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Ano 5 - Nº 20
Mar/Abr 2008

ABRACO
40 ANOS
DE CONQUISTAS
Atotech 8/1/06 3:38 PM Page 1
Sumário/Expedient20 1/1/04 8:10 AM Page 1

Sumário

Capa:
Intacta Design

6 Artigo Técnico
Entrevista
Normalização incrementa globalização 33
da PETROBRAS Noções Básicas sobre Processo
Wilson Barbosa de Anodização do Alumínio
e suas Ligas - Parte 8
Por Adeval Antônio Meneghesso
8
Matéria de Capa
ABRACO: 40 anos de conquistas 35
Fosfatização de Metais Ferrosos
Parte 12 - A influência dos íons
32 ferrosos e outros compostos
Notícias do Mercado
Por Zehbour Panossian
e Célia A. L. dos Santos
34
ABRACO Informa

42
Opinião
Como garantir o sucesso da empresa familiar
Domingos Ricca

Redação e Publicidade
Dr. Eduardo Homem de S. Cavalcanti - INT Aporte Editorial Ltda.
Jeferson da Silva - AKZO NOBEL Rua Emboaçava, 93
Dra. Olga Baptista Ferraz - INT São Paulo - SP - 03124-010
A revista Corrosão & Proteção é uma publi- Dra. Zehbour Panossian - IPT Fone/Fax: (11) 2028-0900
cação oficial da ABRACO – Associação Brasileira aporte.editorial@uol.com.br
de Corrosão, fundada em 17 de outubro de 1968, Conselho Editorial
e tem como objetivo congregar toda a comu- Eng. Aldo Cordeiro Dutra - INMETRO Diretores
nidade técnico-empresarial do setor, difundir o Dra. Denise Souza de Freitas - INT João Conte - Denise B. Ribeiro Conte
estudo da corrosão e seus métodos de proteção e M.Sc. Gutemberg Pimenta - PETROBRAS -
controle. CENPES Editor
Eng. Jorge Fernando Pereira Coelho Alberto Sarmento Paz - Vogal Comunicações
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www.abraco.org.br Dra. Zehbour Panossian - IPT Henrique A. Dias e Carlos Sbarai
Diretoria Conselho Científico Projeto Gráfico/Edição
Presidente M.Sc. Djalma Ribeiro da Silva – UFRN Intacta Design - info@intactadesign.com
Eng. Pedro Paulo Barbosa Leite - M.Sc. Elaine Dalledone Kenny – LACTEC
PETROBRAS/NORTEC M.Sc. Hélio Alves de Souza Júnior Gráfica
Vice-presidente Dra. Idalina Vieira Aoki – USP Van Moorsel
Eng. Laerce de Paula Nunes - IEC Dra. Iêda Nadja S. Montenegro – NUTEC
Diretor Financeiro Dr. José Antonio da C. P. Gomes – COPPE Esta edição será distribuída em março de 2008.
M.Sc. Gutemberg de Souza Pimenta - Dr. Luís Frederico P. Dick – UFRGS
PETROBRAS /CENPES M.Sc. Neusvaldo Lira de Almeida – IPT As opiniões dos artigos assinados não refletem a
Gerente Administrativo/Financeiro Dra. Olga Baptista Ferraz – INT posição da revista. Fica proibida sob a pena da
Walter Marques da Silva Dr. Pedro de Lima Neto – UFC lei a reprodução total ou parcial das matérias e
Dr. Ricardo Pereira Nogueira – Université imagens publicadas sem a prévia autorização
Diretoria Técnica Grenolle – França da editora responsável.
Eng. Aldo Cordeiro Dutra Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ

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CartaLeitor20 1/1/04 3:43 AM Page 1

Carta ao leitor

Excelentes perspectivas para o setor

PESAR DE NÃO CONFIRMADAS QUANTO À SUA PRECISA EXTENSÃO, AS RECENTES DESCOBERTAS DAS
reservas nacionais de petróleo na camada pós-sal na Bacia de Santos e no Bloco Carioca podem
elevar o Brasil à posição de detentor da oitava maior reserva de petróleo e gás do mundo. Os téc-
nicos são precavidos e indicam que os estudos da viabilidade econômica podem demorar até dois anos,
mas o mercado – como não poderia ser diferente – está otimista e alavancado.
Nada mais sugestivo imaginar que o setor forçosamente terá que se preparar para desafios futuros
em relação ao potencial aumento da demanda por produtos e serviços. Neste ponto, a qualificação da
mão-de-obra será fundamental para que os passos sejam contínuos e consistentes. Portanto, é o
momento de se aprofundar os investimentos e incentivar a formação de técnicos para atender a essa imi-
nente demanda – que não deve tardar a chegar.
O setor de prevenção e combate à corrosão será amplamente favorecido, porém precisará acompanhar
o ritmo de crescimento dos processos de prospecção, transporte e
armazenagem que serão exigidos pela produção de petróleo e gás.
Nesta edição, o leitor acompanha, A ABRACO e seus parceiros de pesquisa e desenvolvimento
tecnológico terão um papel fundamental na capacitação dos pro-
com os olhos fixos no futuro, fissionais da área, assim como na disseminação das tecnologias
mais atuais, apropriadas para cada necessidade específica da área de
a retrospectiva dos 40 anos corrosão. Vale lembrar que a ABRACO tem vasta experiência
nessa área. Até hoje a entidade já organizou cerca de 60 eventos
de atividades da ABRACO técnicos, entre congressos, seminários e workshops, em âmbito
nacional, além de 116 cursos de qualificação, com mais de 2650
formados, apenas na área de Pintura Industrial. Soma-se a esses
números os eventos compartilhados com outras entidades, e o
número de profissionais capacitados passa de 5 mil.
Por fim, é importante salientar a expertise da PETROBRAS para tais descobertas. Líder na explo-
ração em águas profundas, a empresa consegue sistematicamente ampliar seu conhecimento tecnológi-
co e propiciar mais reservas e divisas ao Brasil.
Nesse contexto de intensa integração e colaboração das comunidades técnicas, científicas e empre-
sariais, caberá à Revista Corrosão & Proteção um papel relevante por ser o veículo de informação e
fomento, apresentando o universo de informações que compreende o tema central da publicação.

ABRACO 40 Anos – Nesta edição o leitor pode acompanhar a retrospectiva dos 40 anos de ativi-
dades da ABRACO, em um trabalho que contou com a expressiva colaboração de Aldo Cordeiro
Dutra, um dos idealizadores, fundador e atual diretor técnico da associação. Mais uma vez o emérito
Prof. Gentil, que nos deixou neste ano, é resgatado na memória da associação. Pioneiro, incentivador e
primeiro presidente da ABRACO, recebe a justa homenagem que lhe é de direito.
Cabe acompanhar a história da entidade com os olhos no futuro, pois como lembra a sabedoria
popular: ‘Só terá futuro quem preservar o passado!’

Boa Leitura!

Os Editores

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C&P_20_Entrevista 1/1/04 3:11 AM Page 1

Entrevista

Wilson Barbosa

Normalização incrementa
globalização da PETROBRAS
Atividade atende a todas as áreas da companhia e vem colaborando com empresas e entidades
brasileiras na capacitação de fornecedores para atuação no mercado internacional
Por Henrique Dias

OM O OBJETIVO DE INTER- extensões por onde passam pro- técnicas da companhia, tanto no
nacionalizar as Normas dutos intrinsecamente corrosivos Brasil quanto no exterior. Dentre
Técnicas PETROBRAS, e que podem estar expostos a as diretrizes que orientam essa
cerca de seis milhões de reais ambientes agressivos. Sendo as- atividade, destacam-se: o atendi-
por ano são investidos nesse sim, ele acha fundamental uma mento a todos os setores da PE-
setor pela Companhia, sempre maior interação entre a estatal e o TROBRAS, a internacionalização
sob a orientação da sua Comitê Brasileiro de Corrosão dessas normas, a estreita colabo-
Comissão de Normalização (ABNT/CB-43), operado pela ração com empresas e entidades
Técnica (CONTEC). Este Associação Brasileira de Corro- brasileiras, inclusive do Governo
valor é bem superior ao investi- são (ABRACO). “A PETRO- Federal, e a capacitação dos seus
do por empresas de países em BRAS tem muito interesse neste fornecedores visando uma atuação
desenvolvimento. Nele estão CB e, desta forma, a assinatura globalizada.
incluídas as despesas com pes- de um convênio e a transforma-
soal, próprio e contratado, con- ção de Normas Técnicas PE- Quais são os gastos anuais que
vênios, além da organização de TROBRAS em normas brasilei- a PETROBRAS tem, especifi-
eventos no Brasil e no exterior. ras são extremamente desejáveis, camente, com normalização?
No que diz respeito à nor- ressalta. Barbosa – O orçamento para a
malização técnica no campo da Engenheiro Químico de for- área de normalização técnica na
corrosão dos metais e suas ligas, mação, Wilson Barbosa traz em PETROBRAS tem se mantido
compreendendo métodos de sua bagagem profissional expe- entre seis e sete milhões de reais por
prevenção, o destaque do mo- riências nas áreas de processa- ano. Nele, estão incluídas despesas
mento é o CB-43 (Comitê Bra- mento de petróleo, controle da com pessoal, próprio e contratado,
sileiro), que dispõe sobre revesti- poluição ambiental, confiabili- eventos nacionais e internacionais,
mentos metálicos, orgânicos e dade e riscos industriais, além de passagens, diárias e hospedagens,
inorgânicos, corrosão atmosféri- avaliação da conformidade. Para além de convênios com entidades
ca, proteção catódica e anódica, falar com mais detalhes sobre a do setor. Podemos dizer que esses
entre outros aspectos. “O âmbito política de Normalização Técni- gastos se comparam aos de nossos
de atuação do CB-43 é bastante ca da PETROBRAS, entre ou- parceiros e concorrentes, mas são
grande e envolve muitos interes- tros assuntos ligados à corrosão, bem superiores aos que são feitos
ses da PETROBRAS”, afirma ele conversou com a Revista por empresas congêneres do mundo
Wilson Barbosa, Gerente Cor- Corrosão & Proteção. em desenvolvimento.
porativo de Normalização Técni-
ca da estatal brasileira. Como vem sendo elaborada a Sobre o que dispõem as nor-
De acordo com Barbosa, a política de Normalização Téc- mas técnicas do CB-43? E qual
corrosão é um assunto que vem nica na PETROBRAS? a importância do CB-43 para a
sendo tratado com muito em- Barbosa – A Normalização PETROBRAS?
penho pela PETROBRAS ao Técnica na PETROBRAS é uma Barbosa – Como está publicado
longo dos anos, uma vez que a atividade corporativa, onde to- no site da Associação Brasileira de
empresa opera dutos de grandes mam parte as áreas produtivas e Normas Técnicas (ABNT), o âm-
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bito de atuação do CB-43 engloba pessoais e ambientais provenientes ração técnica e financeira com as
a normalização no campo da cor- de falhas nessas instalações são empresas interessadas no setor. É
rosão dos metais e suas ligas com- imensos. Muitas das normas fundamental que compradores e
preendendo métodos de prevenção necessárias são ou poderiam ser fornecedores participem efetiva-
da corrosão; revestimentos metáli- produzidas no CB-43. mente desse esforço.
cos orgânicos e inorgânicos; inibi-
dores de corrosão e produtos afins;
proteção catódica e anódica; cor-
rosão atmosférica e águas industri-
ais, no que concerne à terminolo-
gia, requisitos, avaliação, classifi-
“ A PETROBRAS tem investido entre seis e sete milhões
de reais por ano em normalização técnica, valores
bem superiores aos mantidos por empresas
cação, métodos de ensaio e genera- congêneres do mundo em desenvolvimento
lidades. Como se pode ver, o âm-
bito de atuação do CB-43 é muito
grande e envolve muitos interesses
da PETROBRAS, já que se atém
a vários aspectos relativos à pro-
De que maneira o senhor ava-
lia a relação entre a PETRO-
BRAS e o Comitê Brasileiro
Que benefícios a PETRO-
BRAS terá com a utilização
dessas Normas Brasileiras?

teção de equipamentos e sistemas, de Corrosão mantido pela Barbosa – A norma brasileira
como por exemplo tanques, vasos, ABRACO? permite uma participação me-
tubos, dutos, estruturas etc. Barbosa – Nossa relação pode- lhor do mercado fornecedor na-
ria ser mais produtiva, uma vez cional com a PETROBRAS na
Especialistas consideram a cor- que a PETROBRAS tem grande sua elaboração e, conseqüente-
rosão interna de dutos com o interesse no trabalho do CB-43, mente, no seu cumprimento.
grande desafio a ser superado. embora venha esbarrando em Quanto mais nacionalizadas
Qual é a opinião do senhor retardamentos indesejáveis. As forem as normas utilizadas pela
sobre esse assunto? primeiras providências que de- PETROBRAS, melhores serão os
Barbosa – Como operadora de vemos tomar são a assinatura de resultados para os negócios da
dutos de grandes extensões, varia- um convênio e a agilização da companhia. Se elas forem inter-
dos diâmetros e materiais, por transformação de Normas Téc- nacionalizadas, melhor ainda,
onde são bombeados diversos pro- nicas PETROBRAS em Normas pois permitirão um melhor aces-
dutos, a PETROBRAS tem se pre- Brasileiras, ou até mesmo em ISO so a mercados globalizados.
ocupado ao longo dos anos com a (International Organization for
integridade dessas instalações. Pro- Standardization).
dutos intrinsecamente corrosivos,
contendo água e sais, altas tempe- O senhor acha que a manu-
raturas de bombeio e condições tenção dos Comitês Brasileiros
ambientais desfavoráveis são algu- deve continuar sendo feita Mais informações sobre
mas das variáveis a serem contro- pelas associações? a PETROBRAS no site:
ladas. Os possíveis danos materiais, Barbosa – Sim, mas em colabo- http://www.petrobras.com.br

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ABRACO 40 anos

ABRACO: 40 anos de conquistas


Ao longo dos últimos 40 anos, a ABRACO descreveu uma trajetória centrada no ensino,
na pesquisa e no desenvolvimento de técnicas ligadas à proteção anticorrosiva, em especial,
aquelas aplicadas na indústria do petróleo, gás, biocombustível, naval e proteção de superfícies
Por Alberto Paz e Aldo Cordeiro Dutra

industrialização crescen- principal, coincidentemente, era a Corrosão. Durante o evento,


te e, particularmente, o mais precisamente no dia 17 de outubro de 1968 foi oficialmente
surgimento de uma pro- criada a ABRACO.
missora indústria petrolífera e A trajetória da entidade está relacionada intimamente ao ensino, à
naval no Brasil foi o mote para pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico da proteção anticorrosiva,
a organização freqüente de notadamente às aplicações voltadas à indústria do petróleo, gás, bio-
congressos, seminários, exposi- combustível, naval e proteção de superfícies. “Temos
ções e palestras sobre temas muito a contar. A entidade sempre esteve presen-
técnicos, voltados à dissemina- te, de forma autônoma ou em conjunto com
ção da informação e, assim, instituições de ensino e pesquisa ou empre-
contribuir para o desenvolvi- sas, nos principais eventos voltados à
mento do setor e do País. Nes- Corrosão realizados no Brasil. Além
Convênio ABRACO
se contexto, um grupo de espe- disso, firmou parcerias, ministrou cur- e ABNT já resultou em
cialistas pioneiros que se inte- sos, organizou workshops e palestras,
ressavam pelo estudo e sobre os sempre com o objetivo maior de com- cinco Projetos de
impactos da corrosão e da pro- partilhar informações qualificadas com Normas e 99 Normas
teção anticorrosiva, se reuni- o setor. Tenho o prazer de presidir a enti-
ram para organizar um inédito dade neste momento, porém faço uma Brasileiras
Curso de Corrosão, nas insta- saudação especial a todos os ex-presidentes
lações da Escola de Química, e profissionais que atuaram e atuam nas dire-
no Rio de Janeiro. torias e conselhos, pois se a ABRACO tem hoje
O sucesso foi tão grande que prestígio e reconhecimento em âmbito nacional e
levou os organizadores, a pro- internacional, isso se deve ao trabalho contínuo de todos”,
gramarem uma segunda edição. conta Pedro Leite, presidente da ABRACO.
E foi exatamente nesse evento Acompanhe um breve histórico/resumo das atividades desenvol-
que, ao ser questionado por um vidas pela ABRACO nestes 40 anos, e também os depoimentos de
participante sobre a importân- algumas personalidades do setor. A ABRACO também agradece a
cia do tema, Aldo Dutra suge- contribuição de Aldo Dutra que gentilmente nos encaminhou um
riu a criação de uma associação texto, reproduzido a partir da página 17, no qual relata os primór-
técnica semelhante à National dios dos estudos anticorrosivos no Brasil e que, ao final, desagua-
Association of Corrosion Engi- ram na criação da entidade.
neers – a NACE, dos Estados
Unidos. Estava lançada a Na área de Normalização
semente da Associação Brasi- A ABRACO firmou convênio com a ABNT – Associação
leira de Corrosão. Brasileira de Normas Técnicas, em 1976, para elaboração de Nor-
Aldo Dutra, Iremar de Fi- mas Técnicas sobre corrosão. Em 30 de dezembro de 1999, foi assi-
gueiredo Ferreira Pinto e Aldo nado com a ABNT, reconhecida como o único Foro Nacional de
Maestrelli se debruçam na pro- Normalização, o Contrato de Cooperação Mútua a ser desenvolvi-
dução de um estatuto para a do entre as instituições, para o apoio técnico e administrativo/finan-
entidade a ser criada, além de ceiro da Secretaria Técnica do Comitê Brasileiro de Corrosão –
estudar as possibilidades para ABNT/ CB-43, ficando a ABRACO responsável pela Secretaria
estabelecer uma sede. Trans- Técnica do Comitê.
corria o ano de 1968 e o Insti- Nesse convênio, a ABRACO é responsável, por intermédio de suas
tuto Brasileiro de Petróleo – Comissões de Estudos, pela elaboração de Projetos de Normas e de
IBP organizava, no Hotel Glo- Normas Brasileiras, sempre dentro das diretrizes estabelecidas pela
ria, no Rio de Janeiro, seu quin- ABNT. E o resultado tem sido muito positivo: nesse período já foram
to seminário técnico, cujo tema elaborados cinco Projetos de Normas e 99 Normas Brasileiras.
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O LATIN- Na área de Eventos


CORR 2006 A ABRACO conseguiu um
marco histórico na área de even-
teve a
tos quando defendeu sua candi-
participação de
cerca de 500datura por ocasião da realização
do 6º Congresso Internacional
profissionais
de Corrosão, realizado em Sid-
vindos de
ney, na Austrália, em 1975, para
22 países
que o Brasil sediasse o 7º Con-
gresso. Após uma disputa acirra-
da, a ABRACO conquistou o
direito de organizar o evento
que, sob os auspícios do ICC –
International Corrosion Coun-
cil, foi realizado na cidade do
Rio de Janeiro – RJ, entre os dias
4 e 11 de outubro de 1978. A
participação foi expressiva: • LATINCORR 2006 que reuniu o XXVI Congresso Brasileiro
mais de 1000 congressis- de Corrosão, o 9º Congresso Ibero-Americano de Corrosão e
tas vindos de todas Proteção e o 6º Congresso de Corrosão NACE Internacional
as partes do da região Latino-Americana, realizado em Fortaleza/CE de 21
mundo estive- a 26 de maio de 2006.
A ABRACO já organizou ram no con-
gresso, que Finalmente, ainda na área internacional, está se preparando para
23 congressos, contou receber o INTERCORR 2008 – que reunirá o 28º Congresso
29 seminários e com 37 Brasileiro de Corrosão e 2nd International Corrosion Meeting, no
exposito- período de 12 a 16 de maio de 2008 em Recife/PE.
quatro workshops nacionais, res na- Quanto aos eventos nacionais, a ABRACO já esteve à frente de 23
além de quatro grandes cionais e Congressos, 29 Seminários e quatro Workshops, além de alguns semi-
interna- nários setoriais, nestes 40 anos de existência. Todos os eventos têm em
eventos técnicos cionais, na comum a grande relevância técnica para a área de Corrosão.
Expo reali- A ABRACO organiza também o Congresso Brasileiro de
internacionais zada junto ao Corrosão (CONBRASCOR) evento que acontece durante a
evento. Cola- COTEQ – Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos. Organi-
boraram financei- zada a cada dois anos, a COTEQ, criada em conjunto pelo IBP e
ramente para a realiza- ABCM, integra também os seguintes eventos: Congresso Nacional de
ção deste evento: a OEA – END – CONAEND (ABENDE); Seminário de Inspeção de
Organização das Nações Unidas, Equipamentos – SEMINSP (IBP); e a Conferência Internacional
o CNPq, a FINEP e a PETRO- sobre Evaluación de Integridad s (IEV). A 10ª COTEQ será realizada
BRAS, entre outros. em junho de 2009, em Salvador.
A ABRACO, desde então, já
organizou diversos eventos de Na área de Treinamento
grande importância, também ABRACO – SEQUI/PETROBRAS – Em 1988, foi feito um
internacionais, tais como: acordo entre o SEQUI/PETROBRAS e a ABRACO para a implan-
• 3º Congresso Ibero-Ame- tação do Curso de Qualificação de Inspetor de Pintura Industrial –
ricano de Corrosão e Pro- Níveis 1 e 2. A ABRACO ficou encarregada de fazer o treinamento e
teção, realizado no Hotel o SEQUI, a qualificação. Nesses 20 anos, a ABRACO já ministrou
Nacional, Rio de Janeiro, 116 Cursos de Qualificação para Inspetor de Pintura Industrial, sendo
de 26 a 30 de junho de 100 de Nível 1 e 16 de Nível 2, formando mais de 2650 profissionais.
1989; Além dos cursos realizados no Rio de Janeiro, foram também minis-
• Primeiro Encontro de trados cursos nos Estados de São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e
Corrosão e Proteção Ar- Espírito Santo. Além dos cursos regulares, a entidade promove tam-
gentino-Brasileiro, reali- bém Cursos “in company”, inclusive para a própria PETROBRAS.
zado nos dias 24 e 25 de ABRACO/ABEMI/PETROBRAS/PROMIMP – Foi firmado
outubro de 1988 em Foz no ano de 2007, Contrato de Prestação de Serviços para a Qualifi-
do Iguaçu; cação e Certificação de Profissionais para atendimento ao disposto no
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Ao lado,Convênio celebrado entre a mance Stand-


duas turmas ABEMI – Associação Brasileira ard for Pro-
do curso dede Engenharia Industrial e a tective Coat-
Inspetor deABRACO, para atender ao dis- ing for Dedi-
Pintura posto no convênio celebrado cated Sea
Industrialentre ABEMI e PETROBRAS. Water Ballast
oferecido pelaEsse convênio visa à implantação Tanks”.
ABRACO e execução do
Plano Nacio-
nal de Quali-
ficação Profis-
sional (PN
QP) do PRO- ABRACO/CEFET-BA/
MINP – Pro- FBTS/ABENDE – Em
grama de Mo- 2002 foi firmado convênio
bilização da de Cooperação Técnico-
Indústria Na- Educacional com o Centro
cional de Pe- Federal de Educação Tecno-
tróleo e Gás lógica da Bahia – CEFET
Natural, com /BA, a Fundação Brasileira
vistas ao equa- de Tecnologia da Soldagem –
cionamento da carência de mão- FBTS e a Associação Brasileira de Ensaios Não-Destrutivos – ABEN-
de-obra qualificada para ativida- DE. O acordo tem como objetivo a realização do Treinamento do
des de Engenharia, Construção e Curso de Formação de Inspetor de Equipamentos, com duração de
Montagem, face ao au- seis meses e carga-horária de 653 horas. Neste convênio já foram trei-
mento de demanda nados mais de 200 profissionais.
prevista na im- ABRACO/IBP – Acordo firmado em 30 de novembro de 1999
Foram realizados plantação de com o IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis,
projetos no com o objetivo de promover atividades em conjunto em vários seg-
até agora 116 setor de óleo mentos no combate à corrosão, já resultou na realização de 50 cursos
e gás. Den- com mais de 1620 profissionais treinados.
cursos de Qualificação para tro deste ABRACO/IPT-SP – A parceria firmada com o IPT – Instituto de
Inspetor de Pintura Industrial, projeto, já Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, para a realização de
foram trei- Cursos de Qualificação de Inspetor de Pintura Industrial – Nível 1,
resultando na formação de nados pela resultou na organização de quatro cursos com mais de 100 profissio-
mais de 2650 ABRACO, nais treinados. Os cursos foram realizados nas instalações do IPT-SP.
a primeira Acreditação ABRACO – A entidade está em processo de
profissionais turma, no pe- Acreditação junto ao Inmetro, como órgão de Certificação de Pessoal
ríodo de 20 de (OPC), na modalidade Inspetor de Pintura. Por intermédio do con-
agosto a 3 de setem- vênio ABRACO/ABEMI/PETROBRAS, a ABRACO, além de acre-
bro de 2007, e o SE- ditada pelo Inmetro como OPC, deverá também auxiliar o CEQ –
QUI/PETROBRAS, já aplicou Centro de Exame de Qualificação, na busca da Acreditação pelo
os exames de qualificação nos Inmetro. Nesse sentido, a ABRACO está fazendo um convênio com
profissionais treinados. Esse pro- o INT – Instituto Nacional de Tecnologia, para atuar em parceria,
jeto é considerado vital para su- neste segmento. Este é outro serviço importante que a ABRACO vai
prir a carência de mão-de-obra prestar a este mercado tão carente de mão-de-obra especializada.
especializada no setor.
ABRACO/LLOYD’S – A Na área de convênios
entidade está, desde setembro de Um convênio muito importante para o mercado das áreas de atua-
2007, em negociação com o ção da ABRACO e da ABENDE foi assinado entre as duas entidades,
Lloyd’s Register do Brasil Ltda., em 24 de junho de 1999. O Convênio de Cooperação Técnica tem
para que os cursos de Qualifica- por objetivo a promoção e a intensificação das atividades relacionadas
ção de Inspetor de Pintura Indus- às entidades para a realização de Congressos, Cursos de Especialização,
trial – Níveis 1 e 2, sejam reco- Seminários, Palestras e Conferências, pesquisa e desenvolvimento da
nhecidos e aprovados conforme tecnologia de inspeção, no âmbito das atividades conveniadas. Dentro
a “IMO Resolution on Perfor- deste convênio já foram realizadas várias ações conjuntas.
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PALAVRA DO PRESIDENTE DA ABRACO

Prezados associados,

Terminamos o exercício de 2007 com muitas realizações, e a nossa Associação vem crescendo muito.
A ética e a transparência são marcas da nossa gestão. Cada Conselheiro recebe mensalmente um
balancete da associação, permitindo um monitoramento das despesas e receitas. A participação da
ABRACO no PROMINP (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural)
merece destaque, pois fomos a primeira entidade a ter alunos qualificados neste programa.
Nossos eventos e cursos são cada vez mais procurados, tivemos o ingresso de mais associados,
a participação de profissionais nas Comissões de Estudo do Comitê Brasileiro de Corrosão (CB 43)
é cada vez maior, mas ainda temos muito por fazer. O grande desafio para 2008 é transformar a
ABRACO em um Organismo de Certificação de Pessoal (OPC). Começaremos esta atividade com a
certificação de inspetores de pintura e, em seguida, estenderemos para outros profissionais (pintores,
encarregados de pintura, profissionais de proteção catódica). Para isso, estamos nos estruturando para
atender a estas novas demandas. Esse é um ano especial para toda a comunidade técnica, pois a
ABRACO completa 40 anos de realizações e conquistas. Vamos realizar na semana de 12 a 16 de maio
o INTERCORR 2008 quando acontecerá o 28º Congresso Brasileiro de Corrosão e o 2nd International
Corrosion Meeting. Nesses eventos, estarão reunidos renomados especialistas em corrosão nacionais e
internacionais. Portanto, também será uma oportunidade singular de conhecer as inovações
tecnológicas na área de proteção anticorrosiva. Encontro vocês no INTERCORR 2008.

Um forte abraço a todos,

Pedro Paulo Barbosa Leite

“Até pela proximidade física do Instituto Nacional de “Convivi na ABRACO desde


Tecnologia com a ABRACO, aqui no Rio de Janeiro, as relações a sua fundação em 1968 e posso
entre as duas entidades sempre foram muito estreitas, desde os testemunhar o quanto ela tem
primórdios da associação, atuando como consultores técnicos na sido importante para a difusão
área de corrosão e compondo as comissões de estudos da ABRA- do conhecimento na área de cor-
CO. Os membros do INT têm presença marcante nos congres- rosão. Vejo também que a asso-
sos e demais eventos da ABRACO, que divulgam o estudo da ciação tem uma missão muito
corrosão”. importante no cenário nacional
Olga Baptista Ferraz em virtude da contribuição que
Instituto Nacional de Tecnologia – INT ela pode dar ao nosso desenvolvi-
Divisão de Corrosão e Degradação – DCOR mento. Gostaria de enaltecer o
nome de dois corrosionistas, que
“O IPT sempre teve uma relação muito próxima com a sem demérito a outros grandes
ABRACO, seus membros participam ativamente das comissões colaboradores, foram muito
de normalização do setor, tendo presença assídua em quase todos importante para a ABRACO
os congressos promovidos pela ABRACO. Nossas palestras e tra- nestes 40 anos, o Eng. Aldo
balhos apresentados nos eventos da associação proporcionaram Cordeiro Dutra e o Prof. Vicente
uma maior visibilidade para o IPT, resultando na aproximação Gentil. Estes dois profissionais
com várias empresas de expressão para relações comerciais. são exemplos de dedicação e de
Promove em São Paulo, em parceria com a ABRACO, os cursos visão do interesse coletivo a
de inspetor de pintura e abriga a regional da ABRACO nessa serem seguidos por todos nós.
capital, fato este que demonstra o estreitamento das relações Parabéns a ABRACO e a todos
entre as duas entidades”. nós que ajudamos a construir
Zebhour Panossian esta importante entidade”.
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT Laerce de Paula Nunes
Laboratório de Corrosão e Proteção – LCP Vice-presidente

C & P • Março/Abril • 2008 13


MundoMulticolor 1/1/04 12:43 AM Page 1

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Aporte
MateriaCapa20 1/1/04 7:37 AM Page 6

“É um ano de festa para a “Antes da ABRACO os princípios básicos da corrosão eram


ABRACO – e sinto-me hon- de conhecimento de apenas poucos especialistas, principalmente,
rado por ter colaborado para a ligados à área de pesquisas. A ABRACO tornou acessível a todos
Associação durante os últimos os técnicos esses conhecimentos com a realização dos Cursos de
10 anos, como membro da Corrosão, cujos princípios básicos foram divulgados pelo profes-
Diretoria Executiva e Conse- sor Vicente Gentil. É muito gratificante ter sido o coordenador
lho Deliberativo. Não é qual- dos Cursos de Corrosão, abertos ao público, e apresentados no
quer entidade que tem a sus- Rio de Janeiro, na Escola de Química da UFRJ. Quando por ini-
tentabilidade de se manter ciativa de dois ilustres participantes do 2º Curso, o Eng. Aldo C.
ativa e atuante durante 40 Dutra e o Gal. Iremar, foi proposta a constituição da ABRACO
anos. Como exemplo, poderia que vem cumprindo sua missão em divulgar a importância dos
citar a NACE que é "somen- estudos da corrosão pela realização de cursos e seminários. Ao
te" 25 anos mais antiga que a longo dos 40 anos de existência a ABRACO levou o Brasil a ocu-
ABRACO, em um mercado par um lugar de grande destaque no controle da corrosão, sendo
maduro, com um parque in- o seu trabalho reconhecido mundialmente.”
dustrial infinitamente maior Aldo Maestrelli
que o brasileiro. Não foram Primeiro coordenador dos cursos da ABRACO
anos fáceis, tivemos proble-
mas e conseguimos solucioná- “A ABRACO foi a organização pioneira a coordenar as ativi-
los. Tivemos desafios e conse- dades anticorrosivas no Brasil. Muito apropriadamente, o ensino
guimos superá-los. E só fomos e a divulgação da proteção anticorrosiva foi uma das suas ativida-
bem-sucedidos porque a co- des iniciais. A ABRACO assim contribuiu para a implementa-
munidade de Corrosão assim ção do conselho do grande mestre Pourbaix, sobre a maneira de
o quis e fez. Mas problemas e agir: saber, saber fazer, fazer e fazer saber.
desafios são temporais e tem- Na etapa de intensa implantação industrial no Brasil, o reco-
porários. Sempre surgirão à nhecimento da importância de normas e especificações foi fun-
nossa frente e devemos nos damental. A ABRACO percebeu isto, e em convênio com a
fortalecer para enfrentá-los e ABNT, assumiu a tarefa de operar o SC-1.9 (Sub-comitê de
vencê-los. Tenho certeza de Corrosão). Tive o privilégio de implementar este acordo, e pre-
que mais 40 anos virão e que sidir o Sub-comitê de 1978 a 1986. Nesse período, foram elabo-
os 40 anos que se passaram radas, com intensa colaboração de colegas da indústria e de ins-
colocaram a ABRACO nas tituições de ensino e pesquisa, as primeiras importantes Normas
páginas da história da indús- Brasileiras de especificação de materiais e de procedimentos anti-
tria brasileira, mostrando que, corrosivos. É difícil destacar esta ou aquela faceta de atividades
se quisermos, de forma unida da ABRACO, eis que todas têm fundamental importância.
e organizada, superaremos os Citemos as já mencionadas atividades de ensino e divulgação,
desafios do século 21. Para- com a realização dos tão bem sucedidos Congressos nacionais e
béns para a ABRACO e para internacionais, e as normas e certificações, dentre outras. Tudo
todos aqueles que ajudaram a isto resultou no congraçamento e intercâmbio entre os corrosio-
construí-la ! Parabéns à comu- nistas, e que tanto contribuiu para o desenvolvimento da área em
nidade de Corrosão que sem- nosso País. Aproveito para felicitar todos os ativistas da ABRA-
pre soube e saberá dar as res- CO pelo seu continuado esforço, com os quais, infelizmente, não
postas e soluções para os desa- me foi possível muito conviver nos últimos anos, pelos rumos de
fios e para os problemas!" minhas atividades profissionais, que me afastaram deste impor-
Jorge Fernando Pereira Coelho tante campo.

40
Presidente do Conselho Walter A. Mannheimer
Deliberativo Ex-diretor e ex-instrutor de cursos da ABRACO

depoimentos
16 C & P • Março/Abril • 2008
anos
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A ABRACO no mundo rítimo acelerado nos anos que


sucederam à sua criação e se
da ciência e tecnologia deparou com um problema de
consideráveis dimensões – a
da corrosão falta de pessoal especializado
para operar seu parque indus-
O papel do Prof. Vicente Gentil trial. Já em 1952, o Conselho
Nacional do Petróleo - CNP
Aldo Cordeiro Dutra tinha estruturado o Setor de
Diretor técnico da ABRACO Supervisão do Aperfeiçoa-
mento Técnico – SSAT, entre-
Não foi por acaso que a ABRA- gando sua chefia ao engenheiro
CO foi criada. É por isso que resolvi idealista Antonio Seabra Mog-
fazer esta retrospectiva histórica da gi, que ocupou o cargo até a
corrosão no Brasil, destacando al- absorção deste Setor pela PE-
guns estudiosos pioneiros no Brasil TROBRAS, para atender à for-
nessa área, cujo trabalho levou a cria- mação de mão-de-obra de
ção da ABRACO que completa níveis médio e superior neces-
agora 40 anos de atividades. sária industrialização das reser-
Vamos aos antecedentes. A PE- vas petrolíferas brasileiras.
TROBRAS, instituída pela Lei 2004, À época as Escolas Técnicas
de 3 de outubro de 1953, assumiu a responsabilidade de exercer o de Nível Médio Profissional e as
monopólio estatal do petróleo nas áreas de exploração, produção, Universidades não estavam pre-
transporte e refinação, além de atuar na distribuição em regime de paradas para atender à demanda
concorrência com outras Companhias. Ela foi crescendo em um da indústria petrolífera nacional.
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Prof. Vicente Urgia, portanto, a formação de


Gentil, equipes de técnicos brasileiros
catedrático que atendessem às necessidades
de Química das frentes de atuação, em prin-
Inorgrânica cípio do CNP e, posteriormente
da UFRJ, da PETROBRAS e reduzissem a
durante o V contratação de profissionais
Seminário de estrangeiros, substituindo-se por
combate à técnicos nacionais. O primeiro
corrosão curso de formação, o de Refi-
do IBP nação de Petróleo, foi organiza-
do sobre a égide do Conselho
Nacional de Petróleo, em 1952,
em convênio com a Universi-
dade do Brasil.
A Refinaria de Mataripe, na
Bahia, já em operação e a Re- tos oriundos, quase todos, da engenharia civil. Teve continuação nas
finaria de Cubatão, em São dependências do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, o já tradicio-
Paulo, a partir de 1955, opera- nal ITA, do então Centro Técnico de Aeronáutica (CTA), em São José
vam com apoio técnico de em- dos Campos – Estado de São Paulo. Obviamente, o curso incluía o
presas estrangeiras. Depois de estudo da corrosão e a tecnologia da inspeção de equipamentos.
poucos anos, esses especialistas Nessa época já se destacava no ITA o Prof. Marco Antonio G.
foram então sucedidos pelos Cecchini, que vinha estudando corrosão havia algum tempo, inclusi-
técnicos brasileiros, que passa- ve contando com experiência obtida em cursos que freqüentou na
ram a operar essas refinarias, Europa. Assim, assumiu ele a responsabilidade de montar e ministrar
dando-nos uma independência o curso de corrosão para os alunos do curso
tecnológica muito promissora, da PETROBRAS. Para isso preparou
logo no início da existência da um conjunto de apostilas com o fim
PETROBRAS. de oferecer material instrucional
Em 1957, o Dr. Moggi per- na língua portuguesa, o que não Em 1958,
cebeu que a manutenção de existia naquela época. O curso foi realizado o primeiro
equipamentos de refinarias era compunha-se de temas indis-
um problema técnico de gran- pensáveis ao conhecimento curso de Manutenção de
de envergadura. Não bastava a dos novos engenheiros da Equipamentos de Petróleo que
competência dos especialistas especialidade de manutenção
nos processos de refinação. E e de inspeção. incluía o estudo da corrosão e a
novamente ele, por intermédio Considerando que, para o
do então Centro de Aperfeiçoa- sucesso e eficiência do curso de tecnologia de inspeção
mento e Pesquisas de Petróleo manutenção, era indispensável o de equipamentos
(CENAP) que criou e dirigia contato com refinaria, inclusive
tão bem, recorreu aos técnicos para familiarização com a grande
americanos. Assim, em 1958, variedade de equipamentos, e também
fez o primeiro curso de Manu- de problemas. Por isso era vital a proximidade
tenção de Equipamentos de de uma refinaria. Assim, no ano seguinte – 1959 - o curso foi transfe-
Petróleo, sob a coordenação do rido para as dependências da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC),
expert em manutenção e em em Cubatão – Estado de São Paulo.
inspeção de equipamentos, Para atender à conveniência do Prof. Cecchini, o curso de corro-
com cerca de 20 anos de expe- são dele era ministrado no mês de julho – época das férias escolares.
riência de campo, o Sr. Albert Ele deslocava-se de São José dos Campos para Cubatão, hospedando-
Francis Hollowell. Este curso se em Santos e cumpria toda a sua programação.
qualificou 11 profissionais em Procedimento semelhante era adotado também pelo Professor
sua primeira turma. Candido Ribeiro Toledo que dava o curso de Termodinâmica. Assim,
Esse curso foi iniciado no ambos davam suas aulas em julho, nas dependências da Refinaria.
Rio de Janeiro, com um período Eu tive a honra de fazer o terceiro curso de manutenção, no ano
introdutório, para equalização de 1960, que foi todo ministrado no Centro de Treinamento da
dos conhecimentos dos candida- Refinaria. E, no mês de julho, tivemos as aulas de corrosão do Prof.
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General Cecchini e de termodinâmica,


Arthur do Prof. Toledo, já como profes-
Duarte sor da Universidade Federal do
Candal Ceará, e não mais do ITA. Am-
Fonseca, bos foram cursos maravilhosos.
então A corrosão despertou-me o má-
Presidente da ximo interesse e, em especial,
PETROBRAS fiquei encantado com as virtu-
durante o V des da proteção catódica que o
Seminário de Prof. Cecchini deixou bem cla-
combate à ro, em suas aulas, que esse era
corrosão um método de proteção anti-
do IBP corrosiva plenamente ampara-
do pela termodinâmica. Foi aí,
portanto, que comecei a gostar
de proteção catódica. E gosto
muito dela até hoje. consultado para dar o curso na REDUC, foi muito franco em afirmar
Após o final do curso de que não tinha condições de cumprir sua missão no Rio de Janeiro. E
1961, o Prof. Hollowell me agora o que fazer? O mercado não dispunha de alternativas. O Prof.
procurou para conversar. Disse- Toledo partiu então para a procura de um professor que tivesse dispo-
me que já havia chegado o seu sição para enfrentar o desafio e dar, para os alunos do curso de manu-
tempo de voltar para os Estados tenção de 1963, um curso de corrosão que fosse ao menos parecido
Unidos e precisava de um com o do Prof. Cecchini.
sucessor. Perguntou-me então o Por essa época, o Prof. Toledo já tinha feito conhecimento com o
que achava de convidar o Prof. Prof. Rafael de Barros, da Escola de Química da UFRJ, e pediu a ele
Toledo para o cargo. Respondi- uma sugestão. O Prof. Rafael contou-me essa história e disse-me:
lhe de imediato que achava essa – Pensei um pouco e deu-me o estalo.
a melhor solução. Ficou feliz E disse então:
com a minha resposta e pediu- – Prof. Toledo tenho uma proposta!
me que o auxiliasse nos conta- E o Prof. Toledo ficou muito alegre e perguntou:
tos, o que para mim foi muito – Quem é?
fácil. E para felicidade nossa o E Rafael disse:
Prof. Toledo aceitou o desafio e – É o Vicente.
coordenou o curso de 1962, – E quem é o Vicente?, indagou.
em Cubatão. – É o Prof. Vicente Gentil, um excelen-
Terminado este curso – em te professor de química inorgânica,
média os cursos de manutenção uma pessoa muito boa.
tinham uma duração de aproxi- – Pois então vamos falar com Devido à impossibilidade
madamente 10 meses, minis- ele, disse o Prof. Toledo. E
trados de janeiro a outubro, foram. E o Prof. Vicente do Dr. Cecchini ministrar
com aulas em tempo integral, Gentil aceitou o desafio, que o curso de manutenção de 1963,
todos os dias, inclusive sábado, não era nada fácil. Nessa
até o meio dia – o Dr. Moggi, época, como eu já estava em surgiu a idéia de convidar
considerando que a Refinaria serviço no campo, na o Prof. Vicente Gentil que
Duque de Caxias (REDUC) já PETROBRAS, não acompa-
estava em funcionamento, nhei as atividades do Prof. aceitou prontamente
achou por bem transferir o cur- Gentil no Curso do CENAP, a
so de manutenção para o Rio partir de 1963.
o desafio
de Janeiro, para realizá-lo em Entretanto, sei que o Prof. Gen-
suas dependências. til começou a estudar o assunto e, de
A idéia foi boa, especialmen- imediato, buscou contato com o Prof.
te porque havia muito mais faci- Cecchini, no que foi prontamente atendido, recebendo dele todo o
lidades aqui, no Rio de Janeiro, apoio para preparar o novo Curso de Corrosão do Curso de
do que na baixada santista. Manutenção de Equipamentos de Petróleo, promovido pelo CE-
Porém surgiu um problema NAP/PETROBRAS, conforme o próprio Prof. Gentil mencionou
complicado. O Prof. Cecchini, durante a homenagem que a ABRACO prestou ao Prof. Cecchini, por
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ocasião do Seminário de Integridade Estrutural de Dutos, realizado em revestimentos orgânicos, e tam-


1999, no auditório da PETROBRAS, no seu edifício sede, o EDISE. bém ao Prof. Walter Arno
O tempo passou e chegamos ao ano de 1966. Aqui se faz necessá- Mannheimer, especialista em
ria uma digressão para introduzir, na história, a chegada de um idea- corrosão-sob-tensão e professor
lista a quem a ABRACO muito deve: Aldo Maestrelli. Conforme rela- da COPPE/UFRJ.
to do próprio, por essa época ele trabalhava Por outro lado, intermediado
em marketing numa empresa que esta- pelo Sr. Edmo, Aldo Maestrelli
va produzindo pó de zinco para uso chegou ao Comandante Hugo
Estimulado por na indústria, no combate à corro- Lima, da Marinha do Brasil, que
são, que era a Indústria Brasilei- já tinha experiência no trata-
Edmo Padilha e Aldo Maestrelli, ra de Pigmentos – IBP. A em- mento de superfícies, revesti-
mentos inorgânicos e até de pro-
o Prof. Gentil preparou um curso presa estava com dificuldade
de introduzir seu produto no teção catódica.
aberto para divulgar mercado e, para resolver o A essa altura, a solução estava
problema, Aldo Maestrelli delineada e, com o estímulo e o
conhecimentos de corrosão estudou o assunto e viu as entusiasmo do Sr. Edmo Padilha
e de proteção suas propriedades promisso- Gonçalves e Aldo Maestrelli, o
ras, na proteção anticorrosiva Prof. Gentil convenceu-se de
anticorrosiva dos metais, especialmente do que seria muito bom preparar
aço, mediante aplicação de uma um curso aberto à comunidade
tinta rica nesse pigmento. Inicial- técnica, em geral, para divulgar
mente procurou os fabricantes de tinta os conhecimentos de corrosão e
que alegaram desinteresse por já contarem de proteção anti-corrosiva, para
com várias tintas anticorrosivas de uso no mercado. a sociedade. Esta seria uma pro-
Por via indireta, passou a visitar empresas que, comprovadamente, missora forma de diminuir os
tinham graves problemas de corrosão, como a indústria naval, fabri- custos da corrosão, que já sabia
cantes de equipamentos e as indústrias automobilísticas. Em todas as serem muito elevados, benefi-
suas visitas constatou um absoluto desconhecimento dos mecanismos ciando o segmento industrial do
da corrosão o que dificultava a introdução das Tintas Ricas em Zinco País, com a diminuição dos cus-
e que a escolha do sistema de proteção se fazia por mera indicação do tos de manutenção e o conse-
vendedor de tintas. qüente aumento da segurança e
Em visita à Refinaria Duque de Caxias (Reduc) ficou sabendo que da eficiência das instalações.
lá era ministrado um curso de corrosão, restrito aos funcionários da Maestrelli articulou então
PETROBRAS, apresentado por um catedrático de Química uma reunião do Prof. Gentil
Inorgânica da UFRJ – o Prof. Gentil. com os outros especialistas
Esses fatos levaram-lhe à conclusão de que havia um problema de mencionados, com o objetivo
cultura tecnológica. Ou seja, falta de conhecimentos relacionados com de criar o planejado curso de
a corrosão e com a proteção anticorrosiva dos equipamentos e instala- corrosão, com a finalidade já
ções, por ambas as partes: os fabricantes de tinta e os seus usuários. E definida durante os contatos
agora, diante desse grave fato, o que fazer? mantidos anteriormente. Daí
Então, para resolver o problema, Aldo Maestrelli reuniu-se com o por diante o trabalho se iniciou
empresário Edmo Padilha Gonçalves, então diretor da IBP, e começa- com a estruturação do curso
ram a discutir o assunto, encontrando uma saída. Buscar um meio de que recebeu logo o apoio dos
fazer uma divulgação séria, consistente, ampla e imparcial para cons- outros professores, e com o pre-
cientizar a comunidade técnica da importância do problema de corro- paro do material instrucional,
são e da escolha técnica de um sistema de proteção anticorrosiva, ade- até então praticamente inexis-
quado a cada caso específico. Desse modo, criaria condições para a tente na língua portuguesa.
aceitação de novas alternativas para a proteção dos equipamentos e A partir de então foram mãos
instalações, dentre essas, obviamente, poderia haver espaço para o uso à obra, acompanhada de perto
do tão promissor pó de zinco. pelo Maestrelli, estimulando, a
O Maestrelli procurou o Prof. Gentil para levar-lhe a idéia de rea- toda hora, os mestres que, em
lizar um curso aberto, que, além de desenvolver os aspectos teóricos de pouco tempo, produziram um
corrosão, também deveria abordar os aspectos práticos dos tratamen- excelente trabalho. Mas o traba-
tos de combate e controle dos processos corrosivos. lho realizado pelo Prof. Gentil
Aproveitando a oportunidade, o Prof. Gentil encaminhou Maes- foi muito mais extenso, princi-
trelli ao Prof. Sabetai Demajorovic, da PUC-Rio, especializado em palmente pela amplitude e
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abrangência do tema, em seus ansioso para participar do


mais variados aspectos. curso. No primeiro dia, fui O primeiro curso aberto
Preparado o material, uma um dos primeiros a chegar.
volumosa apostila, a Indústria O auditório ficou cheio, à comunidade técnica em geral
Brasileira de Pigmentos, esti- com mais de cem alunos. foi um sucesso tão grande
mulada pelo Sr. Edmo e por Obviamente, já sabia
Maestrelli, patrocinou a sua quem era o Prof. Gentil, que logo surgiu a necessidade
produção, apresentando um mas nunca o tinha visto.
volume bem elaborado, enca- Os outros me eram estra-
de se lançar uma
dernado e bonito, pronto para nhos. Chegou a hora de nova edição
distribuir aos alunos do futuro começar a aula e subiu à cáte-
curso que seria lançado no dra o Prof. Paulo Emídio Bar-
mercado, logo depois. Estava bosa, brilhante professor da Escola
tudo pronto para a largada. de Química, que eu já conhecia de
O curso foi então anuncia- outras oportunidades. Ele fez uma primoro-
do, para realização à noite, nas sa apresentação do curso, com um destaque todo especial para o
dependências da Escola de Prof. Vicente Gentil, falando de sua competência, dedicação e entu-
Química, da Praia Vermelha. siasmo pela matéria, e muito mais. Logo a seguir, passou-lhe a pala-
Portanto, bem adequado à vra. Imediatamente o Professor subiu àquele palco e foi ali que o vi
comunidade técnica, aquela pela primeira vez. Subiu os degraus com passos firmes, confiança em
que está dedicada aos seus afa- si próprio, segurança e muita humildade. Agradeceu as referências
zeres durante todo o dia. O elogiosas feitas pelo Prof. Paulo Emídio e passou logo a expor a
curso foi realizado por volta do matéria. Nunca esqueci a clareza com que foi dando as explicações
mês de agosto de 1966 (não dis- e mostrando a simplicidade dos princípios básicos da corrosão, dei-
ponho da data certa) com uma xando-me muito bem impressionado. E também a toda a platéia.
Da esquerda platéia numerosa de cerca de 80
para a alunos, segundo Maestrelli.
direita: Não participei desse curso por-
Aldo que, quando soube, já era tarde.
Maestrelli, Mas sei que ele foi um autênti-
Aldo Dutra e. co sucesso.
General O sucesso foi tão grande
Iremar, que, dentro de pouco tempo,
redigindo a um novo curso foi lançado. A
Ata de esse fui um dos primeiros alu-
Fundação da nos a me inscrever. Ele realizou-
ABRACO, se em dezembro do mesmo ano,
no Hotel no mesmo local: o auditório da
Gloria. Escola de Química. Eu estava

Primeira
página da ata
de fundação
da ABRACO
em 17 de
outubro
de 1968

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Este segundo curso foi tam- tão bom realizado pelo Prof. Gentil e sua equipe. A idéia da ABRA-
bém uma maravilha, sendo CO estava então lançada em público.
justo destacar a imparcialidade A partir de então, eu, o General Iremar e o Maestrelli ficamos
com que ele foi conduzido, empenhados em criar a associação, discutindo a elaboração de um
durante todas as suas etapas, do estatuto e também de buscar uma sede, para a qual o General
começo até o fim. Em nenhum Iremar contava, em último caso, com a Casa da Paraíba, que ficava
momento, manifestou-se o no centro da cidade do Rio de Janeiro. Com isso chegamos ao ano
mais leve toque de caráter co- de 1968, ocasião em que no Instituto Brasileiro de Petróleo – tam-
mercial, mesmo tendo sido dis- bém de sigla IBP – lançava a realização do seu V Seminário que,
tribuído material instrucional pela segunda vez, abordaria o tema da corrosão. Nessa época acei-
com o apoio de uma empresa tei coordenar a Comissão Organizadora, convidando o Prof. Gen-
industrial, interessada no til para integrá-la, o que aceitou de modo muito
assunto. Seguiram-se as aulas solícito, dando-nos uma prestimosa
do Prof. Walter Mannheimer colaboração. Os outros membros da
sobre a corrosão-sob-tensão, Comissão eram Albary Eckmann
um assunto que não era sim- Peniche (Eng. de Inspeção da
ples, mas foi abordado com Refinaria de Cubatão), Aldo A Associação Brasileira
muita clareza, facilitando o en- Maestrelli (já identificado de Corrosão foi criada
tendimento dos fenômenos. O acima) Carlos Oliveira (Ser-
mesmo aconteceu com o Co- viço de Relações Públicas da durante o V Seminário de
mandante Hugo Lima e com o PETROBRAS), Georg Combate à Corrosão
Prof. Sabetai. Wainberg (PETROBRAS),
Na platéia, sentado na ca- Guilherme Coelho Catram- do Instituto Brasileiro
deira em frente à minha, havia by (PETROBRAS), Iremar
um aluno também visivelmente de Figueiredo F. Pinto (já refe-
de Petróleo
idealista, que era o aposentado renciado antes), Maurício Latgé
General Iremar de Figueiredo (PETROBRAS/Departamento
Ferreira Pinto, um nordestino Industrial), Ney Vieira Nunes (PE-
da Paraíba, de muita fibra, que TROBRAS/Região de Produção, da
não ocultava o seu entusiasmo. Bahia), Ruth de Oliveira Vianna (Diretoria de
No último dia de aula, ele ma- Material da Aeronáutica), Vasco Gomes Moreira (PETRO-
nifestou-se em voz alta no BRAS/Departamento de Transportes) e Osvaldo Faria dos Santos –
intervalo: “uma coisa tão boa Secretário Executivo do IBP.
como esta vai ficar assim, sem Foi durante este Seminário, realizado no auditório nobre do
mais nada, logo mais?” Aí foi a Hotel Glória, do Rio de Janeiro, que fundamos a Associação
minha vez. Tomei a palavra e Brasileira de Corrosão – ABRACO. A foto da página 24 mostra o
propus que criássemos uma momento em que eu, juntamente com Maestrelli e o General Ire-
associação técnica, semelhante mar, redigíamos a Ata de Fundação, numa sala do Hotel. Logo em
à National Association of Cor- seguida fizemos uma solenidade que formalizou a criação da
rosion Engineers – a NACE, ABRACO, no dia 17 de outubro de 1968, cuja Ata foi assinada por
dos Estados Unidos, da qual já todos os presentes. Depois, ela foi disponibilizada para a assinatura
era associado. Assim podería- de outras pessoas que compareceram ao Seminário, mas que não
mos voltar a ter encontros, estavam presentes nesta solenidade, e que gostariam de assegurar a
outros cursos e várias outras condição de associados fundadores, dentre eles o General Arthur
atividades associativas, dando Duarte Candal Fonseca, então Presidente da PETROBRAS, que
continuidade a esse trabalho prestigiou o evento com sua presença e com sua fala.
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Passado o Seminário, conseguimos pouca divulgação do tema, no


com o Dr. Plínio Cantanhede, Pre- Brasil, naquela época. Ob-
sidente do Instituto Brasileiro de viamente o curso foi imediata-
Os cursos do Prof. Petróleo – IBP, a regalia de insta- mente autorizado, e realizado
larmos a ABRACO na sua se- com toda a brevidade, tendo
Gentil continuaram a se repetir de, no Edifício Avenida Cen- sido também um autêntico
e seu prestígio transpôs tral, no 10º andar, numa das sucesso. E o bom é que a Fede-
salas do grupo 1035, onde ração, que não precisava dos
as fronteiras do Rio de permanecemos por cerca de recursos gerados pelo curso,
Janeiro e chegou a São Paulo, dois anos. Depois disso, fo- destinou-os integralmente aos
mos abrigados pelo Instituto trabalhos de implantação da
Espírito Santo e Nacional de Tecnologia (INT), ABRACO.
graças à especial atenção do Dr. Depois de todos os suces-
Rio Grande do Sul Paulo Pereira, então Diretor sos, e cada vez mais entusias-
Geral daquele Instituto. De lá saí- mados com esses resultados,
mos para a nossa sede atual, iniciada tanto Maestrelli como o Sr.
na Sala 412 da Avenida Venezuela, no 27, Edmo passaram para uma no-
onde hoje dispomos de várias salas próprias. va fase, incentivando o Prof.
Na primeira reunião realizada, estruturamos a primeira Dire- Gentil a transformar sua apos-
toria da ABRACO, assim constituída: Presidente – Vicente Gentil, tila no primeiro livro brasileiro
Vice-Presidente – Aldo Cordeiro Dutra, Primeiro Secretário – Aldo sobre a corrosão. Esse livro
Maestrelli, Segundo Secretário – Guilherme Coelho Catramby, chega agora à sua 5ª Edição
Primeiro Tesoureiro – Fernando Servos da Cruz, Segundo como o último legado do gran-
Tesoureiro – Vasco Gomes Moreira. O General Iremar não quis de Professor Vicente Gentil.
aceitar cargo na gestão da Associação, preferindo ficar na condição Finalmente, tenho a satis-
de colaborador, como o foi até o fim de sua vida, a quem a ABRA- fação de deixar consignado
CO muito deve. aqui o meu agradecimento aos
Os cursos do Prof. Gentil e sua equipe continuaram a repetir- amigos Aldo Maestrelli, Alceu
se e, com o sucesso crescente, o seu prestígio transpôs as frontei- Pinheiro Fortes (que, na
ras do Rio de Janeiro e chegou a São Paulo, ao Espírito Santo e época, serviu no CENAP/
ao Rio Grande do Sul. Um incidente bem ilustrativo daquele PETROBRAS por cerca de 10
problema cultural, já mencionado, ocorreu numa Federação das anos), Professor Walter Arno
Indústrias onde Maestrelli foi propor a realização de um curso de Mannheimer e Professor Can-
corrosão. A autoridade que o atendeu disse com franqueza que dido Ribeiro Toledo, cuja con-
não seria necessário, pois seu pessoal técnico não teria necessida- tribuição, relacionada princi-
de disso. Para exemplificar sua assertiva chamou o seu assessor palmente com os aspectos his-
técnico e perguntou-lhe se estava familiarizado com a corrosão e tóricos, foi absolutamente
as técnicas de sua proteção. Ele respondeu humildemente que imprescindível no preparo
não conhecia o assunto, o que não foi estranho, em vista da deste trabalho.
C&P20_Artigo_AdevalNovo 1/1/04 3:47 AM Page 1

Artigo Técnico

Noções Básicas sobre Processo


de Anodização do Alumínio
e suas Ligas - Parte 8
7ª Etapa – Coloração Eletrolítica da Camada de Anodização

sta parte do artigo irá cesso é automático e compu- camada de anodização.


tratar de processos inova- tadorizado, com capacidade Diferentes tonalidades de
dores, detentores das para controlar uma corrente cores são obtidas por orienta-
atualizações tecnológicas mais alternada de baixa voltagem ções diferenciadas assumidas
recentes em eletrocoloração da atuando em uma freqüência pelas partículas. Esse efeito é
camada de anodização, utili- com forma de onda especial provocado pela alteração da
Por Adeval zando íons metálicos de Sn para para realizar a modificação camada barreira quando a
Antônio esse fim. nos poros da camada de ano- mesma é submetida ao estágio
Meneghesso dização. de modificação.
Cores, inovações, Multicolor 3. Coloração da camada de O teste de resistência à
Recentemente, uma nova anodização em uma solução abrasão pelo método de Taber
Colaborador: tecnologia de coloração para convencional de eletrocolo- confirma a qualidade da cama-
João Inácio camadas de anodização, abran- ração baseada em sais de da de óxido, que não sofre
Gracciolli gendo todo o espectro de estanho. alterações físico-químicas pela
(Surface cores, foi apresentada ao mer- 4. Selagem dos poros da cama- imersão em uma solução ácida
Finishing - CBA) cado mundial do alumínio. da de anodização por méto- no banho de modificação da
Esta nova tecnologia atende à dos convencionais conheci- camada.
coloração da camada anódica dos e em uso normal, como
nas tonalidades das cores Aço hidratação ou impregnação. PARÂMETROS OPERACIONAIS
Inox, Cinza, Azul, Verde,
Amarela e Púrpura. As cores obtidas em tons Estágio 1: Processo de anodização
A nova tecnologia é com- pastel de cinza, azul, verde e Ácido Sulfúrico 160 - 220 g/l
posta pelas etapas descritas a amarelo, têm ótima resistência Alumínio (dissolvido) 8 - 12 g/l
seguir: ao desbotamento e a sua perfor- Temperatura
mance à exposição à intempé- 8 - 21ºC
1. Anodização convencional, ries em ambientes externos é Densidade de Corrente 1,2 - 1,8 A/dm2
(camada anódica), produzi- similar aos tratamentos conven- Camada Anódica > 10 microns
da em conformidade com as cionais de eletrocoloração.
normas internacionais e na- Teste na câmara de Kester- Estágio 2: Modificação da camada barreira
cionais para arquitetura e nich em conformidade com a Ácido Sulfúrico 30 - 50 g/l
construção civil, que estabe- norma DIN 50 018 não apre- Aditivo 40 g/l
lecem as condições de uso e sentou indícios de mudança Temperatura 19 - 21ºC
resistência para o setor. de aspecto. No entanto, o teste Densidade de Corrente max 0,5 A/dm2
2. Modificação da Camada de de exposição simulada (artifi- Tempo de Tratamento > 10 microns
Anodização realizada em cial weathering), em confor-
uma solução fracamente midade com a norma DIN 53 Estágio 3: Processo de coloração
ácida contendo um aditivo 384, apresentou o seguinte Ácido Sulfúrico 18 - 22 g/l
que atua como um protetor resultado após 2.400 horas: Sulfato de Estanho 8 - 18 g/l
efetivo da camada anódica não houve alteração da cor Aditivo 20 g/l
de óxido. O tratamento é original. Temperatura 15 – 25ºC
realizado através de um pro- Os resultados acima men-
cesso eletrolítico pelo uso de cionados são lógicos porque o
uma corrente alternada em tratamento é similar ao pro- É possível utilizar um
forma de onda especial gera- cesso de eletrocoloração por único Alimentador – Transfor-
da por um Alimentador – eletrodeposição de sais de esta- mador para operar no estágio
Transformador. Todo o pro- nho depositados nos poros da 2 e no estágio 3, desde que

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C&P20_Artigo_AdevalNovo 1/1/04 3:47 AM Page 2

não seja simultaneamente. Alimentador, transformador, base de sulfato de estanho,


Essa nova tecnologia para Tecnocolour obtendo a cor preta com tem-
ser implantada deve respeitar Todo o processo de modifi- pos abaixo de 10 minutos em
alguns parâmetros de processo cação da camada que viabiliza a soluções com baixa concen-
inspecionados preliminarmen- nova tecnologia para a obten- tração de sulfato de estanho;
te, como: ção do sistema de eletrocolora- • Novas cores como “aço inox”
1. Condições operacionais do ção, denominado Multicolor, é em soluções à base de sulfato
processo de anodização: executado por um equipamen- de estanho ou à base de sais
temperatura, densidade de to elétrico, Alimentador – de níquel;
corrente aplicada, espessura Transformador, dotado de uma • Eletrocoloração do alumínio
da camada de anódica. tecnologia complexa que per- de soluções baseadas em sais
2. Condições operacionais do mite o seu funcionamento em de níquel, obtendo a cor
processo de eletrocoloração: corrente contínua, corrente preta intensa em tempos
concentração de ácido sul- alternada convencional, corren- menores de 10 minutos;
fúrico, concentração de sul- te alternada com freqüência • Eletrocoloração do alumínio
fato de estanho, tipo e con- variável e combinação da cor- obtida de vários tipos de sais
centração do aditivo de ele- rente contínua e corrente alter- como cobalto, cobre, selênio,
trocoloração, tipo de Ali- nada com freqüência variável. prata ou mistura desses sais,
mentador – Transformador Todo procedimento acima com tempos de coloração em
utilizado para a coloração. descrito é comandado e geren- tons escuros reduzidos em
ciado por um sistema computa- cerca de 30% quando relacio-
Efetuada esta análise, o dorizado que pode memorizar e nados aos tempos de equipa-
tanque de tratamento pode ser executar 100 programas de mentos convencionais. •
preparado. Este tanque será cores diferentes, podendo ser
uma cópia do tanque de ele- conectado a um computador
trocoloração baseado em sul- central que fará o gerenciamen-
fato de estanho com eletrodos to das demais variáveis do pro-
em Aço Inox AISI 316 L e cesso, como por exemplo, a
lavagem relativa a esta etapa. voltagem aplicada e o tempo de
Torna-se necessário padro- processo.
nizar os procedimentos e parâ- Esse equipamento pode
metros de processo da anodi- produzir: Eng. Adeval Antônio Meneghesso
zação e da eletrocoloração, • Camadas de anódicas em cor- Diretor superintendente da Italtecno
evitando-se variações e oscila- rente contínua ou em corren- do Brasil – Contato com o autor:
ções acentuadas nos intervalos te alternada, adeval.meneghesso@italtecno.com.br
de trabalho predeterminados. • Eletrocoloração em banhos à Fax.: (11) 3825-7022

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Notícias do Mercado

International Paint: parceria em treinamentos


Desde janeiro de 2007, a International Paint
vem ministrando treinamentos sobre Pintura
Marítima e Manutenção à Bordo para os funcio-
nários da TRANSPETRO. Para tanto, a empresa
se vale de seu moderno Centro de Treinamento,
com auditório, onde é desenvolvida a parte teóri-
ca, e salas equipadas com máquinas e instrumen-
tos utilizados na pintura (como, por exemplo,
cabine de jato, airless
spray e hidrojato) para
as aulas práticas.
O curso possui car- Além da TRANSPETRO, a
ga horária de 16 horas, International fechou uma parce-
para público preferen- ria de treinamento e capacitação
cial de IMT, CTR, na área de pintura com o
MNC, MOC e é reali- Estaleiro Atlântico Sul. Neste
zado no Centro de caso, as aulas serão ministradas
Treinamento da fábri- no Centro de Treinamento do
ca da International, estaleiro, em Recife (PE). Em
em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio março, a gerente de marketing Rosiléia Manto-
de Janeiro. vani realizou um curso intensivo sobre Pintura
O programa conta com uma parte teórica e, Marítima para a primeira turma de profissionais,
posteriormente, com uma parte prática, na qual com carga horária de 32 horas distribuídas em
os profissionais podem praticar os conhecimentos quatro dias. O conteúdo abrangeu teorias de cor-
teóricos adquiridos, através de equipamentos e rosão, preparação de superfície, tipos e aplicação
ferramentas utilizadas na pintura, desde a prepa- de tintas, saúde e segurança no manuseio de tin-
ração correta da superfície até a aplicação da tinta. tas, testes de campo (medição de espessura, salini-
Durante o treinamento também são aborda- dade etc.) dentre outros assuntos específicos para
dos o manuseio seguro das tintas, a conscientiza- se obter o sucesso em uma pintura marítima.
ção do uso de produtos de alto valor agregado e a Segundo Rosiléia, há uma programação pre-
evolução dos produtos que cada vez são menos definida até o final de 2008 de treinamentos, de
agressivos ao ser humano e ao meio ambiente. acordo com as necessidades dos clientes, e infor-
Além disso, são apresentadas situações que refor- ma ao mercado que a International Paint está
çam a significativa redução de custo operacional e aberta a novas parcerias para levar essa experiên-
de consumo de material para o cliente. cia a outros usuários.

PROMAR obtém certificação ISO 9001


A Promar Tratamento fruto de uma sólida infra-es-
Anticorrosivo está comemo- trutura de um corpo comer-
rando a conquista da certi- cial e técnico qualificado, ins-
ficação ISO 9001. Criada em petores nível I PETROBRAS.
maio de 1986, a empresa A empresa presta serviços para
reúne profissionais que lhe os segmentos de saneamento
conferem grande experiência básico, siderurgia, petrolífe-
na área de anticorrosão e pin- ras, mineradoras, construção
tura industrial. civil e naval, indústria quími-
Esta certificação consoli- ca e outros setores que utili-
da a qualidade do trabalho, zam pintura industrial.

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Notícias do Mercado

Venda de tintas de manutenção e proteção em alta


As vendas de tintas de marítimas também contribui- nas vendas, ficando entre e
manutenção industrial, usa- rão para esse crescimento, em 10% e 20%”, afirma Dilson
das para evitar corrosão e função dos investimentos em Ferreira, presidente-executivo
garantir a integridade de equi- plataformas de extração de da ABRAFATI – Associação
pamentos e estruturas, estão petróleo e gás, da renovação da Brasileira dos Fabricantes de
em forte crescimento. O bom frota de petroleiros e da reto- Tintas.
desempenho das vendas em mada da indústria naval. Atualmente, as tintas de
2007, com crescimento supe- “A demanda por tintas de manutenção são um dos seg-
rior a 10% em relação ao ano manutenção continuará aumen- mentos com melhor desempe-
anterior, pode ser atribuído a tando nos próximos anos, em nho na indústria de tintas,
fatores como a forte expansão função de projetos ligados ao que, de maneira geral, teve um
do segmento sucroalcooleiro, PAC – Programa de Aceleração ano positivo em 2007 e prevê
os significativos investimentos do Crescimento e do próprio a continuidade dos bons resul-
na exploração, produção e desempenho positivo da econo- tados em 2008. No ano passa-
transporte via dutos de petró- mia brasileira. Há ainda um do, o faturamento total da
leo e gás, o incentivo a obras bom potencial para a exporta- indústria de tintas no Brasil
de infra-estrutura e energia, o ção desse tipo de tinta. Para este alcançou US$ 2,442 bilhões,
fortalecimento da atividade ano e os próximos, a previsão é com vendas de 1,045 bilhão
industrial em geral. As tintas de crescimento de dois dígitos de litros.

Atende norma
Petrobras N-1201
Revestimento
Tipo III
AbracoInforma20 1/1/04 8:01 AM Page 1

ABRACO Informa

ABRACO organiza evento em Vitória

A ABRACO realizou, pela primeira vez, em


Vitória/ES, o curso de Qualificação de Inspetor
de Pintura Industrial Nível 1 que ocorreu no
período de 18 a 29 de fevereiro de 2008.
O curso contou com 31 alunos. Participaram
os instrutores Laerce de Paula Nunes e Jeferson
Silva, membros da diretoria da associação, além de
Eduardo de Andrade e Segehal Matsumoto. O
evento foi organizado pelo setor de Cursos da
ABRACO e coordenado por Alessandra Nunes.

Qualificação de Inspetor de Pintura Industrial


Nível 1 do PROMINP
Nos dias 18 e 19 de março deste ano foi apli- zou a primeira
cada com grande sucesso na ABRACO a comple- etapa dos exames
mentação dos exames de qualificação da primeira de Qualificação
turma de Inspetores de Pintura Industrial de Nível de Inspetor de
1 do PROMINP – Programa de Mobilização da Pintura Industrial
Indústria Nacional de Petróleo e Gás. A avaliação – Nível 1 consti-
foi feita pelo SEQUI/PETROBRAS que trouxe tuída de uma pro-
para a cidade do Rio de Janeiro toda a estrutura va teórica e pelo
necessária para a qualificação, tais como provas estudo de casos.
escritas, equipamentos e corpos de prova. Os exa- As referidas provas foram aplicadas pelo
minadores responsáveis foram os engenheiros. SEQUI/PETROBRAS, que já realiza esses exa-
Paulo Sérgio de Castro Santos e Francisco Otávio mes de qualificação em suas instalações em São
Pereira da Silva. José dos Campos/SP, desde 1987. Os examina-
No mesmo período, também nas instalações dores foram os engenheiros Gilberto Oliveira
da ABRACO no Rio de Janeiro, o SEQUI reali- da Silva e Francisco Otávio Pereira da Silva.

ABRACO e IPT organizam evento


A ABRACO, em parceria com o IPT, realizou ção junto à PETROBRAS, de acordo com os
em São Paulo/SP, de 7 a 19 de abril, mais um requisitos da Norma 2004-B, habilitando-os a
curso de Inspetor de Pintura Industrial Nível 1, zelar pelas ações de prevenção e detecção de defei-
com 24 participantes. As atividades proporcionam tos de pintura industrial, como prescrito nas ativi-
conhecimentos teóricos e práticos para desempe- dades exercidas pelo Inspetor de Pintura
nhar a função. Além disso, possibilita a qualifica- Industrial contidas na referida Norma.

Workshop comemorativo
A ABRACO fará realizar em sua sede, no Rio Local: Cidade do Rio de Janeiro
de Janeiro/RJ, nos dias 16 e 17 de outubro, um Conteúdo: Conferência de Abertura, Palestras
Workshop comemorativo aos 40 anos da associa- e Mesas-redondas
ção que terá como tema central.
Workshop: "40 Anos a Serviço do Combate
e Controle da Corrosão no Brasil" Maiores detalhes, informações e inscrições, acesse o
Data: 16 e 17 de outubro de 2008 site: www.abraco.org.br

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Zehbour Mar.AbrNewest 1/1/04 3:38 AM Page 1

Artigos Técnicos

Fosfatização de Metais Ferrosos


Parte 12 – A influência dos íons
ferrosos e outros compostos
O efeito dos íons ferrosos e de outros cátions, além de compostos orgânicos como inibidores ou
surfactantes são citados, discutidos e exemplificados

LÉM DA ACIDEZ, DOS FOS- camada fosfatizada será forma- inadequadas para uso (FREE-
fatos diácidos e dos ace- da por hopeíta e fosfofilita. MAN, 1988, p.120).
leradores, outros com- Este tipo de camada é o deseja- SAISON (apud RAUSCH, 1990,
postos podem estar presentes do. Além disso, a presença de p.96) estudou a influência da
nos banhos de fosfatização, seja pequenas quantidades de íons relação entre os íons ferrosos e
por adição proposital, seja de ferro na camada diminui a íons de zinco na composição Por Zehbour
como contaminantes. A seguir, porosidade e aumenta a resis- das camadas fosfatizadas. Este Panossian
serão apresentados os produtos tência à corrosão (FREEMAN, pesquisador utilizou banhos
mais significativos. 1988, p. 20). não-acelerados operando a
Quando o teor de íons fer- 95ºC. Os seus resultados estão
Íons ferrosos nos banhos rosos eleva-se muito, o efeito transcritos na Tabela 1. Pode-se
de fosfatização benéfico da presença destes é verificar que, com o aumento
A concentração de íons fer- revertido: a camada fosfatizada excessivo de íons de ferro, a for-
rosos no banho de fosfatização vai ficando cada vez mais rica mação da hopeíta é totalmente Por Célia A. L.
à base de fosfato de zinco ou à dos Santos
base de fosfato de manganês é TABELA 1
um parâmetro muito impor- Influência da concentração relativa de íons ferrosos e de íons de
tante. Concentrações modera- zinco no banho, na composição das camadas fosfatizadas obtidas
das de íons ferrosos são necessá- a partir de banhos não-acelerados de fosfato de zinco, a 95ºC (SAI-
rias para a adequada formação SON apud RAUSCH, 1990, p.96)

da camada de fosfato1. Razão molar


No caso de banhos à base de Fe2+/Zn2+ 0 0,19 0,68 2,1 g
fosfato de zinco, quando a con- Hopeíta na camada Presente Presente Ausente Ausente
centração de íons ferrosos é mui- Presente em
to baixa, a camada será rica em Fosfofilita na camada pouquíssima Presente Presente Presente
hopeíta: Zn3(PO4).4H2O. Esta quantidade
camada é pouco resistente a mei-
os alcalinos e apresenta desempe- em ferro até ser constituída inibida. Um fato que poderia
nho insatisfatório quando utili- quase que exclusivamente de explicar isto é a tendência do
zado como base de pintura. fosfofilita. Como conseqüência aumento do pH do banho com
À medida que a concentra- têm-se: o aumento de íons ferrosos
ção de íons ferrosos no banho • a formação de camadas (BIESTEK & WEBER, 1974,
aumenta, a camada fosfatizada fosfatizadas não-unifor- p.135). Em banhos não-acele-
torna-se rica, também, em fos- mes e não-microcristalinas rados, a concentração dos íons
fofilita, FeZn2(PO4)2.4H2O. (BIBIKOFF,1985); ferrosos aumenta gradativa-
Assim, quando a concentração • a alteração nas característi- mente, aumenta também o pH
de íons ferrosos é adequada, a cas do banho tornando o o que causa a precipitação do
controle mais difícil (FREE- fosfato de zinco na forma de
MAN, 1988, p.22); lama. Assim, enquanto o teor
1. Para os banhos à base de fosfato fer- • a inibição da formação da de íons ferrosos aumenta o de
roso obviamente não há preocupação em camada fosfatizada (MET- íons de zinco diminui.
se adicionar íons ferrosos. Os banhos à ALS HANDBOOK, 1987, O aumento incontrolado
base de metais alcalinos ou amônio p.435). de íons ferrosos no banho
também não necessitam da presença de Quando o teor de ferro na determina, além da formação
íons ferrosos para seu bom funciona- camada atinge 30% a 40%, as preferencial da fosfofilita, a de
mento. camadas fosfatizadas tornam-se um outro fosfato de ferro: a
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Fehurealita, de fórmula mole- em íons de ferro, as reações de parte destes íons.


cular Fe5H2(PO4)4.4H2O formação das camadas fosfatiza- Uma vez adicionados íons
(Rausch, 1990, p.95). Este das vão prevalecendo e o banho ferrosos a um banho novo,
composto reduz a estabilidade começa a operar dentro dos espera-se que, dentro das con-
da camada fosfatizada em expo- padrões requeridos, produzindo dições operacionais normais, o
sições atmosféricas. camadas com hopeíta e fosfofi- teor de íons ferrosos mantenha-
No caso de fosfatização pe- lita, mais escuras (FREEMAN, se constante. Porém, na prática,
sada (camadas destinadas à pro- 1988, p.12). Por esta razão, cos- muitas vezes ocorre aumento
teção contra corrosão após tuma-se condicionar (envelhe- excessivo destes íons o que tam-
oleado) uma quantidade muita cer) um banho novo colocan- bém é prejudicial. Este aumen-
baixa de ferro determina a do-se palhas de aço. A grande to pode ocorrer devido (SCIS-
obtenção de camadas com cris- maioria dos banhos proprietá- LOWSKI, 1988):
tais grandes e esparsas e com rios à base de fosfato de zinco e • ao controle inadequado
baixa aderência. Por outro lado, aplicados por imersão requerem do acelerador utilizado;
um excesso de íons ferrosos de 0,3g/l a 0,4g/l de palha de • à temperatura abaixo da
causa a obtenção de camadas aço (SCISLOWSKI, 1990). Uma faixa especificada pelo for-
pulverulentas. Para ambos os outra alternativa é aumento da necedor do processo. Nes-
casos, o desempenho será insa- carga ou a fosfatização de suca- tas condições, a velocidade
tisfatório. tas no início de operação dos de formação da camada
Pelas razões citadas, é possí- banhos. Pode-se ainda adicio- fosfatizada diminui e a
vel perceber a importância da nar ao banho novo uma peque- superfície do substrato
presença de aceleradores do na quantidade do banho velho fica mais tempo exposta
tipo oxidante que, conforme já (cerca de 2% - SCISLOWSKI, ao efeito decapante do
foi discutido, são capazes de 1988). Há, ainda, outra manei- banho;
oxidar íons ferrosos a férricos. ra de aumentar o teor de íons • à relação elevada de área
Em alguns tipos de banhos, é ferrosos: é a adição de sulfato fosfatizada/volume do ba-
possível o uso de substâncias ferroso aos banhos. Para banhos nho. Pode-se tomar, como
seqüestrastes capazes de com- à base de fosfato de zinco, a lite- regra geral o seguinte:
plexar os íons ferrosos. ratura recomenda a adição de • 120 g do item a ser fos-
Quando se inicia a fosfatiza- 0,45 g/l de sulfato ferroso e de fatizado por litro de
ção do aço, o ataque do metal 0,18 g/l para os banhos à base banho ou;
vai gradativamente formando de fosfato de manganês (METALS • 25 cm2 de área do item a
os íons ferrosos que por oxida- HANDBOOK, 1987, p.444). ser fosfatizado por litro
ção passam para férricos. Neste Normalmente, o condicio- de banho.
sentido, ao se estudar um namento de um banho novo Os banhos acelerados com
banho de fosfatização que está deve ser feito logo após a adição nitratos operando a altas tem-
adequadamente funcionando, do concentrado (xarope), antes peraturas funcionam com altos
ver-se-á que o banho contém do acerto da acidez livre e antes teores de íons ferrosos em solu-
uma certa quantidade de íons da adição do nitrito (caso o ção, sendo conhecidos como
ferrosos e de íons férricos, estes banho seja acelerado com nitra- banhos “lado ferro” e traba-
últimos presentes principal- to/nitrito). Após a adição da lham sem a formação de lama.
mente na lama. Já um banho de quantidade requerida de ferro, Os banhos acelerados com
fosfatização novo não contém deve-se esperar algumas horas nitratos operando a tempera-
os íons ferrosos e nem os íons (por exemplo 4 horas) e em turas moderadas funcionam
férricos. Assim, inicialmente seguida acertar o banho. Nesta com teores moderados de íons
haverá uma forte tendência etapa, a quantidade de nitrito ferrosos em solução, sendo
para o enriquecimento do requerida normalmente é o conhecidos como banhos
banho com estes íons: uma boa dobro da recomendada: por “lado ferro e nitrito” e traba-
parte dos íons ferrosos produzi- exemplo, se o fornecedor reco- lham com quantidade reduzi-
dos vai para o banho e não para mendar 0,2 g/l (0,02%) de da de lama. Nestes dois tipos
a formação das camadas fosfati- nitrito, deverá ser adicionado de banhos, o teor de ferro deve
zadas. Estas camadas são ricas 0,4 g/l (0,04%). Isto porque ser controlado. Normalmente,
em hopeíta e apresentam uma como se adicionou o ferro, ter- este teor já é especificado pelo
coloração acinzentada (FREE- se-á uma concentração excessi- fornecedor do banho.
MAN, 1988, p.12). À medida va de íons ferrosos e o nitrito A título de ilustração estão
que o banho vai ficando rico será consumido para oxidar apresentados a seguir alguns
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banhos com os limites de íons (KUEHNER, 1985) determinando fosfatizadas obtidas a partir de
de ferro (FREEMAN, 1988, p. uma diminuição significativa do banhos à base de fosfato de
209- 211): tamanho dos cristais de fosfato zinco é altamente influenciada
• banho lado ferro, à base de (de 25 m para 4 m - NARAYANAN, pelo tipo de pré-tratamento uti-
fosfato de zinco acelerado 1996), sendo, por esta razão, lizado. Por exemplo, quando se
com nitrato, com acidez muitas vezes chamados de refi- utilizam desengraxantes alcali-
total mantida entre 38 ml nadores de grão. nos fortes e decapagem ácida, a
e 42 ml, operando a tem- A adição de íons de cálcio camada obtida será de granula-
peratura entre 80ºC e aos banhos de fosfatização a ção grosseira, camada esta ina-
90ºC (para resistência à base de fosfato de zinco (co- dequada para servir como base
corrosão): o teor de íons nhecido como fosfato de zinco de pintura. Uma das maneiras
ferrosos deve ser mantido modificado com cálcio) deter- de contornar este problema é
entre 2 g/l e 4 g/l (0,2% a mina uma modificação signifi- utilizar banhos modificados
0,4%); cativa nas características da com cálcio. Com isto, obtém-se
• banho lado ferro, à base de camada fosfatizada (NARAYA- uma camada fosfatizada con-
fosfato de manganês acele- NAN, 1996): tendo fosfato duplo de cálcio e
rado com nitrato, com aci- • a estrutura fosfofilita/ho- zinco, que refina a camada
dez total mantida entre 28 peíta transforma-se em independente do tipo de pré-
mL e 32 ml, operando schlozita/hopeíta. tratamento utilizado (FREEMAN,
entre 96ºC e 99ºC (para A schlozita é o fosfato 1988, p.53-54).
resistência ao desgaste): o duplo de cálcio e zinco,
teor de íons ferrosos deve Zn2Ca(PO4)2.2H2O. A Íons de manganês e níquel -
ser mantido entre 2 g/l e 4 quantidade deste fosfato banho tricátion
g/l (0,2% e 0,4%); na camada dependerá da Os banhos à base de fosfato
• banho lado ferro e nitrito, quantidade de íons de cál- de zinco podem ser modifica-
à base de fosfato de zinco cio presentes no banho; dos com a adição simultânea e
acelerado com nitrato, • aumenta a resistência à sais de manganês e de níquel.
com acidez total mantida corrosão; São os banhos de fosfato de
entre 20 ml e 24 ml, ope- • a camada fosfatizada tor- zinco modificados com manga-
rando entre 65ºC e 75ºC na-se mais compacta. nês e níquel. A adição destes
(para trefilação de fios e Segundo LAINER e KUDRY- dois íons metálicos determina
extrusão de tubos): o teor AVTSEV (1966, p.204), o efeito um refinamento de grão e me-
máximo de íons ferrosos benéfico do cálcio é conseguido lhora de maneira significativa a
deve ser mantido abaixo com adições de até 1,6 g/l de resistência à corrosão das cama-
de 2 g/l (0,2%); óxido de cálcio. Concentrações das fosfatizadas. No caso de fos-
• banho lado ferro e nitrito, superiores determinam a for- fatizar aço zincado, obtém-se
à base de fosfato de zinco mação de uma camada esbran- uma hopeíta modificada que
acelerado com nitrato, quiçada como conseqüência da apresenta propriedades equiva-
com acidez total mantida adsorção de hidróxido de cál- lentes às camadas de fosfofilita
entre 40 ml e 50 ml, ope- cio. A temperatura de operação no que se refere à resistência à
rando entre 40ºC e 50ºC dos banhos modificados com degradação química e térmica.
(para trefilação de fios e cálcio deve ser mantida supe- Banhos deste tipo, especial-
extrusão de tubos): o teor rior a 60ºC, preferencialmente mente desenvolvidos e conheci-
máximo de íons ferrosos entre 72ºC e 82ºC (WOODS & dos como banhos tricátion,
deve ser mantido abaixo SPRING, 1979). Além disso, podem ser utilizados para fosfa-
de 1,3 g/l (0,13%). estes banhos têm a desvanta- tizar alumínio, aço e aço zinca-
Os dois primeiros banhos gem de formar muita lama do (NARAYANAN, 1996).
trabalham praticamente sem (METAL FINISHING, 1998, p.95).
lama. Os dois últimos banhos Um outro fato, que merece Refinadores de grão
trabalham com lama, porém, ser mencionado, é a influência O refinamento de grão pode
com volume reduzido. do pré-tratamento na estrutura ser conseguido através de (WO-
das camadas fosfatizadas obti- ODS & SPRING, 1979; RAUSCH,
Íons de cálcio das com banhos à base de fosfa- 1990, p.21):
Os íons de cálcio têm um to de zinco e à base de fosfato • adição de substâncias no
efeito pronunciado no tamanho de zinco modificado: a granula- próprio no banho de fosfa-
e na forma dos cristais de fosfato ção e a espessura das camadas tização, como: íons de cál-
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cio, polifosfatos, compos- aniônicos ou não-iônicos são possível diminuir duas


tos orgânicos poliidróxi- utilizados em banhos aplicados etapas do processo de fos-
dos e glicerifosfatos, áci- por imersão. Quando o banho fatização: a de desengraxa-
dos orgânicos como o é aplicado por aspersão, surfac- mento e a de imersão em
ácido tartárico, o cítrico tantes não-iônicos com baixa solução de ácido crômico.
ou glicerofosfônico; capacidade de formar espuma Muitos banhos proprietá-
• uso de ativação no pré-tra- são utilizados. A concentração rios à base de fosfato de zinco
tamento. destes surfactantes pode variar contêm agentes tensoativos que
Os íons de cálcio são larga- de 0,1 g/l a 1,0 g/l (RAUSCH, têm a função de tornar a lama
mente utilizados. No entanto, 1990, p.126). Detergentes sin- floculenta, o que facilita a sua
os compostos orgânicos são téticos podem ser adicionados remoção. Banhos isentos deste
ainda pouco comuns, devido às com o objetivo de manter a tipo de produtos produzem
seguintes razões: lama floculenta e assim facilitar lama dura de difícil remoção
• os compostos orgânicos a sua remoção do banho (SCIS- (WOODS & SPRING, 1979).
formam complexos com LOWSKI, 1990). NAIR & SUBBAIYAN (1993)
os íons metálicos. Assim No entanto, a adição de conduziram um estudo com
sendo, a adição em excesso detergentes nos banhos de fosfa- banhos à base de fosfato de
poderá inibir totalmente a tização à base de fosfato de zinco zinco modificado com cálcio,
formação da camada fosfa- não é muito comum. NARAYA- acelerado com nitrito de sódio
tizada. Isto traz sérios pro- NAN & SUBBAIYAN (1991), estu- e operando à temperatura am-
blemas de controle do dando a influência de detergen- biente, com o objetivo de veri-
processo. Cabe lembrar tes do tipo aminas (dodecil, ficar a ação dos tensoativos à
que, quando o banho é à tetradecil, hexadecil e octadecil base de dodecil xantanatos. O
base de fosfato de metais aminas) em banhos de fosfato objetivo destes autores era o de
alcalinos ou de amônio, de zinco acelerados com nitrito aumentar a resistência à corro-
não há formação destes de sódio, verificaram que: são das camadas fosfatizadas
complexos e portanto isto • durante a formação da ca- como conseqüência da incor-
não representa restrição; mada fosfatizada, as ami- poração destes tensoativos na
• os compostos orgânicos nas adsorvem-se nas áreas camada fosfatizada. Estes auto-
reduzem o tamanho de catódicas, dificultando a res acreditavam que esta incor-
grão, porém, não aumen- reação de redução de hi- poração tornava a camada
tam o número de núcleos drogênio, diminuindo in- hidrófoba. De fato, eles consta-
ativos para a formação de diretamente a velocidade taram que havia incorporação
novos cristais de fosfato. de dissolução do metal. de tensoativo e a camada fosfa-
Conseqüentemente, as Como conseqüência, tizada apresentava desempenho
camadas fosfatizadas obti- tem-se diminuição da superior após pintura.
das a partir de banhos velocidade de crescimen-
contendo refinadores or- to da camada; Agentes seqüestrantes ou
gânicos são mais abertas • na presença destes deter- complexantes
(WOODS & SPRING, 1979). gentes, a camada formada Em muitos banhos de fosfa-
é menos porosa e mais tização podem estar presentes
Detergentes, surfactantes uniforme apresentando agentes seqüestrantes como
ou agentes tensoativos grãos mais refinados; contaminação, provenientes do
Detergentes são tradicional- • as aminas formam sobre arraste de soluções utilizadas no
mente adicionados aos banhos a superfície metálica um pré-tratamento ou da própria
de fosfatização à base de fosfato filme hidrófobo. Isto de- água utilizada (no caso dela ser
de metais alcalinos, como agen- termina diminuição da dura e por esta razão ter sido
tes que promovem a limpeza da adsorção de água e por- submetida a um tratamento
superfície metálica, permitindo tanto aumenta o seu de- químico com seqüestrantes). Se
que o banho molhe regiões sempenho no que diz res- presentes, os seqüestrantes po-
cobertas com óleos que não peito à resistência à cor- dem diminuir a velocidade de
foram removidos pelo pré-tra- rosão; formação da camada fosfatizada
tamento. Dependendo do tipo • como os detergentes têm pois complexam os íons ferro-
de detergente, até pode-se dis- ação de limpar a superfície sos ou outros íons metálicos
pensar o estágio anterior de metálica e ainda aumentar presentes no banho.
desengraxamento. Surfactantes a resistência à corrosão, é Os seqüestrantes podem,
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com tempera- • limpeza dos tanques ou Fig. 1 -


turas inferiores outros equipamentos com Dependência
a 60ºC (LORIN, ácidos contendo inibido- da massa de
1974, p. 130). res de corrosão. Por mais fosfato em
Acredita-se que se lave com água, função da
que estes poli- sempre ficarão resíduos de adição de
ácidos formam inibidores aderidos às pa- polifosfatos
complexos me- redes dos tanques ou dos num banho à
tálicos. Por equipamentos; base de fosfato
exemplo, num • utilização de produtos de zinco acele-
banho à base proprietários de composi- rado com
de fosfato de ção não-conhecida para o nitrito e apli-
zinco, comple- controle do pH dos ba- cado por
xos de zinco e nhos de fosfatização. Estes aspersão
de ferro III são produtos podem conter (LORIN, 1974,
formados. Os inibidores de corrosão. Por p.130)
também, seqüestrar contami- complexos contendo íons férri- esta razão todo produto a
nantes presentes no banho sen- cos (ferro III) são mais estáveis ser adicionado nos banhos
do neste sentido vantajosos. Por do que o dos íons ferrosos. de fosfatização deve, pri-
esta razão, muitos esforços Assim sendo, os íons ferrosos meiramente, ser testado
foram despendidos para incor- são rapidamente transformados em laboratório.
porar nos banhos de fosfatiza- em férricos os quais sofrem Além dos inibidores de cor-
ção substâncias tipo quelantes rápida complexação. Como rosão, outros compostos fun-
com o objetivo de seqüestrar conseqüência, tem-se a acelera- cionam como retardadores ou
impurezas inorgânicas e evitar a ção do processo (pois o banho inibidores da formação da ca-
formação de incrustações, no se torna mais oxidante). Além mada fosfatizada:
entanto, não se conseguiu disso, a quantidade de lama • os íons de chumbo inibem
nenhum que seqüestrasse so- formada é menor (o complexo a formação da camada de
mente os contaminantes e não de ferro III é solúvel). A adição fosfato (WOODS & SPRING,
os íons metálicos. destes complexantes no banho 1979);
Nos banhos de fosfatização determina ainda um aumento • os íons de arsênio dimi-
à base de fosfato de metais alca- da massa de fosfato. nuem a ação decapante
linos ou de amônio, os agentes inicial dos banhos de fos-
seqüestrantes são utilizados Inibidores ou retardadores fato, o que causa aumento
com sucesso, visto que os Já foi dito repetidas vezes do tempo de formação da
metais alcalinos não são seqües- que a base de formação da camada. Íons de arsênio
trados por estes compostos camada de fosfatização é o ata- podem ser provenientes
(HAMILTON, 1979). que ao substrato. A presença de do uso de ácido fosfórico
Alguns complexantes po- inibidores de corrosão, de qual- de baixa qualidade (WO-
dem ter a função de acelerar os quer natureza e concentração ODS & SPRING, 1979);
processos de fosfatização. É o nos banhos de fosfatização, vai • os íons de alumínio, quan-
caso de amino poliácidos, tais inibir o ataque ao metal e assim do presentes nos banhos
como nitrilo triacetatos e o retardar ou até inibir a forma- de fosfato de zinco em
EDTA (ácido etilenodiamino- ção da camada de fosfatização concentrações da ordem
tetraacetético). Estes produtos (SCISLOWSKI, 1991b). Assim, é de 3 mg/l, inibem a for-
podem, a princípio, ser utiliza- de fundamental importância mação da camada (RAU-
dos com qualquer tipo de que cuidados sejam tomados SCH, 1990, p.119);
banho, independente do cátion no sentido de evitar contami- • traços de Cr6+ são suficien-
metálico ou do acelerador. No nação do banho com este tipo tes para inibir a formação
entanto, nos banhos acelerados de substâncias. de camadas fosfatizadas.
com nitrito operando a tempe- Possíveis fontes de contami- Esta inibição ocorre devi-
raturas elevadas, os poliácidos nação são: do à passivação do aço
são decompostos perdendo a • arraste de decapantes con- pelo íon cromato (SCIS-
sua eficiência. Por esta razão, tendo inibidores de corro- LOWSKI, 1991b). As prin-
em banhos acelerados com são utilizados no pré-tra- cipais fontes de contami-
nitrito, aconselha-se trabalhar tamento; nação são:
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TABELA 2 objetivo de evitar grandes varia-


Efeito da adição de polifosfatos num banho à base de fosfato de ções de pH. Esta prática é espe-
zinco acelerado com nitrito (BECKF, POHLEMAN & SPOHR apud cialmente recomendada quan-
BIESTEK & WEBER, 1974, p. 173) do a água utilizada no processo
Parâmetros do banho Sem polifosfato Com polifosfato tem dureza elevada, pois águas
Consumo de fosfato de zinco concentrado 17 g/m2 13 g/m2 duras provocam maiores flutua-
Redução 24% ções de pH. Estudos realizados
Quantidade de lama 3,8 g/m2 3,0 g/m2 por GORECKI (1988) mostra-
Redução 22% ram que ácidos e sais orgânicos
podem funcionar muito bem
• operações de pós-trata- completo a formação de ca- como tamponantes para este
mento dos processos de mada, formando uma camada tipo de banhos.
fosfatização que utilizam passiva sobre a superfície do Como visto até aqui, o pro-
imersão em soluções de substrato. Por esta razão, cesso de fosfatização pode em-
ácido crômico; contami- quando se deseja usar polifos- pregar uma grande quantidade
nação de garras ou outros fatos objetivando obter cama- de compostos diferentes e, cada
dispositivos utilizados em das mais finas, cuidados de- um deles, tem sua finalidade
soluções contendo cro- vem ser tomados no sentido específica. Cabe ressaltar a im-
matos; de controlar o teor de polifos- portância do controle destes
• presença de cromatos na fosfato, o qual geralmente de- compostos para o perfeito ajus-
água de lavagem após a ve ser mantido entre 0,1 g/l a te dos banhos.
decapagem: a adição de 0,8 g/l (LORIN, 1974, P.129). Na próxima edição, todas as
cromo hexavalente na Os polifosfatos são tam- etapas envolvidas durante o
água de lavagem pode ser bém utilizados em banhos de processo de fosfatização serão
feita para evitar a corrosão metais alcalinos ou de amônio. abordadas e discutidas.
do aço decapado (isto é Neste caso, os polifosfatos po-
comum quando se usa dem ser utilizados em concen- Referências Bibliográficas
decapante forte). trações elevadas, podendo BIBIKOFF, Wladimir. 1985.
substituir de 10% a 100% do Fosfatização à base de fosfato de
Polifosfatos fosfato presente nos banhos zinco e zinco e ferro. In: Encontro
Os polifosfatos são aditivos (RAUSCH, 1990, p.126). Brasileiro de Tratamento de
específicos que quando adicio- Estes polifosfatos dimi- Superfície, 4. São Paulo, 1985,
nados aos banhos de fosfatiza- nuem a formação de lama e Anais. São Paulo : ABTS, 1985.
ção determinam diminuição diminuem a massa de fosfato o p. 275-284.
da massa de fosfato (ver Figura que pode ser requerido se as BIESTEK, T.; WEBER, J. 1974.
1) com simultânea diminuição camadas fosfatizadas forem Electrolytic and chemical conversion
da porosidade. Além disso, pintadas. coatings. 1st ed. Wydawnictwa :
eles diminuem o consumo de Apesar do efeito benéfico, Porteceilles. 432p.
produtos químicos e aumen- os polifosfatos são pouco utili- FREEMAN, D. B. 1988. Phosphating
tam o desempenho das cama- zados, muito provavelmente and metal pre-treatment. 1st ed.
das fosfatizadas. devido ao seu difícil controle. New York : Industrial Press,
A adição de polifosfatos em 229p.
banhos à base de fosfato de Tartaratos GORECKI, George. 1988. pH control
zinco acelerado com nitrito O uso de tartaratos nos of iron phosphate baths made up in
pode determinar a redução da banhos de fosfatização teve iní- hard water. Metal Finishing. v.86,
massa de fosfato em 50%, da cio na década de 50. Os tarta- n.12, p.15-16, Dec.
quantidade de produtos quí- ratos diminuem a massa de fos- HAMILTON, A. J. 1979. Iron phos-
micos em 24% e da quantida- fato e favorecem a obtenção de phate spray systems. Plating and
de de lama em 22%, fato ilus- cristais finos e camadas unifor- Surface Finishing. v.66, n.8, p. 28-
trado na Tabela 2. mes (LORIN, 1974, p. 130). 34, Aug.
No caso dos banhos à base KUEHNER, M. A. 1985. Phosphate
de fosfatos metálicos bivalen- Agentes tamponantes conversion coatings. Metal
tes, a adição dos polifosfatos Aos banhos à base de fosfa- Finishing. v.83, n.8, p. 15-18,
inibe a nucleação e crescimen- tos de metais alcalinos ou de Aug.
to de cristais. Um excesso de amônio podem ser adicionados LAINER, V. I.; KUDRYAVTSEV.
polifosfatos poderá inibir por agentes tamponantes com o 1966. Fundamentals of electropla-

40 C & P • Março/Abril • 2008


Zehbour Mar.AbrNewest 1/1/04 3:38 AM Page 7

ting. 3.ed. Jerusalem : Israel RAUSCH, W., 1990. The phosphating


Program for Scientific Translation, of metals. 1st.ed. Great Britain : Zehbour Panossian
Part II. p. 199-211. Redwood Press, 416p. Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São
LORIN, G. 1974. Phosphating of SCISLOWSKI, Stan. 1990. Paulo – IPT. Laboratório de Corrosão e
metals. Great-Britain : Finishing Phosphating Part I - formulation of Proteção – LCP. Doutora em Ciências
Publications. 222p. phosphating chemicals and how (Fisico-Química) pela USP.
METALS HANDBOOK. 1987. 9 ed. they work. Metal Finishing, v.88, Responsável pelo LCP.
Metals Park: ASM, 17v. v.5 : sur- n.12, p. 39-40, Dec. Célia A. L. dos Santos
face cleaning, finishing and coa- SCISLOWSKI, Stan. 1991b. Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São
ting. 715p. Phosphating Part III - retardants, Paulo – IPT. Laboratório de Corrosão e
NAIR, Usha B.; SUBBAIYAN, M. accelerators and corrosion. Metal Proteção – LCP. Doutora em Química
1993. 1-dodecyl xanthate as a phos- Finishing, v.89, n.2, p. 62-63, (Fisico-Química) pela USP.
phating additive: aspects of che- Feb. Pesquisadora do LCP.
mistry and corrosion protection. WOODS, Kevin; SPRING, Samuel.
Plating and Surface Finishing, 1979. Zinc Phosphating. Metal Contato com as autoras:
v.80, n.1, p.66-71, Jan. Finishing. v.77, n.4, p. 56-60, zep@ipt.br / clsantos@ipt.br
NARAYANAN, Sankara; SUBBAI- Apr.a fax: (11) 3767-4036
YAN, M. 1991. Influence of deter-
gent type amines on phosphate coa-
tings. Metal Finishing v.89, n.9,
p.39-43, Sept.
NARAYANAN, Sankara. 1996.
Influence of various factors on phos-
phatability - an overview. Metal
finishing. v.94, n.6, p.86-90, June.

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C&P_20_Opinião 1/1/04 3:40 AM Page 1

Opinião

Domingos Ricca

Como garantir o sucesso


da empresa familiar
O que fazer para melhorar as chances de sucesso de uma empresa familiar
em comparação com uma empresa profissionalizada?

uita gente acha que a ções afetivas de família com a gestão da empresa o resultado são
empresa com adminis- decisões erradas. Por isso, é preciso estabelecer regras claras para o
tração profissional será ingresso e a participação dos familiares na empresa e também para
sempre mais bem-sucedida. a sucessão no comando.
Porém, eu diria que é possível Caso contrário, pode ocorrer um fato comum entre herdeiros de
tornar as chances de sucesso da empresa que não entendem do negócio. Ao assumir a direção, eles
empresa familiar maiores do tomam uma atitude do tipo “Na empresa que papai criou ninguém
que as da empresa profissiona- mexe”. Essa atitude, se prevalecer, acaba com qualquer empresa.
lizada. Isso porque, se con- Filhos, sobrinhos, netos e outros parentes dos donos não devem
seguirmos dar à gestão familiar ser admitidos automaticamente no negócio da família.
eficiência igual à da profissio- Infelizmente, uma política usual no Brasil é a de portas abertas para
nal, teremos, na empresa onde a família. Essa é uma prática perigosa, pois qualquer família abriga
esses eficientes executivos são
também donos, mais empenho É preciso estabelecer regras claras para o ingresso
e interesse, além da maior agili-
dade na tomada de decisões. e a participação dos familiares na empresa
É preciso lembrar que pro- e também para a sucessão no comando
fissionais algumas vezes pensam
na possibilidade de trocar de pessoas menos competentes e, uma vez que elas entraram na
emprego e também que, muito empresa, mandá-las embora é complicado, podendo ser a causa de
comumente, empenham-se no graves brigas familiares. Além dos problemas diretamente rela-
resultado de curto prazo, com cionados à competência dos familiares e seu impacto no desem-
uma visão mais imediatista. penho da empresa, é preciso lembrar ainda a questão da desmoti-
Enquanto isso, os donos, além vação dos profissionais que lá trabalham. Eles tendem a ficar alta-
de não buscarem outro traba- mente desestimulados, ao perceber que suas chances de crescimen-
lho, dão sempre prioridade ao to são prejudicadas em função do protecionismo familiar.
longo prazo, que é o que inte- O ideal é que os parentes se preparem com uma boa formação
ressa quando o que está em jogo universitária e com uma experiência no mercado de trabalho, por
é o seu patrimônio. Isso ajuda a conta própria. O jovem que fizer isso e tiver sucesso, por seus
explicar o sucesso continuado, próprios méritos, terá muito mais moral para ingressar na empresa
durante muitas e muitas gera- familiar. Já terá mostrado que é bom, será mais respeitado pelos
ções, de dinastias familiares profissionais da organização, terá mais confiança em si mesmo e,
como Dreyfus, Rothschild e talvez o mais importante de tudo, terá o respeito de seus parentes.
outras. Além disso, essa experiência em outra empresa fará com que ele
O passo fundamental é en- conheça outra cultura empresarial, evitando que absorva e repro-
tender que a separação entre duza os vícios que qualquer organização tem.
família e gestão é fundamental.
Da gestão, devem fazer parte Domingos Ricca
somente os membros da família Consultor, editor e autor dos livros “Da empresa familiar à empresa profissional” e
que entendam do negócio. “Sucessão na empresa familiar: conflitos e soluções”
Quando se misturam as rela- Contato do autor: ricca@empresafamiliar.com.br

42 C & P • Março/Abril • 2008


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