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6A
Módulo de Materiais
INTERPRETAÇÃO DE DIFERENTES
TIPOS DE CORROSÃO / PROTECÇÃO
CATÓDICA
Grupo Nº1A
Semestre Verão
2009/2010
Instituto Superior de Engenharia de Lisboa
LI6A_ Módulo de Materiais
1. ÍNDICE
1. INDICE 1
2. RESUMO 2
3. INTRODUÇÃO 2
3.1 VISUALIZAÇÃO DAS ZONAS ANÓDICAS E CATÓDICAS NUM METAL
2
ISOLADO EM CONDIÇÕES DE CORROSÃO
4. PARTE EXPERIMENTAL 6
4.1. VISUALIZAÇÃO DAS ZONAS ANÓDICAS E CATÓDICAS NUM METAL
6
ISOLADO EM CONDIÇÕES DE CORROSÃO
5. RESULTADOS BRUTOS 10
5.1. VISUALIZAÇÃO DAS ZONAS ANÓDICAS E CATÓDICAS NUM METAL
10
ISOLADO EM CONDIÇÕES DE CORROSÃO
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 12
6.1. VISUALIZAÇÃO DAS ZONAS ANÓDICAS E CATÓDICAS NUM METAL
12
ISOLADO EM CONDIÇÕES DE CORROSÃO
7. CONCLUSÕES 23
7.1. VISUALIZAÇÃO DAS ZONAS ANÓDICAS E CATÓDICAS NUM METAL
23
ISOLADO EM CONDIÇÕES DE CORROSÃO
8. BIBLIOGRAFIA 27
2. RESUMO
3. INTRODUÇÃO
3.1. VISUALIZAÇÃO DAS ZONAS ANÓDICAS E CATÓDICAS NUM METAL ISOLADO EM CONDIÇÕES DE
CORROSÃO
A natureza electroquímica dos processos de corrosão em meio aquoso foi notada ainda nos
primórdios do século passado, quando em 1825 WACKER observou a pilha de temperatura
diferencial, DAVI distinguiu a pilha de tensão diferencial em 1826. BECQUEREL observou a
pilha de concentração diferencial em 1827 e MARIANINI, em 1830, identificou a pilha de aeração
diferencial [DUTRA, 1987].
A característica fundamental do mecanismo electroquímico é que ele só se verifica em presença
de um electrólito. Para que a reacção de corrosão ocorra, é necessário que ocorram
simultaneamente a reacção anódica, reacção de oxidação, que libera electrões,
Me → Mez+ +ze
os quais se deslocam para outros pontos do metal onde ocorre a reacção catódica: reacção de
redução, que consome electrões
Mez++ze → Me
1º O potencial do metal atinge um valor tal que em todas as áreas do metal só corre um
processo catódico, i.e impede a reacção :
M → Mnn+ +ne-
2º O electrólito adjacente à superfície metálica torna-se mais básico devido à redução dos iões
hidrogénio H+ ou redução do oxigénio:
3º No caso de materiais metálicos ferrosos a elevação do valor do pH, devido à formação do ião
OH- pode servir de inibição da corrosão. A elevação do pH acarreta a precipitação de
substâncias insolúveis que se podem depositar sobre o metal formando uma camada
protectora.
Constituição de uma Célula Galvânica – Protecção Catódica por Ânodos sacrificiais
Constituição de uma Célula Electrolítica – Protecção Catódica por Corrente Imposta
No primeiro processo o fluxo de corrente eléctrica fornecida origina uma diferença de potencial
existente entre o metal a proteger e o outro escolhido como ânodo, de potencial mais negativo
na tabela da série electroquímica de potenciais.
4. PARTE EXPERIMENTAL
4.1. VISUALIZAÇÃO DAS ZONAS ANÓDICAS E CATÓDICAS NUM METAL ISOLADO EM CONDIÇÕES DE
CORROSÃO
4.1.1. Material e Equipamento
Caixas de petri
Placa de Aquecimento
Amostras de Aço
Amostras de Alumínios
Lixa 220
Tubos de Ensaio
4.1.2. Reagentes
Hidróxido de Sódio (NaOH) 1N;
Ácido Clorídrico (HCl) 1:1 + 1g Hexametileno Tetramina
Acetona
Etanol
Gelatina 10%
4.2.2. Reagentes
Cloreto de Sódio (NaCl) 1g/L
Dicromato de Potássio (K2Cr2O7) 1g/L
K2Cr2O7 1g/ + NaCl 1g/L
Hidróxido de Sódio (NaOH) 1g/L
Ácido Sulfúrico (H2SO4 )1g/L
Água da EPAL
Ácido Clorídrico (HCl) 1:1 + 2g/l Hexametileno Tetramina
Acetona
4.3.2. Reagentes
Cloreto de Sódio (NaCl) 3%l
Ácido clorídrico (HCl) 1:1 + 1g/l Hexametileno Tetramina
Acetona
5. RESULTADOS BRUTOS
Chapa de Aço
Chapa de Alumínio
TABELA 1
pH Peso (g) Potencial (V)
Solução
pH inicial pH final P inicial P final E0 E30 E60 Ef
K2Cr2O7 1g/L 5,21 5,49 2,7493 2,6150 -0,1161 0,0007 0,0000 -0,0159
K2Cr2O7 1g/ L+
4,68 5,79 2,7368 2,6189 -0,3285 -0,2963, -0,2970 -0,4812
NaCl 1g/L
NaCl 1g/L 6,76 6,87 3,2437 3,0115 -0,3765 -0,4525 -0,4731 -0,7012
NaOH 1g/L 11,66 11,52 2,6622 2,5696 -0,4625 -0,3691 -0,3554 -0,1079
H2SO4 1g/L 2,20 5,04 2,9242 2,6612 -0,5359 -0,5748 -0,5797 -0,6380
Água EPAL 6,78 7,63 2,6755 2,6229 -0,2513 -0,2485 -0,3019 -0,6338
TABELA 3
Pares Galvânicos Iinicial (mA) I30 min (mA) I60 min (mA) I1 semana
Fe/Mg 25,0 27,4 ------ * ------*
Fe/Zn 0,54 0,65 1,40 0,20
Fe/Cu 0,41 0,53 0,94 0,001
*A fita de magnésio caiu antes de se completarem os 60min, a partir daí não se fizeram mais
leituras.
5.3.3. Pesos iniciais e finais das chapas constituintes dos pares galvânicos:
TABELA 4
Mg 0.4401 ------*
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
No caso da chapa de aço (fig.1) atacada com a solução aquosa a 3% de NaCl, (electrólito)
em presença do indicador Ferroxil (contém ferrocianeto e fenolftaleína), observou-se o
aparecimento de uma zona de coloração azulada no centro da gota da solução de ataque,
correspondente à oxidação do Fe a Fe2+ (ânodo). A coloração azul deve-se à reacção do
ferrocianeto de potássio (reagente sensível ao Fe2+) com o Fe2+. As reacções são as
seguintes
Fe → Fe2+ 2e
(Cor azul)
À volta dessa zona a coloração era rosa reflectindo a reacção de redução (cátodo) com
libertação de iões OH- a cor rosa deve-se á presença da fenolftaleina que em meio básico e
na presença de iões hidróxido apresenta esta coloração
H2O + ½ O 2 + 2e → 2 OH-
Cátodo Ânodo
Zona rosa correspondente à Zona azulada
reacção de redução com correspondente à
formação de iões hidróxido oxidação do Ferro
Reacções:
2H2O → O2 + 4H+ + 4e
4Al3+ + 3O2 → 2Al2O3 Formação da camada de passivação
Zona amarela -
Formação da
Cátodo camada de
Pequenas zonas rosa passivação
correspondentes à reacção
de redução com formação
de iões hidróxido
Na proveta que continha a solução de Dicromato de Potássio mais Cloreto de Sódio a espira
de ferro estava atacada, com produtos de corrosão (ferrugem) agarrados e a soltarem-se da
espira. Havia também bastantes produtos de corrosão depositados no fundo da proveta.
Na proveta que continha unicamente a solução de Dicromato de Potássio, não houve ataque
da espira de ferro.
0,02
0
0 10 20 30 40 50 60 70
-0,02
-0,04
Potência (V)
-0,06
-0,08
-0,1
-0,12
-0,14
Tempo (min)
Fig.5
0
0 10 20 30 40 50 60 70
-0,05
-0,1
-0,15
Potência (V)
-0,2
-0,25
-0,3
-0,35
-0,4
-0,45
-0,5
Tempo (min)
Fig.6
0
0 10 20 30 40 50 60 70
-0,05
-0,1
-0,15
Potência (V)
-0,2
-0,25
-0,3
-0,35
-0,4
-0,45
-0,5
Tempo (min)
Fig. 7
0
0 10 20 30 40 50 60 70
-0,05
-0,1
-0,15
Potência (V)
-0,2
-0,25
-0,3
-0,35
-0,4
-0,45
-0,5
Tempo (min)
Fig. 8
-0,53
-0,535 0 10 20 30 40 50 60 70
-0,54
-0,545
-0,55
Potência (V)
-0,555
-0,56
-0,565
-0,57
-0,575
-0,58
-0,585
Tempo (min)
Fig.9
0
0 10 20 30 40 50 60 70
-0,05
-0,1
Potência (V)
-0,15
-0,2
-0,25
-0,3
-0,35
Tempo (min)
Fig. 10
TABELA 5
Peso (g) Taxa de Corrosão
Solução
P inicial P final (%)
K2Cr2O7 1g/L 2,7493 2,6150 4,88
K2Cr2O7 1g/ L+
2,7368 2,6189 4,31
NaCl 1g/L
NaCl 1g/L 3,2437 3,0115 7,16
Pinicial − Pfinal
TaxadeCorrosão = × 100
Pinicial
TABELA 6
Soluções pH inicial E0
K2Cr2O7 1g/ L+
4,68 -0,3285
NaCl 1g/L
NaCl 1g/L 6,76 -0,3765
Solução de K2Cr2O7 1g/ L+ NaCl 1g/L: pH inicial de 4,7 e potencial de -0,3, encontra-se
na zona de corrosão podemos assim prever que se vai dar a corrosão do metal com
formação de iões Fe2+
Fe/Mg: Assim que se colocou a chapa de magnésio na solução ocorreu uma forte
libertação gasosa. A chapa de magnésio começou imediatamente a perder massa,
depositando-se no fundo da proveta. Antes de passar uma hora já só restava cerca de
metade da chapa de Mg e ao fim de uma semana toda a chapa de magnésio imersa se
desfez, no fundo da proveta havendo um depósito de cor laranja (ferrugem).
Fe/ Zn : Após uma semana o zinco apresenta-se muito atacado, negro; há flocos de
produtos de corrosão do Zn (brancos) no fundo da proveta
6.3.3. Análise do comportamento previsto dos metais com base nos valores dose
potenciais de abandono:
25
20
I (mA)
15
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Tempo (min)
Fe/Mg Fe/Zn Fe/Cu
Fig. 12
6.3.5. Taxa de Corrosão::
Pinicial − Pfinal
TaxadeCorrosão = × 100
Pinicial
TABELA 7
Taxa de Corrosão
Pares Galvânicos Metais Peso inicial (g) Peso final (g)
(%)
Fe/Zn Fe 5.8430 5.8377 0,09
Zn 2.2407 2.2285 0,54
Fe/Cu Fe 5,8300 5.7938 0,62
Cu 9.6529 9.6595 0
Fe/Mg Fe 6,3016 6.3150 0
Ferro/Magnésio:
Pares Potencial abandono inicial
Metais
A grande diferença de Galvânicos (V)
potenciais entre o ferro e o Fe/Mg Fe -0.480
magnésio poderia levar-nos a Mg -1.011
pensar que o magnésio seria um bom ânodo para proteger o ferro, o que não se veio a
verificar.No início houve de facto protecção do ferro por parte do magnésio (precipitado
branco no fundo da proveta) mas, com o decorrer do tempo, o ferro começou a corroer-
se devido à degradação da chapa de magnésio, o que foi comprovado pelo aparecimento
de um precipitado alaranjado no fundo da proveta (ferrugem).
Ferro/Zinco:
Pares Potencial abandono inicial
Observando os valores Metais
Galvânicos (V)
da tabela de potenciais, Fe/Zn Fe -0.4515
Podemos concluir que o Zn -1.0099
zinco vai funcionar de ânodo actuando como barreira protectora do ferro (cátodo).
As reacções catódicas e anódicas são as seguintes:
Ferro/Cobre:
Pares Potencial abandono inicial
O potencial mais Metais
Galvânicos (V)
elevado do cobre Fe/Cu Fe -0.500
(Cu) leva a prever Cu - 0.178
que este irá
funcionar de cátodo, não o protegendo.
As reacções catódicas e anódicas são as seguintes:
2+ -
Reacção Catódica: Fe Fe + 2e Eº = -0,45 V
Reacção Anódica: Cu2++2e- Cu Eº = +0,34 V
7. CONCLUSÕES
7.1. VISUALIZAÇÃO DAS ZONAS ANÓDICAS E CATÓDICAS NUM METAL ISOLADO EM
CONDIÇÕES DE CORROSÃO
Ao colocar-mos uma solução de electrólito á qual foi adicionado um indicador, sobre uma
chapa do metal a estudar foi possível visualizarmos as zonas catódicas e anódicas bem
como no caso do Alumínio a zona de passivação (fig.4). No caso da chapa de Aço e como já
descrito anteriormente podemos visualisar a zona de oxidação do ferro, em que os iões Fe2+
libertados reagiram com o Ferrocianeto de potássio dando origem a um composto de cor
azulada, e aparecendo uma zona de cor rosa referente à presença da fenolftaleina que em
meio básico e em presença de iões hidróxido, libertados na reacção de redução, apresenta
esta coloração (fig.5).
Solução de K2Cr2O7 1g/ L+ NaCl 1g/L (solução ácida com solução de electrólito – NaCl)
Nesta solução verificou-se um aumento de E (fig.6), mas sem atingir valores positivos o que
faz prever que não vai chegar a formar-se a camada de passivação e que o aço se vai
continuara a correr ao longo do tempo, o que é confirmado com o valor de E ao fim de uma
Solução de NaCl 1g/L (solução de electrólito com pH neutro) – O E (fig.7) vai baixando em
função do tempo, atingindo ao fim de uma semana valores 2x inferiores ao inicial o que
confirma a análise feita pelo diagrama E0/pH que para os valores iniciais de E e pH situa o
ferro numa zona de corrosão. A elevada taxa de corrosão (7,16%; tabela 5) confirma também
esta análise.
Solução de NaOH 1g/L (solução alcalina) – De acordo com a análise feita através do
diagrama E0/pH podemos prever que com valores de pH na ordem dos 12 e E na ordem dos
-0,5 o ferro estará na zona de passivação com formação de uma película de Fe3O4.. O
andamento da curva E=f(T) (fig.8) confirma esta previsão, aumento do E ao longo do tempo
até um valor próximo de zero ao fim de uma semana. A moderada taxa de corrosão (3,7%;
tabela 5) também confirma esta análise.
Solução de H2SO4 1g/L (solução extremamente ácida) – Como seria de prever face á
análise do diagrama E0/pH, e considerando o pH extremamente ácido (2,2) desta solução,
bem como o baixo valor inicial de E o ferro vai estar numa zona de corrosão com libertação
de iões Fe2+. A variação do E ao longo do tempo (fig 9) também confirma esta análise
Diminuição mais acentuada nos primeiros 30 min seguidos de uma descida menos
acentuada mesmo ao fim de uma semana. A elevada taxa de corrosão (9%; tabela 5)
confirma estes dados.
Água da EPAL (pH praticamente neutro, mas não se tratando de água pura deverá ter
electrólitos em solução) - Para os valores iniciais de pH e E seria de prever que o ferro se
encontrasse na zona de passivação com formação de Fe3O4. Da evolução do E (fig. 10) nos
primeiros 30 min (ligeira subida) poderíamos pensar que seria esse o comportamente, mas
com o decorrer do tempo os valores de E vão baixando até uma valor ao fim de uma semana
cerca de mais de 2 vezes inferior ao inicial o que nos leva a crer, e com base na taxa de
corrosão que foi baixa (1,97%; tabela 5) que apesar da camada de passivação ocorreu
corrosão
Tendo em conta que na protecção catódica por ânodos sacrificiais o fluxo de corrente é
devido à diferença de potenciais entre o metal protegido e o potencial protector, o metal que
Fe / Cu - O ferro na presença de cobre sofre oxidação, uma vez que o seu potencial normal de
redução é menor do que o potencial normal de redução do cobre. Como o cobre tem um
potencial de abandono mais elevado que o do ferro (tabela 6), metal mais nobre, vai desta
forma actuar como cátodo. Por isso neste caso não ocorre protecção do ferro e é o ferro que é
sacrificado, protegendo o cobre. Sendo insignificante a perda de massa do cobre
correspondendo esta a uma taxa de corrosão 0,06%, comparativamente à do ferro, 0,62%
(tabela 7) .
Ao fim de uma semana, o ferro mostra sinais de corrosão visível através de depósitos de
ferrugem que se aparecem no fundo da proveta. A partir do momento da constituição do par
Tendo em consideração os metais estudados neste trabalho, seria de esperar que o mais
adequado para a protecção do ferro fosse o magnésio, o que não se verificou, pois embora
inicialmente tenha ocorrido protecção do ferro, o magnésio degradou-se rapidamente, o que
provocou a desprotecção do ferro. Uma outra desvantagem é o facto de a protecção
efectuada pelo magnésio favorecer a libertação de H2, que é a causa mais provável para a
sua rápida degradação
Analisando os resultados podemos concluir que todos eles foram ao encontro do previsto
teoricamente a partir de princípios de corrosão electroquímica e mecanismos de protecção
catódica dos metais.
Os principais factores observados que influenciaram o fenómeno da corrosão foram:
O contacto com o Electrólito/Arejamento.
A diferença de potencial de redução entre os metais.