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Universidade Federal de São Carlos

Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa


Coordenadoria de Iniciação Científica

Título do Projeto de Pesquisa (Orientador):


<Avaliação dos mecanismos de regeneração natural em fragmentos de
Florestas Estacionais Semideciduais da região de Araras, São Paulo.>

RELATÓRIO FINAL DO PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Nome do Orientador:
<Profa. Dra. Alessandra dos Santos Penha>
Departamento/Centro:
<DBV/CCA>

Araras/2008
RESUMO: A fragmentação da floresta estacional semidecidual e de outras formações vegetais
nativas tem sido motivo de experimentação científica para que sejam geradas práticas de manejo
e conservação de espécies. Na região de Araras, a cultura da cana-de-açúcar, além expansão
urbana desordenada, tem causado consequências negativas a esses ecossistemas, como a
redução da riqueza regional por efeitos de borda e competição com daninhas, entre outros
fatores. Esse estudo objetivou realizar o levantamento de espécies arbustivas e arbóreas, além da
análise da estrutura fitossociológica de um trecho de um fragmento de floresta semidecídua
pertencente à UFSCar, campus de Araras. O trabalho visa contribuir com informações básicas
sobre a comunidade florestal, as quais que apoiarão futuros experimentos em dinâmica de
comunidades florestais e de ecologia da restauração de áreas degradadas. A identificação das
espécies arbustivo-arbóreas foi feita por meio de caminhadas assistemáticas por toda a extensão
do fragmento florestal, com área aproximada de 13 ha. Foram registrados os indivíduos que
apresentavam diâmetro à altura do peito (DAP) igual ou superior a 5,0 cm. A identificação das
espécies foi realizada com a coleta de ramos de preferência em estádio reprodutivo, por meio de
chaves de identificação, consultas a especialistas e identificações in loco. Para a análise
fitossociológica, foi utilizado o método de amostragem por parcelas. Foram demarcadas dez
parcelas de 20 m x 10 m (2.000 m²), de modo sistemático. Nessas parcelas, foram amostrados e
todos os indivíduos arbustivo-arbóreos com DAP ≥ 5,0 cm. As plantas foram registradas com
plaquetas de alumínio. Registrou-se, além do diâmetro à altura do solo, a estimativa da altura
das plantas. Os dados foram analisados no programa FITOPAC. Em relação à composição
florística, foram obtidos os seguintes resultados: 80 espécies, pertencentes a 60 gêneros e 32
famílias. Destaca-se a presença de espécies exóticas como Mangifera indica L., Coffea sp., e
Ricinus communis L. um dos indicadores de que a área encontra-se alterada pela ação humana.A
análise fitossociológica revelou os seguintes resultados: o total de 158 indivíduos, de 67
espécies, 49 gêneros e 28 famílias; A densidade total foi de 790 indivíduos.ha-1, a área basal
total foi de 3,97 m², totalizando 19,83 m².ha-1. O Índice de Shannon (H’) para as espécies foi de
3,77 nats.indivíduo-1, a equabilidade (J) obtida foi igual a 0,89. O Índice de Shannon para as
famílias foi de 2,96 nats.indivíduo-1. Podemos destacar a alta incidência de indivíduos mortos,
17 indivíduos, destacando-se a ocorrência de morte de plantas durante 11 meses. Trichilia
pallida, espécie considerada característica de estádios iniciais de sucessão secundária, foi a mais
abundante na área amostrada, com densidade relativa de 9,49%, dominância relativa de 3,19%,
e Índice de Valor de Importância (IVI - %) de 6%. Do total de 28 famílias, 14 foram
representadas por apenas um indivíduo em 0,2 ha. Associando esses resultados à elevada
incidência de lianas, gramíneas invasoras e outras espécies exóticas em toda extensão
fragmento, infere-se que essa área encontra-se em estádio avançado de degradação, na medida
em que os mecanismos de regeneração natural encontram-se estagnados; tal situação limita os
processos de sucessão secundária. Por esses argumentos, julga-se imprescindível que esse
fragmento seja manejado por meio de estratégias de restauração, como o controle mecânico de
lianas superabundantes, gramíneas exóticas e outras daninhas, atividades passíveis de
experimentação científica, para que a comunidade retorne o mais próximo possível à condição
original, aumentando a resiliência do fragmento.
1. INTRODUÇÃO

1.1. Contexto regional de pesquisas em florística e fitossociologia

Extensas áreas do território brasileiro, segundo o artigo, eram originalmente


cobertas por Floresta Estacional Semidecidual, que compreendia 9.400 Km². Com a
expansão agrícola e imobiliária, atualmente encontra-se reduzida na forma de
remanescentes pequenos e isolados entre si, que ocupam uma área de 2.102,75 Km²,
correspondendo apenas a 4,26% da área ocupada por florestas nativas no Brasil
(GLOSSÁRIO, 2006).
Em relação ao interior do Estado de São Paulo, sabe-se que os fragmentos de
florestas estacionais semideciduais possuem elevada riqueza de espécies arbustivo-
arbóreas (SANTOS e KINOSHITA, 2003). Porém, estes ecossistemas apresentam
histórico antigo e acelerado de fragmentação devido a intensas perturbações antrópicas,
que podem comprometer sua diversidade biológica, a partir da extinção local de
espécies (COCHRANE e LAURANCE, 2002).
A elaboração de estratégias de conservação dos fragmentos florestais dispersos
pelo Estado de São Paulo depende da aquisição de dados coletados por meio de
experimentos científicos em universidades e institutos de pesquisa, que subsidiam
programas de conservação e manejo de espécies ameaçadas, além da criação de
Unidades de Conservação e seus planos de Manejo. Apenas eventualmente constata-se
que ainda algumas poucas propriedades agrícolas seguem as regras e orientações
contidas no Código Florestal, visando a adequação ambiental de suas terras, apesar de
haver esforços na direção de realizar inúmeros experimentos científicos em diversas
áreas, que sejam aplicados na recuperação de áreas degradadas (GANDOLFI e
RODRIGUES, 2007).
O fogo, usado pelos indígenas pré-colombianos, apresentava frequência esparsa,
em pequenas áreas, manejado de forma que não prejudicasse as características do solo
(MELO, 2007). Porém, após a colonização européia, até meados do século XX, o fogo
foi sendo cada vez mais utilizado para facilitar a remoção de florestas e a fertilização
dos solos, expandir as fronteiras agrícolas e ocupação do território (MELO, 2007).
Atualmente, proprietários de terras que cultivam cana-de-açúcar, a qual é praticada em
quase todo interior do Estado de São Paulo, em áreas anteriormente ocupadas por
ecossistemas nativos ou por outras culturas nativas, ainda têm utilizado o manejo por
meio da indução de queimadas em períodos de safra (que coincide com o período de
seca e défcit hídrico do solo dessa região). Essa prática antiga e já atestada como
prejudicial ao ambiente, tem acelerado fortemente o processo de alteração na
fisionomia, composição e estrutura de comunidades florestais, devido especialmente ao
efeito de borda (PRIMACK e RODRIGUES, 2001). Como exemplos de tais influências
negativas do fogo sob fragmentos florestais, citamos o aumento na abundância de
espécies arbustivo-arbóreas que são consideradas pioneiras e que toleram micro-
ambientes de condições ambientais consideradas extremas (maior temperatura,
intensidade luminosa e menor umidade relativa), a ocorrência de populações de espécies
de lianas nativas em desequilíbrio populacional, que se tornam superabundantes, o
surgimento de espécies de gramíneas invasoras e outras espécies daninhas, redução da
riqueza do banco de sementes, além da capacidade de algumas lianas se recuperarem
vigorosamente após a passagem de fogo (FARAH, 2003; MELO, DURIGAN e
GORENSTEIN, 2007; ENGEL, FONSECA e OLIVEIRA, 1998). Discute-se que a
explosão populacional dessas espécies podem levar à extinção local daquelas espécies
nativas mais exigentes em relação às condições físicas e biológicas do ambiente,
geralmente aquelas que ocorrem naturalmente em menor abundância nessas florestas
(SANTOS e KINOSHITA, 2003).
Ecossistemas naturais com elevada “diversidade alfa” (diversidade local) têm
maiores chances de se recuperarem após alguma perturbação e interferência, inclusive
humana, e retornar à condição mais próxima daquela original, ou seja, apresentam
maior resiliência (GLIESSMAN, 2005). Isso ocorre por causa do importante papel da
diversidade na manutenção da estrutura e do papel do ecossistema (GLIESSMAN,
2005).
Os estudos de fitossociologia da Floresta Ombrófila Densa do Domínio
Atlântico e da Floresta Estacional Semidecidual é relativamente recente e se
concentraram nas duas últimas décadas (DURIGAN et al., 2000). Isso ocorreu por causa
da rara ocorrência de remanescentes com áreas florestais nativas significativamente
extensas no interior do estado de São Paulo e, que representassem, de fato, uma
comunidade nativa que se que se encontrasse em estádios mais avançados da sucessão,
levando-se em conta suas características estruturais. Um dos poucos exemplos é o caso
de trechos da floresta estacional semidecidual da Estação Ecológica de Caetetus (EEC),
com área total de 2.178,84 ha e que representa um dos últimos remanescentes extensos e
bem preservados de Floresta Estacional Semidecidual (DURIGAN et al., 2000). A
maioria dos fragmentos de floresta estacional semidecidual de São Paulo são
tipicamente pequenos, isolados e altamente perturbados, distribuídos em cerca de 102
fragmentos, sendo que os pequenos fragmentos (menores que 50 ha) representam 87,8%
do total (NASCIMENTO et al., 1999).
O conhecimento da composição florística e da organização estrutural das
populações de espécies arbustivo-arbóreas por meio de análises fitossociológicas e de
experimentos ecológicos que utilizem os resultados de estrutura de comunidades
vegetais nativas em diversos níveis de intervenção humana são essenciais para que
sejam elaboradas estratégias de manejo e conservação de remanescentes florestais e de
restauração de áreas degradadas com chances de sucesso, dada a urgência dessas
práticas (DIAS, 2007; MARTINS et al., 2007). Informações sobre o número de
indivíduos por espécie, espécies dominantes e espécies raras devem ser consideradas
nos projetos de restauração florestal, visando à estabilidade dos ecossistemas e
agroecossistemas a serem alvo de restauração (DIAS, 2007; MARTINS et al., 2007).
Levantamentos da composição florística mediante a correta identificação das
espécies da comunidade florestal área é o primeiro passo para o desenho de estratégias
de conservação e de restauração (ATTANASIO, 2008). Mesmo com a fragmentação
intensiva e antiga da Floresta Estacional Semidecidual, com a expansão da cafeicultura
no Vale do Paraíba que se iniciou no século IXX (ABIC, 2008), estas ainda podem
abrigar espécies desconhecidas, como indicado por Santos e Kinoshita (2003), na região
de Campinas.
Dessa forma, de acordo com o contexto regional do interior do estado de São
Paulo, especificamente na região de Araras, onde há o predomínio da monocultura de
cana-de-açúcar, esse trabalho poderá fornecer instrumentos práticos para outros estudos
que serão desenvolvidos no Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade
Federal de São Carlos (UFSCar), no campus de Araras, Araras, SP, aos quais se
relacionam diretamente à ecologia vegetal, ecologia da restauração e agroecologia,
considerando a importância de se executarem práticas de manejo em propriedades
agrícolas dessa região.
1.2. Elementos teóricos da dinâmica de florestas tropicais aplicados à teoria e
prática de restauração ecológica de áreas degradadas

Restaurar um ecossistema, atualmente, significa “recuperar a estabilidade e


integridade biológica dos ecossistemas naturais” (ENGEL e PARROTTA, 2003), com o
objetivo final de recriar comunidades ecologicamente “viáveis” do ponto de vista de
composição e de estrutura da comunidade vegetal, protegendo, reconstituindo e
mantendo sua capacidade natural de mudança ao longo do tempo, de modo a incluir ao
menos um mínimo de diversidade e variabilidade na estrutura comunitária e no
funcionamento dos seus processos ecológicos, físicos e biológicos (ENGEL e
PARROTTA, 2003).
O objetivo de final da restauração ecológica é o retorno do ecossistema a uma
situação mais próxima possível do seu estado original ou antes da degradação (ENGEL
e PARROTTA, 2003) . Porém, alguns problemas são enfrentados, como por exemplo,
como definir o estado original a ser restaurado, com anos de intervenção humana Dessa
forma, de acordo com o contexto da região de Araras, onde há o predomínio da
monocultura de cana-de-açúcar, esse trabalho poderá fornecer instrumentos práticos
para outros estudos que serão desenvolvidos no Centro de Ciências Agrárias (CCA) da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no campus de Araras, Araras, SP, que se
relacionam diretamente à ecologia vegetal, ecologia da restauração e agroecologia,
considerando a importância de se executarem práticas de manejo em propriedades
agrícolas dessa região. Outra questão que deve ser levada em consideração na hora de
estabelecer estratégias de restauração de áreas degradadas é assumir o contexto teórico
de dinâmica de comunidades vegetais tropicas, que assume que os ecossistemas
florestais nativos não se comportam de maneira “estática” (PICKETT e WHITE, 1985;
LASKA, 2001). Isso significa que tais comunidades têm a capacidade de mudar sua
estrutura e funções ao longo do tempo e em resposta às mudanças ambientais.
Nesse sentido, para que uma área degradada seja restaurada segundo uma
determinada série de estratégias de manejo que visem alcançar sucesso em curto, médio
e longo prazo, devem ser considerado desde o início da implementação de uma floresta
nativa, conceitos teórico-práticos a respeito da composição, ecologia e dinâmica de
comunidades vegetais sejam adaptados (ENGEL e PARROTTA, 2003). Podem ser
citados passos gerais para a elaboração de estratégias de restauração e manejo de áreas
degradadas, que podem aumentar efetivamente as chances de sucesso ecológico de um
programa de adequação ambiental (GANDOLFI e RODRIGUES, 2007): i) A
caracterização biológica da área-alvo necessita, em primeiro lugar, da compreensão dos
conhecimentos da fitogeografia, para que se faça um diagnóstico preliminar sobre quais
tipos de ecossistemas dominavam aquele local antes da intervenção humana, conduta
que pode oferecer indicativos sobre quais espécies nativas terão chances de
desenvolvimento e potencial para recuperar a fisionomia original daquela comunidade;
ii) A busca de inventários florísticos regionais oferece registros sobre a composição de
espécies (especialmente as arbustivas e arbóreas) que ocorrem naquela área e que
podem ser empregadas na implementação da floresta ou em locais onde há resquícios de
vegetação nativas, só que em condições severas de degradação; iii) A compreensão e a
pesquisa de dados que descrevam a estrutura fitossociológica em comunidades vegetais
desse domínio, em conjunto com a incorporação da teoria de dinâmica de comunidades
vegetais, como sucessão secundária e mecanismos de regeneração natural de espécies
nativas, vão indicar a proporção de espécies pioneiras e não-pioneiras que devem ser
usadas, de acordo com a caracterização ambiental da área-alvo; iv) Finalmente, com
todos esses dados teóricos e descritivos em mãos, estratégias específicas de manejo
podem ser sugeridas e colocadas em prática.
A restauração ecológica inclui metas a serem atingidas a curto médio e longo
prazo. A curto prazo, destacam-se os serviços ambientais do ecossistema, como por
exemplo evitar a erosão, melhoria da fertilidade do solo, estabilização do ciclo da água,
aumento da diversidade, da produtividade primária e fixação de gás carbônico. A médio
prazo, o enriquecimento e aumento da complexidade estrutural do habitat, aumento da
diversidade e a regeneração de algumas espécies. No entanto, o objetivo de se alcançar
um ecossistema auto-sustentável, estável e resiliente só pode ser alcançado a longo
prazo (ENGEL e PARROTTA, 2003; TRES et al., 2007).
Ainda não há informações suficientes para se dizer se é possível que uma
floresta plantada atinja essa sustentabilidade, que ainda é teórica, porque leva muito
tempo para que uma floresta plantada tenha fisionomia de floresta, e ainda mais tempo
para que ocorra a substituição de espécies pioneiras por secundárias, se é que isso
ocorre igualmente às florestas nativas (SOUZA e BATISTA, 2004). Outros pontos do
estudo de restauração também ainda não estão esclarecidos, como por exemplo as
interações entre espécies, trocas de material entre fragmentos em diferentes situações,
causas da ocorrência de espécies exóticas em fragmentos, definição de espécies
pioneiras e secundárias, entre outros pontos.
Dados obtidos no monitoramento de áreas restauradas no interior do Estado de
São Paulo revelaram que os plantios de restauração contam, geralmente, com apenas 35
espécies florestais, quase sempre as mesmas, independente das características
ambientais do local e da flora regional (BARBOSA et al., 2003), apesar da legislação
ambiental exigir que se plantem, no mínimo, 80 espécies nativas diferentes por hectare.
Desta forma, em alguns casos, a sustentabilidade das florestas plantadas em paisagens
fragmentadas pode ficar comprometida, em função do baixo número de espécies
utilizadas na implantação, principalmente espécies de final de sucessão ecológica
(SOUZA e BATISTA, 2004).
Antes do início da restauração algumas informações locais e do ecossistema
devem ser coletadas, como histórico de perturbações, solo, clima, fatores de degradação,
uso atual do solo, situação atual do ecossistema e da paisagem, que são obtidas no
próprio local, e aquelas que devem ser obtidas em consultas a bibliografia especializada,
como flora e fauna característicos, processos ecológicos mais importantes.
Algumas barreiras que impedem a regeneração da vegetação podem ser
encontradas. Essas barreiras podem incluir um ou mais dos seguintes fatores: ausência
ou baixa disponibilidade de propágulos (ausência de banco de semente, ausência de
fontes de propágulos na vizinhança, ausência de dispersores, etc.); falhas no
recrutamento de plântulas e jovens (ausência de ambiente propício, competição com
gramíneas, baixa umidade relativa do ar, etc.); fatores adicionais de estresse: fogo,
pastoreio, super exploração das áreas em regeneração; falhas no estabelecimento de
interações essenciais para manutenção da integridade: ausência de simbiontes,
polinizadores e dispersores (ENGEL e PARROTTA, 2003).
Independentemente, o que deve ser feito de modo prioritário é a conservação
desses poucos fragmentos significativos tanto em relação à área, quanto à composição
de espécies. Para isso, o cumprimento da legislação ambiental (CÓDIGO
FLORESTAL) é obrigatório e decisivo para evitar maiores perdas com a fragmentação
e o consequente aumento do efeito de borda, o que dificulta ainda mais a restauração de
áreas degradadas, pois diminui o fluxo gênico entre indivíduos da mesma espécie entre
fragmentos, diminuindo a capacidade de regeneração desses fragmentos e dificultando a
restauração de áreas degradadas.
2. OBJETIVOS

Nesse projeto, realizamos o levantamento de espécies arbustivas e arbóreas do


fragmento de floresta estacional semidecidual pertencente ao Centro de Ciências
Agrárias (CCA) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), campus de Araras,
São Paulo. Além disso, realizamos a análise da estrutura fitossociológica de um trecho
de 12,8 ha dessa comunidade.
Pretendemos contribuir com informações básicas sobre a comunidade florestal,
as quais apoiarão futuros experimentos em dinâmica de comunidades florestais e de
ecologia da restauração de áreas degradadas.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Caracterização da área de estudo

O fragmento de Floresta Estacional Semidecidual selecionado para este estudo


pertence à Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), campus de Araras, Centro de
Ciências Agrárias (CCA), em Araras, SP. Apresenta extensão total de 12,8 ha e
encontra-se a uma altitude de 611 m, entre as coordenadas geográficas de 22º18’00” S e
47º23’03” W. A temperatura média anual é de 21,4 °C precipitação anual de 1.428,1
mm (CCA 2006). O clima da região é do tipo Cwa, com verões quentes e úmidos, e
seca no inverno. O solo predominante é Latossolo Vermelho Escuro (CCA 2006). Esse
fragmento de floresta localiza-se próximo a plantações de cana-de-açúcar e já foi alvo
de incêndios por conta dessa proximidade, no período da queima da palha da cana.
Verificam-se trechos da floresta que estão muito degradados, com elevada abundância
de gramíneas exóticas, sinais da ação de incêndios recentes, existência de grandes
clareiras e populações superabundantes de espécies de lianas e arbustos escandentes. O
incêndio mais recente foi registrado na estação seca de 2002 (M.A. Maniero, com.
pess.).
3.2. Amostragem e análise dos dados

Realizamos o levantamento da composição das espécies arbustivo-arbóreas por


meio de caminhadas assistemáticas quinzenais por toda a extensão do fragmento
florestal. A frequência de visitas de campo dependia das atividades com aulas da
graduação ao longo dos sementres letivos (em um período de 11 meses).
Durante as excursões ao campo, amostramos e registramos com plaquetas de
alumínio numeradas, os indivíduos que apresentaram diâmetro à altura do peito (DAP)
igual ou superior a 5,0 cm. Realizamos a identificação das espécies a partir da coleta de
ramos, de preferência em estádio reprodutivo, com o auxílio de uma tesoura de poda
alta de oito metros de altura, e posteriormente identificados por meio de chaves de
identificação, consultas a especialistas, além de identificações in loco. Utilizamos a
classificação taxonômica de acordo com a proposta do Angiosperm Phylogeny Group II
2003 - APG II (SOUZA e LORENZI, 2008).
Utilizamos o método de amostragem em parcelas para proceder às análises
fitossociológicas. Demarcamos dez parcelas de 20 m x 10 m (2.000 m²), de modo
sistemático, ou seja, apenas a primeira parcela foi sorteada e as seguintes, alocadas a
cada sete metros umas das outras, a partir da primeira parcela, no sentido Norte-Sul.
Nessas parcelas, amostramos todos os indivíduos arbustivo-arbóreos com DAP
igual ou superior a 5,0 cm. Incluímos no levantamento florístico, portanto, as espécies
arbustivo-arbóreas nesse critério de inclusão e que estavam no interior das parcelas
delimitadas. Registramos as plantas com plaquetas de alumínio numeradas. Tomamos
as medidas de diâmetro à altura do solo (DAS), a estimativa da altura das plantas,
inclusive dos indivíduos mortos. Analisamos os dados com o auxílio do “software”
FITOPAC (SHEPHERD, 2007), que nos forneceu os seguintes estimadores
fitossociológicos (MUELLER-DUMBOIS e ELLENBERG, 1974): densidade total, área
basal total, área basal por hectare, índice de Shannon (H’), equabilidade (J), densidade,
dominância e frequência relativas, além do Índice de Valor de Importância (IVI - %) e
do Índice de Valor de Cobertura (IVC - %).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Levantamento Florístico

No levantamento florístico no fragmento florestal do CCA, identificamos um


total de 80 espécies, distribuídas em 60 gêneros e 32 famílias (Tabela1). Os gêneros que
apresentaram maior número de espécies foram: Ficus (três), Ocotea (três), Zanthoxylum
(três), Alchornea (duas), Cecropia (duas), Guarea (duas), Mollinedia (duas), Solanum
(duas). Esses oito gêneros, juntos, representam 21,75% da riqueza específica.
Entre as 32 famílias encontradas, 14 famílias foram representadas por apenas
uma espécie. As famílias com maior riqueza foram: Fabaceae (10 espécies), Meliaceae
(sete), Rutaceae (seis), Euphorbiaceae (cinco), Lauraceae (cinco), Moraceae (quatro) e
Sapindaceae (quatro). Essas sete famílias, juntas, totalizam 51,25% das espécies. Das 32
famílias encontradas, 14 foram representadas por apenas uma espécie: Annonaceae,
Arecaceae, Asteraceae, Boraginaceae, Caricaceae, Malvaceae, Myrsinaceae,
Nyctaginaceae, Piperaceae, Proteaceae, Rosaceae, Sapotaceae, Ulmaceae e
Verbenaceae, totalizando 43,75% das famílias e 17,5% das espécies encontradas.
Destaca-se também a presença de vários gêneros e espécies exóticas como Caryota
urens L., Coffea sp., Mangifera indica L. e Ricinus communis L.
Amostramos algumas espécies arbóreas que merecem destaque, pois apresentam
algum nível de ameaça de extinção, por exemplo: Cariniana legalis, que é classificada
como vulnerável (IUCN, 2009), Cariniana estrellensis, que está classificada como
espécie ameaçada (SMA, 1998), além de Cedrela fissilis (IUCN, 2009) e Aspidosperma
polyneuron (IUCN, 2009).
As famílias que apresentaram maior riqueza de espécies nesse estudo são as que
geralmente apresentam maior representatividade em relação à riqueza de espécies em
estudos em fragmentos de florestas estacionais semideciduais (CAVASSAN et al.,
1984; PGANO et al., 1987; RODRIGUES et al., 1989; MATHES, 1992;
KOTCHETKOFF-HENRIQUES e JOLY, 1994; SCHLITTLER et al., 1995; PAGANO
et al. 1995; GABRIEL, 1997a; GABRIEL, 1997b; RODRIGUES et al., 2003; SANTOS
e KINOSHITA, 2003; MACHADO et al. 2004; FERREIRA JÚNIOR, 2007; SILVA et
al., 2007; SILVA e SOARES, 2007). Outros estudos sobre a floresta estacional
semidecidual também apresentaram poucas famílias, que juntas, somaram a maioria das
espécies. Em alguns casos, estudos amostraram que apenas nove famílias
compreenderam 65,5% (FERREIRA JÚNIOR, 2007).
Supomos que a presença recorrente de Fabaceae e Meliaceae entre as famílias de
maior riqueza, independente do grau de interferência no ambiente em diversos
levantamentos florísticos (CAVASSAN et al., 1984; PAGANO e LEITÃO-FILHO,
1987; RODRIGUES et al., 1989; MATHES, 1992; KOTCHETKOFF-HENRIQUES e
JOLY, 1994; SCHLITTLER et al., 1995; PAGANO; LEITÃO-FILHO e CAVASSAN,
1995; GABRIEL, 1997a; GABRIEL, 1997b; RODRIGUES et al., 2003; SANTOS e
KINOSHITA, 2003; MACHADO et al. 2004; FERREIRA JÚNIOR, 2007; SILVA et
al., 2007; SILVA e SOARES, 2007), possivelmente seja explicada pela elevada
amplitude de adaptação, principalmente Fabaceae, porque existem algumas espécies
dessas famílias que apresentam comportamento pioneiro. Essa condição associa-se
diretamente à “hipótese do distúrbio intermediário” (BEGON et al., 2006), que
estabelece que a maior riqueza de espécies ocorre quando, na regeneração de um
distúrbio, as espécies “pioneiras”, “secundárias iniciais” e “secundárias tardias” estão
presentes – resulta em uma maior adaptabilidade a diferentes condições ambientais,
lembrando que esse fragmento florestal encontra-se bastante alterado pela intervenção
humana intensiva. Espécies não-pioneiras e que pertencem a essas famílias comumente
consideradas ricas em espécies, em florestas alteradas provavelmente é uma questão de
chance (BEGON et al., 2006).
Pode-se adicionar a característica de que praticamente todas as espécies de
Fabaceae apresentam associação com bactérias do gênero Rhizobium, capazes de fixar
nitrogênio, o que facilita o crescimento das plantas em solos tropicais, que geralmente
são inférteis. Acrescentamos o fato de Fabaceae apresentar potencial de rebrota de
raízes gemíferas (RODRIGUES et al. 2004), o que explicaria o grande número de
espécies de Fabaceae ocupando ambientes perturbados. A disponibilidade de nitrogênio
seria um dos fatores que estimulam a formação de gemas radiculares (PETERSON,
1975).
Tabela 1 – Composição florística do remanescente florestal do CCA, UFSCar, campus de
Araras, Araras, SP.
Família Espécie
Anacardiaceae Astronium graveolens Jacq.
Mangifera indica L.
Tapirira guianensis Aubl.
Annonaceae Annona cacans Warm.
Apocynaceae Aspidosperma parvifolium A.DC.
Aspidosperma polyneuron Müll. Arg.
Araliaceae Dendropanax cuneatus (DC.) Decne. & Planch.
Schefflera calva (Cham.) Frodin & Fiaschi
Arecaceae Caryota urens L.
Asteraceae Vernonia diffusa Less.
Boraginaceae Cordia sp
Caricaceae Jacaratia spinosa (Aubl.) A. DC.
Cecropiaceae Cecropia glaziovi Snethl.
Cecropia pachystachya Trécul.
Celastraceae Maytenus aquifulium Chodat
Maytenus robusta Reissek
Euphorbiaceae Alchornea glandulosa Poepp.
Alchornea triplinervia (Spreng) Müll. Arg.
Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill.
Ricinus communis L.
Croton floribundus Spreng.
Fabaceae Acacia polyphylla DC.
Bauhinia longifolia (Bong.) Steud.
Centrolobium tomentosum Guill. ex Benth.
Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld
Machaerium nyctitans (Vell.) Benth.
Machaerium stipitatum (DC.) Vogel
Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr.
Platycyamus regnellii Benth.
Platycyamus sp
Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake
Lauraceae Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F. Macbr.
Nectandra lanceolata Nees
Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez
Ocotea puberula (Rich.) Ness
Ocotea silvestris Vattimo
Lecythidaceae Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze
Cariniana legalis (Mart.) Kuntze
Malvaceae Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) Ravenna
Meliaceae Cabralea canjerana (Vell.) Mart.
Tabela 1. Continuação
Família Espécie
Cedrela fissilis Vell.
Guarea guidonia (L.) Sleumer
Guarea macrophylla Vahl
Trichilia catigua A. Juss.
Trichilia claussenii C. DC.
Trichilia pallida Sw.
Monimiaceae Mollinedia widgrenii A. DC.
Molinedia schottiana Juss.
Moraceae Ficus insipida Willd.
Ficus trigona L. f.
Ficus cf eximia Schott
Maclura tinctoria (L.) D. Don ex Steud.
Myrsinaceae Myrsine umbellata Mart.
Myrtaceae Eugenia ramboi D. Legrand
Myrcia cf. splendens (Sw.) DC.
Nyctaginaceae Guapira opposita (Vell.) Reitz
Piperaceae Piper amalago L.
Proteaceae Roupala brasiliensis Klotzsch
Rosaceae Prunus myrtifolia (L.) Urb.
Rubiaceae Chomelia pohliana Müll. Arg.
Coffea sp
Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum.
Rutaceae Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl.
Galipea jasminiflora (A.St.-Hill.) Engl.
Metrodorea sp
Zanthoxylum petiolare A. St.-Hil. & Tul.
Zanthoxylum rhoifolium Lam.
Zanthoxylum riedelianum Engl.
Salicaceae Casearia gossypiosperma Briq.
Casearia sylvestris Sw.
Prockia crucis L.
Sapindaceae Allophylus edulis (A. St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk.
Cupania vernalis Cambess.
Diatenopteryx sorbifolia Radlk.
Matayba elaegnoides (A. St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk.
Sapotaceae Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichl.) Engl.
Solanaceae Solanum mauritianum Scop
Solanum pseudoquina A. St.-Hil.
Ulmaceae Trema micratha (L.) Blume
Verbenaceae Aegiphila sellowiana Cham.
4.2. Análise fitossociológica

Amostramos no interior das dez parcelas (2.000 m2), 158 indivíduos arbustivo-
arbóreos, distribuídos em 67 espécies, pertencentes a 49 gêneros e 28 famílias,
incluindo os indivíduos mortos. Do total de plantas amostradas, quatro árvores não
foram identificadas nem até a categoria de família; cinco foram identificadas até família
e cinco, até a categoria de gênero. Esses indivíduos não foram identificados porque foi
impossível acessar o material vegetativo, principalmente por causa de lianas em
desequilíbrio, que impediram até mesmo a visualização dessas árvores.
A densidade total foi de 790 indivíduos.ha-1, a área basal total foi de 3,97 m²,
totalizando 19,83 m².ha-1. O Índice de Shannon (H’) para as espécies foi de 3,77
nats.indivíduo-1, a equabilidade (J) obtida foi igual a 0,89. O Índice de Shannon para as
famílias foi de 2,96 nats.indivíduo-1.
Destacamos que os indivíduos mortos representaram o maior IVI (11,70%), o
que pode indicar, levando em conta nossa experiência de visitas e coletas no fragmento,
represetar o quão degradado do ponto de vista estrutural. Observamos também que
Ficus insipida apresentou alto IVI (25,23), não por número de indivíduos (dois), mas
sim por diâmetro à altura do solo (DAS). O que não ocorreu com Astronium graveolens
e Trichilia pallida, as quais foram representadas, respectivamente, por oito e 15
indivíduos.
As famílias com maior riqueza foram: Fabaceae (7), Lauraceae (5), Rubiaceae
(5), Meliaceae (4), Sapindaceae (4), Anacardiaceae (3), Salicaceae (3). Essas oito
famílias, juntas, totalizam 38,75 da riqueza específica e 46,20% dos indivíduos
amostrados. Do total de 27 famílias encontradas, seis famílias foram representadas por
apenas um indivíduo, são elas Asteraceae, Solanaceae, Rosaceae, Verbenaceae,
Nyctaginaceae e Annonaceae (Tabela 3).
Tabela 2 – Índices fitossociológicos das espécies amostradas em 10 parcelas de 20 m x 10 m no
remanescente florestal do CCA, UFSCar, campus de Araras, Araras, SP. N: número
de indivíduos de cada espécie, DR: densidade relativa, DmR: dominância relativa,
FR: frequência relativa, IVI: índice de valor de importância (%) e IVC: índice de
valor de cobertura (%). As espécies estão ordenadas por IVI.
Espécies N DR DmR FR IVI IVC
Mortas 17 10,76 18,15 6,19 11,70 14,455
Ficus insipida 2 1,27 22,19 1,77 8,41 11,73
Astronium graveolens 8 5,06 9,56 4,42 6,35 7,315
Trichilia pallida 15 9,49 3,19 5,31 6,00 6,345
Platycyamus regnellii 5 3,16 8,43 3,54 5,05 5,8
Cariniana estrellensis 2 1,27 7,13 1,77 3,39 4,195
Endlicheria paniculata 6 3,8 0,67 4,42 2,97 2,235
Cecropia glaziovi 5 3,16 3,22 0,88 2,42 3,195
Allophylus edulis 5 3,16 0,42 3,54 2,37 1,79
Piper amalago 6 3,8 0,37 2,65 2,28 2,085
Mollinedia widgrenii 5 3,16 0,91 2,65 2,24 2,035
Centrolobium tomentosum 3 1,9 2,91 1,77 2,19 2,405
Jacaratia spinosa 1 0,63 4,72 0,88 2,08 2,675
Piptadenia gonoacantha 4 2,53 0,56 2,65 1,92 1,55
Casearia gossypiosperma 4 2,53 0,26 2,65 1,82 1,4
Chrysophyllum gonocarpum 4 2,53 1,06 1,77 1,79 1,795
Schizolobium parahyba 4 2,53 0,88 1,77 1,73 1,705
Cariniana legalis 2 1,27 1,93 0,88 1,36 1,6
Croton floribundus 3 1,9 0,2 1,77 1,29 1,05
Coffea sp 3 1,9 0,14 1,77 1,27 1,02
Desconhecida 3 1 0,63 1,9 0,88 1,14 1,265
Chomelia pohliana 2 1,27 0,34 1,77 1,13 0,805
Prockia crucis 2 1,27 0,26 1,77 1,10 0,76
Zanthoxylum petiolare 2 1,27 0,25 1,77 1,09 0,755
Matayba elaegnoides 2 1,27 0,15 1,77 1,06 0,71
Cabralea canjerana 2 1,27 0,15 1,77 1,06 0,705
Desconhecida7 1 0,63 1,37 0,88 0,96 1
Dendropanax cuneatus 1 0,63 1,18 0,88 0,90 0,905
Ocotea dyospirifolia 1 0,63 0,99 0,88 0,84 0,81
Tabela 2. Continuação
Espécie N DR DmR FR IVI IVC
Cedrela fissilis 1 0,63 0,82 0,88 0,78 0,725
Galipea jasminiflora 2 1,27 0,13 0,88 0,76 0,7
Vernonia diffusa 1 0,63 0,64 0,88 0,72 0,635
Ficus trigona 1 0,63 0,64 0,88 0,72 0,635
Desconhecida1 1 0,63 0,36 0,88 0,63 0,495
Machaerium nyctitans 1 0,63 0,32 0,88 0,61 0,475
Desconhecida 6 1 0,63 0,24 0,88 0,59 0,435
Desconhecida 2 1 0,63 0,21 0,88 0,58 0,42
Lauraceae1 1 0,63 0,2 0,88 0,57 0,415
Solanum pseudoquina 1 0,63 0,19 0,88 0,57 0,415
Myrcia cf. splendens 1 0,63 0,19 0,88 0,57 0,41
Eugenia ramboi 1 0,63 0,16 0,88 0,56 0,395
Maytenus aquifulium 1 0,63 0,15 0,88 0,56 0,39
Tapirira guianensis 1 0,63 0,14 0,88 0,55 0,385
Myrsine sp1 1 0,63 0,14 0,88 0,55 0,385
Coutarea hexandra 1 0,63 0,14 0,88 0,55 0,385
Casearia sylvestris 1 0,63 0,13 0,88 0,55 0,38
Ocotea silvestris 1 0,63 0,12 0,88 0,55 0,375
Prunus myrtifolia 1 0,63 0,12 0,88 0,54 0,375
Diatenopteryx sorbifolia 1 0,63 0,1 0,88 0,54 0,37
Acacia polyphylla 1 0,63 0,1 0,88 0,54 0,37
Rubiaceae 2 1 0,63 0,09 0,88 0,54 0,365
Aegiphila sellowaina 1 0,63 0,09 0,88 0,54 0,365
Desconhecida 5 1 0,63 0,09 0,88 0,54 0,365
Bauhinia longifólia 1 0,63 0,09 0,88 0,53 0,36
Mangifera indica 1 0,63 0,08 0,88 0,53 0,355
Guarea guidonia 1 0,63 0,08 0,88 0,53 0,355
Pera glabrata 1 0,63 0,08 0,88 0,53 0,355
Maytenus robusta 1 0,63 0,07 0,88 0,53 0,355
Guapira opposita 1 0,63 0,07 0,88 0,53 0,35
Desconhecida4 1 0,63 0,07 0,88 0,53 0,35
Shefflera calva 1 0,63 0,06 0,88 0,53 0,35
Annonaceae1 1 0,63 0,06 0,88 0,53 0,35
Tabela 2. Continuação
Espécie N DR DmR FR IVI IVC
Balfourodendron riedelianum 1 0,63 0,06 0,88 0,53 0,35
Rapanea sp 1 0,63 0,06 0,88 0,52 0,345
Myrtaceae 1 1 0,63 0,06 0,88 0,52 0,345
Lauraceae 2 1 0,63 0,05 0,88 0,52 0,34
Rubiaceae 1 1 0,63 0,05 0,88 0,52 0,34
Cupania vernalis 1 0,63 0,05 0,88 0,52 0,34

As famílias que apresentaram maior IVI foram Fabaceae (11,59%), Moraceae


(9,64%), Meliaceae (8,09%), Anacardiaceae (7,73) e Lauraceae (5,43). Estas cinco
famílias, juntas, totalizam 42,48% do IVI e 46,32% do IVC.
Podemos destacar alguns dados para ressaltar quão degradado encontra-se o
fragmento em questão, como por exemplo o elevado IVI encontrado para indivíduos
mortos, presença de espécies exóticas como Coffea sp., Mangifera indica e Ricinus
communis, além da morte de alguns indivíduos durante os 11 meses de estudo,
provavelmente por causa da alta incidência de lianas e de espécies daninhas.
Comparando os dados obtidos com outros estudos fitossociológicos sobre
floresta estacional semidecidual no sudeste do Brasil com o mesmo critério de inclusão,
pudemos ver que o Índice de diversidade de Shannon obtido (3,77 nats.indivíduo-1) é
relativamente baixo, pois esse índice variou de 3,77 a 4,23 nats.indivíduo-1 , em alguns
trabalhos (MACHADO et al., 2004; RODRIGUES et al., 2003; SILVA et al., 2004;
PINHEIRO e MONTEIRO, 2000; IVANAUSKAS, RODRIGUES e NAVE, 1999).
Também observamos que a equabilidade obtida (0,89) foi acima do obtido nos estudos
consultados, que foi entre 0,73 a 0,83 (MACHADO et al., 2004; RODRIGUES et al.,
2003; SILVA et al., 2004; IVANAUSKAS, RODRIGUES e NAVE, 1999), porque o a
área estudada é pequena em relação às áreas dos outros estudos, e também porque o
fragmento estudado está homogêneo, o fragmento é uma clareira só, enquanto os outros
estudos analisaram tanto floresta fechada quanto clareiras pequenas, ou seja, tiveram
chance de analisar estruturas diferentes. Os valores máximos e mínimos de IVI obtidos
(1,57 a 35,1) estão dentro do intervalo de valores já encontrados nos estudos
consultados (MACHADO et al., 2004; RODRIGUES et al., 2003; SILVA et al., 2004;
IVANAUSKAS, RODRIGUES e NAVE, 1999), que ficou entre 0,13 e 43,53.
Tabela 3. Estimadores fitossociológicos das famílias amostradas em 10 parcelas de 20 m x 10 m
no remanescente florestal do CCA, UFSCar, campus de Araras, Araras, SP. N:
número de indivíduos amostrados; N Spp: Número de espécies encontradas; DR:
Densidade Relativa; DmR – Dominância Relativa; FR: Frequência Relativa; IVI:
Índice de Valor de Importância (%);IVC: Índice de Valor de Cobertura (%). Famílias
ordenadas por %IVI.
Família N N Spp DR DmR FR %IVI %IVC
Fabaceae 19 7 12,03 13,75 8,99 11,59 12,89
Mortas 17 1 10,76 15,26 7,87 11,29 13,01
Moraceae 3 2 1,9 23,64 3,37 9,64 12,77
Meliaceae 19 4 12,03 4,39 7,87 8,09 8,21
Anacardiaceae 10 3 6,33 10,13 6,74 7,73 8,23
Lauraceae 10 5 6,33 2,11 7,87 5,43 4,22
Lecythidaceae 4 2 2,53 9,38 3,37 5,09 5,96
Desconhecida 7 7 4,43 4,38 4,49 4,44 4,41
Rubiaceae 8 5 5,06 0,8 6,74 4,2 2,93
Sapindaceae 9 4 5,7 0,74 5,62 4,02 3,22
Salicaceae 7 3 4,43 0,67 5,62 3,57 2,55
Cecropiaceae 5 1 3,16 3,34 1,12 2,54 3,25
Piperaceae 6 1 3,8 0,39 3,37 2,52 2,09
Monimiaceae 5 1 3,16 0,94 3,37 2,49 2,05
Caricaceae 1 1 0,63 4,88 1,12 2,21 2,76
Sapotaceae 4 1 2,53 1,09 2,25 1,96 1,81
Rutaceae 5 3 3,16 0,46 2,25 1,96 1,81
Euphorbiaceae 4 2 2,53 0,29 2,25 1,69 1,41
Araliaceae 2 2 1,27 1,29 2,25 1,6 1,28
Myrtaceae 3 3 1,9 0,41 2,25 1,52 1,16
Celastraceae 2 2 1,27 0,23 2,25 1,25 0,75
Myrsinaceae 2 2 1,27 0,2 2,25 1,24 0,73
Asteraceae 1 1 0,63 0,66 1,12 0,81 0,65
Solanaceae 1 1 0,63 0,2 1,12 0,65 0,42
Rosaceae 1 1 0,63 0,12 1,12 0,63 0,38
Verbenaceae 1 1 0,63 0,1 1,12 0,62 0,36
Nyctaginaceae 1 1 0,63 0,07 1,12 0,61 0,35
Anonaceae 1 1 0,63 0,07 1,12 0,61 0,35
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos resultados obtidos, somados às observações em campo ao longo das


visitas, podemos sugerir rotas de conservação e de restauração, visando contribuir com a
adequação ambiental da reserva florestal do CCA.
A implantação de um “área de amortecimento” em torno do fragmento, que
constitui de um aceiro, perímetro de dois a cinco metros de largura sem nenhuma planta,
e de um cinturão de proteção, no qual podem ser plantadas espécies nativas com
potencial silvicultural, como Guazuma ulmifolia, Jacaranda cuspidifolia e Peltophorum
dubium (MELOTTO et al., 2009), possibilitando o aumento natural do fragmento, a
eventual utilização do cinturão para criar gado em consórcio com espécies silviculturais
(“sistemas silvipastoris”). Esse cinturão de proteção também poderia funcionar como
fonte de sementes de espécies nativas, como Fícus spp, Senna speciosa, Allophylus
edulis e Aegiphila sellowiana (RODRIGUES et al., 2003).
O ramo da ecologia de restauração de ecossistemas ainda necessita de uma
infinidade de experimentos para testa sua eficiência, porém, podemos antecipar, que do
ponto de vista ecológico, apresentam potencial de recuperar inúmeras propriedades
ecológicas de solos e da paisagem regional, como um todo, podendo contribuir para
alcance de metas de longo prazo de projetos de restauração de ecossitemas, que seria a
sustentabilidade (ENGEL e PARROTA, 2003).
Consideramos que somente a implementação da área de amortecimento,
entretanto, não seria uma estratégia de manejo suficiente para a retomada da expansão e
da regeneração natural da comunidade florestal em questão. Aliada a essa técnica de
manejo, sugerimos, de acordo com nosso diagnóstico na idas ao campo, o controle
periódico de lianas e espécies daninhas superabundantes, que podem favorecer o
crescimento de árvores tomadas por lianas, além de favorecer a ativação do banco de
sementes no solo, os quais, eventualmente, podem conter sementes de árvores nativas,
dependendo das características estruturais da floresta, levando em conta o histórico de
perturbações humanas (MENDONÇA, 2007). Indicamos também, o revolvimento do
solo para estimular a germinação do banco de sementes (FARAH, 2003), plantio de
mudas ou semeadura direta, para baratear os custos (GÍRIO, 2008), como estratégia de
enriquecimento de áreas degradadas (GANDOLFI e RODRIGUES, 2007).
Finalmente, o fragmento florestal estudado poderia ser utilizado para promover
atividades de Educação Ambiental para os alunos dos cursos de graduação do
CCA/UFSCar, por meio do planejamento e implantação de trilhas educativas, onde
poderiam ser destacadas as espécies importantes, do ponto de vista regional, além das
espécies raras, que apresentam algum nível de ameaça de extinção. Essas últimas
espécies, enquanto não são fornecidos dados que indiquem práticas de manejo e de
restauração de comunidades de florestas estacionais semideciduais, devem ser
prioritariamente conservadas (PRIMACK e RODRIGUES, 2001). Além disso, a
intenção de formular essas rotas de restauração e manejo, é de transformar o fragmento
do CCA/UFSCar em um laboratório de estudos em biologia aplicada à restauração de
áreas degradadas, com caráter multidisciplinar, transformando-se em fonte de
experimentos científicos.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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8. PRODUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA

A aluna participou como OUVINTE da I Jornada Acadêmica do CCA/UFSCar


(maio de 2009) e do Congresso de Iniciação Científica (CIC), UFSCar, São Carlos
(outubro de 2008). Participou do Minicursso “Introdução ao Ambiente Estatístico R”
(maio de 2009).

9. AUTOAVALIAÇÃO DO ALUNO

Na minha opinião, o desenvolvimento do projeto foi bastante produtivo. Minha


orientadora só me apoiou quando eu não tinha condições de fazer com minhas próprias
ferramentas intelectuais e limitações técnicas, além de ter proporcionado a contato com
vários pesquisadores na área de Taxonomia Vegetal e de Ecologia e dinâmica de
comunidades florestais. Aprendi muito a respeito da importância de escrever bem,
identificação de plantas, comportamento em campo, a trabalhar com o “software”
FITOPAC, e a fazer consultas bibliográficas em bases de dados como o Scielo e o Web
of Science.

10. AVALIAÇÃO DO ORIENTADOR

O aluno, desde o início da elaboração do experimento, logo após o término da


disciplina de Ciências do Ambiente. Sempre mostrou interesse pela área de ecologia de
regeneração natural em comunidades florestais degradadas. É um aluno dedicado,
responsável, interessado em ampliar seus conhecimentos teóricos e práticos na área de
estudos em que se insere esse experimento. Além disso, mostrou-se organizado, com
espírito autonomo, sempre sugerindo alternativas para solucionar problemas
operacionais e estruturais, à ausência de uma infra-estrutura adequada, até o momento
presente, para instalação de um laboratório de Ecologia Vegetal.
A ausência de um Herbário no CCA, fez com que o aluno exercesse sua
disposição para entrar em contato com especialistas em diversas famílias botânicas.
Sua dedicação ao projeto demonstra o seu interesse em dar continuidade à
relação de orientação. Certamente, o aluno apresenta plenas condições em manter e
ampliar as atividades experimentais e manter o seu excelente rendimento acadêmico e
suas médias finais.
11. DESTINO DO ALUNO

O aluno continua com sua graduação, cursando o sexto perfil (3o ano). Como
apresenta interesse pela área de Ecologia Vegetal e tem excelente desenpenho
acadêmico, além de ter se dedicado com responsabilidade e autonomia durante as
atividades do projeto de Inciação Científica PIBIC/CNPq, pretendemos elaborar um
novo experimento científico sob minha orientação e submetê-lo à Fapesp (Bolsa de
Iniciação Científica) ainda esse ano.

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