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Cristian Beltrame
Abstract
The present article has the purpose to work the subject of ethanol in Brazilian´s presidential diplomacy.
Its delimitation examines the performance of the president Luiz Inacio Lula da Silva in the foreign
policy conduction´s referring the ethanol. For this, it was answered the following question: which
motivations in terms politicians, economic, social and ambiental stimulates the performance of the
president Lula to work for the internationalization of the ethanol? In this direction, it was worked the
concept of presidential diplomacy, its typology and the characteristics of the Brazilian´s presidential
diplomacy. In the second moment it was worked the motivations in terms politics, economic, social and
ambiental. To finish, in the third topic the main results of the action of the Brazilian presidential
diplomacy had been presented in terms of: agreements, memorandum, protocols and negotiations in
course, involving action for the internationalization of ethanol and its productive chain. The article
concludes: to stimulate discussion on the topic of biofuels with foreign investors countries, the actions
of President Lula for the ethanol expanded the presence of Brazil in the international arena, has brought
new investments from the others countries and pointed out that this practice has the potential to generate
new jobs and income in Brazil.
2
O Etanol na Diplomacia Presidencial do Governo Lula
Cristian Beltrame
Introdução
“O Brasil outra vez sai na frente [na área dos biocombustíveis]. Não vai demorar
20 anos para que os biocombustíveis sejam uma nova revolução na matriz
energética do planeta e motivo para que os países que foram pobres no século 20
se transformem em países prósperos no século 21". Luiz Inácio Lula da Silva1
1
FIORI, Mylena. Produção de biocombustíveis colocará Brasil no "grupo seletivo dos países ricos", diz
Lula. Agência Brasil, 24 mai. 2007. Disponível em:
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/05/23/materia.2007-05-23.4297709285/view, acessado em
26/05/2008.
3
ambientais...) que estimulam o presidente Lula a trabalhar para a internacionalização do
etanol?
A utilização de combustíveis renováveis vem assumindo crescente importância no
cenário internacional. O contínuo aumento dos preços do petróleo, juntamente com a
perspectiva da possível escassez deste bem, permite antever possibilidades para o
emprego, em maiores quantidades, de combustíveis renováveis como o etanol. Outra
questão advém da necessidade de conter o aquecimento global, causado em grande parte
pelas emissões dos resíduos dos combustíveis fósseis, pois seu uso contribui para reduzir
as emissões de gases de efeito estufa. O Brasil está bem posicionado nesta questão, pois a
cerca de três décadas vêm atuando na busca por matrizes energéticas alternativas às
vigentes.
O pressuposto exemplo brasileiro de utilização do etanol derivado da cana-de-
açúcar como combustível, misturado a gasolina ou utilizado isoladamente, reafirma a
viabilidade de sua implantação em âmbito mundial. Para que isto se torne viável são
necessários avanços na infra-estrutura de produção e também para a sua distribuição, pois
os países que adotarem esta alternativa necessitam contar concretamente com a garantia
de abastecimento.
O país domina completamente toda cadeia produtiva do etanol. Na produção da
matéria-prima, possui disponibilidade de terras para o cultivo, mão-de-obra especializada
e tecnologia nacional de ponta na área de cultivares e de insumos. Também domina a
tecnologia necessária no setor de máquinas agrícolas e equipamentos para o plantio e
colheita. Na área da transformação da cana em álcool combustível o Brasil possui um
parque industrial bastante importante: um dos maiores do mundo. No setor de bens de
produção, conta com capacidade, qualificação e eficiência para produzir usinas e todo o
maquinário necessário para ampliar a atividade. No setor de consumo o país desenvolveu
tecnologia própria para utilizar o etanol, com destaque para área de motores. Ao
implementar a tecnologia de motores flex-fuel2, os automóveis passaram a ser movidos a
2
A tecnologia dos veículos flex-fuel foi inicialmente desenvolvida nos EUA a partir da Corporate Average
Fuel Economy (CAFE) nos EUA. Estes veículos admitem operar com qualquer porcentagem de etanol na
mistura combustível, entretanto os pesquisadores brasileiros adaptaram esta tecnologia para o Brasil,
tornando-a viável economicamente. Corporate Average Fuel. CAFE – Overview, Corporate Average
Fuel. Disp em: <http://www.nhtsa.dot.gov/cars/rules/cafe/overview.htm> acessado em 10 de abril de 2008.
4
álcool ou a gasolina individualmente, ou ainda, os dois combustíveis podem ser utilizados
ao mesmo tempo em diferentes proporções de mistura. Estes são alguns dos que aspectos
credenciam o Brasil como líder mundial neste setor.
O etanol pode ser uma oportunidade de ampliar os negócios internacionais para o
país e também permite ampliar o comércio em outros segmentos da cadeia produtiva
como: insumos, maquinários, tecnologia. Por isso, no contexto político-estratégico, a
diplomacia presidencial do presidente Lula em relação ao etanol pode permitir ao país
galgar posições na hierarquia internacional de poder, pois segundo Michel T. Klare
(2001) em um futuro próximo as contendas internacionais serão por recursos naturais,
principalmente o petróleo.
O presidente Lula se transformou no “garoto propaganda do etanol”. Em suas
viagens internacionais, junto a delegações empresariais e de governos estrangeiros, o
presidente tem trabalhado a questão do etanol apresentando a experiência brasileira no
setor e a capacidade deste combustível em reduzir ou até mesmo em substituir a queima
de combustíveis fósseis por combustíveis mais limpos e renováveis. Esta situação não
acontece em muitos países, os quais dependem quase que exclusivamente da queima de
combustíveis fósseis em sua matriz energética. Neste aspecto, o Brasil se destaca por
apresentar reduzida dependência internacional em um setor vital como é o de energia.
Dado a amplitude dos aspectos elencados, este artigo tem como objetivo geral
identificar os principais resultados da diplomacia presidencial do governo Lula para o
etanol. Para viabilizar este intento procurou-se: a) conceituar diplomacia presidencial; b)
identificar as motivações políticas, econômicas, sociais e ambientais para a adoção do
etanol como alternativa energética; e c) descrever os principais resultados da diplomacia
presidencial para o etanol: acordos, protocolos, memorandos e negociações em curso.
Diante do exposto, o artigo discute inicialmente a diplomacia presidencial ao
abordar suas características, tipos e conceito. Na mesma seção são trabalhados aspectos
da diplomacia presidencial brasileira em relação ao etanol com a finalidade de identificar
as possíveis motivações para o presidente se dedicar a promover a internacionalização do
etanol. No segundo momento tratou-se das motivações políticas, econômicas, sociais e
ambientais que estimulam a atuação da diplomacia presidencial brasileira em
internacionalizar o etanol, bem como se examinou a capacidade da cadeia produtiva
5
nacional em relação ao etanol. Para concluir a apresentação dos dados e das informações,
no terceiro tópico foram apresentados os principais resultados da ação da diplomacia
presidencial em termos de: acordos, memorandos, protocolos e negociações que estão em
curso, envolvendo ações de internacionalização do etanol.
6
projetar iniciativas para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. Neste contexto a
diplomacia brasileira elegeu o etanol como alternativa capaz de substituir a utilização dos
combustíveis fósseis, reduzir as emissões de gases poluentes e trazer benefícios
econômicos e políticos ao país. Para isto, o presidente da república assumiu a condução
da política externa referente ao etanol.
Para Martin Wight (2002, p. 107) “diplomacia é o sistema e a arte da comunicação
entre os estados. O sistema diplomático é a instituição mestra das relações internacionais.
Ele pode ser convenientemente dividido em duas categorias: as embaixadas residentes e
as conferências”. Para este autor, tradicionalmente, a diplomacia foi praticada por
diplomatas de carreira que serviam seus Estados no exterior. Mas, devido à
multiplicidade de atores e de questões que surgiram no cenário internacional
contemporâneo a condução da política externa de alguns Estados passou por um processo
de reformulação e assim, em algumas questões, o corpo burocrático foi substituído pela
presença mais forte e efetiva do presidente da república na condução da política externa
nacional. A este fenômeno dá-se o nome de “diplomacia presidencial”.
A diplomacia presidencial nasceu nos Estados Unidos, na administração do
governo do presidente Theodore Roosevelt e a partir de então se expandiu para outros
países. Entretanto, antes da atuação de Roosevelt, a diplomacia presidencial havia se
manifestado de modo esporádico a exemplo da Doutrina Monroe, e em algumas
intervenções dos presidentes Cleveland e Mckinley (PRETO, 2006).
No Brasil começou-se a falar em diplomacia presidencial a partir da postura mais
ativa do presidente Fernando Henrique Cardoso na condução da política externa
brasileira. Segundo Danese (1999, p. 51), diplomacia presidencial pode ser definida como
“a condução pessoal de assuntos de política externa, fora da mera rotina das atribuições
ex officio, pelo presidente, ou, no caso de um regime parlamentarista, pelo chefe de
estado e/ou pelo chefe de governo”. O mesmo autor ainda destaca que a participação do
presidente na condução da política externa implica em observar “às expectativas que cria,
à capacidade dos mandatários de alavancar itens da agenda, à pressão política que eles
são capazes de gerar com sua atuação e à autoridade e visibilidade que emprestam aos
atos de que participam ou referendam com a sua presença” (op. cit. 1999, p. 70).
7
Para Malamud (2005, apud PRETO, 2006, p.43), diplomacia presidencial é:
[...] um mecanismo entendido como um recurso para dirigir as negociações
entre os presidentes, sempre que uma decisão crucial precisa ser feita ou um
conflito critico necessita ser resolvido [ela é] compreendida como uma
diplomacia de cúpula, oposta a diplomacia institucionalizada, profissional.
Esta forma de diplomacia pode ser compreendida por seu caráter mais prático e
menos burocrática, pela qual é exercitada a opção da busca por resultados mais rápidos e
o comprometimento entre as partes é maior. Para Lafer (2002, p. 16), num regime
democrático e na era da globalização, a política externa não se reduz às chancelarias:
“Ela requer lidar tanto com a multiplicidade de atores - governamentais e não-
governamentais – presentes na vida internacional, quanto com a agenda da opinião
publica”. A presença do presidente da república na condução da política externa gerou
maior comprometimento internacional para o país e, internamente, tal conduta aproximou
os temas da política externa da opinião pública, ao produzir maior visibilidade na mídia e
por conseqüência na população.
Para Danese (1999, p.90) a “opinião publica é um forte elemento, pois a
diplomacia de cúpula moderna reage a ela, tentando cooptá-la ou impressioná-la, mas
sempre dialogando com ela e com a política interna em geral”. O autor acrescenta que
muitas vezes as decisões de política externa são tomadas levando-se em conta
exclusivamente à opinião publica e os interesses de política interna. Para o autor em
discussão (op. cit. 1999, p. 70) a intensidade e a generalização na utilização da
diplomacia presidencial ganharam força devido à “freqüência e abrangência com que se
recorre à figura dos chefes de estado e governo para fazer diplomacia, em áreas, temas e
situações em que, até a relativamente pouco tempo, era comum recorrer-se aos
chanceleres ou a plenipotenciários.”
É consensual na literatura que trabalha o tema da diplomacia presidencial que seu
conceito ainda não foi elaborado. Existem algumas obras que abordam este assunto,
porém sua definição ainda não está completa. Entretanto, diplomacia presidencial
necessita ser considerada não apenas como um conceito teórico, mas, como uma prática
político-diplomática utilizada pelos chefes de estado e/ou de governo para a condução de
assuntos em matéria de política externa. É esta a principal perspectiva do trabalho.
8
1.2- Diplomacia presidencial: uma tipologia.
9
A diplomacia dos encontros e deslocamentos historicamente serviu para lograr os
seguintes objetivos:
1) um gesto político ou de relações públicas em relação ao país visitado; 2) A
explicitação de uma diplomacia afirmativa em função de interesses concretos
do país do viajante; e por fim, 3) A conclusão de um processo negociador, de
adoção de decisões conjuntas ou de aproximação entre países, que precisa de
chancela do mais alto nível.(DANESE, 1999, p.398).
Danese (1999) ressalta que estas modalidades podem ser utilizadas de forma
isolada ou em várias combinações. Desta maneira, dependendo da necessidade do
interlocutor ou da oportunidade presente nestes encontros os deslocamentos podem
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intercalar-se, sendo que cada viagem pode comportar uma combinação de várias
modalidades.
11
O perfil pessoal do presidente FHC e sua atuação como responsável pelo
Ministério das Relações Exteriores na gestão do presidente Itamar Franco o credenciaram
na condução da política externa brasileira. Seu renome internacional como professor e
sociólogo e sua experiência como chanceler geraram expectativas na imprensa em
relação à agenda internacional do presidente no exterior, principalmente no que tange ao
marketing das políticas governamentais e à estabilização da economia brasileira. Tais
características fortaleceram a presença de FHC na condução da política externa brasileira,
e aproximaram os temas de política externa da opinião pública (DANESE, 1999).
De acordo com LAMPREIA (1995, apud DANESE, 1999. p.35) em discurso
perante a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, os objetivos das
visitas internacionais, no governo Fernando Henrique Cardoso foram os seguintes:
1)Elevar o nível de participação do Brasil nos foros internacionais […]; 2)
Explorar, junto aos nossos parceiros mais importantes, as vantagens que temos
conquistado em matéria de estabilização econômica […] reformas estruturais e
abertura da economia […] 3) Mobilizar o Governo, os meios políticos e
empresariais e a sociedade civil organizada em função de interesses específicos
no relacionamento com países individuais ou no âmbito multilateral […] 4)
Atualizar e aperfeiçoar as relações com parceiros-chave do Brasil […] 5)
Informar nossos parceiros das políticas governamentais e de seu impacto no
crescimento econômico e nas oportunidades de investimento produtivo no país;
6) Ampliar as parcerias, envolvendo cada vez mais o setor privado e a sociedade
civil organizada nos países-objetivo.
12
Segundo o Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a postura da
diplomacia no governo Lula pode ser compreendida pela participação mais “ativa e
altiva” e “multi-presencial” do presidente na condução da política externa, deixando a
retórica propositiva do governo anterior para linhas de ação de fato. As iniciativas do
presidente referem-se às negociações comerciais internacionais e a busca por alianças
estratégicas com atores importantes da política internacional, com destaque para as
alianças preferenciais com os países do Sul, em desenvolvimento, a América Latina, a
Índia, a África do Sul e a China, além de fortalecer e ampliar as relações com o
MERCOSUL (ALMEIDA, 2004).
Destaca-se, neste sentido, a presença do presidente Lula a dois encontros quase
que simultâneos, nos primeiros meses de mandato, o Fórum Social Mundial realizado em
Porto Alegre e ao Fórum Econômico Mundial realizado na cidade de Davos na Suíça.
Estes eventos demonstraram a capacidade do presidente em dialogar tanto com as
pressões econômicas quanto com as sociais (ALMEIDA, 2004).
Atualmente, observa-se a iniciativa do presidente Lula em introduzir na pauta
internacional o tema do etanol, combustível produzido através da cana-de-açúcar. Em
suas viagens e em encontros com representantes de outros Estados, o presidente sempre
procura trabalhar o tema dos biocombustíveis como uma alternativa capaz de reduzir ou
mesmo, até certo grau, de substituir o consumo de combustíveis fosseis, trazer
investimentos ao país, gerar renda e desenvolvimento por meio de novos empregos e
empreendimentos, além de diminuir a dependência externa por combustíveis fósseis.
3
SANTANA, Érica. Biocombustível pode ser uma revolução para economia e população paraguaia, diz
Lula. Agência Brasil, 21 maio 2007, disponível em:
<http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/05/21/materia.2007-05-21.7816394830/view>, acessado
em 26/05/2008.
13
Presidência da República em relação ao tema. Neste sentido, três fatores estão levando a
ascensão da utilização dos biocombustíveis em âmbito mundial: a) a segurança energética
que pode diversificar a matriz energética mundial e reduzir a dependência com relação
ao petróleo, cada vez mais caro e escasso; b) as preocupações ambientais derivadas da
queima de combustíveis fósseis que causam o aquecimento global; e c) a inclusão social,
pois no plantio são gerados empregos e renda aos produtores rurais e em toda cadeia
produtiva da cana-de-açúcar. É com este foco que esta seção discute o assunto.
14
gasolina; e 3) a forte valorização dos preços do açúcar4 no mercado internacional fez com
que as usinas desviassem a produção de álcool combustível para o açúcar
(MAGALHÃES & KUPERMAN, 1991).
Em 1990, com o fim dos subsídios e da desregulamentação governamental que
dava ao setor garantias de preço, o setor sucro-alcooleiro entrou em declínio. Entretanto,
devido à obrigatoriedade da mistura de álcool a gasolina5 sua produção permaneceu
estável, em aproximadamente 12 bilhões de litros anuais. Em 2003 o setor ganhou novo
impulso com a introdução dos veículos flex fuel6 que utilizam motores movidos a álcool
ou gasolina. Atualmente, cerca de 90% dos automóveis novos vendidos no Brasil
utilizam esta tecnologia, cuja frota atual destes veículos alcança a marca de 2,6 milhões
de unidades (ANFAVEA, 2008).
4
Em dezembro de 1979, a cotação do preço do açúcar era de U$$ 399 por tonelada, em 1990, sua cotação
ultrapassou os U$$ 1,000 por tonelada (MAGALHÃES, 1991).
5
A proporção da mistura pode variar de 20% a 25%, de acordo com a oferta do produto.
6
Os veículos Flex Fuel, são equipados com sistema de gerenciamento do motor capaz de identificar a
presença de gasolina e/ou etanol no tanque de combustível do veiculo e ajustar automaticamente a operação
do motor para o combustível existente, podendo operar com até 100% de etanol.
15
40% a menos que a emissão de um veículo movido à gasolina. Além disto, o etanol pode
ser utilizado para substituir o MTBE (Éter Metil Terbutílico). Este aditivo é utilizado para
aumentar a octanagem da gasolina, entretanto, oferece alto risco à saúde e ao meio
ambiente, diferentemente do etanol que tem a mesma função, porém, é considerado como
um combustível limpo em termos ambientais.
A utilização em larga escala do etanol na matriz energética brasileira evitou a
emissão de 800 milhões de toneladas de CO2 entre 1975/2007. E mais, neste período
foram substituídos por etanol cerca 854 milhões de barris equivalentes de petróleo
(PORTO, 2008). Neste sentido, o etanol, além de auxiliar na mitigação das emissões de
gases de efeito estufa, também ajudou a equilibrar a balança de pagamentos brasileira.
Em âmbito mundial, atualmente, verifica-se uma crescente demanda por parte das
economias emergentes por energia. Este fator vem exercendo grande pressão na
capacidade instalada de extração de petróleo, produzindo o encarecimento deste bem
(tabela 01). Neste contexto, os biocombustíveis poderão suprir uma importante parte da
demanda mundial por energia, motivada principalmente por considerações de ordem
ambiental, pela elevação dos preços do petróleo no mercado internacional e também pela
incerteza na oferta de combustíveis fósseis no médio e longo prazo (UCA-Universidade
Corporativa 2007).
Tabela 017:
Europe Brent Spot Price FOB (Dollars per Barrel)
Ano Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun Jul Ago. Set. Out. Nov Dec.
2002 19.42 20.28 23.70 25.73 25.35 24.08 25.74 26.65 28.40 27.54 24.34 28.33
2003 31.18 32.77 30.61 25.00 25.86 27.65 28.35 29.89 27.11 29.61 28.75 29.81
2004 31.28 30.86 33.63 33.59 37.57 35.18 38.22 42.74 43.20 49.78 43.11 39.60
2005 44.51 45.48 53.10 51.88 48.65 54.35 57.52 63.98 62.91 58.54 55.24 56.86
2006 62.99 60.21 62.06 70.26 69.78 68.56 73.67 73.23 61.96 57.81 58.76 62.47
2007 53.68 57.56 62.05 67.49 67.21 71.05 76.93 70.76 77.17 82.34 92.41 90.93
2008 92.18 94.99 103.64 109.07 122.80
7
Petroleum navigator. Energy Information Administration,2002-2008. Disponível em
<http://tonto.eia.doe.gov/dnav/pet/hist/rbrteM.htm>,acessado: 10/06/2008
16
Os dados da tabela 01 mostram que os preços do petróleo vêm aumentando
constantemente desde fevereiro de 2004. A partir de março de 2008, o petróleo rompeu a
barreira psicológica dos U$S 100,00 e continua em evolução. Como um barril de petróleo
contém o equivalente a 159 litros, e deste total deriva várias frações de produtos
destilados, o etanol produzido no Brasil, com custo de produção aproximado de U$S 0,22
o litro, se torna competitivo em relação ao petróleo. Tal situação decorre dos avanços
tecnológicos na área de cultivo e no processo de industrialização da cana-de-açúcar que
tiveram como resultado uma forte redução nos custos de produção com sensível aumento
da produtividade. Estes aspectos levaram o etanol a uma situação em que praticamente
não há necessidade de subsídios para competir com a gasolina, considerando o petróleo a
preços acima de US$ 45,00 o barril (MACEDO, 2008).
A preocupação com a questão energética está na ordem do dia e a busca por
alternativas aos combustíveis fósseis vem assumindo um papel de destaque no processo
decisório dos países. Em termos político-estratégicos a energia pode ser compreendida
como um elemento fundamental para o crescimento e o desenvolvimento das sociedades
modernas (SIMÕES, 2008). É o que disse o Presidente dos Estados Unidos George W.
Bush. Em visita ao Brasil ele observou que: “Os EUA estão interessados em diversificar
[principalmente a partir dos biocombustíveis] as fontes de geração de energia. Queremos
reduzir a dependência do petróleo, também por uma questão de segurança nacional8”.
Partindo deste pressuposto o Embaixador Antônio Simões (2008) aponta que:
8
Em Guarulhos Lula e Busch anunciam parceria e enaltecem etanol. Badauê on line, São Luís, 9 março
2007. Disp. em: <http://www.badaueonline.com.br/2007/3/9/Pagina19736.htm>, acesso em 04/06/2008.
17
posicionado: é praticamente auto-suficiente em energia, além de possuir condições de
fornecer ao mercado externo, tecnologias para produção e utilização do etanol.
18
exterior e o acesso a novos mercados” bem como: “estimular a melhoria contínua da
qualidade; minimizar o impacto socioambiental provocado pelo processo produtivo,
tornar o etanol brasileiro mais competitivo e valorizar a imagem do biocombustível
brasileiro nos mercados interno e externo”. O programa pretende ainda, “possibilitar que
o Programa seja estendido a outros países que necessitem demonstrar a sua
sustentabilidade, fator determinante para ampliar a oferta mundial e a conseqüente
transformação do etanol em commodity internacional” (INMETRO).
Para substituir 10% da demanda mundial de gasolina por etanol, a produção deve
quadruplicar e atingir a marca de 200 bilhões de litros. É o que se observa em um estudo
desenvolvido pelo Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (NIPE) da
Unicamp, pelo qual o Brasil poderia produzir 50% da oferta ao mercado mundial. Esse
potencial pode ser alcançado pelo país até o ano de 2025, e o restante os demais países
produziriam. (LEITE & CORTEZ, 2008).
O país pode aumentar sua produção sem, necessariamente, ocupar uma área
exagerada para o plantio de cana-de-açúcar. Segundo cálculos técnicos, o espaço
equivaleria ao ocupado pela lavoura de soja, cerca de vinte milhões de hectares
(EMBRAPA12). Em termos econômicos, a atividade poderia envolver uma quantia de
US$ 30 bilhões anuais, somente com as exportações de etanol, e a geração de 5 milhões
de empregos. Entretanto, não se tratam apenas de empregos rurais, são, sobretudo,
empregos no setor produtivo em usinas e destilarias, assim como em outros setores que
integram a cadeia produtiva do etanol (adubos, fertilizantes, tratores, e equipamentos
agrícolas, e de comercialização e transporte), e de iniciação cientifica e tecnológica
(pesquisa e desenvolvimento, e no setor automotivo) (LEITE & CORTEZ, 2008).
O ex ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando
13
Furlan acredita que nos próximos três anos, somente o mercado japonês poderá
12
EMBRAPA soja. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Disponível em:
<http://www.cnpso.embrapa.br/index.php?op_page=22&cod_pai=16>, acessado em 10/06/2008
13
RODRIGUES, Peterson. Furlan quer menos protecionismo do governo japonês na área agrícola.
Agência Brasil, 06 mar. 2007. Disponível em:
19
representar 25% das exportações brasileiras de etanol. Esta quantidade representaria 1,8
bilhões de litros de etanol. Para Alfred Szwarc, assessor da presidência da União da
Indústria Canavieira do Estado de São Paulo (UNICA), as exportações de etanol devem
dobrar, atingindo sete bilhões de litros entre 2012 e 2013, pois só a meta dos EUA, de
reduzir o consumo de combustíveis fósseis em 20% até 2017, significa que somente nos
Estados Unidos a demanda por etanol poderá atingir 132 bilhões de litros por ano.
Atualmente o Brasil produz 473 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, safra
2007/2008, e a expectativa é que em 2014 esta produção alcance os 700 milhões de
toneladas. Para tanto, o país deverá investir em torno de US$ 19 bilhões de dólares: US$
11,8 bilhões na construção de 114 novas usinas e US$ 7,2 bilhões para a área agrícola.
Hoje o Brasil possui 357 unidades em operação e outras 43 em construção. No momento
a cana-de-açúcar ocupa uma área de aproximadamente 6,1 milhões de hectares, sendo
que, a área destinada à produção de etanol equivale a 50% deste montante (NASTARI,
2006). Segundo o Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes14, a meta do Brasil para
os próximos dez anos é aumentar a área plantada de cana-de-açúcar destinada à produção
de álcool combustível de três milhões de hectares para nove milhões de hectares.
Para viabilizar a expansão das lavouras necessárias, o Brasil possui enormes
vantagens comparativas em relação aos demais países: terras em abundância e com
qualidade para o plantio da cana-de-açúcar. As estimativas apontam que o país tem
condições de ampliar em 90 milhões de hectares a área plantada. O preço das terras é
relativamente baixo e o país dispõe de mão-de-obra necessária e capacidade tecnológica
para viabilizar a ampliação dos negócios. Nota-se, assim, detém condições de aumentar a
produção de etanol, pois conta com área suficiente para aumentar as plantações de cana e
também possui tecnologia e experiência técnica para se destacar como o produtor mais
eficiente, com um custo de produção de US$ 0,22 por litro de álcool, ante US$ 0,30 dos
EUA e US$ 0,53 da União Européia (OLIVEIRA, 2007).
<http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/03/06/materia.2007-03-06.5626965609/view> acessado
em 10/06/2008.
14
Stephanes diz que meta do país é triplicar área plantada de cana em 10 anos. Folha de São Paulo
Online, 17 jun. 2007. Folha Dinheiro. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u117272.shtml>.acessado em 12/05/2008.
20
Portanto, decorrente dos fatores apontados o país vem atraindo investimentos
externos no setor da agroenergia, principalmente para a produção de etanol. Desde 2000,
o Brasil recebeu mais 2,2 bilhões de dólares em investimentos no setor e a expectativa é
que este montante aumente ainda mais nos próximos anos. Isto acarretaria em mais
recursos na conta de capital e internamente o país poderia ampliar a oferta de empregos
diretos e indiretos, hoje estimados em mais de 1 milhão de empregos (OLIVEIRA, 2007).
“Hoje, no mundo, cerca de 20 países produzem energia para 200 países. O Brasil
defende a democratização da produção energética: podemos ter 100 ou 120
países produzindo energia para 200 países15”. Lula (2007)
15
Reportagem na integra café com o presidente. Agência Brasil, 9 jul. 2007. Disponível em:
<http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/07/09/materia.2007-07-09.9365486425/view>, acessado
em 11/06/2008.
21
O objetivo é desenvolver padrões e normas internacionais para os biocombustíveis; trocar
informações sobre avanços científicos e tecnológicos; trabalhar aspectos relativos ao
comércio internacional; bem como resolver questões de infra-estrutura e logística. Os
resultados destes estudos serão apresentados na Conferência Internacional de
Biocombustíveis, que será realizada no Brasil, em novembro de 2008 (SIMÕES, 2008).
Em âmbito regional, o Brasil vem procurando estimular a integração energética da
América do Sul. A diversificação da matriz energética da região se daria pelo incentivo
ao uso de energia renováveis. Neste contexto foi assinado Memorando de Entendimento
do MERCOSUL para criar um grupo de Trabalho Especial, dedicado à fortalecer a
cooperação energética entre os países membros. O foco é demonstrar os benefícios ao
desenvolvimento das comunidades rurais e ao meio ambiente pela oportunidade de se
produzir riqueza (biocombustíveis) de modo sustentável (SIMÕES, 2008).
No âmbito bilateral, as iniciativas compreendem cooperação técnica e a promoção
de intercâmbios científicos e acadêmicos. Esta linha de ação tem-se dado por meio da
assinatura de diversos acordos, protocolos e memorandos. Por acordo, a Divisão de Atos
Internacionais (DAI) do Ministério das Relações Exteriores define que é:
[...] uma expressão de uso livre e de alta incidência na prática internacional,
embora alguns juristas entendam por acordo os atos internacionais com reduzido
número de participantes e importância relativa. Esses acordos criam o arcabouço
institucional que orientará a execução da cooperação. Acordos podem ser
firmados, ainda, entre um país e uma organização internacional, a exemplo dos
acordos operacionais para a execução de programas de cooperação e os acordos
de sede16.
O Brasil tem feito amplo uso dos acordos em suas negociações bilaterais de
natureza política, econômica, comercial, cultural, científica e técnica. Em relação aos
biocombustíveis, o país assinou diversos acordos de cooperação técnica e científica
orientados para o desenvolvimento de técnicas de produção com o intuito de aumentar a
produtividade do setor, ampliar e universalizar a utilização e a comercialização de
biocombustíveis. Para facilitar as trocas de informações entre os Estados-parte, estes
acordos prevêem o intercâmbio de profissionais e visitas periódicas.
Por protocolos, a Divisão de Atos Internacionais (DAI) do Ministério das
Relações Exteriores estabelece que:
16
Denominação dos Atos Internacionais. Ministério das Relações Exteriores, Divisão de Atos
Internacionais, disponível em: http://www2.mre.gov.br/dai/003.html, acessado em: 02/06/2008.
22
Protocolo é um termo que tem sido usado nas mais diversas acepções, tanto para
acordos bilaterais quanto para multilaterais. Aparece designando acordos menos
formais que os tratados, ou acordos complementares ou interpretativos de
tratados ou convenções anteriores. É utilizado ainda para designar a ata final de
uma conferência internacional.
No Brasil os protocolos (de intenções) têm sido utilizados para sinalizar um início
de compromisso entre as partes. Estes protocolos estabelecem investimentos no setor não
apenas para a produção do etanol, mas, principalmente, para as áreas de logística e
distribuição. Como exemplo tem-se os protocolos de intenções firmados com a
Dinamarca17 e Japão que prevêem investimentos para a construção de alcooldutos que
interligaria as regiões produtoras aos terminais portuários. Por memorando de
entendimento, a Divisão de Atos Internacionais (DAI) do Ministério das Relações
Exteriores, aponta que:
Memorando é uma designação comum para atos redigidos de forma
simplificada, destinados a registrar princípios gerais que orientarão as relações
entre as Partes, seja nos planos político, econômico, cultural ou em outros. O
memorando de entendimento é semelhante ao acordo, com exceção do
articulado, que deve ser substituído por parágrafos numerados com algarismos
arábicos. Seu fecho é simplificado. Na medida em que não crie compromissos
gravosos para a União, pode normalmente entrar em vigor na data da assinatura
(op. cit.).
17
Infosucro –Sistema Agroindustrial, Inovação e Competitividade. Energias renováveis na agenda de
Lula em três países. Disponível em: http://www.nuca.ie.ufrj.br/infosucro/assuntos/biomassa_0709.htm,
acessado em 10/06/2008.
18
Memorando de entendimento entre os membros do fórum de diálogo Índia – Brasil - África do Sul, para
estabelecer força-tarefa trilateral sobre biocombustíveis. Ministério das Relações Exteriores, Brasília, 13
de setembro de 2006. Divisão dos Atos Internacionais. Disponível em:
<http://www2.mre.gov.br/dai/b_ibas_3881_2006.htm>, acessado em 12/05/2008.
19
XXXI Reunião Ordinária do Conselho do Mercado Comum. Mercosul Portal Oficial. Brasília, 15 de
dezembro de 2006. Ata 02/06 Anexo II Decisões Aprovadas. Dec. CMC 36/06 Memorando de
entendimento, MERCOSUL (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela). Disponível. em:
<http://www.mercosur.int/msweb/SM/Actas%20TEMPORARIAS/CMC/XXXI%20CMC%20FINAL/ANE
XOS/CMC_2006_ACTA02_ANE06_PT_MemoBiocombustibles.pdf>, acessado em 12/05/2008.
20
Memorando de Entendimento Brasil-Uruguai. In Ministério das Relações Exteriores. Disponível em:
http://www.mre.gov.br/index.php?Itemid=61&id=1797&option=com_content&task=view, acessado
em 18/04/2008.
23
EUA24. Reino Unido25, Venezuela26, China27, Paraguai28, Índia29, Alemanha30, Holanda31,
Suécia32, Sempra Energy33, entre outros.
Nas negociações referentes à padronização internacional do etanol o memorando
de entendimento firmado entre Brasil e EUA prevê a assinatura de uma declaração
conjunta a partir da qual o INMETRO e seu correspondente americano NIST (National
Institute of Standards and Technology) iniciarão o processo de padronização. Os dois
órgãos estabelecerão padrões de medição de impurezas e potenciais energéticos dos
diversos tipos de etanol e também de calibragem de instrumentos. A necessidade de que
21
Memorando de Entendimento Brasil-Uruguai. In Ministério das Relações Exteriores. Disponível em:
http://www.mre.gov.br/index.php?Itemid=61&id=1797&option=com_content&task=view, acessado
em 18/04/2008.
22
Memorando de Entendimento Brasil-Jamaica na Área de Açúcar e Etanol. Ministério das Relações
Exteriores, 16 de maio de 2005. Atas em vigor assinado com a Jamaica. Disponível em:
<http://www2.mre.gov.br/dai/b_jama_07_5513.htm>, acessado em 10/05/2008.
23
LYRA, T. Paulo, Prodi critica negociações bilaterais e defende OMC. Disponível em:
<http://www.sindlab.org/noticia02.asp?noticia=10386>, acessado em 19/05/2008.
24
MARRA, Ana Paula. Memorando estabelece cooperação Brasil-EUA na área de biocombustíveis com
incidência bilateral, regional e global, Agência Brasil, 9 de março de 2007. Disponível em:
<http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/03/09/materia.2007-03-09.7276318850/view>, acessado
em 28/04/2008.
25
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energia. Diplomacia e Negócios, 21 de fevereiro de 2006. Disponível em:
<http://www.diplomaciaenegocios.com.br/ntc.asp?Cod=373>, acessado em 19/05/2008.
26
Memorando de Entendimento para cooperação na área da indústria do etanol Brasil-Venezuela. Disp. em:
www.mme.gov.br/download.do;jsessionid=B9B9675A853BF82EC7373ED9BF6F3188?attachmentId=150
6&download, acessado em 19/05/2008. .
27
Memorando de Entendimento Brasil-China. Disponível em:
http://www.cebc.org.br/sites/500/521/download/protocolos/6_Memorando_Entendimento_Industrial.pdf,
acessado em 19/05/2008.
28
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maio de 2007. Legislação; outros atos; Memorandos de entendimentos. Disponível em:
<http://acessibilidade.mct.gov.br/index.php/content/view/55643.html>, acessado em 19/05/2008.
29
Memorando de Entendimento Brasil-Índia. Disponível em:
http://www.indiaconsulate.org.br/comercial/novidades/MOUethanol.htm, acessado em 12/05/2008
30
HOFFMAN, Geraldo. Brasil quer exportar etanol para UE, Deutsche Welle, 03 de junho de 2004.
Economia. Disp. em: <http://www.dw3d.de/dw/article/0,2144,1223777,00.html>, acessado em 28/05/2008.
31
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2008.Energia e meio ambiente.Disponível em: <http://www.correiodobrasil.com.br/noticia.asp?c=137079>,
acessado em 02/06/2008.
32
WALLIN, V. Claudia. Suécia elimina sobretaxa ao etanol brasileiro. BBC Brasil, Estocolmo 11 de
setembro de 2007. Repórter BBC. Disponível em:
<http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/09/070911_suecia_etanol_dg.shtml>, acessado
em 26/05/2008.
33
SIQUEIRA, Chico. Álcool/Grupo quer investir US$ 4,2 bi no Brasil. O Estado de São Paulo, 16/02/07.
<www.mre.gov.br/portugues/noticiario/nacional/selecao_detalhe3.asp?ID_RESENHA=309839>, acesso em
12/05/2008.
24
as normas sejam fixadas em conjunto é para evitar possíveis distorções de parâmetros que
possam resultar em barreiras técnicas à importação do etanol brasileiro.
25
O discurso do Presidente Lula na Conferência da FAO34 (Organização das Nações
para Agricultura e Alimentação), realizada em Roma em junho de 2008, destacou
aspectos importantes sobre seu pensamento em relação ao tema do etanol. Ao iniciar sua
fala, o presidente chamou a atenção para o “enorme potencial dos biocombustíveis
[destacando que] eles são decisivos no combate ao aquecimento global. E podem jogar
um papel importantíssimo no desenvolvimento econômico e social dos países mais
pobres”. Segundo ele: “[...] Os biocombustíveis geram renda e empregos, sobretudo no
campo, ao mesmo tempo em que produzem energia limpa e renovável. [...] desenvolvidos
de forma criteriosa, de acordo com a realidade de cada país, podem ser um instrumento
importante para gerar renda e retirar países da insegurança alimentar e energética.”
[...] o etanol de cana no Brasil não agride a Amazônia, não tira terra da produção
de alimentos, nem diminui a oferta de comida na mesa dos brasileiros e dos
povos do mundo [...] O etanol brasileiro é competitivo porque temos tecnologia,
temos terras férteis, temos sol em abundância, temos água, e temos agricultores
competentes. [...] Boa parte dos países da África, da América Latina e do
Caribe, além de alguns países asiáticos, reúne condições semelhantes. E, com
cooperação, transferência de tecnologia e mercados abertos, podem também
produzir etanol [...], gerando emprego, renda e progresso para suas populações.
[...]O mundo precisa decidir também como lidar com a gravíssima ameaça que
representa o aquecimento global. [...] O mundo não pode continuar queimando
combustíveis fósseis ao ritmo atual. O etanol não é apenas um combustível
34
Discurso do Presidente Lula na FAO, 03 de junho 2008. Disponível em:
http://grupobeatrice.blogspot.com/2008/06/discurso-do-presidente-lula-na-fao-roma.html, acessado em
10/06/2008.
26
limpo. É também um combustível que limpa o planeta enquanto está sendo
produzido.
27
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