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25/10/2019 Informativo 783 do STF: A (im)possibilidade do exercício do Judicial Review nos atos “interna corporis” » Blog EBEJI -

Informativo 783 do STF: A (im)possibilidade


do exercício do Judicial Review nos atos
“interna corporis”
Tema importante para os estudos e abordado no recente informativo 783 do
STF.

Olá a todos os(as) leitores(as) do blog!

Inicio minha participação com um tema de Direito Administrativo, mais especificamente de Controle da
Administração Pública, cuja tônica foi recentemente abordada no informativo 783 do STF.

Como é cediço, a nossa ordem jurídica permite o controle de legalidade e legitimidade (também
chamado de controle de juridicidade) das atividades e atos administrativos do Poder Executivo e do
Poder Legislativo pelo Poder Judiciário. O objetivo desse tipo de controle é o exame da legalidade e
legitimidade do ato ou atividade administrativa.

A doutrina aponta que, como regra, não se admite a “invasão” do mérito de um ato administrativo praticado
por um Poder. Sendo assim, o mérito do ato administrativo praticado pelo Poder Legislativo, por
exemplo, em regra, não está sujeito ao controle do Poder Judiciário.

Nessa linha de raciocínio, não se deve confundir a vedação a que o Judiciário aprecie o mérito administrativo
com a possibilidade de aferição judicial da legalidade ou legitimidade dos atos discricionários. Controle de
mérito é sempre de controle de conveniência e oportunidade, resultando em revogação ou não do ato,
nunca em sua anulação. O Poder Judiciário, no exercício da função jurisdicional, não revoga os atos
administrativos praticados por outro Poder, somente os anula, se houver ilegalidade ou ilegitimidade.

Portanto, o Poder Judiciário, se provocado for, pode controlar a legalidade ou legitimidade de um ato
discricionário, quanto a qualquer elemento desse ato, inclusive quanto ao elemento motivo e objeto.Em
um ato discricionário o Poder Judiciário pode apreciar quanto à legalidade e à legitimidade, a sua
competência, finalidade, forma, motivo e objeto, ressalvada a existência, nesses elementos motivo e objeto,
de uma esfera privativa de apreciação pela Administração Pública (mérito administrativo), estabelecida pela
lei. Em suma, o Poder Judiciário controla a legalidade e legitimidade do exercício da discricionariedade.

Segundo a doutrina, os únicos limites importantes ao controle judicial das atividades administrativas
são os atos interna corporis e o ato político. Falaremos neste post somente sobre os atos interna corporis.

Os atos interna corporis são aqueles que envolvem questões ou assuntos que entendem direta e
imediatamente com a economia interna da corporação legislativa, com seus privilégios e com a formação
ideológica da lei, que, por sua própria natureza, são reservados à exclusiva apreciação e deliberação do
Plenário da Câmara. Tais atos são os de escolha da Mesa (eleições internas), os de verificação de poderes e
incompatibilidade de seus membros (cassação de mandatos, concessão de licenças etc.) e os de utilização de
suas prerrogativas institucionais (modo de funcionamento da Câmara, elaboração de regimento, constituição
de comissões, organização de serviços auxiliares etc.) e a valoração das votações.

Veja o que entende o Supremo Tribunal Federal – STF sobre a (im)possibilidade do exercício do Judicial
Review nos atos interna corporis:

“MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO LEGISLATIVO NO CONGRESSO


NACIONAL.‘INTERNA CORPORIS’. Matéria relativa a interpretação, pelo presidente do
congresso nacional, de normas de regimento legislativo é imune a critica judiciária,

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circunscrevendo-se no domínio ‘interna corporis’. Pedido de segurança não conhecido.” (MS


20.471/DF , Rel. Min. FRANCISCO REZEK )

“Mandado de segurança que visa a compelir a Presidência da Câmara dos Deputados a


acolher requerimento de urgência – urgentíssima para discussão e votação imediata de projeto
de resolução de autoria do impetrante. – Em questões análogas à presente, esta Corte (assim
nos MS20.247 e20.471) não tem admitido mandado de segurança contra atos do Presidente
das Casas Legislativas, com base em regimento interno delas, na condução do processo de
feitura de leis. Mandado de segurança indeferido.” (MS 21.374/DF , Rel. Min. MOREIRA
ALVES )

Cabe salientar que, apesar do que fora dito, o STF considera lícito o controle judicial apenas quando há
referência à Constituição Federal. Assim, considerou imune ao controle judicial a interpretação de normas
regimentais (MS 24356/DF, julgado em 13/02/2003) e considerou pertinente esse controle no tocante ao
processo legislativo previsto na Constituição Federal (MS-MC 25579/DF, julgado em 19/10/2005).

E trazendo tal assunto para o âmbito concurseiro, como pode cair na prova? Elaborei algumas
possíveis questões:

Se a controvérsia é puramente regimental, resultante de interpretação de normas regimentais, trata-se de


ato ‘interna corporis’, imune ao controle judicial. RESPOSTA: CERTA.

Em se tratando de questão “interna corporis”, deve ser resolvida, com exclusividade, no âmbito do Poder
Legislativo, sendo vedada, em regra, sua apreciação pelo Judiciário. RESPOSTA: CERTA.

Questões atinentes exclusivamente à interpretação e à aplicação dos regimentos das casas legislativas
constituem matéria ‘interna corporis’, da alçada exclusiva da respectiva Casa. RESPOSTA: CERTA.

A correção de desvios exclusivamente regimentais, por refletir tema subsumível à noção de atos
“interna corporis”, refoge ao âmbito do controle jurisdicional. RESPOSTA: CERTA.

Atos emanados dos órgãos de direção das Casas do Congresso Nacional – o Presidente da Câmara dos
Deputados, p. ex. –, quando praticados, por eles, nos estritos limites de sua competência e desde que
apoiados em fundamentos exclusivamente regimentais, sem qualquer conotação de índole jurídico-
constitucional, revelam-se imunes ao “judicial review”, pois a interpretação de normas de índole
meramente regimental, por qualificar-se como típica matéria “interna corporis”, suscita questão que se
deve resolver, “exclusivamente, no âmbito do Poder Legislativo, sendo vedada sua apreciação pelo
Judiciário. Resposta: CERTA.

Tratando-se, em consequência, de matéria sujeita à exclusiva esfera da interpretação regimental, não


haverá como incidir a “judicial review”, eis que – tal como proclamado pelo Supremo Tribunal
Federal – a exegese “de normas de regimento legislativo é imune à crítica judiciária, circunscrevendo-se
no domínio ‘interna corporis’”. As questões “interna corporis” excluem-se, por isso mesmo, em atenção
ao princípio da divisão funcional do poder – que constitui expressão de uma das decisões políticas
fundamentais consagradas pela Carta da República –, da possibilidade de controle jurisdicional, devendo
resolver-se, exclusivamente, na esfera de atuação da própria instituição legislativa. Resposta: CERTA.

Diante de tudo o que foi dito, concluo este post asseverando que:

a-) como regra, deve haver o controle de legalidade e legitimidade (também chamado de controle de
juridicidade) das atividades e atos administrativos pelo Poder Judiciário. Sendo assim, o exercício
do Judicial Review é a regra em nossa ordem jurídica;
b-) tal controle de legalidade e legitimidade não abrange o mérito do ato administrativo praticado pelo
Poder Legislativo, pois, em regra, não está sujeito ao controle do Poder Judiciário.
c-) como exceção ao exercício do Judicial Review, aponta-se os atos interna corporis e o ato político.
d-) o ato interna corporis só estará imune ao Judicial Review se a controvérsia:
i-) é puramente regimental, resultante de interpretação de normas regimentais; ou
ii-) envolver a aplicação dos regimentos das casas legislativas; ou
iii-) envolver a correção de desvios exclusivamente regimentais; ou
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iv-) disser respeito aos atos emanados dos órgãos de direção das Casas do Congresso Nacional, quando
praticados, por eles, nos estritos limites de sua competência e desde que apoiados em fundamentos
exclusivamente regimentais, sem qualquer conotação de índole jurídico-constitucional.
e-) o ato interna corporis poderá, excepcionalmente, ser alcançado pelo Judicial Review se a
controvérsia tiver conotação de índole jurídico-constitucional, ou seja, quando há referência à
Constituição Federal, como por exemplo, no tocante ao processo legislativo previsto na Constituição
Federal (MS-MC 25579/DF, julgado em 19/10/2005).

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