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BANCO DE QUESTÕES

Disciplina: Literatura
Série: 3ª
Segmento: Ensino Médio
Semestre: 1º/2006
Elaborador(a): Alzira Reis

Caro professor,

As questões elaboradas a seguir são fonte de auxílio para o trabalho avaliativo do livro 1 de Literatura, na
versão 2006. Elas contemplam, principalmente, a fixação e avaliação dos conteúdos explorados ao longo do
primeiro semestre letivo. Como o principal foco do livro-texto é a abordagem das manifestações literárias do
século XX e a consolidação dos conceitos de metalinguagem e de intertextualidade, as questões
apresentadas exploram enfaticamente tais temas.

Alzira Reis

Assunto Questões
Características modernista Q. 1
Correntes modernistas de 1ª fase Q. 2
Características modernistas Q. 3
Movimentos de Vanguarda Europeia Q. 4, Q. 17, Q.18, Q. 19, Q.20
Metalinguagem Q. 5, Q. 13
Características do discurso literário Q. 6
Intertextualidade Q. 7, Q. 8, Q.9, Q.10, Q. 12 Q.39
Contexto sociocultural do Modernismo europeu Q. 11
Linguagem figurada Q. 14
Contemporaneidade poesia e prosa Q. 21, Q. 22, Q.23, Q.24, Q.31, Q.32, Q.33, Q.36,
Q.37
Modernismo brasileiro: poesia e prosa Q. 25, Q. 26, Q.27, Q. 28, Q.29, Q.30, Q.34. Q.35,
Q.40
QUESTÃO 01 / 1ºS/2006

(Descritor: reconhecer em textos literários as características do Modernismo)

Assunto: Modernismo
Nível de dificuldade: Médio

Todas as características modernistas citadas foram corretamente exemplificadas, exceto:

(A) Valorização da cultura popular, do regional, do folclórico.

Quando ontem adormeci


Na noite de São João
Havia alegria e rumor
Estrondos de bombas luzes de Bengala
Vozes cantigas e risos
Ao pé da fogueira acesas.
(Manuel Bandeira)

(B) Ausência de limites entre o poético e o não-poético, irreverência, humor.

Não, meu coração não é maior que o mundo.


É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo,
por isso me grito,
por isso frequento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:
preciso de todos.
(Carlos Drummond de Andrade)

(C) Coloquialismo linguístico, interesse pelo homem comum.

O capoeira

Qué apanhá sordado?


O quê?
Qué apanhá?

Pernas e cabeças na calçada.


(Oswald de Andrade)
(D) Exploração do espaço em branco

Abaixo a carestia
Chega de comer angu
stia & solidão.

(Marcelo Dolabela)
Resposta: letra B

2
QUESTÃO 02 / 1ºS/2006

(Descritor: conceituar a tendência modernista intitulada Antropofagia)

Assunto: Modernismo
Nível de dificuldade: Médio

O trecho a seguir pertence a William Roberto Cereja / Thereza Cochar Magalhães e foi adaptado para esta
prova.

Assim como os índios primitivos devoravam seu inimigo, acreditando que assim assimilavam suas
qualidades, os artistas propõem a “devoração simbólica” da cultura estrangeira, aproveitando dela suas
inovações artísticas, porém sem perder nossa identidade cultural. Trata-se de um aprofundamento da ideia
da “digestão cultural”, proposta pelo movimento denominado ____________________________.

Complete corretamente a lacuna acima.

(A) Verde-Amarelismo.
(B) Desvairismo.
(C) Antropofagia.
(D) Universalismo.
(E) Tropicalismo.

Resposta: letra C

QUESTÃO 03 / 1ºS/2006

(Descritor: identificar em texto literário características modernistas)

Assunto: Modernismo
Nível de dificuldade: Médio

A questão a seguir se refere ao texto Poema tirado de uma notícia de jornal, de Manuel Bandeira.

João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barraco sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

É incorreto afirmar que no texto existe

(A) rompimento com a sintaxe tradicional.


(B) narração de sequência de acontecimentos.
(C) emprego de versos livres e brancos.
(D) ataque à postura estática parnasiana.

Resposta: letra D

QUESTÃO 04 / 1ºS/2006

(Descritor: Reconhecer característica de movimentos de vanguarda europeia)

Assunto: Modernismo
Nível de dificuldade: Médio

3
A estrofe a seguir pertence ao poema “Canto de regresso à pátria”, do modernista Oswald de Andrade.

Não permita Deus que eu morra


Sem que eu volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo.

A respeito do que foi exposto, é incorreto afirmar que o texto

(A) sugere uma ideologia futurista, no último verso.


(B) há identificação explícita de qual é a terra de origem do eu-lírico.
(C) a voz poética suplica a Deus a possibilidade de retornar à terra natal.
(D) os versos de Oswald parodiam “Não permita Deus que eu morra / Sem que eu volte para lá /Sem que
desfrute os primores / Que não encontro por cá.”

Resposta: letra D

QUESTÃO 05 / 1ºS/2006

(Descritor: reconhecer função da metalinguagem em textos)

Assunto: Metalinguagem
Nível de dificuldade: Médio

(FUVEST – SP)

Ora, aí está justamente a epígrafe do livro, se eu lhe quisesse pôr alguma, e não me ocorresse
outra. Não é somente um meio de completar as pessoas da narração com as ideias que deixarem, mais
ainda um par de lunetas para que o leitor do livro penetre o que for menos claro ou totalmente escuro.
Por outro lado, há proveito em irem as pessoas da minha história colaborando nela, ajudando o
autor, por uma lei de solidariedade, espécie de troca de serviços, entre o enxadrista e os seus trebelhos(1).

(1) trebelhos: peças do jogo de xadrez.

A intervenção direta do narrador no texto cumpre a função de

(A) despertar a atenção do leitor para a estrutura da obra, convidando-o a participar da organização da
narrativa.
(B) sintetizar a sequência dos episódios, para explicar a trama da narração.
(C) distanciar o leitor da articulação da história, evitando identificação emocional com as personagens.
(D) levar o leitor a refletir sobre as narrativas tradicionais, cuja sequência lógico-temporal é complexa.

Resposta: letra A

QUESTÃO 06 / 1ºS/2006

(Descritor: conceituar Literatura)

Assunto: Interpretação poética


Nível de dificuldade: Médio

Considere as seguintes afirmações:

4
I – Como fazem parte da cultura, as obras literárias, de certa forma, carregam em si o imaginário social, com
suas crenças, valores, visões de mundo.
II – A literatura, por classificar-se como arte, é mais valorizada quanto maior for a semelhança com o mundo
retratado e quanto mais neutra for a linguagem utilizada para retratá-la.
III – Por não terem compromisso com a verdade documental, os textos são especialmente abertos a
diferentes possibilidades de leitura.
IV – No discurso literário, a linguagem funciona de forma semelhante às linhas e cores na pintura ou aos
sons na música.
V – O tema é importante critério de distinção entre o texto literário e o não-literário, uma vez que há
conteúdos excluídos da literatura e outros que são avessos a seu domínio.

Estão corretas as afirmativas:

(A)I, II, IV
(B)I, III, IV.
(C)III, IV.
(D)I, II, III, IV, V
(E)II, V

Resposta: letra C

QUESTÃO 07 / 1ºS/2006

(Descritor: reconhecer conceitos de intertextualidade)

Assunto: Intertextualidade
Nível de dificuldade: Médio

Leia o poema de José Paulo Paes e, em seguida, responda ao que se pede.

Canção do exílio facilitada

Lá?
Ah!
Sabiá...
Papá...
Maná...
Sofá...
Sinhá...
Cá?
Bah

(Maná: suco resinoso e açucarado de algumas plantas. Fig.: alimento delicioso, ambrosia, coisa excelente,
vantajosa, deliciosa)

Considere, com atenção, os itens a seguir.

I – Os versos estabelecem um diálogo intertextual com o poema clássico “Canção do Exílio”, de Gonçalves
Dias.
II – O texto oferece, pela justaposição de elementos heterogêneos, sem ligação direta entre si, múltiplas
possibilidades de associação e de produção de sentido.
III – O título do poema associa-se à concisão telegráfica, pois o poeta emprega um número reduzidíssimo
de palavras na composição do texto.
IV – O poema apresenta os sentimentos de prazer e desprazer por meio do jogo com as interjeições “Ah!” e
“Bah!”, respectivamente.

Estão corretos os itens apresentados em:

(A)I, II, III


(B)I, II, III, IV.

5
(C)I, III, IV.
(D)II, III, IV.
(E)III e IV

Resposta: letra B

QUESTÃO 08 / 1ºS/2006

(Descritor: distinguir diversos tipos de intertextualidade)

Assunto: Intertextualidade
Nível de dificuldade: Difícil

Leia este excerto:

Existem diferentes formas de marcar, no enunciado, a inserção ou retomada de um texto em outro. Algumas
são formalmente mais explícitas, outras, por não obedecerem a nenhuma convenção gráfica
nem indicarem a origem ou a fonte do texto inserido ou retomado, apelam para os
conhecimentos prévios do leitor.

Considerando os procedimentos intertextuais conhecidos, assinale a alternativa incorreta.

(A) Recuperação de um texto por outro de forma dócil, isto é, retomando seu processo de construção em
seus efeitos de sentido, é o que chamamos de paráfrase. Também resumir ou recontar uma história é
parafraseá-la.
(B) Epígrafe é um tipo de intertextualidade em que se nota uma menção a outro texto ou a um componente
seu. Trata-se de um recurso para referir-se, normalmente, a título e/ou autor de outra obra.
(C) Paródia é também semelhanca, é repetição com diferença; é imitação com distanciamentoto crítico. A
paródia funciona como um canto que desafina o tom elogioso e bem comportado.
(D) No processo intertextual, o pastiche assume os traços de um estilo com tal ênfase que o sentido se
torna deslocado. Ele não retoma textos específicos, mas reporta-se a todo um gênero.

Resposta: letra B

As questões 09 e 10 se referem aos textos a seguir. O primeiro é de um autor romântico; o segundo, de um


modernista.

I – Mulher, irmã, escuta-me: não ames.


Quando a teus pés um homem terno e curvo
Jurar amor, chorar pranto de sangue,
Não creias, não mulher: ele te engana!
As lágrimas são galas de mentira
E o juramento manto da perfídia.
(Joaquim Manuel de Macedo)

II – Teresa, se algum sujeito bancar o sentimental em cima de você


E te jurar uma paixão do tamanho de um bonde
Se ele chorar
Se ele se ajoelhar todo
Não acredita não Teresa
É lágrima de cinema
É tapeação
Mentira
Cai fora.
(Manuel Bandeira)

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QUESTÃ0 09 / 1ºS/2006

(Descritor: Comparar textos poéticos de diferentes épocas)

Assunto: Intertextualidade
Nível de dificuldade: Médio

Assinale a alternativa incorreta.

(A) O texto II dialoga com o poema I.


(B) Manuel Bandeira atualiza a linguagem do texto do século XIX.
(C) O eu-lírico assume papel de protetor em relação à mulher.
(D) O modernista rompe com a mensagem inicial de Macedo.

Resposta: letra D

QUESTÃO 10 / 1ºS/2006

(Distinguir os diferentes tipos de diálogo intertextual)

Assunto: Intertextualidade
Nível de dificuldade: Fácil

Entre os poemas existe

(A)paródia.
(B)paráfrase.
(C)alusão.
(D)citação.
(E)ironia

Resposta: letra B

QUESTÃO 11 / 1ºS/2006

(Descritor: enumerar as características socioculturais do início do século XX)

Assunto: Modernismo
Nível de dificuldade: Médio

Considere as seguintes afirmativas:

I – As inovações tecnológicas encantam e, ao mesmo tempo, amedrontam o homem do século XX.


II – Uma nova concepção de arte e do fazer literário era inevitável em um mundo de reformas sociais e sob
o impacto da 1ª Guerra Mundial.
III – As ideias psicanalíticas de Freud, a física de Einstein, a filosofia socialista de Marx e Engels, confirmam
a teoria de que a humanidade deveria caminhar rumo ao racional, objetivo, lógico.

Assinale a alternativa que possui as afirmativas corretas.

(A)I, II.
(B) II, III.
(C) I, III.
(D) I, IV.
(E) II, IV.

Resposta: letra A

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QUESTÃO 12 / 1ºS/2006

(Descritor: reconhecer características do diálogo intertextual)

Assunto: Intertextualidade
Nível de dificuldade: Difícil

A respeito do conceito de intertextualidade pode-se afirmar que

(A)a dessacralização dos discursos produz novas redes de significado, sem objetivo de valorização
hierárquica.
(B)o artista é visto como gênio, produtor de um mundo nebuloso e absolutamente novo.
(C)no plano ideológico, o texto original terá melhor conceito para o público do que o reelaborado
posteriormente.
(D)o diálogo entre os textos restringe a possibilidade de os signos circularem em épocas diferentes.

Resposta: letra A

QUESTÃO 13 / 1ºS/2006

(Descritor: aplicar conceito de metapoesia em texto literário)

Assunto: Metalinguagem
Nível de dificuldade: Médio

Leia alguns versos de Ferreira Gullar, em Toda Poesia:

Poesia – deter a vida com palavras?


Não – libertá-la,
Fazê-la voz e fogo em nossa voz.
(...)

poesia
paixão
revolução

Esses versos podem ser classificados como exemplos de metapoesia (metalinguagem), porque

(A)vão além da própria poesia, ultrapassando seus limites.


(B)constituem um poema, falando da própria poesia.
(C)questionam a função da poesia de hoje.
(D)defendem um ponto de vista sobre o papel revolucionário da poesia moderna.

Resposta: letra B

QUESTÃO 14 / 1ºS/2006

(Descritor: Distinguir linguagem conotativa de linguagem denotativa)

Assunto: Figuras de linguagem


Nível de dificuldade: Fácil

Não existe linguagem figurada em:

(A) Batia seu coração, inundando a cabeça de zumbidos.


(B) Tremia a mão empunhando chave.
(C) Apenas uma fresta de luz escorria junto ao chão.
(D) Festa de nossos trapos coloridos/a mostrar que nos morros mal vestidos é sempre feriado nacional.

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Resposta: letra B

UFU (adaptação) / QUESTÃO 15 / 1ºS/2006

(Descritor: reconhecer características do Modernismo europeu e do brasileiro)

Assunto: Modernismo
Nível de dificuldade: Médio

Dentre as afirmações a seguir, assinale a incorreta a respeito do Modernismo.

(A)Os escritores modernistas inspiraram-se na literatura oral – nos seus temas e nos seus variados
recursos literários – para comporem suas obras poéticas e narrativas.
(B)Tendências nacionalistas e/ou regionalistas estão ausentes da produção artística modernista brasileira, a
reflexão a respeito da consciência brasileira cede espaço para as regras das grandes correntes européias.
(C)Quando sinto a impulsão lírica escrevo sem pensar tudo o que meu inconsciente me grita. A afirmativa
preconiza, em afinidade com a corrente surrealista, a escrita automática.
(D)A técnica de justaposição ou montagem, em que se relacionam elementos heterogêneos, sem ligações
evidentes entre si, é um dos procedimentos da arte moderna, largamente utilizado pelos autores
modernistas.
(E)Defendem o ideal de perfeição formal.

Resposta: letra B

QUESTÃO 16 / 1ºS/2006

(Descritor: aplicar conceito de metalinguagem em texto literário)

Assunto: Metalinguagem
Nível de dificuldade: Fácil

Todas as seguintes passagens de Cadernos de João, de Aníbal Machado, contêm reflexão a respeito do
fazer literário, exceto

(A) Se, para ser e florescer, a planta ainda sem nome tivesse que esperar o batismo da palavra, que seria
de nossos campos? Ó vegetação à margem dos dicionários, êxtase e aflição dos amantes!
(B) Depressa, poeta. Chegou o momento fonético. Convoca os teus circunflexos, que os gramáticos estão
na porta cobrando os sinais diacríticos...
(C) Valem também quando o dado biográfico se dissolve em poesia. Aqui, já não é mais memória, é
superação do real pela evocação lírica ou horror.
(D) Ao transfundir-se em criação artística, o estado privilegiado de poesia logo se desliga de suas fontes
subterrâneas e começa a perder em substância.

Resposta: letra A

QUESTÃO 17 / 1ºS/2006

(Descritor: distinguir características de diferentes Movimentos de Vanguarda Europeia)

Assunto: Modernismo
Nível de dificuldade: Médio

Considere as afirmativas, a respeito dos Movimentos de Vanguarda Europeia.

I - Para os dadaístas, não havia passado nem futuro: o que existia era a guerra, o nada.
II- No Expressionismo, a atmosfera de densidade psicológica, de dor, lamento e destruição caracterizam
um modo de apreensão da realidade deformada pela subjetividade do artista.
III- No Cubismo, a realidade é apresentada a partir de formas geométricas, não se obedecendo aos
princípios clássicos da descrição dos objetos tal como seriam vistos.

Marque

9
(A) se todas as alternativas forem corretas.
(B) se I e II forem corretas.
(C) se II e III forem corretas.
(D) se I e III forem corretas.

Resposta: letra A

QUESTÃO 18 / 1ºS/2006

(Descritor: conceituar Surrealismo)

Assunto: Modernismo
Nível de dificuldade: Médio

Assinale a alternativa que contém visão artística típica do Surrealismo.

(A)Não há mais beleza senão na luta. Nada de obra-prima sem caráter agressivo.
(B)O artista fraciona o elemento da realidade que está interessado em representar e recria-o por meio de
planos geométricos superpostos.
(C)Politicamente firma-se como um protesto contra uma civilização que não conseguia evitar a guerra.
Defende-se a desordem, o caos.
(D)O escritor deveria deixar-se levar pelo seu impulso, sem se preocupar com a ordem e a lógica. Dessa
forma, pretendia atingir a realidade situada no subconsciente e no inconsciente.

Resposta: letra D

A questão 19 se refere ao fragmento do poema “Ode Triunfal”, de Fernando Pessoa.

Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos.


De vos ouvir demasiadamente de perto.
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressões de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas.
( ... )
Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!
Ser completo como uma máquina!
Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!

QUESTÃO 19 / 1ºS/2006

(Descritor: conceituar Futurismo)

Assunto: Modernismo
Nível de dificuldade: Médio

O trecho acima contém elementos típicos do

(A)Dadaísmo
(B)Futurismo
(C)Cubismo
(D)Expressionismo
(E)Regionalismo

Resposta: letra B

(Newton Paiva) adaptação / QUESTÃO 20 / 1ºS/2006

(Descritor: conceituar Dadaísmo)

Assunto: Modernismo
Nível de dificuldade: Médio

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Todas as alternativas estão de acordo com as correntes de vanguarda europeias que impulsionaram o
surgimento do Modernismo brasileiro, exceto:

(A)O Futurismo tem, como características, o tom agressivo e exclamativo; cultua a vida moderna, a
velocidade, além de manifestar desprezo pelo passado.
(B)O Cubismo corresponde à fragmentação dos planos e focos narrativos, à superposição e simultaneidade
de imagens, para criação de obras nada convencionais.
(C)O Dadaísmo defendia a arte engajada, pois acreditava no poder transformador dessa frente a uma
realidade com a qual seus representantes não podiam concordar.
(D)O Surrealismo buscava a expressão inconsciente do artista que utilizava, no caso específico da
literatura, a técnica da escrita automática.

Resposta: letra C

As questões 21 a 24 se referem ao poema a seguir.

A um poeta
Olavo Bilac

Longe do estéril turbilhão da rua,


Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego


Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.

Não se mostre na fábrica o suplício


Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício.

Porque a Beleza, gêmea da Verdade,


Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.

Vocabulário:

Beneditino= monge / Claustro= aposento individual de convento ou de mosteiro, cela / Limar= polir, retirar
imperfeições / Suar= transpirar / Sóbria= simples, sem excessos / Artifício= truque, afetação.

Questão 21 / 1ºS/2006

(Descritor: interpretar texto de concepção poética tradicional)

Assunto: Interpretação poética


Nível de dificuldade: Médio

É incorreto afirmar que o artista

(A) emprega a forma de composição denominada soneto.


(B) utiliza métrica regular e rimas.
(C) estrutura o texto em dois quartetos e dois tercetos.
(D) discute temática de caráter social.

Resposta: letra D

Questão 22 / 1ºS/2006

(Descritor: interpretar poema a partir das pistas textuais)

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Assunto: Interpretação poética
Nível de dificuldade: Fácil

Marque a afirmativa incorreta.

(A)O leitor deve perceber na obra as marcas das fases de composição do trabalho artístico.
(B)O texto final deve ser agradável e parecer natural a quem o lê.
(C)O artista ideal consegue unir beleza e simplicidade.
(D)A arte verdadeira é graciosa e rica.

Resposta: letra A

Questão 23 / 1ºS/2006

(Descritor: interpretar texto literário)

Assunto: Interpretação poética


Nível de dificuldade: Médio

Na elaboração do texto são necessários, exceto:

(A)Sofrimento.
(B)Esforço.
(C)Sofisticação.
(D)Técnica.

Resposta: letra C

Questão 24 / 1ºS/2006

(Descritor: interpretar linguagem literária de um poema)

Assunto: Interpretação poética


Nível de dificuldade: Médio

Para o artista, o poema ideal é sinônimo de

(A) turbilhão / aconchego


(D) forma / suplício
(C) templo grego / trama
(D) arte pura / artifício

Resposta: letra C

QUESTÕES ABERTAS

QUESTÃO 25 / 1ºS/2006

(Descritor: confrontar concepção de poesia da 1ª. Fase modernista com os preceitos poéticos do
Parnasianismo )

Assunto: Modernismo / Parnasianismo


Nível de dificuldade: Difícil

Leia o poema a seguir.


POÉTICA

Vou lançar a teoria do poeta sórdido.


Poeta sórdido,
Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida.
O poema deve ser como a nódoa no brim.
Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero.

12
Sei que a poesia é também orvalho
Mas este fica para as menininhas, as estrelas
Alfa, as virgens cem por cento e as amadas
Que envelheceram sem maldade.
(Manuel Bandeira)

a) O trecho acima rompe com os ideais poéticos valorizados no Parnasianismo. Confronte as teorias de
Manuel Bandeira com as de Olavo Bilac, presentes no poema intitulado “A um poeta”.
b) Redija um pequeno texto, explicando qual é a concepção de poesia do eu-lírico no texto “Poética”.
c) Reconheça, na 2ª estrofe, o tipo de lirismo criticado pelo poeta.

a)
 Poeta é um ser especial x Dessacralização da poesia
 Forma rígida x Versos livres e brancos
 Tradição x Visão inovadora
 Conservadorismo x Ousadia poética
 Beleza clássica x Visão crítica da vida

b)
 Artista quer produzir textos opostos aos que existiam no parnasianismo e modernismo.
 A figura feminina idealizada não pode ser musa do poeta modernista.
 O texto modernista deve incomodar, abordar o lado real, sujo da existência.

c) Lirismo romântico

A questão 26 se refere-se ao poema de Cecília Meireles, transcrito a seguir.

QUESTÃO 26 / 1ºS/2006

(Descritor: Reconhecer concepção literária do artista universalista da 1ª. Fase do Modernismo.)

Assunto: Modernismo
Nível de dificuldade: Médio

MOTIVO

Eu canto porque o instante existe


E a minha vida está completa
Não sou alegre nem sou triste:
Sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,


Não sinto gozo nem tormento
Atravesso noites e dias
No vento

Se desmorono ou se edifico
Se permaneço ou me desfaço
- Não sei, não sei! Não sei se fico
Ou passo.

Sei que canto e a canção é tudo.


Tem sangue eterno e asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada..

a) Transcreva o verso do poema que melhor explicita a importância do fazer poético para o eu-lírico.
b) Redija, pelo menos duas frases, justificando o título dado ao texto.

a) “Sei que canto e a canção é tudo”.


b) O substantivo motivo sugere que o artista explicitará quais são as razões que o levam a escrever.
Observar que o eu-lírico se define como alguém preocupado com o presente, consciente de que ele

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ficará conhecido por causa da sua produção artística, crente em que não é especial por ser capaz
de escrever. Texto é metalinguístico.

QUESTÃO 27 / 1ºS/2006

(Descritor: Reconhecer ironia em texto literário)

Assunto: Modernismo
Nível de dificuldade: Médio

erro de português

Quando o português chegou


Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse um manhã de sol
O índio tinha despido
O português

(Oswald de Andrade)

a) O título do texto é ambíguo. Explicite duas possibilidades de interpretação para ele.


b) Justifique as respostas dadas com duas características do Modernismo na 1ª fase, que se apliquem ao
poema lido.

a) Há duas possibilidades de interpretação do título do poema:


- erro gramatical
- equívoco do colonizador ao desprezar a cultura indígena.

b)
 Valorização do nacional
 Revelação de um país até então atrelado aos modelos europeus.
 Interesse da nacionalização da poesia
 Irreverência
 Linguagem coloquial

As questões 28 e 29 se referem ao texto O AUTOMÓVEL ATROPELA O PÉGASO.

O AUTOMÓVEL ATROPELA O PÉGASO (1)

Longe vão os tempos em que Olavo Bilac, o poeta sagrado, intocável, encarnação da Musa
Perfeita, passeia ao lado de José do Patrocínio, pelas ruas do Rio de Janeiro, no primeiro automóvel que ali
aparecera, e que fora adquirido pelo orador abolicionista, deixando toda a população embasbacada e os
moleques das ruas em grande agitação, porque, de vez em quando, o “monstro” encrencava – e era preciso
empurrá-lo...
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, o príncipe dos poetas parnasianos, mal sabia que aquele
automóvel “feio, amarelo, aos trancos e solavancos pelos calçamentos cheios de altos e baixos, largando
atrás o cheiro insuportável de petróleo”, mais do que um brinquedo pitoresco, era simbolicamente o grande
inimigo e viria atropelar o alado e soberbo Pégaso. Não sonhara o cantor de Frineia (2) que o antiestético
veículo era o Cavalo de Troia (3) no reduto parnasiano e representava o mundo mecânico – mundo que o
Modernismo cantaria, glorificaria e temeria, conseqüência dele que era.

(História do Modernismo Brasileiro, Mário da Silva Brito)

(1) Pégaso: cavalo alado da mitologia grega. Era fruto da união entre Netuno e Medusa. Foi transformado
pelos deuses em constelação.
(2) Frineia: título de obra poética feita por Olavo Bilac.
(3) Cavalo de Troia: imenso cavalo de madeira, feito pelos gregos. Foi recheado de soldados armados antes
de ser enviado como presente ao inimigo troiano. O objetivo era surpreender o adversário e,
conseqüentemente, vencê-lo.

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QUESTÃO 28 / 1ºS/2006

(Descritor: reconhecer afirmativas acerca de transformações sócio-cultural em texto metafórico)

Assunto: Modernismo / Parnasianismo


Nível de dificuldade: Difícil

a) Indique dois motivos que justifiquem a denominação de “monstro”, dada ao automóvel.


b) Identifique quais movimentos artísticos citados no texto são representados, metaforicamente, pelos
substantivos “automóvel” e “pégaso”, respectivamente.

a) Usar o que está entre aspas no texto para justificar os motivos do grande estranhamento da
sociedade diante das transformações.
b) Automóvel = Modernismo
Pégaso = Parnasianismo

QUESTÃO 29 / 1ºS/2006

(Descritor: argumentar convenientemente na explicação de afirmativas)

Assunto: Modernismo / Parnasianismo


Nível de dificuldade: Médio

Redija um parágrafo argumentativo, de estrutura completa, explicando a frase final do texto. Utilize, na
fundamentação das afirmativas, elementos relevantes, objetivos e coerentes.

O texto deverá demonstrar que o autor indicou metaforicamente que a arte do século XX deveria refletir os
avanços tecnológicos do século que se iniciava. Devem-se citar explicitamente os ideais parnasianos não se
enquadravam no novo mundo.

QUESTÃO 30 / 1ºS/2006

(Descritor: reconhecer características do Concretismo em texto)

Assunto: Tendências contemporâneas


Nível de dificuldade: Médio

O texto de Paulo Leminski, poeta da fase contemporânea da literatura brasileira sempre reconheceu que
sofreu influências do Concretismo em seu trabalho artístico.

Identifique, no texto a seguir, pelo menos, três aspectos típicos dessa fase da literatura.

1930 1960 1980


amor homem ama
dor come cama
fome

a)
b)
c)

 Abolição do verso
 Exploração do espaço em branco
 Economia verbal
 Disposição das palavras no papel
 Antidiscursionismo

QUESTÃO 31 / 1ºS/2006

15
(Descritor: distinguir preocupações estético-temáticas em diferentes fases da poesia brasileira)

Assunto: Tendências contemporâneas


Nível de dificuldade: Difícil

Tomando como base o poema da questão 30, explicite o principal objetivo da produção artística da década
de 60.

Arte engajada – participante – poesia de denúncia social;


Os substantivos homem - come – fome sugerem quais as condições de vida do povo na década - título;

QUESTÃO 32 / 1ºS/2006

(Descritor: reconhecer linguagem coloquial)

Assunto: Variedade linguística


Nível de dificuldade: Fácil

No trecho a seguir, o artista explora a linguagem cotidiana na produção do poema. Identifique um verso em
que isso pode ser confirmado e justifique sua resposta.

Aqui estou,
Dora, no teu colo,
nu
como no princípio
de tudo.

Me pega
me embala
me protege.

José Paulo Paes

a) Transcrição do/dos versos:


b) Justificativa:

a) Transcrever os três últimos versos


b) Próclise em inicio de frase é típico de linguagem coloquial.

QUESTÃO 33 / 1ºS/2006

(Descritor: ausência de limites entre o poético e o não-poético)

Assunto: Modernismo
Nível de dificuldade: Fácil

Os autores modernistas consideram que tudo pode ser tema de poesia. Reconheça no texto de Carlos
Drummond de Andrade tal comportamento e comente-o.

Vou jogar meu guarda-chuva


no depósito de objetos sem uso.
guarda-chuva ridículo, monstruoso morcego
que abro contra o céu negro.
Não mais me adianta abri-lo contra a chuva das horas.

a) Tema do poema:
b) Comentário:

a) O guarda – chuva e sua finalidade para o eu – lírico.


b) No Modernismo não há um fio nítido que distinga o poético do não poético.

16
QUESTÃO 34 / 1ºS/2006

(Descritor: distinguir diversas nuances do nacionalismo brasileiro)

Assunto: Modernismo
Nível de dificuldade: Médio

O texto a seguir se filia a que tipo de nacionalismo da 1ª fase do Modernismo? Justifique sua resposta, em
até três frases completas e claras.

Mas o que eu ouço, antes de tudo, nesta hora de sol puro


palmas paradas
pedras polidas
claridades
brilhos
faíscas
cintilações

é o canto dos teus berços, Brasil, de todos esses teus berços, onde dorme,
com a boca escorrendo leite, moreno, confiante, o homem de amanhã!
Ronald de Carvalho

a) O texto se filia ao nacionalismo classificado como_______


b) Justificativa:

a) Nacionalismo ufanista – Corrente Verde – Amarelismo


b) O Brasil é idealizado. A nação é o futuro de humanidade.

QUESTÃO 35 / 1ºS/2006

(Descritor: reconhecer o emprego de imagens não-lógicas na construção do lirismo)

Assunto: Modernismo
Nível de dificuldade: Médio

Oswald de Andrade compõe um retrato de uma cidade brasileira de maneira aparentemente ilógica. Que
recursos ele utilizou para descrever Nova Iguaçu? Cite a característica modernista presente no poema e
comprove sua afirmativa com trechos do texto.

NOVA IGUAÇU

Confeitaria Três Nações


Importação e Exportação
Açougue Ideal
Leiteria Moderna
Café do Papagaio
Armarinho União
No país sem pecados.

a) Característica modernista:
b) Comprovação:
Uso de ideias fragmentadas, sobreposição de imagens descontínuas. Os substantivos confeitaria,
açougue, leiteria, armarinho, constroem o cenário de Nova Iguaçu

QUESTÃO 36 / 1ºS/2006

(Descritor: reconhecer intenções participantes do artista)

Assunto: Tendências contemporâneas


Nível de dificuldade: Difícil

17
Affonso Romano de Sant´Anna registra a sua preocupação com a realidade contemporânea no poema a
seguir. Leia-o com atenção e, em seguida, redija um texto de, no máximo, três frases completas sobre o
aspecto social abordado nos versos.

Há 500 anos caçamos índios e operários


há 500 anos queimamos árvores e hereges,
há 500 anos estupramos livros e mulheres,
há 500 anos sugamos negras e aluguéis.
...
Este é um país de síndicos em geral,
Este é um país de cínicos em geral,
Este é um país de civis e generais.

A resposta deverá fazer referência à organização injusta da sociedade brasileira, aos grupos sociais que
dominam e aos que são dominados. Poderá haver referência ao contexto histórico do país nas décadas de
60/70.

QUESTÃO 37 / 1ºS/2006

(Descritor: reconhecer o efeito do diálogo intertextual)

Assunto: Intertextualidade
Nível de dificuldade: Médio

Compare a temática e a estrutura dos poemas I e II.

Poema I: “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias.

Minha terra tem palmeiras


Onde canta o sabiá
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.

Poema II: “Fazendeiros de Cana”, de Carlos Drummond de Andrade.

Minha terra tem palmeiras?


Não. Minha terra tem engenhocas de rapadura e cachaça
E açúcar marrom, tiquinho, para o gasto.

As fazendas misturam dor e consolo


Em caldo verde-garrafa
E sessenta mil réis de imposto fazendeiro.

O eu-lírico do poema II dialoga com o texto romântico de Gonçalves Dias. Entretanto, o modernista
Drummond rompe com o sentido do poema original. Redija um pequeno texto, confrontando as duas
posturas dos artistas.

Há paródia do texto II em relação ao texto I. O texto I idealiza a pátria do eu – lírico, o texto II aborda mais
criticamente a terra natal do poeta.

QUESTÃO 38 / 1ºS/2006

(Descritor: explicitar a concepção artística de um texto)

Assunto: Metalinguagem
Nível de dificuldade: Difícil

Leia com atenção a crônica que se segue, da obra “Ai de ti, Copacabana!”, do escritor Rubem Braga.

Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial! Mas
andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena de um pavão. Não há
pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d´água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O
pavão é um arco-íris de plumas.

18
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de
elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! Minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e
estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de
glórias e me faz magnífico.
Rio, novembro, 1956

a) Dê um exemplo de linguagem metafórica utilizada no texto:


b) Avalie, em duas frases no máximo, o grau de importância da explicação científica da natureza em
relação à fantasia.
c) Comente a metáfora da criação artística a partir da figura do pavão.

a) Última frase do primeiro parágrafo


Segunda frase do último parágrafo
b) A ficção e a imaginação são mais significativas que a análise racional da realidade.
c) A partir da figura do pavão é feita uma analogia como o ato de criar: na arte, há situações que não
podem ser descritas no discurso científico.

Unicamp/SP / QUESTÃO 39 / 1ºS/2006

(Descritor: interpretar intenções poéticas em poemas)

Assunto: Intertextualidade
Nível de dificuldade: Médio

Leia com atenção o poema de Carlos de Oliveira e responda às questões que se seguem.

LAVOISIER

Na poesia,
natureza variável
das palavras,
nada se perde
ou se cria,
tudo se transforma:
cada poema,
no seu perfil
incerto
e caligráfico,
já sonha
outra forma.

O princípio enunciado por Lavoisier, na química, diz que “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se
transforma”.

a) O que teria levado Carlos de Oliveira a dar a esse poema o título de “Lavoisier”?
b) Como podem ser interpretados os seis versos finais?

a) O princípio da Química se aplica ao ato de criar


Os textos criados são uma releitura de outras composições: diálogo intertextual.
b) A cada leitura ou interpretação, os textos adquirem novos / outros sentidos.

QUESTÃO 40 / 1ºS/2006

(Descritor: interpretar texto modernista em prosa)

Assunto: Modernismo
Nível de dificuldade: Difícil

O fragmento a seguir foi extraído do conto “Amor”, de Clarice Lispector. Leia-o com atenção, antes de
responder aos itens da questão.

19
O bonde se sacudia nos trilhos e o cego mascando goma ficara atrás para sempre. Mas o mal
estava feito. A rede de tricô era áspera entre os dedos, não íntima como quando a tricotara. A rede perdera
sentido e estar num bonde era um fio partido; não sabia o que fazer com as compras no colo. E como uma
estranha música, o mundo recomeçava ao redor. O mal estava feito. Por quê? Teria esquecido de que havia
cegos? A piedade a sufocava. O mundo se tornara de novo um mal-estar.

a) Clarice Lispector integra o grupo modernista que pesquisa o interior do ser humano. A partir de
passagens contidas no trecho lido, redija um pequeno texto comprovando tal afirmativa.
b) A frase O mal estava feito é repetida duas vezes no fragmento lido. Interprete os efeitos de tal
estratégia de composição do texto.

a) Os elementos prosaicos, comuns, os acontecimentos do dia-a-dia: o bonde, as compras, a rede de


tricô e, principalmente o cego, são pretextos para a narradora mergulhar em seu universo particular
e questionar a própria existência. É o que se denomina monólogo interior.
b) O cego mascando chiclete é o detonador das reflexões da narradora. Nas duas ocasiões em a frase
O mal estava feito é usada, a figura do cego emerge na lembrança da protagonista e lhe causa
certo desconforto.

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GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS

QUESTÃO 01: B QUESTÃO 13: B


QUESTÃO 02: C QUESTÃO 14: B
QUESTÃO 03: D QUESTÃO 15: B
QUESTÃO 04: D QUESTÃO 16: A
QUESTÃO 05: A QUESTÃO 17: A
QUESTÃO 06: C QUESTÃO 18: D
QUESTÃO 07: B QUESTÃO 19: B
QUESTÃO 08: B QUESTÃO 20: C
QUESTÃO 09: D QUESTÃO 21: D
QUESTÃO 10: B QUESTÃO 22: A
QUESTÃO 11: A QUESTÃO 23: C
QUESTÃO 12: A QUESTÃO 24: C

GABARITO DAS QUESTÕES ABERTAS

QUESTÃO 25

a)
 Poeta é um ser especial x Dessacralização da poesia
 Forma rígida x Versos livres e brancos
 Tradição x Visão inovadora
 Conservadorismo x Ousadia poética
 Beleza clássica x Visão crítica da vida

b)
 Artista quer produzir textos opostos aos que existiam no parnasianismo e modernismo.
 A figura feminina idealizada não pode ser musa do poeta modernista.
 O texto modernista deve incomodar, abordar o lado real, sujo da existência.

c) Lirismo romântico fugia da realidade da vida.

QUESTÃO 26

a) “Sei que canto e a canção é tudo”.


b) O substantivo motivo sugere que o artista explicitará quais são as razões que o levam a escrever.
Observar que o eu-lírico se define como alguém preocupado com o presente, consciente de que ele
ficará conhecido por causa da sua produção artística, crente em que não é especial por ser capaz
de escrever. Texto é metalinguístico.

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QUESTÃO 27

a) Há duas possibilidades de interpretação do título do poema:


- erro gramatical
- equívoco do colonizador ao desprezar a cultura indígena.

b)
 Valorização do nacional
 Revelação de um país até então atrelado aos modelos europeus.
 Interesse da nacionalização da poesia
 Irreverência
 Linguagem coloquial

QUESTÃO 28

a) Usar o que está entre aspas no texto para justificar os motivos do grande estranhamento da
sociedade diante das transformações.
b) Automóvel = Modernismo
Pégaso = Parnasianismo

QUESTÃO 29

O texto deverá demonstrar que o autor indicou metaforicamente que a arte do século XX deveria refletir os
avanços tecnológicos do século que se iniciava. Devem-se citar explicitamente os ideais parnasianos não se
enquadravam no novo mundo.

QUESTÃO 30

 Abolição do verso
 Exploração do espaço em branco
 Economia verbal
 Disposição das palavras no papel
 Antidiscursionismo

QUESTÃO 31

a) arte engajada – participante – poesia de denúncia social


b) Os substantivos homem - come – fome sugerem quais as condições de vida do povo na década -
título

QUESTÃO 32

a) Transcrever os três últimos versos


b) Próclise em inicio de frase é típico de linguagem coloquial.

QUESTÃO 33

a) O guarda – chuva e sua finalidade para o eu – lírico.


b) No Modernismo não há um fio nítido que distinga o poético do não poético.

QUESTÃO 34

a) Nacionalismo ufanista – Corrente Verde – Amarelismo


b) O Brasil é idealizado. A nação é o futuro de humanidade.

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QUESTÃO 35

a) Uso de ideias fragmentadas, sobreposição de imagens descontínuas.


b) Os substantivos confeitaria, açougue, leiteria, armarinho, constroem o cenário de Nova Iguaçu.

QUESTÃO 36

A resposta deverá fazer referência à organização injusta da sociedade brasileira, aos grupos sociais que
dominam e aos que são dominados. Poderá haver referência ao contexto histórico do país nas décadas de
60/70.

QUESTÃO 37

Há paródia do texto II em relação ao texto I. O texto I idealiza a pátria do eu – lírico, o texto II aborda mais
criticamente a terra natal do poeta.

QUESTÃO 38

a) Última frase do primeiro parágrafo


Segunda frase do último parágrafo
b) A ficção e a imaginação são mais significativas que a análise racional da realidade.
c) A partir da figura do pavão é feita uma analogia como o ato de criar: na arte, há situações que não
podem ser descritas no discurso científico.

QUESTÃO 39

a) O princípio da Química se aplica ao ato de criar


Os textos criados são uma releitura de outras composições: diálogo intertextual.
b) A cada leitura ou interpretação, os textos adquirem novos / outros sentidos.

QUESTÃO 40

a) Os elementos prosaicos, comuns, os acontecimentos do dia-a-dia: o bonde, as compras, a rede de


tricô e, principalmente o cego, são pretextos para a narradora mergulhar em seu universo particular
e questionar a própria existência. É o que se denomina monólogo interior.
b) O cego mascando chiclete é o detonador das reflexões da narradora. Nas duas ocasiões em a frase
O mal estava feito é usada, a figura do cego emerge na lembrança da protagonista e lhe causa
certo desconforto.

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