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Tripanossomíase e Leishmanioses
Prof. Fábio Negrão
Leituras obrigatórias
• http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia
_leishmaniose_tegumentar_americana.pdf
• http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia
_controle_leishmaniose_visceral.pdf
• http://conitec.gov.br/images/Relatorios/2018/Recomendacao
/Relatorio_PCDT_Doenca_de_Chagas.pdf
Conceitos importantes...
• Qual forma infectante ao hospedeiro e qual via a via de infecção?
Tripanossomíase americana ou
Doença de Chagas - Causa cardiomiopatia
(Trypanosoma cruzi )
Tripanossomíase africana
Doença do Sono
(Trypanosoma brucei )
Transmissão – mosca Tsé-tsé
Doença do Sono Africana
• Agente Etiológico:
– Trypanosoma brucei
• Trypanosoma brucei gambiense - África ocidental
• Trypanosoma brucei rhodesiense - África oriental
• Trypanosoma brucei brucei - não afeta os homens
• Diagnóstico
– Hipergamaglobulinemia (IgM)
– Pesquisa de parasitos no sangue
– Punção de biópsia de linfonódos
– Pesquisa de IgM no líquor (tripanosomíase do SNC)
• Tratamento e Profilaxia
– Melarsoprol, suramina e pentamidina
– Pentamidina como medicamento profilático
– Vigilância na detenção e tratamento dos casos
– Uso de repelentes e telas
Caso Clínico
• Um senhor canadense procurou o hospital com história de febre
diária, há 5 dias, alta, que ia aos 38,5ºC e 39ºC toda tarde,
cefaleia, dores musculares e astenia. É um fotógrafo entusiasta
da vida selvagem e havia estado no Zimbauê há 14 dias, onde
filmou grupos de leões e de outros animais da megafauna
africana. No exame clínico, foi observada uma lesão cutânea
hiperemiada na região posterior do tórax, que surgiu após uma
picada de inseto, quando ele ainda estava no final de sua visita à
África, mas a qual persistiu até a internação no hospital.
Caso Clínico
• Qual o diagnóstico clínico?
• Como confirmar o diagnóstico clínico?
• Qual o tratamento?
• Qual o prognóstico?
Tripomastigota
Panstrongylus
megistus
Epimastigota
Doença de Chagas
Instituto
Soroterápico
Federal, 1990 Carlos Justiniano Ribeiro Chagas
Oswaldo Cruz
Hosp. Lassanse
Doença de Chagas
Sinal de Romaña/“Chagoma“
Doença de Chagas
Pode apresentar sintomas distintos nas fases aguda e crônica.
Na fase aguda, os principais sintomas são:
- febre prolongada (mais de 7 dias);
- dor de cabeça;
- fraqueza intensa;
- inchaço no rosto e pernas.
OBS.: Fase aguda, a pessoa pode apresentar sinais moderados ou
até mesmo não sentir nada.
Na fase crônica, algumas pessoas podem apresentar:
- problemas cardíacos, como insuficiência cardíaca;
- problemas digestivos, como megacolon e megaesôfago.
OBS.: Na fase crônica, a maioria dos casos não apresenta sintomas,
porém algumas pessoas podem apresentar:
Doença de Chagas
Patogenia e sintomas da infecção com T. cruzi
- período de incubação: 5 a 60 dias
Fase aguda
- Maior parte assintomática ou inaparente
- infecção local
- sintomas: Chagoma ou Sinal de Romaña
EXAME Positivo
Sorológico EXCLUI
DOENÇA
Fonte: Adaptado de Guia de IgG Negativo DE CHAGAS
Vigilância em Saúde, 2017.
Doença de Chagas
Diagnóstico da Fase Aguda
PROVA OURO - métodos parasitológicos diretos, devem ser realizados
simultaneamente
- Pesquisa a fresco de tripanossomatídeos e,
- Métodos de concentração para o diagnóstico da fase aguda;
- As técnicas de concentração disponíveis têm como objetivo ampliar a
sensibilidade diagnóstica, permitindo a captação de mais casos.
Cardiomegalia
Miocardite chagasica
aneurisma de ponta
Megaesôfago
Megacólon
Doença de Chagas
Pós-parto imediato mãe reagente:
Infecções Congênitas
• Risco de transmissão para o feto é baixo, ocorre
em 1 à 4% das gestantes com sorologia positiva
• Frequência: baixo peso e prematuridade
Doença de Chagas
Evolução dos casos e sequelas:
Doença de Chagas
Diagnóstico – VAMOS SOLIDIFICAR O CONHECIMENTO!!
Imprescindível: Detecção de formas do parasita
Marin-Neto, J. A. et al.
Circulation 2007;115:1109-1123
Doença de Chagas
O que temos de novo? Qual a barreira do conhecimento?
O QUE JÁ SABEMOS? continuação
Doença de Chagas
Como prevenir a Doença de Chagas?
PROGRAMA DA OMS E MS
- Vacinação no FUTURO???!!!!
Doença de Chagas
Como prevenir a Doença de Chagas?
A prevenção da doença de Chagas - relacionada à forma de transmissão.
Fiocruz
Minas Gerais
Universidade de Brasília
Doença de Chagas
Como Identificar o “BARBEIRO”? Hemíptera
– espécies hematófagas:
– Reduviidae - Triatominae (barbeiros)
– hemimetábolos
– Diferente dos pernilongos: todos os estágios e
ambos os sexos são hematófagos
Nifurtimox (Lampit)
• 10 a 15mg/kg/dia tomados em duas
doses diárias (12/12 hrs).
•Negativação da parasitemia entre o 7º e
33º dia de tratamento.
Efeitos colaterais:
• inapetência, náuseas, tremores, excitação,
insônia, convulsões, dermatite.
Doença de Chagas
TRATAMENTO – FUTURO...
• Leishmaniose
– Dois Complexos Diferentes
• Leishmaniose Visceral
• Leishmaniose Tegumentar Americana
Caso Mato Grosso do Sul
• 1913 – Corumba (Alencar et al. 1991).
• Anos 70 – São Paulo – Diadema
Período de
Sem manifestações • Doença re-emergente
incubação
– Olha a Dengue aí de
novo!!!
Período Sinais e sintomas
prodrômico • Mudança de
inespecíficos
Comportamento
Período de Sinais e – Áreas verdes, bairros e
estado sintomas típicos casas de auto padrão
sem sequelas dentro de matas
E Cura com sequelas – Urbanização das
V
O Cronificação populações
L
U Complicações
• Urbanização
Ç
à Óbito
O
Fotos e Fonte: Ministério da Saúde
Dois Complexos
• Leishmaniose • Leishmaniose
Visceral Cutânea
VETOR
AGENTE MEIO
AMBIENTE
Dois Complexos
• Leishmaniose • Leishmaniose
Cutânea Visceral
– O flebotomínio – O flebotomínio
– A leishmania – A leishmania
– O élo – O élo
epidemiológico epidemiológico
– A definição de caso – A definição de caso
– O diagnóstico – O diagnóstico
• Leishmania - Filo Protozoa - 30 espécies
descritas e 20 espécies infectam humanos.
– 18 espécies são zoonóticas
Distribuição geográfica da leishmanioses
Cutânea e Visceral no Brasil
Cutânea Visceral
Leishmanias que ocorrem no Brasil
– L. flaviscutellata, HOSPEDEIRO
– L. whitmani,
VETOR
– L. intermedia,
AGENTE MEIO
– L. wellcomei e AMBIENTE
– L. migonei.
Lutzomyia
“mosquito palha” ou “birigui”, inseto pequeno com 2 a 3 mm de
comprimento
Ciclo evolutivo de 30 dias, 20 dias de vida, voo de 250 m a 1 km
Fonte: http://www.ufrgs.br/para-site/Imagensatlas/Athropoda/Lutzomyia.htm
Phlebotomíneos:
Tratamento Leishmaniose Tegumentaria
antimonial trivalente
Glucantime (antimoniato de N-metil-glucamina)
antimonial pentavalente
Pentostan (estibogluconato de sódio)
- antimonial pentavalente
- inibe glicolise e síntese
- administração intramuscular ou
intravenosa absorção rápida
Tratamento Leishmaniose Tegumentaria –
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Anfotericina B Pentamidina
- Primeira escolha para gestantes - 4mg/kg/dia Intramuscular
1mg/Kg/dia – até 50mg/dia - Contra-indicada Gestação, diabetes
- Forma cutânea – 1 a 1,5g mellitus, insuficiência renal, insuficiência
- Forma mucosa – 2,5 a 3g hepática, doença cardíaca e crianças
- Contra-indicada Cardiopatas, menores de 8 anos
hepatopatas e nefropatas
- liga ao DNA, inibindo a replicação
- lipofílico - Inibe a dihidrofolate reductase, interfere
- Liga a esterois (ergosterol) da com o metabolismo de poliaminas
membrana formando poros. Funciona - Administração intramuscular
como um ionóforo - Excretado lentamente, é seqüestrado
- 2-5% excretado na urina nos tecidos (tem uso profilático contra
- 90% ligado a proteínas do plasma tripanossomiase)
- Meia vida 18 horas - Produz hipo- ou hiperglicemia
Tratamento Critérios
Forma cutânea
Epitelização das lesões ulceradas Acompanhar por a
Regressão total da infiltração e edema 3 meses
Evolução com
Estender por
melhora sem
6 meses
completa cura
Forma mucosa
Regressão das lesões Acompanhamento Acompanhamento posterior
Avaliação de otorrino por 6 meses 1 consulta/2 meses por 1 ano
Parasitas – Classificação (Taxonomia)
Filo: Sarcomastigophora
Subfilo: Mastigophora
Ordem: Kinetoplastida Leishmania spp.
Família: Trypanosomatidae
Gênero: Leishmania
Família
Tripanosomatidae
Espécie
L. chagasi L. amazonensis L. brasiliensis L. guyanensis
L. donnovani L. pifanoi L. peruviana L. panamensis
Parasita - Organização celular
- Genoma com 36 chromossomos (L. major, Projeto genoma
completo), 8305 genes identificados (4/2005)
- K(C)inetoplasto, trans-splicing
• Forma • Forma
Amastigota: Promastigota:
Parasita - Organização celular
continuação
Ciclo de Vida:
Tripomastigotas - forma infectante, em disseminação
hematogênica do vertebrado e no inseto.
Epimastigotas - no inseto
Amastigotas - no tecido
Ciclo Biológico
• Vetores (Diptera, Phlebotomidae: Lutzomiya, Phlebotomus), no
Ciclo Biológico território brasileiro: Lutzomiya longipalpis, L. wellcomei e outros
Formas promastigotas
metacíclicas regurgitadas
por mosquitos são
depositadas na dermis,
onde são fagocitados por
macrófagos
M
M
M
M
M A célula hospedeira é
rompida liberando
amastigotas que são
Promastigotas dentro do fagolisossomo se transformam fagocitados por outros
em amastigotas, que se multiplicam no macrófago. macrófagos
Ciclo Biológico M
M M
M
• Relação parasito-hospedeiro
que estimula a resposta
imune específica
• Macrófagos: células
hospedeiras, apresentadoras
de antígeno para o sistema
imune e efetoras para a
destruição do parasito
• As células Th2 produzem IL-4, IL-5 e IL-10 e estão envolvidas nos processos alérgicos,
na proteção contra agentes extracelulares e no agravamento nas infecções por
intracelulares
Porque uma célula profissional do sistema
fagocitário não consegue eliminar um parasita
dentro do fagossomo?
1. A sinalização para ativação do macrófago está impedido
por ação de LPG: Tradução de sinais, mobilização de cálcio,
ativação de Proteina kinase C.
2. Indução de resposta disfuncional: inibição da produção de radicais de
OH e NO
- Falha na apresentação em MHC2 após estimulação com IFN
- Fosfoglicanos bloqueiam produção de IL-12
Fonte: Ministério da
Saúde, 2010
Sintomas - Humanos
Escultura pré-
-colombiana
Leishmaníase Tegumentar Difusa
Agente: Leishmania pifanoi, pode
ocorrer também com L. amazonensis
e com L. mexicana,
• Meio Ambiente
– Distribuição mundial
– Continente Americano
• Sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina,
– Exceção - Chile e Uruguai
Amostra:
- lesão: biópsia ou raspado da borda
linfonodo regional: biópsia
- sangue de orelha (em animais).
Exames:
- Elisa e RIFI
- Impressões e esfregaços: coloração Giemsa, Wright
- Cultivo em 1/2 NNN (McNeal, Novy e Nicolle)
- Inoculação em hamster
- Reação em Cadeia pela Polimerase - PCR
Diagnóstico
Leishmania de cão
flagelo
corpo basal
bolsa flagelar
cinetoplasto
mitocôndria
núcleo
AG-ICB-USP
Diagnóstico Diferencial
• úlceras traumáticas, úlceras de estase, úlcera tropical, úlceras de
membros inferiores por anemia falciforme, piodermites,
paracoccidioidomicose, Histoplasmose, Esporotricose,
Cromoblostomicose, Lobomicose neoplasias cutâneas, sífilis e
tuberculose cutânea, Hanseníase, Lupus eritematoso discóide Vasculites
Sarcoidose, Granuloma por corpo estranho Carcinoma basocelular
Carcinoma espinocelular Histiocitoma Linfoma cutâneo
•67 países
• 200 milhões
pessoas
expostas ao risco
• Incidência:
500.000
casos/ano
• 59.000
mortes/ano
AG-ICB-USP
Diagnóstico Laboratorial
• Métodos de biologia molecular
– PCR
• Material utilizado
– Sangue
– Aspirado de linfonodo
– Aspirado de medula óssea
– Fragmentos de tecidos em parafina ou não
Epidemiologia
• LV é uma zoonose:
– A doença nos cães é mais prevalente que a doença
nos humanos.
– O cão é o reservatório da doença e fonte de
infecção para o inseto vetor, pela elevada
parasitemia na pele.
Classificação das Áreas com
Transmissão
TTransmis
Transmissão Transmissão Transmissão
sdão2,4
Esporádica Moderada Intensa
Média de casos Média de casos Média de casos
< 2,4 >= 2,4 e < 4,4 >= 4,4
2,4 4,4
Média de casos de LV – últimos 3 anos
Controle – premissas
• Diagnóstico e tratamento de humanos
AG-ICB-USP
Nós na Saúde Publica
AÇÕES SOBRE O VETOR
AÇÕES SOBRE O VETOR
AÇÕES SOBRE O VETOR
Literatura:
L. Rey: Parasitologia
Markell´s & Voge´s Medical Parasitology
Links interessantes:
http://www.hhmi.ucla.edu/parasite_course/Default.htm
http://www.genedb.org/genedb/leish/index.jsp
http://www.leishmaniasis.info/
Resultado negativo,
-indivíduo pode não ter a doença (verdadeiro negativo - VN)
-como pode tê-la (falso negativo - FN).
Doença
Resultado
Presente Ausente
Precisão do teste:
Verdadeiro Falso
Positivo
positivo Positivo
- Sensibilidade capacidade do teste em
Falso Verdadeiro
identificar corretamente a doença entre Negativo
Negativo Negativo
aqueles que a possuem.
- Especificidade capacidade do teste em
Sensibilidade=
excluir corretamente aqueles que não
possuem a doença.
Especificidade =
Escolha do Teste Diagnóstico:
– Teste ideal
• 100% de sensibilidade
• 100% de especificidade
120
História Natural da Infecção
122
Quando as provas de isolamento são
positivas?
• Provas sorológicas
– após a formação de resposta mensurável
• Isolamento
– fastigioso (10% soro fetal) e até o início do tratamento
• PCR
– Enquanto tiver agente
Exame direto
CUIDADOS
Positivo Negativo
Leishmaniose anterior Forma difusa
Teste anterior HIV positivo
Exposição ao parasito sem doença
Alergia a diluente Reação cruzada
com outras doenças