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MARRAS, Jean Pierre. Administração de Recursos Humanos: do operacional ao estratégico. 10ª ed.
São Paulo: Futura, 2005.
“Se queres colher em três anos, planta trigo; se queres colher em dez anos, planta uma árvore; mas, se queres colher para sempre,
desenvolve o homem”.
PROVÉRBIO CHINÊS
TREINAMENTO
CONCEITO
Treinamento é um processo de assimilação cultural a curto prazo, que objetiva repassar
ou reciclar conhecimentos, habilidades ou atitudes relacionados diretamente à execução de
tarefas ou à sua otimização no trabalho.
O treinamento produz um estado de mudança no conjunto de Conhecimentos,
Habilidades e Atitudes (CHA) de cada trabalhador, uma vez que implementa ou modifica a
bagagem particular de cada um. Todos nós somos possuidores de uma bagagem de
conhecimentos, habilidades e atitudes referentes à trajetória particular de cada um. Essa
'bagagem' constitui o 'CHA individual’ que deve estar em uníssono com a posição ocupada
numa estrutura organizacional e com as responsabilidades devidas. Eventuais diferenças ou
carências de CHA em relação às exigências do cargo ocupado podem ser corrigidas por meio
de treinamento.
Como exemplos de treinamento podemos citar um curso de como operar uma planilha
eletrônica em computador; um módulo de oito horas de como usinar peças numa mandriladora,
ações de aprendizado - durante o próprio trabalho - de como armazenar peças no almoxarifado;
como aplicar trigonometria em centros de usinagem etc. Todos os exemplos citados, como se
vê são de curto prazo (algumas horas ou alguns dias) e sempre dizem respeito a 'como' realizar
ou otimizar determinada tarefa.
GESTÃO DE
PESSOAS
TREINAMENTO
PLANEJAMENTO
PROGRAMAÇÃO
EXECUÇÃO
AVALIAÇÃO
LNT
levantamento de necessidades
planejamento
programação de módulos
treinamento (operacional e administrativo)
avaliação de desempenho
desenvolvimento (executivos e talentos)
biblioteca
banco de dados
OBJETIVOS DO TREINAMENTO
Apresentam-se dois tipos de objetivos para a área de T&D:
a) Objetivos Específicos
b) Objetivos Genéricos
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Entre os objetivos específicos mais importantes da área de treinamento, destacam-se os
seguintes:
Formação profissional: tem como meta alcançar um grau ideal de capacidade laboral para
determinada profissão, repassando todos os conhecimentos e práticas necessárias ao bom
desempenho de uma função.
Especialização: oferece ao treinando um campo de conhecimento ou prática específica
dentro de uma área de trabalho para a otimização dos resultados.
Reciclagem/Auto-atualização: tem como finalidade básica rever conceitos, conhecimentos
ou práticas trabalho, renovando-os ou atualizando-os de acordo com as necessidades.
OBJETIVOS GENÉRICOS
Entre os objetivos genéricos mais importantes, encontramos os seguintes:
Aumento direto da produtividade: na medida em que o treinamento propicia a
possibilidade de realizar ações mais precisas e corretas, haverá melhorias nos tempos
de produção, nos movimentos e, portanto, na relação entre insumos, fatores de
produção e resultado no trabalho.
Aumento direto da qualidade: a qualidade do trabalho tende a ser otimizada de
forma diretamente proporcional ao conhecimento que o trabalhador tem sobre aquilo que
é bem feito e sobre o grau de responsabilidade que lhe cabe no processo produtivo.
Incentivo motivacional: treinar um trabalhador é oferecer a ele a possibilidade de
ser eficiente e eficaz - meta de todo ser humano. Quanto mais real essa afirmação,
maior a possibilidade do trabalhador sentir-se motivado a fazer o que faz e a fazê-lo
bem-feito para sua própria satisfação.
Otimização pessoal e organizacional: os objetivos anteriores levam, no seu
conjunto, à otimização pessoal e organizacional - objetivo maior dos indivíduos e das
organizações. É pelo treinamento que o homem se desenvolve profissionalmente,
projetando-se socialmente, alavancado pelas melhorias econômicas que consegue como
resultado de ascensão profissional. Trabalhadores em ascensão, satisfeitos e motivados
transformam os ambientes das organizações, deixando-os apropriados para atingir a
excelência em termos de desenvolvimento organizacional.
Atendimento de exigências das mudanças: as empresas do final do milênio estão
cada vez mais premidas pela avalanche de mudanças recebidas dos diversos cenários
que as circundam. São mudanças tecnológicas, de processos, comportamentais etc. que
pressionam diariamente os membros da estrutura organizacional. As organizações
convencionais utilizam-se de treinamento como instrumento principal para enfrentar e
acompanhar os efeitos das mudanças que as atingem. As empresas de ponta fazem uso
do treinamento para prevenir-se de eventuais mudanças impostas por esses mesmos
ambientes.
Quanto à sua abrangência, os objetivos do treinamento dividem-se em dois aspectos, a
saber: aspecto técnico E aspecto comportamental.
ASPECTO TÉCNICO
No que tange ao aspecto técnico do treinamento, a área de T&D deve submeter sua
programação a cada setor específico da empresa em que o treinamento será aplicado,
principalmente no que diz respeito ao conteúdo, resultados esperados, pessoal a ser treinado e
escolha do instrutor.
A 'homologação' desses itens pelo setor 'cliente' garante à área de T&D uma maior
probabilidade de acerto técnico nos resultados finais, ao mesmo tempo que cria um laço de
comprometimento entre o cliente e a organização de T &D extremamente importante para a
credibilidade e visibilidade do sistema.
ASPECTO COMPORTAMENTAL
Quanto ao aspecto comportamental a ser abordado nos módulos de treinamento,
embora busque sugestões e convide as demais áreas da empresa a apreciar o desenho dos
módulos, a área de T&D deve ser a responsável prioritária pelas informações e valores que serão
repassados aos treinandos, levando em conta um 'padrão' de comportamentos e atitudes
esperado pela organização em seus trabalhadores.
Nesse caso está em jogo o perfil cultural da empresa e, por essa razão, o mínimo que se
espera é que a área de T&D domine completamente tal matéria, para poder orientar devidamente
os rumos a serem seguidos por cada módulo de treinamento.
PROCESSO DO TREINAMENTO
O processo praticado atualmente pelas organizações nos programas de treinamento
segue basicamente o fluxo apontado na Figura 2, dividido em quatro etapas, analisadas a seguir:
FIGURA 2: ETAPAS
DO PROCESSO DE
TREINAMENTO
Exigências Características
Do do
cargo trabalhador
____________________________________________________________________________
CENÁRIO REATIVO
Representa situações em que a necessidade 'já está presente', ocasionando problemas
reais. Portanto, pode ser sentida e avaliada em termos de conseqüências práticas. É uma
verdadeira operação 'tapa-buracos'; uma situação análoga à manutenção corretiva: primeiro
tem de acontecer a anomalia ou o problema para depois acionar o remédio (treinamento).
CENÁRIO PROSPECTIVO
No cenário prospectivo o treinamento age com vistas ao atingimento de metas e
objetivos futuros, antecipando-se às mudanças previstas. Ao contrário da anterior, baseia-se
analogamente na manutenção preventiva, adiantando-se aos problemas e acontecimentos. É
um verdadeiro posicionamento pró-ativo.
PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS
A metodologia de LNT deve - independentemente da abordagem a ser utilizada –levar
em conta o cenário organizacional completo, geralmente observado sob três dimensões:
a)a estrutura geral;
b)a tarefa;
c)o indivíduo.
É importante que todo o LNT parta do geral para o particular, realizando uma coleta
informações a mais ampla possível para propiciar uma síntese adequada ao analista.
aplicação de questionários
entrevistas com trabalhadores e supervisares
aplicação de testes ou exames
observação in loco de trabalhos sendo realizados
folha de avaliação de desempenho
solicitação direta do trabalhador ou supervisor
Os exemplos citados representam alguns dos métodos mais utilizados pelas
organizações, mas não esgotam o assunto. Para a realização do levantamento de
necessidades, a área de treinamento pode-se valer de um ou mais desses métodos, ou ainda
de um míx deles.
Revisão do curso Continuar a revisão e o reteste até que seja alcançado um padrão aceitável.
Produção e instalação do
Versão final do curso juntamente com a administração e a manutenção.
curso
Determina a assimilação conseguida em termos de resultado$ práticos.
Validação do curso
Diferença entre pré e pós-teste.
ETAPAS DO TREINAMENTO SEGUNDO DAVIES (1973)
Na qualidade da aplicação dos módulos, os fatores influentes, entre outros, são os seguintes:
Métodos
Métodos
Conteúdos
METODOLOGIA DE Conteúdos
APLICAÇÃO Recursos
Recursos
Resultados (mensuráveis)
Resultados
Esperados(mensuráveis)
ao final
OBJETIVOS Esperados ao final
do programa
do programa
Especialização
Especialização
Interno ou externo
ESCOLHA DO Interno ou externo
INSTRUTOR
Interno ou externo
LOCAL E APLICAÇÃO DO Interno ou externo
On-the-job
MÓDULO On-the-job
PRÉ-TESTE
PRÉ-TESTE
FIGURA 7: Fluxo de
Avaliação no treinamento AVALIAÇÃO INICIAL
AVALIAÇÃO INICIAL
TREINAMENTO
TREINAMENTO
PÓS-TESTE
PÓS-TESTE
META
O fluxograma (Figura 7) nos indica ainda que caso o treinamento não tenha conseguido
os resultados esperados na avaliação final, deverá ser realizada uma revisão na metodologia,
conteúdo programático, etc., reajustando o programa - se necessário - e reaplicando o módulo.
Esse looping é necessário até que os objetivos tenham sido alcançados.
A ‘avaliação da reação' é a mais fácil de obter: busca-se aqui a reação dos treinandos
com relação ao módulo aplicado e seu conteúdo, ao instrutor e às condições em que o módulo
foi apresentado (local, ambiente, suporte logístico etc.).
A 'avaliação do aprendizado' nada mais é do que a verificação prática do que foi
assimilado durante o módulo de treinamento, comparativamente ao resultado que se vinha
obtendo antes do treinamento.