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A ORGANIZAÇÃO BUROCRÁTICA E AS DIFERENTES FORMAS

ORGANIZACIONAIS.

A burocracia, segundo Max Weber, principal autor dessa temática, é uma forma de
autoridade legitimada pela racionalidade-legal presente no processo de
modernização social, no qual se vislumbra a emergência de uma lógica
mercadológica. Nesse sentido, destaca-se que Weber não considerou burocracia
como um tipo de sistema social, mas como um tipo de poder ou de dominação.
Ao estudar as relações entre a economia e a sociedade, Weber aponta as formas de
autoridade legitimadas por diversos elementos que são condizentes com a história e
com as características sociais, políticas e econômicas da época.
A partir desta perspectiva, nas sociedades antigas, o poder dos anciãos, dos
patriarcas, bem como do senhor feudal era legitimado pela autoridade tradicional,
garantida pela religião, pelas crenças e pelos costumes sociais. Tanto neste período,
assim como na sociedade industrial, a autoridade carismática, obsevada por
Weber como aquela que se baseia nas características pessoais excepcionais de um
indivíduo, como os profetas, heróis, guerreiros e líderes, se faz presente. Mas, é na
sociedade moderna, formada a partir dos aspectos da industrialização e da
formação do Estado que prevalece a autoridade racional-legal. Esta refere-se à
autoridade baseada nas regras e nas normas estabelecidas por um regulamento
reconhecido e aceito por todos os membros de dada comunidade. O ordenamento
jurídico estabelece competências, direitos e deveres a cada função e a autoridade
se impõe pela obediência a esses princípios que são limitados pelas regras. A partir
dessa mesma lógica de raciocínio, em uma empresa um regulamento é válido se foi
elaborado por uma autoridade detentora do direito legal de fazê-lo.
Este tipo de autoridade, que não é personalista, como no caso da autoridade
tradicional ou carismática, está mais adaptado às mudanças sociais e ao surgimento
da sociedade industrial. Nesse sentido, a legitimidade da autoridade racional-
legal não tem mais o caráter divino, sagrado e costumeiro da sociedade tradicional
e apresenta uma estabilidade mediante as normas e regras que não é possível ser
prevista na autoridade carismática, visto que esta depende do reconhecimento do
grupo social às características pessoais de um líder e que normalmente é
temporário.
Considerando os valores econômicos clássicos típicos da industrialização, a
autoridade tradicional e carismática não eram compatíveis com o que se
considerava na época como conduta racional e calculada que pressupunha certa
estabilidade das regras e sua continuidade. A autoridade racional-legal, baseada na
obediência a regras específicas e que tendem a perdurar ou são mudadas conforme
procedimentos racionais bem estabelecidos é compatível com uma atividade
econômica que propõe investimento a longo prazo.
Entretanto, a racionalidade-legal em que se apoia a burocracia é um fenômeno
antigo. Ela existia no antigo Egito, na China e em Roma. Na Europa a burocracia
moderna se desenvolveu sob a proteção do absolutismo real no começo da era
moderna, em meados do século XV. Durante estes períodos a burocracia se
desenvolveu por meio de diversos elementos que permitiram a sua consolidação
enquanto estrutura burocrática: a racionalização do direito que passou a ser escrito
e organizado de forma hierárquica e lógica em procedimentos jurídicos, substituindo
o direito medieval tradicional; a centralização do direito estatal devido a crescente
facilidade de comunicação e transporte entre as diversas regiões; o surgimento e a
consolidação das indústrias e o predomínio da racionalidade técnica e a
consolidação da sociedade de massa.
A burocracia busca organizar, de forma estável e duradoura, a cooperação de um
grande número de indivíduos, cada qual exercendo uma função especializada.
Separa-se a esfera pessoal, individual e familiar da esfera do trabalho na sociedade
industrial, demonstrando uma ruptura com os padrões da sociedade tradicional onde
a esfera familiar e o do trabalho se confundia. O caráter pessoal das relações
humanas no trabalho (característicos das corporações artesãs da idade média) foi
sendo substituído pela impessoalidade das relações de trabalho. O aspecto
pessoal passa a ser visto com desconfiança na sociedade industrial.
A estrutura burocrática e a lógica impessoal é baseada nos seguintes princípios:
 A existência de funções definidas e competências determinadas
rigorosamente por leis ou regulamentos. A divisão de tarefas é feita
racionalmente, baseada em regras específicas, a fim de permitir o alcance
dos objetivos da organização.
 Os membros deste sistema têm direitos e deveres definidos pelas regras e
regulamentos. As regras se aplicam igualmente a todos, de acordo com o seu
cargo.
 Existe uma hierarquia bem definida por regras e as prerrogativas dos cargos
são definidas legalmente e regulam o exercício da autoridade e seus limites.
 O recrutamento é feito por regras previamente estabelecidas, garantindo a
igualdade formal na contratação.
 A remuneração deve ser igual para o exercício de cargos e funções
semelhantes.
 A promoção e o avanço na carreira devem ser regulados por normas.
 Há uma separação completa entre a função e as características pessoais
individuais do indivíduo que a ocupa.
Em resumo a burocracia é uma solução organizacional que tenta evitar a
arbitrariedade, o confronto entre indivíduos e grupos e o abuso do poder. Seu
objetivo é o de organizar a atividade humana de modo estável para a consecução
dos fins da organização. A rotinização do trabalho humano e a utilização de regras
oferecem a segurança, mediados por etapas e processos estabelecidos. Tenta-se
minimizar as incertezas e riscos.
Dadas essas características, a organização burocrática foi a forma empresarial
adotada pelas empresas com o objetivo de tornarem-se competitivas dentro de uma
lógica de mercado. O pensamento administrativo surge como consequência do
processo de modernização da sociedade e é a expressão lógica da burocracia,
baseada no controle da atividade humana por meio de regras, objetivando o
aumento da produtividade e a geração de lucro na sociedade industrial. Nota-se que
esses aspectos ressaltam a tentativa de dominação em um contexto marcado pela
racionalidade.
Neste aspecto, algumas vantagens da estrutura burocrática foram ressaltadas:
 O predomínio da norma científica sobre a lógica mística ou mágica.
 A consolidação de metodologias de análise racional, visando ao
aprimoramento do processo produtivo.
 A profissionalização das relações de trabalho e a busca da igualdade de
todos diante das regras, reduzindo o favoritismo e o clientelismo típicos
das corporações de ofício.
 A formalização das competências técnicas
 A possibilidade do isomorfismo, uma vez que o auto grau de
formalização da estrutura burocrática permite ser um modelo fácil de
ser transposto para outras sociedades e incorporado por culturas
diferentes, o que possibilita a expansão dos negócios e do comércio
global. (NÃO CITAR ISSO).
A compreensão das organizações burocráticas não pode fugir às discussões
relativas ao conceito de racionalidade. Como afirma Mouzelis (1969), é a
racionalidade que liga todas as características descritas no modelo ideal weberiano
e é ela que dá a lógica e a consistência a todo o constructo. Na verdade, o conceito
de racionalidade tem sido reconhecido como o componente mais importante do
pensamento weberiano (Kalberg, 1980). Ele está intimamente relacionado a toda a
sua discussão sobre a burocratização e a crescente perda de liberdade na
sociedade moderna.
A diferenciação dos tipos de racionalidade refere-se aos processos mentais e às
referências utilizadas neles, que orientam as ações dos indivíduos no contexto
social. Assim, de acordo com Weber (1991), as diferentes formas organizacionais
encontradas na realidade social podem ser explicadas pela predominância do
uso de tipos específicos de racionalidade. Quatro são os tipos de
racionalidade discutidos no trabalho de Weber (1991): racionalidade prática,
racionalidade teorética, racionalidade substantiva e racionalidade formal.
A racionalidade prática é aquela própria do modo de vida no qual a atividade é
julgada em relação a interesses individuais, puramente práticos e egoísticos. A
racionalidade teorética, por sua vez, envolve o domínio consciente da realidade pela
construção de conceitos abstratos, mais do que pelas ações; todo processo
cognitivo abstrato, em toda a sua forma expansiva, denota uma racionalidade
teorética. Já a racionalidade substantiva está direcionada à ação; entretanto,
diferentemente da racionalidade formal, ela se sustenta em valores como
fundamentos para sua orientação. Neste tipo de racionalidade não existe,
necessariamente, o cálculo utilitário das conseqüências das ações humanas. As
referências para a ação humana são tomadas com base em valores,
independentemente dos resultados a serem obtidos. Por último, a racionalidade
formal oferece como referência à ação humana, a aplicação de regras, leis e
regulamentos institucionalizados em determinado contexto social, com base
no cálculo utilitário de conseqüências no estabelecimento de relações meio-
fim.
Assim é que “Weber refere-se à dominação burocrática como formalmente
racional porque nela domina a ação orientada para regras e estatutos gerais,
intelectualmente analisáveis, assim como a seleção dos meios mais
adequados para o contínuo seguimento deles” (Kalberg, 1980, p. 1158).
Motta e Bresser Pereira (1986) observam que a burocracia corresponde as
organizações, tendo como elemento essencial e que a diferencia de outros sistemas
sociais a racionalidade. Em outras palavras, a organização ou a burocracia é um
sistema social racional, ou um sistema social em que a divisão do trabalho é
racionalmente realizada tendo em vista os fins visados.
Mas o que seria racional? Motta e Bresser Pereira (1986) definem como ato
racional o meio mais adaptado para se atingir um determinado objetivo, na medida
em que a sua coerência em relação aos objetivos se traduza na exigência de um
mínimo de esforço para se chegar a esses objetivos. Nesse sentido, a organização
ou a burocracia é um sistema social na medida em que a divisão do trabalho é
racionalmente realizada, uma vez que qualquer sistema social elementarmente
organizado tem por base a divisão do trabalho. O predomínio do tipo de
dominação racional-legal em um sistema social define a existência de uma
organização ou burocracia.
Em uma burocracia essa divisão do trabalho deverá ser feita racionalmente o que
permite conceituar organização como um sistema social em que a divisão do
trabalho é sistemática e coerentemente realizada, com fins visados em que há
procura deliberada de economizar os meios para se atingir os objetivos.
São três as características básica que traduzem o caráter racional das organizações:
São sistemas sociais formais; impessoais; dirigidos por administradores
profissionais, especialistas que tendem a controlá-los cada vez mais. Em primeiro
lugar, a autoridade na burocracia é racional-legal, baseada no direito. As normas são
escritas e exaustivas, de forma a rotinizar as funções. Em terceiro lugar a burocracia
se caracteriza pela hierarquia, em um sistema organizado de mando e subordinação
das autoridades. A organização toma assim a forma de uma pirâmide. Cada superior
tem sob suas ordens um número reduzido de subordinados.
As tipologias da organização burocrática apontadas por Etzioni se baseiam no poder
empregado pelos superiores para controlar os seus subordinados e a orientação
desses subordinados mediante esses poderes. Elas podem ser:
 Organizações burocráticas coercitivas: são aquelas nas quais a coerção é
a base central de controle dos participantes dos níveis mais baixo e apresenta
um alto grau de alienação desses participantes com relação a organização.
Exemplos típicos são os campos de concentração, grande maioria das
carceragens.
 Organizações burocráticas utilitárias: são aquelas em a remuneração é a
principal fonte de controle dos participantes dos níveis mais baixos e o
envolvimento calculista caracteriza a relação desses participantes com a
organização. As empresas industriais e comerciais caracterizam este tipo de
organização burocrática.
 Organizações burocráticas normativas: são aquelas nas quais o poder
normativo se sobressai, é a principal fonte de controle dos participantes dos
níveis mais baixos e a orientação em relação a organização é caracterizada
pelo alto nível de envolvimento desses participantes, mediados por diretrizes
tidas como legítimas. Exemplos: organizações religiosas, hospitais e
universidades.
 Organizações burocráticas híbridas: são organizações duais como os
sindicatos, unidades de combate (Etzioni, 1968) e organizações da sociedade
civil (Alves, 2002).
Ressalta-se que Weber não defende a burocracia e nem a criou, ele constatou
um tipo de ação racional o qual denominou de burocracia, principalmente, se
considerar o contexto social, político e econômico vivenciado por ele na
Alemanha do final do século XIX e meados do século XX.

As burocracias têm sua fonte de legitimidade no poder racional-legal e em seu


tipo ideal, puro. Este é compreendido não como o melhor tipo de
racionalidade, mas como a forma mais clara de se perceber as estruturas de
uma organização. Weber foi criticado ao não ser compreendido sobre essa
ótica. Muitos julgavam que o tipo ideal de racionalidade-legal seria aquele que
melhor apresentasse resultado na linha burocrática de pensamento.

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