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Comunismo
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Embora Marx e Engels sejam apontados como os precursores do comunismo, os ideais de uma
sociedade igualitária podem ser encontrados desde o período da antiguidade clássica. Em uma
de suas obras mais importantes, intitulada A República, Platão formula um modelo de sociedade
ideal, baseada na extinção da propriedade privada e da família. Segundo o filósofo, o fim da
propriedade privada causaria o fim do conflito entre o Estado e o cidadão em particular, e a
abolição da família teria como resultado uma maior devoção do indivíduo ao bem público.
Na sociedade idealizada por Platão, não existiriam vínculos matrimoniais e os filhos gerados
pelos cidadãos, além de desconhecerem os seus pais, ficariam sob o cuidado permanente do
Estado, que garantiria seu sustento e educação.
Com o passar do tempo, esses mesmos ideais foram constantemente reformulados. Entre os
séculos XII e XV, grupos dissidentes da Igreja Católica pregavam o repúdio à propriedade privada
e aos bens materiais em geral, a convivência humana em padrões de uma vida simples e a
necessidade de uma vida comunitária, onde todos deveriam trabalhar e conviver em igualdade.
Destacaram-se nessa corrente o abade Joaquim de Fiore, o franciscano frei Dolcino e o
protestante Thomas Munzer.
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No século XIX, a Revolução Industrial transformou o contexto econômico e social dos países
europeus. Ao mesmo tempo em que ocorria um pleno desenvolvimento do novo sistema
capitalista, boa parte da população vivia em condições de miséria e exploração. Buscando uma
solução para os diversos problemas que atingiam as sociedades na Europa, intelectuais da época
passaram a propor sistemas políticos e econômicos que fossem uma alternativa ao sistema
capitalista. Uma dessas proposições foi o comunismo, que está no cerne da teoria marxista.
Situado dentro do socialismo científico, o marxismo é uma corrente de pensamento criada por
Karl Marx e Friedrich Engels. Para eles, em todas as épocas da história a sociedade foi marcada
por uma luta de classes, sendo essa relação caracterizada pelo antagonismo entre uma classe
opressora e uma oprimida. Na sociedade capitalista, essas classes são representadas
respectivamente pela burguesia, que detém os meios de produção e por consequência boa parte
da riqueza gerada, e o proletariado, que nada possui além da própria mão de obra, vendida
como mercadoria ao proprietário do capital.
De acordo com a teoria marxista, os trabalhadores são tidos como uma mercadoria como
qualquer outro artigo comercial, submetidos à concorrência e às oscilações do mercado. Nas
fábricas, são amontoados e vigiados, tratados como servos da classe burguesa, do Estado
burguês e do proprietário da fábrica, que possui como único objetivo o lucro.
Comunismo
O comunismo, por sua vez, trata-se de um estágio posterior ao socialismo, quando já havendo
igualdade absoluta entre os cidadãos, o Estado poderia ser abolido, eliminando as formas de
opressão social, e a sociedade encontraria formas de se auto regulamentar. Assim, os
trabalhadores se tornariam proprietários do seu trabalho e dos bens de produção.
A principal diferença entre o comunismo e o anarquismo está no processo por onde se atingirá a
sociedade ideal. No anarquismo, isso ocorreria de forma abrupta, em uma passagem direta do
capitalismo para o novo sistema. Alguns autores, como o russo Mikhail Bakunin, defendem que
essa mudança através de uma revolução violenta. Para Pierre-Joseph Proudhon, a passagem
deveria ser pacífica, baseada na fraternidade e na cooperação entre os homens.
A sociedade idealizada por Marx e Engels nunca chegou a ser implementada em nenhum país.
Embora o sistema socialista tenha sido adotado por algumas nações, até então nenhuma delas
conseguiu atingir a etapa final, que é o comunismo. Muito se discute se esse modelo seria
possível ou apenas uma idealização. E você, acha que o comunismo pode ser implementado?
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Referências:
MARX, K; ENGELS, F. Manifesto do partido comunista. São Paulo: Martin Claret; 2014.
Publicado em 26 de janeiro de 2017.
Isabela Souza