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EDITEO
São Bernardo do Campo, 2011
Editeo
Editora da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista
Rua do Sacramento, 230 – Rudge Ramos – 09640-000
São Bernardo do Campo, SP – Telefone: (11) 4366-5958
Editora: editeo@metodista.br
Editor da revista: helmut.renders@metodista.br
Revista on-line: https://www.metodista.br/revistas/revistas-metodista/index.php/CA
Editorial
Helmut Renders 9
Apresentação do Dossiê 15
Presentation of the Dossier 17
Presentación del Dosier 19
Suely Xavier dos Santos, Margarida Fátima Souza Ribeiro
Helmut Renders
Pela equipe de Editoração
Helmut Renders
For the Editorial Tam
10 Editorial
Helmut Renders
Por el equipo de Editoración
DOSSIER
DOSIER
16 Apresentação do Dossiê
18 Apresentação do Dossiê
20 Apresentação do Dossiê
Resumo
A proposta deste artigo é estudar o texto de Levítico 6.17-231, à luz dos conceitos
de Marcel Mauss, Henri Hubert e René Girard, que ajudam a compreender uma
sociedade que convive com o sacrifício.
Palavras-chave: Sacrifício; sacrificante; Levítico; pecado; oferta.
Abstract
The purpose of this paper is to study the text of Leviticus 6.17-23 in light of the
concepts of Marcel Mauss, Henri Hubert and Rene Girard, which help to unders-
tand a society that coexists with the sacrifice.
Keywords: Sacrifice; sacrificial; Leviticus; sin; offer.
Resumen
El propósito de este artículo es estudiar el texto de Levítico 6.17-23 a la luz
de los conceptos de Marcel Mauss, Hubert Henri y René Girard, que ayudan a
entender una sociedad que convive con el sacrificio.
Palabras clave: Sacrificio; sacrificante; Levítico, pecado; ofrenda.
Introdução
A palavra sacrifício significa cumprir um ato ou ofício sagrado. Sen-
do assim, o sacrifício é um mecanismo social produtor de sagrado. Uma
pessoa ou animal é culpabilizado pelas mazelas do grupo e, igualmente,
será o doador da salvação depois de oferecido em sacrifício, havendo
uma relação estreita entre sacrifício, sacrificado e sacrificador.
Na pesquisa bíblica, a leitura socioantropológica tem grande importân-
cia, pois apresenta a sociedade como um organismo social e as relações
que as regem como movimentos orgânicos, demonstrando, assim, que
cada aspecto da vida social é parte de um conjunto integrado. E no caso
da sociedade israelita não é diferente.
1
Na Bíblia editada pela SBB, este texto se encontra em 6.24-30.
2
Mauss e Hubert distinguem sacrifícios pessoais, em que o sacrificante é afetado pelo
sacrifício, e sacrifícios objetivos – estes são os objetos que recebem ação sacrificial.
(MAUSS e HUBERT, 2005, p. 19).
3
Posteriormente, este esquema será aplicado ao rito sacrificial dos israelitas, conforme
Levítico 6.17-23, e, deste modo, será possível a observação e análise do mesmo em
determinada cultura.
4
Entre os hebreus, o sacerdote, como representante de Deus, deveria seguir uma série
de rituais para estabelecer um “contato” entre Deus-povo. No livro de Levítico, especial-
mente, encontramos as normas para que esses rituais aconteçam.
5
Neste item os autores Mauss e Hubert, explicam sobre a ornamentação da vítima em
alguns países, para maiores esclarecimento ver a obra citada.
1. Estereótipos da perseguição
No texto “O bode expiatório”, René Girard apresenta quatro estere-
ótipos que marcam a perseguição (GIRARD, 2000, p. 33):
Segundo Girard, “os males que a violência pode causar são tão
grandes e os remédios tão aleatórios, que a ênfase é colocada na pre-
venção. E o domínio do preventivo é primordialmente religioso. A preven-
ção religiosa pode ser um caráter violento. A violência e o sagrado são
inseparáveis.” (GIRARD, 2000, p. 21).
Por isso, há dois momentos a serem considerados na execução
do sacrifício: “O primeiro momento é a acusação de um bode expiatório
ainda não sagrado, sobre o qual toda a força maléfica se aglutina. Ele é
recoberto pelo segundo, o da sacralidade positiva, suscitada pela recon-
ciliação da comunidade” (GIRARD, 2004, p. 67). Neste sentido, o sagrado
é a ferramenta reguladora da qual as sociedades lançam mão diante da
ameaça de violência generalizada. Este processo é a própria fundação
da cultura. O âmbito do sagrado está pleno de violência, e a violência é
sempre sacralizada.
8
Segundo a nota da Bíblia Edição Pastoral, “o centro do sacrifício pelo pecado é o sangue,
que é a sede da vida e tem força para perdoar o pecado (Cf Lv 17.11)”.
9
A imolação é um talho que se faz no pescoço da vítima para retirar-lhe todo o sangue. O
sangue é a vida do animal e, no sacrifício, representa a vida da pessoa que o oferece.
10
Em Levítico, há normas específicas sobre os ritos de purificação do sacerdote para que
este esteja apto a realizar qualquer sacrifício, sendo ele o representante ou até mesmo
a própria divindade.
11
Mary Douglas analisa ritos de pureza e sua função no meio do grupo. Para ela, na
análise de religiões primitivas, é possível perceber que a pureza ou higiene não se trata
apenas de um conceito estético, mas os “rituais de pureza e impureza criam unidade
na experiência do grupo” (p.13). Os limites que organizam e dão unidade ao grupo são
guardados por perigos que ameaçam os transgressores. Para que o grupo conserve as
“ideias sobre separar, purificar, demarcar e punir transgressões”, os limites têm como sua
“função principal impor sistematização numa experiência inerentemente desordenada”
(p. 15), ou seja, há que se criar interditos para que não haja transgressões em ritos ou
cerimônias sagradas. Para mais esclarecimentos, conferir: DOUGLAS, Mary. Pureza e
Perigo. São Paulo: Debates, 1984.
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Resumo
Este artigo apresenta, num primeiro momento, uma breve trajetória das mulheres
metodistas, desde a origem do movimento na Inglaterra, passando pelos Estados
Unidos e chegando ao Brasil, demonstrando o trabalho desenvolvido por elas
nos diversos ministérios, e particularmente no ministério pastoral. Num segundo
momento, destaca-se a trajetória do ministério pastoral feminino no Brasil nas
Igrejas históricas e nas Igrejas pentecostais.
Palavras-chave: Mulheres; memória; ministério pastoral feminino.
Abstract
This article presents, at first, a brief history of the Methodist women, since the
origin of the movement in England, via the United States and arriving in Brazil,
showing the work done by them in the various ministries, and particularly in the
pastoral ministry. Secondly, there is the trajectory of pastoral ministry in Brazil
in the women’s historic churches and the Pentecostal churches.
Keywords: Women; memory; pastoral ministry for woman.
Resumen
Este artículo presenta, en un primer momento, una breve trayectoria de las
mujeres metodistas, desde el origen del movimiento en Inglaterra, pasando por
los Estados Unidos y llegando al Brasil, lo que demuestra el trabajo realizado
por ellas en los distintos ministerios, y en particular en el ministerio pastoral.
En segundo lugar, subraya la trayectoria del ministerio pastoral femenino en el
Brasil, en las iglesias históricas y en las iglesias pentecostales.
Palabras clave: Mujeres; memoria; ministerio pastoral femenino.
(...) como sou mulher, também sou a senhora de uma numerosa família.
Muito embora a maior responsabilidade das almas nela contidas caia sobre
ti, mesmo assim, na tua ausência, não posso deixar de encarar cada alma
que tu deixas sob meus cuidados como um talento entregue a mim sob
confiança, pelo grande Senhor de todas as famílias do céu e da terra. E se
for infiel a Ele ou a ti, em aumentar estes talentos, como lhes responderei
quando ele me mandar prestar contas da minha mordomia? (...) Quanto à
sua proposta de deixar outra pessoa [do sexo masculino] ler, infelizmente tu
não consideras que naipe de gente é este! Não acho que qualquer homem
entre eles possa ler um sermão sem soletrar uma boa parte dele; nenhum
membro de nossa família tem voz suficientemente forte para fazer-se ouvir
por um número tão grande de pessoas (REILY, 1981, p. 50-52).
Susana Wesley persistiu, pois entendia que “maior era aquele que a
mandava falar do que aquele que a mandava calar-se”. Por conta dessa
influência, anos mais tarde João Wesley disse que o chamado ordinário
de Deus para o ministério era para os homens e o chamado extraordinário
era para mulheres. Depois de fortes resistências, “foi obrigado a aceitar
que o Espírito de Deus queria falar através de homens e mulheres não
formados, mas que receberam o poder de pregar a mensagem do Evan-
gelho. Wesley aceitou a evidência dos fatos e os inseriu, de forma típica
para ele, na organização de seu movimento” (Klaiber; MARQUARDT,
1999, p. 190). Ele apoiou a pregação dos leigos e, no que tange às mu-
lheres, aconselhou e autorizou cerca de vinte e sete pregadoras, entre
elas Sarah Crosby, Grace Murray, Sarah Mallett, Hanah Ball e Elizabeth
Ritchie. Entretanto, a questão das mulheres pregadoras foi sendo tratada
conforme a inserção do movimento metodista nas diferentes culturas.
Já a Condessa de Huntington ajudou a sustentar o trabalho mis-
sionário de João Wesley e Jorge Whitefield (pregador leigo). E Ana Ball
organizou a Escola Dominical em 1769 (onze anos antes do jornalista Ro-
bert Raikes). Muitas mulheres iniciaram o trabalho missionário em lugares
em que o movimento wesleyano ainda não havia chegado. Por exemplo:
Leslie F. Church conta que, quando George Whitefield foi a Barnard Castle,
em 1753, perguntou ao dono da hospedaria se havia metodistas na vizinhan-
1
O site Reescrevendo a educação destaca: “As taxas de analfabetismo entre os brasileiros
com 15 anos ou mais decresceram de 65% em 1920 para 13% em 2000. Esse decréscimo
resulta da expansão paulatina dos sistemas de ensino público, ampliando o acesso à edu-
cação primária. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tal como se faz em
outros países, sempre apurou os índices de analfabetismo com base na autoavaliação da
população recenseada sobre sua capacidade de ler e escrever.” Disponível em http://www.
reescrevendoaeducacao.com.br/2006/pages.php?recid=28 Acesso em 29 de dezembro de
2007. Estes dados nos mostram as dificuldades enfrentadas pelas visitadoras.
O Trabalho em São Paulo foi liderado por uma missionária Amélia Ellerding,
a qual trabalhou por uns sete anos, geralmente com a cooperação de quatro
mulheres da Bíblia. Cada ano entre 1915 e 1922, menos 1919, há um rela-
tório circunstanciado desse trabalho. Sofreu solução de continuidade com a
volta da missionária para os Estados Unidos, mas foi retomado pelas próprias
mulheres da Bíblia depois (AR 122, p.130; cf. REILY, 1990, p. 91).
No último dia 23, ao ser consagrada pastora ao lado de seu marido Jairinho,
Cassiane também entrou para a história da Assembleia de Deus. Ao ser
consagrada a primeira pastora da denominação centenária, a cantora quebra
um dos maiores tabus da instituição: o pastoreado feminino. Cassiane foi
pega de surpresa. Jairinho já vinha se preparando para assumir o pastora-
do há 1 ano, sempre apoiado pela esposa, mas nenhum dos dois poderia
imaginar o que aconteceria durante a cruzada da ”Convenção Nacional das
Assembleias de Deus do Brasil, Ministério Madureira”, com uma multidão
por testemunha. (...) Cassiane e Jairinho foram consagrados, pelo Bispo
Manoel Ferreira (Presidente das Assembleias de Deus - Madureira do Brasil),
pelo Pr. Reverendo Samuel Ferreira (Pastor Presidente da AD-Madureira do
campo de Campinas - SP) e pelos Pastores Presidentes presentes. (Site
oficial da cantora, 2009).
Referências bibliográficas
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O TESTEMUNHO: Orgam da Egreja Methodista no Rio Grande do Sul. Porto
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O TESTEMUNHO: Orgam da Egreja Methodista no Rio Grande do Sul. Porto
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RESUMO
Este artigo analisa o ministério feminino na Igreja Metodista com ênfase na figura
das pastoras metodistas no Brasil que conquistaram o direito à ordenação no
início da década de 70 e passaram a desenvolver a prática pastoral com maior
envolvimento em questões sociais na ótica das novas tendências teológicas e
pastorais latino-americanas. O momento social brasileiro, os ideais progressistas
dos movimentos sociais organizados e o movimento ecumênico influenciaram este
início da ação pastoral feminina nos ministérios ordenados na Igreja Metodista.
O termo “carisma social” define a ação pastoral diferenciada desenvolvida pelas
pastoras metodistas.
Palavras-chave: Ação social; mulheres; ministérios; Igreja Metodista; pastoral.
ABSTRACT
This article analyses women’s ministry in the Methodist Church with its specific
characteristics. Major emphasis is given to the case of Methodist women pastors in
Brazil who acquired the right to ordination early in the 1970s and began to develop
their pastoral activity with more involvement in social issues from the viewpoint
of new Latin American theological and pastoral tendencies. The present Brazil-
ian social situation, the progressive ideas of the organized social movements and
the ecumenical movement also influenced the start of pastoral action by women’s
ordained ministry in the Methodist Church. The term “social charism” defines this
different pastoral action developed by Methodist women pastors.
Keywords: Social action; women; ministries; Methodist Church in Brazil; pastoral care.
RESUMEN
Este artículo analiza el ministerio femenino en la Iglesia Metodista dando énfasis
al caso de las pastoras metodistas en el Brasil que conquistaron el derecho a la
ordenación al inicio de la década de 70 y comenzaron a desarrollar la práctica
pastoral con mayor compromiso en cuestiones sociales bajo la óptica de las
nuevas tendencias teológicas y pastorales latinoamericanas. El momento social
brasileño, los ideales progresistas de los movimientos sociales organizados y
el movimiento ecuménico influenciaron este inicio de acción pastoral femenina
en los ministerios ordenados de la Iglesia Metodista. El término “carisma social”
define la acción pastoral específica desarrollada por las pastoras metodistas.
Palabras clave: Acción social; mujeres; ministerios; Iglesia Metodista en Brasil;
pastoral.
42 Elena Alves Silva: O carisma social das primeiras pastoras metodistas no Brasil
1
A Igreja Episcopal Anglicana e a Igreja Pentecostal “O Brasil para Cristo”.
2
A partir deste momento será usado este modelo, entre parênteses, para definir as citações
das entrevistas realizadas com as pastoras. Encontra-se um quadro com o perfil de cada
uma na pesquisa original.
3
No ano de 1971, as alunas da Faculdade de Teologia decidiram realizar encontros de
reflexão sobre o Ministério Feminino e chamaram os professores para estar com elas.
Foram realizados três encontros.
4
Cf. Anotações feitas pelo Prof. Dr. Sérgio Marcus Pinto Lopes para a defesa desta dis-
sertação, realizada em 21 de março de 2002.
44 Elena Alves Silva: O carisma social das primeiras pastoras metodistas no Brasil
5
Jornal O Expositor Cristão, 14 de abril de 1970, p. 15
46 Elena Alves Silva: O carisma social das primeiras pastoras metodistas no Brasil
7
Relatório do I Encontro sobre Ministério Pastoral Feminino na Igreja Metodista, passim.
48 Elena Alves Silva: O carisma social das primeiras pastoras metodistas no Brasil
Considerações finais
Quando se fala em carisma social, usa-se uma expressão que, por
certo, é ainda imperfeita para tratar da força específica das mulheres na
ação pastoral.
As pastoras, juntamente com outros atores sociais, especialmente a
juventude (SAMPAIO, 1998), deram, a partir da década de 70, os passos
necessários para o retorno do empenho social na Igreja Metodista, algo
esquecido desde as origens de um metodismo que nasceu do compro-
misso social e foi sendo descaracterizado por mais de um século de
existência no Brasil. Talvez esta afirmação seja ousada, mas ela precisa
ecoar, como a notícia do gesto daquela mulher anônima para com Jesus
e do que estas mulheres pastoras fizeram pela Igreja Metodista.
O que marcou a experiência pastoral das primeiras pastoras foi o
sentido de grupo articulado. A organização das alunas em encontros para
reflexão sobre a sua nova condição e a elaboração de modelos e parâ-
metros para a ação pastoral, logo no início do processo de ordenação
feminina ao ministério, foram essenciais na determinação da continuidade
de suas atuações.
Houve uma convergência do momento social brasileiro, dos anseios
de compromisso social da Igreja Metodista e a aprovação do ministério
feminino ordenado. Desse modo, a opção social que as mulheres fizeram
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SAMPAIO, Jorge Hamilton. Sobre sonhos e pesadelos da juventude metodista
brasileira nos anos sessenta. 1998. Tese. Instituto Metodista de Ensino Superior.
São Bernardo do Campo, São Paulo, 1998.
50 Elena Alves Silva: O carisma social das primeiras pastoras metodistas no Brasil
Resumo
A História de Vida tem sido cada vez mais usada com possibilidade metodológica
de pesquisa e formação. O intento deste artigo é refletir sobre esta possibilidade
metodológica aplicada à Educação Cristã. O relato de Lucas 24.13-35 é aqui
tomado como uma experiência pedagógica de Jesus, que aponta pistas para a
utilização desta metodologia. Fazendo da bricolagem um referencial, História de
Vida é entendida como composta de momentos vividos os quais, por sua vez,
são constituintes de subjetividade.
Palavras-chave: História de vida; Lucas 24.13-35; educação cristã; bricolagem.
Abstract
The life history has been increasingly used with the possibility of methodological
research and training. The intent of this paper is to discuss the methodological
possibility applied to Christian Education. 24.13-35 Luke’s account is here taken
as a teaching of Jesus, which aims to track the use of this methodology. Mak-
ing bricolage a reference, life history is understood as being composed of lived
moments which, in turn, are constituents of subjectivity.
Keywords: Life History, Luke 24.13-35, Christian education; bricolage.
Resumen
Historia de Vida ha sido cada vez más usada como posibilidad metodológica
de investigación y formación. Muchos cuestionamientos surgieron al respecto
de este hecho, uno de ellos es sobre la posibilidad de utilizar este recurso en
Educación Cristiana. La intención de este artículo es reflexionar sobre esta po-
sibilidad metodológica. Tomamos el relato de Lc 24.13-35 como una experiencia
pedagógica de Jesús que señala pistas para la utilización de esta metodología.
Haciendo del Bricolaje, una analogía, la Historia de Vida es vista como consti-
tuida de momentos vividos que, por su vez, son constituyentes de subjetividad.
Palabras clave: Historia de Vida, Lucas 24.13-35, la educación cristiana; bri-
colaje.
Introdução
A pesquisa social e educacional tem, há algum tempo, utilizado
histórias de vida como recurso metodológico para coleta de dados, com
vistas a elucidar seu objeto de pesquisa. Costumeiramente, entende-se
54 Vera Luci Machado Prates da Silva: História de Vida como possibilidade metodológica...
Pensando em educação
Tomamos educação na acepção de construção de cidadania e possibi-
lidade de desenvolvimento humano. Nesta perspectiva, o professor Antonio
Joaquim Severino qualifica cidadania e educação da seguinte forma:
56 Vera Luci Machado Prates da Silva: História de Vida como possibilidade metodológica...
58 Vera Luci Machado Prates da Silva: História de Vida como possibilidade metodológica...
60 Vera Luci Machado Prates da Silva: História de Vida como possibilidade metodológica...
Considerações Finais
Temos aqui alguns elementos importantes: o entendimento sobre
educação, a história de vida como uma possibilidade metodológica e a
atuação pedagógica de Jesus. Ele aproxima-se deles, pergunta sobre
o que está acontecendo, sobre o que lhes está abatendo. Ouve suas
histórias, traz à memória o que já sabiam, conversa com eles sobre os
acontecimentos. Certamente, eles contam sobre os momentos vividos
com Ele. Momentos estes que deixaram marcas que, ao serem trazidas
à memória, começam a dar sentido a suas vidas. Jesus, assim, os capa-
cita, os autoriza a voltar à comunidade apostólica e dizer: “Nós também
fazemos parte com Cristo ressurreto”.
Consideramos o entendimento sobre educação, apontado nesta
reflexão, como construção de cidadania, que se dá em relação entre se-
res humanos, em diálogo e que entende o educando não como um ser
fechado, pronto, mas com a possibilidade de ser mais, pensando História
de vida como momentos vividos que são constituintes de subjetividades,
numa dimensão individual e social.
Observando a atuação pedagógica de Jesus, nota-se que ele traba-
lha com os discípulos na dimensão do cotidiano. Sua atuação se dá na
relação com a própria vida deles, parte de suas vivências, utiliza recur-
sos relacionados com elas e do conhecimento deles. A reflexão sobre os
acontecimentos da vida propicia-lhes uma tomada de posição. A tomada
de consciência leva-os a uma convicção e a uma mudança de sentimento
(de morte para a vida). Despertados, voltam ao convívio da comunidade,
prontos para enfrentar os desafios do momento. Diante disto, considero
que é possível fazer Educação Cristã utilizando a História de Vida.
62 Vera Luci Machado Prates da Silva: História de Vida como possibilidade metodológica...
RESUMO
O presente artigo trabalha a inclusão de pessoas com deficiência como uma
responsabilidade social das igrejas. Conceitos como bem comum, acessibilida-
de e inclusão darão o norte para o agir das igrejas no sentido da construção
das condições de acesso e permanência s para todas as pessoas nos diversos
espaços sociais, a começar pela educação e trabalho.
Palavras-chave: Inclusão; bem comum; acessibilidade; igreja; pessoas com
deficiência.
ABSTRACT
In this article it is proposed to understand the inclusion of people with disabilities
as a social responsibility of the churches. Concepts such as the common good,
accessibility and inclusion will conduct the churches towards the construction
of the conditions of access and permanence for all people in all social spaces,
starting with the of access to education and work.
Keywords: Inclusion; common good accessibility; church; people with disabilities.
RESUMEN
Este artículo se propone entender la inclusión de personas con discapacidad
como una responsabilidad social de las iglesias. Conceptos tales como el bien
común, la accesibilidad y la inclusión indicarán la orientación para la acción de las
iglesias en dirección a la construcción de condiciones de acceso y permanencia
para todas las personas en os diversos espacios sociales, empezando por los
espacios de educación y trabajo.
Palabras clave: Inclusión; bien común; accesibilidad del bien común; iglesia;
personas con discapacidad.
Introdução
Bem comum, acessibilidade e inclusão serão os conceitos trabalhados,
nesse artigo, na perspectiva da pergunta pela responsabilidade social das
igrejas no que diz respeito à inclusão social de pessoas com deficiência.
O bem comum nos remete à destinação originária de todos os bens
em benefício de todas as pessoas e insere-se no chão da dignidade hu-
mana. A acessibilidade, por sua vez, relaciona-se intrinsecamente com o
caminho que nos remete à metáfora fundante do cristianismo – o acesso.
Agora as palavras ambíguas, cada uma delas com sua parte de verdade e
sua parte de manipulação, são democracia, comunidade, coesão,
diálogo... e outras palavras relacionadas, como diversidade,
tolerância, pluralidade, inclusão, reconhecimento, respeito.
Jorge Larrosa
Conclusão
Como comunidades cristãs, temos um compromisso social com a
acessibilidade promovendo a inclusão social. Por um lado, devemos
nos esforçar para iniciar imediatamente a construção das condições
de acesso para todas as pessoas que desejarem participar de nossas
igrejas. Por outro lado, devemos nos engajar socialmente na busca da
garantia dos direitos fundamentais das pessoas com deficiência nos
termos do bem comum.
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SASSAKI, Romeu Kazumi. Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro:
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Blanches de Paula
Resumo
Este artigo é uma introdução ao tema dos cuidados paliativos numa perspectiva
brasileira. Trata-se, de forma geral, de um retrato histórico de seu nascedouro
e a contribuição de mulheres que lutaram para a continuidade desse tipo de
cuidado na área da saúde e educação. Ademais, apresenta desafios para a
reflexão teológica e sua importância para o cuidado pastoral nos momentos de
despedida da vida.
Palavras-chave: Cuidados paliativos; protagonismo das mulheres; pastoral do
consolo.
Abstract
This article is an introduction to the issue of palliative care in a Brazilian pers-
pective. This is generally developed in a historical perspective focusing on its
origins and the contribution of women who fought for the continuation of this type
of care in health and education. Beside this the article points out challenges for
theological reflection and its importance for the pastoral care for those times of
departure from life.
Keywords: Palliative care; women’s leadership; pastoral care.
Resumen
Este artículo es una introducción al tema de los cuidados paliativos desde una
perspectiva brasileña. Se trata, de manera general, de un retrato histórico de
su nacimiento y la contribución de mujeres que lucharon para la continuidad de
ese tipo de cuidado en el área de la salud y la educación. Además, presenta
retos para la reflexión teológica y su importancia para el cuidado pastoral en los
últimos momentos de vida.
Palabras clave: Cuidados paliativos; liderazgo de las mujeres; consuelo pastoral.
Introdução
Quem não sabe se entregar ao cuidado do outro terá mínimas possi-
bilidades de viver até o fim dos seus dias com a semente do amor. Quando
Referências bibliográficas
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Resumo
O presente artigo pretende refletir sobre a educação a partir do conceito de Ser
Mais, postulado pelo educador Paulo Freire como elemento presente no processo
educativo Intenta-se resgatar este conceito e compartilhar esta perspectiva freire-
ana relevante para a educação, contribuindo, assim, para a análise da temática.
Palavras-chave: Ser Mais; educação; querer bem; mundo; ser humano.
Abstract
This paper reflects on education from the concept of To be more, postulated
by the educator Paulo Freire as an element in the educational process. It is at
tempted to rescue this concept and share this Freirean perspective relevant to
education, thus contributing to the analysis of the issue.
Keyword: To be More; to want the good; world; human being.
Resumen
El presente artículo pretende ser una reflexión sobre la educación a partir del
concepto de Ser Más, postulado por el educador Paulo Freire como elemento
presente en el proceso educativo. Se hace el intento de rescatar este concepto
y compartir esta perspectiva freirena relevante para la educación, contribuyendo,
así, para el análisis del tema.
Palabras clave: Ser Más; desear el bien; educación; mundo; ser humano.
Introdução
O educador brasileiro Paulo Reglus Neves Freire, Paulo Freire,
pessoa de renome por suas contribuições na área da Educação em nível
nacional e internacional, faz uma reflexão interessante concernente ao Ser
Mais como elemento presente no processo educativo. O contato com esta
vertente do conhecimento inspirou a elaboração deste artigo, Ser Mais:
Um Princípio Educativo, objetivando resgatar este conceito e compartilhar
esta perspectiva freireana relevante para a educação, contribuindo, assim,
para a análise da temática.
O ser humano é essencialmente relacional e, por sê-lo, carece de
outro para a construção de sua identidade. Como meio de suprimir esta
carência, estabelece relações de convivência e, na doação de si mesmo,
pode construir sentimentos de humanização. A atitude de ir ao encontro de
outra pessoa não acontece por acaso. É decorrente da gênese humana
como potencialidade relacional, capacidade de conviver.
Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado,
mas consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele. Esta é a
diferença profunda entre o ser determinado e o ser condicionado (FREIRE,
2010, p. 53).
Fé na vocação de ser mais, que não é privilégio de alguns eleitos, mas direito
dos homens. [...] O homem dialógico, que é crítico sabe que, se o poder de
fazer, de criar, de transformar, é um poder dos homens, sabe também que
podem eles, em situação concreta, alienados, ter este poder prejudicado
(FREIRE, 2008, p. 93 e 94).
Resumo
Este artigo aborda as relações discursivas entre telejornalismo, religião e ciência,
a partir dos enunciados contidos na série especial “Os evangélicos”, levada ao
ar pela rede Globo, no Jornal Nacional, entre os dias 26 a 29 de maio de 2009,
à luz das obras “A ordem do discurso” e “Arqueologia do Saber”, de Michel Fou-
cault. Temos como método a Análise de Discurso tal como Foucault a propõe.
Algumas questões que nos instigam na reflexão são: quais as relações entre o
saber religioso e outros saberes em sociedade? Como o discurso jornalístico
aborda o saber religioso? Como a voz dos especialistas ganha roteiro neste
discurso jornalístico?
Palavras-chave: Discurso; Foucault; telejornalismo; evangélicos; Jornal Na-
cional.
Abstract
This article discusses the discursive relations between TV journalism, religion
and science,based on the statements contained in the special series “The Protes-
tants,” produced by Rede Globo and exhibited at the Jornal Nacional, between the
26th and 29th of May 2009, in the light of the books: “The order of Discourse” and
“Archaeology of Knowledge”, by Michel Foucault. Our method is the Discourse
Analysis suggested by Foucault. Some issues that are compelling in this reflec-
tion are: what are the relations between religious knowledge and other forms
of knowledge in society? How approaches the journalistic discourse religious
knowledge? How the voices of the experts are transformed into the script of
the journalistic discourse?
Keywords: Discourse; Foucault; TV journalism; Protestants; Jornal Nacional.
Resumen
Este artículo analiza las relaciones discursivas entre el periodismo de televisiEste
artículo trata las relaciones entre periodismo televisivo, religión y ciencia, a partir
de los enunciados contenidos en la serie especial “Los evangélicos”, emitida por
la Cadena Globo, en el telenoticiero Jornal Nacional, entre los días 26 a 29 de
Mayo de 2009, a partir de las obras “El Orden del discurso” y “Arqueología del
saber”, de Michel Foucault. Tenemos como método, el análisis del discurso, tal
como Foucault lo propone. Algunas cuestiones que nos instigan en la reflexión
son: ¿Cuáles son las relaciones entre el saber religioso y las otras áreas del
saber en la sociedad? ¿Cómo la voz de los especialistas se impone en este
discurso religioso?
Palabras clave: Discurso; Foucalt; periodismo; evangélicos; Jornal Nacional.
98 Hideíde Brito Torres: O telejornalismo global e suas relações discursivas a partir de Foucault...
100 Hideíde Brito Torres: O telejornalismo global e suas relações discursivas a partir de Foucault...
102 Hideíde Brito Torres: O telejornalismo global e suas relações discursivas a partir de Foucault...
Considerações finais
Pudemos perceber que o telejornalismo, ao falar acerca da religião,
produz enunciados que gravitam, ao menos, em torno de duas posições
possíveis. Primeiramente, são uma fala de fronteira: jornalismo e religião
por vezes se tocam, o repórter chega a aproximar-se do lugar de fala da
pessoa religiosa, absorve palavras e enunciados que geram um sentido
de identidade para com o telespectador daquela religião. Mas, ao mesmo
tempo, são uma fala de alteridade e, neste ponto, contam com a figura
do especialista, proporcionando ao jornalista um lugar de fala relacionado
com uma postura de profissionalismo e objetividade – marcas de verdade
do discurso científico.
Outro aspecto do discurso que ainda vale aprofundar em outras
pesquisas: quais são condições históricas atuais que favorecem os enun-
ciados que compõem o discurso jornalístico sobre a religião evangélica
encontrado nesta série? Como bem lembram os apresentadores do Jornal
104 Hideíde Brito Torres: O telejornalismo global e suas relações discursivas a partir de Foucault...
106 Hideíde Brito Torres: O telejornalismo global e suas relações discursivas a partir de Foucault...
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Resumo
O texto apresenta implicações para o tema do mal oriundas do encontro da
teologia com o pensamento moderno, tanto o que se consolidou no final do
século 19, fortemente marcado pelo racionalismo e pelo iluminismo, como o que
resultou das críticas vindas das filosofias da existência já nas primeiras décadas
do século 20. Trata também da relação entre o mal e o pecado e do mal e do
sofrimento como fragilidades originais do ser humano. A referência interpretativa
é a de evitar as visões de uma “teologia da retribuição”, meritória, capaz de
em seu extremo gerar a ideia de um deus cruel. O mal é visto, sobretudo, por
aquilo que prejudica ou fere a vida e a felicidade do humano e do mundo. Como
decorrência da vocação prática da teologia, são indicadas posturas consideradas
adequadas frente ao mal.
Palavras-chave: Mal; pecado; teologia contemporânea; antropologia.
Abstract
The paper presents implications for the issue of evil arising from the encounter
of theology with modern thought, which were consolidated both, in the late nine-
teenth century, strongly influenced by rationalism and the Enlightenment, and the
first decades of the twentieth century, by the criticism of existentialist philosophy.
It also addresses the relationship between evil and sin and evil and suffering
as a unique human frailty. The interpretive reference is to avoid the visions of a
“theology of retribution,” worthy, capable of generating at its extreme the idea of
a cruel god. Evil is seen above all by what harms or injures life and happiness
of the human and the world. As a result of the practical nature of theology, are
indicated attitudes considered appropriate against the evil.
Keywords: Evil; sin; contemporary theology; anthropology.
Resumen
El texto presenta las implicaciones para el tema del mal oriundas de la intersección
de la teología con el pensamiento moderno, tanto el que se consolidó al final del
siglo XIX, fuertemente influenciado por el racionalismo y la Ilustración, como el
que resultó de las críticas provenientes de las filosofías existenciales ya en las
primeras décadas del siglo XX. También trata de las relaciones entre el mal y el
pecado y entre el mal y el sufrimiento como fragilidades inherentes al ser humano.
La referencia en interpretación es evitar el enfoque de la "teología de la retribu-
Introdução
A realidade do mal, presente na vida humana, sempre desafiou os
grupos religiosos e os círculos teológicos. Isso se deu sobretudo pelo
questionamento da concepção de justiça na célebre pergunta “se Deus é
bom por que há o mal no mundo?”. As pessoas e grupos ao enfrentarem a
realidade do mal, marcada pelas mais distintas formas de sofrimento, por
tragédias, por violências e pela morte sempre indagaram sobre a origem
do mal que lhes acometia e se há um sentido a ser descoberto em todas
essas experiências negativas da vida. Ao mesmo tempo, as representa-
ções do mal, como as imagens do Diabo, do inferno e similares sempre
fascinaram as pessoas e mobilizaram a atenção delas, quer seja pelo
medo, ou pela disposição em combatê-los com rituais e práticas religiosas,
ou pela crítica racional e ética. O mal sempre desafiou a humanidade.
A teologia moderna e atual percebeu logo de início que era impres-
cindível que a realidade do mal, em especial suas origens, fosse analisada
com as mediações do conhecimento científico, sobretudo o das ciências
humanas e sociais. Isso se deu pelo próprio método teológico moderno,
que requer tais mediações para abordar qualquer realidade ou questão.
No caso do mal, a mediação científica para as abordagens teológicas
ganharam relevância, especialmente em função da roupagem medieval
que o tema possuía e ainda possui. O diabo, como personificação do mal,
ainda assusta muito as pessoas nos dias de hoje!
As reflexões que propomos a seguir são introdutórias ao tema. Elas
pressupõem todos os esforços que vêm das ciências sociais e antropoló-
gicas especialmente, mas também da história, para compreender as repre-
sentações sociais do mal e como elas foram e são utilizadas ideologica-
mente para reforçar processos repressivos, excludentes e inquisitoriais.
Nosso modesto objetivo é fazer uma primeira aproximação ao tema,
situando a questão do mal em perspectiva teológica. O ponto mais des-
tacado de nossa reflexão é o balanço em relação às implicações que o
pensamento teológico moderno, marcado pelo racionalismo e pelos ideais
iluministas, conferiu à questão do mal, especialmente as dificuldades de
ressignificação das imagens que o representam, como o diabo, o inferno,
e outras, como a do pecado, por exemplo, que ganharam um perfil bem
determinado no mundo medieval e que hoje são de difícil abordagem.
Além disso, desejamos mostrar que o século 21 foi denso de contribuição
no campo teológico em vários aspectos e, especificamente no tocante ao
O mal e o pecado
O termo “mal”, como se sabe, pode ser usado em sentido amplo e em
um sentido estrito. Para o teólogo Paul Tillich, “o sentido mais amplo cobre
tudo o que é negativo e inclui tanto destruição como alienação – a condi-
ção existencial do homem em todas as suas características. Se a palavra
é usada neste sentido, o pecado é visto como um mal ao lado de outros”
(TILLICH, 1984, p. 291). Nesse sentido, as estruturas de auto-destruição
existencial permitem-nos apenas dar um primeiro passo para a compreen-
são daquilo que freqüentemente é descrito como sendo “o mal”
Se seguirmos os arquétipos míticos de interpretação do mal, apre-
sentados por Paul Ricoeur em sua famosa obra A Simbólica do Mal não
poderemos nos isentar em refletir sobre o pecado humano se desejarmos
pensar sobre o mal. Os referidos arquétipos são: a) O drama cósmico,
quando o mal vem do embate de dois poderes; b) O mito trágico, quando
o mal resulta da ação de deuses vingativos; c) Os mitos gnósticos ou pu-
rificação da alma, nos quais o mal é visto como um meio para se alcançar
o bem; e d) O mito adâmico, onde o mal é visto como decorrência da
rebelião humana (pecado) contra os preceitos divinos.
O teólogo Vitor Westhelle, que sintetiza o mal como “uma imperfeição
da natureza, uma distorção de um estado de integridade, ou a privação
do bem”, nos indica que “na tradição judaico-cristã encontramos, em di-
ferentes teologias, a predominância de uma ou outra das três acepções
... a ideia linear do tempo, de inspiração cristã, foi substituída pela ideia de
um presente absolutizado, que perde referências tradicionais e utópicas.
Dessa forma, o mal está consumado e não há espaço para a pergunta pelo
sofrimento das gerações passadas. A única que se deve fazer é lutar por
um mal menor nas gerações futuras, não havendo nenhuma fundamentação
última que responda a pergunta sobre porque lutar contra o mal, muito menos
à referente ao sacrificar-se em função das gerações vindouras.
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RESUMO
O contexto filosófico na qual viveu Edith Stein reflete em seu pensamento na
reflexão do Ser finito e do Ser Eterno (Deus). A partir da concepção de Ser
finito, como ser dotado de essência e existência numa unidade temporal, ela
constrói sua reflexão fenomenológica-antropológica. Cada ser humano é singu-
lar, possui uma consciência que vai se revelando (se descobrindo) na medida
em que se relaciona com o Outro (indivíduo), que lhe vem como um “espelho”
de seu próprio eu. Mas, ao refletir sobre si mesmo, surgem perguntas que lhe
causa angústia: De onde vim? Para onde vou? Quem sou? Com esses ques-
tionamentos, o Ser humano, descobre sua situação-limite, sua finitude, abrindo
possibilidade à uma existência capaz de lhe sustentar o Ser. Nesta abertura,
que se chama filosofia religiosa ou filosofia cristã na qual Edith Stein contribui,
é que se torna possível o manifestar-se de Deus, esta, numa abertura de fé do
Ser humano, em que Deus o busca numa experiência mística, confortando-o e
dando-lhe novo sentido à sua vida.
Palavras-chave: Ser finito; Ser eterno; situação-limite; fenomenologia.
ABSTRACT
The philosophical context in which Edith Stein lived in his thinking reflects the
thinking of Being finite, the Eternal Being (God). From conception to be finite,
as being endowed with essence and existence in a unit time, she builds her
anthropological-phenomenological reflection. Every human being is unique,
has a consciousness that reveals itself (if discovered) in so far as it relates to
other (individual), it comes as a “mirror” of his own self. But, reflecting on itself,
questions which causes him anguish: Where did I come? Where am I going?
Who am I? With these questions, the human being discovers their situation limit
their finitude, opening the possibility of a life can you sustain this opening Ser,
which is called philosophy of religion or Christian philosophy in which Edith Stein
contributes is that it is possible the manifestation of God, that, in an opening of
faith of the human being, where God seeks a mystical experience, comforting
him and giving new meaning to his life.
Keywords: Finite being; Eternal Being; situation limit; phenomenology.
RESUMEN
El contexto filosófico en el que Edith Stein vivió se refleja en su forma de pensar
la idea de ser finito y del Ser Eterno (Dios). A partir de la concepción de ser finito,
como ser dotado de esencia y existencia dentro de una unidad de tiempo, ella
construye su reflexión fenomenológica-antropológica. Cada ser humano es único,
Introdução
Relações entre o ser humano, o Outro (enquanto indivíduo), o mundo
e Deus são desde os primórdios do pensar humano discussão inquietante,
pois trata-se de conceitos ligados a perguntas fundamentais da existência
e do próprio agir humano (ALVES, 1999). Propõem-se Edith Stein – como
fenomenóloga – para esta reflexão, pois todo leque de correntes filosóficas
que a ela se apresentaram, a influenciaram de algum modo (destaca-se a
influência de Edmund Husserl e o Círculo de Göttingen). Com efeito, ela
não só sofreu influência de sua época, mas também trouxe originalidade
para o mundo cultural moderno.
O ser humano em sua situação-limite (que é a consciência de
suas próprias limitações) retoma questões de sua existência. Estas
encontram não só horizontes que lhe fazem “movimentar-se” para sair
dessa situação angustiante, mas, também, o faz buscar Deus. É aí que
o manifestar-se de Deus encontra alvo (a abertura do Ser humano) e
o olhar do homem apreensivo encontra conforto, reavendo a razão de
ser, existir, encontrando sustentação.
O objetivo não é exclusivamente analisar a prova da existência de
Deus, mas a manifestação Dele: atributos, temporalidade, atualidade e
potencialidade.
Tem-se, segundo Stein, o ser humano não em “estado de solidão”,
largado a existir até morrer; não é vazio, senão habitado por uma alma,
regida por um eu, em cujo centro está a sede da liberdade, o ponto de
união com Deus. Acha um meio, componentes, dinamismo e princípios;
tudo o quanto permite que a aspiração à união com Deus não seja vis-
ta, nem em privilégio do alto, nem mesmo como aventura arriscada das
criaturas. A mesma natureza humana não só possibilita, senão que esti-
mula este desejo: “Deus cria as almas para si. Deus quer uni-las a Si e
comunicar-lhes a incomensurável plenitude e a incompreensível felicidade
de sua própria vida divina” (STEIN, 1987, p. 33). A esta missão deve o
Ser humano a sua existência.
128 Jéferson Luis Azeredo: Edith Stein: Concepções de Ser finito e Ser Eterno, significados...
2
Na língua alemã Körper se refere ao corpo material e Leib ao corpo animado.
130 Jéferson Luis Azeredo: Edith Stein: Concepções de Ser finito e Ser Eterno, significados...
O problema do Ser
O confronto entre o pensamento tomista e o pensamento fenome-
nológico é tratado de maneira objetiva. É Stein mesma quem indica seu
objetivo: “delinear uma exposição sistemática de uma doutrina do Ser,
não um sistema filosófico” (STEIN, 1996, p. 33).
Stein recorda a tríplice subdivisão tomista do ente em: ente mate-
rial, ente espiritual e Ente primeiro (Deus), acenando a importância dos
conceitos de potência e ato para definir a natureza dos entes criados por
Deus. Ela começa o primeiro capítulo, de sua principal obra de filosofia,
Ser finito y Ser eterno, tratando do problema do Ser: “Introduccíon, la
cuestión del ser” (STEIN, 1994, p.19). Ela faz uma distinção clara entre os
dois (o Ser eterno, ver-se-á no segundo capítulo deste trabalho), também
chamados de criatura e criador, ou ainda Ser humano e Deus.
Seguindo uma tradição tomista, Stein afirma que no Ser finito a
potência se difere do ato (sendo este o coração da filosofia tomista). O
ato das criaturas é uma “ação ou atividade que começa, termina e supõe
como fundamento uma potência passiva” (Idem, p. 20). Já para o Ser
eterno, que é Deus, diz: “A ação de Deus não tem nem princípio nem fim;
subsiste desde a eternidade, até a eternidade, repousa na imutabilidade
mesma de seu ser: (…) é ato puro. Não tem necessidade de nenhuma fa-
culdade passiva que exija ser posta em movimento” (Idem). Sendo assim,
sua faculdade e seu poder, repercute no ato: potência ativa e faculdade
ativa, sua potência é com o ato, não existe em Deus uma potência não
atualizada, “e no ato a potência está inteiramente atualizada” (Idem).
Para Stein o Ser finito possui uma experiência vital que é um todo
que se constrói na vida consciente do eu com certa duração3. “O pensa-
mento que atualmente vive é uma unidade de experiência vital diferente
do meu pensamento de algumas horas atrás em relação à mesma coisa”
(STEIN, 1987, p. 60-61). A vida do eu vai do passado ao futuro. Assim,
o que está em potência se converte constantemente em atual e o que
é atual volta a cair em potencialidade (não interpretado aqui como uma
circularidade perfeita que não tem “escapes” ou uma mudança a cada
atualidade e potencialidade).
3
Como diz Edith: “… el pensamiento forma un todo que se construye en el tiempo” (STEIN,
1994, p. 60), ou seja, nosso pensamento, como consequência nossa vida possui um
tempo de duração, que acaba com a morte.
A alma é o espaço em meio do total que está formado pelo corpo, a alma e
o espírito. Enquanto alma sensível, habita em todos os membros e partes do
corpo, recebe dele e opera sobre ele formando-o e mantendo-o. Enquanto
princípio espiritual ele transcende-o ‘de lá’ de si mesma e olha um mundo
situado mais ‘para lá’ de seu próprio eu: um mundo de coisas, de pessoas,
de fatos; comunica-se com ele inteligentemente, e dele recebe impressões;
132 Jéferson Luis Azeredo: Edith Stein: Concepções de Ser finito e Ser Eterno, significados...
A alma é algo em si: tal como Deus a colocou no mundo. E esse algo tem
natureza própria, à qual impõe caráter próprio na vida toda, na qual desa-
brocha… Ela sente aquilo que a acolhe em si é compatível com o seu ser
próprio, se é proveitoso ou não e se aquilo que faz é próprio para o seu ser
ou não. E aquilo corresponde à natureza, na qual ele se encontra a cada
contato e reencontro conflitivo com o mundo (STEIN, 1987, p. 56).
7
Zum Problem der Einfühlung.
134 Jéferson Luis Azeredo: Edith Stein: Concepções de Ser finito e Ser Eterno, significados...
O Ser Eterno
Um dos mais perturbadores enigmas que envolvem o Ser finito é
a existência de Deus. A filosofia [“o lugar da reflexão humana” (Idem,
p. 229)], não pretende forçar um convencimento, mas sim, fornecer evi-
dências e reflexões, que se sustentam numa busca da “certeza” diversa
daquela oferecida pela fé religiosa.
Superpõem-se dois mistérios, que o olhar atento sobre o Ser finito
revela: o mistério do homem e o mistério de Deus (este vem esclarecer
o primeiro). Frente ao mistério, que é a maravilhosa dúvida que propicia
percorrer os limites humanos: de sua inteligência, de seu poder criativo,
de sua autonomia, de sua capacidade de amor etc; a fé para quem a
vive pode ser um importante movente e estímulo de humanização e
busca da “verdade”.
Em sua situação-limite o Ser humano, no Outro, encontra sua singu-
laridade afirmada, mas não, uma explicação à sua existência e essência.
A dúvida e as incertezas ainda se encontram bem presentes. No encontro
com o mistério, nasce a filosofia, que consiste em uma atividade elabo-
radora de raciocínio, como Carvalho ressalta:
136 Jéferson Luis Azeredo: Edith Stein: Concepções de Ser finito e Ser Eterno, significados...
Todo o que existe é, enquanto existe, uma coisa enquanto o modo do ser
divino. Porém todo ser, a exceção de ser divino, contém um pouco de não-
ser. Esta união de ser e não ser tem suas conseqüências em tudo o que é.
Quanto mais participa uma criatura do ser, maior é sua atualidade. Sempre
que um ser é, do que é, é atual, porém não é jamais inteiramente. Pode ser
mais ou menos atual, e o que é atual pode ser em maior ou menor grau. A
atualidade traz consigo várias diferenças segundo sua extensão e seu grau.
O que existe sem ser atual é potencial… (Idem, p. 58-59).
A ação de Deus não tem nem princípio nem fim, subsiste desde a
eternidade até a eternidade, repousa na imutabilidade mesma de seu ser,
como afirma Stein “Deus está necessariamente no ato” (idem, p. 59). Não
existe nada em que não seja ato: é ato puro. Por isso o ato de Deus não
pressupõe nenhuma potência prévia, não tem necessidade de nenhuma
faculdade passiva que exija ser posta em movimento. No entanto, tão
pouco a potência ativa que possui Deus subsiste separadamente ou fora
do ato: suas faculdades e seu poder repercutem no ato. Certamente
sem a relação com o mundo exterior – na criação e na conservação e
a organização do mundo criado – na realidade a potência não é maior
Uma vez encontrado com Deus, que é o amor e por meio desse
amor faz vínculo com a eternidade, o Ser humano/Ser finito, encontra o
sentido da vida: em Deus o Ser eterno.
9
Ou seja, é uma potência passiva.
138 Jéferson Luis Azeredo: Edith Stein: Concepções de Ser finito e Ser Eterno, significados...
Deus tem criado as almas para si. Deus queria uni-las a Si e comunicar-lhes
a incomensurável plenitude e a incompreensível felicidade de sua própria
vida divina, e isto, já aqui na terra. Esta é a meta para a que as orienta e
à que devem tender com todas suas forças. O fim natural – originário – do
homem é a amizade com Deus; a esta sublime missão deve a existência o
Ser humano (STEIN, 1996, p. 133).
Conclusão
Buscou-se acentuar de forma clara e sucinta, na concepção filo-
sófica de Edith Stein, (como desenvolvimento na área de antropologia
fenomenológica), baseado principalmente na obra Ser eterno y Ser finito;
un ensayo de una ascensión al sentido del ser, o problema do Ser finito,
como se manifesta, qual sua temporalidade e atualidade; do Ser Eterno
(Deus); e a relação dos dois.
Stein entende o Ser humano primeiramente como um Ser finito, que
se encontra num tempo e num espaço determinado, constituíndo-se de
três partes (a tríplice estrutura humana) que embora possuam funções
Referências bibliográficas
ALVES, E. F. “Edith Stein: da cátedra filosófica aos horrores da câmara de gás”.
In: Grande Sinal, Petrópolis, vol. 41, n. 2, p. 133-150 (mar./abril. 1999).
140 Jéferson Luis Azeredo: Edith Stein: Concepções de Ser finito e Ser Eterno, significados...
RESUMO
Este artigo estuda uma crise vivida pela Igreja Metodista na segunda metade
da década de sessenta. Influenciado pelo ambiente político da ditadura militar,
o metodismo brasileiro foi campo de um embate entre as alas liberais e conser-
vadoras da denominação. Palco deste embate foi a Faculdade de Teologia e o
II Concílio Geral Extraordinário, em 1968, além de uma série de eventos que a
ele se seguiram durante os anos de 1969 e 1970. A pesquisa problematiza os
fundamentos teológicos e ideológicos que fundamentaram as atitudes das alas
conservadoras do metodismo neste conflito, um aspecto pouco considerado pela
historiografia sobre o tema. A principal suspeita é a de que as posturas conserva-
doras decorreram de uma tradição centenária, trazida pelos missionários norte-
americanos, quando da implantação do Protestantismo no Brasil. Esta tradição
transformou-se numa espécie de Ethos do protestantismo brasileiro, entre o
final do século XIX e meados do XX. A postura dos conservadores configura-se,
assim, numa reação ao Ethos ameaçado por novos atores do campo religioso
e pelas demandas da sociedade em conflito.
Palavras-chave: Protestantismo; Igreja Metodista; década de sessenta; con-
servadorismo; crise.
ABSTRACT
This article studies the crisis experienced by the Methodist Church of Brazil in the
second half of the 1960’s. Influenced by the political environment of the military
dictatorship, Brazilian Methodism was a space of collision between liberal and
conservative groups of the denomination. The principle space of this collision
was the School of Theology and the II Extraordinary General Council, in 1968,
as well as a series of events that followed during the years 1969 and 1970. The
research raises questions regarding the theological and ideological foundations
that provided the bases for the attitudes of the conservative groups of Methodism
Resumen
Este trabajo estudia una crisis vivida por la Iglesia Metodista durante la segunda
mitad de los años sesenta. Influenciado por el entorno político de la dictadura mi-
litar, el metodismo brasileño fue campo de un enfrentamiento entre las alas liberal
y conservadora de la denominación. El palco de este embate fue la Facultad de
Teología y la II Asamblea General Extraordinaria, en 1968, además de una serie
de sucesos que le siguieron durante los años de 1969 y 1970. La investigación
problematiza los fundamentos teológicos e ideológicos que cimentaron las actitudes
del ala conservadora del metodismo en este conflicto, un aspecto poco considerado
por la historiografía sobre el tema. Se sospecha, principalmente, que las actitudes
conservadoras fueron consecuencia de una tradición centenaria traída por los
misioneros estadounidenses, en la época de la implantación del Protestantismo
en el Brasil. Esta tradición se convirtió en una especie Ethos del protestantismo
brasileño, entre fines del siglo XIX y mediados del XX. Así, la postura de los
conservadores, se configura en una reacción a ese Ethos amenazado por nuevos
actores en el campo religioso y por las demandas de la sociedad en conflicto.
Palabras clave: Protestantismo brasileño; Iglesia Metodista; años sesenta;
conservadurismo religioso; crisis.
Um período de rupturas
Aquele foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos... em suma, o perí-
odo era de tal maneira semelhante ao presente que algumas de suas mais
ruidosas autoridades insistiram em seu recebimento, para o bem ou para o
mal, apenas no grau superlativo de comparação.
Um questionamento
A questão motivadora de meu trabalho (que resultou em minha dis-
sertação de mestrado em Ciências da Religião defendida em 20081) surgiu
1
Cf. SCHMIDT, Daniel Augusto. Herdeiros de uma Tradição: uma investigação dos fun-
damentos teológico-ideológicos do conservadorismo metodista na crise da década de
sessenta. 2008. 216 f. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Ciências da Religião)-
Curso de Pós Graduação em Ciências da Religião, Universidade Metodista de São Paulo,
São Bernardo do Campo, 2008.
2 Cf. ALVES, Rubem. Religião e Repressão. São Paulo: Edições Loyola, 2005. Publicada em
1979 com o título inicial de Protestantismo e Repressão, esta foi a obra básica. Porém,
em outros momentos, utilizei- me também da introdução de seu livro Da Esperança.
3
O desenho original foi feito por uma diaconisa da Igreja Luterana, Charlotte Reihlen
(1805-1868), no ano de 1862 na cidade de Stuttgart. Cf. http://www.britishmuseum.org.
Acesso em: 15 de maio de 2008.
Ora, em sua desumanidade patética, esta doutrina não podia ter outro efeito
sobre o estado de espírito de uma geração que se rendeu à sua formidável
coerência, senão este, antes de mais nada: um sentimento de inaudita so-
lidão interior do indivíduo. No assunto mais decisivo da vida nos tempos da
Reforma- a bem- aventurança eterna- o ser humano se via relegado a traçar
sozinho sua estrada de encontro ao destino fixado desde toda a eternidade.
Ninguém podia ajudá-lo.
4
Segundo Weber, na Idade Média o asceta por excelência era o monge que vivia uma vida
cristã absolutamente racionalizada dentro das celas dos mosteiros. Era o que ele chama
de ascese extramundana, ou seja, fora do mundo. Porém, depois da Reforma, esta postura
se transforma. Iniciando em Lutero e se exacerbando no puritanismo, esta ascese passa
a ser vivida dentro da vida cotidiana. Cada cristão agora seria um monge.
... Eu tenho ouvido destes que estão vigilantes que, em nossas colônias, mui-
tos têm feito as pessoas beberem, tão largamente, do mesmo vinho mortal,
milhares dos quais são, por meio disto, mais e mais inflamados, até que suas
mentes estejam completamente mudadas... A razão se perde na violência;
suas vozes ainda pequenas sucumbem no clamor popular... Aqui está a es-
cravidão... Nem mesmo a liberdade de imprensa é permitida... Ninguém se
atreve a imprimir uma página, ou uma linha, a menos que seja exatamente
em conformidade com os sentimentos de nossos senhores, o povo... Ninguém
se atreve a proferir uma palavra quer em favor do rei George, ou em desfavor
do ídolo que eles estabeleceram- um governo novo, ilegal, inconstitucional,
extremamente desconhecido para nós, e de nossos antepassados6.
5
Cf. RENDERS, Helmut e outros (ed.). Sermões de Wesley: texto inglês com duas tra-
duções em português. São Bernardo do Campo: EDITEO, 2006. CD- ROM.
6
A República, provavelmente.
7
Cf. TOLEDO, Caio N. Igreja, consciência do mundo. Cruz de Malta, São Paulo, pp. 5 e
6, março de 1961.
Metodologia
A metodologia utilizada na realização deste trabalho foi basicamente
a análise de documentação. Neste ponto foi importante a pesquisa em
bibliotecas, arquivos institucionais e pessoais.
A Biblioteca da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista apresenta
coleções (infelizmente não tão completas) de dois materiais imprescin-
8
O termo é colocado entre aspas por que uma análise mais acurada de textos da época
permite perceber que muito do que era visto como comunismo pelas alas conservadoras
nada mais era do que um fruto da histeria da Guerra Fria. O que havia, muitas vezes,
era uma aproximação funcional com o Marxismo. Mas isso nem sempre significou uma
adesão à doutrina comunista.
9
Centro de Estudos e Pesquisas sobre Metodismo e Educação, vinculado à Universidade
Metodista de Piracicaba.
10
O reverendo Isaías Sucasas ocupou este cargo entre os anos de 1946 e 1965
11
Em princípio, minha intenção não era trabalhar com a figura do bispo Isaías Sucasas.
Meu interesse recaia sobre uma das figuras mais interessantes e menos pesquisadas
do Metodismo brasileiro: a do reverendo Nathanael Innocêncio do Nascimento. Porém, a
dificuldade de encontrar material sobre o reverendo Nathanael forçou-me a uma mudança
de rumos.
12
No Cenáculo é o nome de um conhecido devocionário metodista.
... aprontei-me e fui juntamente com o Rev. Sucasas 14 até o Círculo Militar
do 2º Exército em Birapuera (sic). O culto que se realizou foi de Ação de
Graças pelo 5º aniversário da revolução de 1964...O salão estava repleto -
Uma assistência seleta de civis e militares de todas as patentes 15.
13
Em algumas anotações do diário, quando lhe convinha, o bispo tecia críticas ao regime.
Cf. Sucasas, 1969, pp. 226- 229.
14
Seu irmão mais novo, José Sucasas Júnior.
15
Este não é o único culto militar narrado no diário. A entrada do dia 5 de Junho de 1969
narrou um culto militar realizado na Igreja Metodista Central de São Paulo. O púlpito
ficou ao cargo do reverendo Sucasas e do Capelão Evangélico do 2° Exército. O bispo
participou representando a Igreja Metodista do Brasil. Cf. Idem, pp. 263-264.
16
Serviço Secreto, provavelmente.
17
São Paulo, UNIDADE III, novembro de 1968. Cópia parcial pertencente ao arquivo do
Sr. Anivaldo Padilha.
18
Cf. GOMES, Angela de Castro. Escrita de si, escrita da História. Revista de História da
Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, n. 9, p. 98, abril de 2006.
Referências Bibliográficas
Fontes Primárias (Documentos)
UNIDADE III, novembro de 1968. Cópia parcial pertencente ao arquivo pessoal
do Sr. Anivaldo Padilha.
SUCASAS, Isaías Fernandes. Diário de 1968.
_______________________ Diário de 1969.
_______________________ Diário de 1969-1970.
Fontes Secundárias
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do Campo: São Paulo: EDITEO; Editora Cedro, 2006.
WEBER, Max. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. São Paulo: Com-
panhia das Letras, 2004.
Artigo
GOMES, Angela de Castro. Escrita de si, escrita da História. Revista de História
da Biblioteca Nacional, n° 09, Rio de Janeiro, 2006, pág. 98.
TOLEDO, Caio N. Igreja, consciência do mundo. Cruz de Malta, São Paulo, março
de 1961, pp. 5 e 6.
Dissertação
SCHMIDT, Daniel Augusto. Herdeiros de uma Tradição: uma investigação dos
fundamentos teológico-ideológicos do conservadorismo metodista na crise da
década de sessenta. 2008. 216 f. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Ciências
da Religião)- Curso de Pós Graduação em Ciências da Religião, Universidade
Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2008.
RESUMO
Apresenta-se no artigo um modelo norte-americano de educação cristã marcado
pelo pragmatismo e eficiência de ações missionárias, seus reflexos em igrejas
evangélicas brasileiras, as lacunas que facilitaram a adesão deste no Brasil e
os desafios que ele levanta para a práxis cristã hoje.
Palavras-chave: Centros de treinamento; educação cristã; pragmatismo; missão;
igrejas evangélicas; Brasil.
ABSTRACT
This article presents an American model of Christian education characterized by
pragmatism and efficiency of its missionary action, its effects on Brazilian Evan-
gelical churches, the gaps that facilitated its success in Brazil and the challenges
it poses to the Christian practice today.
Keywords: Training Centers, Christian education, pragmatism, a mission, pro-
testant churches, Brazil.
RESUMEN
El artículo muestra un modelo estadounidense de educación cristiana caracteri-
zado por el pragmatismo y la eficiencia de la acción misionera, sus efectos las
iglesias evangélicas brasileñas, las brechas que facilitaron la adhesión del Brasil
a este modelo y los desafíos que este plantea para la práctica cristiana de hoy.
Palabras clave: Educación cristiana; pragmatismo; misión; iglesias evangélicas;
Brasil.
Introdução
Neste texto discutir-se-á sobre o ensino cristão em algumas igrejas
evangélicas brasileiras. Mais especificamente um modelo educacional
desenvolvido nos EUA no final dos anos 1980 e que se estabelece no
Brasil na década de 1990 como uma solução para as comunidades cristãs
históricas e pentecostais que pretendiam edificar os/as irmãos/ãs, aumen-
tar o número de membros e ampliar o seu domínio e influência social.
É certo que não foram todas as igrejas que implantaram este mode-
lo, mas houve um diálogo sobre a temática em diversas congregações e
círculos teológicos. Propunha-se com este uma reestruturação da forma
162 Edemir Antunes Filho: Centros de treinamento: entre o adestramento religioso e a educação cristã
1
A configuração e proposta do Centro de Treinamento “Crotonville” (Ossining – EUA) da
General Electric Company, fundado em 1956, exerceu forte influência no desenvolvimento
da gestão eclesiástica.
O ensino na Bíblia
Diante do quadro acima, antes de prosseguir, é necessário avaliar
brevemente o ensino no Antigo e Novo Testamentos. Na Bíblia as formas
de ensino adotadas objetivavam estimular a reflexão, e transformar os
pensamentos, as emoções, os comportamentos e as ações das pessoas
conforme o padrão aprovado por Deus. Internalizando os conteúdos e
por eles se movendo, a pessoa teria condições de analisar criticamente
o mundo à sua volta, se realizaria como indivíduo e integrante da coleti-
vidade, também como se tornaria agente do Senhor na história.
Os lares das pessoas eram propícios para se ensinar sobre Deus e
espiritualidade. O ensino muitas vezes se deu pela via oral e no contexto
164 Edemir Antunes Filho: Centros de treinamento: entre o adestramento religioso e a educação cristã
166 Edemir Antunes Filho: Centros de treinamento: entre o adestramento religioso e a educação cristã
Conclusão
Não se pretendeu com as sugestões “inventar a roda”. Considerando
o que fora pontuado sobre os Centros de Treinamentos nos EUA e Brasil,
a proposta foi mudar o espírito que move a educação cristã em algumas
igrejas brasileiras, isto é, abandonar a tentativa de adestramento religioso
e adotar uma reflexão profunda das Escrituras com vistas à promoção
integral dos/as irmãos/ãs.
Atualmente há Centros de Treinamento em diversos países. Poucos
têm o propósito de desenvolver os dons e os serviços.3 A maioria objetiva
a formatação religiosa. Se as Escrituras ainda dão o tom para a caminhada
cristã é importante que a igreja faça uma análise sobre o seu compromis-
so, as suas ações e as suas intenções com o ensino cristão.
Destacou-se que o treinamento também é importante se considera-
do como um elemento integrante do ensino cristão. Mas para evitar as
associações com o mundo corporativo ou com as distorções evangélicas,
foi sugerida a ressignificação das “Classes ou Centro de desenvolvimento
dos dons e serviços”. Os textos produzidos por pastores como Warren
e Hybels são muito interessantes e podem ampliar a visão sobre a vida
cristã, especialmente sobre o tema tratado neste artigo. Mas como se
faz com todas as obras lidas e estudadas: é importantíssimo fazer as
devidas ponderações.
As “Escolas de Líderes”, “Escolas de Profetas”, “Escolas de Adorado-
res” e “Escolas Bíblicas Avançadas” que ainda permanecem com o intento
de adestramento religioso podem mudar este objetivo. É necessário que
utilizem de seu potencial para melhor contribuírem com o Reino. Embora
existam barreiras e dificuldades para isso, é possível agir diferente.
É evidente que a área da Administração apresenta contribuições
para a vida da igreja. Os escritos e atuações de gestores como Peter
3
Duas instituições dignas de menção são as seguintes: Centro de Entrenamiento Cristiano
Internacional (Córdoba-Argentina) e o Centro de Treinamento para Plantadores de Igrejas
(Campinas, SP – Brasil).
Referências bibliográficas
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WELCH, J. Paixão por vencer: a bíblia do sucesso. São Paulo: Campus, 2005.
168 Edemir Antunes Filho: Centros de treinamento: entre o adestramento religioso e a educação cristã
RESUMO
Neste texto, o autor se propõe a examinar se a educação pode ser útil no comba-
te à violência onde quer que ela se manifeste. O autor entende que a educação,
como ministrada atualmente, é adequada a este combate e sugere a examinar a
possibilidade de uma mudança de paradigma e uma revisão do pensamento que
leve à prática da educação complexa, baseada na Teoria da Complexidade.
Palavras-chave: Violência; complexidade; educação.
ABSTRACT
In this paper the author proposes to examine whether education can be helpful
in combating violence wherever it manifests. The author dismisses the education,
as currently conducted, as suited to this purpose and suggests examining the
possibility of a paradigm change and a revision of the thought that leads to the
practice of the complex education, based on Complexity Theory.
Keywords: Violence; complexity; education.
RESUMEN
En este artículo el autor se propone examinar si la educación puede ser útil en
la lucha contra la violencia donde quiera que se manifieste. El autor rechaza que
la educación, tal como se imparte actualmente, sea apropiada para esa lucha y
sugiere examinar la posibilidad de un cambio de paradigma y una revisión del
pensamiento que nos lleve a la práctica de la educación compleja, basada en
la Teoría de la Complejidad.
Palabras clave: Violencia; complejidad; educación.
Introdução
Em outro texto, intitulado “Violência, uma visão complexa” 1 trabalha-
mos com algumas premissas que embasam também este artigo e que
rapidamente aqui esboçamos:
•
• Violência não pode ser tratada com os olhos voltados apenas
para o sujeito e o sítio onde ela se manifesta.
• As origens da violência encontram-se fincadas muito além de
onde comumente a detectamos como, por exemplo, na família.
• Devemos estar atentos, inicialmente, para o caráter instável de
nosso próprio planeta que, agônico, se revela agressivo contra
os seres vivos que o ocupam.
1
No prelo.
Nossa crosta viveu e continua a viver uma aventura prodigiosa, feita de movi-
mentos dissociativos, reassociativos, verticais horizontais, de derivas, encontros,
choques (tremores de terra), curtos circuitos (erupções vulcânicas), quedas catas-
tróficas de grandes meteoritos, glaciações e aquecimentos (MORIN, 1995, p.50).
Considerações finais
Constata-se que há um acelerado aumento da violência que se ex-
pande e penetra na igreja, escola e família e as perturba. Está pressuposto
que a simples repressão não detém tal violência e até a amplia. Neste
artigo, buscamos responder à questão: Pode a educação formal atual,
como praticada no Brasil, contribuir para a solução deste problema?
Considerando que não se trata apenas de um problema educacional,
embora ele esteja presente, a resposta à questão seria negativa. Por quê?
Porque, de fato, ver e tratar a realidade com uma visão disjuntiva é não
entendê-la, agredi-la e concorrer para o aumento da violência.
Esse conhecimento também simplificador desconhece a natureza do
real, “destrói” os conjuntos e só chega à “inteligência cega”.
... esta nova, maciça e prodigiosa ignorância, é ela mesma ignorada pelos
sábios. Estes, que não dominam, praticamente, as consequências das suas
descobertas, também não controlam intelectualmente o sentido e a natureza
da sua pesquisa (MORIN, s/d., p. 18).
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SCHOPENHAUER, Arthur. Dores do Mundo. A metafísica do amor, a morte, a arte,
a moral, o homem e a sociedade. 3. ed. São Paulo: Brasil Editora S.A., 1959.
Resumo
Resenha do Livro Lockmann, Paulo Tarso de Oliveira. Jesus, o Messias Profeta.
São Bernardo do Campo, SP: Editeo, 2011. 220p.
Abstract
Book review of Lockmann, Paulo Tarso de Oliveira. Jesus, o Messias Profeta.
São Bernardo do Campo, SP: Editeo, 2011. 220p.
Resumen
Reseña del libro Lockmann, Paulo Tarso de Oliveira. Jesus, o Messias Profeta.
São Bernardo do Campo, SP: Editeo, 2011. 220p.
Introdução
O presente livro do Revmo Bispo Paulo Lockmann inaugura uma nova
série das publicações da EDITEO, a série “Teses”. O objetivo dessa série
é de resgatar e socializar o resultado de pesquisas doutorais. As teses de
doutorado no passado estavam relegadas às prateleiras dos programas
de pós-graduação e, em alguns casos, ganhavam espaço em algumas
bibliotecas de faculdades. Quando surgia a oportunidade de publicação,
para tornar o texto mais agradável à leitura, as teses sofriam mutilações
e adaptações. Com isso, uma parte significativa da pesquisa (em espe-
cial nas indicações das notas de rodapé) se perdiam. Com o surgimento
dessa nova série, temos acesso à pesquisa com toda a profundidade e
abrangência definida pelo pesquisador.
Jesus, o Messias Profeta é um olhar aprofundado que cobre pratica-
mente todo o evangelho de Lucas, tendo como ponto de partida os relatos
da grande viagem encontrados em Lucas 9.51-19.48. Esse estudo é o
resultado da tese de doutorado concluído pelo Bispo Lockmann, intitulada
“A marcha do Messias-Profeta: Um estudo do relato da viagem de Jesus
à Jerusalém no Evangelho de Lucas” defendida na PUC – Pontifícia Uni-
versidade Católica – do Rio de Janeiro.
El futuro de la creación
Leonardo Boff
RESUMO
Resenha do livro MOLTMANN, Jürgen; BASTOS, Levy. O futuro da criação. Com
prefácio de Leonardo Boff e posfácio de Luiz Longuini Neto. Rio de Janeiro:
Instituto Mysterium / Mauad X, 2011. 207p.
ABSTRACT
Review of the book MOLTMANN, Jürgen; BASTOS, Levy. O futuro da criação.
Com prefácio de Leonardo Boff e posfácio de Luiz Longuini Neto. Rio de Janeiro:
Instituto Mysterium / Mauad X, 2011. 207p.
RESUMEN
Reseña del libro MOLTMANN, Jürgen; BASTOS, Levy. O futuro da criação. Com
prefácio de Leonardo Boff e posfácio de Luiz Longuini Neto. Rio de Janeiro:
Instituto Mysterium / Mauad X, 2011. 207p.
RESUMO
Resenha do livro BARROS, Alcides Alexandre de Lima. População em situação
de rua: um olhar sobre exclusão. São Paulo: Arteliterária, 2011. 248 p.
ABSTRACT
Review of the book BARROS, Alcides Alexandre de Lima. População em situação
de rua: um olhar sobre exclusão. São Paulo: Arteliterária, 2011. 248 p.
RESUMEN
Reseña del libro BARROS, Alcides Alexandre de Lima. População em situação
de rua: um olhar sobre exclusão. São Paulo: Arteliterária, 2011. 248 p.
Nos últimos trinta anos tem-se falado mais e mais em pastoral urbana.
É o mérito de Alcides Alexandre de Lima Barros por ter contribuído para
esta discussão com um estudo inédito a partir das suas experiências no
trabalho com a população em situação de rua na cidade de São Paulo.
Em todas as partes da sua publicação, o autor conduz o/a leitor/a a
uma perspectiva a partir das particularidades dessa população e desenvolve
seu argumento em cinco capítulos. Em A problemática das ruas (p. 27-58),
o autor problematiza os conceitos usados para descrever esta população,
contextualiza o debate na história e especifica sua proposta através do
“mapa da exclusão” de São Paulo. Segue O poder público e o povo em
situação de rua (p. 59-86), capítulo importante para descrever o espaço
legal do trabalho proposto e desenvolvido. Destacamos a importância desse
capítulo para a construção da filosofia do trabalho junto à essa população:
a contribuição cristã ou eclesiástica é vista como parte de um esforço maior
da sociedade civil, tanto pelo poder governamental, como pela iniciativa
privada, inclusive pelas ONGs (p. 67-70). Explicitamente são mencionados
também os direitos da população em situação de rua (p. 75-79) e forma
e atuação da assistência social em São Paulo (p. 80-87). Com introdução
da questão dos direitos, o autor prepara a proposta de enfatizar no tra-
balho, em primeiro lugar, a promoção da cidadania, que vai além daquilo
que a assistência social oficial oferece. No próximo capítulo, A trajetória
Helmut Renders
5
Eu agradeço Dr. Randy Maddox pela ajuda na a identificação da data no diário.
* Agradecemos pelo direito de reprodução a Bridwell Library da Perkins School of Theol-
ogy, Southern Methodist University, Dallas, Texas, EUA.
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pastoral em debate: Inclusive reflexões sobre 30 anos do ministério pastoral fe-
minino na Igreja Metodista. São Bernardo do Campo: Editeo, 2005, p. 151-160.
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MENDONÇA, Antonio Gouvêa “Ciência(s) da Religião: Teoria e pós-
graduação no Brasil”. F. Teixeira. A(s) ciência(s) da religião no Brasil:
afirmação de uma área acadêmica. São Paulo, SP: Paulinas, 2001.
Referências da Internet:
Acresce-se, depois da citação do livro ou do artigo: Disponível em:
< link >. Acesso em: dia[s]/mês/ano (somente números).
RAUSCHENBUSCH, Walter. For God and the People. Prayers of the
Social Awakening. Boston, New York, Chicago: The Pilgrim Press, 1910.
Disponível em: < http://www.archive.org/details/forgodandthepeop00rau-
suoft >. Acesso em: 20/03/2009.
https://www.metodista.br/revistas/revistas-metodista/index.php/CA/user
Book:
AUTHOR’S SURNAME, first name. Title of the book: subtitle. Num-
ber of edition if it is not the first, place of publication, state: publishing
house, date.
RIBEIRO, Claudio de Oliveira et all. (orgs.). Teologia e prática na
tradição wesleyena: Uma leitura a partir da América Latina e Caribe. São
Bernardo do Campo, SP: Editeo, 2005.
Collection of articles:
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initials followed by organizer’s surname. Title of the collection of texts.
Number of edition if it is not the first, place of publication, state: publishing
house, date.
MENDONÇA, Antonio Gouvêa “Ciência(s) da Religião: Teoria e
pósgraduação no Brasil”. F. Teixeira. A(s) ciência(s) da religião no Brasil:
afirmação de uma área acadêmica. São Paulo, SP: Paulinas, 2001.
Internet references:
After the quoting of the book or article add: Available in:<link>. Access
in: day[s]/month/year (only numbers).
RAUSCHENBUSCH, Walter. For God and the People. Prayers of the
Social Awakening. Boston, New York, Chicago: The Pilgrim Press, 1910.
Available in: < http://www.archive.org/details/forgodandthepeop00rausuoft
>. Access in: 20/03/2009.
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Coletánea:
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tulo”. In: iniciales del nombre seguidas del apellido del organizador. Título
de la coletánea. Número de la edición en caso de no ser la primera. Lugar
de publicación, Estado: editora, año.
MENDONÇA, Antonio Gouvêa “Ciência(s) da Religião: Teoria e pós-
graduação no Brasil”. F. Teixeira. A(s) ciência(s) da religião no Brasil:
afirmação de uma área acadêmica. São Paulo, SP: Paulinas, 2001.
Referencias de Internet:
Añádase, después de la citación del libro o del artículo: Disponible
en: < link >. Acezado a: día[s]/mes/año (solamente números).
RAUSCHENBUSCH, Walter. For God and the People. Prayers of the
Social Awakening. Boston, New York, Chicago: The Pilgrim Press, 1910.
Disponible en: < http://www.archive.org/details/forgodandthepeop00rausuoft
>. Acezado a: 20/03/2009.
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RS – BRA.
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