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SILVIO LUIZ TABORDA

CONTADOR CRC/RS 35.504


ESCRITÓRIO DE PERÍCIA CONTÁBIL
TRAVESSA COMENDADOR BATISTA, 67 CJ 202
_________________________________________PORTO ALEGRE - FAX (51)3217-1605 - 90050-150

PERÍCIA CONTÁBIL.

INTRODUÇÃO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
LEI N.º 5.869, DE 11 DE JANEIRO DE 1973

Seção VII
DA PROVA PERICIAL
Art. 420 - A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.

Parágrafo único - O juiz indeferirá a perícia quando:

I - a prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico;

II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;

III - a verificação for impraticável.

Art. 421 - O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo.

§ 1º - Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da intimação do despacho de nomeação do


perito:

I - indicar o assistente técnico;

II - apresentar quesitos.

§ 2º - Quando a natureza do fato o permitir, a perícia poderá consistir apenas na inquirição pelo juiz do
perito e dos assistentes, por ocasião da audiência de instrução e julgamento a respeito das coisas que
houverem informalmente examinado ou avaliado.

Art. 422 - O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que Ihe foi cometido, independentemente de
termo de compromisso. Os assistentes técnicos são de confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou
suspeição.
1
Art. 423 - O perito pode escusar-se (art. 146) ou ser recusado por impedimento ou suspeição (art. 138,
2
III) ; ao aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, o juiz nomeará novo perito.

1
Art. 146 - O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que lhe assina a lei, empregando toda a sua diligência; pode,
todavia, escusar-se do encargo alegando motivo legítimo.
Parágrafo único - A escusa será apresentada dentro de 5 (cinco) dias, contados da intimação ou do impedimento superveniente,
sob pena de se reputar renunciado o direito a alegá-la (art. 423).

2
Art. 138 - Aplicam-se também os motivos de impedimento e de suspeição:
III - ao perito;

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Art. 424 - O perito pode ser substituído quando:

I - carecer de conhecimento técnico ou científico;

II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que Ihe foi assinado.

Parágrafo único - No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à corporação profissional
respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível
prejuízo decorrente do atraso no processo.

Art. 425 - Poderão as partes apresentar, durante a diligência, quesitos suplementares. Da juntada dos
quesitos aos autos dará o escrivão ciência à parte contrária.

Art. 426 - Compete ao juiz:

I - indeferir quesitos impertinentes;

II - formular os que entender necessários ao esclarecimento da causa.

Art. 427 - O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação,
apresentarem sobre as questões de fato pareceres técnicos ou documentos elucidativos que considerar
suficiente.

Art. 428 - Quando a prova tiver de realizar-se por carta, poderá proceder-se à nomeação de perito e
indicação de assistentes técnicos no juízo, ao qual se requisitar a perícia.

Art. 429 - Para o desempenho de sua função, podem o perito e os assistentes técnicos utilizar-se de
todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que
estejam em poder de parte ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com plantas, desenhos,
fotografias e outras quaisquer peças.

Art. 430 - (Revogado pela Lei n.º 8.455, de 24-8-1992.)

Art. 431 - (Revogado pela Lei n.º 8.455, de 24-8-1992.)

Art. 432 - Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz
conceder-lhe-á, por uma vez, prorrogação, segundo o seu prudente arbítrio.

Parágrafo único - (Revogado pela Lei nº 8.455, de 24-8-1992.)

Art. 433 - O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias
antes da audiência de instrução e julgamento.

Parágrafo único - Os assistentes técnicos oferecerão seus pareceres no prazo comum de 10 (dez) dias
após a apresentação do laudo, independentemente de intimação.

Art. 434 - Quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou a falsidade de documento, ou for de
natureza médico-legal, o perito será escolhido, de preferência, entre os técnicos dos estabelecimentos
oficiais especializados. O juiz autorizará a remessa dos autos, bem como do material sujeito a exame, ao
diretor do estabelecimento.

Parágrafo único - Quando o exame tiver por objeto a autenticidade da letra e firma, o perito poderá
requisitar, para efeito de comparação, documentos existentes em repartições públicas; na falta destes,
poderá requerer ao juiz que a pessoa, a quem se atribuir a autoria do documento, lance em folha de
papel, por cópia, ou sob ditado, dizeres diferentes, para fins de comparação.

Art. 435 - A parte, que desejar esclarecimento do perito e do assistente técnico, requererá ao juiz que
mande intimá-lo a comparecer à audiência, formulando desde logo as perguntas, sob forma de quesitos.

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Parágrafo único - O perito e o assistente técnico só estarão obrigados a prestar os esclarecimentos a


que se refere este artigo, quando intimados 5 (cinco) dias antes da audiência.

Art. 436 - O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros
elementos ou fatos provados nos autos.

Art. 437 - O juiz poderá determinar, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia,
quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida.

Art. 438 - A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre que recaiu a primeira e destina-se a
corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu.

Art. 439 - A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira.

Parágrafo único - A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar livremente o valor
de uma e outra.

ÁREAS DE ATUAÇÃO DA PERÍCIA CONTÁBIL


JUSTIÇA FEDERAL
Juizados de 1° Grau:
-03 Varas criminais
-03 Varas de execuções fiscais
-05 Varas previdenciárias
-12 Varas cíveis

JUSTIÇA DO TRABALHO
-Em Porto Alegre: 30 Varas
-No Estado: 70 Varas (excluídas as de Porto Alegre)

JUSTIÇA ESTADUAL
-18 Varas cíveis
-07 Varas da Fazenda Publica
- Vara de Falência e Concordatas (2 juizados)
-Vara de Acidentes do trabalho
-Vara das execuções criminais
-Vara criminal
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-03 Varas de delitos de transito


-08 Varas de família e sucessões
E ainda, 6 (seis) Foros Regionais: Alto Petrópolis, Partenon, Sarandi, Tristeza, Restinga
e Quarto Distrito

A  CONCEITUAÇÃO.

A Norma Brasileira de Contabilidade NBC TP 01 – PERÍCIA CONTÁBIL


apresenta a seguinte conceituação:

“2 - A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnico-científicos


destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa
solução do litígio ou constatação de um fato, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer
pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação
específica no que for pertinente.”

De forma genérica podemos dizer que a perícia contábil é uma das provas técnicas
à disposição de pessoas naturais ou jurídicas, que serve com meio de prova de
determinados fatos contábeis ou de questões contábeis controvertidas, isto é a necessidade
da “opinião” de especialista em contabilidade.

A Perícia é um trabalho de cunho estritamente pessoal, o profissional designado é


sempre uma pessoa e não uma equipe.

B  OBJETO.

A Perícia Contábil tem por objeto central as questões contábeis relacionadas com a
causa, as quais devem ser verificadas e submetidas à apreciação do conhecimento técnico
do perito contábil.

A verificação das questões contábeis, independentes de outros procedimentos,


devem ser processadas obedecendo a determinados caracteres essenciais:

-Limitação da matéria a ser verificada, a questão proposta;


-Pronunciamento restrito ao assunto objeto;
-Meticuloso e eficiente exame do campo préfixado;
-Escrupulosa referência a matéria periciada; e
-Imparcialidade absoluta de pronunciamento.

Na perícia judicial contábil, os limites da matéria submetida a apreciação pericial,


são delineados pelo próprio objeto “sub judice”.

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Portanto, dentro dos limites indicados anteriormente, o exame, a vistoria, a


indagação, a investigação, o arbitramento, a mensuração, a avaliação, e certificação, são
procedimentos necessários que visam fundamentar as conclusões que serão levadas ao
laudo pericial ou parecer pericial contábil.

-O exame é a análise dos livros, registros das transações e documentos.

-A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação,


coisa ou fato, de forma circunstancial.

-A indagação é a busca de informações mediante entrevista com conhecedores do


objeto da perícia.

-A investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou parecer


pericial contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias.

-O arbitramento é a determinação de valores ou a solução de controvérsia por


critério técnico.

-A mensuração é o ato de quantificação física de coisas, bens e direitos e


obrigações.

-A avaliação é o ato de estabelecer o valor das coisas, bens, direito, obrigações,


despesas e receitas.

-A certificação é o ato de atestar a informação trazida ao laudo pericial contábil


pelo perito-contador, conferindo-lhe caráter de autenticidade de fé pública atribuída a este
profissional

C  ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO:

Conhecido o objeto do trabalho a executar, deve o perito traçar, com antecedência a


maneira de executar as tarefas e os pontos que deve tanger, inclusive os correlatos.

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Passos para a organização e planejamento de um trabalho pericial:

1 - Pleno conhecimento do objeto do processo (questão em litígio);


2 - Pleno conhecimento do trabalho que será desenvolvido;
3 - Levantamento prévio dos recursos disponíveis para o exame (humano e
material);
4 - Prazo necessário para execução das tarefas e entrega do laudo pericial;
5 - Grau de dificuldade ou facilidade de acesso aos dados (se depende de muitos
locais, com deslocamento, burocracia etc.);
6- Pleno conhecimento dos sistemas contábeis adotados e confiabilidade dos
documentos;
7 - Natureza de apoios, se necessários (trabalhos de terceiros).

Quando o objeto a ser examinado é demasiado amplo, utiliza-se o sistema de


amostragem, em caráter de exceção.

Qualquer dificuldade encontrada na obtenção da documentação, deve ser


comunicada ao Juiz, via petição, ou a parte contratante, no caso de perícia extrajudicial ou
arbitral.

D  ANÁLISE DOS QUESITOS:

Os quesitos são formulados antes do início das diligências periciais, podem ser
apresentados pelo magistrado, como também pelas partes litigantes.

São questionamentos de ordem técnica ou científica, que devem ser apreciados pelo
magistrado e pelas partes, devendo ser evitado as indagações impertinentes, fora do âmbito
do litígio, muitas vezes meramente desnecessárias e procrastinatórias.

-Quesitos pertinentes - são os que buscam com suas respostas esclarecer as questões
técnicas, atinentes ao objeto em litígio.

-Quesitos impertinentes - abordam, geralmente, aspectos não relacionados com o


objeto do processo e quando apresentados e não indeferidos pelo magistrado, deve o perito,
usando de sua qualificação técnica, declarar se um quesito é manifestamente impertinente
ou não, quando em dúvida apresentar a apreciação do magistrado, verbalmente ou por
petição nos autos, para que este decida e oriente a respeito.

A organização e o planejamento de um determinado trabalho pericial, pressupõem o


conhecimento técnico, de dois aspectos fundamentais do processo: o que está sendo
demandado e a época de ocorrência dos fatos.

Da leitura inicial deve, o perito contábil, com muita clareza, tomar ciência dos fatos
alegados e os argumentos constitutivos do direito, reclamado pela proponente de ação e
qual a pretensão apresentada a consideração do magistrado.
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Quando da leitura da contestação, deve atentar o perito contábil, ao conteúdo da


argumentação apresentada pela parte contrária, no que se refere a existência ou não de
fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do proponente da ação.

Conhecidos os argumentos de cada uma das partes, é fundamental a análise


minuciosa dos documentos apresentados, a época dos fatos alegados e relatados, como
também, a leitura atenta dos quesitos formulados e deferidos pelo magistrado, o que
permite a perícia, com conhecimento pleno da questão, organizar e planejar quais os
levantamentos técnicos, quais os recursos disponíveis, quer humanos, quer materiais,
necessários e competentes para produzir um laudo de qualidade.

Planejar o trabalho pericial é ordenar os procedimentos técnicos a serem


desenvolvidos pelo perito contábil, para obter os elementos que permitam oferecer o seu
laudo.

Todos os meios disponíveis, componentes do sistema contábil da partes envolvidas


nos autos do processo, são colocados a disposição do perito contábil.

Livros contábeis, fiscais, relatórios, demonstrações, razão, controles internos,


registros auxiliares e todo o arcabouço documental que dá suporte ao sistema contábil,
podem e devem ser objetos do plano de trabalho.

Obviamente, que os exames são específicos, a época e aos fatos objeto da lide,
amparados pelo que reza o Art. 429 da C.P.C., como seja:

“Para o desempenho de sua função, podem o perito e os assistentes técnicos utilizar-se de


todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos
que estejam em poder de parte ou repartições públicas, bem como instruir o laudo com plantas,
fotografias e outras quaisquer peças.”

Essa amplitude de exame, não pode ser usada de forma abusiva ou tendenciosa pelo
expert, conforme orienta o Art. 332 do C.P.C.:

“Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados
neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa”.

Continua...

-Quesitos cujas indagações são dúbias ou que permitem mais de uma interpretação
técnica, neste caso, deve o perito salientar os vários entendimentos, com as respostas na
forma condicional utilizando-se o “se”, apresentando ao magistrado todas as nuances
cabíveis a cada interpretação.

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-Quesitos que tratam de matéria jurídica, deve o perito procurar eximir-se de


oferecer resposta a este tipo de questionamento, mesmo porque foge de sua competência
legal.

A resposta correta e adequada aos quesitos formulados, pressupõem saber ler e


entender o que está sendo questionado, tarefa essa nem sempre tranqüila, muitas das vezes
bastante difícil.

Nenhum quesito poderá ficar sem resposta. Inadmissível, por outro lado, respostas
do tipo singelo “sim” ou “não”.

Durante a fase de trabalho pericial, antes da conclusão do laudo, as partes, com


conhecimento de algum fato novo, que reputam como relevante, podem apresentar quesitos
suplementares previstos no CPC em seu Art. 425:

“Poderão as partes apresentar, durante à diligência, quesitos suplementares. Da juntada


dos quesitos aos autos dará o escrivão ciência a parte contrária”.

Apresentado o Laudo Pericial, portanto encerradas as diligências, pode ocorrer que


o laudo não esclareça tudo o que dele se espera, como meio de entendimento sobre uma
questão ou várias. Pode satisfazer a uma parte e não a outra; a uma parte pode interessar
uma omissão a outra isto pode prejudicar. Um fato pode passar despercebido. Essas
ocorrências podem acontecer e são de fato constatáveis; a própria lei prevê, para os casos
de perícias judiciais, quando de laudo insuficiente, até a realização de uma nova perícia e
quando da existência de resposta incompleta ou de interpretação duvidosa, a apresentação
de quesitos complementares, para sanar as eventuais dúvidas ou aspectos do laudo que vier
a sofrer críticas, fatos que poderão ser superados pelas partes, através do pedido de
esclarecimentos, que é disciplinado pelo Art. 435 do CPC, o qual fica adstrito ao conteúdo
do laudo contábil oferecido.

“A parte que desejar esclarecimentos do perito e do assistente técnico, requererá ao Juiz


que mande intimá-lo a comparecer a audiência, formulando desde logo as perguntas, sob forma de
quesitos”.

Os esclarecimentos solicitados, serão apresentados antecipadamente à apreciação


do magistrado, que a seu critério poderá dar-se por satisfeito ou requerer a presença do
perito em audiência, para apresentar o requerido.

Podem ser críticas ou comentários, envolvendo equívocos contidos no laudo


contábil, originários de erros cometidos involuntariamente, que ouvido o perito, podem ser
sanados, como também, podem ser questões de fundo, que podem alterar,
significativamente, o entendimento do Laudo apresentado, até requerendo nova perícia. A
segunda perícia, não substitui a já realizada. Art. 439 do C.P.C.

“Parágrafo Único - A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao Juiz apreciar
livremente o valor de uma e outra.”
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ÁREAS DE ATUAÇÃO DA PERÍCIA CONTÁBIL

A. JUSTIÇA DO TRABALHO.

Para o Perito Contábil atuar na Justiça do Trabalho deve ter profundo


conhecimento de:

- Toda a legislação trabalhista - CLT - súmulas, enunciados, etc;


- Ter conhecimento de contabilidade;
- Ter conhecimento do setor de recursos humanos;
- Ter conhecimento dos trabalhos inerentes ao pessoal, folhas de pagamento, recibos,
cartões ponto, comissões, encargos sociais e tributários (INSS, FGTS, IRRF), etc;
- Conhecimento da sistemática de reajuste dos salários de qualquer natureza;
- Conhecimento da sistemática de cálculo da atualização dos débitos trabalhistas, juros, etc.

B. JUSTIÇA FEDERAL

Quando o Perito Contábil é destacado para atuar em processo que tramita na Justiça
Federal, de ordem trabalhista, são exigidos os mesmos conhecimentos básicos, inerentes
aos que tramitam na Justiça do Trabalho e para os que envolvem matéria de natureza fiscal,
tributária ou previdenciária, deverá o Perito Contábil, possuir sólidos conhecimentos, de
contabilidade e da legislação específica.

C. JUSTIÇA ESTADUAL - CÍVEL

Na Justiça Estadual, onde transitam processos de natureza cível é imprescindível,


que o Perito Contábil, possua sólidos conhecimentos, de contabilidade, de legislação
bancária, comercial, parte funcional das empresas, leasing, consórcios, sistema financeiro,
etc.
-No Direito de Família, a necessidade de conhecimento da sistemática da partilha
de bens, revisão de alimentos, declaração de imposto de renda;

-Nos processos de natureza falimentar, além dos sólidos conhecimentos contábeis,


legislação fiscal, tributária e previdenciária, deve ter também, de análise patrimonial.
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Quando o Perito Contábil, atuar nos processos de natureza falimentar (falências ou


concordatas). deve prestar assessoramento ao síndico e/ou comissário, em assuntos
pertinentes a sua área de especialização, como seja:

-Nas habilitações de crédito, tempestivas, retardatárias e nas impugnadas;


-No exame da contabilidade da massa falida e ou concordatária;
-Na verificação da existência ou não, de crime falimentar; e
-No exame de valores ativos e passivos, para projetar a possibilidade de
atendimento aos credores;

Quando em processos relacionados com a Fazenda Pública, os conhecimentos


exigidos do Perito Contábil, são iguais ao retro mencionados para os demais processos,
acrescido da necessidade de conhecer os setores administrativos das respectivas empresas,
assim como a legislação fiscal e tributária inerente.

PERITO CONTÁBIL.

A  COMPETÊNCIA TÉCNICO - PROFISSIONAL.

Norma Brasileira de Contabilidade NBC PP 01 - PERITO CONTÁBIL.

Determina o que segue:

5 - Competência técnico-científica pressupõe ao perito manter adequado nível de conhecimento da


ciência contábil, das Normas Brasileiras de Contabilidade, das técnicas contábeis, da legislação
relativa à profissão contábil e aquelas aplicáveis à atividade pericial, atualizando-se,
permanentemente, mediante programas de capacitação, treinamento, educação continuada e
especialização.

O Perito Contábil é denominado também como um “Expert”, elemento que conhece


bem o assunto e é chamado de “Louvado”, pessoa de inteira confiança daqueles que o
nomeiam, ou seja, os que nele se louvam.

O Decreto Lei nº. 9.295 de 27.05.46, que organizou a profissão contábil, entre
outras providências, definiu as atribuições dos profissionais, Bacharéis em Ciências
Contábeis, em especial a competência legal quanto ao trabalho pericial.

Na letra “C” do Art. 25, do mencionado diploma, foram definidos como trabalhos
contábeis:

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“Perícias judiciais ou extrajudiciais, revisão de balanços e de contas em geral, verificação de


haveres, revisão permanente ou periódica de escritas, regulações judiciais ou extrajudiciais de
avarias grossas ou comuns, assistência aos Conselhos Fiscais das Sociedades anônimas e
quaisquer outras atribuições de natureza técnica conferidas por Lei aos profissionais da
Contabilidade.”

B  FUNÇÃO PERICIAL.

Sob duas formas de atuação técnica, o exercício profissional da função pericial,


pode realizar-se:

-Como Perito do Juízo, quando é nomeado pelo magistrado, para assumir a função
de perito Judicial e
-Como Assistente Técnico, (perito-técnico assistente) quando o profissional
contábil é indicado para funcionar como representante técnico de uma das partes.

A nomeação do Perito do Juízo, ocorrerá quando do despacho saneador, exarado


pelo magistrado nos autos do processo, que examinará a relevância ou a necessidade de se
produzir prova técnica contábil, em função das alegações oferecidas pelas partes e os fatos
apresentados pelo litígio.

“Art. 130 (CPC) - Caberá ao Juíz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as


provas necessárias a instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente
protelatórias.”

“Art. 145 (CPC) - Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o
Juiz será assistido por Perito, segundo disposto no art. 421.”

“Art. 331 (CPC) - Se não se verificar nenhuma das hipóteses previstas nas seções
precedentes, o Juiz ao declarar saneado o processo:
1  Decidirá sobre a realização de exame pericial, nomeando Perito e facultando as partes
a indicação dos respectivos assistentes técnicos.”

Art. 421 (CPC) - O Juiz nomeará o Perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do
laudo.”

Ser nomeado pelo magistrado é receber deste um voto de confiança amplo, que
reflete o reconhecimento de sua capacidade técnica e honorabilidade.

A indicação como Assistente Técnico, surge do relacionamento que o Perito


Contábil tem com os advogados que defendem as partes e sua participação é deveras
importante, debatendo com os mesmos o desenvolvimento da prova técnica contábil,
sugestão de prováveis quesitos ou proposições que possam solucionar os fatos da lide.

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Além das duas formas técnicas de atuação do Perito Contábil, a Lei nº 8.455, de 24
de Agosto de 1992, dando nova redação ao art. 427 do CPC, criou uma nova possibilidade
de atuação:

“O Juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação,


apresentarem sobre as questões de fato pareceres técnicos ou documentos elucidativos que
considerar suficientes.”

Significa que as partes podem solicitar pareceres técnico contábeis, de modo a


instruir a propositura da ação ou a contestação.
Neste caso, o magistrado entendendo não haver necessidade de produção de provas,
pode julgar a lide antecipadamente, aplicando o disposto no art. 330, inciso II, do CPC.

C  DEVERES E DIREITOS DO PERITO.

O exercício da função pericial contábil, envolve a obrigação de serem observados


determinados deveres e direitos.

São deveres do Perito Contábil:

-Exercer a função pericial;


-Cumprir o prazo determinado;
-Esclarecer a matéria;
-Obedecer aos princípios da ética, da moral e legal;
-Sigilo.

São direitos do Perito Contábil:

-Recusar a nomeação ou indicação


-Requerer prazo adicional;
-Investigar os fatos; e
-Remuneração do Trabalho Pericial.

DEVERES DO PERITO:

EXERCER A FUNÇÃO PERICIAL:

Reza no art. 146 do CPC, que:

“O Perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que lhe assina a Lei, empregando toda a
sua diligência; pode, todavia, escusar-se do encargo, alegando motivo legítimo.”

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O Perito do Juízo, quando aceito o encargo, deve possuir sólidos conhecimentos da


matéria sob exame, para poder apreciar, analisar, averiguar e concluir sobre ela, sem
vacilações ou qualquer espécie de dúvidas, sem o que, lhe falecerá competência para o
exercício da função.

CUMPRIR O PRAZO DETERMINADO.

Reza no art. 433 do CPC, que:

“O Perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo Juíz, pelo menos vinte dias
antes da audiência de instrução e Julgamento”.

Parágrafo Único : Os Assistentes Técnicos oferecerão seus pareceres no


prazo comum de dez dias após intimadas as partes da apresentação do laudo.

O não-cumprimento do prazo determinado pelo Juízo, pode ensejar a substituição


do Perito Contábil e outras conseqüências conforme aborda o art. 424, do CPC:

“O Perito pode ser substituído quando: II - Sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo
no prazo que lhe foi assinado”.

Parágrafo Único - No caso previsto no inciso II, o Juiz comunicará a


ocorrência à corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao Perito, fixada tendo
em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo”.

ESCLARECER A MATÉRIA:

Quando apresentado o Laudo Pericial e existirem respostas não totalmente


esclarecedoras, que permitam interpretação duvidosa ou com expressões que possam
conduzir a entendimentos opostos (isto deve ser evitado pelo Perito), cabe as partes se
beneficiarem do determinado pelo que reza o art. 435 do CPC:

“A parte, que desejar esclarecimento do perito e do Assistente Técnico, requererão ao Juiz


que mande intimá-lo a comparecer à audiência, formulando desde logo as perguntas, sob a forma
de quesitos.”

O Perito Contábil tem um compromisso com a verdade. De sua dedicação,


imparcialidade e aplicação de seus conhecimentos técnicos, dependerão os procedimentos
de outras pessoas, principalmente do Juiz. Reza o art. 147 do CPC, que:

“O Perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá pelos
prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado por dois (2) anos, a funcionar em outras perícias e
incorrerá na sanção que a Lei Penal estabelecer.”
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A responsabilidade do Perito Contábil é muito grande e os seus erros por dolo ou


má fé em seu trabalho, pode resultar em sérias sanções de natureza, civil, criminal e ética,
com graves conseqüências materiais, moral e de ética profissional.

O Perito Contábil, em sua atuação profissional, tem o poder de influir na vida de


terceiros, mas também terceiros podem influir na sua, de forma gravosa, se o seu
desempenho não for de máxima lisura e intenção única de apresentar a verdade.

É melhor omitir uma opinião, um parecer sobre fatos, os quais não chegou a um
convencimento pleno, do que lançar qualquer resposta somente para atender ao quesito
formulado.

Ao esclarecer a matéria, o perito deve trabalhar com forte dose de cautela, com
máxima tranqüilidade, com competência e executá-la em tempo hábil e conveniente.

OBEDECER AOS PRINCÍPIOS, DA ÉTICA, DA MORAL E LEGAL:

Como Perito do Juízo, o Perito Contábil exerce a função de auxiliar da Justiça e


pelo seu dever de lealdade decorrente de sua função social, deve oferecer análises e
opiniões técnicas no interesse da Justiça, sendo sincero, leal, tendo um comportamento
reto, imparcial, sereno, verdadeiro.

O art. 422 do CPC, assim manifesta:

“O Perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido independentemente


de termo de compromisso. Os Assistentes Técnicos são de confiança da parte, não sujeitos a
impedimento ou suspensão.”

A capacidade ética do profissional, esta intimamente ligada a sua formação


familiar, social, educacional, devendo ser destacada a conduta do Perito com seus colegas,
o caráter de independência e a veracidade que deve manter em seu Parecer, havendo,
sempre, impreterivelmente, um compromisso com a verdade e a virtude.

A capacidade ética é estabelecida pelo Código de Ética Profissional do Contador e


Norma do Conselho Federal de Contabilidade.

A capacidade moral do profissional é exteriorizada pelo seu comportamento, na


vida que leva, no seu relacionamento com seus semelhantes, e se alicerça nas suas atitudes
pessoais.

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A capacidade legal é conferida ao profissional pelo título de Bacharel em Ciências


Contábeis, o devido registro no Conselho Regional de Contabilidade, sólidos princípios e
conhecimento prático e razoável.

SIGILO.

As Normas Profissionais do Perito Contábil disciplinam, com relação ao


sigilo que:

25. O perito, em obediência ao Código de Ética Profissional do Contabilista, deve respeitar e


assegurar o sigilo das informações a que teve acesso, proibida a sua divulgação, salvo quando
houver obrigação legal de fazê-lo.

26. O dever de sigilo subsiste mesmo na hipótese de o profissional se desligar do trabalho antes de
tê-lo concluído.

Em um trabalho Pericial, o que o profissional conhece por força do que lhe é


exibido ou narrado, não deve ser dado a conhecer a terceiro.

Muitas vezes, durante um trabalho pericial, toma-se conhecimento de outros fatos,


alheios ao processo e que se encontram registrados no diário, razão ou outros documentos
da empresa. Na busca de um dado, pode-se conhecer muitos outros.

O profissional, por um princípio ético, tem o dever de nada revelar sobre o que
tomou conhecimento, nem deve comentar sobre o que realiza, com terceiros.

O Sigilo é uma virtude do Contador.

DIREITOS DO PERITO:

A  RECUSAR A NOMEAÇÃO OU INDICAÇÃO:

Nas perícias contábeis judiciais, três podem ser os peritos; um do Juiz e um de cada
uma das partes litigantes, autor e réu. O do Juiz, deve ser um Bacharel em ciências
contábeis e os das partes, elementos de confiança, não sujeitos a impedimento ou
suspensão. (Art. 422 do C.P.C.).

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IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO (CFC)

16. São situações fáticas ou circunstanciais que impossibilitam o perito de exercer,


regularmente, suas funções ou realizar atividade pericial em processo judicial ou
extrajudicial, inclusive arbitral. Os itens previstos nesta Norma explicitam os conflitos de
interesse motivadores dos impedimentos e das suspeições a que está sujeito o perito nos
termos da legislação vigente e do Código de Ética Profissional do Contabilista.

17. Para que o perito possa exercer suas atividades com isenção, é fator determinante
que ele se declare impedido, após, nomeado, contratado, escolhido ou indicado quando
ocorrerem as situações previstas nesta Norma, nos itens abaixo.

18. Quando nomeado em juízo, o perito deve dirigir petição, no prazo legal, justificando a
escusa ou o motivo do impedimento.

19. Quando indicado pela parte e não aceitando o encargo, o perito-contador assistente
deve comunicar a ela sua recusa, devidamente justificada por escrito, com cópia ao juízo.

Impedimento legal

20. O perito-contador nomeado ou escolhido deve se declarar impedido quando não


puder exercer suas atividades com imparcialidade e sem qualquer interferência de
terceiros, ou ocorrendo pelo menos uma das seguintes situações:

(a) for parte do processo;

(b) tiver atuado como perito contador contratado ou prestado depoimento como
testemunha no processo;

(c) tiver mantido, nos últimos dois anos, ou mantenha com alguma das partes ou seus
procuradores, relação de trabalho como empregado, administrador ou colaborador
assalariado;

(d) tiver cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou em linha colateral
até o terceiro grau, postulando no processo ou entidades da qual esses façam parte de
seu quadro societário ou de direção;

(e) tiver interesse, direto ou indireto, mediato ou imediato, por si, por seu cônjuge ou
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou em linha colateral até o terceiro grau, no
resultado do trabalho pericial;

(f) exercer cargo ou função incompatível com a atividade de perito-contador, em função


de impedimentos legais ou estatutários;

(g) receber dádivas de interessados no processo;

(h) subministrar meios para atender às despesas do litígio; e

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(i) receber quaisquer valores e benefícios, bens ou coisas sem autorização ou


conhecimento do juiz ou árbitro.

Impedimento técnico-científico

21. O impedimento por motivos técnico-científicos a ser declarado pelo perito decorre da
autonomia, estrutura profissional e da independência que devem possuir para ter
condições de desenvolver de forma isenta o seu trabalho. São motivos de impedimento
técnico-científico:

(a) a matéria em litígio não ser de sua especialidade;

(b) a constatação de que os recursos humanos e materiais de sua estrutura profissional


não permitem assumir o encargo; cumprir os prazos nos trabalhos em que o perito-
contador for nomeado, contratado ou escolhido; ou em que o perito-contador assistente
for indicado;

(c) ter o perito-contador da parte atuado para a outra parte litigante na condição de
consultor técnico ou contador responsável, direto ou indireto em atividade contábil ou em
processo no qual o objeto de perícia seja semelhante àquele da discussão, sem
previamente comunicar ao contratante.

Suspeição

22. O perito-contador nomeado ou escolhido deve declarar-se suspeito quando, após,


nomeado, contratado ou escolhido verificar a ocorrência de situações que venha suscitar
suspeição em função da sua imparcialidade ou independência e, desta maneira,
comprometer o resultado do seu trabalho em relação à decisão.

23. Os casos de suspeição aos quais estão sujeitos o perito-contador são os seguintes:

(a) ser amigo íntimo de qualquer das partes;

(b) ser inimigo capital de qualquer das partes;

(c) ser devedor ou credor em mora de qualquer das partes, dos seus cônjuges, de
parentes destes em linha reta ou em linha colateral até o terceiro grau ou entidades das
quais esses façam parte de seu quadro societário ou de direção;

(d) ser herdeiro presuntivo ou donatário de alguma das partes ou dos seus cônjuges;

(e) ser parceiro, empregador ou empregado de alguma das partes;

(f) aconselhar, de alguma forma, parte envolvida no litígio acerca do objeto da discussão;
e

(g) houver qualquer interesse no julgamento da causa em favor de alguma das partes

24. O perito pode ainda declarar-se suspeito por motivo íntimo.


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A recusa deve ser comunicada ao Juiz, por escrito, com a justificativa, ao amparo
do que reza no Art. 146 do CPC, como seja:

“O Perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que lhe assina a Lei, empregando toda a
sua diligência; pode, todavia, escusar-se do encargo alegando motivo legítimo”.

Parágrafo Único  “A recusa será apresentada dentro de cinco dias contados da


intimação, ou do impedimento superveniente, sob pena de se reputar renunciado o direito de alegá-
la. (Art. 423).”

“Art. 423  O Perito pode recusar-se (Art. 146), ou ser recusado, por impedimento ou
suspensão (Art. 138, III); ao aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, o Juiz nomeará
novo perito.”

Os impedimentos apresentados buscam evitar que o Perito Contábil trabalhe sob o


exercício da “parcialidade”.

O Perito Contábil, quando indicado pelas partes, autor e réu, pode declinar de sua
nomeação, tratando diretamente com a parte que solicitou seus préstimos, se indicado nos
autos, deve declinar por petição.

B  REQUERER PRAZO ADICIONAL;

Quando o Juiz nomeia o Perito Contábil, simultaneamente, fixa o prazo para a


realização dos trabalhos.
Na forma já vista, em um dos itens precedentes, “DEVERES DO PERITO - Cumprir os
prazos determinados”, os prazos, principalmente nas perícias judiciais, é de suma
importância sua observância, pois o não cumprimento pode acarretar sérias complicações
ao perito.
O prazo de realização do trabalho pericial é variável, em função da
complexibilidade técnica da prova requerida e do tempo necessário para que se localizem
os documentos a serem apreciados.

Essas variáveis são alheias à vontade do perito, que muitas vezes para cumprimento
de seu prazo, depende de situação em que se encontram os documentos, da organização
que será periciada, a presteza com que livros e documentos contábeis são colocados à sua
disposição, a quantidade de documentos a serem verificados; diligências a serem realizadas
(filiais); são fatores que influenciam no cumprimento do prazo fixado pelo magistrado.

A presença dessas variáveis, em maior ou menor grau, pode retardar a entrega do


Laudo Pericial. O não cumprimento do prazo determinado pelo Juiz, quando assim ocorrer,
deve o perito contábil, requerer prazo adicional, justificando o motivo, ao amparo do Art.
432 do CPC, que determina:
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“Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro do prazo, o Juiz
conceder-lhe-a, por uma vez, prorrogação, segundo o seu prudente arbítrio.”

INVESTIGAR OS FATOS:

O perito contábil, nomeado pelo Juiz, tem a liberdade de procedimento, bem como
quanto aos métodos técnico-científicos, de que se utiliza, sem nunca ultrapassar os limites
ou os contornos dos fatos objeto da perícia, essas condições são essenciais para que possa
oferecer suas conclusões técnicas, mantendo sua independência, livrando-se de quaisquer
interferência que possam comprometê-lo.

Reza o Art. 429 do CPC, que:

“Para o desempenho de sua função, podem o perito e os assistentes técnicos utilizar-se de


todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos
que estejam em poder de parte ou repartições públicas, bem como instruir o laudo com plantas,
desenhos, fotografias e outras quaisquer peças.”

Reza a NBC-P2 - Normas Profissionais de Perito Contábil, no item 2.3.1, que:

“O perito-contador e o perito-contador assistente devem evitar e denunciar qualquer


interferência que possam constrangê-los em seu trabalho, não admitindo, em nenhuma hipótese,
subordinar sua apreciação a qualquer fato, pessoa, situação ou efeito que possam comprometer
sua independência.”

O perito contábil deve trabalhar com total isenção, buscando o conhecimento da


verdade dos fatos, não restringindo a qualquer limitação ou influência, quando
comprometido com o objeto do litígio. Não tecer comentário, não emitir opinião com
terceiros:

Quanto menos falar, melhor, para que não coloquem na sua boca algo que não
disse, evitando ser envolvido em comentários, mexericos ou críticas maldosas, fáceis de
surgir nessas ocasiões, fruto do descontentamento de quem se julgar prejudicado.

REMUNERAÇÃO DO TRABALHO PERICIAL

Estabelecem as NBC - PP 01 - Normas Profissionais do Perito Contábil,


nos seguintes itens que:

“47. Na elaboração da proposta de honorários, o perito dever considerar os seguintes


fatores: a relevância, o vulto, o risco, a complexidade, a quantidade de horas, o pessoal
técnico, o prazo estabelecido, a forma de recebimento e os laudos interprofissionais,
entre outros fatores.
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48. A relevância é entendida como a importância da perícia no contexto social e sua


essencialidade para dirimir as dúvidas de caráter técnico-científico contábil, suscitadas
em demanda judicial ou extrajudicial.
49. O vulto está relacionado ao valor da causa no que se refere ao objeto da perícia; à
dimensão determinada pelo volume de trabalho; e à abrangência pelas áreas de
conhecimento envolvidas.
50. O risco compreende a possibilidade do honorário pericial não ser integralmente
recebido, o tempo necessário ao recebimento, bem como a antecipação das despesas
necessárias à execução do trabalho. Igualmente, devem ser levadas em consideração as
implicações cíveis, penais, profissionais e outras de caráter específico a que poder estar
sujeito o perito.
51. A complexidade está relacionada à dificuldade técnica para a realização do trabalho
pericial em decorrência do grau de especialização exigido; à dificuldade em obter os
elementos necessários para a fundamentação do laudo pericial contábil; e ao tempo
transcorrido entre o fato a ser periciado e a realização da perícia. Deve ser considerado
também o ineditismo da matéria periciada.
52. As horas estimadas para a realização de cada fase do trabalho é o tempo despendido
para a realização da perícia, mensurado em horas trabalhadas pelo perito-contador,
quando aplicável.
53. O pessoal técnico é formado pelos auxiliares que integram a equipe de trabalho do
perito, estando os mesmos sob sua orientação direta e inteira responsabilidade.
54. O prazo determinado nas perícias judiciais ou contratado nas extrajudiciais deve ser
levado em conta nas propostas de honorários, considerando-se eventual exiguidade do
tempo que requeira dedicação exclusiva do perito e da sua equipe para a consecução do
trabalho.
55. O prazo médio habitual de liquidação compreende o tempo necessário para
recebimento dos honorários.
56. Os laudos interprofissionais e outros inerentes ao trabalho são peças técnicas
executadas por perito qualificado e habilitado na forma definida no Código de Processo
Civil e de acordo com o conselho profissional ao qual estiver vinculado.
Elaboração de proposta
57. O perito deve elaborar a proposta de honorários estimando, quando possível, o
número de horas para a realização do trabalho, por etapa e por qualificação dos
profissionais (auxiliares, assistentes, seniores, etc.) considerando os trabalhos a seguir
especificados:
(a) retirada e entrega dos autos;
(b) leitura e interpretação do processo;
(c) elaboração de termos de diligências para arrecadação de provas e comunicações às
partes, terceiros e peritos-contadores assistentes;
(d) realização de diligências;
(e) pesquisa documental e exame de livros contábeis, fiscais e societários;
(f) realização de planilhas de cálculos, quadros, gráficos, simulações e análises de
resultados;
(g) laudos interprofissionais;
(h) elaboração do laudo;
(i) reuniões com peritos-contadores assistentes, quando for o caso;
(j) revisão final;
(k) despesas com viagens, hospedagens, transporte, alimentação, etc.;
(l) outros trabalhos com despesas supervenientes.
58. O perito deve considerar, na proposta de honorários, os seguintes itens:
(a) relevância e valor da causa;
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(b) prazos para execução da perícia;


(c) local da coleta de provas e realização da perícia.
Quesitos suplementares
59. O perito deve ressaltar, em sua proposta de honorários, que esta não contempla os
honorários relativos a quesitos suplementares e, se estes forem formulados pelo juiz e/ou
pelas partes, pode haver incidência de honorários suplementares a serem requeridos,
observando os mesmos critérios adotados para elaboração da proposta anterior.
Quesitos de esclarecimentos
60. O oferecimento de respostas aos quesitos de esclarecimentos formulados pelo juiz
e/ou pelas partes podem não ensejar novos honorários periciais, se forem apresentados
para obtenção de detalhes do trabalho realizado.
61. O perito-contador deve analisar com zelo os quesitos de esclarecimentos, uma vez
que as partes podem formulá-los com essa denominação, mas serem quesitos
suplementares, situação em que o trabalho deve ser remunerado na forma prevista no
item 63. Para tanto, o perito-contador poderá requerer honorários suplementares,
justificando o pleito, pela caracterização de quesito suplementar.
Apresentação de proposta dos honorários
62. O perito-contador deve apresentar sua proposta de honorários, devidamente
fundamentada, ao juízo ou contratante, podendo conter o orçamento ou este constituir-se
em um documento anexo.
63. O perito-contador assistente deve explicitar a sua proposta no contrato que,
obrigatoriamente, celebrará com o seu cliente, observando as normas estabelecidas pelo
Conselho Federal de Contabilidade.
64. O perito-contador assistente deve estabelecer, mediante “Contrato Particular de
Prestação de Serviços Profissionais de Perícia Contábil”, o objeto, as obrigações das
partes e os honorários profissionais, podendo, para tanto, utilizar-se dos parâmetros
estabelecidos nesta Norma com relação aos honorários do perito-contador. O perito-
contador assistente deve adotar, no mínimo, o modelo constante nesta Norma referente
ao seu contrato de prestação de serviços.
Levantamento dos honorários
65. O perito-contador deve requerer o levantamento dos honorários periciais,
previamente depositados, na mesma petição em que requer a juntada do laudo pericial
aos autos.
66. O perito-contador pode requerer a liberação parcial dos honorários quando julgar
necessário para o custeio de despesas durante a realização dos trabalhos.
Execução de honorários periciais
67. Quando os honorários periciais forem fixados por decisão judicial, estes podem ser
executados, judicialmente, pelo perito-contador em conformidade com os dispositivos do
Código de Processo Civil.
Despesas supervenientes na execução da perícia
68. Nos casos em que houver necessidade de desembolso para despesas
supervenientes, tais como viagens e estadas, para a realização de outras diligências, o
perito deve requerer ao juízo ou solicitar ao contratante o pagamento das despesas,
apresentando a respectiva comprovação, desde que não estejam contempladas ou
quantificadas na proposta inicial de honorários. “

Os honorários profissionais fazem parte das custas processuais e devem ser


depositados pela parte que solicitou a perícia, conforme determina o art. 19 e 33 do CPC,
como seja:

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Art. 19  “Salvo as disposições concernentes à Justiça Gratuita, cabe às partes prover as


despesas dos atos que realizam ou requerem no processo, antecipando-lhes o pagamento desde o
início até sentença final; e bem ainda, na execução, até a plena satisfação do direito declarado pela
sentença.
Parág. 1º  O pagamento de que trata este artigo será feito por ocasião de cada ato
processual.
Parág. 2º  Compete ao autor adiantar as despesas relativas a atos cuja realização o Juiz
determinar de ofício ou a requerimento do Ministério Público.”

Art. 33  “Cada parte pagará a remuneração do assistente técnico que houver indicado; a
do perito será paga pela parte que houver requerido ou pelo autor, quando requerido por ambas as
partes ou determinado de ofício pelo Juiz.”

Sendo o perito contábil, nomeado pelo magistrado, portanto na função judicial,


compete a ele a fixação dos honorários, através de petição que justifique o pleito, para
tanto, subsidia esta decisão apresentando um demonstrativo dos custos do trabalho pericial,
onde conste a quantidade de horas técnicas previstas para cada fase do trabalho pericial, o
custo da hora profissional em conformidade com os padrões remuneratórios para a perícia
contábil, determinados pelos Conselhos ou Sindicatos respectivos, bem como os custos dos
materiais de consumo, os custos indiretos e gerais.

HONORÁRIOS PROFISSIONAIS.

 Arbitramento.

A remuneração do trabalho pericial pode ser adotada sob dois aspectos. O primeiro,
na qualidade de perito contábil, quando na função judicial e o segundo, quando na função
de assistente técnico.

Sendo o perito contábil nomeado pelo magistrado, portanto na função judicial,


compete àquele fixar a sua remuneração. Este ato processual praticado pelo magistrado é
conhecido por arbitramento.

O perito do Juízo, pode subsidiar esta decisão, apresentando sua demonstração dos
custos do trabalho pericial, a quantidade de horas técnicas aplicadas em cada fase do
trabalho, o custo da hora profissional em conformidade com os padrões remuneratórios
para a perícia contábil, homologados pelo órgão de classe, custo de materiais de consumo,
indiretos e gerais, através de petição que justifique o pleito.

Na petição de requerimento do arbitramento de seus honorários, o perito contábil


fará uma exposição resumida dos principais eventos de seu trabalho, a título de justificativa
e embasamento para o valor requerido.

Este procedimento é usualmente realizado no mesmo momento em que é entregue o


laudo pericial contábil em Cartório.

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A referida petição recebe o despacho do Juiz, que, na maioria das vezes, determina
que as partes falem sobre o pleito do perito contábil, exarando despacho na própria petição.
“J. digam sobre o pedido de arbitramento.”

Alguns magistrados, a vista desta petição, já fixam prontamente a remuneração do


perito contábil sem ouvir as partes. A ouvida das partes é medida de prudência do
magistrado, na tentativa de evitar eventuais impugnações futuras quando da fixação
definitiva da verba honorária.

FASES DE INSTRUÇÃO DO PROCESSO.

-Os processos apresentam, de forma normal, as seguintes etapas:

A  INICIAL.

Através de procurador, a reclamação poderá ser por escrito (o que é normal) ou


oral, (diretamente na vara).
Na inicial o pedido pode ser certo, quanto se trata de uma verba específica ou
alternativa (requer integração no emprego ou a indenização correspondente).

SIMPLES  Quando a obrigação é única, por não pagamento, por exemplo do 13º
Salário ou Férias.

CUMULATIVO  Quando envolve várias verbas.

B  AUDIÊNCIA INAUGURAL:

-Antes da audiência inaugural, o réu (Reclamado/Reclamada) é notificado de que


foi proposta reclamação trabalhista cuja cópia lhe é enviada, o que lhe permitirá sua
contestação e apresentação das provas que julgar necessária.
A notificação para a data da audiência inicial, na qual, o não comparecimento
configura revelia.
Nesta audiência o Juiz proporá a conciliação, que sendo aceita, porá fim do
processo.

C  CONTESTAÇÃO.

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“Nos processos trabalhistas, a defesa é apresentada verbalmente na audiência. (Art.


846 CLT)”.
No entanto a praxe consagra a apresentação da defesa escrita, a qual é juntada aos
autos.

D  PROVAS UTILIZADAS.

A defesa juntará os documentos que comprovam a contestação da inicial.

-Ficha registro.
-Recibos de pagamento e/ou folha de pagamento.
-Controles de freqüência.
-Documentos inerentes ao FGTS (GR’s + RE’s).
-Rescisão contratual.
-Recibo de entrega de vales transportes, etc.
-Contratos (social, financiamento, consórcio, leasing, etc)

E  NOMEAÇÃO DO PERITO.

Devido à complexidade e abrangência das reclamações, o Juiz necessita de provas


periciais.
Estas provas serão realizadas por perito nomeado pelo Juiz, facultando às partes de
assistentes técnicos.
O laudo deverá ser apresentado no prazo fixado pelo Juiz.

F  QUESITOS.

É neste ponto que praticamente se inicia o trabalho pericial, objeto do processo,


para esclarecer ao Juiz da complexidade do problema em lide.

-DO JUIZO:

Querendo para obter opinião sobre determinados fatos, o Juiz efetuará quesitos
(quesitos do juízo).

-DAS PARTES:

Normalmente o Juiz determina prazo às partes que apresentam os quesitos para a


perícia. Estes ficam sujeitos à homologação pelo Juiz ou recusa se julgados impertinentes.

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-COMPLEMENTARES:

Após a entrega do laudo, o Juiz abre às partes o exame dos mesmos. As partes
podem concluir pela necessidade de complementação em razão de as “respostas”
sugerirem novos exames pertinentes (surgimento de fatos desconhecidos pelas partes).

-SUPLEMENTARES:

Também, após a entrega do laudo, e verificação pela partes, eventuais duvidas ou


entendam que esta faltando clareza em alguns quesitos ou todos, pode o perito ser
convocado para prestar esclarecimento sobre o laudo.

-EM AUDIÊNCIA:

As partes também podem requerer, em juízo, esclarecimentos sobre o laudo,


requerendo ao Juiz que intime o perito a comparecer com audiência e formulando, logo, as
perguntas em forma de quesito.
Integrado, o perito pode comparecer à audiência com as respostas por escrito e
pedir que sejam anexadas como depoimento aos autos.

LAUDO PERICIAL.

A  CONCEITO.

Terminadas as operações de averiguação, a coleta de informações e a análise dos


documentos necessários é chegado o momento de elaboração do laudo pericial, que é a
materialização do trabalho desenvolvido pelo Perito Contábil e também a própria prova
pericial.

A Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 13.6., define Laudo Pericial


Contábil:

“13.6.1.3. Laudo Pericial Contábil é uma peça escrita, na qual o perito-contador


deve visualizar, de forma abrangente, o conteúdo da perícia e particularizar os
aspectos e as minudências que envolvam a demanda.

13.6.1.4. Define esta Norma que o perito-contador deve registrar no Laudo


Pericial Contábil os estudos, as pesquisas, as diligências ou as buscas de
elementos de provas necessárias para a conclusão dos seus trabalhos. “
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Laudo Pericial, consiste na fiel exposição das operações e ocorrências da


diligência, com o parecer fundamentado sobre a matéria que lhe foi submetida.É o
julgamento ou pronunciamento, baseado nos conhecimentos que tem o profissional da
contabilidade, em face de eventos ou fatos que são submetidos a sua apreciação.

Sendo um trabalho técnico juntado ao processo, o laudo contábil é a própria


prova pericial, sobre a qual as partes irão oferecer seus comentários, aceitando-o ou
criticando-o.

Sendo prova técnica, servirá, apesar de não exclusivamente, para suprir as


insuficiências do magistrado no que se refere aos conhecimentos técnicos ou
científicos, propiciando certeza jurídica quanto à matéria fática.

O laudo pericial é de fato o pronunciamento ou a manifestação de um


especialista, ou seja, o elemento que entende sobre uma determinada matéria, sobre
questões que lhe são formuladas e que requerem o seu pronunciamento.

ESTRUTURA

O Laudo Pericial é uma peça técnica e também pessoal, não existe um padrão
de laudo, mas certas formalidades devem ser observadas e que vem a compor
a sua estrutura.

Na interpretação técnica NBC T 13.6, sobre o laudo pericial, no item 13.6.4,


temos a seguinte estrutura:

“13.6.4.1. O Laudo Pericial Contábil deve conter, no mínimo, os seguintes itens:

a)identificação do processo e das partes;

b)síntese do objeto da perícia;

c)metodologia adotada para os trabalhos periciais;

d)identificação das diligências realizadas;

e)transcrição dos quesitos;

f)respostas aos quesitos;

g)conclusão;

h)outras informações, a critério do perito-contador, entendidas como importantes para


melhor esclarecer ou apresentar o laudo pericial;

i)rubrica e assinatura do perito-contador, que nele fará constar sua categoria


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profissional de Contador e o seu número de registro em Conselho Regional de


Contabilidade.”

O Laudo Pericial é uma peça técnica e também pessoal, não existe um padrão de
laudo, mas certas formalidades devem ser observadas e que vem a compor a sua estrutura.

Deve ser desenvolvido de forma lógica, com qualidades técnicas impecáveis, que
permitam, através de sua leitura, entender-se os contornos do processo, os fatos
controvertidos que ensejaram o próprio pedido da prova técnica, bem assim a certificação
positiva ou negativa desses mesmos fatos.

Em geral, como elementos essenciais de um laudo pericial, deve ter em sua


estrutura o seguinte:

1  Petição de encaminhamento;
2  Considerações preliminares;
3  Quesitos;
4  Respostas;
5  Assinatura do Perito;
6  Parecer ou Considerações Finais. (Se houver).
7  Anexos.

01  A petição de encaminhamento é dirigida ao Juiz é o pedido de anexação aos autos,


identifica a Vara, a comarca, o número do processo, os autores e os réus
(Reclamante/Reclamada), a natureza da ação, o perito, a proposição dos honorários,
etc.

Quando da perícia administrativa, o perito é contratado como Assistente Técnico, a


petição de encaminhamento deve ser endereçada a quem o contratou.

02  Como considerações preliminares, entende-se um apanhado geral de todo o


processo, que pode ser relatado de forma sucinta e breve, salientando alguns
subtópicos:

2.1  O pedido formulado pelo proponente da ação constante da inicial, os fatos principais
da contestação, aspectos fundamentais para identificação da controvérsia levada a
Juízo;

2.2  Relatar as diligências realizadas, como foi desenvolvido o trabalho de campo, os


documentos e livros examinados, assim como eventuais ocorrências que, porventura,
tenham sucedido. Informar qual foi a participação do assistente técnico nos trabalhos
de campo; e

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2.3  Os principais procedimentos técnicos adotados pelo perito contábil, quais os exames
realizados no sentido de solucionar, de maneira competente, a questão ou questões
submetidas a sua apreciação.

03  Os questionamentos podem ser do Juiz, do autor e do réu, ou na ausência destes,


deverá o profissional organizar e orientar o seu trabalho de forma criativa e
tecnicamente competente, de modo que venha a ilustrar os fatos objetos do litígio.

Por uma questão hierárquica, são oferecidas, primeiramente, as respostas aos


questionamentos apresentados pelo magistrado, seguido dos oferecidos pelo autor e
posteriormente pelos do réu. Obedecendo a essa seqüência, os quesitos devem ser
respondidos na ordem em que foram formulados.

Os questionamentos apresentados pelo magistrado e aqueles formalizados pelos


advogados, normalmente, são elaborados dentro de uma certa lógica, ordenados e
atendendo uma determinada estratégia da busca da verdade, da busca dos elementos fáticos
que venham a corroborar com a matéria objeto da lide.

04  As repostas guardarão a mesma ordem da formulação dos quesitos, primeiramente os


dos magistrado, depois os do autor e por último os apresentados pelo réu e dentro
destes a ordem de formulação de cada um, com a indicação da juntada de quadros,
demonstrativos, documentos ou qualquer outra indicação que se fizer necessária.

Ao proceder as respostas, deve estar atento o profissional, para os quesitos


indeferidos, impertinentes ou fora de sua área de competência legal.

05  Apresentadas as respostas ao laudo pericial deve ser datado e assinado pelo perito do
Juízo e havendo concordância total ou com ressalvas pelos assistentes técnicos, que
nesta hipótese apresentarão em separado as suas opiniões no que discordem. Parág.
único do art. 433 do C.P.C.

06  Seguindo a construção do laudo pericial, após a oferta das respostas, o perito expõe,
sinteticamente, os fatos contábeis observados, sua conclusão técnica e
eventualmente, oferece comentários técnicos com relação a alguma questão surgida
no decorrer do seu trabalho pericial, relacionada com o objeto da perícia e dentro de
seu limite e que não tenha sido objeto de quesito.

07  O perito contábil pode instruir o seu laudo pericial com peças que entender
relevantes, com demonstrativos, gráficos, tabelas, documentos que fundamentem o
seu trabalho, etc.
Tais peças devem ser ordenadas numericamente, como anexos ou outra
denominação e rubricados, ficando garantida a proveniência do trabalho pericial. A
juntada de documentos deve ser de forma parcimoniosa e somente quando for
suporte importante a determinada resposta, nunca no sentido de inchar o laudo
contábil. Quanto ao volume de documentos juntados, deve o perito contábil lembrar

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que a prova é pericial e não documental, se esta fosse, prescindiria da presença do


perito. O perito do Juízo tem fé pública.

C  REQUISITOS.

O laudo pericial é a materialização de todo o esforço técnico desenvolvido pelo


perito contábil, portanto, deve ser valorizado, não basta conter conteúdo correto e
fidedigno é importante cuidar bem de sua apresentação que, inclusive, valorizará seu
conteúdo, para isso deve ser observado alguns requisitos essenciais:

1  Objetividade;
2  Rigor Tecnológico;
3  Concisão;
4  Argumentação;
5  Exatidão; e
6  Clareza.

1  A objetividade é um princípio que se estriba no preceito acolhido pelas ciências, ou


seja, a exclusão do julgamento em bases “pessoais”, ou “subjetivas.”

A contabilidade tem seus princípios, suas leis, suas normas, formadas através das
décadas e calçada na objetividade.

O que é objetivo é racional e no campo tecnológico da perícia, deve o perito


inspirar-se na ciência contábil. Não deve divagar, mas de forma concreta, ater-se a
matéria, respeitando sua disciplina de conhecimentos.

A opinião de um contador não é inspirada no que ele “supõe”, mas no que ele
“aprendeu” ou “absorveu” como conhecimento.

02  Um laudo pericial deve ter um rigor tecnológico, ou seja, deve limitar-se ao que é
reconhecido como científico no campo de sua especialidade. Existindo rigor
tecnológico, por si só, já expulsa o subjetivo. As respostas devem ser baseadas em
doutrinas e normas contábeis. Devendo ser evitado argumentos inúteis ou de
indecisão (ficar em cima do muro).

03  Um laudo pericial deve ser conciso, não é uma peça literária, precisa ater-se ao
assunto, evitando a presença de respostas prolixas, respondendo de forma
satisfatória.

A concisão, todavia, não deve chegar ao absurdo de excluir os argumentos


necessários, para elucidação dos fatos.

04  Quanto a argumentação, deve o perito informar por que concluiu, por este ou por
aquele, e em que se baseia para apresentar sua opinião.

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Quando os argumentos forem muitos, podem ser colocados em folha anexa, desta
forma tornando a resposta mais concisa.

05  A exatidão é condição essencial de um laudo pericial. O perito não deve “supor”,


mas somente afirmar quando tem absoluta segurança sobre o que esta opinando,
deve basear-se somente em fatos concretos. O laudo pericial não é uma informação
empírica, é uma opinião baseada em realidades inequívocas.
Havendo insegurança para opinar, o perito deve abdicar, declarando sua
impossibilidade para responder.

06  Quanto a clareza, deve o Perito Contábil ter presente que o laudo pericial é
elaborado para terceiros, que não são especialistas e não tem a obrigação de
entender a terminologia e a tecnologia científica da contabilidade.

O perito deve apresentar frases inequívocas, quanto ao seu entendimento, jamais


frases com dupla interpretação, deve evitar expor seu parecer sobre o que afirma,
deve, isto sim, afirmar claramente o que é questionado.

A resposta a um quesito, não deve deixar margem para outra pergunta. A resposta
dada deve esgotar o assunto, não necessitando de mais esclarecimentos, deve ser
completa dentro do que é questionado.

A resposta de um simples “não”, pode responder ao questionado, mas “não


esclarece o porquê” e faz parte do dever do profissional, como comportamento
ético, exibir as razões de sua conclusão.

“Um laudo pericial não é uma peça de suposição, ficção ou literatura, mas algo
tecnológico, ou seja, inspira-se nos princípios da doutrina contábil.”

MEIOS DE PROVAS PREVISTOS NO DIREITO.

A função pericial pressupõe enfrentrar determinados aspectos processuais, relativos


ao domínio e ao entendimento quanto à produção da prova pericial e em particular da
contábil, que devem ser denominados pelo perito contábil, já que tem papel relevante na
qualidade de auxiliar da justiça.

O Perito Contábil tem necessidade de aprender algumas noções fundamentais


quanto ao instituto da prova, qual a função da prova, a quem compete o ônus da prova, os

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meios de prova contábil disponíveis, bem assim os tipos de prova sobre os quais estará
desenvolvendo seu trabalho.
A busca da verdade formal quanto aos fatos, interessa ao perito contábil, já que a
ele será remetida a responsabilidade funcional de trazê-la para os autos do processo.

PROVAS ADMITIDAS NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

-Documentos: Prova documental é a mais utilizada, tratam os arts. 364 a 399 do


CPC.

-Depoimento pessoal: Interrogação (inquisição) das partes litigantes pelo Juiz,


previsto nos arts. 342 a 354 do CPC. Podendo em qualquer estado do processo, qualquer
das partes ser chamada para fim de ser interrogada.

-Exibição de documentos ou coisas – No CPC, art. 539, diz que provar-se-ão,


também os fatos pela exibição de documentos ou da coisa.

-Testemunho - Do depoimento de testemunhas, que podem ser chamadas a critério


do Juízo, tratam os arts. 400 a 419 do CPC. Nos atos inquiritórios a que a testemunha é
submetida pelo Juiz, preliminarmente será a mesma advertida quanto à sanção penal em
que incorre quem faz afirmação falsa, cala ou oculta a verdade.

-Confissão – (art. 348 a 354) – Pode ser espontânea ou provocada.

-Inspeção Judicial – É um ato do Juiz, pessoal e direto, de examinar ou vistoriar


pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interessa à decisão da lide. Prevista
nos art. 440 a 443 do CPC.

-Prova Pericial - art. 420 a 439 do CPC - A função da prova pericial é a de


transformar os fatos relativos à lide, de natureza técnica ou científica, em verdade formal,
em certeza jurídica.
A convicção do Magistrado é adquirida com base nas provas produzidas nos autos,
não lhe sendo permitido tomar decisão adotando suas convicções pessoais e tampouco
supor qualquer coisa, como também ao perito contábil não lhe é permitido, em seus
trabalhos, externar sua opinião pessoal sobre o que se debate nos autos do processo
judicial. Deve o Perito Contábil Judicial, na qualidade de auxiliar da justiça, fazer o relato
dos fatos contábeis objeto da lide tal qual os observou, de conformidade com os princípios
fundamentais da contabilidade e sua boa técnica.

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PRESCRIÇÃO - PERDA DA AÇÃO.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL - ART. 7 - INCISO 29.

A  Cinco anos para o trabalhador urbano, até o limite de 2 (dois) anos após a extinção do
contrato;

B  Até 2 (dois) anos após a extinção do contrato, para o trabalhador rural;

(Matéria de Defesa)  Pode ser solicitada até o TRT, não pode ser determinada, pelo Juiz
de Ofício.

DECADÊNCIA  Perda do direito.

PONTOS DE EXAMES NAS RECLAMATÓRIAS TRABALHISTAS

1.1  MARCAÇÃO DO CONTROLE DE FREQÜÊNCIA:

-Obrigatório nos estabelecimentos com mais de dez empregados.


-O controle de freqüência não tem modelo oficial:

Mecânico (Relógio).
Eletrônico (Computadorizado).
Manuscrito (Livro ponto/folha individual de ponto).

-PODEM SER EXCLUÍDAS:

-Com cargo de confiança;


-Que trabalham em serviços externos não sujeitos a horário.
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1.2  QUADROS DE HORÁRIOS:

O Art. 74 da CLT determina que as empresas tenham quadro indicando o horário de


trabalho dos empregados.
A Portaria 3.626 de 13/11/91 (Minist. Trabalho) eliminou a obrigação do quadro de
horário, desde que faça constar nos controles de freqüência (no cabeçalho) o nome do
empregado, a hora de entrada e saída e dos descansos.

1.3  REGISTROS DOS DESCANSOS.

Em 1984, a Portaria 3.082 autorizava a suspensão dos registros dos intervalos,


desde que a empresa indicasse no controle de freqüência em que horário haveria repousos.
A Portaria 3.626 revogou a Portaria 3.082, assim voltou a ser obrigatória a
marcação dos intervalos nos controles de freqüência.
É comum a reclamação de horas extras por falta do descanso.
obs: digitador

1.4  JORNADA NORMAL.

A Constituição de 1988 (05/10/88) determina a jornada normal é de 8:00 horas por


dia, mas com limite de 44:00 horas semanais.
Para o cálculo do salário-hora-normal. Divide-se salário mensal por 220h
(7,33x30dias).

Os que trabalham em serviço intermitentes, sem repouso durante a jornada que tem
6:00 horas de trabalho por dia.
Para o cálculo do salário-hora-normal, dividindo-se o salário mensal de 180.

1.5  TRABALHO NOTURNO.

O trabalho noturno é compreendido entre 22 e 05 horas, ou seja 7:00 horas de


jornada, mas a CLT, art. 35 § 1: determina que a hora do trabalho noturno será computada
como de 52 minutos e 30 segundos, assim 7:00 horas pelo relógio significam 08:00 horas
de trabalho.

1.6  HORAS EXTRAS.

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A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em


número não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e empregado
ou mediante contrato coletivo de trabalho.
Constituição Federal - Art. 7º inciso XVI - determina a remuneração do serviço
extraordinário em 50% à do normal.

Nas atividades insalubres, só poderão ser acordados mediante licença prévia das
autoridades competentes (CLT - Art. 60).

REVISANDO ENCARGOS SOCIAIS:


-Horas Extras.
Excedente a jornada normal:

Adicional CF/88 = 50% sobre a hora normal.


Definido por acordos.

-Horas Noturnas.
Adicional Noturno = 20% da hora normal.

Reduzida Noturna = Pode ter adicional de horas extra


Mesmo valor hora normal
Mesmo valor adicional noturno.

-Adicional Insalubridade.

Há três graus·=·Máximos (40%), médios (20%), mínimos (10%), aplicado sobre o


salário mínimo.

-Adicional Periculosidade :

30% de adicional sobre o seu salário efetivo, exceto prêmios, gratificações e


participações nos lucros.

-13º Salário:

-Gratificação natalina
-Igual a 1 salário após 12 meses de trabalho ou proporcional.
-Proporcional (número de meses ou 15 dias ou mais trabalhados).

-Férias.

-Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contato de trabalho, o


empregado terá direito a férias.
-Proporcional (número de meses ou 15 dias ou mais trabalhados).

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-Aviso Prévio.

-As empresas ou empregados devem dar aviso prévio, por escrito, em duas vias,
dando a outra parte recibo na 2ª via.
Prazo de 30 dias corridos, a contar do dia seguinte ao da entrega.

-Trabalhado = (Empregado tem direito a 02 horas p/dia livres ou 7 dias úteis


seguidos).

-Indenizado = Pago em rescisão.

ENCERRAMENTO DA INSTRUÇÃO.

-Sentença de Liquidação.

A  SENTENÇA LÍQUIDA.

Quando a sentença de mérito, dele logo, fixa o quantum devido, fiz-se que a
sentença é líquida, pois o valor a ser executado posteriormente, depende apenas de simples
cálculo, tais como os de atualização Monetária e juros em decorrência de espaço de tempo
transcorrido.

B  SENTENÇA ILÍQUIDA

A sentença ilíquida é a que, tendo condenado ao pagamento de algum crédito, não


lhe fixou seu valor. A grande maioria dos processos, principalmente trabalhistas, têm sido
decididos através de sentenças ilíquidas, onde são fixados os parâmetros básicos para a
elaboração da liquidação da sentença, que poderá ser processada por cálculo, arbitramento
ou artigo.
C  SENTENÇA FINAL.

É a decisão de mérito proferida pelo Juiz de primeira instância, mas o encerramento


do processo ocorrerá com o trânsito julgado da decisão, isto é, quando tiver sido interposto
recurso de sentença, ou quando já forem exauridos os recursos cabíveis, assim a sentença
torna-se definitiva.

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FASE DE LIQUIDAÇÃO DO PROCESSO.

-A Liquidação, constitui pressuposto essencial, para que a sentença se torne


exeqüível, pois é por intermédio dela que se irá fixar, quantitativamente a obrigação
decorrente do título executivo judicial.

Daí a importância e a imprescindibilidade dessa fase de quantificação da dívida,


sempre que a sentença limitar-se a declarar a existência do direito em prol do credor, sem,
todavia, fixar-lhe o valor correspondente.

Levando em conta os elementos existentes nos autos, e em especial tratando-se de


sentença condenatória, os sistemas processuais previram três espécies de liquidação:

I) Cálculos;
II) Arbitramento;
III)Artigos.

A  LIQUIDAÇÃO POR CÁLCULOS.

-Essa forma de Liquidação será adotada quando a apuração depender de simples


operações aritméticas.

É caso, por exemplo, de a sentença condenar pagamento de indenização tendo em


vista certos números de anos de serviço e considerando determinado salário, com
acréscimos de juros e correção monetária.

Na Liquidação da sentença, por cálculos, o Juiz fixará prazo, para que o


Reclamante o apresente, inclusive os juros de mora e correção monetária, se ele não os
apresentar, fixará prazo indêntico ao reclamado para iguais fins.

Apresentados os cálculos, por uma das partes, o Juiz assinará prazo para que a
adversa, sobre os mesmos se pronuncie e apresente os que entender corretos, em caso de
divergências.

Inexistindo manifestação, o Juiz homologará a conta apresentada. Sendo, ambas as


contas imprestáveis ou merecendo reparos, o Juiz estabelecerá as diretrizes corretas, ou
ainda determinará um Perito Contábil para efetuá-los, assinando prazo para que o mesmo
os apresente.

Os honorários do Perito Contábil serão arbitrados pelo Juiz levando-se em conta a


natureza, a complexibilidade dos cálculos, em síntese o trabalho efetuado.

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B  LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO.

Os cálculos serão efetuados por arbitramento, a liquidação que assim tenha sido
determinado pela sentença, ou ajustada pelas partes ou exigir a natureza do objeto da
liquidação.

C  LIQUIDAÇÃO POR ARTIGOS.

Diz-se por “Artigos” essa modalidade de liquidação, porque deve a parte, na


petição inicial, articular àquilo que deve ser liquidado, isto é, indicar, um a um, os itens
que constituirão o objeto da quantificação.

Sempre que possível, todavia, devem ser evitadas no processo do trabalho as


liquidações por artigos ou arbitramento cabendo ao Juiz empenhar-se em criar condições,
já no processo de conhecimento, para que ela se realize imediante cálculos do Perito
Contábil.

RECURSOS E REVISÃO DOS JULGADOS.

A sentença de mérito (Primeira Instância) elemento balizador para os cálculos de


liquidação, poderá ser reformada, desde que interposto recurso no prazo e nas condições
fixadas em Lei. Essa reforma, por sua vez, determina que a condenação inicial seja
adaptada à nova decisão, tanto no sentido de sua ampliação, quanto de sua redução.

-Recurso Ordinário
-Recurso de Revista
-Embargo à Execução
-Agravo de Petição
-Ação Rescisória.

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ATUALIZAÇÃO DOS DÉBITOS TRABALHISTAS.

A economia brasileira, durante décadas conviveu com rolo compressor chamado


Inflação.
Este processo destrói de forma implacável todos os ativos, o que não isenta os
salários.
Atualmente, temos aparentemente uma calmaria desta avalanche inflacionária, após
diversos planos políticos ineficientes.
A correção monetária não se constitui num ganho a mais, ela meramente é a
atualização da moeda aviltada pela inflação, procurando preservar um pouco o poder de
compra.

CRITÉRIOS DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA NO TEMPO.

A instituição de correção monetária aos débitos trabalhistas foi dada pelo Decreto-
Lei nº 75/66, que passaram a ser atualizada com base em Portarias fornecidas pelo
Governo Federal que incorporaram, através de coeficientes, a variação trimestral das
Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN’s). Esses coeficientes corrigiam no
trimestre seguinte, os débitos trabalhistas, contraídos até o trimestre anterior.
Em Março de 1986 o Governo edita o Plano Cruzado, há um aparente
congelamento com a eliminação da indexação. No Decreto-Lei nº 2.284/86, que instituiu o
plano extinguiu as ORTN’s e lançou as obrigações do Tesouro Nacional (OTN’s).
Em Fevereiro/87 o Governo edita o Decreto-Lei nº 2322, que determinava a volta
da indexação, através da apuração mensal da OTN’s com base na inflação apurada.
Em 15/01/89 veio Plano Verão extinguindo a OTN, até então utilizada como
indexador para correção dos débitos trabalhistas, e efetuando importantes mudanças que
foi a vinculação da atualização trabalhista pelos mesmos índices de atualização dos
depósitos de poupança.

Em Fevereiro/89, a Associação dos Peritos na Justiça do Trabalho - APEJUST,


criou o Fator de Atualização dos Débitos Trabalhistas - FADT, que nada mais é do que a
última OTN acrescida mensalmente dos índices de atualização dos depósitos da Poupança.
No final de 2005, os tribunais regionais do trabalho unificaram a forma de correção
monetária, e passou a ser chamada de FACDT (Fator de atualização e conversão dos
débitos trabalhistas)

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SILVIO LUIZ TABORDA
CONTADOR CRC/RS 35.504
ESCRITÓRIO DE PERÍCIA CONTÁBIL
TRAVESSA COMENDADOR BATISTA, 67 CJ 202
_________________________________________PORTO ALEGRE - FAX (51)3217-1605 - 90050-150

JUROS MORATÓRIOS.

Os juros moratórios têm na sentença condenatória, o objetivo de ser uma


penalização de cunho pecuniário, cuja taxa deve incidir sobre o principal corrigido.

Taxas de Juros:

O Código Civil Brasileiro - preceitua no art. 1062 que a taxa de juros moratórios,
quando não convencionada será de seis por cento ao ano, ou 0,5% ao mês.
Em 26/02/87, os juros no processo trabalhista passaram a ter regra própria, com a
edição do Decreto-Lei nº 2.322.
Dispõe em síntese o art. 3º do citado Decreto-Lei: “Sobre a correção monetária dos
créditos trabalhistas, incidirão juros, à taxa de 1,00% (Um por cento) capitalizados
mensalmente.”
Em 31/01/91 com a edição da Medida Provisória nº 294, ratificados e acrescidos
pela Lei 8177/91 disciplina:
“Aos débitos trabalhistas constantes da Justiça do Trabalho ou decorrentes de
acordos feitos em reclamatória trabalhista, quando não cumpridas nas condições
homologadas ou constantes do termo de conciliação, serão acrescidos, por juros de um por
cento ao mês, contados do ajuizamento da reclamatória...”

Período Juros Taxa

Até 26/02/87 Simples 0,5% ao Mês


De 27/02/87 à
03/03/91 Capitalizado 1% ao Mês
De 04/03/91 em
diante Simples 1% ao Mês

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