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ÍNDICE

Capítulo 1 - Jesus Cristo, Nosso Sumo Sacerdote


Capítulo 2 - Jesus Cristo, Nosso Advogado
Capítulo 3 - Jesus Cristo, Nosso Intercessor
Capítulo 4 - Jesus Cristo, Nosso Pastor

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Capítulo 1
Jesus Cristo, Nosso Sumo Sacerdote
Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos
bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito
tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta
criação, não por meio de sangue de bodes e de bezerros,
mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos,
uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção.

Hebreus 9:11-12

O ministério de Cristo como sumo sacerdote à


destra do Pai é um dos aspectos mais raros da
revelação dada ao apóstolo Paulo. Nas epístolas,
Paulo não apenas nos diz o que Cristo fez por nós
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na Sua expiação substitutiva na Cruz; ele
também nos diz o que o Espírito Santo faz em
nossa vida individual. Muitos teólogos e eruditos
questionam a autoria do Livro de Hebreus.
Alguns não acham que Paulo seja o autor.
Creio, porém, que é bastante conclusivo que
esse livro faz parte da revelação paulina, porque
Hebreus se encaixa nela como parte de um
quebra-cabeça, e a linguagem é a mesma de
Paulo. O Livro de Hebreus é uma revelação do
que Jesus fez desde o momento em que Ele se
fez pecado na cruz, até sentar-se à destra da
Majestade no Alto.
Toda a obra redentora de Cristo é mostrada
nessa maravilhosa revelação em Hebreus. Há
referências a essa obra em outras partes do
Novo Testamento, mas essa relação está
principalmente em Hebreus.
Existem quatro fases na revelação que Deus deu
a Paulo:
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1 - O que Deus, por meio de Cristo, fez por nós
na Sua grande substituição.
2 - O que o Espírito Santo, através da Palavra, faz
em nós no Novo Nascimento e no enchimento
com o Espírito Santo.
3 - O que Jesus está fazendo por nós agora no
Seu ministério nos dias de hoje à destra do Pai.
4 - O que a Palavra de Deus e o Seu amor fazem
através de nós ao ministrarmos.
Ao longo dos anos, nós, cristãos, desperdiçamos
muito tempo estudando o que Cristo fez por
nós. A maioria das mensagens se fundamenta
nesse tema. Entretanto, muito pouco tempo foi
gasto estudando o que Ele faz em nós. E menos
tempo ainda tem sido gasto estudando o que Ele
está fazendo por nós agora no Seu grande ofício
de sumo sacerdote à destra do Pai.
Mas todo o Seu ministério por nós não teria sido
completo se Ele não estivesse exercendo um
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ministério agora em nosso favor à destra de
Deus. O primeiro ministério de Jesus após a
ressurreição é mencionado em João 20:
JOÃO 20:11, 15-17 (AA) Maria, porém, estava em pé,
diante do sepulcro, a chorar. Enquanto chorava,
abaixou-se a olhar para dentro do sepulcro...
Perguntou-lhe Jesus: “Mulher, por que choras? A
quem procuras?”. Ela, julgando que fosse o
jardineiro, respondeu-lhe: “Senhor, se tu o levaste,
dize-me onde o puseste, e eu o levarei”. Disse-lhe
Jesus: “Maria!” Ela, virando-se, disse-lhe em
hebraico: “Raboni!” — que quer dizer, Mestre. Disse-
lhe Jesus: “Deixa de me tocar, porque ainda não subi
ao Pai; mas vai a meus irmãos e dize-lhes que eu subo
para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”.

Cristo não está falando nessa passagem sobre


Sua ascensão e sobre estar assentado à destra
do Pai, porque pouco tempo depois Ele
apareceu novamente; desta vez aos Seus
discípulos (Sua verdadeira ascensão só
aconteceu muitos dias depois disso). Os
discípulos pensaram que Ele era um fantasma,
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mas Ele disse: “apalpai-me... porque um espírito
não tem carne nem ossos...” (Lucas 24:39, AA).
Por que Jesus disse a Maria: “Deixa de me
tocar”, porém, pouco tempo depois, Ele instruiu
os Seus discípulos a tocá-lo? Porque quando
Maria o viu, Ele estava a caminho para entrar no
Santo dos Santos celestial para apresentar Seu
sangue como oferta eterna ou sacrifício pelos
nossos pecados. Jesus morreu como um
Cordeiro, mas Ele ressuscitou como o Senhor
Sumo Sacerdote!
E a Palavra nos diz que Ele é um Sumo Sacerdote
misericordioso e fiel; não apenas nas coisas que
dizem respeito aos homens, mas também nas
coisas que dizem respeito a Deus:
HEBREUS 2:14-17 Visto, pois, que os filhos têm
participação comum de carne e sangue, destes
também ele, igualmente, participou, para que, por
sua morte, destruísse aquele que tem o poder da
morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo
pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por
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toda a vida. Pois ele, evidentemente, não socorre
anjos, mas socorre a descendência de Abraão.

Por isso mesmo, convinha que, em todas as


coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para
ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas
coisas referentes a Deus e para fazer propiciação
pelos pecados do povo.
As exigências da justiça tinham de ser satisfeitas
nas coisas que dizem respeito a Deus. Era
necessário que Cristo como Sumo Sacerdote
fizesse propiciação pelos pecados do povo. Ele
tinha de levar Seu sangue ao Santo dos Santos
celestial e usá-lo para selar o documento da
nossa redenção.

HEBREUS 9:11-12 Quando, porém, veio Cristo como


sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o
maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por
mãos, quer dizer, não desta criação, não por meio de
sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio

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sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por
todas, tendo obtido eterna redenção.

Sob a Velha Aliança, à qual Paulo está se


referindo aqui, o Sumo Sacerdote entrava no
Santo dos Santos uma vez por ano e oferecia o
sangue de animais inocentes mortos como
sacrifício pelos pecados do povo. Assim, os
pecados do povo estariam cobertos por mais um
ano.
Mas Cristo entrou de uma vez por todas. Este é
um ministério que Ele nunca terá de repetir: Ele
não entra no Santo dos Santos ano após ano
como o sumo sacerdote dos tempos antigos
fazia. Ele entrou de uma vez por todas para
obter uma redenção eterna para nós.
Seu sangue é a garantia da nossa redenção. Era
isso que Ele estava prestes a fazer quando Maria
o viu e Ele lhe disse: “Deixe de me tocar”. Ele já
havia cuidado da nossa redenção quando os
discípulos o viram um pouco depois, porque Ele

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disse: “Agora vocês podem me tocar”. Depois,
quando Cristo subiu ao céu e sentou-se à destra
do Pai, Ele iniciou outro ministério, um
ministério sacerdotal superior como nosso
Advogado, Mediador, Intercessor e Pastor.
A palavra traduzida como “reconciliação” em
Romanos 5:11 significa, na verdade, redenção. É
uma palavra do Antigo Testamento que significa
simplesmente cobrir os pecados de Israel
enquanto os pecados eram levados pelo bode
expiatório.

A natureza do homem que fazia com que ele


pecasse permanecia sem ser tratada — essa
natureza do homem que o fazia mentir, roubar
e quebrar a lei. Sob a Nova Aliança, Jesus lidou
com a natureza pecaminosa. Ele levou essa
natureza pelo sacrifício de Si mesmo.
HEBREUS 9:24-26 Porque Cristo não entrou em
santuário feito por mãos, figura do verdadeiro,
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porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por
nós, diante de Deus; nem ainda para se oferecer a si
mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada
ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio.
Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse
sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo;
agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se
manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo
sacrifício de si mesmo, o pecado.

Observe que a Bíblia não diz “pecados”. Pecados


são atos ou feitos que são errados.
Ela diz “pecado”, referindo-se à natureza
pecaminosa do homem — aquilo que o fazia
realizar certas coisas.
HEBREUS 9:28 Assim também Cristo, tendo-se
oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados
de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos
que o aguardam para a salvação.

Cristo não apenas levou nossos pecados —


feitos e atos maus —, Ele também levou nosso
pecado — a natureza pecaminosa do homem.
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Afinal, não me adiantaria nada Cristo levar
apenas meus pecados — eu ainda teria aquela
velha natureza pecaminosa em mim, e eu não
poderia evitar agir mal. Eu ainda seria o mesmo
tipo de criatura que sempre fui. Mas quando Ele
eliminou o pecado pelo sacrifício de Si mesmo,
Jesus fez algo com relação à natureza
pecaminosa que me fazia pecar.
E Ele fez isso de uma vez por todas. Quando
aceitei Jesus como meu Salvador e confessei-o
como meu Senhor, o Espírito Santo fez algo em
mim. Isso também é parte da revelação paulina
que não é encontrada em nenhuma outra parte
do Novo Testamento. Por exemplo, 2 Coríntios
5:17 diz: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova
criatura; as coisas antigas já passaram; [sabe o que
é esta coisa antiga que já passou? É a velha natureza
pecaminosa]; eis que se fizeram novas” (grifo
nosso).
Temos uma nova natureza dentro de nós! No
exato momento em que você nasceu de novo,
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essa natureza interna foi transformada!
Descobri essa verdade na minha própria vida. Eu
nunca havia ouvido isso ser pregado, mas
descobri imediatamente depois de nascer de
novo que as coisas com as quais eu me
preocupava tanto haviam desaparecido. Minha
natureza foi transformada.
As coisas que um dia eu amei, não amava mais.
As coisas que eu um dia odiei, agora amava. O
desejo de agir mal havia desaparecido. (Isso não
significa que eu não falhei desde então.)
Sob essa Dispensação do Espírito Santo temos
uma aliança superior! Através do novo
nascimento que experimentamos, Cristo levou
nossa velha natureza pecaminosa e nos deu a
vida e a natureza de Deus. O desejo de pecar se
foi. A destruição da natureza pecaminosa do ser
humano exigiu, porém, que o Filho amado de
Deus se tornasse pecado por nós:

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2 CORÍNTIOS 5:21 Aquele que não conheceu pecado,
ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos
feitos justiça de Deus.

Não é de admirar que Jesus tenha clamado na


cruz quando foi feito pecado: “Deus meu, Deus
meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46).

Deus o havia abandonado porque Ele estava


tomando nosso lugar. Ele se tornou o que nós
éramos. Ele tomou nosso pecado para que nós
pudéssemos nos tornar justos. Ele tomou nossa
morte espiritual para que pudéssemos ter vida
eterna. Ele tomou nossa exclusão, nossa
natureza fora da lei, a fim de que nós
pudéssemos nos tornar filhos de Deus.
Como é maravilhosa a imensurável graça de
Deus revelada no sacrifício de Jesus! Jesus levou
o próprio sangue ao Santo dos Santos celestial,
cancelando assim a necessidade de o Sumo
Sacerdote fazer uma expiação anual. Em vez
disso, Jesus nos deu redenção eterna! Jesus se

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fez pecado. Ele estava debaixo de condenação
porque nós estávamos debaixo de condenação.
Por três dias e três noites Ele permaneceu
trancado na prisão da morte porque era para lá
que nós deveríamos ter ido.
Ele se tornou nosso Substituto e tomou nosso
lugar. Ele atendeu às exigências da Justiça e nos
libertou! Até então, ninguém podia nascer de
novo. Os crentes do Antigo Testamento não
eram nascidos de novo.
Eles eram salvos até o ponto em que o plano da
salvação de Deus na época permitia — seus
pecados eram perdoados —, mas eles não eram
nascidos de novo. Se pecar depois de nascer de
novo, você pode confessar seus pecados e Deus
o perdoará (1 João 1:9), mas você não nasce de
novo pela segunda vez. Ninguém nasce de novo
duas vezes. Se você nascesse de novo toda vez
que seus pecados fossem perdoados, algumas
pessoas nasceriam de novo um milhão de vezes.

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Você não pode se tornar uma nova criatura
mais de uma vez. No Antigo Testamento lemos
que “Fulano de Tal” gerou “Fulano de Tal”.
Era necessário que os judeus guardassem sua
genealogia. Sob a Nova Aliança, porém,
podemos escrever nossa genealogia com quatro
palavras: “vós sois de Deus” (1 João 4:4). Nós
nascemos de Deus!

Capítulo 2
Jesus Cristo, Nosso Advogado
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo
para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda
injustiça. Se dissermos que não temos cometido
pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não
está em nós... Filhinhos meus, estas coisas vos
escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém
pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o
Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e
não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos
do mundo inteiro. — 1 João 1:9-10; 2:1-2

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A palavra “advogado” significa defensor, ou
alguém que defende nossa causa ou nosso caso.
Quando o crente é tentado e Satanás adquire
domínio sobre ele, o crente pode reivindicar a
promessa de
1 João 1:9: “Se confessarmos os nossos pecados, ele
é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos
purificar de toda injustiça”.

O apóstolo João continuou dizendo: “Filhinhos


meus...” (1 João 2:1).
O homem colocou divisões artificiais entre esses
capítulos; porém João não escreveu em
capítulos e versículos assim. Portanto, lendo os
quatro versos do nosso texto em sequência,
podemos ver que João não estava escrevendo a
pecadores; ele estava escrevendo a cristãos. Em
geral, 1 João 1:9 é citado a pecadores, dizendo a
eles para confessarem seus pecados. Deus não
disse a eles para fazer isso.
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Seria impossível um pecador confessar todos os
erros que ele cometeu, porque toda a sua vida é
errada! Não, esse versículo foi escrito para os
cristãos. João escreve: “Filhinhos meus, [porque
eles foram salvos sob o seu ministério e eram
seus filhos espirituais], estas coisas vos escrevo
para que não pequeis.
Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado
junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”. Isso nos leva
a um assunto muito sensível no universo da
Igreja. Em vez de ficar com o que a Bíblia diz,
alguns grupos se dividem em círculos ou facções
teológicas que aceitam certos conceitos quer
eles sejam bíblicos ou não. Parece que o
universo da Igreja como um todo está dividido
em dois grupos: calvinistas e arminianos.

No século XVI, João Calvino e Jacobus Arminius


frequentaram a mesma instituição de ensino
onde aprenderam sobre as Escrituras, mas cada
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um saiu com uma ideia diferente. Um resultado
é o que chamamos de “velha escola calvinista”,
que abraçou a predestinação, ou “o que tiver de
ser será”.
Durante o tempo do famoso evangelista Charles
Finney, os pastores daquela época haviam
aprendido o calvinismo na Escola de Divindade
de Yale. Eles acreditavam que se você estivesse
predestinado a ser salvo, seria salvo. Se você não
estivesse predestinado a ser salvo, não havia
nada que pudesse fazer a respeito. Você podia
entrar para a igreja e aproveitar seus benefícios,
mas Deus só o salvaria se fosse da vontade dele.
Finney era advogado. Depois de concluir os
estudos, começou a praticar direito com um
antigo juiz.
Este sugeriu que Finney entrasse para uma igreja
porque isso o ajudaria com os negócios e com os
contatos sociais. Finney fez isso. Em um dos
cultos de jovens, Finney pediu que orassem por

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ele, porque entendeu que não era salvo e não
conhecia Deus.
O grupo ficou perplexo com o pedido dele,
dizendo que se ele estivesse predestinado a ser
salvo ele seria; do contrário, estaria perdido.
Finney começou a ler a Bíblia. Quanto mais ele
lia, mais se convencia de que podia ser salvo —
e que todos os demais também podiam, se
quisessem.
Sozinho, ele buscou Deus e nasceu de novo.
Logo ele se tornou um ministro e pregava que
quando Deus disse na Sua Palavra “Arrependei-
vos”, Ele quis dizer que você podia fazer isso.

(Os calvinistas pregavam que você não podia se


arrepender a não ser que Deus lhe desse um
coração arrependido; que você era totalmente
incapaz de fazer algo por si mesmo.) Finney
pregava que se Deus lhe pedisse para fazer
alguma coisa que você não pudesse fazer, Ele
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seria um Deus injusto — mas Deus não é injusto
—, e quando Ele disse “crede”, Ele quis dizer que
você pode crer. (Os calvinistas, porém, achavam
que você não podia crer a não ser que Deus lhe
desse um coração crédulo.) Hoje não existem
muitos calvinistas da velha escola — suas
doutrinas foram diluídas —, mas agora existem
calvinistas da “nova escola”. O calvinismo da nova
escola é basicamente a doutrina da segurança
eterna, ou “uma vez salvo, salvo para sempre”.
Creio na segurança eterna desde que
permaneçamos em Cristo. Ele é poderoso para
nos manter seguros. Mas só porque você é um
filho de Deus isso não significa que não é mais
livre para decidir sobre sua própria moral. Você
ainda tem vontade própria e pode escolher
permanecer em Cristo ou abandoná-lo
completamente. O lado arminiano também não
está correto. Eles pensam que quando você
comete o mínimo pecado você está
imediatamente perdido e precisa ser salvo
novamente. Os arminianos têm a ideia de que
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Deus é como um sujeito com um mata-moscas —
esperando que uma mosca pouse para abatê-la.
Eles pensam que Deus está esperando que Seus
filhos cometam apenas um erro, e quando eles
fizerem isso, Ele vai abatê-los! Um homem disse
que acreditava que se ele falasse asperamente
com sua esposa, ele estaria perdido e condenado
ao inferno. Ele acreditava que teria de ser salvo
novamente.
Se isso fosse verdade, algumas pessoas teriam
sido salvas duas mil ou três mil vezes por dia! E há
aqueles que acreditam que Deus espera que
vivamos acima do pecado. Eles acreditam em
seguir em frente rumo à perfeição. Eu também
acredito, mas ainda não cheguei lá. Se já fôssemos
perfeitos, não teríamos nada para onde
devêssemos avançar.
Paulo disse: “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-
lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das
coisas que para trás ficam e avançando para as que
diante de mim estão” (Filipenses 3:13).
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Quando ensinamos sobre esse tema, alguém
sempre acredita que estamos dando às pessoas
licença para pecar. Sempre digo, porém, que as
pessoas já pecam o suficiente sem ter licença!
Está bastante evidente na Bíblia que Deus não
quer que pequemos: “Filhinhos meus, estas coisas
vos escrevo para que não pequeis” (1 João 2:1, grifo
nosso).

Está bastante óbvio que se andássemos


completamente na Palavra e em amor, não
pecaríamos. Mas também é óbvio que nenhum de
nós ainda alcançou isso. Considerando o outro
lado da questão, existem aqueles de cuja
conversão cristã eu duvido; duvido que eles
algum dia tenham sido cristãos.
Por quê? Porque eles foram ensinados na escola
do calvinismo, e vivem da maneira que querem e
fazem tudo o que gostam — enganam, mentem e
roubam.
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Alguns me disseram: “Não faz qualquer diferença
o que eu fizer. Cristo é o meu Advogado”. Um
homem disse: “Não sei, mas eu poderia roubar
uma mula na semana que vem. Não estou
pretendendo fazer isso, mas se eu fizer, Jesus já
me perdoou por isso”.
Duvido muito que um sujeito como esse algum dia
foi salvo.

O versículo escrito por João nunca pretendeu


encorajar as pessoas a pecarem. João está
simplesmente nos falando sobre a provisão de
Deus para o pecado.
O Espírito de Deus nos ajudará a vencer o pecado;
e não nos encorajará a praticá-lo! Afinal, João
disse: “Estas coisas vos escrevo para que não
pequeis”. Em primeiro lugar, se um homem nasce
de novo — se ele conhece a Deus — ele não quer
errar.

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Mas muitas vezes o diabo o tenta através da sua
carne e o vence porque o homem não é forte
espiritualmente. Paulo disse: “Irmãos, se alguém for
surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais,
corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para
que não sejas também tentado” (Gálatas 6:1).

Se fosse apenas de uma falha que Paulo estivesse


falando, todos nós precisaríamos de correção, e
não restaria nenhuma pessoa espiritual para fazer
a correção. Todos nós temos falhas. O original
grego na verdade diz: “Se alguém entre vocês for
dominado por uma ofensa, ou um pecado, vocês
que são espirituais, restaurem essa pessoa com
espírito de mansidão”.
Deus quer que Seu povo seja restaurado à plena
comunhão com Ele. É uma questão diferente,
porém, quando as pessoas não querem ser
restauradas. Se elas quiserem ser restauradas, é
sua obrigação restaurá-las com espírito de
mansidão, e não de arrogância.

25
Por quê? “Guarda-te, para que não sejas também
tentado” (Gálatas 6:1), diz Paulo.
No que diz respeito à cura, Tiago 5:14-15 diz:
“Está alguém entre vós doentes? Chame os
presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre
ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E a
oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o
levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-
ão perdoados”.
Vemos aqui a possibilidade do pecado.
Se um homem falasse asperamente com sua
esposa, ele não estaria perdido por isso. No
entanto, ele está fora da comunhão com ela! Ele
precisa voltar à comunhão com ela se
desculpando e pedindo perdão. “Se, todavia,
alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai,
Jesus Cristo, o Justo” (1 João 2:1).
Se pecamos, perdemos o senso de justiça e não
podemos entrar na Presença de Deus. Justiça
significa posição reta diante de Deus. Justiça
26
significa capacidade de se colocar na Presença de
Deus sem qualquer complexo de inferioridade,
sem consciência de pecado. Se você pecou ou
falhou, não pode comparecer na Presença de
Deus sem consciência de pecado.
Mas há alguém que pode entrar em seu favor —
Jesus Cristo, o Justo. Ele é a propiciação — o
substituto — pelos nossos pecados; e não pelos
nossos pecados somente, mas pelos pecados de
todo o mundo. Como nosso Advogado, Jesus nos
devolve o senso de justiça perdido, pois Ele disse:
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e
justo para nos perdoar os pecados” (1 João 1:9).
Mas Ele faz mais do que apenas nos perdoar os
pecados; Ele nos purifica de toda injustiça. Ele nos
purifica daquela consciência de pecado ou
daquele complexo de inferioridade que nos
impediria de ir até Deus.
Há aqueles que vivem sob uma nuvem de medo.
Eles dizem coisas do tipo:
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“Tenho tanto medo de desagradar ao Senhor. Se
Jesus voltar, talvez eu não consiga ir com Ele. Não
sei se estou pronto”. E eles têm medo que Deus
esteja irado e não queira nada com eles.
Não temos de viver debaixo de tamanha nuvem
de medo e depressão. Podemos saber que se
falharmos — sendo cristãos — nosso coração se
entristecerá com isso. Se você acha que pode
continuar pecando e falhando, porém, e não se
entristece com isso, é melhor verificar sua
experiência cristã.
Se você nasceu de novo e têm dentro de si a vida
e a natureza de Deus, você não quer errar. Muitas
vezes os novos cristãos não reconhecem a
vontade de Deus e pecam de muitas maneiras
sem sequer se dar conta disso, mas eles estão
andando na luz que possuem: “Se, porém,
andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos
comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus,
seu Filho, nos purifica de todo pecado”

28
(1 João 1:7).
Olhando para trás agora, depois de mais de
sessenta anos sendo cristão, posso ver que deixei
a vontade de Deus de lado muitas vezes quando
eu nem sequer sabia disso.
Na época, eu andava na luz que possuía, e o
sangue de Jesus Cristo me purificava de coisas das
quais eu nada sabia. Lembro-me da primeira vez
que tive consciência do fato de que eu havia
errado depois que me tornei cristão. Isso quase
partiu meu coração.
Se um crente é tentado e Satanás adquire
domínio sobre ele em alguma área, quando o
crente clama por misericórdia pode ouvir Cristo
sussurrar:
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e
justo para nos perdoar os pecados e nos purificar
de toda injustiça” (1 João 1:9).

29
E então também podemos ouvi-lo dizer nesta
maravilhosa passagem de Hebreus 4:16:
“Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto
ao trono da graça”. Por quê? “A fim de
recebermos misericórdia”. É de misericórdia que
precisamos quando pecamos.
Enquanto estamos agindo corretamente,
podemos ser cobertos com a justiça.
Em Hebreus 4:14, lemos: “Tendo, pois, a Jesus, o
Filho de Deus, como grande sumo sacerdote...”.
Temos um Sumo Sacerdote que também ocupa o
ofício de Advogado para que possamos nos
achegar “confiadamente, junto ao trono da graça,
a fim de recebermos misericórdia e acharmos
graça para socorro em ocasião oportuna”
(Hebreus 4:16).
Graça é favor imerecido. Quando você falha é
então que você precisa da graça; é então que você
precisa de misericórdia. Certa vez, enquanto

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passava de carro por uma pequena cidade, um
pastor amigo meu avançou o sinal vermelho.
Antes que ele se desse conta, havia uma luz
vermelha piscando atrás dele e o som de uma
sirene estridente. Um policial o fez estacionar e
lhe entregou uma multa por avançar o sinal
vermelho e por estar a 45 km/h em uma área
onde a velocidade devia ser de 30 km/h.
Quando o pastor teve de se apresentar no
tribunal, seu caso foi citado e o juiz perguntou-lhe
se ele tinha alguma coisa a dizer. Ele respondeu:
— Sim, tenho. Ele explicou que estava indo
pregar; que ministrava em igrejas pequenas no
interior. Em seguida, ele disse: — Senhor juiz, não
tenho um centavo.
Irei para a prisão ou terei de trabalhar em uma
fazenda para resolver a questão. Eu estaria com
problemas se lhe pedisse justiça, porque sou
culpado. Então, em vez disso peço-lhe
misericórdia. Ele continuou: — Sou como a
31
mulher da Bíblia que foi surpreendida no ato do
adultério. Seus acusadores a levaram até Jesus, e
Ele disse:
“Aquele que dentre vós estiver sem pecado, seja o
primeiro que lhe atire pedra” (João 8:7).
Jesus se inclinou para escrever alguma coisa na
areia, e quando olhou para cima, todos haviam
ido embora.
“Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais
além da mulher, perguntou-lhe: ‘Mulher, onde
estão aqueles teus acusadores? Ninguém te
condenou?’. Respondeu ela: ‘Ninguém, Senhor!’.
Então, lhe disse Jesus: ‘Nem eu tampouco te
condeno; vai e não peques mais” (João 8:10-11).

O pregador acrescentou: — Estou lhe pedindo


misericórdia, e ir-me-ei e não pecarei mais. O juiz
perguntou: — Esta história está na Bíblia? — Sim

32
— respondeu o pregador. O juiz disse: — Eu
gostaria que o senhor a mostrasse a mim.
O pregador estava com o Novo Testamento, de
modo que ele abriu nessa passagem e mostrou-a
ao juiz. O juiz disse: — Dou aulas em uma turma
de Escola Dominical na igreja metodista, mas eu
não sabia que essa história estava aí. Vou ensinar
sobre isso. Caso encerrado!
O juiz demonstrou misericórdia. Se o pregador
não estivesse acima da velocidade e não tivesse
avançado aquele sinal, ele teria se beneficiado
com a justiça; ele não teria necessidade de
misericórdia. Mas ele transgrediu a lei, portanto,
precisava de misericórdia. A misericórdia e a
graça estão sempre disponíveis a nós quando
transgredimos a lei de Deus.
Tudo que precisamos é clamar a Cristo, nosso
Advogado.

Capítulo 3

33
Jesus Cristo, Nosso Intercessor
Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande
sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos
firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo
sacerdote que não possa compadecer-se das nossas
fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à
nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos,
portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a
fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para
socorro em ocasião oportuna. — Hebreus 4:14-16

Esse trecho da Palavra de Deus nos leva um passo


além no nosso estudo do ministério de Cristo
como Sumo Sacerdote. Jesus é o Sumo Sacerdote
da Nova Aliança. O sumo sacerdote da Velha
Aliança tinha certos deveres a realizar.
Discutimos no capítulo 1 como Ele entrava no
Santo dos Santos uma vez por ano com o sangue
de animais para receber expiação pelos pecados
do povo. Assim como o sumo sacerdote na Velha
Aliança tinha mais deveres a realizar do que essa
função anual, o mesmo acontece com Jesus.
34
Embora Ele tenha entrado no Santo dos Santos
celestial uma vez por todas com Seu sangue para
obter a redenção para nós, Ele ainda ocupa hoje o
ofício de Sumo Sacerdote. Outro ofício que Jesus
ocupa hoje é o de Mediador.
]Ele é o Sumo Sacerdote mediador entre Deus e o
homem. Ninguém pode chegar ao Pai senão
através de Cristo. Jesus disse: “Eu sou o caminho,
a verdade, e a vida” (João 14:6).
Uma tradução diz: “Eu sou o caminho, a realidade
e a vida”. Cristo é o único caminho para Deus.
Pedro disse em
Atos 4:12: “E não há salvação em nenhum outro;
porque abaixo do céu não existe nenhum outro
nome, dado entre os homens, pelo qual importa
que sejamos salvos”.
Outra tradução diz: “E em nenhum outro há
salvação, pois também não existe nenhum outro
nome sob o céu que seja dado entre os homens,
pelo qual devamos ser salvos”.
35
Somente através de Jesus podemos entrar na
Presença do Pai sem condenação. A Igreja
Primitiva muitas vezes era chamada “o Caminho”.
Vejamos alguns versículos encontrados em Atos
dos Apóstolos (grifos nossos):
ATOS 9:2 E lhe pediu cartas para as sinagogas de
Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que
eram do caminho, assim homens como mulheres,
os levasse presos para Jerusalém.
Esse versículo se refere a Saulo de Tarso, que
tinha em sua posse cartas das autoridades,
dando-lhe o poder para prender qualquer pessoa
que encontrasse que fosse membro do
“Caminho”.
ATOS 19:9 Visto que alguns deles se mostravam
empedernidos e descrentes, falando mal do
Caminho diante da multidão, Paulo, apartando-se
deles, separou os discípulos, passando a discorrer
diariamente na escola de Tirano.

36
Outra tradução diz: “Quando alguns foram
endurecidos e desobedientes, falando mal do
caminho”.
ATOS 19:23 Por esse tempo, houve grande
alvoroço acerca do Caminho.
ATOS 24:14, Porém confesso-te que, segundo o
Caminho, a que chamam seita, assim eu sirvo ao
Deus de nossos pais, acreditando em todas as
coisas que estejam de acordo com a lei e nos
escritos dos profetas.
ATOS 24:22 Então, Félix, conhecendo mais
acuradamente as coisas com respeito ao
Caminho, adiou a causa, dizendo: “Quando descer
o comandante Lísias, tomarei inteiro
conhecimento do vosso caso”.
ATOS 16:17 Seguindo a Paulo e a nós, [uma moça
possuída por um espírito de adivinhação]
clamava, dizendo: “Estes homens são servos do
Deus Altíssimo e vos anunciam o caminho da

37
salvação”. Até o diabo o chamava de “o
Caminho”, não é mesmo?
Este último versículo foi extraído de uma
passagem que conta a história de uma jovem
mulher possuída por um espírito de adivinhação,
ou de quiromancia, que seguia Paulo e Silas pelas
ruas de Filipos, dizendo: “Estes homens são servos
do Deus Altíssimo e vos anunciam o caminho da
salvação”.
De modo que Cristo não é apenas o Senhor e
Sumo Sacerdote; Ele é também o Mediador — o
único caminho pelo qual o pecador pode chegar a
Deus. No instante em que uma pessoa o aceita,
Jesus se torna seu Intercessor e Sumo Sacerdote!
A Bíblia nos diz que Ele vive para sempre para
interceder pelos crentes:
HEBREUS 7:25 (grifo nosso) Por isso, também
pode salvar totalmente os que por ele se chegam
a Deus, vivendo para sempre para interceder por
eles.
38
ISAÍAS 53:12 ... derramou a sua alma na morte; foi
contado com os transgressores;
contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos
transgressores intercedeu.
ROMANOS 8:34 (grifo nosso) Quem os
condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes,
quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e
também intercede por nós.
Jesus nunca tira férias; Ele nunca abdica dos Seus
deveres. E ninguém, a não ser Jesus, pode atuar
como nosso Sumo Sacerdote e Mediador ou
Intercessor junto ao Pai. No grego original, a
palavra traduzida como “intercessão” é um termo
técnico para aproximar-se de um rei.
Assim, esse versículo quer dizer que Cristo está
buscando a presença e ouvindo de Deus em favor
de outros. Ele está ali onde vive para sempre para
interceder por nós, buscando ouvir de Deus em
nosso favor. Quando vamos a Deus através de
Cristo, temos a garantia de ter a atenção do Pai.
39
Não podemos nos aproximar dele de nenhuma
outra maneira a não ser através do Seu Filho.
Mas muitas pessoas tentam fazer Deus ouvir e
responder às suas orações com base em alguma
outra coisa. Isso não quer dizer que eu não
acredito em boas obras — eu acredito. Creio em
uma vida reta. Mas Deus não vai ouvir e
responder às nossas orações com base em boas
obras, embora Ele nos recompense por elas.
É desconcertante para muitos ver obreiros fiéis
na igreja deixarem de receber a cura enquanto
outros, que são menos comprometidos com
Cristo, são curados instantaneamente. Um pastor
me contou certa vez sobre um homem por quem
ele havia orado. Quando o pastor chegou à casa
do homem, ele o encontrou parcialmente
paralisado.
O médico dissera que o homem não trabalharia
mais nem um dia em sua vida. O braço e a perna
esquerda estavam paralisados, e ele tinha uma
40
dificuldade extrema para falar. O pastor pensou:
Bem, vou apenas ungir esse sujeito com óleo e
orar por ele.
Sem dúvida ele está altamente sedado agora,
então voltarei dentro de alguns dias para ver se
ele foi salvo. Talvez eu possa fazer com que ele
seja curado. Então o pastor o ungiu com óleo e
saiu. Quando voltou alguns dias depois, a esposa
do homem estava no quintal, varrendo folhas com
um ancinho.
O pastor perguntou: — Como está passando seu
marido? — Oh, ele está muito bem — ela
respondeu. — Ele foi trabalhar. O Senhor o curou.
Incrédulo, o pastor foi até onde o homem estava
trabalhando. E sem restar dúvida alguma da cura,
ele o encontro no alto de uma casa, colocando um
telhado.
O pastor ficou sentado dentro do carro
observando aquele homem de sessenta anos, o
qual recebeu um diagnóstico em que jamais
41
trabalharia um único dia mais na vida, subindo e
descendo a escada carregando telhas para o
telhado!
O pastor simplesmente não conseguia entender
como aquele homem de cuja salvação ele não
tinha certeza, poderia receber uma cura tão
maravilhosa de Deus, enquanto alguns membros
dedicados da sua igreja que receberam oração
feita por ele e por cada evangelista visitante,
ainda não haviam sido curados. O pastor me
perguntou: “Por que Deus não cura aqueles que
têm sido tão bons obreiros cristãos por tantos
anos, mas Ele curou aquele sujeito que nunca
esteve na minha igreja?”.
Muitas pessoas pensam que Deus deveria curá-las
com base nas suas boas obras; que Ele tem a
obrigação de fazer alguma coisa por elas.
Entretanto, se pudéssemos ir a Deus através das
nossas boas obras, não havia necessidade de
Jesus atuar no Seu ministério de intercessor. Jesus
vive para sempre para interceder por nós,
42
buscando a Deus em nosso favor, e devemos ir a
Deus através dele. A palavra grega para
“interceder” significa pleitear.
Ele vive para sempre para pleitear por nós.
Quando aquele homem se aproximou de Deus
para ser curado, não foi nos seus próprios méritos
que ele o fez, mas através do Nome de Cristo
Jesus — o homem simplesmente se lançou sobre
a misericórdia de Deus.
“Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto
ao trono da graça, a fim de recebermos
misericórdia e acharmos graça para socorro em
ocasião oportuna” (Hebreus 4:16).
Outros, porém, se achegam pleiteando a própria
justiça. Às vezes, quando realizo um culto de cura,
gosto que a congregação cante: “Just As I Am,
Without One Plea” (Tal qual Estou, Sem Qualquer
Justificação), embora eu esteja orando por
cristãos.

43
Uma mulher certa vez me perguntou: — Irmão o
senhor sabe que não existe uma cristã melhor
nesta igreja que minha mãe. Concordei com ela.
Ela continuou: — O restante da família é todo de
cristãos fiéis também.
Mas não conheço ninguém na minha família que
já tenha sido curado. Sempre acabamos indo ao
hospital e sendo operados, ou simplesmente
morrendo. Na família de meu marido a história é
diferente.
Eles frequentam a igreja, mas parecem servir a
Deus de forma indiferente. Mas se algum deles
deixou de ser curado, eu não estou sabendo. Até
o mais infiel já foi curado. O senhor pode me dizer
como isso pode acontecer? —
Não conheço a família de seu marido, mas de
acordo com o que a Palavra de Deus ensina, não
seria porque eles são rápidos para se arrepender,
para perdoar e para crer em Deus? — Eu disse. Ela

44
exclamou: — Sim! O senhor está certo quanto a
isso.
Não creio que algum dia eu tenha visto pessoas
que se arrependem tão rapidamente quanto eles.
Eles nunca guardam mágoa contra ninguém.

Minha família é sempre ao contrário: lenta em se


arrepender, lenta em perdoar; e eles levam uma
eternidade para crer em alguma coisa! Ela havia
chegado diretamente ao cerne do problema e
havia diagnosticado o próprio caso. Quando a
família dela via que estava errada, era lenta em
admitir isso. Durante a Corrida do Ouro1, as
pessoas mineravam um pouco de pó de ouro nos
rios, e alguns encontravam algumas pepitas na
terra, mas para chegar ao verdadeiro veio de
ouro, elas tinham de cavar em busca dele.
A mesma coisa acontece com a Palavra de Deus.
Você passa a ler a Bíblia superficialmente, e pode

45
recolher um pouco, mas se você parar e cavar
mais fundo, é impressionante o que encontrará.
HEBREUS 7:25 Por isso, também pode salvar
totalmente os que por ele se chegam a Deus,
vivendo sempre para interceder por eles.
Procurei a palavra “salvar” em grego. É sozo, uma
palavra também traduzida como “curar” e
“pleno” no Novo Testamento.
Jesus usou essa palavra quando disse à mulher
com o fluxo de sangue: “filha, a sua fé a curou”
(Mateus 9:22, NVI). “Curou” é a mesma palavra
traduzida como “salvar” em
Hebreus 7:25. Poderíamos ler Hebreus 7:25
como: “Por isso, também pode curar totalmente”,
ou “salvar totalmente os que por ele se chegam a
Deus”.
Isso explica como aquele homem pôde ser
curado embora pudesse não estar em uma íntima
comunhão com o Senhor. Naturalmente, Deus
46
não cura os cristãos porque eles são fiéis na
frequência à igreja. Ele os cura porque eles se
aproximam do Pai da maneira correta. Deus
sempre teve a qualidade da misericórdia.
A misericórdia muitas vezes é algo que falta à
humanidade. Quando meu irmão se acidentou
certa vez e não estava em comunhão com Deus,
pensei: Bem, ele simplesmente vai ter de pagar
pelos seus erros. Mas o Senhor o curou!
Muitas vezes ouvi crentes dizendo, referindo-se a
irmãos cristãos, “Bem feito para eles; eles
mereceram!”. Entretanto, embora o homem nem
sempre demonstre misericórdia, Deus o faz. Ele
conhece toda a situação, e Ele é fiel e
misericordioso.
Lemos em Tiago 5:14-15: “Está alguém entre vós
doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes
façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em
nome do Senhor. E a oração da fé salvará o
enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver
47
cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (grifo
nosso).
É fácil dizer: “Ora, eu nunca faria isso. Se eu
estivesse no lugar dele, eu jamais seria culpado
por isso”. Mas se você estivesse na situação dessa
pessoa, talvez você não fizesse isso tão bem
quanto ela. Então, em vez de criticar as pessoas,
vamos orar por elas. Jesus está orando por elas.
Ele vive para sempre para interceder, e Ele é
poderoso para curar totalmente aqueles que se
achegam a Deus através dele.
Você não pode chegar ao Pai por nenhum outro
caminho. Jesus é o Caminho: para ser salvo, para
ser curado, para se tornar pleno, para receber o
batismo no Espírito Santo, para ter suas
necessidades materiais supridas e para receber
respostas às suas orações. Podemos ir ao Pai em
Nome de Jesus.

48
Capítulo 4
Jesus Cristo, Nosso Pastor
O Senhor é o meu pastor; nada me faltará. —
Salmos 23:1
Eu sou o bom pastor, conheço as minhas ovelhas...
— João 10:14

49
Nos capítulos anteriores, vimos Jesus como nosso
Sumo Sacerdote, nosso Advogado, nosso
Mediador e nosso Intercessor. Ele também tem
outro ministério: Ele é o Senhor e o Cabeça da
Igreja. Davi profetizou sobre Ele no Salmo 23:
“O Senhor é o meu pastor; nada me faltará” (v. 1).
E Jesus disse: “Eu sou o bom pastor” (João 10:14).
O Salmo 22 contém uma profecia sobre a morte
de Jesus; o Salmo 23 é uma profecia sobre Ele
como o Bom Pastor. No Salmo 24, temos uma
profecia com relação ao fato de que Jesus é o Rei
dos reis e o Senhor dos senhores que virá.
Estamos vivendo neste instante no Salmo 23.
Ele nos pertence. Essa é mais do que apenas uma
bela passagem da Bíblia. Davi está profetizando
quando diz: “O Senhor é o meu pastor; nada me
faltará”. Gosto de dizer isso assim: “O Senhor é o
meu pastor; nada me falta”.

50
Cristo é Aquele que cuida, o Amado, o Noivo do
Corpo. Ele é o Senhor e o Cabeça da Igreja. Ele é o
Primogênito dentre os mortos.
COLOSSENSES 1:18 Ele é a cabeça do corpo, da
igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os
mortos, para em todas as coisas ter a primazia. Ele
é a Cabeça de todo principado e potestade. Ele é
o meu Senhor ressurreto, assentado à destra da
Majestade nas Alturas.
Isso significa que você, como cristão, é um
vencedor absoluto. Significa que a pobreza, a falta
e a necessidade são coisas do passado.
Filipenses 4:19 diz: “E o meu Deus, segundo a sua
riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus,
cada uma de vossas necessidades”.
Seu Pai celestial conhece suas necessidades. Jesus
demonstrou isso quando estava na terra. Ele
alimentou as multidões, deu aos discípulos uma
grande pesca, transformou água em vinho, curou
os enfermos e supriu todas as necessidades do
51
homem. Este é o meu Senhor, o meu Senhor
Pastor. Posso dizer: “O Senhor é o meu Pastor,
nada me falta.
Não me falta cura. Não me falta saúde. Não me
falta força. Não me falta poder. Não me falta
capacidade. Não me falta dinheiro. Não me falta
nada!”. Posso dizer isso diante da aparente falta.
Posso dizer isso diante da aparente derrota,
porque estou andando pela fé e não por vista.
A Bíblia disse que andamos por fé e não pelo que
vemos (2 Coríntios 5:7). Minha visão pode estar
me dizendo que as coisas não são assim, mas se
quiser agradar a Deus terei de aprender a andar
pela fé e a ter os pensamentos de Deus como Ele.
Isaías 55:9 diz: “porque, assim como os céus são
mais altos do que a terra, assim são os meus
caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e
os meus pensamentos, mais altos do que os
vossos pensamentos”.

52
Você não pode pensar na dimensão natural e ter
os pensamentos de Deus. Quando você pensa
naturalmente, você está pensando na esfera
humana. Ouse pensar os pensamentos de Deus!
Os pensamentos dele são muito mais altos que os
pensamentos dos homens, assim como os céus
estão acima da terra.
Romanos 4:17 nos mostra o modo de pensar de
Deus com relação a Abraão: “... perante aquele no
qual creu, o Deus que vivifica os mortos e chama
à existência as coisas que não existem”.
Em outras palavras, Deus vê as coisas como elas
são, e não como parecem. Se quer ter os
pensamentos de Deus, você verá as coisas como
Deus as vê, e não como elas parecem do ponto de
vista natural. Deus disse a Abraão: “Abrão já não
será o teu nome, e sim Abraão; porque por pai de
numerosas nações te constituí” (Gênesis 17:5).
Observe que Deus não disse: “vou fazer de você
pai de muitas nações”. Ele disse “Por pai de
muitas nações te constituí”. Ele chamou as coisas
53
que não eram como se fossem e Abraão creu em
Deus. Você não apenas deve pensar como Deus;
você também deve agir como Deus. Você é filho
dele, e deve participar da natureza do Pai.
Mas enquanto estiver pensando no modo
natural, seus atos serão no modo natural. Quando
Deus disse a Abraão que ele seria pai de muitas
nações, Abraão tinha cerca de noventa e nove
anos, e sua esposa Sara era estéril! Mas Abraão
creu em Deus.
No âmbito natural, Abraão não poderia ter tido
sequer um filho, e muito menos ser o pai de
muitas nações. Ainda assim, ele creu em Deus. E
Deus fez com que a semente de Abraão fosse tão
numerosa quanto a areia do mar e as estrelas do
céu. Crer faz as coisas acontecerem na esfera
natural. Essa verdade é tão simples que
tropeçamos na simplicidade dela.
Queremos complicá-la. E nós realmente a
complicamos com nosso raciocínio humano
54
natural. Assim como confiamos em Cristo para ser
nosso Mediador, nosso Intercessor, nosso
Advogado perante o Pai Celestial, também
deveríamos confiar nele como nosso Pastor,
nosso Mantenedor, Supridor das nossas
necessidades e Doador de vida abundante. O
ministério de Jesus como Sumo Sacerdote supre
cada necessidade do cristão desde o momento
em que ele nasce de novo até ser introduzido na
Presença de Deus no final da vida.
Cristo nos comissionou para irmos e falarmos a
outros sobre tudo o que Ele providenciou para
que eles entrem nessa vida abundante: conhecer
a Cristo como Salvador, Mediador, Intercessor,
Advogado e Pastor. O mundo não poderá
conhecê-lo se continuarmos calados. Cristo quer
que digamos ao pecador que ele foi liberto; que
Jesus tomou sobre si a natureza pecaminosa do
homem.
Cristo quer que digamos ao pecador que Ele não
está mais lhes imputando os seus pecados. 2
55
Coríntios 5:17-18 diz: “E, assim, se alguém está em
Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já
passaram; eis que se fizeram novas.
“Ora, tudo provém de Deus, que... nos deu o
ministério da reconciliação”.
Esse, portanto, é o ministério que Cristo nos deu:
o ministério da reconciliação. O versículo 19
continua: “A saber, que Deus estava em Cristo
reconciliando consigo o mundo, não imputando
aos homens as suas transgressões, e nos confiou
a palavra da reconciliação”.
A palavra “imputar” é um termo contábil. Outra
tradução do versículo anterior diz: “Ele não está
contando ou considerando contra os homens as
suas transgressões”. Alguns podem argumentar:
“Bem, se Cristo não está imputando aos homens
os seus pecados, eles serão salvos
automaticamente”.
Não, a razão pela qual os homens precisam ser
salvos é porque todos nós nascemos no pecado e
56
precisamos nascer de novo em Cristo. Jesus Cristo
não está interessado em imputar aos homens os
seus pecados contra Ele.
Cristo está interessado em atrair o homem para
Si. Quando D. L Moody começou a pregar, todas
as suas mensagens eram sobre o juízo de Deus.
Ele diz: “Eu pregava todos os dias sobre o mesmo
texto, que diz que Deus está irado com o pecador.
Esse tipo de pregação salvou algumas pessoas”.
Quando Moody estava visitando a Inglaterra, ele
casualmente disse a um garoto de dezenove anos:
“Se algum dia você for aos Estados Unidos, venha
pregar para mim”. Mais tarde Moody admitiu que
havia feito o convite mais por cortesia do que por
sinceridade. Dois anos depois, Moody atendeu à
porta da frente e descobriu que aquele jovem
pregador estava pronto para aceitar seu convite.
É claro que não havia nada a fazer a não ser
oferecer seu púlpito ao jovem para uma semana
de cultos.
57
No domingo à noite, na abertura da semana de
avivamento, o garoto pregou com base em João
3:16. Na segunda-feira, Moody teve de sair da
cidade para atender a compromissos de pregação
agendados anteriormente, de modo que ele disse
à esposa e aos líderes da igreja que os cultos de
avivamento daquele jovem poderiam ser
realizados no porão da igreja durante sua
ausência.
Moody estava certo de que não haveria muitas
pessoas dispostas a ouvir um novato. Ele voltou
para casa de sua viagem de pregações após o
culto de quinta-feira à noite. Temendo o pior,
perguntou à esposa como estavam indo os cultos.
Para sua surpresa, ela respondeu: — Oh, na noite
passada tivemos de nos mudar para o auditório
principal, e esta noite estava lotado e
transbordando de pessoas.
Chocado com o fato de que o jovem pregador
estava atraindo multidões maiores que ele,
Moody perguntou: —
58
Bem, sobre o que afinal ele está pregando? A
esposa respondeu: — Ele tem pregado sobre a
mesma coisa todas as noites: João 3:16. Moody
continuou dizendo que essa experiência
transformou seu ministério. Ele nunca mais
pregou sobre o juízo de Deus; ele pregava sobre
o amor de Deus.
Ele disse: “E onde antes eu conseguia uma pessoa
salva, agora tenho cem pessoas salvas”. Cristo
“nos confiou a palavra da reconciliação”. O
Senhor quer que digamos aos perdidos que Ele
não está “imputando aos homens as suas
transgressões”. A tradução da Bíblia Amplificada
de 2 Coríntios 5:19 diz: “Foi Deus [pessoalmente
presente] em Cristo, reconciliando e restaurando
ao mundo o Seu favor, não contando nem
imputando [aos homens] as suas transgressões
[mas cancelando-as], e nos confiando a
mensagem da reconciliação
(do retorno ao favor)”. O pecador não precisa
pensar que Deus está irado com ele ou que Deus
59
está contra ele. O pecado que envia o homem ao
inferno não é um ato ou feito, como mentir,
roubar ou enganar; é rejeitar o Senhor Jesus
Cristo! João 16:7-9 diz: “Mas eu vos digo a
verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não
for, o Consolador não virá para vós outros; se,
porém, eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier,
convencerá o mundo do pecado, da justiça e do
juízo: do pecado, porque não creem em mim”.
Todo homem tem o direito de saber sobre a graça
salvadora de Cristo. Todo homem tem o direito de
saber que Cristo suprirá todas as suas
necessidades — que Cristo será seu Sumo
Sacerdote, seu Advogado, seu Mediador, seu
Intercessor e seu Pastor. A Oração do Pecador
Para Receber Jesus como Salvador Querido Pai
Celestial, Venho a Ti em nome de Jesus.

Tua Palavra diz: “O que vem a mim, de modo


nenhum o lançarei fora” (João 6:37), de modo que
60
sei que Tu não me lançarás fora, mas que me
recebes e eu Te agradeço por isso.
Tu disseste na Tua Palavra: “Todo aquele que
invocar o nome do Senhor será salvo” (Romanos
10:13).
Estou invocando Teu nome, de modo que sei que
Tu me salvaste agora. Tu também disseste:
“Se, com a tua boca, confessares Jesus como
Senhor e, em teu coração, creres que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque
com o coração se crê para justiça e com a boca se
confessa a respeito da salvação” (Romanos 10:9-
10).
Creio em meu coração que Jesus Cristo é o Filho
de Deus. Creio que Ele foi ressuscitado dentre os
mortos pela minha justificação, e eu o confesso
agora como meu Senhor.

61
Porque a Tua Palavra diz: “Com o coração se crê
para justiça”, e eu creio com o meu coração,
agora me tornei a justiça de Deus em Cristo
(2 Coríntios 5:21). E estou salvo! Obrigado,
Senhor! Assinado
________________________________________
_________ Data
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_____________
1 A Corrida do ouro nos Estados Unidos (1848–
1855) começou na Califórnia em 24 de janeiro de
1848, quando foi encontrado ouro em Sutter's
Mill. Quando as notícias da descoberta se
espalharam, cerca de trezentas mil pessoas,
oriundas do restante do país e do exterior,
acorreram à Califórnia. Fonte: Wikipédia.
(N. do T.)

62

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