor necessário para evitar exageros. 16
Infiltração por frestas e portas – ABNT 6410 Módulo 4

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Qualidade do Ar Interior (ABNT 16401-3) Módulo 4
Conceitos: Segundo a NBR 16401-3, a qualidade do ar interior é aceitável quando não contém poluentes
em concentração prejudicial à saúde ou ao bem-estar e é percebido como satisfatória por grande maioria
(80% ou mais) dos ocupantes do recinto. O sistema de ventilação ou ar condicionado controla a
qualidade do ar interior por meio da introdução de ar externo (renovação), e pela filtragem do ar
insuflado. A renovação reduz a concentração no ambiente de poluentes gasosos, biológicos e químicos,
que não são retidos nos filtros. A filtragem do ar tem como função reduzir a concentração no ambiente
dos poluentes trazidos do ar exterior e, no caso de ar condicionado, os gerados internamente, os quais
são transportados pelo ar recirculado, evitando sua acumulação no sistema. Vamos ver agora como
calcular a vazão necessária de ar externo para cada aplicação, de acordo com as recomendações da NBR
acima, que por sua vez é baseada na metodologia da ANSI/ASHRAE 62.1.
Vazão eficaz (Vef ): É constituída pela soma de duas partes, avaliadas separadamente, sendo uma a vazão
relacionada às pessoas e a outra a vazão relacionada à área ocupada. É calculada pela equação abaixo:
Vef = Pz . Fp + Az . Fa, onde:
- Vef é a vazão eficaz de ar exterior, expressa em litros por segundo (L/s);
- Fp é a vazão por pessoa, expressa em litros por segundo por pessoa ((L/s) / pessoa);
- Fa é a vazão por área útil ocupada L/s por m2 ((L/s) / m2) ;
- Pz é o número máximo de pessoas na zona de ventilação;
- Az é a área útil ocupada pelas pessoas, expressa em metros quadrados (m2).
Os valores a adotar para Fp e Fa estão estipulados na Tabela 1 da norma para três diferentes níveis:
Nível 1 - Nível mínimo vazão de ar exterior para ventilação
Nível 2 - Nível intermediário da vazão de ar exterior para ventilação
Nível 3 - Vazões ar exterior para ventilação que segundo estudos existem evidências de redução de
reclamações e manifestações alérgicas. 18
Cálculo da Vazão Eficaz – uso da tabela Módulo 4
As vazões de ar exterior estipuladas são baseadas na proibição de fumar nos recintos (exceto local
reservado) e ar exterior com densidade do ar 1,2 kg/m3 (a vazão deve ser corrigida para a densidade
efetiva). São apresentados também valores para exaustão para alguns ambientes específicos em L/s por
m2. No caso que a vazão por esse critério seja maior, o ar de reposição para a exaustão pode ser
proveniente de recintos vizinhos, porém em nenhum caso, o ar calculado pelo critério de qualidade deve
ser recirculado para outros recintos. A seguir é apresentado um extrato da tabela 1 da norma:

A Tabela 1 lista também


valores típicos esperados da
densidade de ocupação D,
em pessoas por 100 m2.
Estes valores devem ser
adotados para projeto
apenas quando o número
efetivo de pessoas no
recinto não for conhecido.

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Vazão de Ar Exterior do Ambiente e do Sistema Módulo 4
A vazão a ser suprida em cada ambiente ainda precisa ser corrigida pela eficiência de distribuição de ar na
sala, pela seguinte expressão: Vz = Vef /Ez , onde: Vz é a vazão de ar exterior a ser suprida no ambiente
e Ez é a eficiência da distribuição de ar na zona, dada pela tabela 2 da norma. Nos casos de sistemas de
ar condicionado que atendam a mais de um ambiente, e em que haja mistura de ar de retorno e ar
externo no suprimento dos ambientes, ou seja, não exista um sistema central específico para o ar
externo, a norma estipula um método simplificado para o cálculo da vazão total de ar exterior da Vs:
Vs = [D.  (Pz . Fp) +  (Az . Fa )] /Ev , onde D é o fator de diversidade de ocupação (que corrige somente
a fração do ar exterior relacionada às pessoas), definido como: D = Ps / Pz , onde:
Ps é o total de pessoas simultaneamente presentes nos locais servidos pelo sistema;
 Pz é a soma das pessoas previstas em cada ambiente;
Ev é a eficiência do sistema de ventilação em suprir a vazão eficaz de ar exterior requerida em cada
ambiente. É determinado pela tabela 3, em função do maior Zae , sendo que:
Zae Vz / Vt, onde Vt é vazão total de ar insuflada no ambiente condicionado.

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Poluentes Químicos do Ambiente Interior Módulo 4
A NBR 16401-3 apresenta, em caráter
informativo, uma lista de alguns poluentes
químicos mais comuns, indicando as
concentrações consideradas aceitáveis por
diversas entidades internacionais. É dado um
tratamento especial aos níveis aceitáveis de
concentração de CO2 nos ambientes. O CO2
não é tóxico, irritante e de nenhuma maneira
nocivo à saúde ou ao bem-estar, exceto em
concentrações altas, quando desloca o
oxigênio do ar em proporção tal que dificulta
a respiração, podendo se tornar fator
asfixiante. A emissão de CO2 pela respiração
é acompanhada da emissão dos demais
efluentes biológicos humanos como odores.
Por este motivo, a concentração de CO2 no recinto acima da concentração no ar exterior é considerada
um indicador válido do nível de poluição produzido pelas pessoas. Isoladamente, no entanto, não pode
ser considerado, um indicador da qualidade do ar do recinto, pois inúmeros poluentes químicos
presentes, além dos produzidos pelas pessoas, não têm nenhuma relação com a concentração de CO2. A
concentração máxima de CO2 de 1000 ppm no recinto, embora frequentemente citada como critério de
qualidade aceitável, não indica necessariamente um limite a ser respeitado, desde que a medição não
ultrapasse em mais de 700 ppm a concentração no ar exterior. Esta normalmente oscila entre 400 ppm a
600 ppm. Estudos têm estabelecido que, num recinto ocupado por pessoas sedentárias ou em atividade
leve, uma taxa de renovação de ar de 7,5 L/s (27 m3/h) por pessoa pode ser considerada aceitável. Esta
taxa conduz a elevação da concentração no recinto em relação ao ar exterior, em torno de 700 ppm. 21
Exemplo de Cálculo da Vazão de Ar Externo Módulo 4

Sistema central
de ar externo

Os valores em m3/h
foram majorados em 5%

22
Transmissão de calor pelas fronteiras internas Módulo 4
O ganho de calor pelas paredes, tetos e pisos do ambiente a ser condicionado que faz fronteira com
outros ambientes do prédio, deve ser considerado sempre que estes últimos estiverem a uma
temperatura superior ao do ambiente em questão. Caso os ambientes vizinhos sejam condicionados,
nenhuma carga térmica será adicionada, já que não haverá diferencial de temperatura. Porém, deve ser
avaliado se a instalação poderá funcionar em horários em que os ambientes vizinhos não estejam
condicionados, como por exemplo, nos finais de semana ou a noite. Se os ambientes vizinhos se
mantiverem a temperaturas superiores, o ganho deverá ser considerado pela seguinte equação:
q = U A ∆T, ou q = U A (Tv – Ti) , onde:
U → é o coeficiente global de transmissão de calor, já estudado no módulo 1;
A → é a área da parede, teto ou piso;
Tv → é a temperatura de projeto a ser considerada para o ambiente vizinho
Ti → é a temperatura de projeto do ambiente a ser condicionado
Notas:
1) Para determinação da temperatura de projeto do ambiente vizinho Tv , o projetista da instalação
deverá utilizar sempre o bom senso. Para ambientes sem fontes de calor significativas costuma-se
considerar uma temperatura 3°C abaixo da temperatura externa de projeto adotada (TBS).
2) Para ambientes com fontes de calor significativas, tais como cozinhas, sala de transformadores, etc., a
temperatura a ser considerada deverá ser significativamente maior, isto é, da ordem de 40 a 45°C.
3) Certos programas que calculam a carga térmica hora a hora, admitem considerar a temperatura do
ambiente vizinho como um percentual entre as temperaturas externa e interna de projeto, e portanto,
esta também variará hora a hora.
4) Para ambientes com pisos diretamente sobre o solo ou sobre subsolo não ventilado, sem fontes de
calor significativas, o ganho de calor pode ser desprezado.
23
Transmissão de calor pelas fronteiras externas Módulo 4
Insolação: Como a órbita da Terra é ligeiramente elíptica, o valor da insolação, ou seja, do fluxo de calor
incidente em uma superfície perpendicular aos raios do Sol, varia ligeiramente ao longo do ano (em
torno de 1.413 a 1.332 W/m2 com um valor médio de 1.367 W/m2). Considerando o movimento
aparente do sol, que depende da localização da edificação no globo terrestre (latitude e longitude), e
também a orientação geográfica das superfícies insoladas em relação ao norte geográfico (rosa dos
ventos), o fluxo real de radiação incidente deverá ser calculado caso a caso. Para uma superfície externa
de um prédio, este valor varia hora a hora em um determinado dia do mês, e mês a mês ao longo do
ano, ou seja, está em constante mutação. Por isso, torna-se bastante complexa a avaliação da carga
térmica devida à insolação. Como para cada latitude, essa trajetória teoricamente se repete a cada ano,
para cada local é possível trabalhar sempre com uma única posição espacial e um único valor de
radiação para cada hora do dia, estação do ano e orientação escolhida. Para efeito de projeto, o
primeiro passo é a compreensão da posição solar. A posição espacial do Sol pode ser reproduzida no
projeto em função da sua altura solar (α) e o seu azimute (a). Se sobre um plano no solo, se marcar a
direção dos pontos cardeais e uma projeção do Sol sobre esse plano em determinado instante, chega-
se ao azimute que será o ângulo plano que esta projeção fará com o Norte. O ângulo que esta projeção
horizontal forma com o Sol é denominado de altura solar α (ver figura abaixo).
Notas: Movimento aparente do sol
no hemisfério sul
1) Na realidade, as condições de nebulosidade e
poluição também influenciam, atenuando o valor
da insolação.
2) Para o cálculo de carga térmica manual, a
insolação para uma dada superfície é dada por
tabelas empíricas. Nos programas de cálculo mais
sofisticados, ela é considerada através de cálculos
geométricos precisos. 24
Superfícies externas translúcidas e opacas Módulo 4
Translúcidas: Como já foi visto no módulo 1, parte da radiação que incide sobre uma superfície externa
translúcida (janelas, claraboias, etc.) de um prédio pode ser transmitida diretamente e são considerados ganhos
instantâneos de calor sensível. Porém, esses ganhos não são convertidos imediatamente em carga térmica de
resfriamento devido ao efeito de armazenamento térmico da construção. A outra parte da radiação é refletida
de volta para o ambiente externo ou é absorvida pela superfície, sendo transmitida por convecção e condução
para os ambientes externo e interno. Portanto, somente uma parcela desta segunda parte é transmitida para o
interior do ambiente condicionado. Os percentuais transmitidos, refletidos e absorvidos pela superfície, são
função do ângulo de incidência, e das características construtivas da superfície (material, espessura, cor), sendo
fundamentais para a avaliação da carga de resfriamento necessária para manter as condições internas
desejadas. Além disso, temos os ganhos de calor por condução e convecção devidos às diferenças de
temperatura entre o exterior e o interior da construção. Portanto, toda essa complexidade é levada em conta
nos cálculos efetuados por meios computacionais, sendo, entretanto, difícil de ser considerada nos métodos
manuais que utilizam fatores empíricos. Geralmente, o cálculo é feito pela seguinte equação: q = A . FGS, onde:
q é o calor transmitido em W; A é a área do vidro ou similar em m2 e FGS é o fator de ganho solar em W/m2 ,
tabelado para o vidro comum e para condições padronizadas.
Opacas: No caso das superfícies opacas (paredes, lajes, etc.), os ganhos de calor são similares, excetuando-se os
ganhos por radiação direta. Os cálculos mais precisos continuam sendo complexos, por isso, no cálculo manual,
é usado o conceito de diferencial de temperatura equivalente (∆Teq). Este é um número fictício que define o
valor do diferencial de temperatura entre o ar externo e o ar interno, que na ausência de todas as trocas de
radiação, fornece a mesma taxa de fluxo de calor (q) na superfície externa da parede do que a combinação real
de diferença de temperatura e trocas de radiação. Ele leva em consideração a massa da parede ou teto, a faixa
de temperatura diária (que afeta o armazenamento de calor), a cor da superfície externa (que afeta a taxa de
absorção de calor solar), a latitude e o mês. Esse valor é tabelado para superfícies verticais (paredes) e
superfícies horizontais (tetos) admitindo-se certas condições padronizadas. Para o projeto real, ele tem que ser
corrigido por diversos fatores. Assim, o calor transmitido por paredes opacas pode ser calculado para uma
determinada hora de projeto pela equação: q = U . A . ∆Teq , tirando toda a complexidade matemática do cálculo.
25
Sombreamento externo Módulo 4
Como já visto anteriormente, a radiação solar chega à superfície terrestre porque a atmosfera é
transparente para uma parte dessa radiação. Se houver um obstáculo não transparente, os efeitos da
radiação são eliminados ou atenuados. Portanto, a forma mais eficiente de se reduzir a radiação solar, é
interceptá-la, antes desta alcançar as fachadas externas dos prédios. Nos grandes centros urbanos, é
comum termos fachadas de prédios sombreadas por prédios mais altos, ou mesmo por montanhas e
árvores. Entre as maiores cargas a serem combatidas pelos sistemas de ar condicionado estão aquelas
relativas a transmissão por superfícies translúcidas, tais como janelas de vidro. No entanto, uma
abertura translúcida totalmente sombreada pode ter seu ganho de calor reduzido em até 80%. Alguns
artifícios são utilizados nos projetos de arquitetura para minimizar a ação da radiação direta nas janelas
das fachadas externas dos edifícios. Os mais comuns são as projeções horizontais das marquises
(overhang), as aletas verticais ou horizontais (fin ou brise soleil) e o recuo da janela em relação à
fachada da construção (reveal depth). A área em sombra deve ser debitada da área de vidro insolada.
As figuras abaixo ilustram os vários tipos de sombreamento das janelas de vidro. Como o ângulo de
sombreamento depende da posição do sol, o sombreamento externo requer cálculo hora-a-hora o que
dificulta o cálculo manual.

26
Sombreamento interno Módulo 4
A maioria das aberturas envidraçadas possui algum tipo de sombreamento interno, seja com a
finalidade de reduzir a carga de radiação solar diretamente sobre os ocupantes, ou por simples estética.
Os tipos mais usuais são as cortinas e as venezianas internas. A eficiência destes dispositivos depende
de sua propriedade em refletir a radiação de volta para o exterior, antes que seja convertida em calor
no interior do espaço condicionado. Assim, as características construtivas e a coloração são fatores
preponderantes na definição de sua eficiência. Entretanto, devido à sua baixa massividade, todo o calor
absorvido é convertido quase que instantaneamente em carga de resfriamento, geralmente adiantando
a hora da carga de pico. Ver tabelas abaixo para diversos fatores de transmissão solar para vidros de
janelas com sombreamento.
Tabela extraída do Manual da Carrier

Tabela para vidro comum e outros

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Determinação da hora de projeto Módulo 4
Metodologia: No cálculo por métodos computacionais, o cálculo da carga térmica de resfriamento é feito
hora a hora, levando-se em conta as cargas que efetivamente devem ser computadas em que cada hora
para todos os meses do ano. Por isso, o programa determina automaticamente a hora e o mês do ano em
que acontecerá a maior carga coincidente. No cálculo manual, o cálculo hora a hora para todos os meses
do ano é inexequível. Neste caso, como o efeito da radiação solar sobre as superfícies translúcidas é o
mais pronunciado e imediato, costuma-se usar esse efeito para a determinação da hora de pico.
Dependendo do projeto, a transmissão pelo telhado pode ser adicionada, tendo em vista que seu efeito
também pode ser também bastante representativo no cálculo total. Ou seja, faz-se um cálculo preliminar
considerando-se apenas as superfícies translúcidas de cada fachada (janelas de vidro por exemplo) e /ou
a carga do telhado, e considera-se a hora de projeto, aquela que resultar no maior valor de transmissão
ao longo do ano. Para projetos com diversas superfícies externas, isso pode ser bastante trabalhoso.

Exemplo (baseado no Manual da Carrier): Determinar a hora de


projeto para uma sala que tem áreas envidraçadas equivalentes nas
parede externas Oeste e Sul. Considerar 40° de latitude Norte.
Solução: Primeiramente entrar na tabela 6 do Carrier (mostrada na
página a seguir) que indica os picos de ganho solar através de vidros
para 40° de latitude Norte e verificar os meses com os maiores picos
para paredes Oeste e Sul simultaneamente. Determina-se então os
meses de Setembro, Outubro e Novembro. Para esses meses procura-
se na tabela 15 ( mostrada na página 8 a seguir) os horários de pico de
cada fachada, somando-se para determinar o pior caso. Os cálculos
encontram-se ao lado, mostrando que deve ser considerado o mês de
Outubro, 15h (3 p.m.)
Nota: As correções da tabela não precisam ser feitas já que se aplicam
em ambos os casos.
28
Pico de ganho solar para vidros comuns Módulo 4
Tabela extraída do Manual da Carrier:

29
Ganho solar para vidros comuns Módulo 4
Tabela extraída do Manual da Carrier:

30
Planilha de cálculo do Manual da Carrier Módulo 4

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