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A POLÍTICA DA LIBERDADE

1. Os liberais clássicos

a. a essência da liberdade era a ausência de interferência alheia.


b. Isso contudo, não significava que o Estado deveria desaparecer…
c. A liberdade não deveria ser absoluta, cabendo ao Estado impor certas restrições…
d. Segundo John Stuart Mill: “... sem restrições, a liberdade dos peixes grandes podia
ser a morte dos peixes pequenos”
e. O Estado porém, não tinha o direito de invadir certa área da liberdade pessoal: a
autodeterminação
f. Criou-se então uma lista básica dos direitos a serem resguardados em nome da
liberdade
i. liberdade de opinião (incluindo a liberdade religiosa), liberdade de
privacidade, liberdade de expressão. liberdade de propriedade.
g. Caso o Estado desrespeite essas liberdades básicas, estará cometendo abuso de
poder e despotismo.
h. as reivindicações dos liberais eram acima de tudo morais: as pessoas tem o direito
de viver a propria vida, em consonância com seus proprios valores

2. Os socialistas justificavam a interferência na liberdade individual como meio de promover o


bem-estar comum. Para os liberais isso era uma falsa dicotomia. A liberdade individual não
só era perfeitamente compatível com o progresso econômico e com a harmonia social
como era pré-requisito de ambas as coisas.
3. Os liberais receavam que as pessoas se esquecessem do verdadeiro significado da
liberdade. Mesmo que o Estado faça algo que se aprove --- como tributar os ricos e ajudar
os pobres --- é preciso reconhecer que, agindo assim, ele diminui a liberdade e que todo
assalto à liberdade conta pontos para a supressão da liberdade.
4. Para Macaulay, o governo deve restringir-se aos seus deveres legais minímos, deixando
que o mercado e a sociedade cuidem do resto.
5. O conceito de liberdade foi distendido --- ou pervertido
1. [...] isso tem ocorrido em consequência de uma mistura de dissimulação estatal
e reinvidicação popular
1. Exemplos: As forças policiais do Estado mantêm os cidadãos sob
vigilância constante por meio de câmeras de segurança.
2. Órgãos estatais secretos monitoram todas as comunicações
3. O Estado controla o que é ensinado nas escolas...
4. O Estado dá instruções sobre como subir escadas ou descartar o lixo
5. O Estado como radiodifusor jorra programas de televisão e de rádio
24h por dia.
2. A redução gradual da importância da liberdade no Ocidente tem preocupado
alguns libertários e uns poucos filósofos, ... mas de modo algum tem
provocado gritos de protesto por parte do público mais amplo. Muito pelo
contrário.
3. Para os velhos liberais clássicos, a associação entre governo grande e
democracia de massa era uma perspectiva assustadora. A democracia,
advertiam, não passaria de evolução da tirania monárquica se simplesmente
convertesse a opressão exercida por poucos em opressão exercida por muitos.
Os Pais Fundadores elaboraram um Declaração de Direitos e constituíram uma
Suprema Corte para limitar a atuação do Estado, mesmo quando fosse
respaldado pelos desejos da maioria....
4. Assombrado pelo medo do despotismo brando, Tocqueville enfatizou a
importância de restituir o poder do centro para as localidades: essa foi uma das
razões de seu fascínio pelos Estados Unidos.
5. Macaulay salientou a importância de selecionar os melhores e os mais
brilhantes para os altos cargos ... a elite do serviço público agiria como barreira
ao poder de legislatura.
6. Sob muitos aspectos, o que os velhos liberais tanto temiam acabou
acontecendo. Votou-se reiteradamente pela ampliação do papel do Estado. Daí
não resultou, porém, o aprimoramento da democracia nem do Estado. A
democracia ficou um tanto esgarçada --- tema de nossa conclusão.
6. Já o Estado atolou num paradoxo: o governo apoiado pela vontade democrática geral,
nunca foi tão poderoso; mas condição inflada e onerosa, porém, faz com que ele
raramente tenha sido tão ineficiente e pouco apreciado.
7. Abrimos mão de muitas liberdades e pouco ganhamos em troca

O PARADOXO DO LEVIATÃ

1. Os eleitores de hoje sentem grande desprezo pelos seus governantes...


2. A maré de hostilidade está tornando o governo mais complicado
3. Os governos de coalizão estão virando regra: em 2012, apenas quatro dos 34 países
da OCDE tinham governos com maioria absoluta no Parlamento.
4. E a paralisia está ficando cada vez mais comum. O Congresso dos Estados Unidos
não aprova um orçamento no prazo desde 1997. A Bélgica passou 541 dias sem
governo em 2010-1. O Estado Ocidental está em plena crise de meia-idade.

A SOBRECARGA E OS SEUS DESCONTENTES

1. Em todo este livro, referimo-nos ao Estado como Leviatã, um monstro faminto de


poder
2. O Estado moderno, porém, também é como Augustus Gloop, o garoto guloso de A
Fantastica Fabrica de Chocolate: está sendo punido por seus próprios instintos
arraigados, por receber demais do que mais anseia --- obrigações demais, poder
demais. O Estado, como o personagem, sorveu demais do rio do chocolate.
3. Esse empazinamento é culpa tanto da esquerda quanto da direita. A principal culpada
é a esquerda, que reiteradamente, reinterpretou os conceitos de igualdade,
fraternidade e liberdade para justificar o empanturramento do Estado.
4. Não mais se associa liberdade à ausência de interferências externas, mas sim a
inexistência de flagelos sociais, como ignorância ou necessidade.
5. Daí resultam consequências práticas. Muitas das áreas em que o Estado é mais
ineficaz são aquelas em que é incumbido de realizar sonhos impossíveis.
6. Ao analisar a questão de por que tantos programas de governo são ineficazes ou
contraproducentes, um dos maiores economistas do século XX, Ronald Coase, disse
o seguinte:
a. Uma razão importante pode ser o fato de o governo hoje ser tão grande que
chegou à fase de produtividade marginal negativa, ou seja, qualquer função
adicional que venha a assumir provavelmente resultará em mais perdas do
que ganhos
7. A agenda progressista derrotou a si mesma. Cada novo órgão, programa ou direito
social do governo torna mais difícil para o Estado concentrar-se em suas funções
essenciais.
8. Outra causa da tendência à autodestruição é a imersão em círculo vicioso: O Estado
fica cada vez maior porque os eleitores exigem cada vez mais dele; mas perdem a
confiança nele quando começam a sentir seu peso crescente, o que os torna ainda
mais exigentes. As próprias forças que impulsionavam a expansão do Estado ao
mesmo tempo enfraquecem as reinvidicações de autoridade pelo Estado.
9. O empanzinamento, porém, não tem sido trabalho somente da esquerda. A direita
também pode ser igualmente culpada desse golpismo.
10. Exemplo: atentado de 11 de setembro
11. O equilíbrio entre liberdade e segurança se deturpou de tal maneira que talvez não
tenha aumentado a segurança, mas decerto comprometeu a liberdade
12. Bradley Manning e Edward Snowden desvendaram o Leviatã realmente secreto,
capaz de classificar mais de 92 milhões de documentos por ano e de conceder a 1,8
milhão de pessoas credenciais de “alta segurança”
13. A autoridade incumbida de monitorar conversas privadas de cidadãos americanos (e
de cidadãos estrangeiros) foi nomeada por mandado judicial secreto, emitido por
tribunais secretos, baseados em interpretações secretas da lei.
14. Tudo isso é sintomático da sobrecarga impingida ao Estado tanto pela esquerda
quanto pela direita.
15. O governo é um conglomerado hipertrofiado, envolvendo tantos negócios diferentes
que até o alto escalão mal sabe o que está acontecendo nas áreas mais afastadas da
organização.
16. Jonathan Rauch expressa muito bem esse senso de alienação em Demosclerosis.
17. O governo americano, diz ele, “transformou-se no que continuará sendo: uma
estrutura difusa, em grande parte auto-organizada, de 10% a 20% sobre o controle de
políticos e eleitores, e de 80% a 90% sob o controle de inúmeros grupos de clientes”.
18. Quando uma empresa está fora do controle, ela tende a perder dinheiro e a acumular
dívidas.
19. O governo inglês gerou superavit orçamentário apenas seis vezes desde 1975.
20. O governo dos Estados Unidos gerou superávit orçamentário em apenas cinco desde
1960.
21. Um número impressionante de países tem acumulado dívidas equivalentes a mais de
100% do PIB.
22. Pouquissímos desses empréstimos servem para financiar investimentos. De Baltimore
a Brasília, as dívidas servem para engordar direitos sociais.
23. George Bernard Shaw certa vez gracejou que os políticos sempre podem confiar no
voto de Paul se lhe derem o dinheiro que roubaram de Peter. Esse artifício disfarça o
problema da democracia, uma vez que Paul é velho e Peter ou é criança ou ainda não
nasceu.

ATENUANDO O ENCARGO

1. Nossa perspectiva é liberal: queremos que o Estado seja menor e que os indivíduos
sejam mais livres.
2. Também acreditamos que a redução do Estado precisa ser temperada pelo
pragmatismo.
3. “O Estado é a mais preciosa das conquistas humanas”, escreveu Alfred Marshall em
Industry and Trade, de 1919, “e nenhuem esforço será grande demais se for envidado
para capacitá-lo a realizar seu trabalho da melhor maneira: a principal condição para
esse fim é não incumbir-lhe de trabalho para o qual não esteja especialmente
qualificado, em termos de época e lugar”.
4. O Estado pequeno, mas forte, é preferível ao grande, mas fraco, não só porque o
Estado grande se intromete em nossas vidas e é muito dispendioso, mas também
porque, em geral, não executa suas tarefas básicas.
5. Bernard Baruch, que foi assessor de Woodrow Wilson e de Franklin Delano
Roosevelt, sempre recomendava: “votem em quem promete menos; porque será o
menos decepcionante”.
6. Como os governos podem atenuar essa carga? Argumentamos no capítulo anterior
que melhorar a gestão e fazer uso mais inteligente da tecnologia pode contribuir para
agilizar o Leviatã.
7. Também é preciso, porém, restringir o que o Estado tenta fazer.
8. Existem três setores principais nos quais o Leviatã precisa aliviar sua carga
urgentemente:
a. primeiro, não mais vender bens e serviços que não são de sua competência,
revivendo portanto, os programas de privatização, velha causa da direita;
b. segundo, cortando subsídios que afluem para os ricos e bem relacionados,
velha causa da esquerda; e
c. terceiro, reformando os direitos sociais para garantir que sejam direcionados
para quem realmente precisa deles e que sejam sustentáveis no longo prazo,
velha causa de todos os que se importam com a saúde do Estado.
DEIXE QUE MAIS ALGUÉM USE A PRATA

1. A privatização é a mais notável obra inacabada da meia revolução dos anos 1980, aos
olhos dos conservadores.
2. Ainda é impressionante quanta “prata da família” o Estado ainda retém sob a forma de
empresas, prédios e terras.
3. A venda da prata da família é uma excelente maneira de reduzir a dívida que esmaga
tantos países, e também uma ótima alternativa para gerenciar melhor a prataria.
4. Os governos ainda detêm grandes nacos das “indústrias de rede”, como transportes,
eletricidade e comunicações, sobre o fundamento de que constituem bens públicos e
recursos nacionais estratégicos: as empresas privadas poderiam usar o poder de
mercado para extorquir os consumidores ou excluir os pobres, e os investidores
estrangeiros poderiam comprá-las para construir cabeças de ponte em mercados
externos. Com efeito, tanto quanto essas objeções façam sentido, haveria como
manejá-las pela regulaçãom em vez da propriedade.
5. Os Estados Unidos, assim como a França, que detém £60 bilhões em ações de
empresas como Renault e France Telecom, também pratica o capitalismo de Estado,
ainda que no armário.
a. Os EUA perderam a onda de privatização das décadas de 1980 e 1990
b. Alguns países já privatizaram correios, presídios e aeroportos – Os EUA não.
c. O portfólio de imóveis subtulizados dos EUA, abrangendo prédios e terras, é
extremamente amplo.
d. A direita americana parece inusitadamente lenta em considerar a ideia de
privatização. Ignorância é uma razão. O governo americano, mormente em
nível local, não tem ideia do que possui. Outro motivo é a intransigência....

CAPITALISMO CLIENTELISTA ÀS MARGENS DO POTOMAC

 Se a privatização é o grande ponto cego da direita americana, os subsídios para os


ricos é o da esquerda.
 Até hoje, a esquerda se empenha em aumentar os impostos em nome da
redistribuição. Seria muito melhor que se concentrasse no desmonte do Estado de
bem-estar social para os plutocratas dos Estados Unidos. Nesse caso, dois seriam os
alvos promissores:
o Primeiro, o capitalismo de laços, ou seja, todos os subsídios para indústrias
bem relacionadas.
o Segundo, a tributação de pessoas físicas que, como vimos, sofre distorções
maciças resultantes da leniência com os ricos.
o [...] o capitalismo de laços descontrói bens públicos para a geração de ganhos
privados, abarrotando os bolsos dos poderosos, solapando a competitividade
da economia e desviando recursos em escala desmensurada.
o O setor de atividade com a mais longa tradição de mamar nas tetas do Estado
é a agricultura.
 Os pagamentos dos subsídios são fortemente enviesados para os
grandes produtores: os 10% maiores receberam 68% de todos os
subsídios em 2010
 Os subsídios agrícolas transferem dinheiro dos pagadores de
impostos, em geral, para os ricos.
o A indústria açucareira, que tanto contribui para a epidemia de obesidade nos
EUA, tem um histórico especialmente perverso de relacionamento com o
Congresso, mas, ainda assim, os políticos continuaram cevando o lobby.
o A melhor desculpa que o lobby agricola dos Estados Unidos pode usar é o fato
de os agricultores da Europa serem muito mais mimados
o Se a agricultura é a grande matrona do capitalismo de laços, o setor financeiro
é a nova patricinha da vizinhança. O setor financeiro hoje emprega mais
lobistas que qualquer outro: quatro para cada congressista. Wall Street
praticamente escavou um túnel com acesso direto ao Tesouro: quatro dos
últimos sete secretários do Tesouro tinham vínculos estreitos com os bancos
de investimentos.
o E, como no caso da agricultura, todo esse tratamento especial dispensado ao
setor financeiro semeia burocracia e distorce o capitalismo.
o A eliminação dos subsídios à produção de combustíveis fósseis proporcionaria
ao governo americano economias de US$ 40 bilhões ou mais nos próximos
dez anos.
o Os gastos com lobby em Washington mais que dobraram nos últimos quinze
anos.
o A batalha contra o capitalismo de laços é mais velha que a própria América...
o Nada menos que 77% dos americanos acreditam que as famílias ricas e as
grandes empresas já desfrutam de muito poder.
 Alvo ainda mais importante para os “Verdadeiros Progressistas” são todos os gastos do
Estado que se espargem sobre os afluentes.
o O sistema tributário americano, como já vimos, está repleto de lacunas e
exceções.
o As renúncias fiscais somam US$ 1,3 trilhão, ou 8% do PIB.
o A maioria dos países é complacente com os abastados, mas os Estados
Unidos são muito mais condescendentes
o Uma vez que as “renúncias fiscais” ou “desonerações tributárias” não
aparecem como gastos públicos, poucos americanos sabem quanto o Estado
gasta com os ricos e poderosos.

PODANDO OS DIREITOS SOCIAIS

 O maior problema que afronta os governos é a explosão dos direitos sociais


 A solução da crise dos direitos sociais não só salvará o Estado da insolvência, mas
também preservará o contrato social que se encontra no cerne do Estado de bem-estar
social.
 O Estado deveria cuidar das pessoas que sofressem de problemas não atribuíveis a
elas próprias.
 O que vem acontecendo, porém, é que o governo desperdiça cada vez mais dinheiro
com baby boomers ricos que passaram boa parte da vida se empanturrando no grande
bufê ilimitado do Estado de bem-estar social.
 O exemplo dos Estados Unidos é especialmente interessante porque revela três
aspectos importantes.
o O primeiro é que os direitos sociais são a essência da questão. Eles
aumentaram de menos da metade dos gastos federais, vinte anos atrás, para
cerca de 62%, em 2012.
o O segundo é que a situação pode facilmente fugir ao controle. A dívida federal
já é alta demais, correspondendo a 73% do PIB, em 2012, mas atingirá 90% do
PIB, em 2035, caso se mantenham as atuais políticas públicas.
 A combinação de envelhecimento da população e de encarecimento
da assistência médica está aumentado cada vez mais as despesas
com direitos sociais.
o O terceiro aspecto é mais animador: é possível restabelecer a solvência do
sistema com a implementação de um conjunto de reformas relativamente
modestas.
 A obrigação mais onerosa do governo federal é a Previdência Social, que custou US$
802 bilhões em 2012, o equivalente a 5% do PIB.
o O número de beneficiários aumentará em 1,5 milhão por ano nos próximos
vinte anos. Em consequência, o custo dos benefícios será de 5,9% do PIB, em
2031.
 A situação, porém, poderá ser remediada com a mudança das regras. O melhor seria
aumentar a idade mínima para aposentadoria, que hoje é de 65 anos.
 Já se estabeleceu que a idade para aposentadoria aumentará para 67 anos, em 2022,
com ressalvas. A data de implementação da mudança deveria ser antecipada e a idade
deveria ser aumentada para setenta anos e indexada à expectativa de vida, como
acontece na Suécia.
 Os benefícios também deveriam ser reajustados pela inflação de preços, em vez de
pela inflação de salários.
 Um custo ainda mais alto é o do Medicare, que hoje se situa em 3,6% do PIB,
proporção que deve aumentar para 5,6% em 2035.
o Quanto ao aumento dos custos da assistência médica, argumentamos que há
bons motivos para supor que seja possível reverter a situação através da
reorganização dos hospitais, do uso de equipamentos frugais, da transferência
de parte dos trabalhos para profissionais de saúde não médicos, e do uso mais
intenso de aparelhos e tecnologia.
o No entanto, se os EUA realmente forem radicais, se inspiraraão em ideias
tanto da nova Ásia quanto da velha Europa.
o A ideia da Europa é o sistema de pagador único, com base sobretudo no
modelo sueco, que ofereceria cobertura universal de maneira transparente e a
custos muito mais baixos...
o Ficaria claro quanto o Estado está gastando
o O sistema de pagador único deveria contar com uma junta médica
independente que avaliasse o custo e a eficácia de medicamento e
tratamentos..., que, na verdade raciona o atendimento, e cobrar alguma coisa
dos pacientes, para desestimular os abusos.
o A ideia asiática, mais uma vez de Cingapura, é adotar algum tipo de
Contribuição Social para a Saúde, como abrir contas pessoais para o custeio
da assistência médica por meio de um sistema de poupança forçada.
 Também neste ponto Cingapura insiste em que os beneficiários
contribuam para o pagamento de pequena parte dos custos e que se
considerem as condições financeiras individuais para determinar o
nível de subsídio para alguns procedimentos.
 A maioria das pessoas aceitaria que o Estado pagasse um mínimo básico a todos os
cidadãos, como pensão e assistência médica. Outros direitos sociais, porém, suscitam
questões mais escorregadias referentes à equidade.
o Sob esse aspecto, a Europa é muito mais transgressora que os Estados
Unidos ao distribuir benefícios universais, como passes livres para transportes
públicos e combustíveis gratuitos para aquecimento durante o inverno, sem
considerar a capacidade de pagamento dos beneficiários.
 Outra solução é reduzir os benefícios para quem já recebe mais dos investimentos
públicos que a sociedade em geral.
o O aluno de uma universidade pública já desfruta de uma vantagem
comparativa colossal. Por que deveriam os pagadores de impostos pobres
subsidiá-los ainda mais?
 No cerne do bem-estar social --- oferecer dinheiro e serviços aos necessitados e
desempregados ---, existem três alternativas de políticas públicas mais evidentes
o Uma é a da condicionalidade
 Alguns países da América Latina vinculam a concessão de benefícios
à prática de bons hábitos, como matricular os filhos em escolas e fazer
exames de saúde periódicos.
o Outra é a reforma dos benefícios por invalidez
 Nos EUA, o pagamento de benefícios por invalidez total ou parcial para
pessoas em idade produtiva aumentou de 1,7% em 1970 para 5,4%
hoje.
 Hoje, a Dinamarca só concede benefícios por incapacidade se a
condição restritiva for permanente e se for impossível aceitar opções
de trabalho flexíveis.
o A terceira é transparência. No momento, o bem-estar se dispersa através de
muitos sistemas diferentes..., custeados por diferentes fontes de recursos.
 A ideia proposta na Inglaterra de adoção de um sistema de pagamento
único que deixe claro quanto cada pessoa está recebendo do Estado
como benefício social parece ser a abordagem certa, inclusiva ao
facilitar a imposição de tetos.
 Devia ser impossível que alguém recebesse do Estado uma
pensão superior aos ganhos de um trabalhador empregado em
uma função de baixa remuneração.
 O mesmo poderia ser adotado em relação aos vários subsídios do
governo para os ricos, deixando a situação muito mais clara
 A reforma dos benefícios sociais também deve incluir fatores que aumentem a
responsabilidade dos beneficiários.
o A idéia de que os serviços públicos devam ser gratuitos sem dúvida é atraente,
mas não funciona na prática.
o É preciso que se pague alguma coisa pelos serviços médicos (mesmo quantias
simbólicas) para demonstrar que, realmente, não há almoço de graça.
o Os beneficiários também deveriam ser obrigados a submeter-se a treinamento
depois de algum período de ociosiadade.
 Hoje, porém, a economia está passando por fase extremamente disruptiva: a
tecnologia da informação está revolucionando setores inteiros, enquanto a globalização
está redistribuindo o trabalho.
o Os trabalhadores precisam aprimorar suas qualificações se quiserem
conseguir novos empregos.
 Ainda que pareça impiedosa ou sentenciosa, a proposta é, na verdade, compatível com
o espírito original do Estado de bem-estar social.
 Em seu projeto de Estado de bem-estar social de 1942, o inglês William Beveridge
receava que a nova ordem social entrasse em colapso se subsidiasse a ociosidade ou
tolerasse abusos.
o Para evitar essas situações, sugeriu a imposição de limites rigorosos ao
período em que alguém fosse sustentado na ociosidade.
 É melhor ser judicioso que caridoso.
 Também é preferível ser justo com as gerações futuras a empobrecê-
las para custear a prodigalidade das gerações presentes.
 Reinteradamente os governos repassam os custos de financiamento dos programas de
benefícios sociais em curso para as gerações futuras, que não podem opinar sobre a
escolha.

ACORDE, MAGGIE

 Seriam as propostas acima viáveis? Muito pouco do que se sugere aqui já não foi
posto em prática por outros governos.
 A reforma tem tanto a ver com mudança de mentalidade quanto com redesenho da
estrutura.
 Reagan e Thatcher embarcaram em algo mais ou menos semelhante, e decerto
mudaram o debate.
 Ainda assim, porém, promoveram apenas meia revolução. Por que desta vez seria
diferente? A oportunidade agora é maior (muito semelhante a revolução vitoriana) por
duas razões.
o A mais importante é a revolução da informação
 A revolução da informação também transformou a sociedade, criando
uma classe de consumidores acostumados com a gratificação
imediata, democratizando a informação e, como vimos, facilitando a
reforma das funções centrais do governo, como educação, saúde,
ordem pública e segurança.
o A segunda razão se relaciona com competição
 Agora, como vimos, enfrentamos ameaça real e imediata, imposta pelo
Oriente. As empresas asiáticas estão superando as ocidentais não
apenas no trabalho braçal, mas também em trabalho cerebral.
 A competição talvez desperte coragem nos políticos para reformar a
máquina do governo.
 Temos, portanto, uma oportunidade de ouro para completar a revolução da década de
1980 (reformar o governo a partir das fundações e incutir mais liberdade no cerne das
relações do Estado com os cidadãos)
 Estaria, porém, a democracia à altura da missão?
 A democracia parece responsável pelo inchaço do Estado e do governo.
 A democracia também está ficando cada vez mais disfuncional à medida que o
Ocidente se defronta com problemas de escassez.
 Poderá o sistema democrático enfrentar escolhas tão difíceis? Será ele capaz de lidar
com a escassez, assim como lidou com a fartura?
 Na conclusão deste livro, argumentaremos que a democracia ainda é um enorme
triunfo para o Ocidente.

A defesa da limitação do governo não se restringe à ampliação da liberdade. Também almeja a


restauração de todo o potencial da democracia.

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