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Criatividade
O aspecto mais importante da improvisação é a criatividade. Este é o mais
vital dos conceitos que um improvisador precisa entender. O objetivo é
escutar alguma coisa interessante na sua cabeça e conseguir tocá-la
imediatamente. O seu entendimento dos fundamentos da música é um aliado
nessa jornada. Ele pode ajudar você a interpretar os sons que você escuta na
sua cabeça, relacionando-os a sons que você conhece e compreende. A sua
fluência técnica no seu instrumento é um outro aliado. Ela pode ajudar você a
executar com precisão aquilo que você conceber. A inspiração, entretanto, é o
que permite que você ouça ideias interessantes para começo de conversa.
Essa fagulha criativa é o que distingue o verdadeiro artista do mero artesão.
Embora nenhuma introdução como esta vá conseguir mostrar como ser
criativo, posso tentar jogar um pouco de luz sobre a criatividade naquilo em
que ela se relaciona com a improvisação.
O Processo Criativo
A Improvisação
Você deve, a esta altura, se já não o fez, começar a improvisar. Você deve
começar da mesma maneira que começou a praticar o suingue: sozinho e
sem acompanhamento a princípio, com um gravador se possível, e depois
com algum tipo de acompanhamento de seção rítmica. Novamente, o Band-
In-A-Box, os discos Aebersold, ou os acompanhamentos criados por você
mesmo serão muito valiosos.
Para suas primeiras tentativas de improvisação, escolha uma tonalidade com
que se sinta confortável e então comece a tocar o que der na cabeça. Invente
pequenas melodias que usem principalmente notas da escala escolhida. Não
tente preencher todo o espaço disponível com notas. Em vez disso,
concentre-se em ouvir uma frase curta na cabeça, e então tente tocar essa
frase. Não se preocupe se isso significar que haverá pausas de vários
segundos ou mais entre as frases. Miles Davis usava esse tipo de fraseado o
tempo todo.
Uma outra maneira de conseguir ideias para solos é usar padrões, ou frases
curtas que você praticou antecipadamente e que sabe que vão se encaixar
nas mudanças de acordes em um ponto específico. Em geral, improvisar é
muito mais do que simplesmente juntar padrões um depois do outro, mas
praticar padrões pode ser uma boa maneira de desenvolver sua técnica, bem
como seu ouvido, especialmente se você pratica seus padrões em todas as 12
tonalidades. Há vários livros, entre eles Patterns For Jazz, de Jerry Coker, que
apresentam alguns padrões úteis.
Uma técnica usada com frequência na era do bebop e desde então é a
citação, ou usar uma frase reconhecível de uma outra composição, ou de uma
improvisação gravada bem conhecida, como parte de sua própria
improvisação. Isso às vezes também é chamado de interpolação. Você pode
ter notado isso acontecendo em solos que já ouviu. Há geralmente algum
valor humorístico em fazer citações, especialmente se o trabalho interpolado
é algo bobinho como "Pop Goes The Weasel".