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O Rito Francês Moderno e os demais ritos

praticados no Brasil
Ir.´. Marco Piva

Na maçonaria existem formas diferentes de se trabalhar (desenvolver


as reuniões) em loja, e a isso chamamos de ritos. No Brasil o rito mais
praticado é o chamado Rito Escocês Antigo e Aceito, se bem que está
muito longe do seu original. O Rito Escocês foi totalmente alterado no
Brasil, principalmente a partir da criação das Grandes Lojas em 1927.
Agiram os maçons brasileiros na época, ao contrário das Grandes Lojas
de outros países (Argentina, Chile), que adotaram o Rito York
americano ou o Craft (Oficio) / Emulation, dos ingleses, resolveram
manter o Rito Escocês mesmo, pois era o que mais crescia na época e
fazer adaptações para associar com esses ritos (inglês e americano),
para agradá-los e assim obter o tão almejado reconhecimento deles.
Enumeramos algumas das modificações feitas para agradar aos
americanos e ingleses:

 Local do Segundo Vigilante que era junto à Coluna J, passou para


o Meio Dia (meio da Coluna do Sul).

 O avental de mestre, que era orlado na cor escarlate (vermelho)


com as letras M e B destacadas, como usam hoje os Grandes
Orientes ligados à COMAB, passou a ter a cor azul celeste com
rosetas e sem as letras M e B, como no Rito Escocês Retificado e
parecido com o Rito York.

 Mudou-se a P. S. do M. M. e por isso saíram as letras do avental,


passando a usar a que já era utilizada pela maçonaria anglo-
americana. A maçonaria francesa sempre usou M. B. e não M. (só
pode ser compreendido perfeitamente por mestres maçons).

Houve outras mudanças ritualísticas importantes, mas só essas já dão


conta do que causou a primeira grande dissidência na maçonaria
brasileira, em 1927. O Grande Oriente do Brasil, ferido com a cisão, ao
invés de manter as tradições do ritual francês, que herdamos junto com
nossas glórias, foi no rastro das Grandes Lojas e piorou tudo, mais
ainda, copiando as modificações.

As lojas do GOB quase acabaram com o Rito Francês Moderno,


racional e progressista e pularam para esse rito andrógeno criado no
Brasil, teimosamente chamado de REAA. Incluíram nele várias
passagens de outros ritos e algumas dessas práticas permanecem até
hoje. Porém o mais importante para os irmãos, eram os graus. Tinham
que ter os 33 graus, senão não tinha graça. Não tinha suntuosidade,
não tinha glamour, como diriam os franceses.

O Rito Francês Moderno com seus 7 e


mirrados graus na época (hoje são 9), quase se extinguiu com essa
migração provocada, em grande parte pela disputa entre Grandes Lojas
e GOB, pelo reconhecimento da Grande Loja Mãe do Mundo, ou seja, a
Grande Loja Unida da Inglaterra. Hoje mal chegamos a 100 lojas do
Rito Francês no GOB e algumas poucas nos Grandes Orientes
Independentes (outra dissidência ocorrida em 1973), quando a maioria
das lojas, no inicio do século XX, trabalhavam nesse rito. Havia o
estimulo para serem lojas com perfil mais religioso, voltadas somente
para a ritualística, abandonando as causas sociais e políticas que
tornaram a maçonaria tão conhecida. Foi justamente aí que a
maçonaria começou um período decadente no país.

Não é o perfil ideal para nosso povo e país, somos um país em


constante transformação e com muitas ainda por vir. Não pode
funcionar aqui uma maçonaria passiva, voltada para o seu lado interior
e mística, esotérica e religiosa até.

Essa maçonaria é apropriada ao primeiro mundo, onde todas as


conquistas foram feitas e nada mais resta a fazer. Não é o nosso caso,
pois nem mesmo a democracia, a educação e a cidadania conquistamos
de verdade.

O REAA à moda brasileira, como o Adonhiramita e o Brasileiro por


serem teístas, quando deveriam ser somente deístas como o é na
França, Portugal e outros países europeus, oferecem conforto espiritual
e religioso aos irmãos, fazendo-os se sentirem desobrigados de irem à
missa ou culto aos domingos, oferecendo a leitura de trechos da Bíblia
na abertura dos trabalhos, o que se julga suficiente para substituir um
culto longo e maçante.

E, por ter tantos graus, chamou a atenção, assim como aconteceu nos
Estados Unidos no século XIX, e cresceu assustadoramente no país,
evidenciando a preferência pela vaidade à simplicidade. Próprio do ser
humano comum, não no iniciado.

Esse nosso rito conhecido como Moderno no Brasil, assim como o Rito
Escocês Antigo e Aceito e o Adonhiramita, entre outros, foi criado na
França em 1761 e reformulado finalmente em 1786, tornando-se assim,
definitivamente racional, agnóstico, laico e isento de influências
religiosas ou político-partidárias.

O Rito Francês Moderno

O Rito Francês não utiliza fórmulas como “À


Glória do Grande Arquiteto do Universo” ou outras que
remetam a uma consciência de um Ser Supremo definido porque dá
inteira liberdade de pensamento ao homem, uma vez que crença é fruto
da intimidade do ser humano, resultado de seu conhecimento, de sua
cultura e de seu desejo.

Ninguém pode ou deve lhe impor uma crença. Se quer ser católico,
protestante ou mesmo não aceitar nenhuma religião, o problema é
dele, desde que seja um homem virtuoso, não semeie o vício moral e
conviva fraternalmente. Ninguém pode mudar a crença de um homem
esclarecido.

Somente os ignorantes e mentalmente fracos, podem se tornar presas


de sermões ou profecias, sem questionar, sem duvidar ou comparar.

Em nosso rito pratica-se, entretanto, o ritual mais antigo utilizado


pelos maçons que fundaram a Grande Loja de Londres (chamados
Modernos), quando a Instituição foi regulada pela Constituição (Old
Charges) escrita pelo pastor anglicano (cristão) James Anderson e
publicada em 1723, posteriormente alterada para, aí sim, incluir-se a
obrigação da crença no “Grande Arquiteto do Universo, que é Deus”
(segundo a nova redação em 1738), por influencia ou mesmo por
determinação das autoridades cristãs e dos nobres que já abundavam
na Ordem. Um ano antes de Anderson falecer, foi aprovada essa nova
redação por 56 lojas que formavam a Grande Loja de Londres.

Ai já foi por terra o principio de liberdade de religião. Poderia ser


qualquer uma, desde que se creia em Deus (o bíblico), em um país
eminentemente anglicano e com uma pequena parcela de católicos e
judeus.

A maçonaria francesa resgatou essa liberdade alguns anos depois,


motivada pela influência do Iluminismo que lá ganhou terreno fértil,
embora este movimento tenha nascido na Inglaterra (John Locke),
onde pouco se desenvolveu, devido ao “progressismo” das idéias em
um país excessivamente conservador.

O Rito Francês Moderno ainda guarda seus principais sustentáculos,


que são a sua divisa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade, tendo
como objetivos das sociedades, das nações e países livres. Tem como
princípios: A Tolerância, o Respeito Mutuo e a Liberdade Absoluta de
Consciência e ensina que o maçom deva ser solidário com seus irmãos
e familiares e com a sociedade em geral.

Trecho da Constituição de Anderson de 1723

I – Respeitando a Deus e à Religião

Um Pedreiro é obrigado, pela sua condição, a obedecer à lei moral. E,


se compreende corretamente a Arte, nunca será um ateu estúpido
nem um libertino irreligioso. Mas, embora, nos tempos antigos, os
pedreiros fossem obrigados, em cada país, a ser da religião desse país
ou nação, qualquer que ela fosse, julga-se agora mais adequado
obrigá-los apenas àquela religião na qual todos os homens
concordam, deixando a cada um as suas convicções próprias: isto é, a
serem homens bons e leais ou homens honrados e honestos, quaisquer
que sejam as denominações ou crenças que os possam distinguir. Por
consequência, a maçonaria converte-se no Centro de União e no meio
de conciliar uma amizade verdadeira entre pessoas que poderiam
permanecer sempre distanciadas.

Voltando ao Rito Francês no Brasil, hoje ele é praticado em cerca de


100 lojas, geralmente em regiões ou cidades mais progressistas, como
as capitais de estados e cidades litorâneas, destacando-se Santos, entre
elas. O estado que nos chama a atenção, entretanto, é Rondônia, onde
o rito floresce admiravelmente comparado a outros. Em Santa
Catarina, em 2009, havia 7 lojas, sendo 4 delas Acadêmicas
( Universitárias ), o que promete um bom futuro ao rito e à maçonaria
catarinense, presumindo-se a renovação de idéias.

O Rito Francês Moderno é praticado no simbolismo como os demais,


com 3 graus simbólicos: Aprendiz, Companheiro e Mestre.

Nos Capítulos, que são lojas reservadas a


graus superiores, pratica-se do grau 4 ao 7, onde realmente ainda se
tem o que estudar em termos filosóficos, e os graus 8 e 9,
administrativos e criados com a finalidade de administrar o rito, como
nos demais ritos que possuem altos graus (graus 31 a 33 no REAA),
onde um grupo determina quem é admitido nele ou não (Supremo
Conselho), além do que, sendo administrativos, nada tem de
simbolismo ou filosofia, apenas mais material (paramentos e
medalhas, diplomas, etc.) para ser pago e tempo para deslocamentos
em viagens. Mas quem tem desejo e curiosidade que vá em frente,
afinal, opiniões são livres. Enfim, essa é uma vaidade da qual os
maçons gostam. Graus, paramentos, comendas. Se esse for o preço de
um bom desempenho social, tudo bem, vale a pena, senão, fica no
vazio, no ridículo de pagarmos para nos fantasiarmos e não
entendermos o que significa a própria roupa que usamos.
Muitos maçons não passam de números em nossas fileiras, não
saberiam nem mesmo dizer porque foram iniciados, mas eles acabam
sendo necessários para exercitarmos a tolerância e a fraternidade.

Esse é o fato que podemos lamentar de uma Instituição tão admirável,


tão propícia ao ensinamento de chefes de família a utilizarem-se de
uma ferramenta tão boa que é o bom exemplo, a pratica das virtudes e
combate aos vícios morais, para educarem seus filhos e próximas
gerações. Culpas? Não da instituição, mas nossa mesmo, somos muito
normais, muito comuns.

Por isso, precisamos nos elitizar sim, mas no aspecto intelectual, moral
e sermos os que indicam só caminhos às novas gerações e não seguir
atrás dos demais movimentos que nascem sem rumo, como temos
seguido.

O Rito Moderno tem uma outra grande virtude também: quem não
estuda, não desenvolve trabalhos, ou seja, é preguiçoso, não dura
muito tempo nele, nem na própria maçonaria, pois ficará entediado.
Não valorizamos a estética ritualística e sim o que ela significa, ou seja,
o simbolismo.

Outra coisa o Rito Francês nos ensina também, que braços cruzados
não produzem. Se quisermos que ter algo, temos que conquistar com
trabalho e não com milagres. Aliás, milagre é resultado de um mínimo
esforço.

A espada que é um importante símbolo em nosso rito, simboliza as


lutas que devemos travar em busca dessas conquistas, passando pelos
obstáculos que se colocam à nossa frente. Ela simboliza também a
igualdade, onde um nobre ou um operário tinham (e continuam tendo)
o mesmo valor em loja, a mesma força e o mesmo respeito quando
revestidos dessa autoridade que ela nos empresta (a força de vontade).

O Livro da Lei, nos ritos teístas, é a Bíblia Sagrada ou o livro da religião


da maioria dos irmãos (judeus, muçulmanos e cristãos), enquanto no
rito Francês é a Constituição do Grande Oriente do Brasil ou, em sua
ausência, a Constituição de Anderson de 1723 ou ainda, a Constituição
da República Federativa do Brasil de 1888, leis às quais a loja (seus
membros) está subordinada. A Constituição nos mostra a lei dos
homens, que nos rege em conjunto, às quais devemos obedecer
racionalmente. Já as leis da divindade, cada um se sujeita à qual
preferir. É de seu livre arbítrio.

Não podemos obrigar a um cidadão a seguir os 10 mandamentos se ele


não quiser, mas às leis do país, da potência maçônica, ao regimento
interno da loja, ou seja, às leis dos homens todos nós estamos sujeitos,
independentemente da religião crença ou fé. Portanto, aqui no planeta
Terra, seguimos leis escritas e as naturais, enquanto as leis “divinas”
segue-se como cada um quiser. Isso não nos afasta de crenças e
dogmas, somos livres. O rito é adogmático, o rito é laico, como deveria
ser toda a maçonaria, não por ser contrário a qualquer crença, mas por
admitir qualquer possibilidade sem impor nenhum dogma, nenhuma
orientação

O rito tem essas características e, no mais, fica reservado a quem


pretender conhecê-lo, só reforçando que ele é lastreado no Iluminismo,
no Humanismo e na prática da Democracia, que formam a base de
sustentação de sua existência, posto que nasceu em pleno século das
luzes, no auge Iluminista. A maioria tem preferência. A razão sobrepõe
a ignorância. O espírito (inteligência) sobrepõe o fanatismo. Eis uma
explicação sobre o Rito Francês Moderno.

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