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Introdução
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II. Objetivo
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III. Estudo do Livro1
3.1 Autor
Os conservativos reivindicam que êxodo, bem como o pentateuco como um todo foi
escrito por Moisés. Eles admitem que talvez Moisés tenha usado fontes antigas, orais ou escritas,
mas que a despeito disso , ele é o único autor dos cinco primeiros livros da bíblia. Os que mantêm
essa opinião, suportam seu ponto de vista com base nas seguintes passagens de êxodo: 1. Duas
vezes o livro declara que Deus falou para Moisés escrever (17:14, 34:27); 2. uma vez no livro,
diz que Moisés escreveu (24:4); 3. Cristo declarou que Moisés escreveu (João 5:46, 47); 4. Cristo
atribuiu também, ex.20:12 e 21:17 a Moisés em Marcos 7:10; 5. em Marcos 12:26 Jesus se refere
ao “livro de Moisés”, contudo admitem os conservadores neste trecho que talvez Jesus estivesse
se referindo à tradição judaica que atribuía a Moisés a responsabilidade do conteúdo do livro.
1
Enciclopédia bíblica. Teologia e filosofia pág. 630.
Êxodo introdução e comentário, págs. 11, 12.
Introdução ao Antigo Testamento, págs. 64, 65
Estudo sobre o livro do Êxodo, pág. 04
Mercê confiança o Antigo Testamento. Pág 135
Novo dicionário da Bíblia, págs. 1060-1069.
Estudo do livro de Êxodo, págs. 45-67.
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O documento “E” contém as antigas narrativas efraemitas originadas por volta de 750 a.c.
o Escritor de “E” demonstra um interesse no reino do “N” de Israel e em seus heróis. Ele
emprega o vocábulo Eloim em vez de Yahweh (Jeová) para referir-se a Deus.
O documento “D”, também chamado Código Deuteronômico, foi encontrado no templo,
no ano 621 a.c.. Esse documento aborda o fato de que o amor é a razão mesma de servir; salienta
a doutrina de um único altar.
O código sacerdotal ou documento P (S) originou-se por volta do ano 500 a.c., todavia sua
redação prorrogou-se até o IV século a.c.. Os críticos esclarecem que as fontes de êxodo, além de
distintas entre si, datam de um período bastante posterior aos eventos que narra. Eles acentuam
também, que o livro não só revela o trabalho de diferentes indivíduos, de diferentes escolas de
registros históricos, não admitindo assim, que êxodo seja de autoria Mosaica.
Eu prefiro os argumentos dos conservadores , que defendem Moisés como sendo o autor
de êxodo, pois entendo que tanto as evidências internas, quantos externas apontam Moisés como
sendo o autor do livro de êxodo.
Moisés, o grande líder e legislador por meio de quem Deus tirou os hebreus para fora do
Egito, que os constituiu como nação para servi-lo, e que os levou as fronteiras da terra prometida
aos seus antepassados. Moisés pertencente à tribo de Levi, ao clã de Coate, e a casa ou família de
Anrão (ex. 6.16). descendente distante e não filho de Anrão e de Joquebede, se deixa
subentendido pelo fato de seus pais não serem chamados por nome no relato detalhado de sua
infância (ex.2), e torna-se quase certo pelo fato que Anrão e seus três irmãos tinham numerosos
descendentes dentro de um ano a partir do êxodo.
Para salvar seu filho do edito faraônico, que ordenou a morte de toda criança do sexo
masculino que nascesse, mas as parteiras Sifrá e Pua desobedeceram às ordens real e salvaram a
vida do menino. A mãe de Moisés o pôs muna cesta de juncos ou de papiro recoberta de pixe,
entre as canas que havia a beira do Nilo e ordenou que sua irmã, Miriã, vigiasse. De forma
estratégica, a mãe de Moisés colocou a cesta justamente na região do rio onde a filha de Faraó
tomava banho.
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Quando chega ao rio, a filha de Faraó logo vê a criança e se apaixona pelo mesmo,
tomando-o como filho, e logo providenciou uma ama para cuidar do menino, e, de forma
providencial, foi encontrada a mãe de Moisés que passa a ser sua ama, e, assim Moisés teve sua
vida poupada. Ao ser desmamado, foi entregue à sua mãe adotiva, a princesa egípcia (ex. 2.1-10).
Sobre a juventude de Moisés na sociedade e na corte egípcia nenhum detalhe é fornecido, mas
um jovem em sua posição , no período do Novo Reino, criado nos círculos palacianos, não podia
deixar de ter recebido um treinamento básico substancial naquela “ciência dos egípcios” que
Estevão lhe acredita (At. 7.22).
Terminados seus estudos, Moisés decide visitar seus irmãos. Admitimos que durante os
quarenta anos ele tivesse visitado seus pais e ao mesmo tempo tomado conhecimento do que
estava acontecendo com sua gente. Dá-se também o episódio da morte de um egípcio, e
conhecida essa morte, ele foge para o deserto de Mídia. Lá estavam os seus parentes asauítas ou
edomitas, bem assim os ismaelitas. Lá estavam os domínios da sua rainha-mãe. Ele deveria
conhecer bem a situação do Sinai, como território egípcio, e talvez conhecesse as diversas formas
de culto que lá se praticava.
Morto o principal inimigo de Moisés, provavelmente o Totmés III, Deus achou que era
chegado o momento de libertar o sei povo. Assim comunica a seu servo o que acaba de ocorrer,
comissionando-o a ir lá e promover a libertação. Nesta época reinava Amenetep II. Tudo estava
concorrendo não só para facilitar a saída do povo, mas o seu estabelecimento na Palestina.
Tinham decorrido 40 anos desde a fuga do Egito, durante os quais Moisés teria tido
muitas ocupações intelectuais teria meditado seriamente no problema de sua vida e do seu povo,
e certamente perguntado a Deus a respeito das promessas feitas as pais e pelas quais tinha
renunciado aos prazeres da mais rica corte de então, para ser considerado o fugitivo, e ter se
tornado um simples pastor das ovelhas de seu sogro. E foi nesta condição de pastor que Deus se
revela a Moisés como o Deus de seus pais, e então o comissiona para libertar o povo do Egito.
Porém, se sabe que esta trajetória foi marcada por muitos desafios, desde o endurecimento
do coração de Faraó, até os muitos problemas por via da murmuração e desobediência do povo de
Israel. Contudo, Deus sempre esteve presente direcionando Moisés em todo o propósito que ele
tinha estabelecido. Deus se manifesta de forma sobrenatural, quando providenciou o maná,
quando enviou a nuvem para os proteger do sol durante o dia, e a coluna de fogo durante a noite,
quando falou com Moisés do meio de uma sarça ardente no Sinai, quando entrega os dez
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mandamentos, que deveria ser lido para o povo, com o fim de eles observarem todos os preceitos
descritos na lei moral, e quando eles atravessaram o mar vermelho perseguidos pelo exército de
Faraó, quando estes foram destruídos. Tendo Moisés toda um trajetória de grandes lutas, mas
sempre desfrutando das enormes vitórias. Morrendo assim, na terra de Moabe, com a idade de
cento e vinte anos. Tendo Josué como seu sucessor.
3.3. Destinatários
3.4. Data
Embora o êxodo, sem dúvida, seja o evento central da história de Israel, ainda não há uma
solução que explique os complexos problemas cronológicos e geográficos implicados. Não se
pode determinar com certeza a data nem o lugar em que ocorreu o êxodo. Entretanto, o período
geral que mais se adapta às evidências bíblicas, é a primeira metade do século XIII. Os principais
argumentos são os seguintes:
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Meneptá afirma ter subjugado várias entidades em Canaã, inclusive Israel em seu quinto
ano, 1209 a.c. o êxodo deve ter ocorrido alguns antes
De acordo com êxodo 1.11, os israelitas construíram as cidades-celeiros de Pitom e
Ramesses nos meados do século XIII a.c. o êxodo, portanto, deve ter ocorrido depois de sua
ascensão ao trono (1300 a.c.).
Documentos egípcios contemporâneos fornecem paralelos históricos. Textos da época de
Meneptáe Ramesses II ilustram o uso de semitas como escravos em seus projetos de construção.
Essa data combina bem com a idéia de que o contexto mais provável para a descida de José e
seus irmãos para o Egito é o período de hicsos. O tempo passado no Egito, em visão prospectiva,
seria de 400 anos, ou, de acordo com êxodo 12:40, em visão retrospectiva, 430 anos. Segundo
essa posição, a descida para o Egito teria ocorrido durante a primeira metade do século XVII a
XVIII.
Muitos estudiosos conservadores concluíram que uma data de 1300-1250 a.c. comporta
melhor que quaisquer outras datas, a maior parte das evidências. Reconhecem com isso que os
Faraós da opressão seriam Seti I (1305-1290 a.c.) e Ramesses II (1290-1213 a.c.). o êxodo,
portanto, teria ocorrido no governo deste último. Entretanto, todas as informações referentes à
data do êxodo não podem determinar com certeza se o êxodo ocorreu nesse período.
Concluímos assim, que não existe uma data, nem um local exato do êxodo. Contudo
prefiro acreditar na definição dos conservadores e nas datas fornecidas por eles.
3.5. Tema
O assunto principal do livro de êxodo é a redenção, que mostra como Deus cumpriu sua
antiga promessa a Abraão, multiplicando seus descendentes até formar uma grande nação, e
renovando a aliança da graça com a nação inteira. Sendo assim, o velho testamento não é o que
muitos pensam, que Israel vivia pela Lei, mas o que nós entendemos é que Israel foi escolhido
pela graça, e deveria viver pela fé nas promessas de Deus, e Deus espera deles, fidelidade à sua
aliança. Assim como na nova aliança, que o povo de Deus, também, são escolhidos pela graça, e
desafiados a viver pela fé nas promessas de Deus, e em seu plano de redenção através de Jesus.
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I- O treinamento do homem de Deus para a tarefa de Deus. 1:1-4:31.
A- O passado de Moisés: a perseguição tirânica, 1.1-22.
B- Sua adoção e instrução, os primeiros 40 anos, 2.1-14.
C- Seu caráter disciplinado, os segundos 40 anos, 2.15-25.
D- Sua vocação da parte de Deus, em Horebe, 3:1-4.31.
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D- Formas de culto que Deus santifica e aceita, 40:1-38.
Quando observamos esse esboço, torna-se aparente que este livro foi escrito por um único
autor, pois sua ordem é lógica, e demonstra grande conhecimento de quem o escreveu.
Não se pode entender a história sem geografia. Partindo da terra de Gosém ainda não
determinada com precisão, os israelitas se dirigiram ao Mar Vermelho, ou, antes, ao braço
ocidental desse mar.
O local exato da travessia é ainda um problema arqueológico, devido às muitas alterações
que o solo sofreu, devido aos alagadiços entre o extremo norte desse braço e o Mediterrâneo. De
Ramsés a esses lagos há uma distância de trinta a trinta e cinco milhas marítimas, distância que
era coberta em três dias de viagem.provavelmente, muito povo já estaria de viagem, aguardando
apenas a ordem oficial de saída. Dada esta na terrível noite da mortandade dos primogênitos,
Moisés teria deixado a corte real em Mentis ou possivelmente em zoa ou Tânis e ido ao encontro
do povo já em Macha. No primeiro dia chegaram a Sucofe, nome que significa “presas”,
referindo-se talvez, a um posto aduaneiro ou acampamento temporário do Exército. Também
ainda não se identificou este lugar. No dia seguinte chegaram a Etã, nas imediações do deserto,
conforme Ex. 13:20. qual seja este deserto, não sabemos, pois o deserto propriamente chamado
ficava depois do Mar Vermelho.
O deserto de Sur foi alcançado, depois da passagem do Mar, em três dias de viagem.. Tal
movimento, aparentemente contraditório à sua macha natural, teria dado motivo para as
autoridades de Faraó descobrirem que eles estavam embaraçados. O local de Migdoi, Pi-Hairote e
Baal- Zefom não puderam ainda ser identificados. Ali acamparam, esperando saber qual seria o
passo seguinte.
A passagem do Mar Vermelho. Muito se tem escrito a respeito. Pensam alguns que eles
tem escrito a respeito. Pensam alguns que eles teriam passado nas imediações do Wadi Tauarique,
ao sul de Râa Ataca, mas, a certeza do local, só Deus tem. Os egípcios já estavam próximos, e
qualquer fuga para o norte ou para o sul seria difícil, especialmente, atendendo à numerosa
multidão e aos muitos animais ou avançariam, ou seriam presos e obrigados a voltar ao Egito.
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Nosso Deus deu a ordem, mandando que Moisés tocasse as águas, e o mar se abriria. O elemento
natural usado por Deus foi um forte vento oriental, soprando toda noite, até que o mar se tornou,
seco e as águas foram divididas. Não podemos elucidar as imensas discussões que este
acontecimento tem sugerido, mas o fato é que nenhum argumento sólido já foi apresentado para
contradizer o fato. Nem mesmo o argumento da natureza física, de que a lei da gravidade teria
sido violada.. Seria isto quebrar uma lei natural? De mais a mais, mesmo que não tivesse havido a
intervenção do vento e as moléculas de água se desassociassem ali, teria isso quebrado a lei? De
modo nenhum. Os que têm tanto zelo pelas leis naturais deveriam ter também zelo pela
providência divina. Já dissemos que deve ter havido muita alteração geológica desde então, de
modo a tornar impossível qualquer verificação. Depois da passagem do Mar Vermelho, o povo
dirigiu-se ao Sinai.
Na Rota para o Acampamento no Sinai, antes de estarmos na apreciação dos preparativos
para a doação da Lei, é mister se digam duas palavras sobre o lugar.Primeiro, convém acentuar a
indistinção bíblica, muitas vezes, entre o Sinai e Horeb. Moisés mesmo usa indistintamente os
dois nomes, de modo a não ser fácil à clareza na mente do estudante, ainda que isto não
signifique confusão ou ignorância da terminologia ou da geografia. O Sinai e Horeb são, em certo
sentido, uma e mesma coisa. Digamos, e, outras palavras que o Sinai é um monte do sistema de
montanhas chamado Horeb.
O Sinai, então, é um pico situado no vértice do triângulo formado pêlos dois braços do
Mar Vermelho, bem ao sul. Do alto do Sinai, lugar onde a Lei foi dada, segundo faz supor a
situação geográfica, descobre-se uma longa distância acima do nível do mar, dando a impressão
de solenidade e grandiosidade.
Deus se faz ouvir pelos trovões e trombetas, o Sinai foi o lugar onde ele mostrou sua Justiça ou a
Justiça da sua Lei.
Não somente para os hebreus era um lugar sagrado, mas também para os árabes. Ainda
hoje os nômades daquelas regiões veneram certos lugares. No Sinai foi fundado um mosteiro
ortodoxo grego, onde o Dr. Tischendorf encontrou um manuscrito da Bíblia que se supõe ser um
dos doze que Constantino, o Grande, mandou preparar por Eusébio de Cesárea. Não se pode
pensar no judaísmo, nem no cristianismo sem pensar no Sinai como parte de uma história O Sinai
não pode ser esquecido.
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A viagem de Israel para Canaã, através da Península do Sinai, foi devidamente
determinada. Não há que duvidar que a rota direta – um caminho bem percorrido e usado para
propósitos militares e comerciais – tê-los-ia conduzido à terra prometida em quinze dias. No caso
de uma multidão desorganizada de escravos recém-libertados, o desvio para o Sinai teve não
apenas uma vantagem militar, mas também lhes proveu tempo e oportunidade para se
organizarem.
O conhecimento crescente nos campos da arqueologia e da topografia tem dissipado
dúvidas, anteriores sobre a historicidade desse percurso pelo sul, embora algumas identificações
geográficas continuem incertas.
O ponto exato onde Israel atravessou as águas de importância secundária em relação ao
fato que essa massa de águas, além de haver afogado aos egípcios perseguidores, proveu uma
barreira intransponível entre os israelitas e a terra do Egito. Um forte vento oriental dividiu as
águas para que Israel passasse. Embora isso possa ter sido similar a fenômenos naturais, o
elemento tempo indica claramente uma intervenção sobrenatural em prol de Israel (Ex. 14:21ss).
A proteção divina também se evidenciou quando a coluna de nuvens impediu os egípcios de
atacarem a Israel, antes que as águas se dividissem. Após esse livramento triunfal Israel teve
razões para agradecer a Deus (Ex. 15).
Uma viagem de três dias através do deserto de Sur levou Israel até Mara, onde águas
amargas se tornaram potáveis. Avançando para o sul, os peregrinos se acamparam em Elim, onde
desfrutaram do conforto de doze fontes de água e de setenta palmeiras. No deserto de Sim, Deus
proveu miraculosamente o maná, que serviu de alimento diário ao povo até que entraram em
Canaã. Também foram supridas codornizes em abundância, quando os israelitas atingiram o
monte Sinai (Horeb). Ali eles se acamparam por aproximadamente um ano.
4.1 O decálogo
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mesmo uma imagem ou semelhança de Deus era permissível. Conseqüentemente, a idolatria era
uma das piores ofensas na religião de Israel.
Deus deu a Moisés a primeira cópia do decálogo, no monte Sinai. Moisés partiu essas
tábuas de pedra, nas quais as dez palavras haviam sido escritas pelo dedo de Deus, quando ele
notou que seu povo estava adorando a um bezerro fundido. Os dez mandamentos estão divididos
em duas partes, que são conhecidos como preceitos negativos, que são todos os mandamentos
que inicia com a partícula negativa não. São eles:
Não terás outros deuses diante de mim
Não farás para ti imagem de escultura.
Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão.
Não matarás.
Não adulterarás
Não furtarás.
Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
Não cobiçarás a casa de teu próximo.
E os dois preceitos positivos:
Lembra-te do sábado para o santificar.
Honra a teu pai e a tua mãe.
Depois que Israel fora devidamente punido, mas salvo do aniquilamento através da oração
intercessora de Moisés, Deus lhe ordenou que preparasse duas tábuas de pedra (Dt 10:2, 4). Sobre
essas Deus, uma vez mais, escreveu o decálogo. Posteriormente, essas tábuas foram depositadas
na arca da aliança.
Na história das religiões, as montanhas sempre ocuparam lugar importante. Nas religiões
antigas, o espaço era realçado mais por sua qualidade do que por sua quantidade ou situação
geográfica. O que um individuo ou uma comunidade experimentavam num lugar concreto,
determinava seu valor. O espaço, onde a divindade se manifestava, passava à condição de lugar
sagrado. O centro do mundo, segundo a linguagem mitológica, é ocupado por uma montanha
sagrada, cujo cume toca o céu e cuja base repousa nas profundezas do abismo. É o eixo do
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mundo, onde se encontram os três espaços cósmicos: o céu, a terra e o mundo subterrâneo. A
religião israelita. As principais são: a montanha do Sinai/Horeb e o monte Sião. Ez 38:12 coloca
“o umbigo a terra” em Jerusalém (ef. Jubiles 8,19), mas Jz. 9:37 coloca-o em Siquém.
Nas grandes religiões orientais, em torno de Israel, principalmente no Egito e na
Mesopotâmia, a santidade dos lugares provinha dos eventos primordiais da criação e do poder
criador, até mesmo dos deuses. Em Israel, pelo contrário, o caráter sagrado dos lugares derivava,
fundamentalmente, dos eventos da história da salvação que ali tinham acontecido.
De modo concreto, a santidade do Sinai/Horeb provém do fato de aí Iahweh ter-se
revelado a Moisés e a todo o povo. Nesse lugar, Israel fez a experiência da presença viva e
próxima de seu Deus. Por conseguinte, o Sinai/Horeb tornou-se um dos pilares sobre os quais foi
fundada a religião de Israel. As tradições bíblicas que relacionam com o Sinai/Horeb concentram-
se, de preferência, nos livros do Êxodo e do Deuteronômio. No primeiro, predomina o nome do
Sinai (Êx 19:1-2.11.18.20.23; 24,16; 31,38; 34,2. 4.29.32) e, no segundo, o do Horeb (Dt 1,2.
6.19; 4,10. 15; 5,2; 9,8: 18,16; 28, 69). Aliás, nos dois livros, menciona-se muitas vezes a
“montanha” sem outra precisão, a não ser o contexto do Sinai (Êx 19,2. 3.12-14.16-18.20.23;
20,18; 24,4. 12-13.15.17.18) ou do Horeb (Dt 5,4-5.22; 9,9-10.15; 10,4. 10). dentre os
especialistas, muitos questionam se Sinai e Horeb são simplesmente dois nomes diferentes para
designar a mesma montanha ou se, pelo contrário, trata-se de duas montanhas diferentes.
A situação geográfica é igualmente sujeita a discussões. A maior parte dos textos acima
citados, a propósito do Sinai/Horebe, faz alusão a uma montanha; somente alguns (Êx 19,1-2)
referem-se a “deserto do Sinai”. Em Êx 3,1; 4,27 e 18,5 mencionam-se “a montanha de Deus” em
relação ao deserto. Em 3,1 esta montanha é identificada ao Horeb, mas diversos autores julgam
ser uma glosa redacional tardia. Em outra tradição, representada por Dt. 33.2; Jz 5.4-5; Hab 3.3 e
o Sl 68.9, o Sinai aparece, principalmente como vasta região montanhosa ou desértica (Sinai,
Seir, Edom, Farã) de onde vem Iahweh. O Sinai/Horeb é, antes de tudo, o ponto de encontro de
Deus com seu povo. Ex 19-20 (Dt 5) representa o elo clássico de todos os relatos de teofanias do
Antigo Testamento. Na montanha santa, além disso, Deus concluiu uma aliança com Israel, à
aliança por excelência (Ex 24.1-11; cf. Dt 5.2).
O Sinai/Horeb é enfim, o cenário no qual Deus revelou sua lei, não somente o decálogo,
ponto culminante da teofania e elemento central da aliança, mas também o Código da Aliança
(Ex 20.22 a 23.19), a Lei Sacerdotal e o Código da Santidade (Ex 25 a Nm 10) e, enfim, o Código
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Deuteronômico (Dt 12-25). Esta conexão confere uma dignidade especial às leis do antigo
Testamento.
4.3 Política
Nos dias de José, os israelitas, que tinham interesses pastorais, receberam as áreas mais
férteis do delta do Nilo. Os invasores hicsos, que também eram um povo pastoril, provavelmente
se dispuseram favoravelmente em relação aos israelitas fortificações, edifícios públicos, etc.,
requeriam imensos recursos humanos. Portanto, por tais razões, os estrangeiros e os jacobitas
com eles, só podiam esperar esta sorte. Aconteceu que os jacobitas eram o grupo étnico mais
numeroso e, portanto, mais temível, especialmente por causa de suas instituições, seu possível
espírito refratário ao convívio egípcio, e por isso seriam os mais visados em a nova situação. A
situação da terra ocupada pelos jacobitas seria mais um motivo de perigo para o novo governo,
pois, ficando justamente entre o deserto, a leste, e o Egito central, a oeste, era uma brecha por
onde o invasor poderia voltar. Com a expulsão dos hicsos, os governantes egípcios adquiriram
maior poder, e com o tempo aumentou-se à opressão contra os israelitas.
Um edito real instruía os egípcios a afogarem todas as crianças do sexo masculino assim
que nascessem aos israelitas. Esse foi o plano de Faraó para contra balancear as bênçãos de Deus
sobre Israel, enquanto este povo se multiplicava e prosperava (Ex. 1:15-22). Anos mais tarde,
quando Moisés desafiou o poder faraônico, foi intensificada a opressão, negando-se aos escravos
israelitas a palha que lhes era tão útil a sua produção de tijolos. (Ex. 5:1-21).
Durante o restante das dinastias décima Nona e Vigésima, os lideres egípcios lutaram para
conservar o seu reino. Na proporção em que o poder central declinava, o sacerdócio local de
Amon foi obtendo forças suficientes para estabelecer a Vigésima Primeira Dinastia, em cerca de
1085 a.C., e o Egito jamais se recuperou o bastante do declínio resultando para recuperação a sua
posição de potência mundial.
4.4 Cronologia
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Cerca de 3100 – 2886 período arcaico (dinastia I e II).
Cerca de 2686 – 2180 a.C. reino antigo (dinastia III e VI).
Cerca de 2180 – 2030 primeiro período intermediário (dinastia VI e X).
Cerca de 2134 – 1991 a.C. dinastia XI: Reino Médio.
Cerca de 1991 – 1786 a.C. dinastia XII.
Cerca de 1786 – 1551 a.C. segundo período intermediário (dinastia XII e XVII).
Cerca de 1551 – 1315/01 a.C. reino novo (império) (dinastia XVIII).
Cerca de 1315/01 – 1200 a.C. dinastia XIX.
Cerca de 1070 – 945 a.C. começa o período posterior (dinastia XXI).
Cerca de 945 – 715 a.C. terceiro período (dinastia XXII e XXIII).
Cerca e 720 – 715 a.C. intermediário (dinastia XXIV).
Cerca de 715 – 664 a.C. (dinastia XXV).
Cerca de 664 -525 a.C. reavivamento Saite (dinastia XXVI).
Cerca de 525 – 402 a.C. governo persa (dinastia XXVII)>
Cerca de 402 – 341 a.C. (dinastia XXVIII a XXX).
Cerca de 341 – 332 a.C. governo persa renovado 332 – 331a. C. Alexandre e os
Ptolomeus.
31 a.C. começo do domínio romano.
Mais numerosas são as observações bíblicas próximas do período que antecede ao Êxodo.
Embora os problemas de interpretação continuem sem solução, elas nos dão a impressão de que
os israelitas passaram vários séculos no Egito. As referências genealógicas podem sugerir um
período comparativamente curto para o tempo entre José e Moisés, mas o emprego das
genealogias como base de aproximação de tempo ainda está sujeito a disputas. Com freqüência as
genealogias contêm longos hiatos que as tornam impróprias para a fixação de cronologias. A
multiplicação dos israelitas, de setenta para uma multidão imensa que ameaçava o domínio
egípcio, por semelhante modo favorece um lapso de séculos durante os quais Israel residiu nas
terras do Nilo.
4.5 Religião
A- A religião do Egito
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O Egito era uma terra de muitos deuses. Visto que as divindades locais eram à base da
religião, os deuses egípcios tornaram-se extremamente numerosos. Deuses da natureza eram
comumente representados por animais e pássaros. Essas se tornaram tão numerosas que chegaram
a ser agrupada em famílias de tríades ou mesmo de nove figuras.
Os templos, igualmente, eram numerosos por todo o Egito. Com a provisão de um lar ou
templo para cada deus, surgiu o sacerdócio, as oferendas, as festividades, os ritos e as cerimônias
de adoração. A fertilidade do solo e dos animais, a vitória ou a derrota, as inundações do vale do
Nilo, e, de fato, todo o fator que afeta o bem-estar desta vida era atribuído a alguma divindade.
A despeito da proeminência das divindades nacionais, em ocasião alguma elas foram
adoradas com exclusividade pelas massas egípcias. Para um aldeão egípcio, a divindade local é
que se revestia de toda a importância.
Os egípcios acreditavam numa vida após a morte. Um registro sem mácula neste mundo
dava ao individuo o direito à imortalidade. Isso justifica os sepultamentos reais que são
representados nas pirâmides e outros túmulos, e onde eram depositados provisões adequadas para
a outra existência, como alimentos, bebidas e outros luxos da vida.
A tolerância extrema que havia na religião egípcia explica a interminável adição e
reconhecimento de tão numerosos deuses. Nenhum deles foi jamais eliminado.
B A religião de Israel
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4.6 Aspectos sociais
A - Eventos contemporâneos
Elo entre a Literatura Egípcia e a Literatura dos Hebreus. Há peças literárias parecidas nos
escritos egípcios e hebreus. Os eruditos, porém, não acreditavam que tenha havido verdadeiros
empréstimos ou dependências entre essas literaturas. O monoteísmo representado pelo deus-sol
de Aquenaton parece ter sido um claro caso de henoteísmo. O henoteísmo diz que há muitos
deuses, mas apenas um deus principal, que relacionaria com os homens. Ora, em vista disso, não
há necessidade de pensarmos que os egípcios copiaram idéias hebréias. Outro tanto sucedeu na
cultura grega, como nos escritos de Platão, que assumiu o ponto de vista agnóstico do politeísmo
grego.
Informações sobre a terra egípcia. O Nilo era o deus do Egito. Com ele, tudo, sem ele,
nada. Suas águas, cortando o deserto, converteram uma areal ressequido, torrado, sem
probabilidade de vida, em um oásis. Desde tempos imemoriais a engenharia fizera grandes obras,
canalizando as águas até distâncias enormes, de modo que, as enchentes, os canais conduzissem
as águas às areias escaldantes e as fertilizassem. No reinado que precedeu a invasão dos hicsos, e
que historiadores dão como o de Amenethep III foram feitas grandes obras para regularizar as
enchentes do rio, construindo-se o célebre lago Moeris. Essas águas assim levadas a grandes
distâncias aumentavam a capacidade produtiva da terra, e alargavam as áreas cultiváveis. Em
uma palavra, aumentavam o Egito. Heródoto diz que a matemática e especialmente a geometria
nasceram no Egito, e isto certamente por necessidades da vida agrária. Grandes rodas teriam sido
construídas para despejar os cubos d’água a grandes alturas e encaminhá-las a distâncias maiores,
não só para irrigar os campos, mas fertilizar as areias. A oscilação entre enchente e a vazante
atinge alguns anos mais de 30 metros. Esta é a situação do Nilo. Até hoje ninguém pôde explicar
o que teria determinado os sete anos das “vacas gordas” e os setes das “magras”. Os documentos
egípcios são de uma extrema omissão em tudo que se refere à calamidade. Há vestígios do
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fenômeno, como há do domínio hicso, mas não o suficiente para se estabelecer seguramente o
fato histórico. Os motivos desta ausência de informações seriam tanto de ordem psicológica,
como histórica. Os antigos só registravam, com minúcia, seus feitos guerreiros, suas vitórias
militares. Tudo que fosse de desgraça ou calamidade pública era omitido, por ser desinteressante.
Depois, não havia historiadores, à moda ocidental, escrupulosos na concatenação de fatos e sua
exposição.
. O Egito veio a cair nas mãos dos libios entre 722 e 661, e esses bárbaros nada entendiam
de história. O que lhes interessava eram as riquezas guardadas junto das múmias dos
imperadores. Muitos túmulos foram selvagemente violados, destruídos os papiros e aniquilados
muitos informes históricos ali guardados. Ao arqueólogo e historiador moderno cabe, então,
recolher fragmentos de documentos, concatená-los cronologicamente e refazer a própria história
do Egito.
Durante o período do Novo Reino o poder de Faraó não achava rival entre as nações
contemporâneas. Ocasionalmente seus domínios se entendiam até o rio Eufrates. O aparecimento
de Moisés na corte real, exigindo a soltura de seu povo de Israel foi um desafio ao poder de
Faraó.
As pragas, que se sucederam durante um período relativamente curto, demonstraram o
poder do Deus de Israel, não somente para Faraó e para os egípcios, mas também para os
israelitas. A atitude de Faraó, desde o começo, foi de desafio, o que foi expresso na pergunta:
“Quem é o Senhor para que lhe ouça eu a voz, e deixe ir a Israel?” (Êx. 5:2). Quando defrontado
com a oportunidade de anuir ante a vontade de Deus, Faraó resistiu, endurecendo o coração
durante os acontecimentos. Os três diferentes vocábulos hebraicos que aludem à atitude de Faraó
– conforme é declarado por dez vezes em Êx 7:13-15 – denotam a intensificação de uma
condição já existente. Deus permitiu que Faraó vivesse, tendo-o dotado da capacidade de resistir
às propostas divinas (Ê 9:16). Desse modo, pois Deus endureceu o coração dele, conforme é
indicado nas duas alusões preditivas (veja Êx 4:21 e 7:23), bem como na narrativa (Êx 9:12;
14:17). O propósito das pragas o que é claramente revelado em Êx 9:16 – era o de mostrar o
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poder de Deus em favor de Israel. O governante do Egito foi desafiado por um poder
sobrenatural.
Quão profundamente os egípcios foram afetados por causa das pragas não é plenamente
declarado. A última praga teve por finalidade impor Juízo contra todos os deuses do Egito (Êx
12:12). A incapacidade de Faraó e de sua gente para neutralizar essas pragas deve ter
demonstrado aos egípcios a superioridade do Deus de Israel, em comparação com os deuses que
eles adoravam. Isso levou alguns egípcios a reconhecerem o Deus de Israel (Êx 9:20).
Israel por semelhante modo tomou consciência da intervenção divina. Tendo estado em
servidão por várias gerações, os israelitas não haviam testemunhado qualquer demonstração do
poder de Deus em seus dias. Cada praga sucessiva produziu uma maior manifestação do
sobrenatural, de tal modo que ante a morte dos primogênitos, os israelitas percebessem que
estavam sendo livrados por Alguém que é onipotente.
As pragas podem ser mais bem explicadas como manifestações do poder de Deus por meio de
fenômenos naturais. Não se deveriam excluir os elementos natural e sobrenatural.
Êxodo 20
:odenzid, sarvalap satse sadot sueD uolaf E 1
: oadivarcse ad asac ad, otigE od arret ad arof arap ierit it euq saled/seled
sueD o, avoeJ o uos uE 2
mim ed setna sesued sortuo aret oan ecov 3
5.2 - Segmentação.
22
1. E falou Deus.
1.1 – Todas estas palavras, dizendo:
2. Eu sou Jeová, o Deus deles/delas.
2.1 – que te tirei para fora da terra do Egito
2.2 Da casa da escravidão:
3. Você não terás outro deus antes de mim.
Bíblia Vulgata
23
2. eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
3. Não terás outros deuses diante de mim.
Bíblia de Jerusalém
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מ הלא- Adjetivo masculino plural.
ָ - Preposição, nome masculino plural, 1ª pessoa comum singular sufixado.
ַָ ף־לצ
ָ ככ
A LEI DE DEUS
Os seres humanos não foram criados autônomos, isto é, seres livres para sua nova lei, mas
foram criados seres teônomos, ou seja, para estarem sujeitos a lei de Deus. Isso não constituía
uma privação para o homem porque Deus o criou de tal maneira que uma obediência agradecida
poderia proporcionar-lhe a mais alta e profunda felicidade. Dever e prazer seriam coincidentes,
como ocorreu com Jesus (João 4:34; Sl. 112.1) o coração do homem decaído odeia a lei de Deus,
tanto pelo fato de ser uma lei quanto por ela vir de Deus. A lei moral de Deus está
abundantemente exposta nas escrituras, no decálogo, em outros estatutos Moisés, em sermões de
profetas no ensino de Jesus e nas cartas do Novo Testamento.
Deus falou esses andamentos diretamente ao povo (vs. 18-20). O que aqui é chamado de
palavras, noutros lugares é chamado de “mandamentos” (DT. 4:13;104) o vocábulo hebraico para
“palavra” (dabar) era o termo para as estipulações nos tratados polificos. Também esta ligado ao
verbo falar. A ênfase é que estes mandamentos são palavras de revelação divina.
O TEU DEUS:
A reivindicação de Deus vem em primeiro lugar. Israel era dele por direito de criação e de
redenção. Os mandamentos pactuais do Senhor foram dados àqueles a quem ele já atraia a si
mesmo, tirando-os da escravidão no Egito (19.4) embora não da escravidão do pecado.
DIANTE DE MIM:
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Lit. “perante a minha face” ou “na minha presença”. O Senhor é um Deus zeloso, que já
reivindica Israel para si. Este mandamento proíbe o politeísmo que caracteriza todas as religiões
do antigo Oriente. Israel não devia adorar, nem invocar deuses de outras nações. Pois Deus lhe
ordenou que eles deveriam temer e servir somente a ele.
1º Versículo
rbdyn - Consecutivo, que liga ao verbo (dbr ), que não se usa no, mas sim no Piel, com
exceção do particípio presente. O verbo está no Piel imperfeito, 3º pessoa, masc./sing.: “então
falou”.
sahla - Subst./masc./plural – indica a majestade de Deus, o Deus de toda terra: “Senhor”,
“Deus ou deuses”.
את - Preposição ou partícula usada como sinal de acusitivo direto: “com”.
ככ ל-Objeto direto, substantivo, masculino, plural, construto: “todos”
mal - Artigo definido, mais substantivo masculino plural: “palavras”.
םדבךה
ָ - Art. definido, adjetivo, demonstrativo, feminino plural: “estas”.
דקאל
ֵ - Preposição, mais verbo infinitivo, construto: “e disse”, “dizendo”.
2º Versículo
ָָ
- Verbo hifil, completo, 1º pessoa, construto, singular () אץ: “Te fez sair”.
חאצֵוהֶ ך ָ
ֵ ץֶדא-
מ Preposição mais substantivo, feminino, singular, construto: “da terra”.
מ
ּ םךץ׃
ַ - Preposição mais substantivo, singular, próprio: “do Egito”.
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תמ
ּ כ
ַ - Partícula, preposição, substantivo, feminino, singular, construtivo: “da casa”.
םַזבצ
ָ - Substantivo, masculino, plural, abstrato de (cnd), onde o plural aqui expressa a idéia de
escravidão: “da escravidão”, “dos escravos”.
3º Versículo
IX - Comentário Teológico2
É difícil se estudar qualquer porção da bíblia, sem se ter à compreensão do seu contexto
teológico. Sendo assim, quando lemos o livro de êxodo e consideramos com os demais livros da
bíblia, percebemos que estão exemplificados no livro do êxodo. Quero considerar alguns pontos
importantes relacionados com a natureza de Deus. Procuro apresentar um resumo das riquezas
teológicas do livro.
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se libertarem das mãos de Faraó, e que só Deus poderia livra-los. Esse invencível poder de Deus
sobre a história, todavia, não é exercido de forma arbitrária. Ele controla e regula todos os
acontecimentos para o bem final de seus filhos. Prova desse controle está na demonstração da
graça e amor revelados ao povo de Israel, desde a preservação da vida de Moisés, e sua adoção
pela filha de Faraó (2:10). O mesmo amor Deus demonstra por Moisés quando por causa de seu
ato intempestivo ele acaba como um fugitivo na terra de Mídia (ex.2.15-22). Ninguém poderia
afirmar que o ingrato Israel mereceu o amoroso cuidado divino. Israel fora tão indigno no Egito
quanto foi mais tarde no deserto. Assim, o que começou com a doutrina da providência de Deus,
acaba por se tornar à doutrina da graça de Deus.
Eu sou Yhwh
Deus é Yhwh. Êxodo 3:13-15 deixa claro que a revelação de Deus sob este nome é
fundamental para a teologia da era mosaica. Mas, o mais importante diante de toda história é que
Deus tem um nome e é, plenamente pessoal, pois para o hebreu, o “nome”simboliza “caráter”,
assim conhecer o “nome” de Deus é conhece-lo tal como Ele é, e “invocar o seu nome”. A
reputação de Deus está intimamente ligada aos israelitas. Deus não os pode abandonar; muito
pelo contrário, deve obter glória para o Seu nome através deles.
Para o A.T. o nome YHWH significa tudo o que o nome “Jesus” significa para o novo
testamento, como lembrar do nome de Jesus está ligado à cruz, lembrar do nome YHWH para os
Judeus faz lembrar o êxodo. Uma vez que mais e mais a natureza de Deus estava sendo revelada
aos homens através de suas palavras e seus atos, seu “nome”gradualmente adquiria um
significado mais rico.
A coroação e consumação viria nos dias do novo testamento, quando a palavra maior de
Deus ao homem foi dita e seu maior ato de salvação foi completado (Jo 1.14-19:30). A partir de
então, Ele seria conhecido como o “Deus e pai de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm. 15.6) e o
doador do Espírito (Jo 14.26). Um novo “nome” divino começaria então a ser usado,
correspondente à plenitude de sua revelação.
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Deus é santo. O próprio lugar onde Ele se revelou a Moisés é santo (3:5) essa é a primeira
vez em que o adjetivo “santo”é usado no pentateuco, , embora o termo já se encontrava conforme
Gn 28.17, mais tarde, “santo” seria um dos adjetivos mais usados para descrever a natureza e o
próprio Deus, que é o Deus de Israel, que é diferente em sua natureza moral: “santidade” em
Israel, tem conteúdo moral. Dentro do próprio livro de êxodo, pode-se dizer que todo o “livro da
aliança” (21-23) é uma tentativa de definir o que significa ser “Povo de Deus”, uma “nação
santa”. Santidade, portanto, no sentido mais profundo do termo, é uma definição da natureza de
Deus tal como Ele é, e espera ver refletida em seus filhos, inclusive os da nova aliança, que
também foram chamados para ser santo. Rm 1.7, 1º Co 1.2, Ef 1.4, Fp 4.21. Esse é o chamado de
Deus para o seu povo, um povo que deve ser santo assim como o seu Deus é.
YHWH é também o Deus que se lembra (2:24). Especificamente, Ele é o Deus que se
lembrou da sua “aliança com Abraão” e os outros patriarcas. Isto não quer dizer que Deus se
esqueça, mas quando dizemos que Deus se lembra é expressar a imutabilidade de Deus.
Na estrutura de pensamento hebraica “lembrar-se” significa “agir; isso se aplica também a
Deus e a Israel. As escrituras nos diz que “Deus se lembrou de Noé” (Gn 8:1), ou seja, que Deus
agiu de maneira a demonstrar a Noé a perfeita compatibilidade de seu caráter. Quando nós
falamos que Deus se lembra de sua “aliança” nó chegamos no cerne da teologia do êxodo, pois
sua aliança feita com Israel no Sinai (ex. 24.3-8) domina não só este livro, mas todo o
pensamento israelita subseqüente. No entender do Apóstolo Paulo, a aliança feita com Abraão era
realmente mais profunda que a aliança feita com Israel no Sinai (Gl. 3.17). Paulo usa essa aliança
para exemplificar a justificação pela fé. Lucas também insiste na historicidade dos fatos da fé
cristã (Lc. 1:1-4). Por isso Israel podia ver Deus como um “Deus que age” e esperar com fé
confiante que Ele agisse novamente, conforme a palavra de sua aliança.
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palavra empregada, é vista, portanto, como uma atividade característica de Deus; é sua própria
natureza socorrer os oprimidos e desamparados. No V.T essas tais bênçãos, em sua maioria,
permanecem relacionadas a este mundo, embora gradativamente seja relacionado a um futuro
ideal. No N. T. a herança da salvação passa a ser uma questão de tesouros espirituais (1 Pe 1:4) o
que não significa que isso tenha tornado uma parte menos real da salvação, ou manifestação
menor do poder que Deus tem para agir em favor de seu povo. Assim como as súplicas a Deus no
novo testamento são feitas com base em seu ato de redenção em Cristo (Rm 8.32), assim também
no velho testamento as súplicas feitas a Deus são baseadas naquilo que Deus realizou no êxodo.
(Jz 6.13).
É um Deus que age, mas suas atividades não se limitam à salvação. É, também, um Deus
capaz de se irar, mesmo com os seus próprios servos. (4.14). Este é um aspecto importante de
toda a teologia, tanto do novo (João 3.36) quanto do velho testamento.
A ira de Deus, no entanto, nunca é arbitrária, como a ira dos outros deuses: Pode se
afirmar com certeza o que O deixará irado, bem como podemos determinar o que o agradará.
Normalmente é a oposição obstinada a Ele que provoca sua ira, no caso de seus inimigos (14.4),
ao passo que é infidelidade a Ele o que provoca sua ira no caso de seus servos (32:7-10). Esses
dois princípios são expressões suscitantes nos dez mandamentos (20:5-6). De fato, toda a lei
moral pode ser resumida, tanto no velho quanto no novo testamento, em termos de amor a Deus
(Dt 6:5) e amor ao próximo (Lv 19:18).
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“falava” face a face com ele, abertamente (33.11) o que chamamos de dez mandamentos, é
conhecido como as dez palavras da revelação divina (20.1).
Esta autodeclaração divina continua, a níveis cad vez mais profundos, ao longo da
revelação no A. T.. para o crente, todavia, é a vinda de Jesus Cristo, a “palavra” de Deus
encarnada, que torna completa e final a definição da natureza de Deus. Nela Deus finalmente se
revelou de maneira mais perfeita através de seu filho.
YHWH é um Deus que não pode ser diretamente experimentado em sua plenitude pelo
homem mortal (ex 33:20) “homem nenhum verá a minha face e viverá”. Embora Deus não possa
ser experimentado diretamente, podemos conhecer algo de sua presença. Ele é um Deus de
“glória”; uma expressão típica do êxodo é “a glória do Senhor apareceu na nuvem” (16:10). A
palavra também é usada do mesmo modo no N.T.; é por isso que vemos em Cristo a própria
glória de Deus.
YHWH viverá entre seu povo (29:45). Este aspecto é chamado às vezes de “teologia da
presença”. A promessa básica de Deus a Israel era “minha presença irá contigo” (33:14). Aos
olhos de Moisés, o que distinguia a Israel era a presença de Deus que os acompanhava. A
princípio o chamado de Moisés é uma confrontação com a presença de Deus (3:5). Todo processo
de celebração da aliança (24:1-11) e a doação da lei (20) é uma garantia da realidade dessa
presença. Por fim, o objetivo único da construção do tabernáculo vem quando os israelitas têm
uma prova visível de que a presença de Deus com seu povo realmente aconteceu (40:35).
No entanto, apesar de abusos e falsas compreensões, a promessa mais venerada do A. T.
foi sempre à promessa feita por Deus de que Ele viveria entre seu povo (Is 7.14), e na vinda de
Jesus Cristo, a profecia do futuro “Emanuel” (Deus conosco) finalmente se tornou realidade.
Assim sendo, a presença de Deus está diretamente, não mais indiretamente, entre os homens para
sempre (Ap 21:3); o tipo e a ilustração já passaram porque a realidade já se fez em Cristo.
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X - Comentário homilético
Texto Ex.20.1,2
Introdução
Há compromissos assumidos que são temporários, ou seja, que vigoram até que se cumpra
um determinado prazo. Outros, no entanto, são de caráter permanente, não podendo ser
revogados em tempo algum. Quanto à Lei de Deus, acontece o mesmo. O antigo Israel recebeu
leis que vigoram até a vinda de Cristo, isto é, leis temporais, que era as leis cerimoniais,
circunstâncias ou culturais, que eram exclusivas daquele povo e para seu tempo. Porém a lei
moral, que segundo a tradição reformada, desde João Calvino, refere-se aos dez mandamentos, é
de caráter permanente. E o novo Israel de Deus, que são os cristãos, devem obedecê-los, em
conseqüência de sua fé, compromisso com Cristo, e do reconhecimento do ato de amor de Deus
por todos que foram libertos da casa a servidão do pecado.
Elucidação
Quando o povo de Israel chegou no Sinai, Moisés sobe ao monte e Deus ali lhe dá os dez
mandamentos, e ele então escreve em tábuas, mas o interessante é, que Deus não passa logo os
mandamentos, não, e primeiro se apresenta como o Deus de Israel, que os havia tirado da casa da
servidão, e em seguida ele passa a narrar os dez mandamentos. Diante deste relato, veremos
alguns aspectos interessantes de como Deus se apresenta ao povo de Israel.
I- O Deus que se apresenta a seu povo. 1,2a (Eu sou o Senhor, teu Deus). Deus se
apresenta como o Eu Sou, esta apresentação dava ao povo uma segurança, uma certeza. Deus
está conosco. Bem assim, o novo Israel, ele sempre se apresenta como sendo o nosso Deus, e nos
deu o Emanuel, que é Deus conosco, aquele que está no nosso meio e que nos fez a promessa. Eis
que estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos.
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II- O Deus que se ocupa com seu povo. V. 2 (Que te tirei do Egito). Deus demonstra a
Israel, que eles não estavam órfãos, nem largados a própria sorte, mas sim, que eles estavam
sendo cuidados e direcionados pelo mesmo Deus que antes tinha se apresentado a Moisés, e
chamando-o para libertar o seu povo. Logo, Israel era propriedade exclusiva de Deus, e Ele
estava envolvido, e se ocupando com este povo. Bem como, o novo Israel, que são os cristãos, é
um povo que Deus também se ocupa, que Ele demonstra isto quando em um ato de amor, e
entregou o que Ele tinha de melhor, que era seu Filho, para vir, estar e no meio desse povo, e
sobretudo para amar esse povo, e ter com esse povo um relacionamento exclusivo, individual,
assim como Deus teve com Israel.
III – O Deus que liberta seu povo. V. 2b (da casa da servidão) Deus trás a memória de
Israel , a situação que eles viviam antes, que era uma posição de escravos, de sevos, que
trabalhavam forçados, sem descanso e sem direito de servir a seu Deus. Deus agora está se
apresentando como o Deus que liberta, que os tirou do jugo de escravidão que eles estavam. Nós
também fomos libertos do pecado, fomos redimidos pelo sangue do Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo, e que Jesus Cristo é o nosso Redentor, e que nós devemos a Ele, uma vida
prática de amor e obediência, em reconhecimento por tudo que Ele fez por nós, o novo Israel de
Deus.
Conclusão
Assim como o povo de Israel receberam a Deus, a lei moral para que eles observassem,
para que fossem felizes, que em todo tempo, possamos nos comprometermos a obedecer esta lei
moral, que é os dez mandamentos, sobretudo lembrando das palavras do Senhor Jesus Cristo, que
ele faz um resumo da lei. “Amarás ao Senhor teu Deus do todo o teu coração, e de toda a tua
alma, e de todas as tuas foras e do todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo”.
Lc. 10.27.
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XI - Conclusão
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XII - Bibliografia
- ARCHER, Jr. Gleason L.; Merece confiança o Antigo Testamento. Edição Vida Nova.
Reimpressão 1999.
- O Novo Dicionário da Bíblia – edição em um volume. Editor da edição em português:
SHEDD, Russel P. Edição Vida Nova.
- BÍBLIA estudo de Genebra, São Paulo e Barueri. Cultura Cristã Sociedade Bíblica do
Brasil, 1999.
- CHAMPLE, A. J. PH. Enciclopédia bíblica de teologia e filosofia. Editora Candeias,
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- BÍBLIA DE JERUSALÉM, Nova edição, revista. Sociedade Bíblica Católica
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- C. H. MACKINTOSH, Estudo Sobre o livro do Êxodo. Depósito de Literatura Crista Dublin,
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- R. Alan Cole, Êxodo Introdução e comentário. Associação religiosa. Editora Mundo Cristão. S.
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- MESQUITA, Antônio Neves de. Estudo do livro de Êxodo, 5º edição. Juerp, R. Janeiro, 1987.
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- KERR, Guilherme. Gramática elementar da língua hebraica.
- MENDES, Paulo. Noções de hebraico bíblico. Edições Vida Nova, S. Paulo, 1991 reimpressão.
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