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princípios e difusão
Iluminismo
A esperança no progresso
Iluminismo
(séc. XVIII)
Pormenor do frontispício da
Enciclopédia
ou Dicionário Racional das
Ciências, das Artes e dos Ofícios. Descrença nos valores tradicionais Crença no progresso da Humanidade,
Editada por Diderot e D’Alembert, a como a tradição e a ordem, que através da Razão e da liberdade para
partir de 1751, compilava todos os potenciam a diferenciação social atingir a felicidade
conhecimentos e ideias do século
XVIII, colocava-os à disposição do
público e defendia a Razão e a
Ciência.
A revolução científica contribuiu, ou não,
para o aparecimento de uma sociedade mais progressiva? Justifique.
A apologia da Razão
A Enciclopédia
Defesa da Razão humana como único A Razão é a «luz» que esclarece o espírito
caminho para atingir a felicidade plena humano, permitindo uma evolução dos saberes
Os direitos naturais
Crença no progresso da
• Defesa dos direitos naturais do
Valorização Humanidade: todos os
Homem: liberdade, igualdade
do indivíduo indivíduos partilham os
• Defesa da Razão
mesmos direitos
Liberdade de consciência
John Locke
[1632-1704]
Filósofo inglês, considerado o fundador
do liberalismo político que defendeu a igualdade,
a liberdade e a independência de todos os Homens
pela existência de uma lei natural.
Jean-Jacques Rousseau
[1712-1778]
O contrato social
Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja, com toda a força comum, a pessoa e os bens de
cada associado e pela qual cada um, unindo-se a todos, não obedeça, contudo, senão a si mesmo e permaneça tão
livre como antes. É este o problema fundamental a que o contrato social dá a solução. (…)
Esta pessoa pública, que assim se forma pela união de todas as outras, tinha outrora o nome de cidade e tem
agora o de república, ou corpo político, que é chamado pelos seus membros Estado soberano, quando comparado
com os seus semelhantes. No que diz respeito aos associados, tomam coletivamente o nome de povo e designam-
se, em particular, cidadãos, como participantes da autoridade soberana, e súbditos, porque submetidos às leis do
Estado.
Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social, 1762.
Contrato social
(povo e governantes)
• Cidadão
• Soberania popular
A denúncia da escravatura
Toda a política que fere a humanidade é uma política
detestável e deve ser punida, mais cedo ou mais
tarde. Esta verdade pode ser demonstrada com rigor
pelo raciocínio e pelos factos. Mas, logo que se creia
que a política deve estar de acordo com a
humanidade, é preciso propor-se a libertação dos
negros e um melhor tratamento para os libertos. É
tempo de deixarmos de ver nas colónias duas raças
de homens: a dos livres e a dos escravos;
esperamos o dia em que aí veremos apenas homens
livres, igualmente súbditos do rei e usufruindo de
iguais direitos de cidadania.
A respeito da tolerância
A tolerância daqueles que diferem de outros em matérias de religião é tão agradável ao Evangelho de Jesus Cristo e à
genuína razão da humanidade que parece monstruoso que os Homens sejam tão cegos, que não percebam de uma forma
bem clara a necessidade dela. Mas, sobretudo, que não possam alguns cobrir o seu espírito de perseguição e de crueldade
anticristã, fingindo cuidado com a segurança da República e a observação das leis e que outros, sob a capa da religião, não
possam procurar a impunidade do seu libertinismo e licenciosidade; numa palavra: que ninguém possa impor-se a si próprio
e aos outros, sob a capa da lealdade e obediência ao príncipe ou de dedicação e sinceridade no culto de Deus. Penso que
(…) é necessário distinguir exatamente o problema do governo civil, da religião e estabelecer os justos limites que existem
entre um ou outro. O bem comum parece-me ser uma sociedade de Homens constituída para a procura, conservação e
progresso dos seus próprios interesses civis. Chamo interesses civis à vida, à liberdade, à saúde e segurança corporal e à
posse de coisas exteriores como moeda, terra, casa, mobiliário e semelhantes.
John Locke, filósofo inglês do século XVII,
Carta Acerca da Tolerância, 1689.
A tolerância religiosa
Existem poucos países em que os cidadãos têm as
mesmas opiniões sobre a religião; a questão põe-se do
seguinte modo: é preciso que todos os cidadãos pensem da
mesma maneira? Ou pode-se a cada um permitir que pense
livremente? (…) É evidente que o soberano não tem qualquer
direito sobre a maneira de pensar dos cidadãos (…). A
tolerância é tão vantajosa para as sociedades onde se
estabelece, como faz a felicidade do Estado. Desde que todo
o culto é livre, todo o mundo fica tranquilo, enquanto as
perseguições produziram as guerras civis mais sangrentas,
mais longas e mais destrutivas (…).
O deísmo
O deísta é um homem firmemente persuadido da existência de um ser supremo, tão bom como poderoso, que
formou todos os seres extensos, vegetantes, sensíveis e reflexivos; que perpetua a sua espécie, que pune sem
crueldade os crimes e recompensa com bondade as ações virtuosas. O deísta não sabe como Deus pune, como
favorece, como perdoa; mas sabe que Deus atua e que é justo. As dificuldades contra a Providência não abalam a
sua fé, porque são somente grandes dificuldades, e não provas (…). Reunindo neste princípio com o resto do
Universo, não abraça nenhuma das seitas, que todas elas se contradizem. (…). Crê que a religião não consiste nem
nas opiniões duma metafísica ininteligível, nem em vãos aparatos ou solenidades, mas na adoração e na justiça
(…). O maometano grita-lhe: «Tem cuidado, se não fazes a peregrinação a Meca!» «Desgraçado de ti, diz-lhe um
franciscano, se não fazes uma viagem a Nossa Senhora do Loreto!» Ele ri-se de Loreto e Meca; mas socorre do
indigente e defende o oprimido.
Voltaire, filósofo francês do século XVIII, Dicionário Filosófico, 1764.
Clubes
culturais
Maçonaria
Panfletos e folhas Salões
avulsas
@ Maçonaria Portuguesa
Séculos XVII e XVIII
Tempo das «Luzes»
Filósofos iluministas
Meios de difusão
• Locke – liberdade dos cidadãos
• Publicações de
Princípios e consciência política e religiosa
jornais, livros
• Crença na Razão (tolerância)
(destaque para a
e no progresso • Diderot e D’Alembert – defesa da
Enciclopédia),
• Defesa dos Razão e da ciência
folhetos, folhas avulso
direitos naturais do • Rousseau – contrato social entre
• Fundação de
Homem: liberdade e governados e governantes
associações e clubes
igualdade (soberania popular)
culturais
• Liberdade de • Montesquieu – separação dos
• Debates em salões,
consciência poderes (legislativo, executivo e
cafés e clubes
• Soberania popular judicial)
• Criação de lojas
• Voltaire – tolerância religiosa
maçónicas
(deísmo)
A avaliação no Horizonte…
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