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PARA A GUITARRA
Orientador:
Prof. Dr. Walter Nery Filho
São Paulo
2017
1
SUMÁRIO
Pág.
RESUMO .......................................................................................... 2
1. INTRODUÇÃO 4
2. OBJETIVOS 6
3. MATERIAIS E MÉTODOS 7
4. RESULTADOS 10
5. DISCUSSÃO 10
6. CONCLUSÃO 12
7. BIBLIOGRAFIA 13
8. ANEXOS 15
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Abstract
Considering the lack of a guitar modal chords dictionary, and in order to explore
non functional harmony, this article focused on adapting some portion of Ron
Miller’s book Jazz Modal Composition & Harmony Vol. I (Chapter III), for guitar
chords construction.
Keywords
Modality, Modal Jazz, Modal Harmony, Post-tonal.
RESUMO
DE PAULA, R.A.. Acordes Modais Para Guitarra. 2017. 17fls. Trabalho de
Conclusão do Primeiro Semestre do Curso de Pós Graduação Em Música Popular
da Faculdade e Conservatório Souza Lima, São Paulo, 2017.
INTRODUÇÃO:
Este artigo nasceu do interesse pelos chamados acordes modais, despertado pelo
conhecimento da obra de Ron Miller, Modal Jazz Composition And Harmony Vol.1
(Miller, 1996), com vistas à sua utilização na guitarra.
Quem se interesse pelo assunto vai notar carência de literatura correlata, mesmo
se estiver disposto a pesquisar de forma mais geral a harmonia e composição
modal no jazz |1|.
De forma mais estreita, quando o assunto é o aproveitamento da obra de Miller
voltado para violão e guitarra, aumenta a dificuldade de se encontrar material
bibliográfico.
Assim nasceu a ideia deste pequeno estudo sobre acordes modais para guitarra.
Propõe-se aqui a apresentação de alguns shapes que utilizem as notas
características apontadas por Miller, adaptados para a guitarra, com sonoridade
que permita a exploração da harmonia modal.
OBJETIVO:
Uma organização que possa ser consultada pelo músico que deseja conhecer os
acordes utilizados no chamado Jazz Modal, particularmente para a guitarra.
Propõe-se que a apresentação de certos tipos de acordes, construídos não
necessariamente com base na tradicional superposição tonal de terças, leve o
instrumentista a perceber mais amplas possibilidades de criação.
Trata-se de um breve estudo sobre um recurso ainda não muito aproveitado na
música em geral e na música popular brasileira, especificamente.
MATERIAIS E MÉTODOS:
A metodologia utilizada para este estudo é a adaptação do método de Ron Miller,
de construção de acordes modais, originalmente para piano, com vistas à guitarra.
A obra de referência é seu livro Modal Jazz Composition And Harmony Vol.1
(1996) |16|.
Em parte da literatura adicional consultada como suporte, encontram-se acordes
com sonoridade composta, muitos derivados da superposição de dois acordes –
os chamados policordes -, ou mesmo os slash chords, nome que se dá para a
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1. INTRODUÇÃO
A musica tonal pode ser entendida como aquela que quase não foge das relações
diatônicas |16|.
O jazz a partir do início da segunda metade do século XX começou a praticar um
tipo de música que não se atinha a um único centro tonal diatônico, embora ainda
fosse possível identificar um modo central (free-form) |16|.
À medida em que os compositores foram passando a explorar apenas um modo
de cada vez, ou alguns poucos modos diferentes, em diferentes tons centrais, foi
surgindo o modal simples |16|.
O modal complexo, por fim, considerado o estilo mais harmonicamente
abrangente, não se prende a simetrias ou centros tonais diatônicos em absoluto
|16|.
O modalismo, na forma introduzida pelos impressionistas do fim do século XIX e
início do século XX, e depois aproveitado pelos jazzistas americanos a partir dos
anos 1950, não se utiliza de um encadeamento de acordes com função definida,
como na música tonal (que utiliza, por exemplo, ciclo de quintas descendentes).
Após o conhecimento da obra de Ron Miller, Modal Jazz Composition And
Harmony Volume I (Miller, 1996), surgiu a ideia de um artigo que abordasse
aqueles chamados acordes modais, com vistas à sua utilização na guitarra.
Quem se interessar pelo assunto vai notar, no entanto, uma carência na literatura
sobre o assunto, mesmo se estiver disposto a pesquisar a harmonia e composição
modal no jazz |1|.
Especificamente, se o assunto é o aproveitamento da obra de Miller na guitarra,
então, a dificuldade de se encontrar material é ainda maior.
Não foi possível localizar, em rápido levantamento na internet, e com base na
bibliografia arregimentada para esta pesquisa, uma publicação como uma
compilação ou manual de acordes modais, em um formato aglutinado.
No livro de Ron Miller há inúmeros acordes (voicings) para piano, e o autor
confere à experimentação um papel central na percepção de novas possibilidades
musicais.
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2. OBJETIVOS:
Busca-se neste artigo a apresentação de alguns acordes que utilizem as notas
características apontadas por Miller, adaptados para a guitarra, com sonoridade
que permita a exploração da harmonia modal.
A forma de dicionário de acordes permitirá a consulta pelo musicista que deseja
conhecer os acordes utilizados no chamado Jazz Modal, particularmente para a
guitarra.
Objetiva-se também apurar até que ponto é indicada e proveitosa essa adaptação
de um para outro instrumento.
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3. MATERIAIS E MÉTODOS:
A metodologia utilizada para este estudo é a construção, para a guitarra, de
acordes modais baseados nos modos não alterados de Ron Miller.
Portanto trata-se de um desdobramento do entendimento constante naquela obra
quanto ao que seja o termo modal.
Inicialmente, despertam interesse acordes que possam ser usados como fizeram
os compositores impressionistas, que sobrepunham as notas de maneira a
explorar as características de cada modo, de uma forma que pouco tinha a ver
com a música tonal até então praticada |1|.
Nos anos 50, nos Estados Unidos, o jazz modal também fazia uso de harmonias à
maneira dos impressionistas, em torno de um ou no máximo dois modos, em um
ritmo harmônico essencialmente lento ou estático, muitas vezes evitando acordes
com superposição de terças, preferindo-se aqueles com sobreposição de quartas
(chamados quartais), com uso de notas pedal, e ausência de relações harmônicas
funcionais, como o ciclo de quintas descendentes |1|.
Fez-se necessário, então, se entender a estrutura de tais acordes e sua relação
com os modos.
A obra de Ron Miller vem lançar luz nesse uso intenso de material modal, de
harmonia não funcional, de ambiguidade e indefinição de centro tonal, observado
no jazz, que de forma geral permite a exploração de sonoridades mistas.
Em geral os modos propostos por Miller são construídos através da junção de dois
tetracordes, a partir dos quais são selecionadas as chamadas notas
características do modo, por comparação de cada modo com o modo jônio,
chamado escala-mãe|1|.
8
As notas mais importantes de cada modo são as que diferem daquelas do modo
jônio, mais as outras, dispostas em uma ordem de prioridade que Miller definiu
experimentalmente |16| (Tabela 1).
Para alguns dos acordes escolhidos, informações que possam elucidar seu uso e
comentários sobre suas características são inseridos no texto.
No final do artigo, o Anexo 1 exibe o resultado obtido, com o diagrama do braço da
guitarra, a cifragem e as notas no pentagrama.
4. RESULTADOS:
Foi possível se obterem 51 acordes distribuídos representativos dos sete modos,
dispostos no Anexo 1, entre acordes extraídos diretamente dos exemplos do livro
e acordes montados com base nas notas características.
É mostrado o diagrama do braço da guitarra, a cifragem e as notas no
pentagrama.
Em geral a digitação é bem resolvida, embora não primária, solicitando algumas
aberturas mais complexas e requerendo por vezes que um mesmo dedo prenda
mais de uma corda.
5. DISCUSSÃO:
Na adaptação dos acordes clusters (formados por teclas vizinhas no piano, ou
seja, notas na sequência da escala diatônica), surge uma limitação dada a
natureza do instrumento de corda.
Embora fosse por vezes possível se manterem as notas originais do acorde de
Miller, as notas vizinhas comparecem no máximo em um par, sendo o outro par
não vizinho, pertencente a outra oitava.
A sonoridade não é a mesma obtida no piano, com a característica instabilidade.
Vejam-se como exemplos os acordes 1 e 2, no Anexo 1.
Pode ocorrer de se considerarem os acordes obtidos não típicos de jazz, embora
a adaptação seja feita com suporte de obras literárias voltadas para aquele estilo.
Isto pode se dar porque os voicings obtidos buscam reproduzir a sonoridade do
piano e não se baseia em estudos típicos de guitarra.
O caso pode merecer uma futura reedição, adaptando-se os acordes para um
grupo de notas privilegiadas dentre as apresentadas, escolhendo-se regiões do
braço da guitarra que são mais usuais para o instrumento e para os músicos
tradicionais do estilo.
O acorde 3 é uma adaptação de um cluster do modo dórico não alterado de Miller.
Não é possível se manter a sonoridade típica do piano, mas busca-se manterem
as principais notas características do modo, ficando ausentes as duas “menos
importantes”.
11
6. CONCLUSÃO:
Muitos dos formatos de acordes aqui apresentados não foram localizados na
bibliografia consultada.
Só foi possível chegar a eles pelo estudo e adaptação baseados na obra de Ron
Miller.
Sendo tais sonoridades incomuns, pode-se esperar que seu uso possibilite ainda
novos caminhos de criatividade estimulada.
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7. BIBLIOGRAFIA:
Referências
4 – MILLER, Ron. Modal Jazz Composition & Harmony. Vol. 2. Mainz: Advance Music,
[1996]. Disponível em <http://docslide.us/download/link/49239495-ron-miller-modal-jazz-
composition-harmony-vol-2> . Acesso em 09/05/2017.
8 – HENDERSON, Scott. Jazz Guitar Chord System: The Essential Guide To Jazz Chord
Voicings & Substitutions. Milwaukee: Hal Leonard Corporation, 1998. Disponível em
<https://docs.google.com/file/d/0BzDWaeNuCl1bV2Ezei1zbllfdXM/view> . Acesso em
06/05/2017.
16 - MILLER, Ron. Modal Jazz Composition & Harmony. Vol. 1. Mainz: Advance Music,
1996. Disponível em <https://pt.scribd.com/document/49100890/Ron-Miller-Modal-Jazz-
composition-Harmony-Vol-1> . Acesso em 16/04/2017.
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* ACORDE SEM A TERÇA. ** MANTIDA A CIFRAGEM DO LIVRO DE MILLER.
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