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Universidade do Sul de Santa Catarina

Matemática
Atuarial

UnisulVirtual
Palhoça, 2014
Créditos

Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul


Reitor
Sebastião Salésio Herdt
Vice-Reitor
Mauri Luiz Heerdt

Pró-Reitor de Ensino, de Pesquisa e de Extensão


Mauri Luiz Heerdt
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José Humberto Dias de Toledo

Matemática
Atuarial

Livro didático

Designer instrucional
Cristina Klipp de Oliveira

UnisulVirtual
Palhoça, 2014
Copyright © Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por
UnisulVirtual 2014 qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.

Livro Didático

Professor conteudista Projeto gráfico e capa


José Humberto Dias de Toledo Equipe UnisulVirtual

Designer instrucional Diagramador(a)


Cristina Klipp de Oliveira Fernanda Fernandes

ISBN Revisor(a)
978-85-7817-686-0 Jaqueline Tartari(Contextuar)
Sabatha Catoia Dias

368.015
T58 Toledo, José Humberto Dias de Matemática atuarial : livro didático /
José Humberto de Toledo ; design instrucional Cristina Klipp de
Oliveira. – Palhoça : UnisulVirtual, 2014.
188 p. : il. ; 28 cm.

Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7817-686-0

1. Seguros. 2. Atuária. 3. Ciência atuarial. I. Oliveira, Cristina


Klipp de. II. Título.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul


Sumário

Introdução | 7

Capítulo 1
Seguro: História, Definições e Elementos | 9

Capítulo 2
Tipos de Seguros | 31

Capítulo 3
Introdução Atuarial | 89

Capítulo 4
Seguros e rendas. Risco e retorno. | 127

Considerações Finais | 145

Referências | 147

Sobre o Professor Conteudista | 153

Respostas e Comentários das Atividades de Autoavaliação | 155


Introdução

Este livro didático contempla conteúdos pertinentes à operação de seguros


destacando a sua história e o seu papel na sociedade. Ainda, contempla uma
introdução à matemática atuarial que é o ramo da matemática ligado diretamente
ao segmento de seguros dando alicerce ao cálculo de prêmios.

A apresentação textual está alicerçada na formação por competências que prevê


avaliar condições e benefícios previdenciários por meio das técnicas atuarias.
Dessa forma, os alicerces são situações problemas cuja solução requer os
conteúdos analisados.

No primeiro capítulo deste livro, é feito um resgate da história do seguro que


contribui para a sua formação e fundamenta a necessidade do surgimento desse
tipo de operação. Ainda, você vai identificar os elementos e conhecer definições
pertinentes à operação de seguro.

Na sequência, identificaremos os seguros de acordo com a natureza dos riscos


e as principais modalidades. Também serão realizados cálculos de prêmios e
indenizações na operação de seguros de modalidade não pessoas, como: riscos
diversos, lucros cessantes e de automóvel.

Aplicaremos a Matemática Atuarial, que usa Estatística e Matemática Financeira,


no cálculo de prêmios. Ainda, faremos a construção de tábuas de mortalidade
ou sobrevivência e de tábuas de comutação que serão ferramentas auxiliares no
cálculo de prêmio único puro.

Finalmente estudaremos o conceito de risco e de retorno, e vamos verificar que o


retorno de um determinado investimento está relacionado diretamente ao risco da
operação. Usaremos métodos estatísticos como ferramentas auxiliares na tomada
de decisão.

Recomendamos que este material deva ser usado em conjunto com outros
materiais, que podem estar na forma de artigos, vídeos, livros etc.

Lembre-se de que você não estará sozinho(a) nesta caminhada. Estaremos à


disposição apara auxiliá-lo(a) nas dúvidas.

Tenha uma boa caminhada

Bons estudos!

Prof. José Humberto Dias de Tolêdo


Capítulo 1

Seguro: História, Definições e


Elementos

Habilidades No decorrer deste capítulo, o estudante irá realizar um


resgate da história do seguro no mundo e no Brasil
que contribui para a sua formação e fundamenta a
necessidade do surgimento desse tipo de operação
tão comum nos dias atuais. Ainda, vai identificar os
elementos pertinentes à operação de seguro e as
definições concernentes às espécies de seguros.

Seções de estudo Seção 1:  História do seguro no mundo e no Brasil

Seção 2:  Definições e elementos

9
Capítulo 1

Seção 1
História do seguro no mundo e no Brasil
Desde a história antiga o homem sempre esteve preocupado com a estabilidade
de sua existência e sentia a necessidade de se proteger das intempéries, dos
animais e de outros seres humanos em função das consequências das variações
climáticas e dos perigos da vida. Dessa forma ele começa a se organizar em
grupos para ter mais força e garantir o sustento e a sua segurança, aumentando
a chance de sobrevivência. Com o tempo e com a evolução das atividades
comerciais surgiu a necessidade de proteção, também, contra os prejuízos
financeiros. Buscando uma maneira de garantir as finanças e diminuir a
insegurança nas atividades cotidianas foi que surgiu o seguro.

Neste capítulo faremos uma abordagem da história do seguro no mundo e no


Brasil e apresentaremos algumas definições e alguns elementos pertinentes à
operação de seguros.

1.1 A história do seguro no mundo


O primeiro registro de uma forma primitiva de seguro, segundo Santos (2003 apud
SILVA, 2007, p. 9), remonta há vinte e três séculos antes de Cristo, na Babilônia,
quando os criadores de camelo, preocupados em proteger o seu patrimônio,
firmaram o seguinte acordo: quem, ao atravessar o deserto, perdesse um camelo,
por morte ou desaparecimento, recebia outro camelo pago por todos.

Segundo Azevedo (2008), há um registro, mesmo que de uma forma embrionária,


da inserção de seguro pelo homem buscando minimizar as suas perdas no código
de Hamurabi, por volta de 1.700 a.C. O código contemplava leis civis, militares,
políticas e comerciais e promoveu a criação de uma associação que se encarregava
de dar um novo barco aos comerciantes que perdiam o seu em consequência das
tempestades. Ainda, dar um burro ao comerciante que tivesse perdido o seu,
buscando, também, proteger as caravanas que atravessavam o deserto.

De acordo com Ribeiro (1994 apud SILVA, 2007, p. 10), no século IX antes de
Cristo, aproximadamente 200 anos antes da fundação de Roma, foram criadas
as leis de Rodes nas quais encontramos os princípios e regulamentos que regem
as bases do processo de avaria grossa, pois se os prejuízos causados por algum
acontecimento durante uma viagem obrigasse o capitão a provocar, por exemplo,
uma varação para salvar o navio e a carga, ou se, para
Encalhe
salvar a embarcação de tempestade ou outras fortunas do
mar, tivesse que fazer alijamento de cargas. Dessa forma
eram repartidos os prejuízos entre os donos da embarcação e os da carga.

10
Matemática Atuarial

O Império Romano, segundo Larramendi et al. (1991 apud AZEVEDO, 2008, p. 90),
não passa despercebido na história do seguro e contribuiu para a organização de
sociedades funerárias também conhecidas como collegia tenuiorum. Os romanos
organizavam os serviços funerários e de beneficência e os membros contribuíam
antecipadamente para a criação de um fundo que cobria as despesas do
enterro. Ainda, de acordo com os autores, criaram também a collegia militum,
que concedia pensões aos membros que se encontrassem em situações de
incapacidade provocada por feridas sofridas em combate, ou outorgava pensões
de reforma a quem atingisse o limite de sua idade militar.

Durante os séculos X e XI proliferaram sociedades de caráter assistencial,


no tocante ao desaparecimento de bens móveis, escravos ou gado,
incêndios e naufrágios. Essas sociedades se transformaram em
associações de seguros mútuos. (AZEVEDO, 2008, p. 90).

No século XIII, de acordo com Silva (2007, p.10), surgiu uma nova modalidade
de seguro chamada ‘Contrato de Dinheiro a Risco Marítimo’, que era formalizada
por meio de um documento assinado por duas pessoas, em que uma delas – o
financiador – emprestava à outra – o navegador – a quantia equivalente ao valor
do navio e das mercadorias transportadas. Se durante a viagem o barco sofresse
alguma avaria, o dinheiro emprestado não era devolvido. Caso contrário, o
dinheiro voltava ao financiador acrescido dos ‘juros náuticos’. Segundo Azevedo
(2008), essa prática foi condenada pela igreja e pelo papa Gregório IX, o qual,
com o Direito Canônico, considerou essa modalidade de seguro de usura,
proibindo a sua realização.

Com o objetivo de continuar usando essa forma de contrato na navegação,


os comerciantes criaram o ‘Feliz Destino’, uma operação na qual o banqueiro
comprava o navio e as mercadorias transportadas. Se o navio naufragasse o
dinheiro adiantado era o preço da compra, caso chegasse intacto no seu destino,
a cláusula da compra se tornava nula e o dinheiro era devolvido ao banqueiro
acrescido dos juros. (SILVA, 2007, p. 11).

•• O primeiro contrato de seguro foi descoberto em 1347 e, o primeiro


cosseguro em 1370, ambos em Gênova. Esses contratos eram
ligados à navegação mercantil.
•• O registro da primeira apólice, cujo nome deriva do italiano polizza,
que significa ‘promessa’, foi em Piza no ano de 1835. (AZEVEDO,
2008, p. 90).

11
Capítulo 1

Registros apontados por Larramendi et al. (1991 apud AZEVEDO, 2008, p. 90)
indicam que outro grande marco ocorreu em 1484 com a chamada ‘Ordenação
dos Magistrados de Barcelona’, que promoveu numerosas regulamentações no
tocante a seguro em toda a Europa.

Um aspecto que merece destaque é:

A exigência de contratar um capital máximo equivalente a três


quartas parte de valor do barco, o pagamento das indenizações
entre três e quatro meses depois de declarada a perda, ou a
declaração da perda total quando o navio não tivesse chegado
ao porto seis meses antes do previsto. (LARRAMENDI et al., 1991
apud AZEVEDO, 2008, p. 90).

•• No século XV um conjunto de normas sobre seguro marítimo foi


criado na França, conhecido como Guidon de la mar.
•• Em 1653 surge uma das primeiras sociedades de socorro mútuo,
as Tontinas, uma iniciativa do banqueiro napolitano Lorenzo Tonti.
Apesar de uma grande aceitação inicial, essa sociedade não
conseguiu sobreviver ao longo do tempo. (SILVA, 2007, p. 12).

Conforme Azevedo (2008), o seguro só se estabeleceu nas bases em que é


conhecido atualmente durante a Revolução Industrial, na Inglaterra, quando foram
criadas as primeiras sociedades de seguros. A mais significativa foi a Lloyd’s
fundada por Edward Lloyd que se tornou a mais tradicional do mundo.

Em 1728, de acordo com Póvoas (2000 apud AZEVEDO, 2008, p. 91), foi criada na
Inglaterra a primeira seguradora (Sun Fire Office) atuante no ramo do incêndio, 62 anos
após o grande incêndio de Londres, que destruiu 18.000 casas, deixando desabrigadas
20 mil famílias. Já em 1786 surgiu a primeira seguradora do ramo na França.

Em 1755, o matemático inglês James Dodson publicou seus cálculos


sobre os preços de um Seguro de Vida Inteira, e introduziu o conceito de
provisão matemática. É atribuída ao matemático citado a paternidade da
matemática atuarial. (AZEVEDO, 2008, p. 91).

No século XVIII, conforme Hurtado (2000 apud AZEVEDO, 2008, p. 91), surgem as
primeiras companhias seguradoras no ramo Vida e essa atividade ganha impulso
no século XIX com grande destaque na Grã Bretanha.

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Matemática Atuarial

1.2 A história do seguro no Brasil


A história do seguro no Brasil, de acordo com Silva (2007), coincide com a
chegada da família real ao Brasil em 1808 e tem início com a abertura dos
portos brasileiros ao comércio internacional. Nesse mesmo ano, Dom João
VI, atendendo às solicitações de comerciantes, autorizou por meio de decreto,
publicado em 24 de fevereiro de 1808, o funcionamento da primeira companhia
seguradora, chamada Boa Fé, na capitania da Bahia, cujas normas se regulavam
pela Casa de Seguros de Lisboa criada no século XVII. Em seguida, também na
Bahia, foi autorizada a atividade da companhia de Seguro Conceito Público e, em
1810, no Rio de Janeiro, foi permitido o funcionamento da Identidade, companhia
voltada para o seguro marítimo. (AZEVEDO, 2008).

Em 1850 foi promulgado o Código Comercial Brasileiro que passa a ser um marco
regulador do seguro marítimo, estabelecendo direitos e deveres entre as partes
contratantes e gerou condições para a fundação de várias seguradoras operando,
inclusive, com os ramos de incêndio e vida.

Em 1855 foi autorizada a funcionar a Companhia de Seguros Tranquilidade,


tornando-se a primeira a comercializar seguros de pessoas.

Com o processo de industrialização e urbanização, na metade do século XIX,


proveniente da cultura do café junto à regulamentação do Código Comercial
Brasileiro, há uma expansão do mercado segurador nacional, despertando o
interesse por seguradoras estrangeiras e, dessa forma, várias seguradoras do
exterior solicitaram autorização para funcionar no Brasil. Em função desse fato, o
governo notou a necessidade de ter um controle do mercado de seguros e, em
1860, promulga dois decretos: o de n. 2.679, de 2 de novembro, que estabelecia
a obrigatoriedade das seguradoras apresentarem os seus balanços e outros
documentos, e o de n. 2.711, de 19 de novembro, que tornava obrigatório o pedido
de autorização para o funcionamento e a aprovação do estatuto. (SILVA, 2007).

•• Em 1862 a Companhia de Seguros Garantia, da cidade do Porto, foi


a primeira empresa estrangeira autorizada a funcionar no Brasil.
•• Em seguida, mais 32 companhias estrangeiras se instalaram no
Brasil, incluindo a primeira a operar com resseguros, a empresa
suíça Schweizerische Ruckversicherungs Gesellschaft, com sede
em Winterthur, em 1880.
•• No período de 1860 a 1902, das 49 seguradoras estrangeiras
instaladas no Brasil, 28 eram britânicas.

Em 1901, preocupado com a evasão das divisas do Brasil para o exterior,


o Presidente Campos Salles e o Ministro da Fazenda Joaquim Murtinho

13
Capítulo 1

promulgaram o Decreto n. 4.270 elaborado com base na Lei Orçamentária n. 741


de 1900, estendendo as medidas do Decreto n. 2.153 a todas as seguradoras
estrangeiras, abrangendo os ramos elementares, na época formados apenas
por incêndio e transporte marítimo e terrestre, que ficou conhecido como o
Regulamento Murtinho. (SILVA, 2007).

Em seguida, a Superintendência Geral de Seguros foi criada pelo Ministro da


Fazenda, sendo o primeiro órgão fiscalizador das atividades de seguro no Brasil.
Em 12 de dezembro de 1903, ela é extinta pelo Decreto n. 5.072 pela Inspetoria
de seguros que funcionou até 1934.

•• Em 1932 foi criado o primeiro sindicato dos corretores de seguro no


Brasil.
•• E, em 1933, foi criado o primeiro sindicato das seguradoras no
Brasil.

Em 14 de julho de 1934, o Decreto n. 24.782 criou o Departamento Nacional de


Seguros Privados, subordinado ao Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio
e que tinha o objetivo de fiscalizar as operações de seguros privados em geral
e de capitalização e constituir um quadro de funcionários capazes de estudar
questões técnicas e jurídicas.

Em 03 de abril de 1939, por meio do Decreto Lei n. 1.186, foi criado o Instituto
de Resseguros do Brasil – IRB (atual IRB Brasil RE), com o objetivo de coordenar
a política de resseguros no Brasil, pelo então Presidente da República Getúlio
Vargas. Ainda, tem como proposta política a proteção do mercado contra
a presença dominadora das companhias estrangeiras, e como desafios
operacionais a regulação do resseguro e o fomento às operações de seguros em
geral. (FENASEG, 2004 apud AZEVEDO, 2008, p. 93).

O Decreto-Lei n. 73 de 1966 instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados


criando o Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP e a Superintendência
de Seguros Privados – SUSEP, que passa a regular o mercado segurador no
Brasil, responsável pelo controle e pela fiscalização dos mercados de seguros,
previdência privada aberta, capitalização e resseguro. (AZEVEDO, 2008).

•• Em 1951, é fundada, no Rio de Janeiro, a Federação Nacional das


Empresas de Seguros Privados e de Capitalização – Fenaseg.
•• Em 1971, é criada a Fundação Escola Nacional de Seguros –
Funenseg que promove o aperfeiçoamento do mercado de seguros,
capacitando profissionais e habilitando corretores de seguros,
atuando, também, com o Ensino Superior.

14
Matemática Atuarial

•• Em 1975, foi criada no Rio de Janeiro a Federação Nacional dos


Corretores de Seguros – Fenacor.

O Sistema Nacional de Seguros Privados compõe-se pelos seguintes órgãos:


CNSP; Susep; IRB Brasil RE e pelas sociedades autorizadas a operar em seguros
privados e capitalização e os corretores de seguros habilitados. Essa estrutura do
Sistema Nacional de Seguros Privados, de acordo com Souza (2007), pode ser
representada conforme Figura 1.1 a seguir.

Figura 1.1 – Estrutura do mercado segurador no Brasil

CNSP

Susep

IRB

Seguradoras, Corretores
Capitalização
e Previdência
Privada
Fonte: Elaborada pelo autor, com base em Souza (2007).

Como anda o mercado de seguros no Brasil na atualidade?

Para responder a essa pergunta, podemos realizar uma análise dos últimos cinco
anos (2009-2013) da participação da indústria de seguros no Produto Interno
Bruto – PIB brasileiro.

De acordo com a Confederação Nacional das Empresas de Seguros – CNseg,


o mercado de seguros no Brasil tem avançado ao ritmo de dois dígitos, nesse
período de análise, registrando um aumento de 13,2% no ano de 2013 em
relação ao ano de 2012. O Gráfico 1.1, a seguir, apresenta a participação dos
seguros no PIB brasileiro e podemos verificar que quase dobrou nesse período.

15
Capítulo 1

Gráfico 1.1 – Participação dos seguros no PIB brasileiro

Valores em %

5,7 5,9
5,1 5,4

3,4

2009 2010 2011 2012 2013


Fonte: Elaborado pelo autor (2014).

Mesmo tendo um crescimento da participação de seguros no PIB brasileiro, de


acordo com Souza (2007), ela ainda é muito baixa se comparada com a dos
países industrializados liderados pelo Japão e Estados Unidos. No Japão os
seguros representam 12% do PIB e nos Estados Unidos esse percentual é de
9%. Dessa forma, podemos responder à pergunta com uma perspectiva de
crescimento e otimismo para o mercado de seguros no Brasil.

Seção 2
Definições e elementos
Nesta seção vamos apresentar algumas definições de seguro na visão de alguns
autores da literatura sobre seguros e os elementos que compõem os contratos
de seguros com os seus conceitos. Esses conceitos serão fundamentais para a
formação adequada de vocabulário para que possamos desenvolver os demais
capítulos de estudo com boa desenvoltura.

2.1 Seguro – definições


Conforme a Superintendência de Seguros Privados Susep (2007), o seguro é um
contrato mediante o qual uma pessoa denominada ‘segurador’ se obriga, mediante
o recebimento de um prêmio, a indenizar outra pessoa, denominada ‘segurado’, do
prejuízo resultante de riscos futuros, previstos no contrato. (Circular Susep 354/07).

De acordo com Althearn (1981 apud AZEVEDO, 2008, p. 95), o seguro é


entendido como um plano ou dispositivo social que combina os riscos de
indivíduos de um grupo, utilizando fundos contribuídos pelos membros desse
grupo para pagar pelas perdas.

16
Matemática Atuarial

Já Souza (2002 apud AZEVEDO, 2008, p. 95) define o seguro como uma
operação que toma forma jurídica por meio de um contrato, em que uma das
partes (segurador) se obriga com a outra (segurado ou beneficiário), mediante
o recebimento de uma importância estipulada (prêmio), a compensá-la
(indenização) por um prejuízo (sinistro), resultante de um evento futuro, possível e
incerto (risco), indicado no contrato.

Observando as definições apresentadas é possível destacar alguns elementos


que compõem a operação ou o contrato de seguro: segurador; segurado ou
beneficiário; prêmio; indenização; sinistro; risco.

Segundo Azevedo (2008), todo contrato de seguro deve possuir as seguintes


características:

Aleatório – Depende de evento futuro e incerto.

Bilateral – Há obrigações para as duas partes, ou seja, segurador e segurado. O


segurado deve pagar os prêmios e o segurador deve indenizar o segurado desde
que esse tenha pago o prêmio.

Oneroso – Segurado e segurador possuem ônus e vantagens econômicas. O


segurado tem o ônus do prêmio e pode transferir o risco, já o segurador tem a
vantagem do prêmio e o ônus de formação de reservas para pagar possíveis
indenizações.

Solene – Há uma formalidade que é materializada pela apólice.

Boa fé – O segurado deve passar para o segurador informações verdadeiras


para que a mesma possa mensurar o risco (também de forma honesta) e redigir
o contrato de forma clara para que haja a compreensão do segurado em relação
aos compromissos assumidos por ambas as partes.

No próximo tópico apresentaremos alguns elementos que compõem um contrato


de seguro e os seus conceitos.

2.2 Elementos de um contrato de seguros


Os conceitos que serão apresentados para os elementos que compõem um
contrato de seguros são baseados em autores e conceitos formais da literatura
pertinente a seguros.

17
Capítulo 1

2.2.1 Segurado
É a pessoa física ou jurídica que, tendo interesse segurável, contrata o seguro,
em seu benefício pessoal ou de terceiros. Transfere para a seguradora, mediante
pagamento de um valor monetário, o risco de um prejuízo sobre o bem de seu
interesse. Caso o segurado não pague esse valor monetário, ele perde os direitos
à indenização prevista no contrato.

O segurado não pode contratar mais de um seguro para o mesmo bem. No caso
de complemento de um seguro, é obrigatória a declaração da existência de outro
seguro no contrato.

2.2.2 Seguradora
É a instituição legalmente constituída do ponto de vista jurídico para assumir e
gerir os riscos especificados no contrato de seguro. O segurador emite o contrato
e paga a indenização ao segurado quando o sinistro previsto no contrato ocorre,
se o segurado tiver efetuado o pagamento dos prêmios. O segurador pode
recusar-se a fazer um seguro ou a emitir uma apólice.

2.2.3 Risco
É o evento incerto que independe da vontade das partes contratantes e contra
o qual é feito o seguro. Representa a possibilidade de um evento inesperado
ocorrer, gerando prejuízo ou necessidade econômica ou danos materiais e
pessoais. Conforme Denenberg et al. (1974 apud AZEVEDO, 2008, p. 97), pode
ser classificado em: puro ou especulativo e em fundamental ou particular.

•• Puro – Ocorrem ou não perdas, não havendo possibilidades de


ganho. Ex.: destruição de um armazém por incêndio.
•• Especulativo – Há chance de perdas ou promessa de ganhos. Ex.:
risco ligado a uma mudança de nível de preços; se os preços
subirem gera ganho, caso contrário gera perdas.
•• Fundamental – Acontece quando as perdas não são causadas por
um indivíduo e o seu impacto recai sobre todo o grupo. Ex.: inflação.
•• Particular – As perdas têm as suas origens em eventos individuais.
Ex.: incêndio em uma casa.

2.2.4 Apólice
É o instrumento do contrato de seguro pelo qual o segurado repassa à
seguradora a responsabilidade sobre os riscos, estabelecidos na mesma, que

18
Matemática Atuarial

possam advir. A apólice contém as cláusulas e condições gerais, especiais e


particulares dos contratos, as coberturas especiais e os anexos.

2.2.5 Sinistro
Termo utilizado para definir, em qualquer ramo ou carteira de seguro, o
acontecimento do evento previsto e coberto no contrato. Ainda, é a ocorrência
do acontecimento prevista no contrato de seguro e que legalmente obriga a
seguradora a indenizar. Como exemplo citamos: incêndio.

2.2.6 Indenização
É a contraprestação do segurador ao segurado que, com a efetivação do risco
(ocorrência de evento previsto no contrato), venha a sofrer prejuízos de natureza
econômica, fazendo jus à indenização pactuada. Ou seja, corresponde ao que a
seguradora paga ao segurado pelos prejuízos decorrentes de um sinistro. Vale
destacar que o valor da indenização nunca é superior à importância segurada.

2.2.7 Importância segurada


É o valor monetário atribuído ao patrimônio ou às consequências econômicas do
risco sob expectativa de prejuízos, para o qual o segurado deseja a cobertura de
seguro, ou seja, é o limite de responsabilidade da seguradora que, nos seguros
de coisas, não deverá ser superior ao valor do bem. Também designada por
Capital Segurado, Quantia Segurada e Soma Segurada.

2.2.8 Salvados
São os objetos que se consegue resgatar de um sinistro e que ainda possuem
valor econômico. Assim são considerados tanto os bens que tenham ficado
em perfeito estado como os parcialmente danificados pelos efeitos do sinistro.
Ex.: no caso de um sinistro de veículo, o próprio veículo ou parte do mesmo
encontrado após o pagamento da indenização por roubo ou furto total. Refere-se
também ao que restou de um veículo após acidente indenizável pela seguradora.

2.2.9 Prêmio
É a soma em dinheiro paga pelo segurado ao segurador para que este assuma a
responsabilidade de um determinado risco.

19
Capítulo 1

2.2.10 Prêmio Puro


É a parcela do prêmio estritamente suficiente para a cobertura do risco, sem expor a
seguradora a desvios desfavoráveis de sinistralidade, na quase totalidade do tempo
de exposição ao risco. Ou ainda, é a parcela do prêmio suficiente para pagar os
sinistros e as respectivas despesas de regulação e liquidação. Pode ser calculado
pela divisão dos prejuízos pelas unidades de exposição ao risco, sem considerar
qualquer carregamento a título de comissão, taxas e despesas. (AZEVEDO, 2008).

Exemplo: em uma seguradora com 4.000 veículos segurados, apurou-se prejuízo


relativo a despesas e sinistro no valor de R$ 8.000.000,00. Logo, o Prêmio Puro
(PP) será:

Resumo dos cálculos:

Descrição Valor

Quantidade de veículos segurados 4.000

Despesas com o sinistro R$8.000.000,00

Prêmio Puro R$2.000,00

2.2.11 Prêmio Comercial


É o prêmio efetivamente cobrado dos segurados correspondendo ao prêmio
puro acrescido de outros custos ou gastos, nomeadamente de aquisição e de
administração do contrato, de gestão e cobrança e a remuneração do capital
empregado pela companhia seguradora.

Exemplo 1.1: No exemplo anterior, foi apurado um prêmio puro de R$ 2.000,00.


Vamos supor que a seguradora tenha um percentual de 12% referente às
despesas administrativas; 10% para pagamento de comissão de corretagem e
lucro previsto de 6%. O Prêmio Comercial (PC) será calculado da seguinte forma:

Onde:

PC = Prêmio Comercial
PP = Prêmio Puro
c = soma percentual das despesas da operação ou carregamento

20
Matemática Atuarial

Cálculo do carregamento:

Cálculo do Prêmio Comercial

Resumo dos cálculos:

Descrição Valor

Prêmio Puro R$2.000,00

Despesas administrativas (%) 12%

Comissão de corretagem (%) 10%

Lucro previsto (%) 6%

Carregamento (%) 28%

Prêmio Comercial R$2.777,78

2.2.12 Prêmio Bruto


É o prêmio comercial acrescido dos encargos como, por exemplo, custo da
apólice e o Imposto sobre Operação Financeira (IOF), e é o prêmio efetivamente
pago pelo segurado.

No tocante ao Imposto sobre Operações Financeiras, o Decreto n. 6.306, de


14 de dezembro de 2007, regulamenta o Imposto sobre Operações de Crédito,
Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários – IOF no TÍTULO
IV – da incidência sobre operações de seguro.

CAPÍTULO I

DO FATO GERADOR

Art. 18. O fato gerador do IOF é o recebimento do prêmio (Lei n. 5.143, de 1966,
art. 1º, inciso II).

§ 1º A expressão “operações de seguro” compreende seguros de vida e congêneres,


seguro de acidentes pessoais e do trabalho, seguros de bens, valores, coisas e outros
não especificados (Decreto-Lei n. 1.783, de 1980, art. 1º, incisos II e III).

21
Capítulo 1

§ 2º Ocorre o fato gerador e torna-se devido o IOF no ato do recebimento total ou


parcial do prêmio.

CAPÍTULO II

DOS CONTRIBUINTES E DOS RESPONSÁVEIS

Dos Contribuintes

Art. 19. Contribuintes do IOF são as pessoas físicas ou jurídicas seguradas


(Decreto-Lei n. 1.783, de 1980, art. 2º).

Dos Responsáveis

Art. 20. São responsáveis pela cobrança do IOF e pelo seu recolhimento ao Tesouro
Nacional as seguradoras ou as instituições financeiras a quem estas encarregarem
da cobrança do prêmio (Decreto-Lei n. 1.783, de 1980, art. 3º, inciso II, e Decreto-
Lei n. 2.471, de 1º de setembro de 1988, art. 7º).

Parágrafo único. A seguradora é responsável pelos dados constantes da


documentação remetida para cobrança.

CAPÍTULO III

DA BASE DE CÁLCULO E DA ALÍQUOTA

Da Base de Cálculo

Art. 21. A base de cálculo do IOF é o valor dos prêmios pagos (Decreto-Lei n.
1.783, de 1980, art. 1º, incisos II e III).

Da Alíquota

Art. 22 . A alíquota do IOF é de vinte e cinco por cento (Lei n. 9.718, de 27 de
novembro de 1998, art. 15).

§ 1º A alíquota do IOF fica reduzida:

I – a zero, nas seguintes operações:

a) de resseguro;

b) de seguro obrigatório, vinculado a financiamento de imóvel habitacional, realizado


por agente do Sistema Financeiro de Habitação;

c) de seguro de crédito à exportação e de transporte internacional de mercadorias;

d) de seguro contratado no Brasil, referente à cobertura de riscos relativos ao


lançamento e à operação dos satélites Brasilsat I e II;

22
Matemática Atuarial

e) em que o valor dos prêmios seja destinado ao custeio dos planos de seguro de
vida com cobertura por sobrevivência;

f) de seguro aeronáutico e de seguro de responsabilidade civil pagos por


transportador aéreo;

g) de seguro de vida e congêneres, de acidentes pessoais e do trabalho, incluídos


os seguros obrigatórios de danos pessoais causados por veículos automotores de
vias terrestres e por embarcações, ou por sua carga, a pessoas transportadas ou
não; (Revogada pelo Decreto n. 6.339, de 3 de janeiro de 2008)

g) de seguro garantia. (Incluída pelo Decreto n. 7.787, de 15 de agosto de 2012)

II – nas operações de seguros privados de assistência à saúde: dois por cento;

II – nas operações de seguro de vida e congêneres, de acidentes pessoais e do


trabalho, incluídos os seguros obrigatórios de danos pessoais causados por veículos
automotores de vias terrestres e por embarcações, ou por sua carga, a pessoas
transportadas ou não e excluídas aquelas de que trata a alínea “f” do inciso I: trinta e
oito centésimos por cento; (Incluído pelo Decreto n. 6.339, de 3 de janeiro de 2008)

III – nas demais operações de seguro: sete por cento;

III – nas operações de seguros privados de assistência à saúde: dois inteiros e


trinta e oito centésimos por cento; (Renumerado com nova redação pelo Decreto n.
6.339, de 3 de janeiro de 2008)

IV – nas demais operações de seguro: sete inteiros e trinta e oito centésimos por cento.
(Renumerado com nova redação pelo Decreto n. 6.339, de 3 de janeiro de 2008)

§ 2º O disposto na alínea “f” do inciso I do § 1º aplica-se somente a seguro


contratado por companhia aérea que tenha por objeto principal o transporte
remunerado de passageiros ou de cargas.

CAPÍTULO IV

DA ISENÇÃO

Art. 23. É isenta do IOF a operação de seguro:

I – em que o segurado seja a entidade binacional Itaipu (art. XII do Tratado


promulgado pelo Decreto n. 72.707, de 1973);

II – contratada pelos executores do Gasoduto Brasil-Bolívia, diretamente ou por


intermédio de empresas especialmente por eles selecionadas para esse fim, obedecidas
as condições previstas no Acordo entre os Governos da República Federativa do Brasil
e da República da Bolívia (Acordo promulgado pelo Decreto n. 2.142, de 1997, art.
1º); (Revogado pelo Decreto n. 7.563, de 15 de setembro de 2011) 

23
Capítulo 1

III – rural (Decreto-Lei n. 73, de 21 de novembro de 1966, art. 19);

IV – em que os segurados sejam missões diplomáticas e repartições consulares de


carreira (Convenção de Viena sobre Relações Consulares promulgada pelo Decreto
n. 61.078, de 1967, art. 32, e Decreto n. 95.711, de 1988, art. 1º);

V – contratada por funcionário estrangeiro de missão diplomática ou representação


consular (Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas promulgada pelo
Decreto n. 56.435, de 8 de junho de 1965, art. 34).

§ 1º O disposto nos incisos IV e V não se aplica aos consulados e cônsules


honorários (Convenção de Viena sobre Relações Consulares promulgada pelo
Decreto n. 61.078, de 1967, art. 58).

§ 2º O disposto no inciso V não se aplica aos funcionários estrangeiros que tenham


residência permanente no Brasil (Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas
promulgada pelo Decreto n. 56.435, de 1965, art. 37, e Convenção de Viena sobre
Relações Consulares promulgada pelo Decreto n. 61.078, de 1967, art. 71).

§ 3º Os membros das famílias dos funcionários mencionados no inciso V, desde que


com eles mantenham relação de dependência econômica e não tenham residência
permanente no Brasil, gozarão do tratamento estabelecido neste artigo (Convenção
de Viena sobre Relações Diplomáticas promulgada pelo Decreto n. 56.435, de
1965, art. 37, e Convenção de Viena sobre Relações Consulares promulgada pelo
Decreto n. 61.078, de 1967, art. 71).

§ 4º O tratamento estabelecido neste artigo aplica-se, ainda, aos organismos


internacionais e regionais de caráter permanente de que o Brasil seja membro e aos
funcionários estrangeiros de tais organismos, nos termos dos acordos firmados (Lei
n. 5.172, de 1966, art. 98).

CAPÍTULO V

DA COBRANÇA E DO RECOLHIMENTO

Art. 24. O IOF será cobrado na data do recebimento total ou parcial do prêmio.

Parágrafo único. O IOF deve ser recolhido ao Tesouro Nacional até o terceiro dia útil
subsequente ao decêndio da cobrança ou do registro contábil do imposto (Lei n.
11.196, de 2005, art. 70, inciso II, alínea “b”).

Fonte: BRASL (2007).

24
Matemática Atuarial

Exemplo 1.2: Se é o Prêmio Comercial de um seguro e, sabendo


que sobre essa operação incide o encargo com IOF de 7% e que o custo da
apólice é R$100,00, calcular o Prêmio Bruto (PB) que será pago pelo segurado.

Nesse caso:

Logo, o valor a ser pago pelo segurado é .

Resumo dos cálculos:

Descrição Valor

Prêmio Comercial R$2.777,78

IOF (%) 7%

Custo da apólice R$100,00

Prêmio Bruto R$3.079,22

2.2.13 Valor Atual (VA) ou Valor em Risco Apurado (VRA)


É o valor do bem no estado em que se encontra, tomando-se em conta uma
depreciação (desgaste devido ao uso, à idade e ao estado de conservação), no
dia e local do sinistro.

2.2.14 Valor Declarado (VD) ou Valor em Risco Declarado (VRD)


É o valor declarado pelo segurado para o objeto de seguro e que é aceito pelo
segurador na apólice. Segundo Azevedo (2008), esse valor entende-se ajustado e
admitido para todos os efeitos do seguro.

2.2.15 Valor de Novo (VN)


É o valor do bem em estado de novo. Corresponde, portanto, ao custo de
reposição do bem, a preços correntes, no dia e local do sinistro sem que se leve
em consideração a depreciação do bem pelo tempo.

O Valor de Novo é muito usado para seguros de prédios e móveis. É o tipo do seguro
no qual é permitido estabelecer uma importância segurada maior que o valor atual do
bem, no estado em que se encontra. Objetiva a possibilidade de reposição do mesmo
bem em estado de novo. Normalmente o limite máximo da indenização no seguro
contratado pelo Valor de Novo (VN) fica limitada a duas vezes o Valor Atual (VA).

25
Capítulo 1

2.2.16 Valor Matemático de Risco (VMR)


O Valor Matemático de Risco é calculado pela razão entre a quantidade
de sinistros (QS) ocorridos e a quantidade de objetos (QO) sinistrados que
representa a probabilidade de ocorrência do sinistro.

Exemplo 1.3: Se uma seguradora tem 4.000 de um determinado objeto segurados


e apurou-se a ocorrência de 20 sinistros com esses objetos, o Valor Matemático
de Risco será calculado da seguinte maneira:

Resumo dos cálculos:

Descrição Valor

Quantidade de objetos segurados 4.000

Número de ocorrência de sinistro nos objetos 20

Valor Matemático de Risco (%) 0,5%

2.2.17 Custo Médio dos Sinistros (CMS)


O Custo Médio do Sinistro é determinado pela razão entre o total indenizado (TI) e
a quantidade de sinistros (QS) ocorridos.

Exemplo 1.4: Se no exemplo anterior o total de indenizações com a ocorrência


dos 20 sinistros apurados foi de R$ 120.000,00, o Custo Médio dos Sinistros será
calculado, conforme abaixo:

Resumo dos cálculos:

Descrição Valor

Indenização R$ 120.000,00

Número de ocorrências de sinistro nos objetos 20

Custo Médio dos Sinistros R$ 6.000,00

26
Matemática Atuarial

2.2.18 Seguro Proporcional


São seguros realizados com cláusula de rateio nos quais segurador e segurado
participam proporcionalmente dos prejuízos. Ou seja, o segurado participa dos
prejuízos toda vez que o valor do seguro for insuficiente ao valor do risco.

2.2.19 Seguro Não Proporcional


Este tipo de seguro se caracteriza quando não é possível estabelecer uma
relação de equivalência entre a importância segurada e o valor em risco quando
da contratação do seguro.

2.2.20 Dano
Pode ser conceituado como todo prejuízo material ou pessoal sofrido pelo
segurado e é passível de indenização conforme as condições de cobertura da
apólice de seguro.

Os elementos apresentados nesta seção não esgotam todos os elementos


que podem compor um contrato de seguro. Dessa forma, se no decorrer da
apresentação dos tipos de seguros que vamos abordar no próximo capítulo,
surgirem outros elementos, apresentaremos o conceito.

A Circular Susep n. 395, de 3 de dezembro de 2009, estabelece a


codificação dos ramos de seguro e dispõe sobre a classificação das
coberturas contidas em planos de seguro, para fins de contabilização.

Atividades de autoavaliação
1. O primeiro contrato com emissão de apólice, de seguro marítimo, foi escrito em?

a)  ( )  Londres, em 1868


b)  ( )  Brasil, em 1808
c)  ( )  Portugal, em 1658
d)  ( )  Gênova, em 1347
e)  ( )  Fenícia, em 1248

27
Capítulo 1

2. Qual foi o ano em que foi fundada a primeira seguradora do Brasil, a


Companhia de Seguros Boa Fé?

a)  ( ) 1808
b)  ( ) 1868
c)  ( )  1691
d)  ( )  1818
e)  ( )  1658

3. Qual a alíquota do IOF que deve ser cobrada nas operações de seguros
privados de assistência à saúde segundo o Decreto n. 6.306, de 14 de dezembro
de 2007?

a)  ( )  7%
b)  ( )  2%
c)  ( )  2,38%
d)  ( )  0%
e)  ( )  7,38%

4. Qual foi a primeira empresa estrangeira autorizada a funcionar no Brasil?

a)  ( )  Companhia de Seguros Tranquilidade


b)  ( )  Companhia de Seguros Garantia
c)  ( )  Companhia de Seguros Boa Fé
d)  ( )  Companhia de Seguros MetLife
e)  ( )  Companhia de Seguros Willis Group

5. Na seguradora ‘Seguro Total’, o custo administrativo corresponde a um


percentual de 15% e a mesma paga uma comissão de corretagem de 8%. O
lucro previsto para a seguradora é de 12%. Calcule o Prêmio Comercial (PC)
sabendo que o Prêmio Puro (PP) apurado é de R$ 4.000,00.

28
Matemática Atuarial

6. A seguradora ‘Seguro Total’ apurou que o Prêmio Comercial de um


determinado seguro é e esse seguro é privado de assistência
à saúde, cuja alíquota do IOF é de 2,38%. Nessa operação, o custo da apólice
é R$200,00. A partir dessas informações, calcule o Prêmio Bruto (PB) que será
pago pelo segurado.

7. Na seguradora ‘Seguro Total’, foi apurada uma ocorrência de 35 sinistros de


um determinado objeto segurado. Sabendo-se que a quantidade de seguros
realizados pela seguradora desse objeto foi de 5.000 unidades, calcule o Valor
Matemático de Risco que representa a probabilidade de ocorrência dos sinistros.

29
Capítulo 2

Tipos de Seguros

Habilidades Ao final deste capítulo, o estudante terá condições


de identificar os seguros de acordo com a natureza
dos riscos e as principais modalidades de seguros
que são praticadas no Brasil. Ainda, realizar cálculos
de prêmios e indenizações pertinentes à operação de
seguros de modalidade não pessoas, como: riscos
diversos, lucros cessantes e de automóvel.

Seções de estudo Seção 1:  Modalidades e natureza dos riscos dos


seguros

Seção 2:  Seguro de riscos diversos

Seção 3:  Seguro de lucros cessantes

Seção 4:  Seguro de automóvel

31
Capítulo 2

Seção 1
Modalidades e natureza dos riscos dos seguros
Nesta seção apresentaremos a classificação das modalidades dos seguros que
são praticados no Brasil, sejam do tipo pessoas ou de não pessoas e, ainda, com
relação à natureza dos riscos.

1.1 Classificação dos seguros no Brasil


Os seguros no Brasil podem ser classificados quanto à natureza dos riscos em:
riscos decorridos e riscos a decorrer.

1.1.1 Riscos decorridos


Os seguros de riscos decorridos são aqueles em que o pagamento é realizado
após a ocorrência do fato gerador. Como exemplos, podemos citar: seguro de
vida em grupo; de acidentes pessoais; de transporte.

1.1.2 Riscos a decorrer


O que caracteriza os seguros de riscos a decorrer é o pré pagamento do prêmio.
Por exemplo: seguro de automóvel; incêndio; fiança locatícia.

O não pagamento de um seguro de riscos a decorrer gera o cancelamento


automático da apólice e esse seguro não é passível de cobrança judicial.

Quanto às modalidades, os seguros se classificam em: seguro de pessoas;


danos patrimoniais e prestação de serviços. Ainda, existe o seguro de renda ou
previdência privada.

1.1.3 Seguro de pessoas


O seguro de pessoas abrange um grupo de seguros relacionados a pagamento
de indenizações em caso de morte ou invalidez, que são estabelecidas pelo
próprio segurado, ou seja, o pagamento da indenização pela seguradora não tem
relação com o valor do dano produzido pela ocorrência do sinistro e sim com o
valor da cobertura contratada pelo segurado.

Principais modalidades de seguro de pessoas: seguro de vida individual; seguro


de vida em grupo; seguro de acidentes pessoais; seguro saúde; seguro educação.

32
Matemática Atuarial

1.1.3.1  Seguro de vida individual


Cobre a morte ou sobrevivência de um único segurado (valendo também para
casais ou sócios). Esses casos são conhecidos como seguro em conjunto ou de
duas ou mais cabeças e não devem ser confundidos com seguro de vida em grupo.

Nesse tipo de seguro, a duração da vida humana serve de base para o cálculo
do prêmio a ser pago por morte do segurado ou no caso do segurado sobreviver
a um prazo convencionado. A indenização é paga na forma de Capital ou Renda.
São, em geral, planos de longa duração, ou mesmo por toda a vida.

Segundo Souza (2007, p. 61), para monitorar a expectativa de vida das pessoas,
as seguradoras contam com tábuas atuarias e estatísticas, fruto de avançados
recursos na área, nas quais há a média de vida dos cidadãos de acordo com
o sexo ou a região. Dados dessas tabelas mostram um comportamento quase
uniforme para o setor, permitindo previsões por parte das empresas precisas,
que acabam transformando a operação de seguro de vida em uma operação de
poupança mais do que em um risco.

Existem algumas modalidades desse tipo de seguro:

Seguro de vida ordinário – O segurado paga prêmios ao segurador enquanto viver.

Seguro de vida pagamentos limitados – Os prêmios são pagos apenas durante


um período de tempo estipulado no contrato, findo o qual nada mais será pago
ao segurador até a morte do segurado quando, então, seu beneficiário receberá a
indenização devida. Se o segurado morrer antes do prazo estipulado, a obrigação
do prêmio se interrompe, e o beneficiário faz jus à indenização.

Seguro de vida Dotal Puro – Os prêmios são pagos durante o período de tempo
estipulado no contrato, depois do qual a indenização devida pode ser paga a ele
mesmo ou ao beneficiário por ele indicado.

Seguro de vida Dotal Misto – É uma combinação do seguro Dotal Puro com
Temporário de igual duração. A indenização será devida tanto no caso de morte
do segurado durante o período estipulado, como no caso de sua sobrevivência.

1.1.3.2  Seguro de vida em grupo


Neste tipo de seguro, várias pessoas ou um grupo de pessoas são garantidos
em uma mesma apólice de seguro de vida. Para a realização desse seguro
é necessário existência de um estipulante que faz o seguro para o grupo de
pessoas que mantém algum tipo de relação com ele, como por exemplo, uma
empresa e seus funcionários.

33
Capítulo 2

O contrato de seguro tem a duração de um ano e pode ser renovado. Poderão


ser agregadas coberturas adicionais como, por exemplo, invalidez permanente,
assim como estabelecidas indenizações múltiplas para caso de morte decorrente
de acidentes.

1.1.3.3  Seguro de acidentes pessoais


Este seguro oferece coberturas para danos decorrentes de acidente súbito,
externo e involuntário sofrido pelo segurado (previstos no contrato), causando
lesões físicas ou morte ou invalidez permanente, total ou parcial.

Entende-se por invalidez permanente a perda, redução ou impotência


funcional definitiva, total ou parcial, de membro ou órgão do corpo.
(SOUZA, 2007).

De acordo com Souza (2007), como indenização o segurado pode receber um


valor em dinheiro, valor do dia trabalhado, em casos de incapacidade temporária,
e prestação de assistência medida ou reembolso de despesas. Se o acidente
provocar a morte do segurado, há um pecúlio para os beneficiários indicados.

1.1.3.4  Seguro saúde


Este seguro garante ao segurado as despesas com assistência médico-hospitalar
e pode ser feito por pessoa física ou jurídica (em favor das pessoas físicas).

Nesse tipo de seguro a seguradora poderá pagar diretamente aos profissionais


e organizações médico-hospitalares credenciados que prestam os serviços ou
reembolsar o próprio segurado, à vista dos comprovantes de despesas médico-
hospitalar realizadas.

As coberturas são variáveis de acordo com as necessidades do segurado e


podem abranger consultas de rotinas, exames, internação, tratamento, cirurgia,
variando, consequentemente, o custo do seguro.

A Superintendência de Seguros Privados – Susep fiscaliza e controla as


reservas técnicas e a solvência das seguradoras, visando à proteção do
segurado.

Segundo Souza (2007, p. 63), o seguro saúde tem crescido muito no Brasil
principalmente por causa da decadência do sistema de saúde pública. Pessoas
que não se sentem seguras com as condições oferecidas pelo governo federal
estão cada vez mais procurando uma melhor alternativa na iniciativa privada.

34
Matemática Atuarial

1.1.3.5  Seguro educação


Neste tipo de seguro, o segurado tem garantida a educação de pessoas
indicadas por ele na sua falta.

A indenização pode ser paga de diversas formas: o valor segurado pode


ser depositado em uma caderneta de poupança, de onde sai o valor das
mensalidades para pagar a escola; o beneficiário pode ser reembolsado após
apresentar à seguradora os comprovantes de despesas dos pagamentos das
mensalidades e as taxas escolares ou material escolar, ou a seguradora pode
efetuar os pagamentos devidos diretamente à instituição de ensino na qual o
beneficiário estuda. (SOUZA, 2007).

1.1.4 Danos patrimoniais


Dano patrimonial é todo dano suscetível de avaliação financeira objetiva.
Subdivide-se em danos emergentes, definidos como aquilo que o patrimônio do
prejudicado efetivamente perdeu (abrangem os danos materiais e os prejuízos
financeiros), e em perdas financeiras, definidas como redução ou eliminação de
expectativa de aumento do patrimônio (Circular Susep 437/12).

Esse tipo de seguro pode ser classificado, também, como seguro de não pessoas
e as principais modalidades desse tipo de seguro são: seguro DPVAT; seguro
de automóveis, embarcações e aeronaves; seguro de cargas; seguro incêndio;
outros seguros.

1.1.4.1  Seguro DPVAT


O seguro DPVAT – Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via
Terrestre – garante a indenização em caso de acidente de trânsito que resulte
em morte ou invalidez permanente e o reembolso de despesas médicas e
hospitalares devidamente comprovadas.

A obrigatoriedade do seguro é mantida pela Lei n. 11.482/07, para que as vítimas


de acidente de trânsito em território nacional fiquem amparadas, sejam elas
motoristas, passageiros ou pedestres, independentemente de quem seja o culpado.

Para solicitar a indenização, não é necessário intermediário, ou seja, a própria


vítima de acidente de trânsito (ou um familiar) poderá dirigir-se a uma Companhia
Seguradora e apresentar os documentos (boletim de ocorrência policial, certidão
de óbito, relatório médico, comprovação de gastos médicos etc.) conforme o tipo
de acidente.

35
Capítulo 2

1.1.4.2  Seguro de automóveis, embarcações e aeronaves


O seguro de automóveis tem por finalidade cobrir perdas ou danos dos veículos
terrestres de propulsão a motor e a seus reboques, desde que não trafeguem
sobre trilhos. (SOUZA, 2007).

Segundo o autor, dependendo da forma que for contratado, o seguro de automóveis


poderá cobrir colisão, incêndio e roubo do carro segurado, além de indenizar
prejuízos que, em decorrência do acidente, possam ser causados a terceiros.

O seguro de automóveis não cobre prejuízos causados aos acessórios, pois são
equipamentos instalados no veículo do segurado por terceiros, para melhoria,
decoração ou lazer do usuário, como equipamentos de som, vidros e travas
elétricas. Caso o segurado pretenda ter cobertura para esses itens, é necessário
o pagamento de um prêmio adicional.

Alguns fatores podem elevar o valor do seguro do automóvel, como por exemplo:
localização do automóvel a ser segurado, ou seja, cidades nas quais o índice de
roubos é muito elevado; modelo do veículo é muito visado pelos ladrões; perfil do
motorista; franquia etc.

O seguro de aeronaves abrange os riscos a que estão expostas as pessoas


e coisas transportadas por via aérea. Esse tipo de seguro, além da reposição
do avião, em casos de acidentes, cobre as despesas médicas de passageiros
acidentados e, em caso de morte, funciona como seguro de vida.

O seguro de embarcações tem funcionamento similar ao de aeronaves. Nesse


tipo de seguro, o proprietário da embarcação fica garantido contra indenizações
por perdas ou danos às embarcações, seus acessórios e mercadorias nelas
embarcadas, frete, lucro esperado ou quaisquer outros interesses que possam ser
monetariamente mensurados. (SOUZA, 2007).

A seção 4 deste capítulo é dedicada ao cálculo de indenizações e prêmios de


seguros de automóveis.

1.1.4.3  Seguro de cargas


Este tipo de seguro garante ao segurado uma indenização pelos prejuízos
causados aos objetos segurados durante o seu transporte e pode ser realizado
para qualquer meio de transporte (marítimo, fluvial, lacustre, terrestre – rodoviário
e ferroviário e aéreo) e modalidade (bagagem, malote, mostruário, portador e
remessa postal) e todas as empresas transportadoras são obrigadas a segurar
suas cargas.

36
Matemática Atuarial

1.1.4.4  Seguro incêndio


Este tipo de seguro oferece cobertura básica para danos causados por incêndio,
queda de raios e explosão causada por gás empregado no uso doméstico
(quando não gerado nos locais segurados) e suas consequências, tais como
desmoronamento, impossibilidade de proteção ou remoção de salvados,
despesas com combate a fogo, salvamento e desentulho do local.

Ainda, mediante cobertura adicional, indeniza incêndios provocados por explosão


de aparelhos ou substâncias, danos elétricos e queimadas em zona rural,
vendaval, impacto de veículos, furacão, queda de aeronave etc.

De acordo com Souza (2007), o seguro incêndio para empresas (pessoas


jurídicas) é obrigatório; dessa forma, até o condomínio de um edifício é obrigado
a contratar seguro das partes comuns do prédio.

O seguro incêndio pode ser do tipo residencial, comercial e industrial. E, para o


tipo comercial e industrial, há a opção de rateio. O rateio pode ser feito quando
o proprietário de um imóvel, por exemplo, não tem condições de assegurá-lo
inteiramente, ou seja, ele pode assegurar apenas uma parcela do valor do imóvel,
arcando ele próprio com o risco restante do rateio.

1.1.4.5  Outros seguros


Ainda existem outros seguros nessa modalidade como: seguro de roubo; global
de bancos e condomínios.

No seguro de roubo há o reembolso para o segurado dos prejuízos que venham


a ocorrer em consequências do roubo de algum bem que, por ventura, esteja
mencionado na apólice. Para que o roubo seja coberto, ele deve ter ocorrido no
recinto do imóvel assegurado e ter sido cometido mediante ameaça ou emprego
de violência contra pessoa ou com rompimento ou destruição das vias destinadas
à entrada do local ou dos bens cobertos, mesmo que no final o roubo não tenha
sido consumado. (SOUZA, 2007).

O seguro global de bancos arca com os prejuízos materiais em valores e bens


resultantes de roubo, furto qualificado, destruição de valores e bens, exceto no
caso de incêndio e explosão. Há ainda a possibilidade de coberturas adicionais
para riscos como falsificação de documentos. (SOUZA, 2007).

Já o seguro para condomínios cobre incêndios, raios, explosões, vidros, roubos,


danos elétricos, vendaval, impacto de veículos e avião, tumultos e desordens,
desmoronamento e responsabilidade civil do condomínio, do síndico e garagistas.

37
Capítulo 2

1.1.5 Prestação de serviços


Nos seguros de prestação de serviços, o segurado busca a proteção e o
ressarcimento dos gastos referentes à prestação de serviços como: assistência
médica, hospitalar, cirúrgica e assessoria jurídica. (SOUZA, 2007).

Esse tipo de seguro pode ser classificado, também, como seguro de não
pessoas e as principais modalidades desse tipo de seguro são: seguro de
responsabilidade civil, seguro de lucros cessantes e outros seguros.

1.1.5.1  Seguro de responsabilidade civil


Este tipo de seguro garante o reembolso de indenizações que o segurado venha
a ser obrigado a pagar em consequências de lesões corporais ou danos materiais,
por ele provocado involuntariamente, ou seja, sofridas por terceiros por culpa
involuntária do segurado.

De acordo com Souza (2007), a responsabilidade civil é sempre decorrente de


um ato ilícito, ou seja, uma ação ou omissão involuntária por imperícia (fazer algo
que não apto a fazê-lo), negligência (deixar de fazer algo que deveria ser feito) ou
imprudência (fazer algo que não deveria ser feito) que prejudique alguém.

Nas situações apresentadas, o autor do dano é obrigado a ressarcir a pessoa


que sofreu os prejuízos, mas, para receber a indenização promovida pelo
seguro, a pessoa que sofre o dano não pode ter vínculo de parentesco próximo,
dependência econômica, sociedade comercial ou emprego com o segurado.
(SOUZA, 2007).

Esse ramo de seguros cresceu muito no Brasil e é um dos que oferece


maior variedade de cobertura. A seguir algumas modalidades de seguros de
responsabilidade civil:

Empregador – Cobre danos pessoais sofridos por seus empregados quando


em serviço, independente da indenização devida pelo Seguro de Acidentes do
Trabalho – SAT.

Condomínio, proprietários e locatários de imóveis – Cobre danos ocasionados


a terceiros por acidentes relacionados com o uso e conservação do imóvel.

Clubes e associações – Cobre danos causados a terceiros, sócios e


dependentes relacionados com o imóvel e as atividades nele desenvolvidas
relacionadas a sócios e dependentes, bem como danos causados a objetos
pessoais entregues à guarda do clube.

Estabelecimentos comerciais ou industriais – Cobre danos causados a terceiros


decorrentes de atividades comerciais ou industriais, painéis, letreiros, eventos,
danos causados à mercadoria transportada pelo segurado ou ao seu mando etc.

38
Matemática Atuarial

Exposição ou feiras – Cobre danos causados a terceiros por acidentes ocorridos


desde a montagem até desmontagens das instalações e encerramento das
operações. Não cobre os bens ou objetos da exposição ou feira.

Poluição ambiental – Oferece cobertura relativa à preparação de danos ao


meio ambiente e causados a terceiros devido às operações realizadas por
responsabilidade do segurado. Ex.: contaminação do ar; poluição de águas;
contaminação de animais e alimentos.

Produtos – Cobre o segurado por danos causados a terceiros decorrentes de


acidentes provocados por produtos por eles fabricados, vendidos ou distribuídos,
por defeito de fabricação, armazenagem ou manipulação inadequada.

Profissional – Cobre danos causados a terceiros por falhas cometidas pelo


segurado no exercício da sua profissão ou dele decorrentes dentro do prazo e
localidades fixados na apólice. Este seguro é comumente utilizado por médicos,
dentistas, advogados, engenheiros, corretores, empresas prestadoras de serviço
de processamento de dados etc.

1.1.5.2  Seguro de lucros cessantes


Este tipo de seguro é destinado apenas à pessoa jurídica. Visa à preservação
do movimento dos negócios do segurado mantendo a lucratividade e
operacionalidade nos mesmos níveis anteriores ao sinistro (paralisação parcial ou
total no movimento dos negócios da empresa).

A cobertura de lucros cessantes está condicionada à contratação de danos


materiais, ou seja, esse seguro não pode ser contratado isoladamente, é
necessário que a empresa tenha outros seguros, por exemplo, seguro incêndio,
que cobrirá a reconstrução da fábrica e o seguro de lucros cessantes cobre os
danos adicionais, como por exemplo, o pagamento de funcionários.

Nessa modalidade de seguro, o segurado pode optar pela contratação de várias


coberturas como: indenização de despesas fixas (as despesas que independem
do nível de produção ou vendas); lucro líquido (decorrente da operação principal
da empresa); gastos adicionais (despesas efetuadas pela empresa com o objetivo
de evitar a queda do movimento do negócio); ainda, despesas com honorários de
perito ou contador e de instalações em novo local.

Na seção 3 deste capítulo daremos destaque a esse tipo de seguro com a


apresentação de situações nas quais empresas seguradas contratam o SLC.

1.1.5.3  Outros seguros


Outros tipos de seguros que podem ser destacados são: seguro de fiança
locatária; seguro riscos de engenharia; seguro tumulto.

39
Capítulo 2

Seguro de fiança locatária – Este seguro oferece garantia de cumprimento do


contrato de locação de imóveis, como pagamento de aluguel e reparos devidos,
dispensando os tradicionais fiadores e avalistas.

Seguro riscos de engenharia – Dá cobertura a vários riscos decorrentes de


falha de engenharia nas suas diversas etapas. Existem várias modalidades desse
tipo de seguro, cada qual com explicitação dos riscos cobertos (instalação
e montagem; obras civis em construção; quebra de máquinas – inclusive
computadores e equipamentos de informática etc.).

Seguro tumulto – Garante os danos decorrentes de aglomeração cujas


manifestações perturbem ordem pública, com atos predatórios ou danosos ao
patrimônio do segurado. É o caso de tumultos, greve e lockout – cessação da
atividade por parte do empregador.

1.1.6 Seguro de renda ou previdência privada


A previdência privada é uma instituição paralela à previdência social, com
benefícios semelhantes e os mesmos fins de constituir pecúlios ou rendas,
especialmente aposentadoria complementar. A diferença é que a previdência social
é de caráter público e obrigatório e a previdência privada é opcional e voluntária.

É um seguro cujos planos são custeados, em sua maioria, pelas empresas e seus
funcionários, de contribuição variável de acordo com os cálculos atuariais e a
política da empresa, podendo também ser feito individualmente, por pessoa física.

•• Os participantes dos fundos de previdência privada têm seus


direitos garantidos pela legislação do setor. As empresas são
reguladas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).
•• A previdência privada foi criada com a Lei n. 6.435 de 15 de julho
de 1977 e regulamentada pelo Decreto n. 81.240 de 20 de janeiro de
1978, para as entidades fechadas e, n. 81.402 de 23 de fevereiro de
1978, para as entidades abertas.

Conforme seja a constituição da sociedade, a previdência privada pode ser


aberta ou fechada.

1.1.6.1  Previdência privada aberta


Organizam-se sob a forma de Sociedade Civil, sem fins lucrativos (antigos
montepios), e com fins lucrativos. Estas últimas são operadas por seguradoras
e, além dos benefícios previstos, conforme plano ou contratos, podem garantir
participação aos segurados nos resultados financeiros dos planos. Os benefícios
previstos são concedidos na ocasião de aposentadoria, morte ou invalidez. Os

40
Matemática Atuarial

planos podem ser interrompidos, com percepção proporcional dos benefícios, ou


resgatados antes do prazo previsto, com restituição ao participante do montante
das reservas acumuladas, ou parte delas, relativas ao seu benefício.

Na atualidade são oferecidos no mercado alguns planos de previdência privada


aberta que apresentamos como destaque:

• O Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) é mais vantajoso para aqueles que
fazem a declaração do imposto de renda pelo formulário completo. É uma
aplicação em que incide risco, já que não há garantia de rentabilidade, que
inclusive pode ser negativa. Ainda assim, em caso de ganho, ele é repassado
integralmente ao participante.

O resgate pode ser feito no prazo de 60 dias, de duas formas: de uma única vez,
ou transformado em parcelas mensais. Também pode ser abatido até 12% da
renda bruta anual do Imposto de Renda e tem taxa de carregamento de até 5%.
É comercializado por seguradoras. Com o PGBL, o dinheiro é colocado em um
fundo de investimento exclusivo, administrado por uma empresa especializada na
gestão de recursos de terceiros e é fiscalizado pelo Banco Central.

Uma de suas principais vantagens está na possibilidade de se optar, já


quando da adesão ao plano, pela idade de quando se começará a receber o
rendimento investido.

Essa renda poderá ser recebida em uma única parcela ou então em quantias
mensais. Também há a possibilidade de se contribuir com quantias variáveis,
podendo se fazer um aporte maior quando houver disponibilidade para tal. O valor
acumulado pelo participante também pode ser sacado a qualquer momento.

• O Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) é aconselhável para aqueles que não
têm renda tributável, já que não é dedutível do Imposto de Renda, ainda que
seja necessário o pagamento de IR sobre o ganho de capital.

Nesse tipo de produto, também não existe uma garantia de rentabilidade


mínima, ainda que todo o rendimento seja repassado ao integrante. O primeiro
resgate pode ser feito em prazo que varia de dois meses a dois anos. A partir
do segundo ano, também pode ser feita a cada dois meses. Possui taxa de
carregamento de até 5%. É comercializado por seguradoras. 

• O Fundo de Aposentadoria Programada Individual (Fapi) é aconselhável


para quem declara o Imposto de Renda usando o formulário simplificado
e atualmente está praticamente em desuso. Nessa opção, não existe uma
garantia de rentabilidade mínima.

Por outro lado, todos os rendimentos são repassados integralmente para o


participante e se pode abater também 12% da renda bruta anual na declaração
do Imposto de Renda.

41
Capítulo 2

Apesar de não contar com taxa de carregamento, se o resgate for feito em um


intervalo menor do que 12 meses, haverá a incidência de IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras). É vendido por bancos e seguradoras.

Fonte: IEPREV.

1.1.6.2  Previdência privada fechada


A previdência privada fechada é também conhecida como fundos de pensão e
é organizada sob a forma de Sociedade Civil. Ela opera dentro de uma empresa
ou de um grupo de empresas do mesmo empregador visando à prestação de
benefícios complementares e assemelhados aos da previdência social.

•• Em todas as empresas que têm fundos de pensão, um dos


principais temas de discussão interna é a qualidade da gestão das
carteiras, pois, se ela não for eficiente, não será possível assegurar o
valor das aposentadorias. (SOUZA, 2007).
•• Fundos de pensão poderão ter 40% do PIB em 2020 – Com quase
meio trilhão em caixa e 17% do Produto Interno Bruto (PIB), os
fundos de pensão se transformaram numa força poderosa dentro da
economia brasileira. Em sete anos, a carteira de investimentos, que
inclui participações em algumas centenas de empresas, projetos
de infraestrutura e títulos públicos, quase triplicou (186%), de
R$ 168,5 bilhões, em 2002, para R$ 482 bilhões, em novembro do
ano passado. Isso significou um crescimento médio de 25% ao ano.
Fonte: IEPREV.

Na próxima seção daremos destaque ao seguro de riscos diversos e realizaremos


cálculos pertinentes a esse tipo de seguro.

42
Matemática Atuarial

Seção 2
Seguro de riscos diversos
Nesta seção apresentaremos o seguro de riscos diversos que abrange várias
modalidades e diversas coberturas em uma única apólice (multiriscos), cuja
característica principal é a de cobrir perdas e danos materiais contra acidentes
decorrentes de causas externas, exceto aqueles expressamente excluídos.

De acordo com Azevedo (2008), é o tipo de seguro que é realizado quando não
há nada no mercado, tornando-se uma espécie de laboratório em que se fazem
experiências para verificar se o seguro é ou não viável, ou seja, não é seguro de
automóvel, nem vida ou incêndio, tratando-se de um caso muito específico ou
novidade.

Esse tipo de seguro é possível ser realizado através de uma apólice mestra e
de condições especiais muito variadas, que abranjam todas as modalidades de
cobertura para as quais não existam condições gerais específicas. Exemplos
de seguro de riscos diversos: seguro multirisco residencial que cobre
simultaneamente incêndio, roubo, quebra de vidro, responsabilidade civil etc.;
seguro de equipamentos como móveis, anúncios luminosos, instrumentos
musicais etc.; seguro de joias, obras de arte etc.

Segundo Azevedo (2008), o seguro de riscos diversos possui as seguintes formas


de contratação: seguro a risco total; seguro a primeiro risco relativo; seguro pelo
risco de novo e seguro a primeiro risco absoluto.

2.1 Seguro a risco total


De acordo com Varanda (2006a apud AZEVEDO, 2008), o seguro a risco total é o
tipo de seguro que prevê a aplicação da cláusula do rateio quando a Importância
Segurada (IS) for menor do que o Valor em Risco Apurado (VRA) pela seguradora no
momento do sinistro. Ou seja, toda vez que o , teremos uma insuficiência de
seguro para a cobertura de todo o prejuízo. Dessa forma, caberá rateio proporcional

às partes, segurado e seguradora, cabendo à seguradora a razão .

Exemplo 2.1: A seguradora ‘Seguro Total’ realizou um seguro a risco total de


um depósito que armazena livros, com uma Importância Segurada (IS) no valor
R$ 50.000,00. Após uma intempérie que provocou alagamento no depósito, houve
danos a uma parte do estoque de livros que integraliza R$ 30.000,00 de prejuízo. A
avaliação feita pelo avaliador da seguradora na ocorrência do sinistro, ou seja, o
Valor em Risco Apurado (VRA), foi de R$ R$ 75.000,00. Dessa forma, pergunta-se:
quanto a seguradora ‘Seguro Total’ deve pagar à empresa dona do depósito? E
qual o valor que deve ser assumido pela empresa que realizou o seguro?

43
Capítulo 2

Solução:

Nesse caso, temos a situação na qual , ou seja, o Valor de Risco


Apurado é maior do que a Importância Segurada.

Dessa forma cabe à seguradora arcar com a razão

Portanto, a seguradora ‘Seguro Total’ deve honrar o pagamento desse percentual,


ou seja, a empresa segurada vai receber 66,67% de R$ 30.000,00, que
corresponde a R$ 20.000,00 e a empresa que contratou o seguro deve arcar com
os R$ 10.000,00 restantes.

Resumo dos cálculos:

Descrição Valor

Importância Segurada (IS) R$ 50.000,00

Valor em Risco Apurado (VRA) R$ 75.000,00

Danos causados R$ 30.000,00

Razão IS/VRA 66,67%

Valor a ser pago pela ‘Seguro Total’ R$ 20.000,00

Valor a ser assumido pela empresa segurada R$ 10.000,00

Exemplo 2.2: Na situação anterior (Exemplo 2.1), se houvesse uma franquia


de R$ 5.000,00, quanto a seguradora ‘Seguro Total’ deveria pagar à empresa
segurada? E qual a parcela a ser assumida pela empresa contratante do seguro?

Solução:

Como o valor dos danos causados foi de R$ 30.000,00 e a franquia é de


R$ 5.000,00, esse valor deve ser deduzido do valor dos danos causados, que
resulta em R$ 25.000,00 e os cálculos seguem o mesmo raciocínio anterior, ou
seja, a empresa segurada vai receber 66,67% de R$ 25.000,00 (R$ 30.000,00
– R$ 5.000,00), que corresponde a R$ 16.666,67 e a empresa que contratou o
seguro deve arcar com os R$ 13.333,34 restantes.

44
Matemática Atuarial

Resumo dos cálculos:

Descrição Valor

Importância Segurada (IS) R$ 50.000,00

Valor em Risco Apurado (VRA) R$ 75.000,00

Danos causados R$ 30.000,00

Franquia R$ 5.000,00

Danos causados – Franquia R$ 25.000,00

Razão IS/VRA 66,67%

Valor a ser pago pela ‘Seguro Total’ R$ 16.666,67

Valor a ser assumido pela empresa segurada R$ 13.333,33

Exemplo 2.3: E, se na situação apresentada no Exemplo 2.1 houvesse perda total


do estoque? Qual o valor que a seguradora ‘Seguro Total’ deveria assumir e qual
a parte que cabe à empresa contratante assumir, já que a Importância Segurada
foi menor do que o Valor em Risco Apurado?

Solução:

Nessa situação a ‘Seguro Total’ deve indenizar a empresa contratante


do seguro o valor correspondente à Importância Segurada (IS), que
corresponde a R$ 50.000,00, cabendo à empresa contratante assumir
a diferença apurada no Valor em Risco Apurado (VRA), ou seja:
R$ 75.000,00 – R$ 50.000,00 = R$ 25.000,00.

Resumo dos cálculos:

Descrição Valor

Importância Segurada (IS) R$ 50.000,00

Valor em Risco Apurado (VRA) R$ 75.000,00

Valor a ser pago pela ‘Seguro Total’ = IS R$ 50.000,00

Valor a ser assumido pela empresa segurada (VRA – IS) R$ 25.000,00

45
Capítulo 2

2.2 Seguro a primeiro risco relativo


Nesta modalidade de seguro, a seguradora responde pelos prejuízos cobertos até
o limite máximo de indenização contratada, desde que o valor em risco declarado
na apólice seja igual ou superior a um determinado percentual estabelecido
na apólice do valor em risco apurado no momento do sinistro. Caso contrário,
correrá por conta do segurado a parte proporcional dos prejuízos correspondente
à diferença entre o valor em risco declarado, quando da contratação do seguro, e
100% do valor em risco apurado no momento do sinistro. Ou seja, se o montante
fixado na apólice for superado, o segurado participará dos prejuízos como se o
seguro fosse proporcional.

Para calcular essa modalidade de seguros teremos como auxílio a tabela de


coeficientes de agravação (Tabela 1), elaborada pela Susep, em função da razão

, onde IS corresponde à Importância Segurada e VR corresponde ao Valor em

Risco declarado.

De acordo com a Circular n. 023 da Susep, em qualquer caso de cálculo de


seguros a primeiro risco relativo, constarão, obrigatoriamente, nas apólices, os
seguintes elementos referentes ao cálculo de prêmio de cada item:

a. importância segurada;
b. valor em risco;
c. taxa básica;
d. coeficiente de agravação,

46
Matemática Atuarial

Tabela 2.1 – Primeiro risco relativo – coeficiente de agravação

Coeficiente Coeficiente Coeficiente Coeficiente


IS/VR IS/VR IS/VR IS/VR
de de de de
(%) (%) (%) (%)
agravação agravação agravação agravação

100,00 1,00 40,00 1,68 4,60 5,20 1,40 10,20

97,50 1,02 37,50 1,73 4,40 5,40 1,30 10,60

95,00 1,04 35,00 1,79 4,20 5,50 1,20 11,00

92,50 1,06 32,50 1,86 4,00 5,70 1,10 11,80

90,00 1,08 30,00 1,93 3,80 5,80 1,00 12,50

87,50 1,10 27,50 2,02 3,60 6,00 0,95 13,00

85,00 1,12 25,00 2,12 3,40 6,20 0,90 13,50

82,50 1,14 22,50 2,24 3,20 6,50 0,85 14,00

80,00 1,16 20,00 2,38 3,00 6,70 0,80 14,50

77,50 1,18 17,50 2,55 2,90 6,85 0,75 15,00

75,00 1,21 15,00 2,77 2,80 7,00 0,70 15,50

72,50 1,23 12,50 3,07 2,70 7,20 0,65 16,00

70,00 1,26 10,00 3,50 2,60 7,40 0,60 16,50

67,50 1,29 9,50 3,60 2,50 7,60 0,55 17,00

65,00 1,31 9,00 3,70 2,40 7,70 0,50 17,50

62,50 1,34 8,50 3,80 2,30 7,90 0,45 18,00

60,00 1,37 8,00 3,90 2,20 8,00 0,40 18,50

57,50 1,40 7,50 4,07 2,10 8,20 0,35 20,00

55,00 1,43 7,00 4,20 2,00 8,40 0,30 21,50

52,50 1,47 6,50 4,40 1,90 8,60 0,25 23,50

50,00 1,50 6,00 4,50 1,80 8,90 0,20 25,50

47,50 1,54 5,50 4,75 1,70 9,10 0,15 27,50

45,00 1,58 5,00 5,00 1,60 9,40 0,10 30,00

42,50 1,63 4,80 5,10 1,50 9,80 - -

Fonte: Elaborada pelo autor (2014), com base em Susep CIRCULAR N. 023, de 17 de Junho de 1970.

47
Capítulo 2

Com relação à Tabela 2.1: Primeiro risco relativo – coeficiente de agravação,


a CIRCULAR n. 23 estabelece:
NOTA I – Para as porcentagens intermediárias não previstas na tabela
acima, as percentagens de 100% a 10%, aplica-se o coeficiente de
agravação maior.
NOTA II – Para as percentagens inferiores a 10%, a Importância Segurada
coincidirá sempre com uma das percentagens previstas.

Exemplo 2.4: A seguradora ‘Seguro Total’ fez um contrato de uma apólice


de seguro residencial para um determinado cliente no qual o Valor em Risco
declarado foi de R$ 600.000,00; a Importância Segurada R$ 450.000,00 e a taxa
de seguros de 2,5% ao ano. Ocorreu uma intempérie, na vigência do contrato que
provocou desmoronamento na residência e, após vistoria, apurou-se um dano de
R$ 140.000,00 e o Valor em Risco Apurado foi de R$ 720.000,00.

Com base nessas informações, calcular: o Prêmio Comercial e a indenização a


primeiro risco relativo.

Solução:

Com base nos dados constantes no contrato do seguro, a razão corresponde

a:

Com o valor percentual verificamos na Tabela 2.1 que o coeficiente de agravação


para a razão 75% corresponde a 1,21.

Logo, o Prêmio Comercial será calculado por:

PC = IS taxa coeficiente de agravação

Cálculo da indenização a primeiro risco apurado:

Nesse caso, como o Valor em Risco é inferior ao Valor em Risco Apurado, deve
haver um rateio dos danos causados pelo desmoronamento. Portanto, o cálculo
da indenização será:

Dessa forma, cabe à seguradora ‘Seguro Total’ arcar com a razão

48
Matemática Atuarial

Parte do rateio que cabe ao segurado:

Segurado = 140.000,00 – 116.666,67 = R$23.333,33

Resumo dos cálculos:

Descrição Valor

Importância Segurada (IS) R$ 600.000,00

Valor em Risco Apurado (VRA) R$ 720.000,00

Danos causados R$ 140.000,00

Taxa de seguro (ao ano) 2,5%

Razão IS/VR 75%

Coeficiente de agravação 1,21

Prêmio Comercial R$ 13.612,50

Razão IS/VRA 83,33%

Valor a ser pago pela ‘Seguro Total’ R$ 116.666,67

Valor a ser assumido pelo Segurado R$ 23.333,33

De acordo com Azevedo (2008), tanto para o seguro a risco total como para o
seguro primeiro risco relativo, pode ser incluída uma cláusula de rateio parcial
que consiste em aplicar um redutor ‘ ’ no denominador da fórmula que calcula a
indenização, multiplicando o Valor em Risco Apurado, ou seja:

Indenização = prejuízo

Esse redutor ‘ ’ é um valor menor do que um, a fim da indenização para o


segurado ser maior, em caso de ocorrência de sinistro. Para que o segurado
receba um valor maior de indenização, o prêmio a ser pago deve ser maior. A
Tabela 2.2, a seguir, apresenta o redutor ‘ ’ e o valor percentual correspondente,
para o cálculo do aumento do prêmio a ser pago.

49
Capítulo 2

Tabela 2.2 – Redutor e respectivo percentual de aumento do prêmio

Redutor ( ) Percentual de aumento do prêmio

90% = 0,9 5%

80% = 0,8 10%

70% = 0,7 15%

Fonte: Elaborada pelo autor (2014), com base em Azevedo (2008, p.108).

Exemplo 2.5: No Exemplo 2.4, se considerarmos que o segurado quer receber


uma indenização maior e, dessa forma, incluiu na sua apólice a cláusula de rateio
parcial com um coeficiente redutor , calcular: o valor do prêmio a ser
pago pelo segurado e a indenização a ser paga pela seguradora ‘Seguro Total’.

Solução:

Analisando a Tabela 2.2, verificamos um percentual de 5% de aumento no valor


do prêmio que corresponde ao redutor . Dessa forma o segurado deve
pagar um Prêmio Comercial acrescido com o percentual de 5% no valor de:

Onde:

Prêmio Comercial com a previsão do redutor

Para o cálculo da indenização usaremos:

Indenização prejuízo
β
Indenização

Análise dos resultados: o segurado vai ter um aumento no pagamento do


prêmio no valor de R$680,63 (R$14.293,13 – R$13.612,50), mas em contrapartida
receberá R$13.259,96 a mais na indenização a ser para pela seguradora ‘Seguro
Total’. Consequentemente, o segurado passa a arcar com R$ 10.370,37 ante
R$23.333,33, que foi o cálculo realizado sem o redutor.

50
Matemática Atuarial

Resumo dos cálculos:

Descrição Valor

Importância Segurada (IS) R$ 600.000,00

Valor em Risco Apurado (VRA) R$ 720.000,00

Danos causados R$ 140.000,00

Taxa de seguro (ao ano) 2,5%

Razão IS/VR 75%

Coeficiente de agravação 1,21

Prêmio Comercial com o redutor R$ 14.293,13

Razão IS/VRA 83,33%

Valor a ser pago pela ‘Seguro Total’ com o redutor R$ 129.629,63

Valor a ser assumido pelo segurado com o aumento do prêmio em 5% R$ 10.370,37

2.3 Seguro pelo Valor de Novo


O seguro pelo valor de novo é muito usado para seguros de prédios e móveis. É o
tipo do seguro no qual é permitido estabelecer uma importância segurada maior que
o valor atual do bem, no estado em que se encontra. Objetiva a possibilidade de
reposição do mesmo bem em estado de novo. No entanto, a indenização no seguro
contratado pelo Valor de Novo (VN) fica limitada a duas vezes o Valor Atual (VA).

Exemplo 2.6: Um segurado contratou uma apólice com cláusula de Valor de Novo
(VN) com a seguradora ‘Seguro Total’, para um imóvel cuja Importância Segurada
(IS) foi de R$ 600.000,00. Com o passar do tempo, o imóvel se depreciou e tem
Valor Atual (VA) de R$ 280.000,00 e o Valor de Novo (VN) de R$ 800.000,00.
Vamos imaginar que uma intempérie causou uma inundação que gerou perda
total do imóvel. Pergunta-se: qual o valor da indenização a ser paga pela
seguradora ao segurado? E, se o Valor Atual fosse R$ 320.000,00?

Solução:

Nesse caso a indenização fica limitada a duas vezes o Valor Atual (VA), ou seja,

Indenização
Indenização .

Supondo que o Valor Atual é de R$ 320.000,00, esse valor gera uma indenização:

Indenização

51
Capítulo 2

Como esse valor é maior do que a Importância Segurada (IS) de R$ 600.000,00 a


seguradora pode optar por pagar o valor correspondente à Importância Segurada (IS).

Resumo dos cálculos:

Descrição Valor

Importância Segurada (IS) R$ 600.000,00

Valor de Novo (VN) R$ 800.000,00

Valor Atual 1 (VA) R$280.000,00

Valor Atual 2 (VA) R$320.000,00

Indenização a ser paga pela seguradora se o VA = R$ 280.000,00 R$ 560.000,00

Indenização a ser paga pela seguradora se o VA = R$ 320.000,00 R$ 600.000,00

2.4 Seguro a primeiro risco absoluto


O seguro a primeiro risco absoluto é uma forma de contratação de seguro em
que o segurador, pressupondo a possibilidade de os prejuízos serem maiores do
que a importância a segurar, que pode ser contratada livremente pelo segurado,
limita a sua responsabilidade ao valor dessa importância, sem cogitar o Valor em
Risco na data e local da efetivação de um sinistro. Ou seja, o segurador arca com
todo o prejuízo até o valor da Importância Segurada (IS). É aplicado em seguros
não proporcionais ou sem cláusula de rateio. Pode haver algum desembolso pelo
segurado se uma franquia for estipulada.

Exemplo 2.7: Uma empresa contratou um seguro a primeiro risco absoluto para
um equipamento que foi adquirido no valor de R$ 50.000,00. Na apólice ficou
estipulada uma franquia de R$ 3.000,00. Qual o valor a ser recebido pela empresa
se houve um sinistro na empresa e o equipamento sofreu um dano no valor de
R$ 25.000,00?

Solução:

Nesse caso, o seguro é não proporcional e, dessa forma, a indenização a ser


recebida pela empresa contratante será:

Indenização

Já que está prevista a franquia no valor de R$ 3.000,00.

52
Matemática Atuarial

Resumo dos cálculos:

Descrição Valor

Importância Segurada (IS) R$ 50.000,00

Franquia contratada na apólice R$ 3.000,00

Dano sofrido pelo equipamento R$ 25.000,00

Indenização a ser paga pela empresa seguradora R$ 22.000,00

Na próxima seção, daremos destaque ao seguro de lucros cessantes e


realizaremos cálculos de indenizações pertinentes a esse tipo de seguro.

Seção 3
Seguro de lucros cessantes – SLC
Na seção 1 deste capítulo apresentamos o seguro de lucros cessantes e destacamos
que ele pode ser contratado apenas por empresas, ou seja, pessoas jurídicas.
Objetiva a preservação do movimento dos negócios do segurado mantendo a
lucratividade e operacionalidade nos mesmos níveis anteriores ao sinistro.

De acordo com Azevedo (2008, p. 142), a cobertura básica desse tipo de seguro
contempla:

Despesas fixas – Aquelas que perduram após o evento, independentemente do


nível de produção ou vendas.

Lucro líquido – Decorrente da operação principal do segurado.

Gastos adicionais – Despesas efetuadas pelo segurado para reduzir ou evitar a


queda do movimento dos negócios. Como exemplo, a contratação de aluguel de
máquinas para substituir as que foram danificadas.

O autor ainda define Período Indenitário (PI) como sendo o tempo que decorre
entre a data em que o segurado começa a sofrer as consequências de queda de
produção, consumo de prestação de serviços, provocados pelo evento coberto e
a data em que o segurado retorna as atividades normais.

•• O Período Indenitário (PI) não pode ultrapassar o limite fixado na


apólice de seguro de lucros cessantes que é determinado pelo
segurado e não pode ser superior a 36 meses.

53
Capítulo 2

•• Entretanto, o Período Indenitário (PI) pode ultrapassar a vigência


da apólice. Vejamos um exemplo: uma apólice foi contratada por
uma empresa por um ano com período de vigência de janeiro de
2013 a janeiro de 2014, e o PI foi de seis meses. Se tiver ocorrido
um sinistro em outubro de 2013, no local coberto pelo seguro, a
empresa segurada estará coberta até abril de 2014.
•• O PI tem início na data da ocorrência do sinistro e dura o tempo
determinado na apólice ou até a normalização das atividades,
escolhendo-se o menor tempo entre as alternativas. (AZEVEDO, 2008).

A reparação de lucros cessantes se refere aos danos materiais efetivos sofridos.


Para a caracterização do pleito, há necessidade de efetiva comprovação dos
lucros cessantes – não basta argumentar que existiram, deve-se prová-los.

Os lucros cessantes, para serem calculados, exigem um fundamento seguro


(histórico), de modo a não abranger ganhos imaginários ou fantásticos. Cabe a
um perito fazer análises objetivas, fundadas em fatos passados e correntes.

O Código Civil brasileiro assim dispõe sobre a reparação de danos:


Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas
e os danos devidos ao credor abrangem, além do que ele efetivamente
perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e
os danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito
dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.

Observe que o art. 402 do Código Civil especifica que a reparação compreende
“o que razoavelmente deixou de lucrar”, e não o que “lucraria com especulação”
ou “alavancagem”. A lei protege o direito, mas não ao ponto de exacerbar o seu
valor objetivo.

Dessa forma o cálculo do seguro de lucros cessantes incide sobre o Lucro


Bruto Segurável (LBS), que, segundo Azevedo (2008), é diferente do Lucro Bruto
encontrado na Contabilidade, que reflete a diferença entre receitas de vendas e
os custos de mercadorias vendidas ou de produtos fabricados.

Os exemplos a seguir foram baseados em Azevedo (2008) e têm como objetivo


elucidar dúvidas a respeito do cálculo de indenização no SLC.

Exemplo 2.8: Uma empresa contratou uma apólice de seguro a lucros cessantes
e ocorreu um sinistro no período de vigência da mesma que paralisou as suas
atividades. Ela apresenta uma Demonstração de Resultados do Exercício (DRE)

54
Matemática Atuarial

que indica estar operando com lucro positivo, no período equivalente ao período
em que as atividades ficaram paralisadas em função do sinistro. Dessa forma,
com base na DRE, determinar a indenização que será paga pela seguradora à
empresa segurada.

DRE

Contas (R$) Valores (R$)

Receita de vendas 200.000,00

Despesas fixas (110.000,00)

Despesas variáveis (60.000,00)

Lucro líquido 30.000,00

Solução:

As despesas variáveis, nessa situação, são entendidas exclusivamente como


despesas inerentes ao processo produtivo e, dessa forma não são cobertas pelo
seguro de lucros cessantes. Segundo Azevedo (2008), essas despesas não são
cobertas, pois já que com a paralização das atividades da empresa, em função
do sinistro, elas não são realizadas.

Dessa forma, o Lucro Bruto Segurável (LBS) será calculado como:

LBS = Lucro Líquido + Despesas Fixas

Ou seja:

Portanto, a indenização que a empresa segurada deve receber será de


R$ 140.000,00.

Podemos determinar a Margem de Lucro Bruto Segurável (MLBS) em função da


Receita de Vendas da empresa por meio do seguinte cálculo:

Esse resultado significa que o Lucro Bruto Segurável representa 70% das receitas
das vendas.

55
Capítulo 2

Resumo dos cálculos:

Descrição Valor

Receita das vendas R$ 200.000,00

Despesas fixas R$ 110.000,00

Lucro líquido R$ 30.000,00

Lucro Bruto Segurável (LBS) R$ 140.000,00

Margem de Lucro Bruto Segurável (MLBS) (%) 70%

Indenização R$ 140.000,00

Exemplo 2.9: No exemplo 2.8 apresentado, vamos imaginar que a empresa


apresentou a DRE com outros três cenários:

Cenário I: altera-se na DRE apresentada o lucro líquido para R$ 0,00 e despesas


variáveis iguais a R$ 90.000,00.

DRE

Contas (R$) Valores (R$)

Receita de vendas 200.000,00

Despesas fixas (110.000,00)

Despesas variáveis (90.000,00)

Lucro líquido 0,00

Cenário II: altera-se na DRE apresentada o lucro líquido para o valor de


R$ 30.000,00 (prejuízo) e despesas variáveis iguais a R$ 120.000,00.

DRE

Contas (R$) Valores (R$)

Receita de vendas 200.000,00

Despesas fixas (110.000,00)

Despesas variáveis (120.000,00)

Lucro líquido (30.000,00)

56
Matemática Atuarial

Cenário III: alteram-se na DRE apresentada as despesas fixas para R$ 90.000,00; as


despesas variáveis para R$ 50.000,00 e o lucro líquido para R$ 110.000,00 (prejuízo).

DRE

Contas (R$) Valores (R$)

Receita de vendas 200.000,00

Despesas fixas (90.000,00)

Despesas variáveis (50.000,00)

Lucro líquido (110.000,00)

Pergunta: qual o valor da indenização que a empresa receberá em cada um dos


novos cenários apresentados?

Solução:

Cenário I: como o resultado do lucro líquido apresentado pela empresa na DRE


foi nulo, ela terá direito a uma indenização correspondente ao valor das despesas
fixas, ou seja, R$ 110.000,00.

Cenário II: como a DRE aponta um lucro líquido negativo (prejuízo) de


R$ 30.000,00, a indenização será correspondente a R$ 110.000,00 –
R$ 30.000,00 = R$ 80.000,00, ou seja, deve ser abatido das despesas fixas o
prejuízo apresentado.

Cenário III: nesse caso o Lucro Bruto Segurável será correspondente a


R$ 110.000,00 – R$ 90.000,00 = R$ 20.000,00, ou seja, o segurado não será
indenizado, pois não seria permitido a realização da apólice de seguros de lucros
cessantes, já que o seu resultado é menor do que zero. Nesse caso não haveria
Margem de Lucro Segurável.

Resumo dos cálculos: Cenário I

Descrição Valor

Receita das vendas R$ 200.000,00

Despesas fixas R$ 110.000,00

Lucro líquido R$ 0,00

Lucro Bruto Segurável R$ 110.000,00

Margem de Lucro Bruto Segurável (%) 55%

Indenização R$ 110.000,00

57
Capítulo 2

Resumo dos cálculos: Cenário II

Descrição Valor

Receita das vendas R$ 200.000,00

Despesas fixas R$ 110.000,00

Lucro líquido (R$ 30.000,00)

Lucro Bruto Segurável R$ 80.000,00

Margem de Lucro Bruto Segurável (%) 40%

Indenização R$ 80.000,00

Resumo dos cálculos: Cenário III

Descrição Valor

Receita das vendas R$ 200.000,00

Despesas fixas (R$ 90.000,00)

Lucro líquido (R$ 110.000,00)

Lucro Bruto Segurável (R$ 20.000,00)

Margem de Lucro Bruto Segurável (%) Não tem margem

Indenização R$ 0,00

Na próxima seção daremos destaque ao seguro de automóveis e realizaremos


cálculos pertinentes a esse tipo de seguro.

Seção 4
Seguro de automóvel
O seguro de automóveis, como já foi apresentado na seção 1 deste capítulo,
tem por finalidade cobrir perdas ou danos dos veículos terrestres de propulsão
a motor e a seus reboques, desde que não trafeguem sobre trilhos. É um tipo
de seguro muito comum e do conhecimento de uma grande parte da população
brasileira, já que a maioria dos proprietários de automóveis no Brasil realiza esse
tipo de seguro.

Nesta seção vamos realizar alguns cálculos de indenizações e prêmios de


seguro de automóveis, entretanto são necessárias algumas definições formais

58
Matemática Atuarial

apresentadas pela Superintendência de Seguros Privados – Susep para alguns


tipos de seguros relacionados a automóveis.

4.1 Definições

4.1.1 Seguro de Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos (RCF-V)


Seguro destinado a reembolsar danos a terceiros do segurado pela indenização à
qual esteja obrigado, judicial ou extrajudicialmente, a pagar em consequência de
danos corporais e/ou materiais involuntários causados a terceiros.

Existem seguros obrigatórios de Responsabilidade Civil, como por exemplo, o


DPVAT, e dessa forma o seguro de RCF-V deverá ser contratado a 2º Risco
destes seguros, isto é, só será acionado no que exceder ao prejuízo que for
coberto pelo seguro obrigatório.

4.1.2 Seguro de Responsabilidade Civil – Carta Verde


Trata-se de seguro obrigatório dos veículos brasileiros, de passeio ou aluguel, quando
em viagem aos países do Mercosul (pago no momento da viagem, na fronteira
ou mesmo antes da ocasião). Assim, este seguro destina-se, respeitadas suas
condições contratuais, a indenizar diretamente ao terceiro ou reembolsar o segurado
das despesas pelas quais seja civilmente responsável, em sentença judicial transitada
em julgado ou em acordo autorizado de modo expresso pela seguradora,
abrangendo: danos corporais e materiais causados a terceiros, pagamento de
honorários de advogado de defesa do segurado, bem como custas judiciais.

4.1.3 Seguro DPVAT – Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de


vias Terrestres
Esse seguro tem a finalidade de amparar as vítimas de acidentes de trânsito em
todo o território nacional, não importando de quem seja a culpa dos acidentes. Este
seguro possui cobertura de: morte; invalidez permanente; despesas de assistência
médica e despesas suplementares (DAMS), e é pago no licenciamento do veículo.

4.1.4 Seguro RCTR-VI – Danos a Terceiros


Indeniza ou reembolsa ao segurado as quantias pelas quais seja civilmente
responsável, em sentença judicial transitada em julgado, ou por acordo
autorizado de modo expresso pela seguradora, por eventos ocorridos durante a
vigência do seguro e relativas a morte, danos pessoais e/ou materiais causados
a passageiros, danos pessoais e/ou materiais causados a terceiros não
transportados, à exceção da carga, pagamento de honorários de advogado de
defesa do segurado, bem como custas judiciais.

59
Capítulo 2

Normas que regulam o seguro de Responsabilidade Civil

• As Circulares Susep 27/84 e 106/99 estabelecem as condições padronizadas


para este seguro. No entanto, sejam condições padronizadas ou condições
elaboradas pela própria seguradora, este seguro tem que atender às demais
disposições normativas aplicáveis a seguros de danos.

• Principais garantias oferecidas: danos materiais e danos corporais. Outras


garantias: danos morais, carga e descarga, contaminação e/ou poluição,
veículos rebocadores, reboques ou semirreboques desatrelados de rebocadores,
extensão de cobertura para países da América do Sul, entre outras.

Fonte: Susep – Superintendência de Seguros Privados.

4.1.5 Seguro APP – Acidentes Pessoais a Passageiros


A cobertura de APP tem como objetivo a indenização por danos decorrentes de
acidentes pessoais ocorridos aos passageiros, quando transportados em veículos
de uso particular ou público e destinados a este fim. Considera-se acidente pessoal
o evento com data caracterizada, de origem externa, súbito, involuntário e violento,
causador de lesão física que, por si só e independente de toda e qualquer outra
causa, tenha como consequência direta a morte ou invalidez permanente total ou
parcial dos passageiros ou torne necessário o tratamento médico.

Principais garantias oferecidas pelo seguro de APP: morte e invalidez permanente.


Outras garantias: despesas médico-hospitalares, extensão para os países da
América do Sul, entre outras.

60
Matemática Atuarial

Normas que regulam o Seguro de APP

• São as Circulares Susep 302/2005 e 316/2006.

• Forma de cálculo da indenização no caso de Seguros de APP: as indenizações por


morte e invalidez permanente no caso dos seguros de APP não se acumulam. Se,
depois de paga uma indenização por invalidez permanente, verificar-se a morte do
segurado em consequência do mesmo acidente, da indenização por morte deve
ser deduzida a importância já paga por invalidez permanente.

• No caso de indenizações por invalidez permanente, essas, em geral, são


calculadas de acordo com a tabela constante na Circular Susep 29/91. Não
ficando abolidas por completo as funções do membro ou órgão lesado, a
indenização por perda parcial é calculada pela aplicação à percentagem prevista
na tabela para a perda total do órgão, do grau de redução funcional apresentado.

• Nos casos não especificados na tabela, a indenização é estabelecida tomando-


se por base a diminuição permanente da capacidade física do segurado,
independente de sua profissão. Quando do mesmo acidente resultar invalidez
de mais de um membro ou órgão, a indenização deve ser calculada somando-
se as percentagens respectivas, cujo total não poderá exceder a 100%.

• A invalidez permanente deve ser comprovada por meio de declaração médica.

Fonte: Susep – Superintendência de Seguros Privados

A Tabela 2.3 a seguir apresenta os percentuais sobre a importância segurada que


auxiliam o cálculo de indenizações por invalidez permanente (Circular Susep 29/91).

61
Capítulo 2

Tabela 2.3 – Cálculo da indenização em caso de invalidez permanente

Invalidez Discriminação % Sobre


Permanente

Perda total da visão de ambos os olhos 100

Perda total do uso de ambos os membros superiores 100


T
Perda total do uso de ambos os membros inferiores 100
O
Perda total do uso de ambas as mãos 100
T Perda total do uso de um membro superior e um membro 100
inferior
A
Perda total do uso de uma das mãos e de um dos pés 100
L
Perda total de uso de ambos os pés 100

Alienação mental total e incurável 100

  DIVERSOS  

Perda total da visão de um olho 30

P Perda total da visão de um olho, quando o segurado já não 70


tiver a outra vista
A
Surdez total incurável de ambos os ouvidos 40
R
Surdez total incurável de um dos ouvidos 20
C
Mudez incurável 50
I
Fratura não consolidada do maxilar inferior 20
A
Imobilidade do segmento cervical da coluna vertebral 20
L
Imobilidade do segmento tóraco-lombo-sacro da coluna 25
vertebral

62
Matemática Atuarial

Invalidez Discriminação % Sobre


Permanente

  MEMBROS SUPERIORES  

Perda total de um dos membros superiores 70

Perda total do uso de uma das mãos 60

Fratura não consolidada de um dos úmeros 50

Fratura não consolidada de um dos segmentos rádio-ulnares 30

Anquilose total de um dos ombros 25

P Anquilose total de um dos cotovelos 25

A Anquilose total de um dos punhos 20

R Perda total do uso de um dos polegares, inclusive o 25


metacarpiano
C
Perda total do uso de um dos polegares, exclusive o 18
I metacarpiano

A Perda total do uso da falange distal do polegar 9

L Perda total do uso de um dos dedos indicadores 15

Perda total do uso de um dos dedos mínimos ou de um dos 12


dedos médios

Perda total do uso de um dos dedos anulares 9

Perda total do uso de qualquer falange, excluídas as do  


polegar: indenização equivalente a 1/3 do valor do dedo
respectivo

  MEMBROS INFERIORES  

P Perda total do uso de um dos membros inferiores 70

A Perda total do uso de um dos pés 50

Fratura não consolidada de um fêmur 50


R
Fratura não consolidada de um dos segmentos tíbios- 25
C
peroneiros
I
Fratura não consolidada da rótula 20
A Fratura não consolidada de um pé 20
L Anquilose total de um dos joelhos 20

63
Capítulo 2

Invalidez Discriminação % Sobre


Permanente

Anquilose total de um dos tornozelos 20

Anquilose total do quadril 20

Perda parcial de um dos pés, isto é, perda de todos os dedos 25


e de uma parte do mesmo pé
P
Amputação do 1° (primeiro) dedo 10
A
Amputação de qualquer outro dedo 3
R Perda total do uso de uma falange do 1° dedo, indenização  
C equivalente a 1/2, e dos demais dedos, equivalente a 1/3 do
respectivo dedo
I
Encurtamento de um dos membros inferiores  
A
de 5 (cinco) centímetros ou mais 15
L de 4 (quatro) centímetros 10

de 3 (três) centímetros 6

Menos de 3 (três) centímetros sem


indenização

Fonte: Elaborada pelo autor (2014), com base na Circular Susep 29/91.

4.1.6 Valor de Mercado Referenciado (VMR)


É uma modalidade de seguro de automóvel cuja indenização é variável já que usa
como base os valores indicados em uma tabela de referência (por exemplo: Fipe)
fixada na proposta. Ou seja, em caso de sinistro em que for devida a indenização
integral, essa corresponderá ao valor do veículo na tabela referenciada na apólice,
na data de pagamento do sinistro, aplicado o Fator de Ajuste.

O Fator de Ajuste leva em consideração as características particulares e o estado


de conservação do veículo e, com a sua contratação, o valor contratado pode ser
superior ou inferior ao valor cotado para o veículo na tabela de referência na data
da proposta. (AZEVEDO, 2008).

64
Matemática Atuarial

4.1.7 Valor Determinado (VD)


Nesse tipo de seguro de automóvel, a indenização, em caso de sinistro em
que for devida a indenização integral, corresponderá ao valor informado pelo
segurado e impresso na apólice de seguro, ou seja, a indenização é fixa e
corresponde ao valor estipulado pelas partes no ato da contratação do seguro.

4.1.8 Indenização integral


A indenização integral do veículo fica caracterizada quando os prejuízos,
resultantes de um mesmo sinistro, atingirem ou ultrapassarem o valor apurado
a partir da aplicação de determinado percentual sobre o valor contratado. Esse
percentual deverá constar das condições contratuais do seguro, sendo fixado
com observância dos seguintes limites máximos:

I) Na contratação de seguro de veículo na modalidade Valor Determinado – até


75% do valor determinado na apólice.

II) Na contratação de seguro de veículo na modalidade Valor de Mercado


Referenciado – até 75% do valor do veículo, apurado pela aplicação do fator
de ajuste contratado, sobre o valor do veículo segurado na tabela de referência
estabelecida no contrato, em vigor na data do aviso de sinistro.

Indenização em caso de leasing – sempre é paga ao proprietário do veículo.


No caso de veículos financiados ou alienados, a indenização é paga ao
credor da garantia, até o limite do crédito, cabendo ao segurado receber
dele a parcela da indenização que exceder o valor do débito que apresentar
para com aquele credor.

Alguns motivos que podem gerar a recusa da indenização:

•• motorista participando de competições, provas de velocidade,


apostas ou “rachas”;
•• veículo sendo rebocado por veículo não apropriado para este fim;
•• veículo sendo guiado por pessoas não habilitadas, drogadas ou
embriagadas;
•• veículo transitando por caminhos impedidos, não abertos ao tráfego
ou em areias fofas, entre outras exclusões.

65
Capítulo 2

4.1.9 Cobertura
Em geral, as principais garantias oferecidas no seguro de automóvel são:

4.1.9.1  Cobertura básica n° 1 – Compreensiva


A Cobertura Compreensiva garante o pagamento dos prejuízos decorrentes
de danos causados ao veículo em caso de colisão, abalroamento, capotagem,
queda em precipícios e de pontes, queda acidental sobre o veículo de qualquer
objeto ou substância que dele não faça parte integrante e não esteja afixado,
granizo, furacão ou terremoto, submersão total ou parcial, incêndio, explosão,
raio e suas consequências, roubo ou furto, total ou parcial, respeitado o Limite
Máximo de Indenização estipulado na apólice de seguro (pela seguradora).

4.1.9.2  Cobertura básica n° 2


Indeniza o segurado de prejuízos referentes a danos materiais provenientes
de incêndio, furtos ou roubos totais, abalroamentos, capotagem, derrapagem
quando decorrentes de roubo ou furto total do veículo. Nesse caso, quando há
roubo do veículo e acontece o acidente.

4.1.9.3  Cobertura Adicional de Valor de Novo


Garante ao segurado, no caso de indenização integral, a indenização referente à
Cobertura de Casco pelo Valor de Novo do veículo, nos casos em que o sinistro
ocorra dentro do prazo definido na apólice e superior ao prazo mínimo já previsto
na norma (que é de 90 dias), contados da entrega do veículo ao segurado.

Valor de Novo é o valor do veículo zero km na data de ocorrência


do sinistro constante na tabela de referência definida nas condições
contratuais do seguro.

Nas apólices celebradas com a garantia de Valor de Mercado Referenciado para


veículo zero km, é obrigatória a fixação contratual do período de tempo, não
inferior a noventa dias, em que o veículo sinistrado com indenização integral será
indenizado pelo Valor de Novo, contado a partir da data de entrega do veículo ao
segurado, devendo a Sociedade Seguradora definir expressamente as condições
necessárias para que seja aceita a cobertura como Valor de Novo.

4.1.10  Adicional de fracionamento


Quando o seguro de automóvel é pago parcelado, aplica-se um adicional de
fracionamento que corresponde a uma taxa de juros que será embutida nas
prestações ou parcelas a serem pagas pelo segurado. Nesse caso, o prêmio a
ser pago é chamado de prêmio fracionado e o vencimento da última parcela não
poderá ocorrer após 30 dias que anteceder o vencimento do seguro. Ainda, tem a
incidência do IOF – Imposto sobre Operações Financeiras.

66
Matemática Atuarial

4.1.11 Franquia
Quantia fixa, definida na apólice, que, em caso de sinistro, representa a parte do
prejuízo apurado que poderá deixar de ser paga pela seguradora, dependendo
das disposições do contrato (Circular Susep n. 437/2012).

A franquia no seguro de automóvel é um valor especificado na apólice para a


cobertura do casco, determinando em caso de sinistro de perda parcial o limite
de participação do segurado.

É vedada a aplicação de franquia nos casos de danos causados ao veículo por


incêndio, queda de raio e/ou explosão, em caso de sinistro em que for devida a
indenização integral do veículo ou somente com danos a terceiros.

Noleto (2006 apud AZEVEDO, 2008, p. 156) relata que, de acordo com a
experiência do segurado, “em função dos sinistros ocorridos e indenizáveis,
a cada período de um ano de vigência de seguro”, a franquia poderá ter um
desconto, ou seja, o segurado poderá ter um bônus (Tabela 2.4).

Tabela 2.4 – Bônus para a franquia

Período sem reclamação indenizável Classes Desconto em Prêmio Líquido

1° ano consecutivo I 10%

2° ano consecutivo II 15%

3° ano consecutivo III 25%

4° ano consecutivo IV 30%

5° ano consecutivo V 40%

6° ano consecutivo VI 40%

Fonte: Elaborada pelo autor (2014), com base em Azevedo (2008, p. 156).

4.2 Cálculo de indenizações e prêmios


Os cálculos de indenizações e prêmios na modalidade de seguro de automóveis
são muitos variados em função das diversidades de parâmetros que envolvem os
mesmos. Dessa forma, apresentaremos alguns exemplos como forma ilustrativa
desse tipo de seguro.

Exemplo 2.10: Um segurado contratou um seguro de Acidentes Pessoais de


Passageiros (APP) com a previsão do pagamento de indenizações para invalidez
permanente no valor de R$ 50.000,00 e para morte R$ 50.000,00. Qual o valor
da indenização a ser paga pela seguradora se a ocorrência registrada com o

67
Capítulo 2

segurado foi ‘perda total de um dos membros superiores’, causando invalidez


parcial? E se, em decorrência do acidente, ocorrer a morte do segurado, qual
será o valor da indenização a ser paga?

Solução:

A Tabela 2.3 apresentada nesta seção destaca que o percentual para ‘perda
total de um dos membros superiores’ gera um percentual de 70% a ser pago da
indenização prevista na apólice para invalidez permanente. Dessa forma o valor
da indenização a ser paga será:

Indenização

Para responder à segunda pergunta da questão, destacamos que se depois de


paga a indenização por invalidez permanente, o segurado vier a óbito, em função
do acidente, para o cálculo da indenização por morte, será realizada a dedução
do valor pago por invalidez permanente, ou seja:

Indenização

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Indenização por invalidez permanente R$ 50.000,00

Indenização por morte R$ 50.000,00

Indenização por ‘perda total de um dos membros superiores’ (70%) R$ 35.000,00

Indenização da morte do segurado, em função do acidente (segunda R$15.000,00


ocorrência), depois de paga a indenização por invalidez permanente

Exemplo 2.11: Na contratação de uma apólice de seguro de automóvel, ficou


caracterizado um Valor Determinado (VD) de R$ 30.000,00 e o percentual
contratado para caracterização de indenização integral corresponde a 75%
(representa o percentual máximo). Pergunta: qual é o valor do sinistro que vai
caracterizar a indenização integral do veículo?

Solução:

Nesse caso, vamos proceder ao cálculo do percentual previsto na apólice de 75%


sobre o Valor Determinado que é de R$ 30.000,00, ou seja:

Valor do sinistro

Portanto, qualquer sinistro com valor igual ou superior a R$ 22.500,00


caracterizará indenização integral do veículo.

68
Matemática Atuarial

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Indenização por Valor Determinado (VD) R$ 30.000,00

Percentual contratado para caracterização da indenização 75%

Valor do sinistro que caracterizará indenização integral ≥ R$ 22.500,00

Exemplo 2.12: Na contratação de uma apólice de seguro de automóvel por Valor de


Mercado Referenciado (VMR) ficou definida a tabela Fipe como referência para o
pagamento da indenização. No contrato fica previsto um Fator de Ajuste de 1,2 e o
percentual para caracterização de indenização integral de 65%. Dessa forma, qual é o
valor do sinistro que vai caracterizar o pagamento da indenização integral do veículo?

Solução:

Na data do sinistro, consultando a tabela Fipe, observando ano de fabricação, marca


e modelo, apurou-se um valor de R$ 18.000,00 para o modelo do veículo sinistrado.
Como o Fator de Ajuste contratado na apólice é 1,2, o valor do veículo será:

Valor do veículo

Para o cálculo do valor do sinistro vamos usar o percentual contratado de 65%


que caracteriza a indenização integral, ou seja:

Valor do sinistro

Portanto, qualquer sinistro com valor igual ou superior a R$ 14.040,00


caracterizará indenização integral do veículo.

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Valor do veículo sinistrado na data do sinistro na tabela Fipe R$ 18.000,00

Fator de Ajuste contratado 1,2

Valor do veículo com o Fator de Ajuste R$ 21.600,00

Percentual contratado para caracterização da indenização 65%

Valor do sinistro que caracterizará indenização integral ≥ R$ 14.040,00

Para realizar cálculos de prêmios de seguros com a possibilidade de pagamento


parcelado, precisamos de alguns conceitos básicos da matemática financeira. Dessa
forma, antes da realização desses cálculos, vamos destacar os conceitos que vão
nos auxiliar na realização dos cálculos para o pagamento de prêmios parcelados.

69
Capítulo 2

4.2.1 Regime da capitalização composto


No regime de capitalização composto, os juros gerados a cada período são
incorporados ao principal para o cálculo dos juros do período seguinte, ou seja,
juros sobre juros. O regime de juros compostos é o mais comum no sistema
financeiro e, portanto, o mais útil para cálculos de problemas do dia a dia.

Matematicamente, o cálculo a juros compostos é conhecido por cálculo


exponencial de juros e é calculado pelas seguintes fórmulas:

Cálculo do Montante ou Valor Futuro:

Cálculo dos Juros compostos:

Onde:

M = FV = montante ou valor futuro


C = PV = capital ou valor presente
i = taxa de juros
n = período
J = juros

Exemplo 2.13: Um investidor aplica R$2.000,00 no regime de juros compostos


em uma instituição financeira por um período de seis meses. Sabendo-se que a
taxa de juros negociada foi de 1,5% a.m., pergunta-se: quais os juros gerados na
aplicação? E qual o montante final ou valor futuro?

Solução:

FV = ?
PV = R$ 2.000,00
i = 1,5% a.m
n = 6 meses
J=?

Cálculo do Montante final ou Valor Futuro:

Cálculo dos Juros:

Dica: uso da calculadora financeira.

70
Matemática Atuarial

A Figura 2.1 apresenta os cálculos realizados com o auxílio da calculadora


financeira HP-12C.

Figura 2.1 – Cálculo do Valor Futuro e Juros com o auxílio da calculadora HP-12C

Visor da
Aperte as teclas O que a calculadora faz calculadora

f FIN   Zera os registradores financeiros 0,00

2.000 CHS PV Armazena o Capital (CHS faz o fluxo de caixa) –2.000,00

6 N   Armazena o período 6,00

1,5 I   Armazena a taxa 1,50

FV     Calcula o Montante (Valor Futuro) 2.186,89

RCL PV + Calcula os Juros compostos 186,89

Fonte: Elaborada pelo autor (2014).

4.2.2 Séries uniformes de pagamentos ou recebimentos antecipados ou


postecipados
As séries uniformes são aquelas em que os pagamentos ou recebimentos são
constantes e ocorrem em intervalos iguais.

Compreender as séries uniformes e calcular as parcelas postecipadas e


antecipadas vai auxiliar no cálculo das parcelas para pagamento parcelado
de prêmios de seguros.

Nas séries uniformes de pagamentos ou recebimentos postecipados (sem


entrada), o primeiro pagamento ocorre no momento 1 (um). Pagamentos ou
recebimentos podem ser chamados de prestação.

Veja, a seguir, o fluxo de caixa (Figura 2.2) do ponto de vista de quem vai fazer os
pagamentos (PMT):

Figura 2.2 – Diagrama de fluxo de caixa – pagamentos postecipados

0 1 2 3 4 n
+...+

PMT
Fonte: Elaborada pelo autor (2014).

71
Capítulo 2

Já nas séries uniformes de pagamentos ou recebimentos antecipados (com


entrada), o primeiro pagamento ocorre no momento 0 (zero).

Veja, a seguir, o fluxo de caixa (Figura 2.3) do ponto de vista de quem vai fazer os
pagamentos (PMT):

Figura 2.3 – Diagrama de fluxo de caixa – pagamentos antecipados

0 1 2 3 4 n
+...+

PMT
Fonte: Elaborada pelo autor (2014).

Matematicamente o cálculo das parcelas de uma série uniforme e periódica com


e sem entrada é realizado por meio das fórmulas:

Pagamento sem entrada:

Pagamento com entrada:

Onde:

PMT = prestação ou parcela


PV = capital ou valor presente
i = taxa de juros
n = período

Exemplo 2.14: Um aparelho de TV LCD está sendo anunciado, em uma


determinada loja, por R$2.900,00 à vista ou em três parcelas iguais e sem entrada
com uma taxa de juros de 4,5% a.m. (ao mês). Se o cliente escolher a última
opção, qual será o valor das parcelas?

PMT = ?
PV = R$ 2.900,00
i = 4,5%
n = 3 meses

72
Matemática Atuarial

Solução:

Cálculo das parcelas sem entrada:

Dica: uso da calculadora financeira.

A Figura 2.4 apresenta os cálculos realizados com o auxílio da calculadora


financeira HP-12C.

Figura 2.4 – Cálculo do Valor Futuro e Juros com o auxílio da calculadora HP-12C

Visor da
Aperte as teclas O que a calculadora faz calculadora

F FIN  Zera os registradores financeiros 0,00

G END Configura a calculadora p/pgto. sem entrada 0,00

2.900 PV Armazena o valor à vista 2.900,00

4,5 i Armazena a taxa 4,50

3 n Armazena o período (n) 3,00

PMT   Calcula o valor da parcela (PMT) -1.054,94

Fonte: Elaborada pelo autor (2014).

Exemplo 2.15: Uma calculadora financeira está sendo anunciada à vista por
R$320,00 ou em três parcelas iguais, sendo a primeira no ato da compra e as
demais para 30 e 60 dias, respectivamente. Sabendo-se que a taxa de juros
cobrada pela loja é de 3,9% a.m., qual é o valor das parcelas?

Solução:

PMT = ?
PV = R$ 320,00
i = 3,9% a.m
n = 3 meses

Cálculo das parcelas sem entrada:

73
Capítulo 2

Dica: uso da calculadora financeira.

A Figura 4.5 apresenta os cálculos realizados com o auxílio da calculadora


financeira HP-12C.

Figura 4.5 – Cálculo do Valor Futuro e Juros com o auxílio da calculadora HP-12C

Visor da
Aperte as teclas O que a calculadora faz calculadora

F FIN  Zera os registradores financeiros 0,00

G BEG Configura a calculadora p/pgto. com entrada 0,00

320 PV Armazena o valor à vista 320,00

3,9 i Armazena a taxa 3,90

3 n Armazena o período (n) 3,00

PMT   Calcula o valor da parcela (PMT) -110,77

Fonte: Elaborada pelo autor (2014).

4.2.3 Cálculo de prêmios de seguros de automóveis


Os exemplos a seguir apresentam algumas situações nas quais vamos realizar o
cálculo de prêmio para seguro de automóveis.

Exemplo 2.16: Uma companhia seguradora de automóveis possui uma carteira


com 800 carros segurados. Sabendo-se que a Importância Segurada (IS) para
cada veículo na data da contratação é de R$22.000,00, que as Despesas
Administrativas (DA) previstas são de 12%, a Comissão de Corretagem (CC) é de
8%, o Lucro (L) previsto é de 7%, o custo da apólice é de R$ 60,00 e que o IOF
para a operação de seguro de automóveis é de 7%, determinar:

a. O Prêmio Bruto (com incidência do IOF) se o contrato da apólice


prevê: sinistros de indenização integral a serem pagos pelo Valor de
Mercado Referenciado (VMR) e que sejam previstos pagamentos
de cinco indenizações assim distribuídas: 1 (uma) no valor de
R$20.000,00; 2 (duas) no valor de R$ 10.000,00 e 2 (duas) no valor
de R$ 7.500,00 (valores variados determinados de acordo com a
tabela estipulada no contrato).
b. O Prêmio Bruto (com incidência do IOF) se o contrato da apólice
prevê: sinistros de indenização integral a ser pago pelo Valor
Determinado (VD) e que sejam previstos pagamentos de cinco
indenizações no valor de R$20.000,00 cada uma (valor é fixo e
previsto no contrato).

74
Matemática Atuarial

Solução:

a. Prêmio Bruto pago pelo Valor de Mercado Referenciado


Cálculo da Taxa de Risco:

Taxa de Risco Total das Indenizações


nº veículos segurados

Taxa de Risco

Taxa de Risco

Cálculo do Prêmio de Risco:

Prêmio de Risco = Raxa de Risco IS


Prêmio de Risco = 0,31% R$ 22.000,00
Prêmio de Risco = R$ 68,20

Cálculo do Prêmio Comercial:

Prêmio Comercial Prêmio de Risco


Apólice
– carregamento

Prêmio Comercial

Prêmio Comercial

Obs.: Carregamento = soma das despesas administrativas com comissão de


corretagem e lucro.

Cálculo do Prêmio Bruto:

Prêmio Bruto = Prêmio Comercial IOF


Prêmio Bruto = 153,42 1,07
Prêmio Bruto = R$ 164,16

75
Capítulo 2

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Número de carros segurados 800

Importância Segurada (IS) para cada veículo R$ 22.000,00

Despesas administrativas (%) 12%

Comissão de corretagem (%) 8%

Lucro (%) 7%

IOF (%) 7%

Custo da apólice R$ 60,00

5 indenizações previstas (Total) pelo VMR R$ 55.000,00

Taxa de Risco (%) 0,31%

Prêmio de Risco R$ 68,20

Prêmio Comercial R$153,42

Prêmio Bruto (incremento do IOF) R$ 164,16

b. Prêmio Bruto pago pelo Valor Determinado


Cálculo da Taxa de Risco:

Taxa de Risco Total das Indenizações


nº veículos segurados

Taxa de Risco

Taxa de Risco

Cálculo do Prêmio de Risco:

Prêmio de Risco = Taxa de Risco IS


Prêmio de Risco = 0,57% R$ 22.000,00
Prêmio de Risco =R$ 125,00

76
Matemática Atuarial

Cálculo do Prêmio Comercial:

Prêmio Comercial Prêmio de Risco


Apólice
– carregamento

Prêmio Comercial

Prêmio Comercial

Obs.: Carregamento = soma das despesas administrativas com comissão de


corretagem e lucro.

Cálculo do Prêmio Bruto:

Prêmio Bruto = Prêmio Comercial IOF


Prêmio Bruto = 231,23 1,07
Prêmio Bruto = R$ 247,42

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Número de carros segurados 800

Importância Segurada (IS) para cada veículo R$ 22.000,00

Despesas administrativas (%) 12%

Comissão de corretagem (%) 8%

Lucro (%) 7%

IOF (%) 7%

Custo da apólice R$ 60,00

5 indenizações previstas (Total) pelo VD R$ 100.000,00

Taxa de Risco (%) 0,57%

Prêmio de Risco R$ 125,00

Prêmio Comercial R$231,23

Prêmio Bruto (incremento do IOF) R$ 247,42

77
Capítulo 2

Exemplo 2.17: Uma seguradora realiza o cálculo de uma apólice de seguro para um
futuro cliente que adquiriu um carro novo e apresenta o Prêmio a ser pago no valor de
R$2.890,00 para o período de um ano. O cliente tem a opção de inserir uma cobertura
adicional de valor de novo para três meses por R$320,00. Sabendo-se que esse tipo
de seguro tem a incidência de IOF no percentual de 7% e que o custo da apólice é
de R$60,00, pergunta-se: Qual o valor do prêmio bruto à vista que o cliente tem que
pagar com a cobertura adicional de valor de novo? E, se o futuro cliente quiser parcelar
o valor do Prêmio em quatro prestações (1 entrada + 3 parcelas) com um adicional de
fracionamento de 3,5% ao mês, quais serão os valores das parcelas?

Solução:

a. Cálculo do Prêmio Bruto à vista com a cobertura adicional:


De acordo com o Decreto n. 6.306, de 14 de dezembro de 2007, Art. 21, a Base
de Cálculo do IOF para seguro de automóveis é o valor do prêmio pago. Dessa
forma, no valor apresentado pela seguradora para o prêmio de R$2.890,00 já está
o incremento do IOF em 7%. Portanto, para o cálculo do prêmio com a cobertura
adicional, vamos desindexar os 7% do IOF, ou seja:

Prêmio Parcial

Vamos acrescentar a esse valor os R$ 320,00 correspondentes à cobertura


adicional de valor de novo.

Prêmio Comercial

Para o cálculo do Prêmio Bruto com cobertura adicional, precisamos acrescentar


o IOF de 7%:

Prêmio Bruto

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Prêmio Bruto apresentado ao cliente R$ 2.890,00

Cobertura adicional para 3 meses – Valor de Novo R$ 320,00

IOF (%) 7%

Custo da apólice R$ 60,00

Prêmio Parcial (sem IOF) R$ 2.700,93

Prêmio Comercial (acrescido da cobertura adicional) R$ 3.000,93

Prêmio Bruto (com IOF) R$ 3.211,00

78
Matemática Atuarial

b. Cálculo das parcelas – para pagamento em 4 vezes com entrada


Para o cálculo das parcelas com o adicional de fracionamento de 3,5% ao mês,
vamos encontrar o valor do prêmio parcial sem a incidência do IOF de 7% e
descontar em seguida o valor da apólice, já que a mesma deve ser paga junto
com a primeira parcela, ou seja:

Prêmio Parcial

A próxima etapa é o cálculo do prêmio com o acréscimo da cobertura adicional


de valor de novo:

Prêmio Comercial

Vamos acrescentar o IOF de 7% para determinar o valor do Prêmio Bruto com


esse incremento e, em seguida, calcular o valor das parcelas a serem pagas.

Prêmio Bruto (sem o valor da apólice)

Para o cálculo das parcelas com entrada vamos usar a fórmula apresentada no
tópico 4.2.2 desta seção, ou seja:

Nesse caso:

Portanto:

Dica: uso da calculadora financeira.

A Figura 2.6 apresenta os cálculos realizados com o auxílio da calculadora


financeira HP-12C.

79
Capítulo 2

Figura 2.6 – Cálculo do Valor Futuro e Juros com o auxílio da calculadora HP-12C

Visor da
Aperte as teclas O que a calculadora faz calculadora

F FIN  Zera os registradores financeiros 0,00

G BEG Configura a calculadora p/pgto. com entrada 0,00

3.168,20 PV Armazena o valor à vista 3.168,20

3,5 i Armazena a taxa 3,50

4 n Armazena o período (n) 4,00

PMT   Calcula o valor da parcela (PMT) -833,38

Fonte: Elaborada pelo autor (2014).

À primeira prestação, além dos R$833,38 encontrados no cálculo, vamos


acrescentar o valor da apólice com o Incremento de 7% do IOF que foi
desindexado no cálculo do Prêmio Parcial, ou seja:

Valor da apólice (com IOF)

Dessa forma a primeira parcela será:

Primeira parcela

E as três parcelas restantes no valor fixo de R$833,38.

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Prêmio Bruto apresentado ao cliente R$ 2.890,00

Cobertura adicional para 3 meses – Valor de Novo R$ 320,00

IOF (%) 7%

Custo da apólice R$ 60,00

Prêmio Parcial (sem IOF) e sem valor da apólice R$ 2.640,93

Prêmio Comercial (acrescido da cobertura adicional) R$ 2.960,93

Prêmio Bruto (com IOF e sem o valor da apólice) R$ 3.168,20

Valor das três últimas parcelas R$ 833,38

Valor da primeira parcela com a apólice incluída R$ 897,58

80
Matemática Atuarial

Exemplo 2.18: No exemplo anterior (2.17), vamos admitir que além do adicional
de Valor de Novo estabelecido na apólice o cliente queira contratar uma cobertura
adicional de carro reserva para os três meses e a seguradora informa que esse
adicional representa R$150,00. Qual será o valor do Prêmio Bruto à vista e qual o
valor das parcelas com essa cobertura adicional?

Solução:

a. Cálculo do Prêmio Bruto à vista com a cobertura adicional:


Já calculamos o Prêmio Parcial que gerou o valor:

Prêmio Parcial

Vamos acrescentar a esse valor os R$ 320,00 correspondentes à cobertura


adicional de Valor de Novo e R$ 150,00 para a do carro reserva.

Prêmio Comercial

Para o cálculo do Prêmio Bruto com cobertura adicional, precisamos acrescentar


o IOF de 7%:

Prêmio Bruto

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Prêmio Bruto apresentado ao cliente R$ 2.890,00

Cobertura Adicional para 3 meses – Valor de Novo R$ 320,00

Cobertura Adicional para 3 meses – Carro Reserva R$ 150,00

IOF (%) 7%

Custo da apólice R$ 60,00

Prêmio Parcial (sem IOF) R$ 2.700,93

Prêmio Comercial (acrescido das coberturas adicionais) R$ 3.170,93

Prêmio Bruto (com IOF) R$ 3.392,90

81
Capítulo 2

b. Cálculo das parcelas – para pagamento em quatro vezes com


entrada
Para o cálculo das parcelas com o adicional de fracionamento de 3,5% ao mês,
vamos encontrar o valor do prêmio parcial sem a incidência do IOF de 7% e
descontar em seguida o valor da apólice, já que a mesma deve ser paga junto
com a primeira parcela, ou seja:

Prêmio Parcial

A próxima etapa é o cálculo do prêmio com o acréscimo da cobertura adicional


de valor de novo e do carro reserva:

Prêmio Comercial

Vamos acrescentar o IOF de 7% para determinar o valor do Prêmio Bruto com


esse incremento e, em seguida, calcular o valor das parcelas a serem pagas.

Prêmio Bruto(sem o valor da apólice)

Cálculo das parcelas com entrada:

Nesse caso:

Portanto:

Dica: uso da calculadora financeira.

A Figura 2.7 apresenta os cálculos realizados com o auxílio da calculadora


financeira HP-12C.

82
Matemática Atuarial

Figura 2.7 – Cálculo do Valor Futuro e Juros com o auxílio da calculadora HP-12C

Visor da
Aperte as teclas O que a calculadora faz calculadora

F FIN  Zera os registradores financeiros 0,00

G BEG Configura a calculadora p/pgto. com entrada 0,00

3.328,70 PV Armazena o valor à vista 3.328,70

3,5 i Armazena a taxa 3,50

4 n Armazena o período (n) 4,00

PMT   Calcula o valor da parcela (PMT) -875,60

Fonte: Elaborada pelo autor (2014).

À primeira prestação, além dos R$ 875,60 encontrados no cálculo, vamos


acrescentar o valor da apólice com o Incremento de 7% do IOF que foi
desindexado no cálculo do Prêmio Parcial, ou seja:

Valor da apólice (com IOF)

Dessa forma a primeira parcela será:

Primeira parcela

E as três parcelas restantes no valor fixo de R$875,60.

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Prêmio Bruto apresentado ao cliente R$ 2.890,00

Cobertura adicional para 3 meses – Valor de Novo R$ 320,00

IOF (%) 7%

Custo da apólice R$ 60,00

Prêmio Parcial (sem IOF) e sem valor da apólice R$ 2.640,93

Prêmio Comercial (acrescido das coberturas adicionais) R$ 3.110,93

Prêmio Bruto (com IOF e sem o valor da apólice) R$ 3.328,70

Valor das 3 últimas parcelas R$ 875,60

Valor da primeira parcela com a apólice incluída R$ 938,80

83
Capítulo 2

Atividades de autoavaliação
1. Um segurado contratou uma apólice de seguro a risco total para um depósito
que armazena tecidos, com uma Importância Segurada (IS) no valor de
R$200.000,00. Houve um sinistro que danificou uma parte do estoque de tecidos
que integralizou R$120.000,00 de prejuízo. Após avaliação feita pelo avaliador
da seguradora, ficou apurado o Valor em Risco Apurado (VRA) em R$275.000,00.
Dessa forma, pergunta-se:

a) Quanto a seguradora deve pagar à empresa dona do depósito? E qual o valor


que deve ser assumido pela empresa que realizou o seguro?

b) Se for contratada uma franquia no valor de R$10.000,00, quanto a seguradora


deve pagar à empresa segurada? E qual a parcela a ser assumida pela empresa
contratante do seguro?

c) Se houvesse perda total do estoque? Qual o valor que a seguradora deve


assumir e qual a parte que cabe à empresa contratante assumir, já que a
Importância Segurada foi menor do que o Valor em Risco Apurado?

2. Uma seguradora realizou um contrato de uma apólice de seguro residencial


no qual o Valor em Risco (VR) declarado foi de R$800.000,00; a Importância
Segurada (IS) foi R$650.000,00 e a taxa de seguros de 3% ao ano. Ocorreu uma
intempérie na vigência do contrato que provocou desmoronamento na residência
e, após vistoria, apurou-se um dano de R$240.000,00 e o Valor em Risco Apurado
(VRA) foi de R$920.000,00. Pergunta-se:

a) Qual o valor do Prêmio Comercial?

b) Qual a indenização a primeiro risco relativo?

3. Vamos considerar, na atividade de autoavaliação anterior (2), que o segurado


quer receber uma indenização maior e, dessa forma, incluiu na sua apólice a
cláusula de rateio parcial com um coeficiente redutor . Dessa forma
calcule: o valor do prêmio a ser pago pelo segurado e a indenização a ser paga
pela seguradora.

84
Matemática Atuarial

4. Uma seguradora realizou uma apólice com cláusula de Valor de Novo (VN) com
um segurado, para um imóvel cuja Importância Segurada (IS) foi de R$700.000,00.
Com o passar do tempo, o imóvel se depreciou e tem Valor Atual (VA) de
R$320.000,00 e o Valor de Novo (VN) de R$850.000,00. Vamos imaginar que uma
grande inundação gerou perda total do imóvel. Diante desses fatos, responda:
Qual o valor da indenização a ser paga pela seguradora ao segurado? E se o
Valor Atual fosse R$380.000,00?

5. A empresa ‘Delta’ contratou um seguro a primeiro risco absoluto para um


equipamento que foi adquirido no valor de R$70.000,00. Na apólice ficou estipulada
uma franquia de R$5.000,00. Qual o valor a ser recebido pela empresa se houve um
sinistro na empresa e o equipamento sofreu um dano no valor de R$38.000,00?

6. A empresa ‘Alfa’ realizou uma apólice de seguro a lucros cessantes com


a seguradora ‘Seguro Total’ por um determinado período e, na vigência do
contrato, ocorreu um sinistro que paralisou as suas atividades. Ela apresenta uma
Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) que indica estar operando com
lucro positivo. Com base nessas informações e na DRE, determinar a indenização
que será paga pela seguradora à empresa segurada e a Margem de Lucro Bruto
Segurável (MLBS).

DRE

Contas (R$) Valores (R$)

Receita de vendas 300.000,00

Despesas fixas (190.000,00)

Despesas variáveis (75.000,00)

Lucro líquido 35.000,00

7. Uma segurada realizou uma apólice de seguro de Acidentes Pessoais de


Passageiros (APP) com a previsão do pagamento de indenizações para invalidez
permanente no valor de R$ 80.000,00 e para morte por R$80.000,00. Ocorreu um
acidente que provocou a ‘perda total do uso de um dos pés’ do segurado. Qual
o valor da indenização a ser paga pela seguradora já que causou invalidez parcial
do segurado? E se, em decorrência do acidente, ocorreu a morte do segurado,
qual será o valor da indenização a ser paga?

85
Capítulo 2

8. Um segurado contratou uma apólice de seguro de automóvel, na qual está


caracterizado um Valor Determinado (VD) de R$35.000,00 e o percentual
contratado para caracterização de indenização integral corresponde a 75%
(representa o percentual máximo). Com esse cenário apresentado no contrato,
qual é o valor do sinistro que vai caracterizar a indenização integral do veículo?

9. Um segurado realizou a contratação de uma apólice de seguro de automóvel


por Valor de Mercado Referenciado (VMR) tendo a tabela Fipe como referência
para o pagamento da indenização, um Fator de Ajuste de 1,2 e o percentual para
caracterização de indenização integral de 70%. Diante dessas informações, pergunta-
se: qual é o valor do sinistro que vai caracterizar o pagamento da indenização integral
do veículo, se na data do sinistro foi observado na tabela Fipe ano de fabricação,
marca e modelo do automóvel e apurou-se o valor de R$22.000,00?

10. A seguradora ‘Seguro Total’ tem uma carteira de seguros de automóveis


com 700 carros segurados. Sabendo-se que a Importância Segurada (IS) para
cada veículo, na data da contratação, é de R$19.000,00, que as Despesas
Administrativas (DA) previstas são de 15%, a Comissão de Corretagem (CC) é de
7%, o Lucro (L) previsto é de 6%, o custo da apólice é de R$80,00 e que o IOF
para a operação de seguro de automóveis é de 7%, determinar:

a) O Prêmio Bruto (com incidência do IOF) se o contrato da apólice prevê:


sinistros de indenização integral a serem pagos pelo Valor de Mercado
Referenciado (VMR) e que sejam previstos pagamentos de seis indenizações
assim distribuídas: 2 (duas) no valor de R$18.000,00; 2 (duas) no valor de
R$12.000,00 e 2 (duas) no valor de R$8.500,00 (valores variados determinados de
acordo com a tabela estipulada no contrato).

b) O Prêmio Bruto (com incidência do IOF) se o contrato da apólice prevê:


sinistros de indenização integral a serem pagos pelo Valor Determinado (VD) e
que sejam previstos pagamentos de seis indenizações no valor de R$18.000,00
cada uma (valor é fixo e previsto no contrato).

86
Matemática Atuarial

11. João quer contratar uma apólice de seguro para um carro zero km que
acabou de adquirir e a seguradora apresenta o valor R$2.390,00 como Prêmio a
ser pago para a cobertura de um período de um ano. A seguradora apresenta ao
futuro cliente a opção de inserir uma cobertura adicional de valor de novo para
três meses por R$380,00. Sabendo-se que esse tipo de seguro tem a incidência
de IOF no percentual de 7% e que o custo da apólice é de R$70,00, pergunta-se:

a) Qual o valor do Prêmio Bruto à vista que o cliente tem que pagar com a
cobertura adicional de Valor de Novo?

b) Se o futuro cliente quiser parcelar o valor do Prêmio em seis prestações (1


entrada + 5 parcelas) com um adicional de fracionamento de 3,2% ao mês, quais
serão os valores das parcelas?

87
Capítulo 3

Introdução Atuarial

Habilidades Ao final deste capítulo, o estudante irá entender


que a Matemática Atuarial é o ramo da Matemática
que usa estatística e matemática financeira, ligada
diretamente ao segmento de seguros auxiliando no
cálculo de prêmios. Compreenderá a construção
de tábuas de mortalidade ou sobrevivência e de
tábuas de comutação, conceito de esperança
matemática e vai realizar cálculos de prêmios com
auxílio das tábuas de comutação. Ainda, entenderá
que vida média completa para uma idade ‘x’ indica
a quantidade de anos, em média, que vive cada
componente de um grupo.

Seções de estudo Seção 1:  Introdução atuarial

Seção 2:  Tábuas de mortalidade ou sobrevivência

Seção 3:  Esperança matemática

Seção 4:  Vida média completa

Seção 5:  Tábuas de comutação

89
Capítulo 3

Seção 1
Introdução atuarial
A atuarial é uma ciência que aplica conhecimentos da matemática financeira e
estatística na análise de riscos e expectativas, principalmente na administração
de seguros e fundos de pensão. As origens da atuária remontam aos primórdios
da civilização, em que já se observava as primeiras preocupações em se criarem
garantias aos indivíduos de uma sociedade e em se estudar quantidades de
nascimento e morte das pessoas.

1.1 Origem da ciência atuária


A origem da ciência atuária se dá nos primórdios da civilização em que já se
cultivava a ideia de criar uma garantia mútua, coletiva e social de indivíduos.

Segundo Rubin (1995 apud SOUZA, 2007, p. 132), ciências atuárias é o ramo do
conhecimento que lida com a matemática de seguro, incluindo probabilidades,
usada para garantir que os riscos sejam cuidadosamente avaliados, os prêmios
sejam estabelecidos adequadamente pelos classificadores de riscos e a provisão
para os pagamentos futuros de benefício seja adequada.

Segundo o IBA (2014),

No período de 753 a 510 a.C., ou seja, no Império Romano, já se


notava a preocupação em registrar os nascimentos e as mortes
ocorridos entre os habitantes de algumas regiões, e foi Domitius
Ulpiames, prefeito de Roma, que deu os primeiros passos para o
desenvolvimento do ‘seguro de vida’, pois, considerado o maior
economista de sua época, interessou-se pelo assunto e estudou
documentos sobre ‘nascimentos’ e ‘mortes’, sendo que suas
observações concorreram para o progresso da atuária, daí o
título de o primeiro atuário da História.

O IBA – Instituto Brasileiro de Atuária foi fundado em 1944 por iniciativa


de pesquisadores e matemáticos interessados em ampliar o campo de
estudo em temas e trabalhos de natureza atuarial; tem por objetivos a
pesquisa, o desenvolvimento e aperfeiçoamento da ciência e da tecnologia
dos fatos aleatórios econômicos, financeiros e biométricos, em todos os
seus aspectos e aplicações, colaboração com as instituições de seguro
e capitalização, previdência social e privada, organizações bancárias
e congêneres e cooperação com o Estado, no campo de atuação do
profissional de atuaria e na implementação de técnica atuarial.
Fonte: Souza (2007, p. 134).

90
Matemática Atuarial

Ainda, de acordo com o IBA (2014), instituições mercantis, no século XVII,


na Inglaterra e Holanda, mediante recebimento de uma quantia única,
comprometiam-se a pagar, a determinadas pessoas, pensões vitalícias, em
cumprimento das disposições testamentárias ou de natureza semelhante, das
quais desejavam se livrar os constantes devedores.

As quantias únicas eram determinadas por meio empírico, sem nenhum


fundamento científico, insuficientes à responsabilidade a que se destinavam, pois
a operação não raramente resultava na bancarrota do respectivo ‘segurador’,
com prejuízos irrecuperáveis para os beneficiários das pensões contratadas, na
maioria por viúvas e órfãos. (IBA, 2014).

Nesse mesmo período, os governos realizaram operações similares às praticadas


pelas instituições mercantis, as quais se empenhavam em vender aos seus
súditos títulos públicos que asseguravam ao tomador a percepção de uma renda
vitalícia. Dessa forma, a correta determinação da importância em dinheiro a ser
cobrada em contraprestação dessa obrigação a prazo incerto naturalmente lhes
interessava de perto, e acabaram encarregando seus melhores matemáticos de
estudar o problema e encontrar a solução. (IBA, 2014).

Conforme o IBA (2014), a base matemática necessária havia sido estabelecida


no mesmo século por Pascal e Fermat, na França, idealizadores do cálculo da
probabilidade. De Witt, na Holanda, Graunt e Halley, na Inglaterra, estudaram o
problema levando em conta as leis da probabilidade e a longevidade humana,
deduzida esta dos registros de nascimentos e óbitos.

A partir de então, a matemática atuarial se desenvolveu, principalmente à medida


que matemáticos, economistas e filósofos se interessaram pelo assunto. Entre
1700 e 1900, tivemos a construção de várias tábuas de mortalidade, como
também o desenvolvimento das comutações, ferramenta fundamental utilizada no
cálculo atuarial. (IBA, 2014).

Portanto, de acordo com Souza (2007, p.131), “a incerteza que caracteriza a vida
das pessoas em termo de espaço e tempo foi desde o início a razão de ser do
atuário e, por consequência, da Matemática Atuarial”.

1.2 Simbologias
No desenvolvimento dos estudos atuariais, várias simbologias ou notações serão
utilizadas para a elaboração dos cálculos e construção das tábuas de mortalidade
ou sobrevivência. Dessa forma, neste tópico, estaremos destacando os símbolos
e suas origens e evidenciando os elementos que compõem uma tábua de
mortalidade ou sobrevivência e elaborando uma proposta para a construção da
mesma. O Quadro 3.1 apresenta os símbolos e suas origens.

91
Capítulo 3

Quadro 3.1 – Símbolos e origem

Descrição Símbolo Origem

Idade x idade de um indivíduo x

Número de sobreviventes l lives em inglês = vidas

Número de sobreviventes na idade x lx sobreviventes na idade x

Número de falecimento na idade x dx dead em inglês = morto

Fonte: Elaborado pelo autor (2014).

Essas notações foram adotadas de forma definitiva no II Congresso Internacional


de Atuários, em 19 de maio de 1989.

Outras letras como p, e e q também serão utilizadas e terão as suas funções


explicadas ao longo do texto.

Com base nesses elementos simbólicos, podemos apresentar um modelo de


tábua simples de sobrevivência ou mortalidade (Quadro 3.2).

Quadro 3.2 – Modelo de tábua de sobrevivência ou mortalidade

Idades Sobreviventes Falecimentos

0 l0 d0 = l0 – l1

1 l1 d1 = l1 – l2

2 l2 d2 = l2 – l3

3 l3 d3 = l3 – l4

. . .

. . .

. . .
x lx dx = lx – lx + 1

x+1 lx + 1 dx + 1 = lx + 1 – lx + 2

. . .

. . .

. . .

w–1 lw – 1 dw – 1 = lw – 1 – lw
w lw = 0

Fonte: Elaborado pelo autor (2014), com base em Filho (2014, p. 17).

92
Matemática Atuarial

Observações sobre a tábua:

•• w – 1 é a ‘idade extrema’ da tábua, ou seja, os sobreviventes que


não chegam à idade w ou lw = 0 e w será a idade máxima.
•• l0 será a ‘raiz’ da tábua, ou seja, l0 representa o número de pessoas
vivas com idade inferior a um ano.
•• dx = lx – lx + 1 representa o número de mortes em uma idade x, ou seja,
o número de falecimentos entre duas idades consecutivas.

1.3 A função sobrevivência S(x)


De acordo com Filho (2014), de forma intuitiva, todos nós sabemos como se
comporta a função sobrevivência. O autor relata que:

Os falecimentos são relativamente mais fortes nos primeiros


anos de vida e depois decrescem quando meninos ou
meninas; crescem na adolescência até meia idade e daí se
inicia um processo de aceleração com a aproximação do limite
pressuposto para o ser humano. (FILHO, 2014, p. 21).

Como já destacamos no tópico anterior, chamamos de x a idade de vida das pessoas.


Se uma pessoa de idade x conseguir chegar à idade x + 1 , entendemos que houve
uma probabilidade de Sobrevivência ( S ), que é função de x, ou seja: S (x) .

A função S (x) é contínua e está definida em um intervalo , em que w


são idades um pouco maiores do que 100 anos. A seguir vamos apresentar um
exemplo de função sobrevivência.

Exemplo 3.1 (baseado em FILHO, 2014): Seja a função

sobrevivência definida em , qual a probabilidade ( p ) de uma pessoa

sobreviver à idade de 25 anos? Qual a probabilidade ( p ) de uma pessoa falecer


entre 25 e 45 anos? Qual seria a probabilidade ( p ) de uma pessoa sobreviver à
idade de 45 anos e de morrer até essa idade usando a função dada? E qual a
probabilidade do seu falecimento (F)?

93
Capítulo 3

Solução:

a. Cálculo da probabilidade ( p ) de uma pessoa sobreviver à idade de


25 anos.
A função de sobrevivência dada é: , logo a probabilidade de uma

pessoa sobreviver a anos é:

b. Cálculo da probabilidade ( p ) de uma pessoa falecer entre 25 e 45


anos.
Para calcular essa probabilidade vamos determinar a diferença entre .

c. Cálculo da probabilidade ( p ) de uma pessoa sobreviver à idade de


45 anos e de morrer até essa idade e qual a probabilidade do seu
falecimento.

Nesse caso vamos calcular a probabilidade ( p ) usando:

Se , podemos escrever: , como e ,

teremos que: .

Para calcular a probabilidade do seu falecimento, vamos usar a probabilidade


contrária à sobrevivência que será dada por: . Portanto:
.

94
Matemática Atuarial

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Função Sobrevivência

Probabilidade ( p ) de uma pessoa sobreviver à idade de 25 anos

Probabilidade ( p ) de uma pessoa falecer entre 25 e 45 anos

Probabilidade ( p ) de uma pessoa sobreviver à idade de 45 anos e


de morrer até essa idade

Probabilidade do falecimento

Na próxima seção, vamos apresentar as tábuas de mortalidade usadas no Brasil


e realizar cálculos com base nas tábuas.

Seção 2
Tábuas de mortalidade ou sobrevivência
Após a apresentação, na seção anterior, de algumas simbologias usadas nos
cálculos atuariais e do conhecimento da função sobrevivência e de conceitos de
probabilidades vamos iniciar os estudos das tábuas de mortalidade ou sobrevivência.

2.1 Elaboração das tábuas de mortalidade ou sobrevivência


Tábua de mortalidade ou sobrevivência pode ser definida como uma tabela
que indica anualmente a quantidade de pessoas vivas da mesma idade. São
utilizadas pelas empresas de seguros e é de vital importância por representarem
as probabilidades de uma determinada população.

Também pode ser definida como o instrumento destinado a medir as


probabilidades de vida e de morte. Consiste em uma tabela que registra, de um
grupo inicial de pessoas da mesma idade, o número daqueles que vão atingindo
as diferentes idades, até a extinção completa do referido grupo.

As tábuas de mortalidade admitidas no Brasil, durante muitos anos, foram


as estrangeiras. De acordo com Filho (2014), era obrigatório por lei o uso da
American Experience; a Combined Experience, Hunter’s Semi-Tropical e outras de
mortalidade francesa e suíça.

95
Capítulo 3

Algumas tábuas utilizadas atualmente no Brasil são: CSO-1941 (Commissioner’s


Standart Ordinary); CSO-1958 e a CSO-1980; EB-5 – Experiência Brasileira de
Seguro de Vida em Grupo, 1949 – Male Lives, Tábuas de Mortalidade de Inválidos
do IABP-1957, AT-2000 etc., podendo ser utilizadas outras tábuas, desde que
reconhecidas pelo IBA, Susep e SPC.

Segundo Filho (2014, p. 35), a Secretaria de Previdência Complementar (SPC)


é um órgão do Ministério da Previdência Social subordinado ao Conselho de
Gestão da Previdência Complementar, responsável pela fiscalização dos fundos
de pensão. É função do SPC:

•• dispor sobre as diretrizes básicas para o Sistema de Previdência


Complementar brasileiro;
•• harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência
privada com as políticas de desenvolvimento social e econômico-
financeira do governo;
•• supervisionar, coordenar, orientar e controlar as atividades
relacionadas com a Previdência Complementar Fechada;
•• analisar e definir os pedidos de autorização para constituição,
funcionamento, fusão, incorporação, agrupamento, transferência
de controle e reforma de estatutos das entidades fechadas da
previdência privada;
•• fiscalizar as atividades das entidades fechadas de previdência
privada, quanto ao cumprimento da legislação e normas em vigor e
aplicar as penalidades cabíveis.

A escolha da tábua pelas seguradoras, empresas de previdência privada, abertas


e fechadas deve ser realizada conforme o tipo de seguro que será analisado, ou
seja, seguro individual, grupo ou rendas. Dessa forma, as tábuas devem ser
respectivamente de experiências individuais, coletivas e de anuidade. (FILHO, 2014).

De acordo com Azevedo (2008, p. 202), “todo e qualquer produto, seja da


área de Previdência, seja da área de Vida, tem como sustentáculo, Tábuas de
Mortalidade”. Ainda, segundo o autor, tendo como base um número fechado de
participantes, chamado ‘raiz’, em que o gênero pode ser levado em consideração,
a Tábua de Mortalidade revela a quantidade de pessoas vivas anualmente em
cada idade. Isso significa que a tábua é determinada pelas taxas anuais de
mortalidade ou sobrevivência.

A construção das tábuas (pelas seguradoras e reconhecidas pelos órgãos


oficiais), segundo Bowers Jr. et al. (1977 apud AZEVEDO, 2008, p. 202), pode
ser oriunda da experiência de seguradoras ou se valer dos dados dos censos

96
Matemática Atuarial

e por convenção universal, são compostas por seis colunas assim distribuídas:
coluna de idades, em anos ( x ); quantidade de pessoas vivas em cada idade
( lx ); quantidade de pessoas mortas em cada idade ( dx ); taxa de mortalidade
referente a cada idade ( qx ); taxa de sobrevivência referente a cada idade ( px ) e
expectativa de vida ( ex ).

Na seção anterior, elaboramos uma proposta para uma tábua de Sobrevivência


ou Mortalidade e explicamos a origem das letras x, l e d agora, vamos apresentar
a origem das letras q, p e e presentes nas tábuas.

A letra q representa a taxa de mortalidade referente a cada idade e pode ser


representada pela razão entre o número de pessoas mortas em uma idade dx pelo
número de pessoas da idade lx . Ou seja:

como dx = lx – lx + 1 podemos reescrever:

Já a letra p corresponde à taxa de sobrevivência referente à idade x e, se


somarmos px com qx , o resultado será sempre 1, ou seja:

A função expectativa de vida representa o número médio de anos que uma


pessoa da idade x espera viver, estando submetida a determinadas taxas de
mortalidade (daremos destaque a essa função na seção 4 deste capítulo).

Dessa forma, vamos apresentar no Quadro 3.2 uma adaptação da tábua


CSO‑1958, composta pelas colunas . Para a sua construção
usamos a coluna das idades e a coluna da quantidade de pessoas vivas em
cada idade fornecida pela CSO-1958 e as demais colunas foram obtidas pelas
fórmulas apresentadas anteriormente, ou seja:

dx
qx =
lx

97
Capítulo 3

Quadro 3.2 – Tábua de Mortalidade ou Sobrevivência

x lx dx qx qx (%)

         

0 100.000 708 0,00708 0,708%

1 99.292 175 0,00176 0,176%

2 99.117 150 0,00151 0,151%

3 98.967 145 0,00147 0,147%

4 98.822 138 0,00140 0,140%

5 98.684 133 0,00135 0,135%

6 98.551 129 0,00131 0,131%

7 98.422 124 0,00126 0,126%

8 98.298 121 0,00123 0,123%

9 98.177 118 0,00120 0,120%

10 98.059 119 0,00121 0,121%

11 97.940 120 0,00123 0,123%

12 97.820 124 0,00127 0,127%

13 97.696 129 0,00132 0,132%

14 97.567 135 0,00138 0,138%

15 97.432 145 0,00149 0,149%

16 97.287 150 0,00154 0,154%

17 97.137 158 0,00163 0,163%

18 96.979 164 0,00169 0,169%

19 96.815 168 0,00174 0,174%

20 96.647 173 0,00179 0,179%

21 96.474 177 0,00183 0,183%

22 96.297 179 0,00186 0,186%

23 96.118 181 0,00188 0,188%

24 95.937 184 0,00192 0,192%

25 95.753 184 0,00192 0,192%

98
Matemática Atuarial

x lx dx qx qx (%)

26 95.569 188 0,00197 0,197%

27 95.381 189 0,00198 0,198%

28 95.192 194 0,00204 0,204%

29 94.998 197 0,00207 0,207%

30 94.801 202 0,00213 0,213%

31 94.599 207 0,00219 0,219%

32 94.392 213 0,00226 0,226%

33 94.179 218 0,00231 0,231%

34 93.961 226 0,00241 0,241%

35 93.735 235 0,00251 0,251%

36 93.500 247 0,00264 0,264%

37 93.253 261 0,00280 0,280%

38 92.992 280 0,00301 0,301%

39 92.712 301 0,00325 0,325%

40 92.411 326 0,00353 0,353%

41 92.085 354 0,00384 0,384%

42 91.731 383 0,00418 0,418%

43 91.348 413 0,00452 0,452%

44 90.935 448 0,00493 0,493%

45 90.487 484 0,00535 0,535%

46 90.003 525 0,00583 0,583%

47 89.478 569 0,00636 0,636%

48 88.909 618 0,00695 0,695%

49 88.291 671 0,00760 0,760%

50 87.620 729 0,00832 0,832%

51 86.891 791 0,00910 0,910%

52 86.100 858 0,00997 0,997%

53 85.242 928 0,01089 1,089%

99
Capítulo 3

x lx dx qx qx (%)

54 84.314 1003 0,01190 1,190%

55 83.311 1083 0,01300 1,300%

56 82.228 1169 0,01422 1,422%

57 81.059 1260 0,01554 1,554%

58 79.799 1356 0,01699 1,699%

59 78.443 1458 0,01859 1,859%

60 76.985 1566 0,02034 2,034%

61 75.419 1678 0,02225 2,225%

62 73.741 1792 0,02430 2,430%

63 71.949 1912 0,02657 2,657%

64 70.037 2034 0,02904 2,904%

65 68.003 2159 0,03175 3,175%

66 65.844 2287 0,03473 3,473%

67 63.557 2418 0,03804 3,804%

68 61.139 2548 0,04168 4,168%

69 58.591 2673 0,04562 4,562%

70 55.918 2784 0,04979 4,979%

71 53.134 2877 0,05415 5,415%

72 50.257 2948 0,05866 5,866%

73 47.309 2992 0,06324 6,324%

74 44.317 3019 0,06812 6,812%

75 41.298 3030 0,07337 7,337%

76 38.268 3030 0,07918 7,918%

77 35.238 3020 0,08570 8,570%

78 32.218 2998 0,09305 9,305%

79 29.220 2957 0,10120 10,120%

80 26.263 2888 0,10996 10,996%

81 23.375 2790 0,11936 11,936%

100
Matemática Atuarial

x lx dx qx qx (%)

82 20.585 3289 0,15978 15,978%

83 17.296 1869 0,10806 10,806%

84 15.427 2314 0,15000 15,000%

85 13.113 2113 0,16114 16,114%

86 11.000 1901 0,17282 17,282%

87 9.099 1684 0,18508 18,508%

88 7.415 1470 0,19825 19,825%

89 5.945 1263 0,21245 21,245%

90 4.682 1068 0,22811 22,811%

91 3.614 889 0,24599 24,599%

92 2.725 724 0,26569 26,569%

93 2.001 579 0,28936 28,936%

94 1.422 450 0,31646 31,646%

95 972 342 0,35185 35,185%

96 630 252 0,40000 40,000%

97 378 185 0,48942 48,942%

98 193 129 0,66839 66,839%

99 64 64 1,00000 100,000%

Fonte: Elaborado pelo autor (2014), com base na CSO-1958.

Algumas considerações sobre a tábua apresentada no Quadro 3.2:

•• Observe que a tábua inicia com um grupo de 100.000 pessoas,


dessa forma, quando verificamos na tábua , significa que
essa foi a quantidade de pessoas mortas com idade maior ou igual a
20 anos, mas que não completaram 21 anos.
•• A probabilidade de alguém com 30 anos não chegar a 31 anos é de
0,213%.

•• A razão representa a chance de sobrevivência entre idades, ou

seja, de alguém com a idade x chegar à idade .

101
Capítulo 3

•• Em uma tábua, a última idade corresponde à letra como já


informamos na seção 1 desta unidade. Portanto, no caso da tabela
apresentada para , temos .
•• De acordo com Messina (1993 apud AZEVEDO, 2008, p. 204), na
ocorrência de que alguém chegue ao centenário, para efeito de
seguro, o capital segurado poderá ser-lhe dado em vida, pois como
a presunção matemática é de que ninguém atinja a última idade,
quem ultrapassá-la poderá ser considerado “atuarialmente morto”,
dessa forma, há de receber o capital segurado em vida.
•• Segundo Azevedo (2008, p. 205), as tábuas de Mortalidade ou
Sobrevivência representam a realidade de um determinado grupo
de estudo em um determinado país em certa época. Portanto, uma
tábua aplicada no Rio de Janeiro não deve ser aplicada no Piauí,
por exemplo, bem como aquela aplicada na Suécia não deve ser
aplicada no Brasil.

Exemplo 3.2: Usando os dados da tábua apresentada no Quadro 3.2, determinar


a probabilidade ( p ) de alguém com 25 anos sobreviver até a idade de 40 anos.

Solução:

Para determinar a probabilidade ( p ), devemos calcular a razão entre o número


de sobreviventes de 40 anos que corresponde a 92.411 pelo número de
sobreviventes com 25 anos, que corresponde a 95.753, ou seja:

Portanto, a probabilidade de alguém com 25 anos completar 40 anos é de


96,51%.

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Número de sobreviventes de 40 anos 92.411

Número de sobreviventes de 25 anos 95.753

Probabilidade de alguém com 25 anos completar 40 anos 96,51%

102
Matemática Atuarial

Exemplo 3.3: Determinar a probabilidade ( p ) de uma pessoa com 25 anos morrer


a partir dos 55 anos, porém sem completar 58 anos.

Solução:

Nessa situação, temos uma probabilidade condicional, dessa forma, na resolução,


devemos considerar duas etapas:

Etapa I: Devemos considerar a probabilidade ( p1 ) de uma pessoa com 25 anos

chegar aos 55 anos, ou seja, .

Etapa II: Devemos considerar a probabilidade ( p2 ) de uma pessoa com 55 anos


não completar 58. Dessa forma, ela pode morrer com 55, 56 ou 57, ou seja,

Assim, a probabilidade ( p ) será calculada por:

Como e , podemos escrever a probabilidade ( p ) como sendo:

Logo:

Portanto, a probabilidade ( p ) de uma pessoa com 25 anos morrer a partir dos 55


anos, porém sem completar 58 anos, é de 3,6%.

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Probabilidade ( p1 ) de uma pessoa com 25 anos chegar aos 55 anos

Probabilidade ( p2 ) de uma pessoa com 55 anos não completar 58 anos

Probabilidade ( p ) de uma pessoa com 25 anos morrer a partir dos 55


anos, porém sem completar 58 anos

Na próxima seção daremos destaque ao conceito de esperança matemática.

103
Capítulo 3

Seção 3
Esperança matemática
Nesta seção vamos apresentar o conceito de esperança matemática que está
relacionado a um fenômeno possível de acontecer que pode ser tecnicamente
calculado e usado nos cálculos dos seguros.

3.1 Definições
De acordo com Filho (2014), a esperança é um fenômeno possível de acontecer.
Já a esperança matemática é um fenômeno possível de acontecer tecnicamente
calculado. Para entender essa diferença, o autor faz a seguinte indagação: Qual a
diferença entre jogo e seguro?

Segundo Filho (2014), no jogo, ao apostar, tem-se a esperança de algum ganho,


já que ninguém aposta num jogo com a esperança de perder. No seguro, tem-se
a esperança de não perder ou equilibrar.

As semelhanças entre jogo e seguro ainda apontam que no jogo as chances


devem ser iguais para ganhador ou perdedor e deve ser multiplicado pela
probabilidade do ganho. Já o seguro deve ser justo no preço em relação ao
esperado. Ou seja, o ganho deve ser justo para equilibrar o acontecimento
decorrente do fenômeno tecnicamente calculado. No jogo o objetivo é lucrar
em relação à aposta, já no seguro não há objetivo de lucro, mas de equilíbrio
patrimonial ou pessoal. (FILHO, 2014).

Diante do exposto, podemos calcular a esperança matemática ( E ) como sendo o


produto do ganho esperado ( Q ) pela probabilidade ou possibilidade ( p ) do evento
acontecer, e ainda multiplicado pela atualização financeira do ganho futuro ( v ) e
vamos considerar ( n ) o tempo entre a aposta e o pagamento do seguro. Dessa
forma podemos representar a esperança matemática algebricamente como:

Como ( v ) representa a atualização financeira do ganho futuro submetido a uma

taxa de juros ( i ), podemos escrever .

Assim, podemos reescrever a esperança matemática como sendo:

104
Matemática Atuarial

Exemplo 3.4: Uma associação beneficente promove um sorteio de um


automóvel com o objetivo de arrecadar fundos para uma causa social no valor
de R$45.000,00. Sabendo-se que foram colocados à venda 3.500 bilhetes e que
o sorteio será realizado dentro de cinco meses, ainda, que a taxa de juros de
aplicação no mercado financeiro é de 0,6% ao mês, na ocasião do recebimento
total dos recursos provenientes das vendas de todos os bilhetes, pergunta-se:
qual e a esperança matemática desse sorteio?

Solução:

Dados:

Como: temos:

Dessa forma, a esperança matemática é de R$12,48; o que significa que cada


bilhete custará esse valor, ou seja, esse é o preço matemático do ‘risco’ e os
3.500 bilhetes devem ser vendidos.

No caso de seguros, o risco é de R$45.000,00 e 3.500 pessoas vão se agrupar


para pagar esse risco.

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Valor do automóvel R$ 45.000,00

Número de bilhetes a serem vendidos 3.500

Período para acontecer o sorteio 5 meses

Taxa de juros no período do sorteio 0,6% ao mês

Probabilidade

Esperança matemática R$ 12,48

105
Capítulo 3

Exemplo 3.5: Uma rifa que apresenta como prêmio uma viagem para a Disney
está sendo organizada por uma entidade beneficente. Sabendo-se que o valor da
viagem com acompanhante totaliza R$10.000,00, que o total de bilhetes postos à
venda é de 1.500, o prazo para o sorteio é de quatro meses e que a taxa de juros
por ocasião do sorteio é de 1% ao mês, pergunta-se: qual deve ser o valor de
venda de cada bilhete?

Solução:

Dados:

Como: temos:

Portanto, o custo de cada bilhete é R$6,41.

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Valor do prêmio R$ 10.000,00

Número de bilhetes a serem vendidos 1.500

Período para acontecer o sorteio 4 meses

Taxa de juros no período do sorteio 1,0% ao mês

Probabilidade

Valor do bilhete R$ 6,41

Na próxima seção apresentaremos vida média completa para uma determinada


idade x .

106
Matemática Atuarial

Seção 4
Vida média completa
Nesta seção apresentaremos o conceito de vida média completa que também é
conhecido como esperança completa de vida.

4.1 Definições
Vida média completa pode ser definida como a quantidade média de anos que
vive cada componente do grupo lx ou, ainda, a quantidade média de anos que
alguém da idade x deverá viver.

Antes de apresentar a expressão matemática que determina a esperança


completa de vida ( ), é necessário definir quantidade de existência ( Tx ).

Quantidade de existência ( Tx ) é o somatório dos anos vividos pelas pessoas


componentes de um grupo de idade x até o instante de sua extinção. Ou seja, é o
acompanhamento ano a ano de um grupo até sua extinção. (FILHO, 2014).

Para a determinação de Tx parte-se do pressuposto de que no instante t no meio


do ano iniciam-se os falecimentos das pessoas do grupo com a idade x . Como
nem todos morrem ao mesmo tempo, entende-se que até a extinção do grupo,
ano a ano, morre a metade dos vivos da idade x , , ,... até , que
corresponde à extinção total do grupo. (FILHO, 2014).

Portanto, para o cálculo de Tx temos que:

Logo:

Com a definição da expressão matemática que determina a quantidade de


existência ( Tx ), podemos apresentar a expressão que calcula a vida média que,
segundo Filho (2014), é uma expressão utilizada nos livros franceses denotada
por de um grupo, e é a razão entre a quantidade de existência de um grupo Tx e
a quantidade de pessoas do grupo lx em certa idade. Ou seja:

107
Capítulo 3

Ainda, segundo o autor, pode-se afirmar que a vida média para uma pessoa é o
‘quanto’ em número de anos tem ainda para viver em média.

Podemos reescrever a expressão , substituindo,

, que gera a expressão:

Exemplo 3.6: Usando os dados da CSO-1958 apresentada na seção anterior,


determine qual é a expectativa de vida de uma pessoa com 90 anos.

Solução:

Como e a idade máxima apresentada na tábua CSO-1958 corresponde a


99, ou seja, , teremos que:

Logo:

Portanto, podemos concluir que a expectativa completa de vida para uma pessoa
com 90 anos de idade é de aproximadamente 3 anos.

108
Matemática Atuarial

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Idade da pessoa ‘x’ 90 anos

Tábua de comutação CSO-1958

Expectativa de vida completa de uma pessoa com 90 anos

Na próxima seção iremos apresentar como são construídas as tábuas de


comutação e suas aplicações.

Seção 5
Tábuas de comutação
Alguns autores consideram que as tábuas de comutação foram um grande
marco na história dos seguros de renda, pois simplificam o cálculo de diversas
operações relacionadas à previdência e a seguros contra morte. Esse recurso
foi desenvolvido com o emprego de símbolos para simplificar as expressões
utilizadas no cálculo de anuidades em espaços de tempo diferentes.

5.1 Origem da comutação


De acordo com Filho (2014), as tábuas de comutação foram desenvolvidas por
Hans-Nicolas Tettens em 1875 na Alemanha, entretanto os seus estudos só foram
divulgados muitos anos depois por Griffith Davies em 1825.

A tábua de comutação é resultado das operações que se efetuam com os dados


dos valores provenientes das tábuas de mortalidade ou sobrevivência e que
estão associados algebricamente com o valor das taxas de juros. Ela é formada
por seis colunas sendo três referentes aos valores que correspondem
às funções de sobrevivências e os demais referentes aos valores que
correspondem às funções de falecimento.

No cálculo atuarial utilizam-se as tábuas de comutação para calcular os prêmios


puros dos seguros de vida. De uma mesma tábua de mortalidade ou sobrevivência
pode surgir várias tábuas de comutação, para tanto, é necessário apenas que se
altere a taxa de juros.

109
5.2 Elaboração da tábua de comutação
Como já informado anteriormente, os elementos de uma tábua de comutação são
definidos conforme notação universal por:

Funções de sobrevivência: , em que a letra D corresponde a


denominador; N é numerador e S a soma e x a idade correspondente.

Funções de falecimento: . As letras foram escolhidas, pois são


as imediatamente anteriores na ordem alfabética as letras das funções
sobrevivências, ou seja, C antes do D; M antes do N e R antes do S.

Na sequência, vamos apresentar as fórmulas matemáticas que determinam os


valores que constituem as tábuas de comutação:

, como: , teremos que .

, em que w é a idade máxima da tábua de sobrevivência ou mortalidade.

, como: , teremos que .

, e,

Com o uso das fórmulas apresentadas, vamos elaborar uma tábua de comutação
com base nos dados fornecidos pela tábua de mortalidade geral AT-2000 com
juros de 6% ao ano (Quadro 3.3).

Quadro 3.3 – Tábua de comutação com base em AT-2000 e taxa de 6%

x qx lx dx Dx Nx Sx Cx Mx

0 0,002311 100.000,00 231,10 100.000,00 1.730.595,08 28.979.733 218,02 2.041,79

1 0,000906 99.768,90 90,39 94.121,60 1.630.595,08 27.249.138 80,45 1.823,77

2 0,000504 99.678,51 50,24 88.713,52 1.536.473,47 25.618.543 42,18 1.743,32

3 0,000408 99.628,27 40,65 83.649,82 1.447.759,95 24.082.070 32,20 1.701,14

4 0,000357 99.587,62 35,55 78.882,72 1.364.110,14 22.634.310 26,57 1.668,94

5 0,000324 99.552,07 32,25 74.391,10 1.285.227,41 21.270.200 22,73 1.642,38


Matemática Atuarial

x qx lx dx Dx Nx Sx Cx Mx

6 0,000301 99.519,82 29,96 70.157,55 1.210.836,32 19.984.972 19,93 1.619,64

7 0,000286 99.489,86 28,45 66.166,44 1.140.678,77 18.774.136 17,85 1.599,72

8 0,000328 99.461,41 32,63 62.403,32 1.074.512,33 17.633.457 19,31 1.581,87

9 0,000362 99.428,78 35,99 58.851,74 1.012.109,01 16.558.945 20,10 1.562,55

10 0,00039 99.392,79 38,76 55.500,41 953.257,27 15.546.836 20,42 1.542,46

11 0,000413 99.354,03 41,04 52.338,46 897.756,85 14.593.579 20,40 1.522,04

12 0,000431 99.312,99 42,80 49.355,51 845.418,39 13.695.822 20,07 1.501,64

13 0,000446 99.270,19 44,28 46.541,74 796.062,88 12.850.403 19,59 1.481,58

14 0,000458 99.225,91 45,44 43.887,72 749.521,14 12.054.341 18,96 1.461,99

15 0,00047 99.180,47 46,62 41.384,54 705.633,42 11.304.819 18,35 1.443,03

16 0,000481 99.133,85 47,68 39.023,67 664.248,88 10.599.186 17,71 1.424,68

17 0,000495 99.086,17 49,05 36.797,08 625.225,21 9.934.937 17,18 1.406,97

18 0,00051 99.037,12 50,51 34.697,04 588.428,13 9.309.712 16,69 1.389,79

19 0,000528 98.986,61 52,26 32.716,36 553.731,09 8.721.284 16,29 1.373,09

20 0,000549 98.934,35 54,32 30.848,20 521.014,73 8.167.553 15,98 1.356,80

21 0,000573 98.880,03 56,65 29.086,10 490.166,53 7.646.538 15,72 1.340,82

22 0,000599 98.823,38 59,20 27.423,99 461.080,43 7.156.371 15,50 1.325,10

23 0,000627 98.764,18 61,92 25.856,19 433.656,44 6.695.291 15,29 1.309,60

24 0,000657 98.702,26 64,85 24.377,34 407.800,25 6.261.635 15,11 1.294,31

25 0,000686 98.637,41 67,67 22.982,38 383.422,91 5.853.834 14,87 1.279,20

26 0,000714 98.569,74 70,38 21.666,62 360.440,53 5.470.411 14,59 1.264,32

27 0,000738 98.499,36 72,69 20.425,61 338.773,91 5.109.971 14,22 1.249,73

28 0,000758 98.426,67 74,61 19.255,22 318.348,30 4.771.197 13,77 1.235,51

29 0,000774 98.352,06 76,12 18.151,54 299.093,08 4.452.849 13,25 1.221,74

30 0,000784 98.275,94 77,05 17.110,84 280.941,54 4.153.756 12,66 1.208,49

31 0,000789 98.198,89 77,48 16.129,64 263.830,70 3.872.814 12,01 1.195,83

32 0,000789 98.121,41 77,42 15.204,64 247.701,06 3.608.983 11,32 1.183,82

33 0,00079 98.043,99 77,45 14.332,68 232.496,42 3.361.282 10,68 1.172,51

111
Capítulo 3

x qx lx dx Dx Nx Sx Cx Mx

34 0,000791 97.966,54 77,49 13.510,72 218.163,74 3.128.786 10,08 1.161,82

35 0,000792 97.889,05 77,53 12.735,88 204.653,03 2.910.622 9,52 1.151,74

36 0,000794 97.811,52 77,66 12.005,46 191.917,15 2.705.969 8,99 1.142,23

37 0,000823 97.733,86 80,44 11.316,91 179.911,69 2.514.052 8,79 1.133,23

38 0,000872 97.653,42 85,15 10.667,55 168.594,77 2.334.140 8,78 1.124,45

39 0,000945 97.568,27 92,20 10.054,95 157.927,23 2.165.545 8,96 1.115,67

40 0,001043 97.476,07 101,67 9.476,84 147.872,28 2.007.618 9,33 1.106,71

41 0,001168 97.374,40 113,73 8.931,09 138.395,44 1.859.746 9,84 1.097,38

42 0,001322 97.260,67 128,58 8.415,71 129.464,35 1.721.350 10,50 1.087,54

43 0,001505 97.132,09 146,19 7.928,86 121.048,64 1.591.886 11,26 1.077,05

44 0,001715 96.985,90 166,33 7.468,79 113.119,79 1.470.838 12,08 1.065,79

45 0,001948 96.819,57 188,60 7.033,95 105.650,99 1.357.718 12,93 1.053,70

46 0,002198 96.630,97 212,40 6.622,87 98.617,04 1.252.067 13,73 1.040,78

47 0,002463 96.418,57 237,48 6.234,26 91.994,17 1.153.450 14,49 1.027,04

48 0,00274 96.181,09 263,53 5.866,89 85.759,91 1.061.456 15,17 1.012,56

49 0,003028 95.917,56 290,44 5.519,64 79.893,01 975.696 15,77 997,39

50 0,00333 95.627,12 318,44 5.191,44 74.373,37 895.803 16,31 981,63

51 0,003647 95.308,68 347,59 4.881,28 69.181,93 821.429 16,79 965,32

52 0,00398 94.961,09 377,94 4.588,18 64.300,66 752.247 17,23 948,52

53 0,004331 94.583,15 409,64 4.311,25 59.712,47 687.947 17,62 931,30

54 0,004698 94.173,51 442,43 4.049,60 55.401,23 628.234 17,95 913,68

55 0,005077 93.731,08 475,87 3.802,43 51.351,63 572.833 18,21 895,73

56 0,005465 93.255,21 509,64 3.568,98 47.549,20 521.481 18,40 877,52

57 0,005861 92.745,57 543,58 3.348,57 43.980,22 473.932 18,51 859,12

58 0,006265 92.201,99 577,65 3.140,51 40.631,65 429.952 18,56 840,60

59 0,006694 91.624,34 613,33 2.944,18 37.491,14 389.320 18,59 822,04

60 0,00717 91.011,01 652,55 2.758,94 34.546,96 351.829 18,66 803,45

61 0,007714 90.358,46 697,03 2.584,11 31.788,02 317.282 18,81 784,79

62 0,008348 89.661,43 748,49 2.419,03 29.203,91 285.494 19,05 765,98

112
Matemática Atuarial

x qx lx dx Dx Nx Sx Cx Mx

63 0,009093 88.912,94 808,49 2.263,06 26.784,87 256.290 19,41 746,93

64 0,009968 88.104,45 878,22 2.115,55 24.521,82 229.505 19,89 727,52

65 0,010993 87.226,23 958,88 1.975,90 22.406,27 204.984 20,49 707,62

66 0,012188 86.267,35 1.051,43 1.843,57 20.430,37 182.577 21,20 687,13

67 0,013572 85.215,92 1.156,55 1.718,02 18.586,80 162.147 22,00 665,94

68 0,015481 84.059,37 1.301,34 1.598,77 16.868,78 143.560 23,35 643,94

69 0,016625 82.758,03 1.375,87 1.484,93 15.270,01 126.691 23,29 620,59

70 0,01892 81.382,16 1.539,75 1.377,59 13.785,08 111.421 24,59 597,30

71 0,021071 79.842,41 1.682,36 1.275,02 12.407,49 97.636 25,35 572,71

72 0,023388 78.160,05 1.828,01 1.177,50 11.132,47 85.229 25,98 547,36

73 0,025871 76.332,04 1.974,79 1.084,87 9.954,97 74.096 26,48 521,38

74 0,028552 74.357,25 2.123,04 996,99 8.870,09 64.141 26,85 494,91

75 0,031477 72.234,21 2.273,72 913,70 7.873,11 55.271 27,13 468,05

76 0,034686 69.960,49 2.426,65 834,85 6.959,41 47.398 27,32 440,92

77 0,038225 67.533,84 2.581,48 760,27 6.124,56 40.439 27,42 413,60

78 0,042132 64.952,36 2.736,57 689,82 5.364,29 34.314 27,42 386,18

79 0,046427 62.215,79 2.888,50 623,36 4.674,47 28.950 27,30 358,77

80 0,051128 59.327,29 3.033,28 560,77 4.051,11 24.275 27,05 331,46

81 0,05625 56.294,01 3.166,54 501,98 3.490,34 20.224 26,64 304,41

82 0,061809 53.127,47 3.283,76 446,93 2.988,36 16.734 26,06 277,78

83 0,067826 49.843,71 3.380,70 395,57 2.541,43 13.746 25,31 251,72

84 0,074322 46.463,01 3.453,22 347,87 2.145,86 11.204 24,39 226,40

85 0,081326 43.009,79 3.497,81 303,79 1.797,99 9.058 23,31 202,01

86 0,088863 39.511,98 3.511,16 263,28 1.494,20 7.260 22,07 178,71

87 0,096958 36.000,82 3.490,56 226,31 1.230,92 5.766 20,70 156,63

88 0,105631 32.510,26 3.434,09 192,80 1.004,61 4.535 19,21 135,93

89 0,114858 29.076,17 3.339,64 162,67 811,81 3.531 17,63 116,72

90 0,124612 25.736,53 3.207,08 135,84 649,14 2.719 15,97 99,09

91 0,134861 22.529,45 3.038,34 112,18 513,30 2.070 14,27 83,13

113
Capítulo 3

x qx lx dx Dx Nx Sx Cx Mx

92 0,145575 19.491,11 2.837,42 91,56 401,12 1.556 12,57 68,85

93 0,156727 16.653,69 2.610,08 73,80 309,56 1.155 10,91 56,28

94 0,16829 14.043,61 2.363,40 58,71 235,76 846 9,32 45,37

95 0,180245 11.680,21 2.105,30 46,07 177,05 610 7,83 36,05

96 0,192565 9.574,91 1.843,79 35,63 130,98 433 6,47 28,21

97 0,205229 7.731,12 1.586,65 27,14 95,35 302 5,25 21,74

98 0,218683 6.144,47 1.343,69 20,35 68,22 206 4,20 16,49

99 0,23337 4.800,78 1.120,36 15,00 47,87 138 3,30 12,29

100 0,249743 3.680,42 919,16 10,85 32,87 90 2,56 8,99

101 0,268236 2.761,26 740,67 7,68 22,02 58 1,94 6,43

102 0,289307 2.020,59 584,57 5,30 14,35 35 1,45 4,49

103 0,313387 1.436,02 450,03 3,55 9,05 21 1,05 3,04

104 0,340947 985,99 336,17 2,30 5,49 12 0,74 1,99

105 0,372395 649,82 241,99 1,43 3,19 7 0,50 1,25

106 0,408209 407,83 166,48 0,85 1,76 3 0,33 0,75

107 0,448809 241,35 108,32 0,47 0,91 2 0,20 0,42

108 0,4947 133,03 65,81 0,25 0,44 1 0,11 0,22

109 0,546266 67,22 36,72 0,12 0,19 0 0,06 0,11

110 0,603934 30,50 18,42 0,05 0,08 0 0,03 0,05

111 0,668046 12,08 8,07 0,02 0,03 0 0,01 0,02

112 0,740648 4,01 2,97 0,01 0,01 0 0,00 0,01

113 0,817308 1,04 0,85 0,00 0,00 0 0,00 0,00

114 0,894737 0,19 0,17 0,00 0,00 0 0,00 0,00

115 1 0,02 0,02 0,00 0,00 0 0,00 0,00

Fonte: Elaborado pelo autor (2014), com base na AT-2000.

114
Matemática Atuarial

Construção das colunas da tábua de comutação:

A coluna foi construída seguindo os seguintes cálculos:

A coluna foi construída seguindo os seguintes cálculos:

A coluna foi construída seguindo os seguintes cálculos:

115
Capítulo 3

A coluna foi construída seguindo os seguintes cálculos:

E a coluna foi construída seguindo os seguintes cálculos:

Nas comutações, existem algumas relações algébricas nos cálculos que se


pretende resolver envolvendo as colunas , , , . Vejamos algumas
dessas relações:

Se , teremos:

Raciocínio análogo para:

Se , teremos:

Ainda, conhecendo e , podemos calcular .

Se , e teremos que:

116
Matemática Atuarial

No próximo tópico apresentaremos o cálculo de seguro com uso da tábua de


comutação apresentada.

5.3 Cálculo de prêmios usando tábuas de comutação


No capítulo 2 definimos o seguro de vida individual e apresentamos algumas
modalidades desse tipo de seguro. Dentre os seguros de vida apresentados
destacamos o seguro de vida Dotal que consiste no pagamento do prêmio durante
o período de tempo ( n ) estipulado no contrato, depois do qual a indenização
devida pode ser paga a ele mesmo ou ao beneficiário por ele indicado.

Nesse tópico faremos o cálculo de prêmio único e puro que um segurado deve
pagar a uma seguradora que faz uma apólice de seguro Dotal usando a tábua
de Comutação AT-2000 com juros de 6% ao ano, elaborada e apresentada no
Quadro 3.3 e o cálculo do prêmio para rendas vitalícias, usando a mesma tábua.

5.3.1 Seguro Dotal – cálculo do prêmio


Segundo Azevedo (2008), o seguro Dotal consiste no pagamento de um dote caso
o segurado sobreviva n anos. Do ponto de vista financeiro e atuarial entende-se
que lx pessoas formem um fundo pagando um prêmio único e puro (valor que
cada pessoa de idade x deve pagar para receber a importância segurada), para que
daqui a n anos as pessoas recebam a Importância Segurada (IS).

Geometricamente podemos representar a situação pelo diagrama de fluxo de


caixa apresentado na Figura 3.1 a seguir.

Figura 3.1 – Diagrama de Fluxo de Caixa

l
x+n × IS

0 n

l× E
x n x

Fonte: Elaborada pelo autor (2014).

117
Capítulo 3

Observando o diagrama apresentado, entendemos que a igualdade de


equilíbrio entre segurados e seguradora deve ser mantida, ou seja, as receitas
devem ser iguais às despesas e, dessa forma, para que essa igualdade
aconteça, é necessário trazer a importância segurada (IS) para a data focal zero,
descapitalizando n anos, ou seja:

Para facilitar o cálculo de vamos usar as tábuas de comutação e introduzir a


função , já que . Dessa forma, multiplicando ambos os membros da
expressão por geramos:

, que pode ser reescrita como:

Substituindo: e na equação anterior teremos:

, logo:

O exemplo a seguir apresenta uma aplicação dessa fórmula.

Exemplo 3.7: Determinar o prêmio único e puro que deverá ser pago por
um segurado com 30 anos de idade, que contratou um seguro Dotal, com a
seguradora ‘Seguro Total’, no valor de R$ 60.000,00 a ser recebido quando ele
completar 70 anos. Use os dados da tábua de comutação AT-2000, elaborada no
Quadro 3.3, que prevê uma taxa de juros 6% ao ano.

Solução:

Dados da questão:

Consultando a tábua de comutação AT-2000 com 6% de juros ao ano, determinamos:

e . Dessa forma:

118
Matemática Atuarial

Portanto, uma pessoa com 30 anos de idade que deseja contratar um seguro
Dotal para receber R$ 60.000,00 ao completar 70 anos deve pagar um prêmio de
R$ 4.830,59.

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Importância Segurada (IS) R$ 60.000,00

Idade do segurado ‘x’ 30 anos

Idade do segurado ao receber a IS ‘x + n’ 70 anos

Tábua de comutação AT-2000 (6%)

Período ‘n’ 40anos

Prêmio a ser pago pelo segurado 40


E30 = R$ 4.830,59

5.3.2 Rendas anuais – cálculo do prêmio


Podemos usar as tábuas de comutação para auxiliar na realização de cálculos de
prêmios que devem ser pagos por um segurado para obter rendas vitalícias que
podem ser classificadas como: imediatas ou diferidas; vitalícias ou temporárias e
antecipadas ou postecipadas.

O cálculo do prêmio único e puro terá como princípio o mesmo raciocínio usado
no cálculo do prêmio para o seguro Dotal, a diferença é que teremos uma
infinidade de rendas anuais (R) que devem ser trazidas para a data focal zero.

A notação que será usada representa o valor atual de uma renda que deverá
ser paga vitaliciamente a partir do instante zero na idade x do segurado e, nos
momentos , ,..., até a idade w , que corresponde à última idade da tábua,
ou ainda, até o seu falecimento. Em resumo, é o prêmio único puro da renda
vitalícia antecipada. (FILHO, 2014).

Dessa forma, segurados pagarão valores para ter direito a uma renda futura,
e se sobrevivem às idades contratadas receberão, a partir daí, essas rendas até
falecerem. (FILHO, 2014).

Da mesma forma que deduzimos a fórmula para o cálculo do prêmio Dotal, será
deduzida a fórmula para o pagamento do prêmio para rendas vitalícias, ou seja:

Receitas = Despesas

Algebricamente:

119
Capítulo 3

Multiplicando ambos os membros da equação acima por e sabendo que


, podemos reescrever a equação como:

Como a equação fica reduzida à seguinte:

A fórmula acima se refere ao cálculo de prêmio para rendas vitalícias, constantes,


imediatas e antecipadas.

1. Para o cálculo de prêmio para rendas vitalícias, postecipadas, ou


seja, início do pagamento no final do primeiro período, o numerador
da fórmula deduzida ficaria acrescido de uma unidade ( ), ou

seja: .

2. Caso a renda seja diferida de n anos e antecipada, usaremos no


numerador ( ). E se for postecipada teremos ( ).
3. Observe que o denominador permanece o mesmo, pois está
atrelado à idade atual do segurado, dessa forma, independe de
quando o segurado vai querer receber o benefício.

Exemplo 3.8: Um professor, com idade de 52 anos, visando melhorar a sua renda
resolveu fazer um plano de sobrevivência em uma entidade de previdência privada
com o objetivo de receber uma renda vitalícia de R$ 15.000,00 a cada ano, no início
do ano, até os últimos dias da sua vida. Qual o valor do prêmio único puro que ele
deverá pagar hoje? Use os dados da tábua de comutação AT-2000 (6%).

Solução:

Dados:

120
Matemática Atuarial

Sabemos que , e consultando a tábua AT-2000

encontramos: e , substituindo os valores, teremos:

Dessa forma, o prêmio a ser pago será de R$210.216,23, garantindo ao professor


uma renda vitalícia anual de R$15.000,00.

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Renda vitalícia anual desejada recebida no início de cada ano (R) R$ 15.000,00

Idade do segurado ‘x’ 52 anos

Tábua de comutação AT-2000 (6%)

Prêmio a ser pago pelo segurado 52


= R$ 210.216,23

Exemplo 3.9: Se, no exemplo anterior, o professor deseja receber a renda


postecipada, qual é o valor do prêmio a ser pago?

Solução:

Nesse caso entendemos que quando a renda é postecipada, o seu pagamento

será no final do ano e, portanto, usaremos: . Consultando a tábua

AT­2000, temos que: , logo o valor do prêmio será:

Nesse caso o professor deverá pagar o prêmio de R$ 195.203,43 e, ao receber a


renda, estará um ano mais velho.

121
Capítulo 3

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Renda vitalícia anual desejada recebida no final de cada ano (R) R$ 15.000,00

Idade do segurado ‘x’ 52 anos

Tábua de comutação AT-2000 (6%)

Prêmio a ser pago pelo segurado 52


= R$ 195.203,43

Exemplo 3.10: Determinar o prêmio único puro que uma pessoa de 35 anos
deverá pagar para receber uma renda (R) de R$30.000,00, imediata e durante
25 anos, no início de cada ano, ou seja, antecipada. Use os dados da tábua de
comutação AT-2000 (6%).

Solução:

Dados:

Nesse caso, a renda será paga pelo tempo de 25 anos, dessa forma será
temporária. E,

Logo:

Portanto, o prêmio será de R$ 400.693,32.

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Renda temporária anual desejada recebida no início de cada ano (R) R$ 30.000,00

Idade do segurado ‘x’ 35 anos

Tábua de comutação AT-2000 (6%)

Prêmio a ser pago pelo segurado 35


= R$ 400.693,32

122
Matemática Atuarial

Exemplo 3.11: Qual o prêmio único puro que uma pessoa de 35 anos deverá
pagar para receber uma renda (R) de R$ 30.000,00, com início de pagamento
para daqui a 15 anos, durante 20 anos e no início de cada ano?

Solução:

Dados:

Nesse caso, a renda será diferida por 15 anos, temporária por 20 anos e
antecipada.

Logo:

Portanto, o prêmio será de R$ 142.718,74.

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Renda diferida e temporária recebida no início de cada ano (R) R$ 30.000,00

Idade do segurado ‘x’ 35 anos

Tábua de comutação AT-2000 (6%)

Prêmio a ser pago pelo segurado 35


= R$ 142.718,74

Os cálculos de prêmios para rendas de sobrevivência usando tábuas de


comutação não se esgotam aqui. Como este texto é introdutório, tem por objetivo
promover o contato inicial sobre atuária. Portanto, recomendamos aos que
tiverem maior interesse um aprofundamento em referências bibliográficas citadas
no final deste livro introdutório.

123
Capítulo 3

Atividades de autoavaliação
1. Dada a função de sobrevivência que está definida no intervalo

, qual a probabilidade de uma pessoa ( p ) sobreviver à idade de 30


anos? Qual a probabilidade de uma pessoa ( p ) falecer entre 40 e 50 anos?

2. Na seção 2 deste capítulo, você encontra a tábua de mortalidade ou sobrevivência


elaborada com base na CSO-1958. Usando os dados dessa tábua, determine a
probabilidade ( p ) de alguém com 32 anos sobreviver até a idade de 45 anos.

3. Com base na Tábua CSO-1958 calcular a probabilidade ( p ) de uma pessoa


com 32 anos morrer a partir dos 45 anos, porém sem completar 50 anos.

4. Uma rifa de uma moto com valor de R$ 8.500,00 foi realizada por uma empresa
que colocou à venda 500 bilhetes. Sabendo-se que o sorteio será realizado
dentro de três meses, que a taxa de juros de aplicação no mercado financeiro é
de 0,8% ao mês e que todos os bilhetes serão vendidos, determine a esperança
matemática dessa rifa.

5. Usando os dados da CSO-1958 determine a expectativa de vida de uma


pessoa com 93 anos.

6. Qual o prêmio único e puro que um segurado de 40 anos deverá à seguradora


‘Seguro Total’, que contratou um seguro Dotal no valor de R$ 100.000,00 a ser
recebido quando ele completar 60 anos? Use os dados da tábua de comutação
AT-2000 (6%), disponível na seção 5 deste capítulo.

7. Uma determinada pessoa, com 45 anos, quer fazer um plano de sobrevivência


com o objetivo de receber uma renda vitalícia de R$ 30.000,00 a cada ano, no
inicio do ano, até os últimos dias da sua vida. Usando a tábua de comutação
AT‑2000 (6%) determinar o valor do prêmio único puro que ela deverá pagar hoje.

124
Matemática Atuarial

8. Um contador com idade de 55 anos, prevendo receber uma renda vitalícia no


valor de R$25.000,00 anuais, para complementar a sua aposentadoria, faz um
plano de sobrevivência com uma empresa de previdência privada. Se ele deseja
receber a renda postecipada, qual é o valor do prêmio que ele deverá pagar? Use
a tábua de comutação AT-2000 (6%).

9. Qual o prêmio único puro que uma pessoa de 38 anos deverá pagar para receber
uma renda (R) de R$20.000,00, imediata e durante 20 anos, no início de cada ano,
ou seja, antecipada? Use os dados da tábua de comutação AT-2000 (6%).

10. Se uma pessoa de 45 anos deseja receber uma renda (R) de R$50.000,00,
com início de pagamento para daqui a 15 anos, durante 10 anos e, no início de
cada ano, qual é o prêmio único puro que ela deverá pagar? Use a tábua de
comutação AT-200 (%).

125
Capítulo 4

Seguros e rendas. Risco e


retorno.

Habilidades Ao final deste capítulo, o estudante terá condições


de realizar cálculos de seguros e rendas. Entenderá o
conceito de risco e que o retorno de um determinado
investimento está atrelado ao risco da operação.
Ainda, realizará cálculos de indicadores estatísticos
como: desvio padrão, coeficiente de variação e Índice
de Sharpe, que auxiliam na análise de investimentos
para a tomada de decisão.

Seções de estudo Seção 1:  Seguros e rendas em caso de morte

Seção 2:  Risco e retorno

127
Capítulo 4

Seção 1
Seguro e rendas em caso de morte
No capítulo anterior, realizamos cálculos de seguros e rendas em caso de
sobrevivência que representam situações nas quais a morte dos segurados não era
considerada em relação ao cálculo da indenização. Nesta seção, vamos apresentar
e realizar cálculos de seguros e rendas em que os beneficiários dos segurados
serão levados em conta.

1.1 Seguro vida inteira


Este seguro contra morte vitalício (vida inteira) tem como objetivo garantir o
benefício ao segurado ou a seu(s) beneficiário(s) na ocorrência de eventos
previstos nas coberturas contratadas, exceto decorrente de riscos excluídos,
respeitando-se os demais itens dessas condições gerais.

Para o cálculo desse tipo de seguro, seguiremos o mesmo raciocínio utilizado


no caso dos seguros de sobrevivências, ou seja, igualaremos a receita com a
despesa. A diferença no cálculo é que será considerada, pelo lado da despesa, o
número de mortos ( ).

De acordo com Azevedo (2008), a indenização será paga pela seguradora no


fim de cada ano. Ou seja, haverá uma defasagem de um período em relação à
data da morte. Dessa forma, os beneficiários dos falecidos com a idade x ( )
receberão as indenizações no final do ano que corresponde ao instante ( ).

A simbologia que vai ser usada para representar o prêmio único puro será ( Ax ) e
( Q ) será a simbologia para representar a Importância Segurada (IS).

Dedução da fórmula para o cálculo do prêmio único puro ( Ax ):

Receita = Despesa

Vamos usar as relações e para reescrever a expressão


acima. Para tanto, multiplicamos os dois membros da equação por e teremos:

128
Matemática Atuarial

Como e, substituindo na expressão anterior, Ax pode


ser determinado pela expressão:

Segundo Azevedo (2008), nesse tipo de seguro, também ocorre o diferimento e


a temporariedade, logo podemos classificá-los em: seguro contra morte vitalício
(vida inteira); seguro contra morte vida inteira diferido; seguro contra morte
temporário imediato e seguro contra morte temporário diferido.

Exemplo 4.1: Calcular o prêmio único puro ( Ax ) que uma pessoa de 40 anos
deverá pagar ao fazer um ‘seguro contra morte vitalício’ (vida inteira) sabendo-se
que a importância segurada ( Q ) é de R$50.000,00. Use os dados fornecidos pela
tábua AT-2000 (6%).

Solução:

Dados:

x = 40 anos
Q = R$ 50.000,00
Ax = ?

Para o cálculo do prêmio único puro ( Ax ), precisamos verificar na tábua AT-


2000 (6%) os valores correspondentes para e .
Substituindo esses valores teremos:

Logo, o segurado deve pagar o prêmio único puro no valor de R$5.839,02 para a
contratação do seguro,

129
Capítulo 4

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Importância Segurada ( Q ) R$ 50.000,00

Idade do segurado ‘x’ 40 anos

Tábua de comutação AT-2000 (6%)

Prêmio a ser pago pelo segurado ( Ax ) Ax = R$ 5.389,01

Exemplo 4.2: Considerando que uma pessoa com 35 anos contrata um ‘seguro contra
morte vida inteira diferido’ para iniciar a partir do momento em que ela completa 55
anos, e que a importância segurada é de R$ 45.000,00, pergunta-se: Qual será o valor
do prêmio único puro que ela deverá pagar? Use a Tábua AT-2000 (6%).

Solução:

Dados:

x = 35 anos
Q = R$ 45.000,00
Ax = ?

Para o cálculo do prêmio único puro ( Ax ), precisamos verificar na tábua AT-2000


(6%) os valores correspondentes para e . Substituindo
esses valores teremos:

Logo, o segurado deve pagar o prêmio único puro no valor de R$ 3.164,90 para a

130
Matemática Atuarial

contratação do seguro.

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Importância Segurada ( Q ) R$ 45.000,00

Idade do segurado ‘x’ 35 anos

Tábua de comutação AT-2000 (6%)

Prêmio a ser pago pelo segurado ( Ax ) Ax = R$ 3.164,90

Exemplo 4.3: Uma determinada pessoa com 45 anos contrata um ‘seguro


contra morte temporário imediato’ que deverá vigorar até o momento em que ela
complete 58 anos. Sabendo-se que a importância segurada é de R$50.000,00,
determine o prêmio único puro usando os dados da tábua AT-2000 (6%).

Solução:

Dados:

x = 45 anos
Q = R$ 50.000,00
Ax = ?

Para o cálculo do prêmio único puro ( Ax ), vamos usar:

Verificando a tábua AT-2000 (6%) temos que: ; e


.

Substituindo esses valores teremos:

Logo, o segurado deve pagar o prêmio único puro no valor de R$1.514,80 para a
contratação do seguro.

131
Capítulo 4

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Importância Segurada ( Q ) R$ 50.000,00

Idade do segurado ‘x’ 45 anos

Tábua de comutação AT-2000 (6%)

Prêmio a ser pago pelo segurado ( Ax ) Ax = R$ 1.514,80

Exemplo 4.4: Um ‘seguro contra morte temporário diferido’ está sendo


contratado por uma pessoa com 35 anos que deverá se iniciar a partir do
momento em que o segurado completar 56 anos e vigorar até ela completar 70
anos. Sabendo-se que a importância segurada é de R$60.000,00, determine o
prêmio único puro usando os dados da tábua AT-2000 (6%).

Solução:

Dados:

x = 35 anos
n = 56 – 35 = 21
Q = R$ 60.000,00
Ax = ?

Para o cálculo do prêmio único puro ( Ax ), vamos usar:

Verificando a tábua AT-2000 (6%) temos que: ; e


.

Substituindo esses valores teremos:

Logo, o segurado deve pagar o prêmio único puro no valor de R$2.185,57 para a
contratação do seguro.

132
Matemática Atuarial

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Importância Segurada ( Q ) R$ 60.000,00

Idade do segurado ‘x’ 35 anos

Tábua de comutação AT-2000 (6%)

Prêmio a ser pago pelo segurado ( Ax ) Ax = R$ 2.185,57

1.2 Seguro dotal misto


O seguro de vida dotal misto oferece a possibilidade de ter seu Capital Segurado
tanto para a sobrevivência quanto para a morte, ou seja, uma pessoa ao fazer
esse tipo de seguro permite que os seus beneficiários recebam a Importância
Segurada em caso do seu falecimento ou caso sobreviva ao período segurado.
De acordo com Azevedo (2008), a seguradora incorrerá certamente em uma
despesa ou desembolso em caso de falecimento que será destinado à família ou
em caso de sobrevivência que será destinado ao próprio segurado.

Ainda, segundo o autor, geralmente a duração desse seguro fica entre cinco e
trinta anos, entretanto a forma mais comum é o de 20 anos.

A expressão matemática utilizada para o cálculo do prêmio único puro é:

Exemplo 4.5: Uma pessoa com 42 anos contrata um seguro dotal misto. Determinar
o prêmio único puro que ela deverá pagar para que esteja coberta nos próximos 20
anos, em caso de falecimento, e, caso sobreviva, receba uma Importância Segurada
no valor de R$120.000,00. Use os dados da tábua AT-2000 (6%).

Solução:

Dados:

x = 42 anos
n = 20 anos
Q = R$ 120.000,00
Ax:n = ?

133
Capítulo 4

Para o cálculo do prêmio único puro, vamos usar:

Verificando a tábua AT-2000 (6%) temos que: ; ;


e .

Substituindo esses valores teremos:

Logo, o segurado deve pagar o prêmio único puro no valor de R$39.078,15 para
a contratação do seguro.

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Importância Segurada ( Q ) R$ 120.000,00

Idade do segurado ‘x’ 42 anos

Tábua de comutação AT-2000 (6%)

Prêmio a ser pago pelo segurado ( Ax:n ) Ax:n = R$ 39.078,15

Nesta seção apresentamos seguro individual. Destacamos que existe o seguro


de vida em grupo que tem características distintas do seguro individual. Neste
estudo introdutório, não daremos enfoque a esse tipo de seguro. Entretanto,
deixamos como sugestão, para os que querem aprofundar os estudos de seguro
e rendas, consultar bibliografia especializada no assunto.

134
Matemática Atuarial

Seção 2
Risco e retorno
Definimos risco como o evento incerto que independe da vontade das partes
contratantes e contra o qual é feito o seguro. Esta seção terá como objetivo
apresentar outros conceitos sobre risco e destacar o conceito de retorno de um
investimento e, ainda, apresentar ferramentas estatísticas que podem auxiliar na
tomada de decisão por um investimento.

De acordo com Gitman (2004, p. 184), “risco é a possibilidade de perda


financeira”. Em termos formais, a palavra risco é usada como sinônimo de
incerteza e se refere à variabilidade dos retornos associados a um ativo.

Já o retorno, de acordo com Gitman (2004, p. 184), “é o ganho ou a perda total


sofrido por um investimento em um determinado período”.

Segundo Azevedo (2008), qualquer investimento carrega em seu bojo uma cota
de risco, que pode ser quantificada por meio do desvio padrão ( ).

O desvio padrão ( ) é uma medida estatística que pode ser definida como um
índice de variabilidade usada para caracterizar a dispersão entre os dados numa
população dada ou uma amostra. Ele mede a dispersão em torno da média. Um
baixo desvio padrão indica que os dados tendem a estar próximos da média; um
desvio padrão alto indica que os dados estão espalhados por uma gama de valores.

Ainda, de acordo com Gitman (2004), o desvio padrão é o indicador mais comum
do risco de um ativo o qual mede a dispersão em torno do valor esperado.

Embora comumente se considere que o risco seja determinado pela dispersão


de resultados em torno de um valor esperado, muitas pessoas acham que só há
risco quando os resultados são inferiores ao valor esperado, porque somente os
retornos abaixo dos valores esperados são considerados desfavoráveis. Apesar
disso é comum encarar o risco como a variabilidade de qualquer lado do valor
esperado, pois, quanto maior ela for, menor a confiança que se pode depositar
nos resultados associados a um investimento. (GITMAN, 2004).

O desvio padrão pode ser calculado pela fórmula:

Onde n é o número de observações, kj é o valor do retorno na ocorrência j e k é a


média das ocorrências.

135
Capítulo 4

Exemplo 4.6: Considerando as taxas de retornos para dois investimentos ‘A’ e


‘B’ apresentadas no quadro a seguir, determine o desvio padrão para as duas
situações apresentadas e faça uma análise dos resultados com base no conceito
de desvio padrão.

Taxa de retorno (%) Taxa de retorno (%)


Ano Investimento ‘A’ Investimento ‘B’

2008 15,6 8,4

2009 12,7 12,9

2010 15,3 19,6

2011 16,2 17,5

2012 16,5 10,3

2013 13,7 21,3

Solução:

Cálculo da média do investimento ‘A’:

Cálculo da média do investimento ‘B’:

Desvio padrão do investimento ‘A’:

Dica: uso da calculadora financeira.

A Figura 4.2.1 apresenta o cálculo da Média e do Desvio Padrão do Investimento


‘A’ realizado com o auxílio da calculadora financeira HP-12C.

136
Matemática Atuarial

Figura 4.2.1 – Cálculo da Média e do Desvio Padrão do Investimento ‘A’.

Visor da
Aperte as teclas O que a calculadora faz calculadora

F   Zera o registrador estatístico 0,00

15,6 Registra 15,6 para o cálculo da média 1,00

12,7 Registra 12,7 para o cálculo da média 2,00

15,3 Registra 15,3 para o cálculo da média 3,00

16,2 Registra 16,2 para o cálculo da média 4,00

16,5 Registra 16,5 para o cálculo da média 5,00

13,7 Registra 13,7 para o cálculo da média 6,00

g Calcula a média 15,00

g Calcula o Desvio Padrão 1,49

Fonte: Elaborada pelo autor (2014).

Desvio padrão do investimento ‘B’:

Análise: Nos dois investimentos observamos uma taxa de retorno média igual a
15%. Entretanto, de acordo com os desvios padrões determinados, verificamos
dispersões distintas em relação à média. A dispersão encontrada para o
investimento ‘B’ é maior do que a encontrada para o investimento ‘A’. Portanto,
por meio dessa medida estatística podemos concluir que o investimento ‘B’ é
mais arriscado do que o investimento ‘A’.

137
Capítulo 4

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Média das taxas de retorno do investimento ‘A’ 15%

Média das taxas de retorno do investimento ‘B’ 15%

Desvio Padrão do investimento ‘A’ 1,49%

Desvio Padrão do investimento ‘A’ 5,24%

Decisão: melhor investimento ‘A’

Além desse indicador estatístico utilizado para auxiliar na tomada de decisão,


segundo Azevedo (2008), podemos usar outros indicadores como: Coeficiente de
Variação (CV) e o Índice de Sharpe (IS).

O Coeficiente de Variação (CV), de acordo com Gitman (2004), é uma medida


de dispersão útil na comparação dos riscos dos ativos com retornos esperados
diferentes. Quanto maior o coeficiente de variação maior o risco. Ele pode ser
calculado como sendo a razão entre o desvio padrão das ocorrências e a sua
média, ou seja:

Onde:

desvio padrão das ocorrências

média das ocorrências

Já o Índice de Sharpe (IS), criado por William Sharpe (Nobel de Economia em


1990), é um indicador que permite avaliar a relação entre o retorno e o risco de
um investimento.

Ele mede qual é a relação entre o retorno excedente ao ativo livre de risco e
a volatilidade. Ou seja, é a razão entre a rentabilidade do investimento subtraída da
rentabilidade de um ativo livre de risco (Caderneta de Poupança, por exemplo) e o
desvio padrão da rentabilidade do mesmo investimento. Pode ser calculado por:

retorno do ativo
retorno livre de risco
risco do ativo

138
Matemática Atuarial

Esse índice também é conhecido como índice de eficiência, medindo o


desempenho de uma carteira de títulos, ou de um fundo, sob a ótica da
rentabilidade e do risco. (FORTUNA, 2002 apud AZEVEDO, 2008, p. 251). Um
indica que a carteira oferece cinco unidades de retorno adicional para
cada unidade adicional de risco, ou seja, quando maior o IS mais atraente é o
investimento. (AZEVEDO, 2008).

Exemplo 4.7: No exemplo anterior (4.6), calculamos o desvio padrão dos


investimentos e verificamos que esse indicador nos direciona para o investimento
‘A’ como o mais arriscado. Para completar essa análise, determinar o Coeficiente
de Variação e o Índice de Sharpe (use o ativo poupança com taxa de
rentabilidade de 6% ao ano) para os dois investimentos e analisar se os mesmos
indicadores apontam para a mesma direção apontada pelo desvio padrão.

Solução:

Dados:

Cálculo do Coeficiente de Variação:

Investimento ‘A’:

Investimento ‘B’:

Cálculo do Índice de Sharpe:

Investimento ‘A’:

Investimento ‘B’:

Análise: os indicadores Coeficiente de Variação e Índice de Sharpe também


apontam para o mesmo investimento apontado pelo Desvio Padrão, ou seja, o
investimento ‘A’ já que o coeficiente de variação do investimento ‘B’ é maior
do que o do investimento ‘A’ e, o Índice de Sharpe do Investimento ‘A’ é maior
do que o do investimento ‘B’. Assim podemos concluir que quanto menor o

139
Capítulo 4

Coeficiente de Variação, menos arriscado é o investimento e quanto maior for o


Índice de Sharpe mais atraente é o investimento.

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Média das taxas de retorno do investimento ‘A’ 15%

Média das taxas de retorno do investimento ‘B’ 15%

Desvio Padrão do investimento ‘A’ 1,49%

Desvio Padrão do investimento ‘B’ 5,24%

Rentabilidade da Poupança (ao ano) 6%

Coeficiente de Variação investimento ‘A’ 0,099333

Coeficiente de Variação investimento ‘B’ 0,349333

Índice de Sharpe investimento ‘A’ 6,04027

Índice de Sharpe investimento ‘B’ 1,71756

Decisão: melhor investimento ‘A’

Nos exemplos apresentados a média da taxa de retorno dos investimentos foi igual,
ou seja, 15%. E se a média for diferente? No exemplo a seguir vamos considerar
que a taxa média de retorno dos investimentos é diferente e vamos usar os três
indicadores para verificar se os mesmos apontam para a mesma direção.

Exemplo 4.8: No quadro a seguir, apresentamos as taxas de retorno para dois


investimentos ‘A’ e ‘B’. Usando os indicadores estatísticos: Desvio Padrão,
Coeficiente de Variação e Índice de Sharpe, identifique qual o investimento que
oferece o menor risco. Para o cálculo do Índice de Sharpe use o ativo poupança
com taxa de rentabilidade i de 6% ao ano.

Taxa de retorno (%) Taxa de retorno (%)


Ano Investimento ‘A’ Investimento ‘B’

2010 13,7 15,7

2011 16,3 14,8

2012 12,8 13,7

2013 11,5 12,9

Média 13,575 14,275

140
Matemática Atuarial

Solução:

•• Cálculo do Desvio Padrão:


Desvio padrão do investimento ‘A’:

Desvio padrão do investimento ‘B’:

•• Cálculo do Coeficiente de Variação

Investimento ‘A’:

Investimento ‘B’:

•• Cálculo do Índice de Sharpe

Investimento ‘A’:

Investimento ‘B’:

Análise: os três indicadores calculados apontam para o investimento ‘B’ já


que o Desvio Padrão do investimento ‘B’ é menor do que o do investimento ‘A’.
O Coeficiente de Variação do investimento ‘B’ também é menor do que o do
investimento ‘A’ e, finalmente, o Índice de Sharpe do Investimento ‘B’ é maior do
que o do investimento ‘A’.

141
Capítulo 4

Resumo dos cálculos

Descrição Valor

Média das taxas de retorno do investimento ‘A’ 13,575%

Média das taxas de retorno do investimento ‘B’ 14,275%

Desvio Padrão do investimento ‘A’ 2,029%

Desvio Padrão do investimento ‘B’ 1,228%

Rentabilidade da Poupança (ao ano) 6%

Coeficiente de Variação investimento ‘A’ 0,149466

Coeficiente de Variação investimento ‘B’ 0,086024

Índice de Sharpe investimento ‘A’ 3,7334

Índice de Sharpe investimento ‘B’ 6,7386

Decisão: melhor investimento ‘B’

É importante destacar que existem outros indicadores estatísticos que podem


ser usados para auxiliar na tomada de decisão por um investimento e que não
serão apresentados nesse texto introdutório. Entretanto, segundo Azevedo
(2008), qualquer tomada de decisão fica a cargo do investidor, pois depende
exclusivamente do perfil de cada um que pode ir de conservador a arrojado,
conforme Figura 4.2.2 a seguir:

Figura 4.2.2 – Perfis de investidores

Retorno Esperado

Conservador

Arrojado

Risco
Fonte: Elaborado pelo autor (2014), com base em Azevedo (2008).

142
Matemática Atuarial

Pelo gráfico apresentado é possível verificar que existe uma relação entre risco
e retorno que, conforme Campbell (1982 apud AZEVEDO, 2008, p. 253), “quanto
maior o retorno, maior será o risco”.

Dessa forma, segundo Azevedo (2008), um analista pode até quantificar risco e
retorno, mas cabe ao investidor decidir qual a quantidade de risco e retorno a que
vale a pena se submeter.

Atividades de autoavaliação
1. Uma pessoa com 35 anos de idade faz um ‘seguro contra morte vitalício’ (vida
inteira) com a seguradora ‘Seguro Total’. Calcular o prêmio único puro ( ) que
ela deverá pagar à seguradora, sabendo-se que a importância segurada ( ) é de
R$80.000,00. Use os dados fornecidos pela tábua AT-2000 (6%).

2. No exemplo anterior, considere que o seguro contratado foi um ‘seguro contra


morte vida inteira diferido’ para iniciar a partir do momento em que ela completa 60
anos, pergunta-se: Qual será o valor do prêmio único puro que ela deverá pagar?

3. Um ‘seguro contra morte temporário imediato’ foi contratado por uma pessoa
com 42 anos de idade, que deverá vigorar até o momento em que ela complete
65 anos. Sabendo-se que a importância segurada é de R$150.000,00, determine
o prêmio único puro usando os dados da tábua AT-2000 (6%).

4. Uma pessoa quer contratar um ‘seguro contra morte temporário diferido’


em uma seguradora. Como ela hoje tem 28 anos e quer saber qual é o prêmio
único puro que deverá pagar para receber a Importância Segurada no valor de
R$90.000,00 a partir do momento em que ela completar 60 anos e vigorar até
completar 75 anos. Use os dados da tábua AT-2000 (6%).

5. Determinar o prêmio único puro que uma pessoa com 32 anos deve pagar ao
contratar um seguro dotal misto que prevê uma cobertura para nos próximos
25 anos, em caso de falecimento, e, caso sobreviva, receba uma Importância
Segurada no valor de R$200.000,00. Use os dados da tábua AT-2000 (6%).

143
Capítulo 4

6. O quadro, a seguir, apresenta as taxas de retornos para dois investimentos ‘X’


e ‘Y’. Determine o desvio padrão para as duas situações apresentadas e faça
uma análise dos resultados com base no conceito de desvio padrão.

Taxa de retorno (%) Taxa de retorno (%)


Ano Investimento ‘X’ Investimento ‘Y’

2009 9,8 8,7

2010 10,2 9,8

2011 11,0 10,9

2012 12,5 11,5

2013 8,9 10,2

Média 10,48 10,22

7. Usando os dados do exercício anterior (6), determinar o Coeficiente de


Variação e o Índice de Sharpe (use o ativo poupança com taxa de rentabilidade
i de 6% ao ano) para os dois investimentos e analise se os mesmos indicadores
apontam para a mesma direção apontada pelo desvio padrão.

144
Considerações Finais

No decorrer deste livro didático, você teve a oportunidade de conhecer os


elementos e definições pertinentes aos tipos de seguros. Aplicou técnicas da
Matemática Atuarial com o auxílio da Estatística e da Matemática Financeira
para o cálculo de prêmios a serem pagos por um segurado, a uma determinada
seguradora, na contratação de uma apólice de seguro.

Acompanhou a construção de tábuas de mortalidade ou sobrevivência e tábuas


de comutação que auxiliam no cálculo para o pagamento de prêmio único puro
por um segurado que gera rendas vitalícias ou temporárias.

Usou ferramentas estatísticas como desvio padrão; coeficiente de variação e


índice de Sharpe para auxiliar na tomada de decisão por um investimento em
detrimento a outro.

Todos os conceitos e técnicas utilizados neste livro ajudam na sua formação. Mas,
a nossa proposta é ir além da mera formalização dos conteúdos, pois é preciso
construir competências. Entendemos que é preciso mobilizar os conhecimentos
adquiridos e refletir a complexidade dos problemas do nosso dia a dia.

Um livro didático, geralmente, apresenta uma grande quantidade de informação,


mas o limite de espaço e tempo acaba produzindo lacunas que devem ser
completadas por outros meios de informação. Dessa forma, sugerimos que
busque novas informações que podem auxiliar na consolidação da aprendizagem.

Esperamos que ao final deste estudo você sinta-se inspirado e motivado


para gerar novas possibilidades de aprendizagem e aplicações dos conceitos
aprendidos em situações do seu dia a dia.

Estamos aqui para trocar novas ideias.

Um forte abraço.

Prof. José Humberto Dias de Toledo

145
Referências

ALTHEARN, James L. Risk and insurance. 4. ed. USA: West Publishing Company,
1981. In: AZEVEDO, Gustavo H. W. de. Seguros, matemática atuarial e
financeira. São Paulo. Saraiva, 2008, p. 95.

AZEVEDO, Gustavo H. W. de. Seguros, matemática atuarial e financeira. São


Paulo. Saraiva, 2008. 312 p.

BOWERS JR., Newton L.; GERBER, Hans U.; HICKMAN, James C.; JONES,
Donald A.; NESBITT, Cecil J. Actuarial mathematics. 2. ed. USA: The Society of
Actuaries, 1997. In: AZEVEDO, Gustavo H. W. de. Seguros, matemática atuarial
e financeira. São Paulo. Saraiva, 2008, p. 202.

BRASIL. MINISTÉRIO DA FAZENDA. Secretaria da Receita Federal. Decreto nº


6.306, de 14 de dezembro de 2007. Regulamenta o Imposto sobre Operações
de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF.
Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Decretos/2007/
dec6306.htm>. Acesso em: 18 abr. 2014.

______. CÂMARA DOS DEPUTADOS. Coleção de Leis do Império do Brasil -


1860, p. 1125, vol. 1, parte II. Decreto nº 2.711, de 19 de Dezembro de 1860.
Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-
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10 de jun. 2014.

______. CÂMARA DOS DEPUTADOS. Decreto 2.679, de 3 de novembro de 1860.


Coleção de Leis do Império do Brasil – 1860, p. 702, vol. 1, parte II. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-2679-3-novembro-
1860-556786-publicacaooriginal-76916-pe.html>. Acesso em: 10 de jun. 2014.

______. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto-Lei n.73, de 21


de novembro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Nacional de Seguros Privados,
regula as operações de seguros e resseguros e dá outras providências. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del0073.htm>. Acesso em: 20
abr. 2014.

______. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei 11.482, de 31 de


maio de 2007. Efetua alterações na tabela do imposto de renda da pessoa
física; dispõe sobre a redução a 0 (zero) da alíquota da CPMF nas hipóteses que
menciona; altera as Leis nos 7.713, de 22 de dezembro de 1988, 9.250, de 26

147
Universidade do Sul de Santa Catarina

de dezembro de 1995, 11.128, de 28 de junho de 2005, 9.311, de 24 de outubro


de 1996, 10.260, de 12 de julho de 2001, 6.194, de 19 de dezembro de 1974,
8.387, de 30 de dezembro de 1991, 9.432, de 8 de janeiro de 1997, 5.917, de 10
de setembro de 1973, 8.402, de 8 de janeiro de 1992, 6.094, de 30 de agosto de
1974, 8.884, de 11 de junho de 1994, 10.865, de 30 de abril de 2004, 8.706, de
14 de setembro de 1993; revoga dispositivos das Leis nos 11.119, de 25 de maio
de 2005, 11.311, de 13 de junho de 2006, 11.196, de 21 de novembro de 2005,
e do Decreto-Lei no 2.433, de 19 de maio de 1988; e dá outras providências.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/
l11482.htm>. Acesso em: 20 abr. 2014.

______. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei 6.435, de 15 de


julho de 1977. Revogada pela Lei complementar 109, de 29 de maio de 2001.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6435.htm>. Acesso em:
20 abr. 2014.

______. Código civil. 53. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

______. Ministério da Fazenda. SUSEP - Superintendência de Seguros Privados.


Circular n. 354, de 30 de novembro de 2007. Disponibiliza no sítio da SUSEP
as condições contratuais do plano padronizado para o seguro de transportes e
estabelece as regras mínimas para a comercialização deste seguro. Disponível
em: <http://www.susep.gov.br/textos/circ354.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2014.

______. Ministério da Fazenda. SUSEP - Superintendência de Seguros Privados.


Circular n. 395, de 7 de dezembro de 2009. Estabelece a codificação dos ramos
de seguro e dispõe sobre a classificação das coberturas contidas em planos de
seguro, para fins de contabilização. Disponível em: <http://www2.susep.gov.br/
bibliotecaweb/docOriginal.aspx?tipo=1&codigo=26074>. Acesso em: 20 abr. 2014.

______. Ministério da Fazenda. SUSEP. Circular Susep 106, de 22 de setembro


de 1999. Altera a Circular SUSEP n. 27, de 14 de junho de 1984, e dá outras
providências. Disponível em: <http://www2.susep.gov.br/bibliotecaweb/
docOriginal.aspx?tipo=1&codigo=7575>. Acesso em: 20 abr. 2014.

______. Ministério da Fazenda. SUSEP. Circular Susep 27, de 14 de junho de


1984. Aprova a reformulação e a consolidação da Tarifa (Seguro Facultativo
de Responsabilidade Civil de Proprietários de Veículos Automotores de Vias
Terrestres (TRCFV) e de seus anexos. Disponível em: <http://www2.susep.gov.br/
bibliotecaweb/docOriginal.aspx?tipo=1&codigo=16641>. Acesso em: 20 abr. 2014.

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1991. Aprova Normas para o Seguro de Acidentes pessoais. Disponível em: <http://
www.susep.gov.br/textos/Cir.29-91Consolidada.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2014.

148
______. Ministério da Fazenda. SUSEP. Circular Susep 302, de 19 de setembro
de 2005. Dispõe sobre as regras complementares de funcionamento e os
critérios para operação das coberturas de risco oferecidas em plano de seguro
de pessoas, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.susep.gov.br/
textos/circ302.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2014.

______. Ministério da Fazenda. SUSEP. Circular Susep 316, de 12 de janeiro


de 2006. Altera o art. 108 da Circular SUSEP 302, de 19 de setembro de 2005.
Disponível em: <http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/cao_consumidor/
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______. Ministério da Fazenda. SUSEP. Circular Susep 437, de 14 de junho


de 2012. Estabelece as regras básicas para a comercialização do seguro de
responsabilidade civil geral, e disponibiliza, no endereço eletrônico da Susep, as
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151
152
Sobre o Professor Conteudista

José Humberto Dias de Tolêdo


É mestre em Educação pela Universidade do Sul de Santa Catarina. Graduado
em Licenciatura em Matemática e em Engenharia Civil. Professor das disciplinas
Informática Aplicada à Matemática Financeira, Métodos Numéricos, Estágio
Supervisionado, Tópicos de Matemática no Curso de Matemática – Licenciatura,
na mesma instituição. Atualmente, ministra as disciplinas Matemática Financeira
Aplicada I, na Pós-Graduação em Matemática Financeira Aplicada aos Negócios;
Planejamento Financeiro, na Pós-Graduação em Contabilidade e Gestão
Financeira na Construção Civil, no MBA em Gestão de Obras e Projetos.

153
Respostas e Comentários das
Atividades de Autoavaliação
Capítulo 1
1. O primeiro contrato com emissão de apólice de seguro marítimo foi escrito em?

a)  ( )  Londres em 1868


b)  ( )  Brasil em 1808
c)  ( )  Portugal em 1658
d)  ( )  Gênova em 1347
e)  ( )  Fenícia em 1248

Resposta: Genova em 1347

2. Qual foi o ano em que foi fundada a primeira seguradora do Brasil, a


Companhia de Seguros Boa Fé?

a)  ( )  1808
b)  ( )  1868
c)  ( )  1691
d)  ( )  1818
e)  ( )  1658

Resposta: 1808

155
Universidade do Sul de Santa Catarina

3. Qual a alíquota do IOF que deve ser cobrada nas operações de seguros
privados de assistência à saúde segundo o Decreto nº 6.306, de 14 de dezembro
de 2007?

a)  ( )  7%
b)  ( )  2%
c)  ( )  2,38%
d)  ( )  0%
e)  ( )  7,38%

Resposta: 2,38%

4. Qual foi a primeira empresa estrangeira autorizada a funcionar no Brasil?

a)  ( )  Companhia de Seguros Tranquilidade


b)  ( )  Companhia de Seguros Garantia
c)  ( )  Companhia de Seguros Boa Fé
d)  ( )  Companhia de Seguros MetLife
e)  ( )  Companhia de Seguros Willis Group

Resposta: Companhia de Seguros Garantia

5. Na seguradora “Seguro Total”, o custo administrativo corresponde ao


percentual de 15% e a mesma paga uma comissão de corretagem de 8%. O lucro
previsto para asseguradora é de 12%. Calcule o Prêmio Comercial (PC) sabendo
que o Prêmio Puro (PP) apurado é de R$ 4.000,00.

Resposta:

156
Onde:

PC = Prêmio Comercial
PP = Prêmio Puro
c = soma percentual das despesas da operação ou carregamento

Cálculo do carregamento:

Cálculo do Prêmio Comercial

6. A seguradora “Seguro Total” apurou que o Prêmio Comercial de um


determinado seguro é e esse seguro é privado de assistência
à saúde, cuja alíquota do IOF é de 2,38%. Nessa operação, o custo da apólice
é R$ 200,00. A partir dessas informações, calcule o Prêmio Bruto (PB) que será
pago pelo segurado.

Resposta:

Logo, o valor a ser pago pelo segurado é .

7. Na seguradora “Seguro Total” foi apurada uma ocorrência de 35 sinistros de


um determinado objeto segurado. Sabendo-se que a quantidade de seguros
realizada pela seguradora desse objeto foi de 5.000 unidades, calcule o Valor
Matemático de Risco que representa a probabilidade de ocorrência dos sinistros.

Resposta:

157
Capítulo 2
1. Um segurado contratou uma apólice de seguro a Risco Total para um
depósito que armazena tecidos, com uma Importância Segurada ( IS) no valor
R$ 200.000,00. Houve um sinistro que danificou uma parte do estoque de tecidos
que integralizou R$ 120.000,00 de prejuízo. Após avaliação feita pelo avaliador
da seguradora ficou apurado o Valor em Risco Apurado (VRA) em R$ 275.000,00.
Dessa forma, pergunta-se:

a) Quanto a seguradora deve pagar à empresa dona do depósito? E qual o valor


que deve ser assumido pela empresa que realizou o seguro?

b) Se for contratada uma franquia no valor de R$ 10.000,00, quanto a seguradora


deve pagar à empresa segurada? E qual a parcela a ser assumida pela empresa
contratante do seguro?

c) Se houvesse perda total do estoque? Qual o valor que a seguradora deve


assumir e qual a parte que cabe à empresa contratante assumir, já que a
Importância Segurada foi menor do que o Valor em Risco Apurado?

Solução:

a) Nesse caso, temos a situação na qual .

Dessa forma, cabe à seguradora arcar com a razão

Portanto, a seguradora deve honrar o pagamento desse percentual, ou seja,


a empresa segurada vai receber 72,73% de R$ 120.000,00 que corresponde
a R$ 87.272,73, e a empresa que contratou o seguro deve arcar com os
R$ 32.727,27 restantes.

Resumo dos Cálculos:

Descrição Valor

Importância Segurada (IS) R$ 200.000,00

Valor em Risco Apurado (VRA) R$ 275.000,00

Danos Causados R$ 120.000,00

Razão IS/VRA 72,73%

Valor a ser pago pela Seguradora R$ 87.272,73

Valor a ser assumido pela empresa segurada R$ 32.727,27

158
b) Como o valor dos danos causados foi de R$ 120.000,00 e a franquia é de
R$ 10.000,00, esse valor deve ser deduzido do valor dos danos causados que
resulta em R$ 110.000,00 e os cálculos seguem o mesmo raciocínio anterior, ou
seja, a empresa segurada vai receber 72,73% de R$ 110.000,00 que corresponde
a R$ 80.003,00 e a empresa que contratou o seguro deve arcar com os
R$ 39.997,00 restantes.

Resumo dos Cálculos:

Descrição Valor

Importância Segurada (IS) R$ 200.000,00

Valor em Risco Apurado (VRA) R$ 275.000,00

Danos Causados R$ 120.000,00

Franquia R$ 10.000,00

Danos Causados – Franquia R$ 110.000,00

Razão IS/VRA 72,73%

Valor a ser pago pela Seguradora R$ 80.003,00

Valor a ser assumido pela empresa segurada R$ 39.997,00

c) Nessa situação, a seguradora deve indenizar à empresa contratante do seguro


o valor correspondente à Importância Segurada (IS) de R$ 200.000,00, cabendo
à empresa contratante assumir a diferença apurada no Valor em Risco Apurado
(VRA), ou seja: R$ 275.000,00 – R$ 200.000,00 = R$ 75.000,00.

Resumo dos Cálculos:

Descrição Valor

Importância Segurada (IS) R$ 200.000,00

Valor em Risco Apurado (VRA) R$ 275.000,00

Valor a ser pago pela Seguradora = IS R$ 200.000,00

Valor a ser assumido pela empresa segurada (VRA – IS) R$ 75.000,00

159
2. Uma seguradora realizou um contrato de uma apólice de seguro residencial
no qual o Valor em Risco (VR) declarado foi de R$ 800.000,00; a Importância
Segurada (IS) R$ 650.000,00 e a taxa de seguros de 3% ao ano. Ocorreu uma
intempérie na vigência do contrato que provocou desmoronamento na residência
e, após vistoria, apurou-se um dano de R$ 240.000,00 e o Valor em Risco
Apurado (VRA) foi de R$ 920.000,00. Pergunta-se:

a) Qual o valor do Prêmio Comercial?

b) Qual a indenização a Primeiro Risco Relativo?

Solução:

a) Com base nos dados constantes no contrato do seguro, a razão

corresponde a:

Com o valor percentual, verificamos na Tabela 1 que o coeficiente de agravação


para a razão 81,25% não está tabelado, dessa forma tomamos 1,41 que
corresponde à razão 82,50% tabelada.

Logo o Prêmio Comercial será calculado por:

PC = IS × taxa × coeficiente de agravação

b) Cálculo da indenização a Primeiro Risco Apurado:

Nesse caso, como o Valor em Risco é inferior ao Valor em Risco Apurado, deve
haver um rateio dos danos causados pelo desmoronamento. Portanto o cálculo
da indenização será:

Cabe à seguradora arcar com a razão

160
Parte do rateio que cabe ao Segurado:

Segurado

Resumo dos Cálculos:

Descrição Valor

Importância Segurada (IS) R$ 650.000,00

Valor em Risco Apurado (VRA) R$ 920.000,00

Danos Causados R$ 240.000,00

Taxa de seguro (ao ano) 3%

Razão IS/VR 81,25%

Coeficiente de agravação 1,41

Prêmio Comercial R$ 27.495,00

Razão IS/VRA 70,65%

Valor a ser pago pela Segurada R$ 169.560,00

Valor a ser assumido pelo Segurado R$ 70.440,00

3. Vamos considerar na atividade de autoavaliação anterior (2) que o segurado


quer receber uma indenização maior e, dessa forma, incluiu na sua apólice a
cláusula de rateio parcial com um coeficiente redutor . Dessa forma,
calcule: o valor do prêmio a ser pago pelo segurado e a indenização a ser paga
pela seguradora.

Solução:

Analisando a Tabela 2, verificamos um percentual de 5% de aumento no valor


do prêmio que corresponde ao redutor . Dessa forma, o segurado deve
pagar um Prêmio Comercial acrescido com o percentual de 5% no valor de:

Para o cálculo da indenização, usaremos:

161
Análise dos resultados: o segurado vai ter um aumento no pagamento do prêmio
no valor de R$1.374,75 (R$28.869,75 - R$27.495,00), mas em contrapartida
receberá R$ 18.845,80 a mais na indenização a ser para pela seguradora.

Resumo dos Cálculos:

Descrição Valor

Importância Segurada (IS) R$ 650.000,00

Valor em Risco Apurado (VRA) R$ 920.000,00

Danos Causados R$ 240.000,00

Taxa de seguro (ao ano) 3%

Razão IS/VR 81,25%

Coeficiente de agravação 1,41

Prêmio Comercial com o redutor R$ 28.869,75

Razão IS/VRA 70,65%

Valor a ser pago pela Segurada com o redutor R$ 188.405,80

Valor a ser assumido pelo Segurado com o aumento do prêmio em 5% R$ 51.594,20

4. Uma seguradora realizou uma apólice com cláusula de Valor de Novo (VN)
com um segurado, para um imóvel cuja Importância Segurada (IS) foi de
R$ 700.000,00. Com o passar do tempo, o imóvel se depreciou e tem Valor Atual
(VA) de R$ 320.000,00 e o Valor de Novo (VN) de R$ 850.000,00. Vamos imaginar
que uma grande inundação gerou perda total do imóvel. Diante desses fatos,
responda: qual o valor da indenização a ser pago pela seguradora ao segurado?
E, se o Valor Atual fosse R$ 380.000,00?

Solução:

Nesse caso, a indenização fica limitada a duas vezes o Valor Atual (VA), ou seja,

Indenização .

Supondo que o Valor Atual é de R$ 380.000,00, esse valor gera uma indenização:

Indenização

Como esse valor é maior do que a Importância Segurada (IS) de R$ 700.000,00, a


seguradora pode optar por pagar o valor correspondente à Importância Segurada (IS).

162
Resumo dos Cálculos:

Descrição Valor

Importância Segurada (IS) R$ 700.000,00

Valor de Novo (VN) R$ 850.000,00

Valor Atual 1 (VA) R$320.000,00

Valor Atual 2 (VA) R$380.000,00

Indenização a ser paga pela seguradora se o VA = R$ 280.000,00 R$ 640.000,00

Indenização a ser paga pela seguradora se o VA = R$ 320.000,00 R$ 700.000,00

5. A empresa “Delta” contratou um Seguro a Primeiro Risco Absoluto para um


equipamento que foi adquirido no valor R$ 70.000,00. Na apólice, ficou estipulada
uma franquia de R$ 5.000,00. Qual o valor a ser recebido pela empresa se
houve um sinistro na empresa e o equipamento sofreu um dano no valor de
R$ 38.000,00?

Solução:

Nesse caso, o seguro é não proporcional e dessa forma a indenização a ser


recebida pela empresa contratante será:

Indenização

Já que está prevista a franquia no valor de R$ 5.000,00.

Resumo dos Cálculos:

Descrição Valor

Importância Segurada (IS) R$ 70.000,00

Franquia contratada na apólice R$ 5.000,00

Dano sofrido pelo equipamento R$ 38.000,00

Indenização a ser paga pela empresa Seguradora R$ 33.000,00

163
6. A empresa “Alfa” realizou uma apólice de Seguro a Lucros Cessantes com
a seguradora “Seguro Total” por um determinado período e, na vigência do
contrato, ocorreu um sinistro que paralisou as suas atividades. Ela apresenta uma
Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) que indica estar operando com
lucro positivo. Com base nessas informações e na DRE, determinar a indenização
que será paga pela seguradora à empresa segurada e a Margem de Lucro Bruto
Segurável (MLBS).

DRE

Contas (R$) Valores (R$)

Receita de vendas 300.000,00

Despesas fixas (190.000,00)

Despesas variáveis (75.000,00)

Lucro Líquido 35.000,00

Solução:

O Lucro Bruto Segurável (LBS) será calculado como:

LBS = Lucro Líquido + Despesas Fixas

Ou seja:

Portanto, a indenização que a empresa segurada deve receber será de


R$ 225.000,00.

Podemos determinar a Margem de Lucro Bruto Segurável (MLBS) em função da


Receita de Vendas da empresa por meio do seguinte cálculo:

Esse resultado significa que o Lucro Bruto Segurável representa 75% das receitas
das vendas.

164
Resumo dos Cálculos:

Descrição Valor

Receita das Vendas R$ 300.000,00

Despesas Fixas R$ 190.000,00

Lucro Líquido R$ 35.000,00

Lucro Bruto Segurável (LBS) R$ 225.000,00

Margem de Lucro Bruto Segurável (MLBS)(%) 75%

Indenização R$ 225.000,00

7. Uma segurada realizou uma apólice de seguro de Acidentes Pessoais de


Passageiros (APP) com a previsão do pagamento de indenizações para Invalidez
Permanente no valor de R$ 80.000,00 e para Morte R$ 80.000,00. Ocorreu um
acidente que provocou a “Perda total do uso de um dos pés” do segurado. Qual
o valor da indenização a ser pago pela seguradora já que causou invalidez Parcial
do segurado? E, se em decorrência do acidente, ocorreu a morte do segurado,
qual será o valor da indenização a ser pago?

Solução:

A Tabela 3 destaca que o percentual para “Perda total de um dos pés”, gera um
percentual de 50% a ser pago da indenização prevista na apólice para Invalidez
Permanente. Dessa forma, o valor da indenização a ser paga será:

Indenização

Para responder à segunda pergunta da questão, destacamos que se depois de


paga a indenização por invalidez permanente, o segurado vier a óbito, em função
do acidente, para o cálculo da indenização por Morte, será realizada a dedução
do valor pago por Invalidez permanente, ou seja:

Indenização

165
Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Indenização por Invalidez Permanente R$ 80.000,00

Indenização por Morte R$ 80.000,00

Indenização por ‘Perda total de um dos membros superiores’ (70%) R$ 40.000,00

Indenização da Morte do Segurado, em função do acidente (segunda R$40.000,00


ocorrência), depois de paga a indenização por invalidez permanente.

8. Um segurado contratou uma apólice de seguro de automóvel, na qual está


caracterizado um Valor Determinado (VD) de R$ 35.000,00 e que o percentual
contratado para caracterização de indenização integral corresponde a 75%
(representa o percentual máximo). Com esse cenário apresentado no contrato,
qual é o valor do sinistro que vai caracterizar a indenização integral do veículo?

Solução:

Nesse caso, vamos proceder ao cálculo do percentual previsto na apólice de 75%


sobre o Valor Determinado que é de R$ 35.000,00, ou seja:

Valor do sinistro

Portanto, qualquer sinistro com valor igual ou superior a R$ 26.250,00


caracterizará indenização integral do veículo.

Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Indenização por Valor Determinado (VD) R$ 35.000,00

Percentual contratado para caracterização da indenização 75%

Valor do Sinistro que caracterizará indenização integral R$ 26.500,00

9. Um segurado realizou a contratação de uma apólice de seguro de automóvel


por Valor de Mercado Referenciado (VMR) tendo a tabela FIPE como referência
para o pagamento da indenização; um Fator de Ajuste de 1,2 e, o percentual para
caracterização de indenização integral de 70%. Diante dessas informações, pergunta-
se: qual é o valor do sinistro que vai caracterizar o pagamento da indenização integral
do veículo, se na data do sinistro foi observado na tabela FIPE o ano de fabricação,
marca e modelo do automóvel e apurou-se o valor de R$ 22.000,00?

166
Solução:

Como o Fator de Ajuste contratado na apólice é 1,2 o valor do veículo será:

Para o cálculo do valor do sinistro vamos usar o percentual contratado de 70%


que caracteriza a indenização integral, ou seja:

Portanto, qualquer sinistro com valor igual ou superior a R$ 18.480,00


caracterizará indenização integral do veículo.

Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Valor do veículo sinistrado na data do sinistro na tabela FIPE R$ 22.000,00

Fator de Ajuste contratado 1,2

Valor do Veículo com o Fator de Ajuste R$ 26.400,00

Percentual contratado para caracterização da indenização 70%

Valor do Sinistro que caracterizará indenização integral R$ 18.480,00

10. A seguradora “Seguro Total” tem uma carteira de seguros de automóveis


com 700 carros segurados. Sabendo-se que a Importância Segurada (IS) para
cada veículo, na data da contratação, é de R$ 19.000,00; que as Despesas
Administrativas (DA) previstas são de 15%; a Comissão de Corretagem (CC) é de
7%; o Lucro (L) previsto é de 6%; o custo da apólice é de R$ 80,00 e que o IOF
para a operação de seguro de automóveis é de 7%, determinar:

a) O Prêmio Bruto (com incidência do IOF) se o contrato da apólice prevê:


Sinistros de Indenização Integral a ser pago pelo Valor de Mercado Referenciado
(VMR) e que sejam previstos pagamentos de 6 indenizações assim distribuídas:
2 (duas) no valor de R$ 18.000,00; 2 (duas) no valor de R$ 12.000,00 e 2(duas)
no valor de R$ 8.500,00 (valores variados determinados de acordo com a tabela
estipulado no contrato).

b) O Prêmio Bruto (com incidência do IOF) se o contrato da apólice prevê:


Sinistros de Indenização Integral a ser pago pelo Valor Determinado (VD) e que
sejam previstos pagamentos de 6 indenizações no valor de R$ 18.000,00 cada
uma (valor é fixo e previsto no contrato).

167
Solução:

a) Prêmio Bruto pago Pelo Valor de Mercado Referenciado

Cálculo da Taxa de Risco:

Cálculo do Prêmio de Risco:

Cálculo do Prêmio Comercial:

Cálculo do Prêmio Bruto:

168
Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Número de carros segurados 700

Importância Segurada (IS) para cada veículo R$ 19.000,00

Despesas Administrativas (%) 15%

Comissão de Corretagem (%) 7%

Lucro (%) 6%

IOF (%) 7%

Custo da Apólice R$ 80,00

6 Indenizações previstas (Total) pelo VMR R$ 77.000,00

Taxa de Risco (%) 0,58%

Prêmio de Risco R$ 110,00

Prêmio Comercial R$232,78

Prêmio Bruto (incremento do IOF) R$ 249,07

b) Prêmio Bruto pago pelo Valor Determinado

Cálculo da Taxa de Risco:

Cálculo do Prêmio de Risco:

Cálculo do Prêmio Comercial:

169
Cálculo do Prêmio Bruto:

Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Número de carros segurados 700

Importância Segurada (IS) para cada veículo R$ 19.000,00

Despesas Administrativas (%) 15%

Comissão de Corretagem (%) 7%

Lucro (%) 6%

IOF (%) 7%

Custo da Apólice R$ 80,00

6 Indenizações previstas (Total) pelo VD R$ 108.000,00

Taxa de Risco (%) 0,81%

Prêmio de Risco R$ 154,29

Prêmio Comercial R$294,29

Prêmio Bruto (incremento do IOF) R$ 314,89

11. João quer contratar uma apólice de seguro para um carro zero km que acabou
de adquirir e a seguradora apresenta o valor R$ 2.390,00 como Prêmio a ser pago
para a cobertura de um período de um ano. A seguradora apresenta ao futuro
cliente a opção de inserir uma cobertura adicional de valor de novo para três meses
por R$ 380,00. Sabendo-se que nesse tipo de seguro tem a incidência de IOF no
percentual de 7% e, que o custo da apólice é de R$ 70,00, pergunta-se:

a) Qual o valor do prêmio bruto à vista que o cliente tem que pagar com a
cobertura adicional de valor de novo?

b) Se o futuro cliente quiser parcelar o valor do Prêmio em seis prestações (1


entrada + 5 parcelas) com um adicional de fracionamento de 3,2% ao mês, quais
serão os valores das parcelas?

170
Solução:

a) Cálculo do Prêmio Bruto à vista com a cobertura adicional:

Para o cálculo do prêmio com a cobertura adicional, vamos desindexar os 7% do


IOF, ou seja:

Prêmio Parcial

Vamos acrescentar a esse valor os R$ 380,00 correspondentes à cobertura


adicional de valor de novo.

Prêmio Comercial

Para o cálculo do Prêmio bruto com cobertura adicional, precisamos acrescentar


o IOF de 7%:

Prêmio Bruto

Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Prêmio Bruto apresentado ao cliente R$ 2.390,00

Cobertura Adicional para 3 meses – Valor de Novo R$ 380,00

IOF (%) 7%

Custo da apólice R$ 70,00

Prêmio Parcial (sem IOF) R$ 2.233,64

Prêmio Comercial (acrescido da cobertura adicional) R$ 2.613,64

Prêmio Bruto (com IOF) R$ 2.796,60

b) Cálculo das parcelas – para pagamento em 6 vezes com entrada

Para o cálculo das parcelas com o adicional de fracionamento de 3,2% ao mês,


vamos encontrar o valor do prêmio parcial sem a incidência do IOF de 7% e,
descontar em seguida o valor da apólice, já que a mesma deve ser paga junto
com a primeira parcela, ou seja:

Prêmio Parcial

171
A próxima etapa é o cálculo do prêmio com o acréscimo da cobertura adicional
de valor de novo:

Prêmio Comercial

Vamos acrescentar o IOF de 7% para determinar o valor do Prêmio Bruto com


esse incremento e, em seguida calcular o valor das parcelas a serem pagas.

Prêmio Bruto (sem o valor da apólice)

Cálculo das parcelas:

Nesse caso:

Portanto:

Dica: uso da calculadora financeira

Visor da
Aperte as teclas O que a calculadora faz calculadora

F FIN  Zera os registradores financeiros 0,00

G BEG Configura a calculadora p/pgto. com entrada 0,00

2.721,69 PV Armazena o valor à vista 2.721,69

3,2 i Armazena a taxa 3,20

6 n Armazena o período (n) 6,00

PMT   Calcula o valor da parcela (PMT) -490,07

172
Na primeira prestação, além dos R$ 490,07 encontrados no cálculo, vamos
acrescentar o valor da apólice com o Incremento de 7% do IOF que foi
desindexado no cálculo do Prêmio Parcial, ou seja:

Valor da apólice (com IOF)

Dessa forma, a primeira parcela será:

Primeira parcela

E as 5 parcelas restantes no valor fixo de R$ 490,07.

Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Prêmio Bruto apresentado ao cliente R$ 2.390,00

Cobertura Adicional para 3 meses – Valor de Novo R$ 380,00

IOF (%) 7%

Custo da apólice R$ 70,00

Prêmio Parcial (sem IOF) e sem valor da apólice R$ 2.163,64

Prêmio Comercial (acrescido da cobertura adicional) R$ 2.543,64

Prêmio Bruto (com IOF e sem o valor da apólice) R$ 2.721,69

Valor das 5 últimas parcelas R$ 490,07

Valor da primeira parcela com a apólice incluída R$ 564,97

Capítulo 3
1. Dada a função de sobrevivência que está definida no intervalo

. Qual a probabilidade de uma pessoa ( p ) sobreviver à idade de 30


anos? Qual a probabilidade de uma pessoa ( p ) falecer entre 40 e 50 anos?

Solução:

a) Cálculo da probabilidade de uma pessoa ( p ) sobreviver à idade de 30 anos.

A função de sobrevivência dada é: , logo a probabilidade de uma


pessoa sobreviver a anos é:

173
b) Cálculo da probabilidade de uma pessoa ( p ) falecer entre 40 e 50 anos.

Para calcular essa probabilidade, vamos determinar a diferença entre .

Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Função Sobrevivência

Probabilidade de uma pessoa ( p ) sobreviver à idade de 30 anos

2. Na seção 2 deste capítulo, você encontra a tábua de mortalidade ou sobrevivência


elaborada com base na CSO-1958. Usando os dados dessa tábua, determine a
probabilidade ( p ) de alguém com 32 anos sobreviver à idade de 45 anos.

Solução:

Para determinar a probabilidade ( p ), devemos calcular a razão entre o número


de sobreviventes de 45 anos que corresponde a 90.487 pelo número de
sobreviventes com 32 anos que corresponde a 94.392, ou seja:

Portanto, a probabilidade de alguém com 32 anos completar 45 anos é de


95,86%.

Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Número de sobreviventes de 45 anos 90.487

Número de sobreviventes de 32 anos 94.392

Probabilidade de alguém com 32 anos completar 45 anos 95,86%

174
3. Com base na Tábua CSO-1958, calcular a probabilidade ( p ) de uma pessoa
com 32 anos morrer a partir dos 45 anos, porém sem completar 50 anos.

Solução:

Nessa situação, temos uma probabilidade condicional, dessa forma na resolução


devemos considerar duas etapas:

Etapa I: devemos considerar a probabilidade ( p1 ) de uma pessoa com 32 anos

chegar aos 45 anos, ou seja, .

Etapa II: devemos considerar a probabilidade ( p2 ) de uma pessoa com 45 anos


não completar 50. Dessa forma, ela pode morrer com 45, 46, 47, 48 ou 49, ou

seja, .

Dessa forma, a probabilidade ( p ) será calculada por:

Ou seja:

Logo:

Assim, a probabilidade ( p ) de uma pessoa com 32 anos morrer a partir dos 45


anos, porém sem completar 50 anos é de 3,04%.

Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Probabilidade ( p1 ) de uma pessoa com 32 anos chegar aos 45 anos.

Probabilidade ( p2 ) de uma pessoa com 45 anos não completar 50 anos.

Probabilidade ( p ) de uma pessoa com 32 anos morrer a partir dos 45


anos, porém sem completar 50 anos.

4. Uma rifa de uma moto com valor de R$ 8.500,00 foi realizada por uma empresa que
colocou à venda 500 bilhetes. Sabendo-se que o sorteio será realizado dentro de 3
meses; que a taxa de juros de aplicação no mercado financeiro é de 0,8% ao mês e,
que todos os bilhetes serão vendidos, determine a esperança matemática dessa rifa.

175
Solução:

Dados:

Como: temos:

Dessa forma, a esperança matemática é de R$16,60.

Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Valor da moto R$ 8.500,00

Número de bilhetes a serem vendidos 500

Período para acontecer o sorteio 3 meses

Taxa de juros no período do sorteio 0,8% ao mês

Probabilidade

Esperança Matemática R$ 16,60

5. Usando os dados da CSO-1958, determine a expectativa de vida de uma


pessoa com 93 anos.

Solução:

Como e a idade máxima apresentada na tábua CSO-1958 corresponde a


99, ou seja, , teremos que:

176
Logo:

Portanto, podemos concluir que a expectativa completa de vida para uma pessoa
com 93 anos de idade é de aproximadamente 2 anos.

Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Idade da pessoa ‘x’ 93 anos

Tábua de comutação CSO-1958

Expectativa de vida completa de uma pessoa com 90 anos

6. Qual o prêmio único e puro que um segurado de 40 anos deverá à seguradora


“Seguro Total”, que contratou um seguro Dotal no valor de R$ 100.000,00 a ser
recebido quando ele completar 60 anos. Use os dados da tábua de comutação
AT-2000 (6%), disponível na seção 5 desse capítulo.

Solução:

Dados da questão:

Consultando a tábua de comutação AT-2000 com 6% de juros ao ano,


determinamos:

e . Dessa forma:

177
Portanto, uma pessoa com 40 anos de idade que deseja contratar um seguro
Dotal para receber R$ 100.000,00 ao completar 60 anos deve pagar um prêmio
de R$ 29.112,45.

Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Importância Segurada (IS) R$ 100.000,00

Idade do segurado ‘x’ 40 anos

Idade do segurado ao receber a IS ‘x + n’ 60 anos

Tábua de comutação AT-2000 (6%)

Período ‘n’ 20anos

Prêmio a ser pago pelo segurado

7. Uma determinada pessoa, com 45 anos, quer fazer um plano de sobrevivência


com o objetivo de receber uma renda vitalícia de R$ 30.000,00 a cada ano, no início
do ano, até os últimos dias da sua vida. Usando a tábua de comutação AT‑2000
(6%), determinar o valor do prêmio único puro que ela deverá pagar hoje?

Solução:

Dados:

Sabemos que e consultando a tábua AT-2000 (6%)

encontramos: e , substituindo os valores, teremos:

Dessa forma, o prêmio a ser pago será de R$450.604,53, garantindo ao professor


uma renda vitalícia anual de R$ 30.000,00.

178
Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Renda vitalícia anual desejada recebida no início de cada ano (R) R$ 30.000,00

Idade do segurado ‘x’ 45 anos

Tábua de comutação AT-2000 (6%)

Prêmio a ser pago pelo segurado

8. Um Contador com idade de 55 anos, prevendo receber uma renda vitalícia no


valor de R$ 25.000,00 anuais, para complementar a sua aposentadoria, faz um
plano de sobrevivência com uma empresa de previdência privada. Se, ele deseja
receber a renda postecipada, qual é o valor do prêmio que ele deverá pagar? Use
a tábua de comutação AT-2000 (6%).

Solução:

Nesse caso, entendemos que quando a renda é postecipadas o seu pagamento

será no final do ano e, portanto, usaremos: . Consultando a tábua

AT‑2000, temos que: , logo o valor do prêmio será:

Nesse caso, o professor deverá pagar o prêmio de R$ 312.623,77 e, ao receber a


renda estará um ano mais velho.

Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Renda vitalícia anual desejada recebida no final de cada ano (R) R$ 25.000,00

Idade do segurado ‘x’ 55 anos

Tábua de comutação AT-2000 (6%)

Prêmio a ser pago pelo segurado

179
9. Qual o prêmio único puro que uma pessoa de 38 anos deverá pagar para receber
uma renda (R) de R$ 20.000,00, imediata e durante 20 anos, no início de cada ano,
ou seja, antecipada? Use os dados da tábua de comutação AT-2000 (6%).

Solução:

Dados:

Nesse caso, a renda será paga pelo tempo de 20 anos, dessa forma será
temporária. E,

Logo:

Portanto, o prêmio será de R$ 239.892,23.

Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Renda temporária anual desejada recebida no início de cada ano (R) R$ 20.000,00

Idade do segurado ‘x’ 38 anos

Tábua de comutação AT-2000 (6%)

Prêmio a ser pago pelo segurado

10. Se uma pessoa de 45 anos deseja receber uma renda (R) de R$ 50.000,00,
com início de pagamento para daqui a 15 anos, durante 10 anos e, no início de
cada ano, qual é o prêmio único puro que ela deverá pagar? Use a tábua de
comutação AT-200 (%).

180
Solução:

Dados:

Nesse caso, a renda será diferida por 15 anos; temporária por 10 anos e
antecipada.

Logo:

Portanto, o prêmio será de R$147.583,36.

Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Renda diferida e temporária recebida no início de cada ano (R) R$ 50.000,00

Idade do segurado ‘x’ 45 anos

Tábua de comutação AT-2000 (6%)

Prêmio a ser pago pelo segurado

Capítulo 4
1. Uma pessoa com 35 anos de idade faz um Seguro Contra Morte Vitalício (vida
inteira) com a seguradora “Seguro Total”. Calcular o prêmio único puro ( Ax ) que
ela deverá pagar à seguradora, sabendo-se que a importância segurada ( Q ) é de
R$ 80.000,00. Use os dados fornecidos pela tábua AT-2000 (6%) apresentada no
capítulo 3.

Solução:

Dados:

181
Para o cálculo do prêmio único puro ( Ax ), precisamos verificar na tábua AT-2000
(6%) os valores correspondentes para e . Substituindo
esses valores teremos:

Logo, o segurado deve pagar o prêmio único puro no valor de R$ 7.234,62 para a
contratação do seguro,

Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Importância Segurada ( Q ) R$ 80.000,00

Idade do segurado ‘x’ 35 anos

Tábua de comutação AT-2000 (6%)

Prêmio a ser pago pelo segurado ( Ax ) Ax = R$ 7.234,62

2. No exemplo anterior, considere que o seguro contratado foi um Seguro Contra


Morte Vida Inteira Diferido para iniciar a partir do momento em que ela completa 60
anos, pergunta-se: qual será o valor do prêmio único puro que ela deverá pagar?

Solução:

Dados:

Para o cálculo do prêmio único puro ( Ax ), precisamos verificar na tábua AT-2000


(6%) os valores correspondentes para e . Substituindo
esses valores teremos:

182
Logo, o segurado deve pagar o prêmio único puro no valor de R$ 5.046,84 para a
contratação do seguro.

Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Importância Segurada ( Q ) R$ 80.000,00

Idade do segurado ‘x’ 35 anos

Tábua de comutação AT-2000 (6%)

Prêmio a ser pago pelo segurado ( Ax ) Ax = R$ 5.046,84

3. Um Seguro Contra Morte Temporário Imediato foi contratado por uma pessoa
com 42 anos de idade, que deverá vigorar até o momento em que ela complete
65 anos. Sabendo-se que a importância segurada é de R$ 150.000,00, determine
o prêmio único puro usando os dados da tábua AT-2000 (6%).

Solução:

Dados:

Para o cálculo do prêmio único puro ( Ax ), vamos usar:

Verificando a tábua AT-2000 (6%), temos que: ; e

Substituindo esses valores, teremos:

Logo, o segurado deve pagar o prêmio único puro no valor de R$ 6.771,62 para a
contratação do seguro.

183
Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Importância Segurada ( Q ) R$ 150.000,00

Idade do segurado ‘x’ 42 anos

Tábua de comutação AT-2000 (6%)

Prêmio a ser pago pelo segurado ( Ax ) Ax = R$ 6.771,62

4. Uma pessoa quer contratar um Seguro Contra Morte Temporário Diferido


em uma seguradora. Como ela hoje tem 28 anos, quer saber qual é o prêmio
único puro que deverá pagar, para receber a Importância Segurada no valor de
R$90.000,00 a partir do momento em que ela completar 60 anos e vigorar até
completar 75 anos. Use os dados da tábua AT-2000 (6%).

Solução:

Dados:

Para o cálculo do prêmio único puro ( Ax ), vamos usar:

Verificando a tábua AT-2000 (6%), temos que: ; e

Substituindo esses valores, teremos:

Logo, o segurado deve pagar o prêmio único puro no valor de R$ 3.559,76 para a
contratação do seguro.

184
Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Importância Segurada ( Q ) R$ 90.000,00

Idade do segurado ‘x’ 28 anos

Tábua de comutação AT-2000 (6%)

Prêmio a ser pago pelo segurado ( Ax ) Ax = R$ 3.559,76

5. Determinar o prêmio único puro que uma pessoa com 32 anos deve pagar ao
contratar um Seguro Dotal Misto que prevê uma cobertura para nos próximos
25 anos, em caso de falecimento, e, caso sobreviva, receba uma Importância
Segurada no valor de R$ 200.000,00. Use os dados da tábua AT-2000 (6%).

Solução:

Dados:

Para o cálculo do prêmio único puro, vamos usar:

Verificando a tábua AT-2000 (6%), temos que: ; ;


e .

Substituindo esses valores, teremos:

Logo, o segurado deve pagar o prêmio único puro no valor de R$ 48.317,75 para
a contratação do seguro.

185
Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Importância Segurada ( Q ) R$ 200.000,00

Idade do segurado ‘x’ 32 anos

Tábua de comutação AT-2000 (6%)

Prêmio a ser pago pelo segurado ( ) = R$ 48.317,75

6. O quadro, a seguir, apresenta as taxas de retornos para dois investimentos ‘X’


e ‘Y’. Determine o desvio padrão para as duas situações apresentadas e faça uma
análise dos resultados com base no conceito de desvio padrão.

Taxa de retorno (%) Taxa de retorno (%)


Ano Investimento ‘X’ Investimento ‘Y’

2009 9,8 8,7

2010 10,2 9,8

2011 11,0 10,9

2012 12,5 11,5

2013 8,9 10,2

Média 10,48 10,22

Solução:

Desvio padrão do investimento ‘A’:

186
Desvio padrão do investimento ‘B’:

Análise: De acordo com os desvios padrões determinados, verificamos


dispersões distintas em relação à média. A dispersão encontrada para o
investimento ‘A’ é maior do que a encontrada para o investimento ‘B’. Portanto,
por meio dessa medida estatística podemos concluir que o investimento ‘A’ é
mais arriscado do que o investimento ‘B’.

Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Média das taxas de retorno do investimento ‘A’ 10,48%

Média das taxas de retorno do investimento ‘B’ 10,22%

Desvio Padrão do investimento ‘A’ 1,36%

Desvio Padrão do investimento ‘B’ 1,07%

Decisão: melhor investimento ‘B’

7. Usando os dados do exercício anterior (6), determinar o Coeficiente de Variação


e o Índice de Sharpe (use o ativo poupança com taxa de rentabilidade i de 6%
ao ano) para os dois investimentos e analise se os mesmos indicadores apontam
para a mesma direção apontada pelo desvio padrão.

Solução:

Dados:

187
Cálculo do Coeficiente de Variação:

Investimento ‘A’:

Investimento ‘B’:

Cálculo do Índice de Sharpe:

Investimento ‘A’:

Investimento ‘B’:

Análise: os indicadores Coeficiente de Variação e Índice de Sharp também


apontam para o mesmo investimento apontado pelo Desvio Padrão, ou seja, o
investimento ‘A’ já que o coeficiente de variação do investimento ‘A’ é maior do
que o do investimento ‘B’ e, o Índice de Sharpe do Investimento ‘B’ é maior do
que o do investimento ‘A’.

Resumo dos Cálculos

Descrição Valor

Média das taxas de retorno do investimento ‘A’ 10,48%

Média das taxas de retorno do investimento ‘B’ 10,22%

Desvio Padrão do investimento ‘A’ 1,36%

Desvio Padrão do investimento ‘B’ 1,07%

Rentabilidade da Poupança (ao ano) 6%

Coeficiente de Variação investimento ‘A’ 0,129771

Coeficiente de Variação investimento ‘B’ 0,104697

Índice de Sharpe investimento ‘A’ 3,294118

Índice de Sharpe investimento ‘B’ 3,943925

Decisão: melhor investimento ‘B’

188

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