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Nada pode ser mais triste do que uma política exercida sem ideais. Algo parecido com
uma religião sem fé, pregada por fariseus interesseiros.
Mas a Luz que brilha em Curitiba, a consciência política desta cidade que insiste em
afirmar que tendência não é destino, nos obriga a dizer que não.
Recorremos ainda a Liturgia cristã que, nesta festa do Bom Jesus, nos propõe a leitura
do Evangelho luminoso da Transfiguração do monte Tabor. Ao lembrar o mesmo
Cristo, homem de dores, do Tribunal de Pilatos, superado o escárnio e o cinismo, o
texto sagrado aponta para um Ser glorificado. Salvo pelo seu amor imenso, elevado à
condição de Jesus ressuscitado, assentado em trono de nuvens, a conversar com Elias e
Moisés.
Esta é a nossa Fé. Este é o nosso Evangelho. Esta é a nossa bandeira. Esta é a nossa
obrigação.
Levante-se a consciência política de Curitiba e do Paraná, para afirmar, além das tristes
crônicas da Lava Jato depois de toda a lama do noticiário asiago, que o Brasil somos
nós, os trabalhadores, os construtores da Inovação, os geradores de empregos, os
devotos da ideia política de que não serve para governar quem não vive para servir.
Curitiba cresceu 8% ao ano entre 1975 e 1980. A acolhida dos migrantes pés vermelhos,
órfãos dos cafezais extintos somados a brasileiros de todos os rincões, povoou a nossa
periferia. Além das favelas tradicionais do Parolin e da Vila Pinto, surgiram dezenas de
ocupações irregulares. Toda essa gente precisava de emprego. Constituindo mão de obra
valorosa que precisava ser absorvida. Naquele ano de 1980 a população curitibana já era
de 1 milhão de habitantes, dos quais 570 mil não nascidos no município.
Única nota dissonante neste momento de festa é meu coração apertado pela decisão da
Justiça do Trabalho que me impede de reabrir a UPA da CIC com uma organização
social. O custo licitado é 400 mil reais mais barato do que seria o serviço público. E
ainda há a oferta de 171 funcionários e todos os insumos clínicos. Tudo melhor e a
maior do que a operação pelo serviço público.
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Em algumas destas empresas pulsa o ideal solidário. Falo com entusiasmo dos Liceus
de Ofícios que são mantidos pela Electrolux, pela Volvo e pela Bosch. Falo dos 36
jovens aprendizes da FAS – vários ex-moradores de rua – que cursam o Liceu do SESI.
Falo da iniciativa do nosso presidente Nelson Hubner de abrir, através da AECIC, nas
palafitas da Caximba, – o bairro mais ao sul e mais pobre de Curitiba, um Liceu de
Ofícios para jovens de famílias vulneráveis, penhor de grande esperança naquelas
várzeas onde o rio Barigui desagua no rio Iguaçu.
Não calculam a honra e alegria que preenchem minha alma e meu coração ao receber
este título da AECIC – Associação dos Empresários da Cidade Industrial de Curitiba,
entidade constituída em 1977, com admirável sede própria, instalada na avenida que
leva o nome do meu bondoso avô – Manoel Valdomiro de Macedo, de quem herdei o
Valdomiro no meu nome.
Vamos oferecer ao Brasil uma energia política criativa capaz de não abandonar o nosso
povo.