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20 EU-MIDIS
Inquérito sobre Minorias
e Discriminação na União Europeia
09 Português
Panorâmica do EU-MIDIS
Apresentação do inquérito da FRA sobre discriminação na UE
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Panorâmica do EU-MIDIS
Apresentação do inquérito da FRA sobre discriminação na UE
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EU-MIDIS
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Apresentação do inquérito da FRA sobre discriminação na UE
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EU-MIDIS
O EU-MIDIS indica uma falta de conhecimento e base nas afirmações dos inquiridos: essas razões iam
de cooperação com serviços que prestam apoio desde o «receio de represálias por parte dos autores
e aconselhamento — «acesso à justiça» — às dos actos discriminatórios se esses actos fossem
minorias vulneráveis à discriminação. denunciados» até «nada aconteceria/mudaria caso a
discriminação fosse denunciada».
As conclusões preliminares do EU-MIDIS sobre o
conhecimento dos inquiridos quanto às organizações que Os inquiridos Roma foram os que referiram o
podem oferecer apoio e aconselhamento às pessoas que maior grau de discriminação: um em cada dois
tenham sido vítimas de discriminação sugerem o seguinte: Roma indicou ter sido discriminado nos últimos
12 meses.
Primeiro — é necessário investir recursos para informar
as pessoas vulneráveis à discriminação das organizações a A figura 3 mostra o índice médio de discriminação para
quem devem dirigir-se para obter apoio e aconselhamento. os sete grupos agregados inquiridos — ou seja, para os
inquiridos que referiram ter sido discriminados pelo menos
Segundo — é necessário consagrar recursos à criação uma vez nos 12 meses anteriores em qualquer das nove áreas
e/ou manutenção de organizações que tenham por de discriminação sobre as quais foram questionados.
missão oferecer apoio às pessoas que tenham sido alvo de
discriminação.
CAIXA 1
Figura 3 Figura 4
Percentagem de pessoas discriminadas em Razões para não denunciar o mais recente
pelo menos uma das nove áreas incidente de discriminação
Nos últimos 12 meses Nos últimos 12 meses, todos os inquiridos
47 Nada aconteceria/mudaria se
41 36 63%
o denunciasse
23 23
14 12
Demasiado trivial/não vale a
pena — é normal, acontece 40%
a os os s s
ECO Turco usso Ex-JU
Rom sarian frican R constantemente
ub e -a
s rt
nos No
ica
Afr
Não sabia como/onde denunciar 36%
CZ-Roma 64
Inconvenientes/muita burocracia
MT-Africanos 63 21%
ou maçada/falta de tempo
HU-Roma 62
PL-Roma 59
EL-Roma 55 Tratavam eles do problema/com
16%
ajuda da família/amigos
IE-Africanos subsarianos 54
IT-Norte-africanos 52
FI-Somalianos 47 Receio de represálias em caso
14%
de denúncia
DK-Somalianos 46
PT-Brasileiros 44
Outras 10%
Figura 5 Figura 6
Percentagem de pessoas discriminadas nos Percentagem de inquiridos que denunciaram
serviços privados discriminações por serviços privados
Nos últimos 12 meses Incidente mais recente nos últimos 12 meses, de todos
aqueles que sofreram discriminação por serviços
30 privados
21 19
9 6 Não denunciados Denunciados
5 3
95 5
a os os cos ECO Russo
s JU ECO
Rom sarian frican Tur Ex-
sub te -a 92 8
os r Norte-
No
ican
Afr -africanos
90 10
Turcos
Dez grupos com os mais elevados índices de 89 11
Roma
discriminação nos serviços privados (%)
Nos últimos 12 meses «Africanos 89 11
subsarianos»
PL-Roma 48
88 12
CZ-Roma 42 Russos
HU-Roma 41
87 13
IT-Norte-africanos 36 Ex-JU
EL-Roma 30 EU-MIDIS, perguntas CG4-CI4
MT-Africanos 30
FI-Somalianos 27
SK-Roma 24 • se os actos tinham sido cometidos por uma ou mais
IE-Africanos subsarianos 24 pessoas;
DK-Somalianos 23
• quem tinham sido os seus autores — por exemplo, se se
EU-MIDIS, perguntas CG2-CI2
tratava de alguém conhecido ou desconhecido da vítima,
de um membro de um grupo racista etc.
actos em 13% dos casos. Os inquiridos da Europa Central e
Oriental tinham, pelo menos, probabilidades de denunciar • se os autores pertenciam à mesma minoria, ou se eram
esses casos, mas apenas 5% o tinham feito. provenientes de uma minoria diferente ou da população
maioritária;
• se consideravam o incidente como sendo motivado por • se o incidente tinha sido denunciado à polícia; em caso
factores raciais e, no caso das mulheres, se pensavam que o negativo, os inquiridos eram convidados a explicar
incidente tinha acontecido por serem mulheres; porquê e os entrevistadores indicavam onze razões com
base no que os inquiridos diziam: essas razões iam desde
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Panorâmica do EU-MIDIS
Apresentação do inquérito da FRA sobre discriminação na UE
EU-MIDIS, perguntas DA3-DC3, DD4, DE5 Tal como no caso da discriminação, o quadro que emerge do
EU-MIDIS em relação à vulnerabilidade à vitimização racista
mostra que os Roma e os africanos subsarianos são aqueles
Figura 8 que relatam mais experiências negativas no âmbito do
Percentagem de crimes racistas não
denunciados por tipo (agressão e ameaça, inquérito.
ou assédio grave)
Nos últimos 12 meses, de entre todas as vítimas Denúncia da vitimização racista
de crimes racistas contra as pessoas
Agressão e ameaça Assédio grave A figura 6 mostra a percentagem de inquiridos que referiram
Turcos 78 ter sido vítimas de crimes com motivação racista e que não
92
denunciaram a sua experiência de vitimização à polícia.
ECO 65
88
Africanos subsarianos 64 Para cada grupo agregado inquirido — em relação aos crimes
86
de agressão e ameaça e de assédio grave —, a maioria dos
Roma 67
85 inquiridos não denunciou a sua experiência de vitimização
Russos 64 à polícia.
83
Norte-africanos 62 Os dados apresentados no Relatório Anual da Agência sobre
81
Ex-JU 56 a situação de racismo e xenofobia nos Estados-
74
-Membros indicam frequentemente níveis muito baixos de
EU-MIDIS, perguntas DD4 & DD11 e DE5 & DE10 crimes racistas oficialmente registados, ou a ausência de
crimes racistas oficialmente registados, num determinado
número de Estados-Membros. Se tivéssemos em conta
Um em cada 2 inquiridos que tinham sido o número de incidentes racistas registados no EU-MIDIS
vítimas de agressões e ameaças racistas e os extrapolássemos para a população minoritária ou
e de assédio grave indicou que não tinha para as populações inquiridas em cada Estado-Membro,
denunciado o incidente mais recente os resultados indicariam milhares de casos de vitimização
por falta de confiança na capacidade racista que não estão a ser denunciados à polícia e que, por
de intervenção da polícia. conseguinte, não são tidos em conta pelos mecanismos de
recolha de dados oficiais sobre a justiça criminal.
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EU-MIDIS
a os os s
ECO Turco Russo
s JU
Paralelamente às perguntas sobre as experiências Rom sarian frican Ex-
ub -a
dos inquiridos enquanto vítimas de crimes, e sobre se s rte
nos No
ica
consideravam que essas experiências tinham motivação Afr
racista, o inquérito perguntava às pessoas se evitavam
Dez grupos com a maior percentagem de
certos locais por receio de serem agredidas, ameaçadas ou inquiridos que evitam certos locais por
assediadas devido à sua origem imigrante ou enquanto receio de serem agredidos, ameaçados ou
membros de grupos minoritários. gravemente assediados devido à sua origem
imigrante ou étnica minoritária
Tal como no caso da discriminação, os dados PL-Roma 53
do inquérito sobre crimes racistas indicam IE-Africanos subsarianos 39
que as estatísticas oficiais não reflectem a EL-Roma 39
verdadeira dimensão do problema. SE-Somalianos 39
SK-Roma 36
Os resultados da figura 9 indicam que, em média, 31% dos CZ-Roma 36
Roma e 1 em 4 africanos subsarianos optam por evitar certos FI-Somalianos 31
HU-Roma 27
locais por receio de serem vitimas de crimes «racistas». Por
SE-Iraquianos 26
sua vez, 1 em cada 5 norte-africanos optam igualmente
MT-Africanos 26
pelo mesmo tipo de comportamento, tal como acontece
com um número semelhante de inquiridos dos países da
EU-MIDIS, pergunta DF1
Europa Central e Oriental — indicando assim que o receio
de vitimização com base na origem imigrante ou étnica
minoritária não respeita apenas à cor da pele das pessoas, Aplicação não discriminatória
podendo também afectar grupos que aparentemente se da lei e acção policial
«parecem com» a população maioritária em muitos Estados-
-Membros da UE. A fim de analisar o policiamento das comunidades
minoritárias no âmbito da integração na comunidade e da
Em relação aos dez grupos que mais declararam evitar certos igualdade de tratamento, o EU-MIDIS colocou aos inquiridos
locais, a figura 9 demonstra que os Roma dominam: um em uma série de perguntas sobre os seus contactos com as
cada dois inquiridos Roma na Polónia opta por esse tipo autoridades.
de comportamento a fim de evitar ser vítima de crimes de
ódio. Os grupos do continente africano e, em especial, os Os inquiridos responderam às seguintes perguntas:
iraquianos na Suécia, indicam também que evitam certos
tipos de locais. • Quando denunciaram as suas experiências de vitimização à
polícia, como é que esta os tratou?
Esse tipo de comportamentos serve provavelmente para
fazer reduzir o número de crimes de ódio sofridos pelas • Quais as razões que os levaram a não denunciar a sua
minorias vulneráveis. Simultaneamente, esses resultados vitimização à polícia?
indicam também uma certa marginalização social sofrida por
diversos grupos minoritários na UE, a qual é agravada pelo • Quantas vezes tinham sido interceptados pela polícia
comportamento que pensam dever adoptar para evitarem nos últimos 12 meses? Consideravam que tinham sido
tornar-se vítimas de crimes de ódio. especificamente interceptados devido à sua origem étnica
ou imigrante?
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• Como poderão as minorias ter a garantia de que as • esses resultados podem ser comparados, em cada
suas queixas serão levadas a sério pelas organizações e Estado-Membro, com dados oficiais sobre discriminação
autoridades públicas responsáveis e que estas lhes darão e vitimização (sob a forma de incidentes denunciados,
seguimento? crimes registados e processos judiciais), e com dados de
fontes não oficiais como as ONG;
• Qual o impacto das políticas e planos de acção
actualmente em vigor a nível comunitário e nos Estados- • a dimensão da discriminação e vitimização racista
-Membros no combate à discriminação das minorias? Há potencialmente não denunciadas poderá ser avaliada
exemplos da adopção de boas práticas que, a curto e a em cada Estado-Membro por referência ao grupo ou
longo prazo, tenham dado provas de melhorar a situação grupos minoritários inquiridos, e as conclusões poderão
dos diferentes grupos minoritários? conduzir a uma visão crítica das políticas existentes que
reconhecem ou visam combater a discriminação e a
• Quais as políticas sociais (de emprego, habitação, saúde, vitimização racista, ou da inexistência dessas políticas.
serviços sociais ou educação) mais bem dotadas de
fundos para combater a discriminação das minorias? As Exemplo 2
políticas sociais dispõem de financiamento suficiente nas
áreas mais carenciadas e visam os grupos minoritários Razões para não denunciar a discriminação e vitimização:
e/ou os grupos pertencentes a comunidades minoritárias
mais vulneráveis, como as mulheres ou os idosos? • todos os inquiridos que referiram terem sido
discriminados ou terem sido vítimas de crimes nos
• O que poderá ser feito para dar resposta às experiências 12 meses anteriores foram questionados, em relação ao
das minorias enquanto vítimas de crimes com motivação último incidente, sobre se eles próprios ou terceiros o
racial? O que poderá ser feito para garantir que a tinham denunciado — quer, em caso de discriminação,
vitimização racista passará a ser uma prioridade no perante a organização ou serviço competente, ou no
domínio da intervenção policial? próprio local onde a discriminação ocorrera, quer à
polícia, em caso de vitimização criminal — e, caso o
• O que poderá ser feito concretamente para incentivar incidente não tivesse sido denunciado, «porquê?»;
as vítimas a denunciarem as suas experiências de
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• o conjunto completo de dados do inquérito • munidos deste tipo de dados, os decisores políticos e
proporcionará uma indicação detalhada das razões para as autoridades policiais poderão adoptar uma série de
a não denúncia por parte dos diferentes grupos. O que medidas; por exemplo: podem canalizar os recursos
esses resultados irão proporcionar é uma explicação para aqueles que são mais frequentemente afectados
para o comportamento de não denúncia, que permitirá pela discriminação e vitimização dentro de um grupo, e
aos decisores políticos compreender melhor e, portanto, poderão concentrar-se nos serviços públicos e privados
combater as causas da não denúncia com o objectivo de em que a discriminação de certos grupos específicos
incentivar a denúncia destes casos no futuro. pareça ser mais frequente.
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A amostragem em rede foi unicamente usada como • em função de uma série de características diferentes dos
último recurso pelo EU-MIDIS nos Estados-Membros em inquiridos, como sexo, idade, nível de instrução, situação
que a amostragem aleatória gerou suficientes entrevistas de emprego, religião e língua(s) materna(s), ou até de
ao longo de várias semanas. Este tipo de amostragem dados como o número de filhos no agregado familiar, e
«de conveniência» foi rejeitado como principal método o facto de a entrevista ter tido ou não lugar num bairro
de amostragem para o inquérito, por tender a produzir predominantemente habitado por minorias;
resultados que não são representativos da população
minoritária em geral, mas apenas dos membros dos • entre grupos minoritários e maioritários inquiridos,
grupos minoritários que estão mutuamente ligados por recorrendo às mesmas perguntas relativamente a:
associação (normalmente de amizade ou de origem (1) perguntas do EU-MIDIS sobre experiências com as
laboral). Comparativamente, a amostragem aleatória produz autoridades policiais que foram colocadas a populações
resultados que são mais representativos da população minoritárias e maioritárias que viviam nas mesmas zonas
inquirida e que, por conseguinte, oferecem uma melhor em dez Estados-Membros; (2) resultados gerados pelo
base para formular iniciativas políticas para uma ampla inquérito e resultados gerados a partir das mesmas
comunidade, e não para membros seleccionados. perguntas usadas noutros inquéritos sobre as populações
maioritárias dos Estados-Membros — incluindo perguntas
retiradas do Eurobarómetro;
Informação sobre os resultados
• e, na medida em que os resultados se referem às
O inquérito EU-MIDIS permite comparar os resultados de experiências, sobretudo, dos maiores grupos minoritários
diversas formas: na UE que são vulneráveis à discriminação e vitimização,
poderão ser efectuadas comparações gerais com base
no inquérito em relação aos diferentes grupos inquiridos.
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Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA)
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Encontram-se disponíveis na Internet numerosas informações sobre a Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia,
que podem ser consultadas através do sítio web da FRA (http://fra.europa.eu).
© Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia, 2009
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Declaração de exoneração de responsabilidade:
Em caso de dúvidas relativas à presente tradução, consulte a versão oficial do documento, que é a versão original em inglês.
ISBN 978-92-9192-419-6
TK-30-09-186-PT-N