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Disciplina

Arte e Educação II

Coordenador da Disciplina

Prof.ª Jacqueline Antunes


4ª Edição
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados desta edição ao Instituto UFC Virtual. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida,
transmitida e gravada por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, dos autores.

Créditos desta disciplina

Realização

Autor

Profª. Jacqueline Ramos Macedo Antune de Souza


Sumário

Aula 01: Revisando a Metodologia Triangular e Introdução ao ensino de artes................................ 01


Tópico 01: Apresentação ....................................................................................................................... 01
Tópico 02: O Ensino da Arte ................................................................................................................. 07
Tópico 03: Áreas do Conhecimento e o Ensino da Arte ........................................................................ 15

Aula 02: A Formação de Professores para o Ensino da Arte ............................................................... 22


Tópico 01: O que é importante saber para ser professor de Artes? ....................................................... 22
Tópico 02: Metodologias ativas e o Ensino de Arte .............................................................................. 30
Tópico 03: O Ensino das Artes e as novas tecnológias de comunicação e informação ......................... 34

Aula 03: Metodologias, processos e escolhas para o Ensino das Artes ................................................ 39
Tópico 01: Em busca de uma metodologia de Ensino em Artes ........................................................... 39
Tópico 02: Propostas metodológicas críticas ou ativas ......................................................................... 44
Tópico 03: Ser Professor de Artes é... ................................................................................................... 52

Aula 04: Questões práticas sobre o aprender e Ensina Artes ............................................................... 58


Tópico 01: Reflexões e diretrizes pedagógicas ...................................................................................... 58
Tópico 02: Questões teórico – práticas sobre aprender e Ensina em Artes ........................................... 61
Tópico 03: Temas para serem trabalhados no Cotidiando Escolar ........................................................ 66
Tópico 04: Avaliação em Artes ............................................................................................................. 70
Tópico 05: Sugestões de Atividades ...................................................................................................... 74
Arte e Educação II
Aula 01: Revisando a Metodologia Triangular e Introdução ao ensino de artes

Tópico 01: Apresentação

Prezado (a) Acadêmico (a)

Este material didático-pedagógico, que contém as aulas da disciplina Arte e Educação II, foi elaborado
com o objetivo de oportunizar subsídios e conhecimentos no ensino da arte para os profissionais que
atuarão em sala de aula da Educação Básica. Na primeira disciplina, Arte e Educação I, nossa
preocupação era trazer a toma discussões e inquietações sobre pensar a arte como um objeto cultural, de
conhecimento, de informação constante e mutante, permitindo às pessoas a interação com as mais
diferentes culturas. Esses processos artísticos e culturais devem estar presentes no dia a dia do indivíduo,
pois, para que ele possa ler e produzir determinadas linguagens, é importante que o mesmo tenha contato
com as várias formas de produções, técnicas, materiais, instrumentos, estilos, gêneros, artistas, autores,
contribuindo com o fazer e compreender a arte. Agora, apresentamos a vocês a complementação no que
preparamos para essas duas disciplinas: formação pessoal e formação para o exercício da docência em
artes.

Nossos objetivos na disciplina Arte e Educação II são:

Aprofundar o estudo sobre as quatro grandes linguagens artísticas: artes visuais, dança,
teatro e música, e sua inserção no processo de formação humana, sua presença no cotidiano
das pessoas.

Incentivar os discentes a realizarem tematizações e práticas inerentes ao campo artístico e


seu tratamento pedagógico, com vistas às suas aplicações no ambiente escolar.

Objetiva-se também oportunizar um espaço de reflexão sobre a formação e a evolução das


artes ao longo da história, dando especial atenção às práticas de apropriação artística, à
leitura de imagens, às relações entre arte e linguagem, às forças políticas que atuam na
legitimação institucional e ao confronto entre a arte e a cultura como instâncias interligadas.

VERSÃO TEXTUAL
Para ensinar artes precisamos ter clareza sobre qual metodologia devemos usar. Vamos
revisar sobre a Metodologia Triangular? Para saber mais acesse: Abordagem Triangular: 25 anos
de contribuição para o ensino da arte [1].

Mas para ensinar arte é preciso experienciar...

Pessoas fazendo artes – Precisamos, primeiramente, estudar e vivenciar experiências com


artes para depois ensinar.

Ver, criticar e produzir artes

1
EXERCITANDO
Com base no texto, Abordagem Triangular: 25 anos de contribuição para o ensino da arte,
responda ao Quiz (arquivo Word, fonte Times New Roman, tamanho 12) e em seguida anexe ao seu
portfólio:

Quiz

1) Por que Ana Mae Barbosa desenvolveu a Metodologia Triangular?

2) Quais são os 3 pilares da Metodologia Triangular?

3) Em 2019, quantos anos completa a Metodologia Triangular?

A educação pela arte ou arte-educação, tem sido alvo de muitos debates nas últimas décadas quando
os educadores levantam questões importantes, tais como, qual abordagem o professor deve utilizar no
ensino da arte, uma maneira de ensinar arte que vá além de comemorações de datas especiais e produção
das “lembrancinhas” para dia das mães, pais, etc.

A arte-educação começa a ser valorizada na contemporaneidade, como área de conhecimento, e


como tal, tem a sua importância na formação e desenvolvimento de crianças, jovens e adultos.

Mas nem sempre foi assim...

VEJAMOS O QUE DIZ EDNA XENOFONTE LEITE E ET ALL


O ensino de artes no Brasil foi legalizado através da Lei nº 5692/1971,
quando foi instituída no currículo a Educação Artística, sendo incluídos todos os
tipos de linguagens artísticas. Vale ressaltar que, promulgaram a lei sem prever a
formação dos professores resultando assim em um ensino de artes
empobrecido e equivocado, provocando como resultado um ensino
desqualificação. A lei nº 9.394 de 1996 estabeleceu em seu artigo 26, parágrafo
2°, que: O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos
diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento
cultural dos alunos. A arte é um patrimônio cultural da humanidade, e todo ser
humano tem direito ao acesso a esse saber (BRASIL, 1996). Como afirma a LDB,
nos diversos níveis da educação básica, é direito das crianças terem acesso ao
patrimônio cultural da humanidade assim, como aponta que na educação infantil
o objetivo é promover o desenvolvimento integral das crianças (Art. 29). Já nos
Parâmetros Curriculares Nacionais, a educação em arte tem como objetivo
propiciar o desenvolvimento do pensamento artístico, e da percepção estética no
qual ordena e produz o sentido da experiência humana. O aluno desenvolve sua
sensibilidade, percepção e imaginação, na realização das formas artísticas e na
ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por si e pelos colegas, pela
natureza e nas diferentes culturas (BRASIL, PCNs, Arte, 1998). Também temos
no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil no qual foi elaborado
tendo por indicação a utilização de atividades lúdicas para crianças de 0 a 5
anos, o propósito em garantir elementos que possa contribuir no
desenvolvimento integral da criança, favorecendo o entendimento sobre as mais
diversificadas produções e manifestações artísticas. Segundo esse documento,
(...) professor em sua prática deve garantir uma série de elementos que

2
possibilite o desenvolvimento da criança, favorecendo ao conhecimento e a
compreensão das mais variadas produções com a manipulação de vários
materiais, nesse processo, as opiniões das crianças devem ser ouvidas e
respeitadas (RCNEI, 1998, p. 57). Os avanços legais em relação ao ensino da arte
na educação escolar foram significativos e rápidos quando comparamos a
evolução deste ao longo dos séculos neste país. Sabemos que houve uma luta
por parte dos educadores para conseguir incluir o ensino de artes no currículo
escolar, e ao mesmo tempo uma preocupação política em relação à inserção
desta disciplina nas escolas de educação básica.

Disponível em
http://www.editorarealize.com.br/revistas/conedu/trabalhos/TRABALHO_EV117_MD1_SA1_ID2978_02
092018113426.pdf [2] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)

O professor não pode estar alheio a estas discussões e ao conhecimento


humano que podemos adquirir por meio de uma educação pela arte. A atual
legislação educacional brasileira reconhece a importância da arte na formação
das pessoas a ponto de incluir o ensino das artes (arte visual, dança, música e
teatro), como componente curricular da educação básica.

Ótimos estudos e produções!

Relembrando a Proposta Metodológica Triangular

VERSÃO TEXTUAL
Aprendemos sobre Proposta Metodológica Triangular na disciplina Arte e Educação I. É
importante relembrarmos agora essa proposta, pois, a mesma permeará todos os nossos
processos de ensino e aprendizagem em artes. Compreendemos que essa proposta é a que
melhor expressa a dinâmica do ensino em artes, pois ajudará você, futuro professor de artes, a
saber, melhor lidar com situações de ensino e aprendizagem em artes.

Saber apreciar, saber produzir e contextualizar uma obra de arte eleva as capacidades intelectivas
superiores como memória, atenção e reflexão sobre as experiências culturais vividas. Essas capacidades
aliadas às experiências sensíveis, que a produção em artes nos traz, são importantíssimas para o
desempenho em outras disciplinas e no desenvolvimento de habilidades e competências essenciais para
toda a vida Por isso convido vocês, agora, a relembrar a Proposta Triangular formulada por Ana Mae
Barbosa.

Revisando...
Proposta Triangular do Ensino da Arte – Ana Mae Barbosa. Segundo a proposta, a construção do
conhecimento em Artes, acontece quando há a interligação entre a experimentação, a codificação e a
informação.

3
Descrição da imagem:
Abordagem Triangular para o Ensino de Arte sistematizada por Ana Mae Barbosa
Tavares: Ver, Contextualizar e Produzir.

Imagem 03 [3]

Ana Mae Barbosa (2005) propõe que o programa do ensino de arte seja elaborado a partir de três
ações básicas:

LER OBRAS DE ARTE


Baseia-se na descoberta da capacidade crítica dos alunos. Aqui, a Arte não
se reduz ao certo ou errado, considera a pertinência, o esclarecimento e a
abrangência. O objeto de interpretação é a obra e não o artista.

Imagem 04 [4]

FAZER ARTE
Baseia-se em estimular o fazer artístico, trabalhando a releitura, não como
cópia, mas, como interpretação, transformação e criação. Segundo BARBOSA

4
Bastos, (2005, p. 144) “O importante é que o professor não exija representação
fiel, pois a obra observada é suporte interpretativo e não modelo para os alunos
copiarem”.

Imagem 05 [5]

CONTEXTUALIZAR
Consiste em inter-relacionar a História da Arte com outras áreas do
conhecimento. Precisamos estabelecer relações que permitam a
interdisciplinaridade no processo ensino-aprendizagem. Segundo BARBOSA,
(2005, p. 142) contextualizar a obra de arte, consiste em contextualizá-la, não só
historicamente, mas pensar a obra de arte de firma mais ampla abrangendo seus
contextos social, biológica, psicológica, ecológica, antropológica para ir além da
biografia do artista, mas interligando com sua cultura e modos de execução da
obra a partir das questões materiais e vivenciais do artista e sua relação com o
expectador.

Imagem 06 [6]

5
DICA
Não deixe de visitar os links das figuras, elas trazem aprofundamento sobre a temática estudada.

6
Arte e Educação II
Aula 01: Revisando a Metodologia Triangular e Introdução ao ensino de artes

Tópico 02: O Ensino da Arte

2.1. A Arte em nosso dia a dia


Com a difusão dos meios de comunicação de massa como TV, internet, jogos de videogame,
smartphones e anúncios de propaganda – potencializados pela disseminação de imagens estáticas ou em
movimento por meio da internet - podemos perceber que em diversas situações do dia a dia estamos
cercados por obras de arte mesmo que a compreensão do que seja arte possa ser muito limitada para a
maioria das pessoas. Porém, um olhar mais atento descobre como a arte, a expressão concreta, a
manifestação artística, estão cada vez mais presentes no nosso cotidiano. A disposição de uma vitrine de
loja, os arranjos em um jardim, a música de repentistas na praça, uma apresentação de “street dance”, um
grafite feito numa fachada de edifício, as esculturas dos espaços públicos, um museu, um teatro, galerias
de arte, e tantas outras manifestações que povoam as relações sociais, fazem parte do que chamamos de
arte ou artes. Na verdade temos diferentes linguagens artísticas e suas vertentes.

LIVRO
Galeria

Vitrines de lojas

Imagem 7 [7]

Videogame

Imagem 8 [8]

Publicidade e Propaganda

7
Imagem 9 [9]

O ser humano é o único animal capaz de criar instrumentos e aperfeiçoá-los. Dessa capacidade
formou-se a habilidade de se expressar por meio das linguagens artísticas pode expressar os seus
sentimentos, opinião e suas impressões sobre o real e o imaginário. Por meio das artes podemos “por pra
fora” o que estava disponível apenas no seu pensamento.

Atualmente a arte está em todos os lugares, se ela é uma forma das pessoas se expressarem e se
tivermos contato com a arte de forma corriqueira e sistematizada muito mais próxima ela estará e fará
parte de nossas reflexões cotidianas. Sendo assim, a arte não é um privilégio dos artistas, mas um
instrumento ao alcance de todos que queiram se valer dela para também se expressar e compreender o
mundo.

ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
Acesse o site e leia com atenção a matéria “Percebendo a arte” [10]. Depois, busque no seu dia a
dia um objeto de arte reproduzido em jornais, revistas, folhetos de propaganda, embalagens de
produtos, ambientes virtuais, etc.. Depois pesquise para descobrir qual a obra de arte que deu origem.
Veja o exemplo abaixo:

Desenho Bob Esponja Original

Nascimento de Vênus – Sandro Botticelli


Imagem 10 [11] Imagem 11 [12]

Mãos a Obra:

8
Separe as imagens, a pesquisa que você fez e transforme num arquivo tipo pdf e poste no seu
portfólio.

2.2. A Importância da Arte-Educação


A atual legislação educacional brasileira reconhece a importância da arte na formação e
desenvolvimento de crianças, jovens e adultos ao ponto de incluir o ensino da arte como um componente
curricular da educação básica. Depois desse a arte passa a vigorar como área de conhecimento.

Como vimos na disciplina Arte e Educação I, ofertada no quarto semestre


da matriz curricular do nosso curso, a arte é linguagem e linguagem é
expressão. Por meio dela é possível mostrar e representar valores,
características de um tempo, de uma cultura, a realidade vivida por um povo, as
mudanças sociais, os desejos e as expectativas de uma época.

Vejamos agora alguns marcos históricos importantes do Ensino de Artes no Brasil segundo a
reportagem de Beatriz Santomauro [13].

1826
Durante o governo de Dom João VI, chega ao Rio de Janeiro a Missão Artística
Francesa e é criada a Academia Imperial de Belas Artes. Seguindo modelos
europeus, é instalado oficialmente o ensino de Arte nas escolas. A AIBA existiu com
essa denominação até o advento do regime republicano, em 1889, quando teve suas
atividades temporariamente suspensas, sendo reaberta no ano seguinte com o nome
de Escola Nacional de Belas Artes (ENBA). Mais tarde, a escola seria incorporada à
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), assumindo o nome de Escola de
Belas Artes.

Escola Imperial de Belas Artes [14]

1900
Até o início do século 20, o ensino do desenho é visto como uma preparação
para o trabalho em fábricas e serviços artesanais. São valorizados o traço, a
repetição de modelos e o desenho geométrico.

1922
9
Apesar da efervescência das manifestações da Semana de Arte Moderna, o
ensino segue as tendências da escola tradicional, que defende a necessidade de
copiar modelos para treinar habilidades manuais.

Desenho de Observação – Aplicando Proporções no Papel [15]

1930
O compositor Heitor Villa-Lobos, no governo de Getúlio Vargas, institui o projeto
de canto orfeônico nas escolas. São formados corais, que se desenvolvem pela
memorização de letras de músicas de caráter folclórico e cívico.

Heitor Villa-Lobos – Compositor e Educador Brasileiro [16].

1948
É criada no Rio de Janeiro a primeira "Escolinha de Arte", com a intenção de
propor atividades para o aluno desenvolver a auto expressão e a prática. Em 1971,
chega a 32 o número de instituições particulares desse tipo no país.

Escolinha de Arte do Brasil [17]

1960
As experimentações que marcam a sociedade, como o movimento da bossa
nova, influenciam o ensino de Arte nas escolas de todo o país. É a época da
tendência da livre expressão se expandir pelas redes de ensino.

1971

10
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), LEI Nº 5.692, a
Educação Artística (que inclui artes plásticas, educação musical e artes cênicas)
passa a fazer parte do currículo escolar do Ensino Fundamental e Médio.

1973
Criação dos primeiros cursos de licenciatura em Arte, com dois anos de duração
e voltados à formação de professores capazes de lecionar música, teatro, artes
visuais, desenho, dança e desenho geométrico.

1989
Desde 1982 desenvolvendo pesquisas sobre três ideias (fazer, ler imagens e
estudar a história da arte), Ana Mae Barbosa cria a proposta triangular, que inova ao
colocar obras como referência para os alunos.

Ana Mae Barbosa [18]

1996
Lei de Diretrizes e Bases - Lei 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. A LDB passa
a considerar a Arte como disciplina obrigatória da Educação Básica. Os Parâmetros
Curriculares Nacionais definem que ela é composta de quatro linguagens: artes
visuais, dança, música e teatro.

2.3. A obra de arte e o que representa


A obra de arte pode representar tanto a realidade quanto o imaginário. A imaginação é fundamental
para a construção do conhecimento, e para estabelecer relações. Dependendo da vivência do aluno e de
como ele é levado a fazer relações entre a obra de arte e outras áreas do conhecimento. Para isso é
preciso que haja mediação, feita por professores ou especialistas na área, para que o aluno alcance níveis
cada vez mais complexos de relações aumentando o seu conhecimento sobre as artes. Uma criança não
pode imaginar um campo florido de margaridas se ela não conhece o que seja uma margarida, também
não pode compreender a relação entre a composição de uma tinta se não for ensinada a relação entre
composição de um pigmento e a química. A qualidade das relações de ensino e aprendizagem em artes
são semelhantes as demais áreas do conhecimento, isto é, quanto melhor for a qualidade e a diversidade
das relações e do material oferecido aos educando tanto melhor serão as suas produções artísticas e as
reflexões que os mesmos farão sobre os movimentos artísticos e o que é produzido por ele e por outros.

11
LIVRO
Galeria

Pintura realista

Imagem 12 [19]

Pintura surrealista

Imagem 13 [20]

A arte sempre pode nos impactar e na maioria das vezes acrescenta beleza, bons momentos em
nossa vida, nos leva a um estado de elevação e anseio por conhecer mais, mas também pode nos trazer
sentimento contraditórios sobre o próprio conceito do que seria ou não artes. Por meio da arte o professor
pode levar os alunos a uma convivência interpessoal mais rica de significados, pode levar a criança a se
expressar por meio de desenhos, da dança, do teatro, da música, etc., como também o professor pode
ajudar os alunos a perceberem as diversas utilidades dos materiais artísticos e fazer relações entre o que
pode ser elaborado por eles como por exemplo, que tipo de pintura pode ser feita com tinta guache, giz de
cera, canetas hidrográficas, etc. Um exercício prazeroso pode ser feito explorando os conceitos de
realismo e abstracionismo.

Por um longo período na escola tradicional, a habilidade manual era supervalorizada. Os chamados
dons artísticos prevaleciam no processo de ensino-aprendizagem, que era voltado essencialmente ao
domínio técnico, onde a figura do professor era o centro de toda a transmissão e reprodução do ensino.
As atividades mais comuns eram pintar desenhos mimeografados, colar bolinhas de papel colorido, copiar
e ampliar desenhos de artistas sem nenhuma reflexão ou relação entre contexto e a produção artística de
um determinado período.

12
A partir do século XX, a arte começa a ter uma conotação mais ligada à educação. A hora de lazer
produtiva, ocupada com música, dança, teatro, artes visuais, jogos e brincadeiras, deixa de ser horas de
descanso para os outros professores e passa a ter seu valor metodológico no desenvolvimento da
percepção visual, auditiva, na fala, na interpretação e percepção da sensibilidade, as aulas de artes devem
promover momentos onde os sentidos são estimulados e percebidos.

Aula de Dança – trabalho de percepção corporal

Imagem 14 [21]

Quando o aluno entra em contato com manifestações artísticas, pode desenvolver a própria
sensibilidade, estimular a imaginação, adquirir e cultivar o gosto artístico, adquirir senso critico sobre as
diferentes manifestações artísticas e desenvolver maior senso artístico e estético. Portanto, no processo
de ensino e aprendizagem, a arte, ensina os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN’s é componente
curricular obrigatório:

“Após muitos debates e manifestações de educadores, a atual legislação educacional brasileira


reconhece a importância da arte na formação e desenvolvimento de crianças e jovens,
incluindo-a como componente curricular obrigatório da educação básica. No ensino
fundamental a Arte passa a vigorar como área de conhecimento e trabalho com as várias
linguagens e visa à formação artística e estética dos alunos. A área de Arte, assim constituída,
refere-se às linguagens artísticas, como as Artes Visuais, a Música, o Teatro e a Dança”.

LEITURA COMPLEMENTAR
Para saber mais sobre o PCN de Arte acesse: Parâmetros Curriculares Nacionais – Terceiro e
quarto ciclos do Ensino Fundamental: Arte [22] (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.).

A essência de uma educação baseada, fundamentalmente, naquilo que sentimos, é uma educação
através da arte. Duarte Júnior (1983, p.13,14) coloca que esta expressão – educação através da arte –
criada por Herbert Read em 1943, significa uma educação que tenha a arte como uma das suas principais
aliadas. Uma educação que permita uma maior sensibilidade para com o mundo em volta de cada um de
nós.

Neste sentido, é que podemos afirmar que a educação através da arte permite ao ser humano uma
experiência de aprendizagem que vai além do comum, do limitado, pois permite a dimensão do sonho, da
criação estética, musical, das cores e formas, do gestual, que muitas vezes dão sentido à vida, à
possibilidade de uma existência criativa.

13
Desde quando as pessoas que viviam nas cavernas até o uso de softwares de captura e manipulação
da imagem estática e em movimento temos aprendido que nós vivemos em um mundo regido apenas pela
razão. A dimensão artística é cada vez mais necessária para nos mantermos humanos. Talvez seja o
desejo de “deixar nossa marca” no cotidiano que nos liga ao homem das cavernas.

MULTIMÍDIA
Acesse o vídeo “O poder da educação em arte humanizada” [23] com Jamile Menezes filmado no
TEDxFADBA.

14
Arte e Educação II
Aula 01: Revisando a Metodologia Triangular e Introdução ao ensino de artes

Tópico 03: Áreas do Conhecimento e o Ensino da Arte

A interdisciplinaridade faz parte naturalmente de qualquer abordagem em arte e educação, e é um


desafio permanente no ensino da arte.

Para Laura Renata Dourado Pereira, especialista em Artes Plásticas do IFAM –Instituto Federal de
Educação, Ciências e Tecnologia do Amazonas “A interdisciplinaridade precisa ser cada vez mais utilizada
para se trabalhar na educação, por ser capaz de construir um conhecimento circular e que se torna um
determinador comum, unificando múltiplas maneiras de aprendizagem. É clara a interpretação da palavra
interdisciplinaridade, pois se define como algo que não é limitado em si mesmo, pois se fosse fechada
não seria possível realizá-la de maneira eficaz. Ela é a relação, a interação e o envolvimento entre duas ou
mais disciplinas que tornam o ensino mais dinâmico e qualitativo. ” Disponível em
https://even3.azureedge.net/anais/28539.pdf [24] (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.).

LEITURA COMPLEMENTAR
Para saber mais sobre o conteúdo da arte e sua relação com a educação acesse os vídeos
abaixo:

Conteúdos e Metodologia do Ensino da Arte [25].

Resumo PCN de Arte [26].

3.1. Arte e Interdisciplinaridade

VERSÃO TEXTUAL
O processo do conhecimento articula-se entre aquilo que é vivido (sentido) e o que é
simbolizado (pensado). Porém, o intelectualismo de nossa civilização, muito enfatizado no
universo escolar, na educação, torna relevante apenas aquilo que é concebido racionalmente. A
objetividade dos conceitos necessários a uma apreensão do conhecimento é enfatizada no
ambiente escolar, muitas vezes sem levar em conta as características de cada educando.

A arte educação, neste contexto, pode despertar tanto os aspectos ligados aos sentidos (visão,
audição, tato, olfato e paladar) para elaborar os demais processos racionais, como na colaboração do
entendimento das demais áreas do conhecimento. A ideia central é que na experiência estética e a
imaginação ampliam os limites impostos pelo conhecimento formal.

A arte se constitui em um campo do saber que além de ser um estímulo permanente à imaginação,
pode romper com os limites de um ensino tradicional e contribuir para a compreensão das ciências de
uma maneira mais dinâmica e interativa. Um raciocínio matemático, por exemplo, poderá estar presente
em um desenho, em uma planta baixa, ou em um desenho de perspectiva.

15
Desenho de perspectiva

Imagem 15 [27]

As áreas de conhecimento não podem resultar de uma apreciação isolada de seu conteúdo, mas na
articulação do conjunto, na interação com outras áreas, em um processo que vai além da simples
comunicação de ideias. Pode, na realidade, se organizar na integração recíproca de finalidades, objetivos,
conceitos, que permitam aos alunos desenvolver competências, atitudes, reflexões, que contribuam para
uma postura crítica e analítica de si mesmo e do que o cerca.

A arte-educação é, por definição, e em sua essência, de caráter


interdisciplinar.
A interdisciplinaridade é uma relação de reciprocidade, de mutualidade,
que pressupõe uma atitude diferente ao ser assumida frente ao problema do
conhecimento, ou seja, é a substituição de uma concepção fragmentária
para uma concepção unitária de ser humano.

LEITURA COMPLEMENTAR
Para saber mais acesse e baixe o arquivo em pdf: Diálogos entre arte, interdisciplinaridade e
educação: o que dizem os PCN [28]

Todo aprendizado que se pretende ser significativo, em geral, é decorrente da interdisciplinaridade.


Barbosa (2002, p.105) afirma que na medida em que aprendemos algo, aprendemos melhor, ou fixamos
melhor na memória, se o relacionarmos a um evento, pessoa ou até outro acontecimento.

A atitude de diálogo permanente com outras áreas e as relações prática, de troca de experiência, da
atitude de reciprocidade, entre os alunos, dos alunos com o professor de arte, na arte-educação, são
fundamentais para o aprendizado significativo. A arte-educação provoca uma atitude natural de
envolvimento com a possibilidade de desvendar novos saberes e uma atitude de desafio perante o novo.
Isto é, o aluno descobre, aprende, reelabora, a obra de arte, produz e se sente possuidor do que produziu, e
isto o estimula a conhecer mais e a obter novos conhecimentos a partir daqueles que já foram aprendidos.

Podemos descrever algumas áreas do conhecimento que tem uma relação muito próxima com a arte
e a educação.

3.2. A Arte e a Filosofia

16
Estética

(do grego aisthésis: percepção, sensação, sensibilidade) é um ramo da filosofia


que tem por objetivo o estudo, da natureza, da beleza e dos fundamentos da arte. Ela
estuda o julgamento e a percepção do que é considerado beleza, a produção das
emoções pelos fenômenos estéticos, bem como: as diferentes formas de arte e da
técnica artística; a ideia, de obra, de arte e de criação; a relação entre matérias e
formas nas artes. Por outro lado, a estética também pode ocupar-se do sublime, ou
da privação da beleza, ou seja, o que pode ser considerado feio, ou até mesmo
ridículo.

Existe um ditado popular que diz “quem ama o feio bonito lhe parece” pode nos ensinar um pouco
sobre o conceito estético sobre o que é belo ou feio. Essa expressão popular brasileira que significa: quem
ama aquele que é feio está olhando para todas as qualidades internas da pessoa, como amor, carinho,
afeição, fidelidade, generosidade. Ou seja, a pessoa pode até ser feia para algum tipo de padrão, porém
para quem a ama, ou para quem percebe suas características intrínsecas, ela é uma pessoa bonita.
Podemos fazer aqui uma analogia para o conceito s estética onde características como simetria, ordem,
equilíbrio, proporção nos passam a ideia de belo na composição, mesmo que nos pareça feio por não
termos afinidade com o estilo. Vejam nos exemplos abaixo:

O ideal de beleza greco-romana

Imagem 16 [29]

Na Grécia valorizava-se a beleza e as medidas proporcionais, que eram os modelos de beleza ideal.
Em sua constante busca da perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que
predominam o ritmo, o equilíbrio e a harmonia ideal. Esse ideal chegou ao seu apogeu entre os séculos V e
IV antes de Cristo, mas até hoje esse ideal de beleza habita o imaginário popular fazendo um contraponto
entre o belo e o feio.

A estética de Cândido Portinari

17
Imagem 17 [30]

Os Retirantes, produzido em 1944, Portinari expõe o sofrimento dos migrantes, representados por
pessoas magérrimas e com expressões que transmitem sentimentos de fome e miséria. Mesmo sendo
uma imagem chocante é impossível não ser tocado pelos sentidos e sentimentos que a obra evoca.

A contemplação, reflexão, fruição, tem uma relação importante entre arte e filosofia, na medida em
que o pensamento intuitivo e o ato de observação, de uma obra de arte, seja pintura, escultura, colagem,
etc., resultam em um conhecimento sobre o mundo, o ser humano, a vida cotidiana, ou, até uma postura
interrogativa sobre estes e outros temas que cercam as pessoas, em todas as épocas.

Quando se pensa em estética, que é uma das áreas do conhecimento da


filosofia, é natural a relação com a arte. A estética redimensionada como
elemento da linguagem artística, usada como substantivo pode ser traduzida
como um conjunto de características formais – o estilo.

A estética, ou a informação estética, segundo Aranha e Martins (2003, p.384), contida em uma obra
de arte pode ser lida de várias maneiras, por pessoas diferentes, ou por uma mesma pessoa. A
interpretação de uma obra de arte, a atribuição de significado faz com que ela não se esgota no primeiro
olhar, ao contrário, cada percepção sobre ela produz novas sensações e conhecimentos.

3.3. A Arte e Ecologia


A relação entre arte e ecologia poder ser experimentada de duas maneiras: quando pensamos o belo,
no senso estético, ligado à natureza. A paisagem reproduzida ou idealizada nas obras de arte permite uma
reflexão sobre a natureza, sua preservação ou degradação. Outra maneira que o arte-educador pode
trabalhar a arte e ecologia é, de forma prática, quando produzimos obras de arte a partir da reciclagem,
colagem, etc., de objetos degradados na natureza ou do lixo produzido pelo consumo tecnológico.

Cria-se uma nova consciência e um novo conhecimento nos alunos na medida do despertamento para
as grandes questões ecológicas do nosso tempo a partir da arte, do interesse pela arte, mais próxima da
realidade deles.

3.4 A Arte e a História

18
Mais do que uma história da arte, o conhecimento de arte e história se entrelaçam entre o imaginário
e o real quando a arte traduz o fato histórico na sua representação ou aproximação da realidade. O
conhecimento da história dá ao aluno uma noção do que o autor da obra de arte queria expressar no seu
trabalho. Por outro lado, a obra de arte em si, materializa no visual como aconteceram os fatos históricos.

Ao observarmos uma obra de arte, por exemplo, uma pintura em tela ou um


afresco nos revela os valores, costumes, crenças e modos de agir de um povo
em uma determina época. Ao detectar um conjunto de evidências perceptíveis
na obra, o intérprete da arte se esforça na tarefa de relacionar estes vestígios
com algum traço do período em que foi concebida. A partir dessa ação, a arte
passa a ser interpretada com um olhar histórico, que se empenha em decifrar
aquilo que o artista disse através da obra.

AFRESCO

O afresco, também conhecido por fresco, é uma obra pictórica feita sobre uma parede ou teto,
com base de gesso ou argamassa. Assume frequentemente a forma de mural. A técnica é utilizada
desde antiguidade, estando intimamente relacionada com a pintura italiana renascentista.

Obra de Jean-Baptiste Debret ou De Bret (Paris, 18 de abril de 1768 — Paris, 28 de junho de 1848),
pintor, desenhista e professor francês que integrou a Missão Artística Francesa (1817), fundou, no Rio de
Janeiro, uma academia de Artes e Ofícios, mais tarde Academia Imperial de Belas Artes, onde lecionou.
Debret retratou como ninguém o Brasil Colônia e as relações históricas, econômicas e sociais.

Clique na imagem para amplia-la.

Imagem 18 - Caçador de escravos, c. 1820-1830 [31].

VERSÃO TEXTUAL
Com isso, podemos concluir que a arte é um mero reflexo do tempo em que o artista vive?

19
Esse tipo de conclusão é possível, mas não podemos acabar vendo a arte como uma manifestação
presa aos valores de um tempo. Em outras palavras, é complicado simplesmente acreditar que a arte do
século XVI tem somente a função de exprimir aquilo que a sociedade desse mesmo século pensava. Sem
dúvida, o estudo histórico do campo artístico é bem mais amplo e complexo do que essa mera relação.

3.5 A Arte e Comunicação


A arte tem uma linguagem que lhe é característica e ao mesmo tempo é expressão de muitas
linguagens. Portanto, arte e comunicação têm uma relação muito próxima com a forma de se expressar,
através dos tempos, e também com as diversas modalidades dos saberes produzidos pela multimídia
contemporânea, por exemplo.

Para Lucas Brandão [32]. “A arte é um poderoso meio de comunicação. São as cordas vocais que o
artista preservou para desgastar todos os seus membros, desde os nervosos até aos motores, para dar
forma e significado àquilo que produz. A partir desta construção, aparente contextualizada ou não,
originou uma mensagem. O típico ditado que afirma que “uma imagem vale mais do que mil palavras”
assenta que nem uma luva naquele que capta a objetividade subjetiva da criação artística. Apresenta-se
uma dialética que converge aquele que fomenta o amor e o que ama. A arte tem o dom de, para além de
emitir tanto quanto as palavras, arrecadar o sentimento. Leva-o a partir de si para todo o lugar. Ganha asas
numa inspiração sem discriminação ou opressão”.

Clique na imagem para amplia-la.

Imagem 19: Afresco teto da Capela Sistina – Michelangelo [33].


A arte chega ao mundo das mais diversas formas. É um distintivo cultural que caracteriza e formula
aqueles que nascem nesta ou naquela comunidade. Influenciados pelas obras dos mais vários artistas,
nasce esta forma de chegar ao outro. Uma forma mais simples, colorida, mas que, não obstante, dá
também origem a ambiguidades. As interpretações são várias e inconstantes, originando uma paleta de
visões diferenciadas. Umas mais racionais outras mais emocionais. É esta variedade que é produzida pela
arte e que a linguagem muitas vezes não consegue. O discurso escrito e falado não consegue chegar lá
por si só. Precisa de atrair, de trazer para junto de si aquele que é o seu interlocutor. Mesmo que não ouça,
vê e sente.

O ato de saber expressar, vivenciar, comunicar, a experimentação ao estarmos frente a uma obra de
arte ou ao produzirmos trabalhos em arte, estamos naturalmente em um contexto comunicacional. A
linguagem complementa as experiências do desenho, da pintura, gravura, escultura, etc.

FÓRUM
a) Leia com atenção o texto "O CONHECIMENTO ARTÍSTICO COMO ARTICULAÇÃO DE
SENTIDOS" (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) dos Parâmetros curriculares
20
Nacionais – Arte, 2001, p. 35 a 37. Leia com atenção, faça ligação com o vídeo disponível no início do
tópico 02;

b) Vá até o Fórum e debata com seus colegas e tutor sobre a obra de arte e o contexto em que ela é
produzida e qual o papel da escola e do professor em relação ao ensino de artes?

Fontes das Imagens

1 - http://redeglobo.globo.com/globoeducacao/noticia/2012/06/abordagem-triangular-25-anos-de-contribuicao-para-o-ensino-
da-arte.html
2 - http://www.editorarealize.com.br/revistas/conedu/trabalhos/TRABALHO_EV117_MD1_SA1_ID2978_02092018113426.pdf
3 - https://pt.slideshare.net/ElizabethDeGrande/apresentacao-1-a
4 - https://elpais.com/ccaa/2013/09/23/paisvasco/1379935068_016751.html
5 - https://educacao.uol.com.br/disciplinas/artes/escultura-2-formas-de-esculpir.htm
6 - https://conceitos.com/contextualizar/
7 - http://aspastilhascoloridas.blogspot.com/2014/08/as-incriveis-vitrines-aliam-propaganda.html
8 - http://obviousmag.org/metropolis/2015/05/video-game-e-arte-conceitos-iniciais-primeira-parte.html
9 - https://chilli360.wordpress.com/2012/10/30/a-arte-e-a-propaganda-sempre-caminharam-juntas/
10 - https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/artes/percebendo-arte.htm
11 - https://revistagalileu.globo.com/Cultura/noticia/2016/01/artistas-fazem-releituras-de-pinturas-classicas-com-personagens-
da-cultura-pop.html
12 - https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Nascimento_de_V%C3%AAnus
13 - https://novaescola.org.br/conteudo/1509/o-que-ensinar-em-arte
14 - http://opiniaoenoticia.com.br/cultura/e-inaugurada-no-rio-de-janeiro-a-academia-imperial-de-belas-artes/
15 - https://www.youtube.com/watch?v=1d4JKfkPOqk
16 - https://www.youtube.com/watch?v=BTYw2Lem4s4
17 - https://oglobo.globo.com/rio/bairros/escolinha-de-arte-do-brasil-completa-70-anos-com-novos-projetos-22857485
18 - http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2013/04/a-trajetoria-de-ana-mae-e-o-entusiasmo-pela-arte-educacao/
19 - https://www.infoescola.com/movimentos-artisticos/realismo-na-pintura/
20 - https://inspi.com.br/2016/09/artista-transforma-sonhos-em-pinturas/
21 - https://www.unicamp.br/unicamp/ju/noticias/2018/10/17/arte-educacao-e-o-corpo-em-movimento
22 - https://cptstatic.s3.amazonaws.com/pdf/cpt/pcn/volume-07-arte.pdf
23 - https://www.youtube.com/watch?v=Abdc2ASFHxI
24 - https://even3.azureedge.net/anais/28539.pdf
25 - https://www.youtube.com/watch?v=l5_EMEU4kwY
26 - https://www.youtube.com/watch?v=BHsGKIFQDA4
27 - http://www.sobrearte.com.br/desenho/perspectiva/index.php
28 - http://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/12223/9294
29 - https://www.audaces.com/o-conceito-de-belo-na-estetica-grega/
30 - http://cultescolar.blogspot.com/2013/10/os-retirantes-portinari.html
31 - https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Baptiste_Debret
32 - https://www.comunidadeculturaearte.com/a-arte-como-meio-de-comunicacao
33 - https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Baptiste_Debret

21
Arte e Educação II
Aula 02: A Formação de Professores para o Ensino das Artes

Tópico 01: O que é importante saber para ser professor de artes?

VERSÃO TEXTUAL
Você será um pedagogo (a) que atua nas séries iniciais do ensino fundamental, e
naturalmente precisa ensinar sobre arte.

Nas próximas aulas estudaremos temas importantes para que você possa estar preparado
para iniciar nos caminhos da arte educação. Para isso participe ativamente de todas as
atividades propostas nos fóruns, atividades de portfólio e chats, pois essas atividades visam
aprofundamento dos temas e atividades pedagógicas. Fique atento também aos links das fontes
das imagens disponíveis nas aulas, pois esses links levam a mais sites para aprofundamentos
das temáticas estudadas. Ótimos estudos!

Nessa aula nossa intenção é instigar e inquietar você para que reflita sobre a seguinte questão: o que
é importante que todo professor conheça sobre arte? Quais os benefícios cognitivos advindos de uma
educação pela arte para o professor, e/ou futuro profissional da Educação, como também aos educandos
no que diz respeito a sua formação psíquica, cultural e intelectual?

Inicialmente é importante a tomada de consciência por parte do professor, pois é dentro do processo
educativo, em específico na sala de aula, que o professor tem que estar consciente de seu verdadeiro
papel, pois cabe a ele mediar o conhecimento de forma intencional e organizada.

Imagem 1 [1]

22
Para as arte-educadoras Maria Eduarda Rangel Vieira da Cunha e Alice Seibel Wapler “Vivemos em
uma sociedade que se caracteriza pelo ritmo frenético, que se interessa pelo instantâneo e fugaz.
Podemos perceber isso apenas analisando o comportamento do consumidor que cria a falsa necessidade
de um novo produto mais atualizado que o anterior. O predomínio da experiência imediata perpassa o
modo como as pessoas consomem e influi no modo com que elas encaram a vida e, portanto, a arte. Para
elas, a arte deveria ser contemplada assim como o são os filmes, os videoclipes, os jogos de videogame
ou a música. Deste modo, encontramos uma dicotomia entre a arte contemporânea e o tempo que é
requerido por ela. Como o tempo das pessoas não é reservado para a arte, esta é vista por elas como um
divertimento, uma distração simples, que não requer um raciocínio. Não é à toa que as salas de cinema
enchem com filmes de ação ou filmes fantasiosos enquanto os filmes que questionam a nossa sociedade,
os nossos hábitos, costumes e ideologias ficam vazios. Quando um jovem vê uma obra de arte no museu,
ele já está preocupado com a próxima obra que ele verá: aquela só está ocupando o seu tempo, que logo
será ocupado por outra imagem”.

VERSÃO TEXTUAL
Mas o que nós professores podemos fazer para mudar essa forma fugaz com que as
crianças lidam com a arte? Como fazer para que nossos educandos sejam mais que
consumidoras de imagens?

Maria Eduarda Rangel Vieira da Cunha e Alice Seibel Wapler procuram nos orientar no trato com
nossos educandos para que o ensino de artes possa ser mais significativo. Para elas: “é preciso atrair a
atenção deles de outro modo para estas obras. Acreditamos que em qualquer proposta de atividade
artística é indispensável buscar algum tipo de identificação com as vivências dos alunos. A arte
contemporânea muitas vezes mostra-se um prato cheio para tal prática: ela fala do cotidiano,
problematiza a sociedade atual, muitas vezes utiliza-se de obras interativas e há até mesmo as que
apresentam ícones conhecidos por todos (personagens midiáticos, atores de cinema, celebridades…).
Procuramos sempre ouvir nossos alunos, saber quais são seus interesses, o que fazem nas horas de lazer,
com o que brincam… A partir daí introduzimos aos poucos o universo artístico. Muitas vezes não é
possível fazer com que os alunos consigam entender a proposta dos artistas, visto que muitas artes
contemporâneas não têm mensagens com conteúdo explícito. Entretanto, algum conhecimento sempre
acaba sendo construído pelos alunos, o que já é válido”.

LEITURA COMPLEMENTAR
Para saber mais acesse:

Quando a arte pinta o mundo de azul [2]

1.1. Um pouco de história e legislação para entender melhor o papel do


professor no ensino das artes
Uma das preocupações dos pesquisadores em educação tem sido a tentativa de listar, explicar e
fazer uma reflexão sobre as carências encontradas nos cursos de formação de professores. Encontramos
também, arte-educadores que defendem uma formação artística mais profunda, para que o futuro
profissional possa ter maior autonomia de pensamento e familiaridade com diferentes linguagens para

23
expressar com maior clareza suas ideias. Estes acreditam que isso se dará através do estudo
sistematizado da história e teoria da arte, e de suas diferentes linguagens. (Artes Visuais, Dança, Teatro e
Música, etc). Precisamos lembrar que boa parte do êxito em ser um bom professor esta na quantidade de
tempo em que o mesmo se dedica ao estudo, não apenas dos seus conteúdos específicos, mas nas
relações que os mesmos têm com outras disciplinas e o contexto histórico e educacional que esses
conteúdos ganham sentido.

1.2. Um pouco da legislação sobre o ensino de artes


Na década de 90 do século passado, com a LDB de 20 de dezembro de 1996, a convicção de muitos
educadores de que era importante o ensino de arte em todos os níveis do ensino fundamental, se traduz
na obrigatoriedade do ensino de arte na educação básica que se materializou através do artigo 26,
parágrafo 2º, que diz: “O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis
da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”.

Conforme o PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais, de arte, (2001, p. 53, 54), no transcorrer do
ensino fundamental, o aluno poderá desenvolver competências estéticas e artísticas nas diversas
modalidades da área de arte (artes visuais, dança, música, teatro) tanto para produzir trabalhos pessoais e
grupais quanto para que possa, progressivamente, apreciar, desfrutar, valorizar e julgar bens artísticos de
distintos povos e culturas produzidas ao longo da história e na contemporaneidade.

Contudo a obrigatoriedade da Lei 9093/96 não tem sido suficiente para que o ensino das Artes
aconteça de fato em todas as séries do Ensino Básico. Observa-se isso na fala da professora Ana Mae
Barbosa (2002), pesquisadora conhecida internacionalmente como arte-educadora:

No Brasil, como vemos, a mera obrigatoriedade nem o reconhecimento da necessidade são


suficientes para garantir a existência das artes no currículo. Leis tão pouco garantem o
ensino/aprendizagem que torne os estudantes aptos para entender a arte ou a imagem na
condição pós-moderna contemporânea. p.14

O que fazer diante da observação de um quadro tão contraditório? A própria pesquisadora aponta
caminhos reais e necessários para a mudança desse quadro. Barbosa (2002) sustenta que é somente
através da ação inteligente, empática, critica e acima de tudo consciente do professor para que as artes se
tornem ingrediente essencial para o crescimento individual do aluno para que ele se torne conhecedor de
sua cultura e conhecedor de suas próprias ações. Por esse motivo é imprescindível que o professor
formado ou em formação tome ciência das artes e seus conceitos.

A arte é linguagem e a linguagem é expressão. Por meio dela é possível


expressar valores, características de um tempo, de uma cultura, a realidade
vivida por um povo, as mudanças sociais, os desejos e as expectativas de
uma época.

A arte acrescenta beleza, bons momentos em nossa vida, nos leva a um estado de elevação ou prazer
estético que gera nas pessoas o anseio por conhecer mais. Por isso o professor não deve desprezar esses
bons momentos no convívio com seus alunos. Por meio das artes o professor pode levar o aluno a realizar
a catarse, conduzindo a criança a se expressar por meio de desenhos, da dança, do teatro, etc. Quando a
criança está se expressando, ou seja, contando oralmente uma história ou por meio de outro veículo
artístico ocorre a reestruturação dos fatos, a reelaboração do pensamento.

Segundo Barbosa (2002):

24
Não mais se pretende desenvolver apenas uma vaga sensibilidade nos alunos por meio da arte,
mas também se aspira influir positivamente no desenvolvimento cultural dos estudantes. (....).
Não podemos entender a Cultura de um país sem conhecer sua arte. A arte como uma
linguagem aguçadora dos sentidos transmite significados que não podem ser transmitidos por
intermédio de nenhum outro tipo de linguagem, tais como a discursiva e a científica. p. 17

Uma das principais dificuldades sofridas pelos professores de Artes após a implantação da Lei de
Diretrizes e Bases é a falta de fundamentação teórica. Esta situação levou a uma prática diluída na qual as
metodologias e conteúdos das tendências Tradicionais e da Nova Escola se misturam, sem uma
preocupação sólida com o que é melhor para o ensino da Arte na sala de aula.

Os cursos de Educação Artística que seguiram a linha tecnicista de formação e foram responsáveis
por proporem atividades mais direcionadas aos aspectos técnicos, com uso de materiais, construtivos,
sem um maior compromisso com os conhecimentos das Artes. Para Maria Eduarda Rangel Vieira da
Cunha e Alice Seibel Wapler precisamos lembrar que “A escola, assim como muitos professores, encara o
ensino da arte como um passatempo, um momento de descontração. Esta visão é passada para os
alunos, que não enxergam um sentido em estudar e produzir arte. O aprendizado em artes não ocorre
como nos outros campos do conhecimento, com aplicação imediata do saber adquirido. Em artes não se
pode medir os resultados, visto que eles não são só práticos, mas também sensíveis. Não existem
fórmulas ou regras para ensinar arte, não existe um ponto de partida e um ponto de chegada. Por estes
motivos, torna-se difícil a defesa do real valor da arte na formação do sujeito. Para que esta imagem seja
mudada não basta apenas a comunidade escolar se voltar para uma nova concepção e ressignificação de
valores, a sociedade como um todo deve entender a arte como expressão simbólica, algo que facilita ao
indivíduo exteriorizar aquilo que não pode ser dito em outra linguagem, visto que a necessidade de
expressão é inata ao ser humano. Desta forma, constitui um elemento essencial à educação, sendo uma
forma de construção do conhecimento”.

O professor deve seguir na sua prática uma metodologia que inclua os assuntos a serem discutidos e
explicitados, os métodos educativos a serem utilizados, os materiais e meios de comunicação para a
produção artística. Tudo com o propósito de ajudar os alunos na apreensão dos significados e das
habilidades culturais referentes à arte bem como ter plena consciência de que arte é linguagem e por isso
requer metodologias específicas que promovam a sua produção e reflexão sobre a ação.

25
Imagem 2 [3]

Ser professor de arte é atuar por meio de uma pedagogia que aproxime os estudantes do legado
cultural e artístico da humanidade, já construído e em construção, permitindo, assim, que tenham
conhecimento dos aspectos mais significativos da cultura, em suas diversas manifestações. Para que
isso ocorra efetivamente, é preciso aprofundar estudos e evoluir no saber. O professor de artes é um dos
responsáveis pelo sucesso desse processo transformador, ao ajudar os alunos a aguçarem suas
sensibilidades e saberes práticos e teóricos em artes.

1.3. Um pouco de história e legislação para entender melhor o papel do


professor no ensino das artes
Após conhecer melhor os fatos históricos e a legislação mais importante no que se refere ao ensino
das artes passaremos agora a destacar os principais conceitos encontrados nas correntes pedagógicas
do ensino da Arte – Educação no Brasil.

Os estudiosos afirmam que a instalação oficial do ensino de Artes no Brasil aconteceu com a criação
da Academia Imperial de Belas Artes no Rio de Janeiro (1816), que seguia os modelos das tradicionais
escolas europeias. Nesta época, as academias europeias tinham o Desenho como a base de todas as
Artes, tornando-se

matéria obrigatória nos institutos. Passaremos agora a expor as correntes pedagógicas mais
recentes utilizadas em salas de aula no ensino de Artes no Brasil.

1.3.1. Tendência tradicional no ensino das artes


A partir daí a tendência tradicional esteve sempre presente no ensino das escolas de Artes, deixando
muitas vezes a espontaneidade e a vontade dos alunos em segundo plano. Na prática, o ensino de Artes
limitava-se ao desenho, que trazia ainda a concepção neoclássica de ênfase na linha, no contorno, e nos
traços. Assim, a concepção de Artes era “intelectualizada”. Do início do século XX até meados dos anos
70 tinham o desenho como conteúdo principal das aulas de artes com o predomínio da teoria estética
mimética. Algumas escolas que seguem a tendência pedagógica tradicional, ainda hoje, investem no
tempo significativo ao ensino do desenho e a cópia nas aulas de artes.

1.3.2. As aulas de Arte e a Pedagogia Renovada


A Pedagogia Nova ou Escola Nova, que tem suas origens na Europa e nos Estados Unidos (século
XIX), propõe dentre outras premissas, que as relações interpessoais na sociedade podem ser mais
satisfatórias se o estudante for adaptado ao seu ambiente social. Assim devem ser levados em
consideração os desejos, interesses e motivações dos alunos, ou seja, o aluno deve “aprender
fazendo” (exercendo o papel de sujeito e não o de objeto).

No Brasil os ecos da Escola Nova soaram entre os anos 30 e os anos 40, e no campo das Artes
encontrou dentre outras situações vivenciadas, a ressonância da Semana de Arte Moderna de 1922, que
trouxe novos ares e novas perspectivas para as Artes no Brasil.

Segundo Fusari e Ferraz (2001), “A Educação através da Arte, quando difundida no Brasil, recuperou a
valorização da arte infantil e a concepção de arte baseada na expressão e na liberdade criadoras. Para que
isso ocorresse era necessária a total independência da criança ou do jovem, que deveriam produzir seus
trabalhos artísticos sem a intervenção do adulto. Vale ressaltar, que desde os anos 20 alguns professores
já vinham incorporando a ideia da” livre expressão “entendida como um caminho para se atingir o centro
da criação”.

Ao analisar esta fala das autoras, podemos concluir que a ênfase desta corrente pedagógica era o
método da livre expressão, para libertar o impulso criador das crianças, o que trouxe alguns problemas,

26
como os poucos cuidados ao avaliar esta metodologia de ensino livre, o que acarretou um certo
“extremismo” de alguns professores no qual “tudo” era permitido, chegando até a eliminar as atividades, já
que estas poderiam prejudicar o trabalho criativo dos alunos.

Para esta corrente pedagógica, a aula de Arte deve proporcionar as condições metodológicas para
que o aluno possa exteriorizar o seu potencial, portanto, a ênfase é no processo (o como fazer) e não no
produto final, assim o aluno ao aprender fazendo estaria capacitando-se para melhor interagir e cooperar
como um ser social.

1.3.3. As aulas de Arte e a Pedagogia Tecnicista


A tendência tecnicista aparece quando a educação começa a ser vista como insuficiente para
preparar profissionais para um mercado de trabalho no qual a tecnologia estava em expansão. No Brasil
esta tendência tecnicista começa a ser implantada nas escolas entre os anos 60 e 70.

Na escola tecnicista o mais importante é a organização racional dos elementos curriculares


essenciais, como as aulas e os planos de aula. Desse modo os alunos devem sair do curso
correspondendo aos objetivos preestabelecidos pelo professor, em consonância com os interesses da
sociedade industrial.

Ao mesmo tempo em que a pedagogia tecnicista se enraíza no Brasil, é assinada a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (n° 5692/71,) que colocou a Educação Artística no currículo escolar, assim
os professores especialistas (Desenho, Música, Canto, Dança e Artes), que vinham trabalhando de acordo
com suas especificidades, viram estes conhecimentos transformados em “meras atividades artísticas”.
Desde o início da implantação da Lei, nota-se que a Educação Artística é tratada de forma indefinida e sem
um direcionamento pedagógico definido.

Uma das principais dificuldades sofridas pelos professores de Artes após a implantação da Lei de
Diretrizes e Bases é a falta de fundamentação teórica. Esta situação levou a uma prática diluída na qual as
metodologias e conteúdos das tendências Tradicionais e da Nova Escola se misturam, sem uma
preocupação sólida com o que é melhor para o ensino da Arte na sala de aula.

Os cursos de Educação Artística que seguem esta linha tecnicista vêm mostrando atividades mais
direcionadas aos aspectos técnicos, com uso de materiais, construtivos, sem um maior compromisso
com os conhecimentos de Arte, fazendo com que as aulas necessitem de um aprofundamento teórico-
metodológico mais embasado e coerente coma realidade do aluno.

1.3.4. O ensino de artes na atualidade


No momento da elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), os Arte-Educadores
conseguiram garantir a participação nesse processo, o que possibilitou a construção de um livro próprio
da área de Arte. Nesse documento, a Arte está representada como uma área de conhecimento humano,
sendo explicitadas as linguagens artísticas que fazem parte dessa área, com conteúdos próprios,
apresentando também algumas sugestões que ajudam a criar projetos educativos e a planejar as aulas de
Arte buscando proporcionar a reflexão sobre a prática educativa.

Atualmente a tendência que predomina no ensino das artes é a chamada sociointeracionista, que
prega a mistura de produção, reflexão e apreciação de obras artísticas. Como defendem os próprios PCNs,
é papel da escola "ensinar a produção histórica e social da arte e, ao mesmo tempo, garantir ao aluno a
liberdade de imaginar e edificar propostas artísticas pessoais ou grupais com base em intenções
próprias”.

1.4. A Formação Artística da Criança na Escola

27
As crianças são capazes de diversificar e aprofundar de uma maneira bem peculiar os saberes em
artes, já que as mesmas vivenciam de uma forma intensa estes saberes, pois desde muito pequenas
desenham, cantam, dançam e se expressam plenamente até serem “freadas” pelos adultos.

Neste tema vamos tratar de como encaminhar a ação pedagógica em Arte para um melhor
desenvolvimento das metodologias a serem utilizadas com as crianças para que esses saberes sejam
maximizados e ao mesmo tempo que possam se expressar essas crianças possam aprender novas
formas de se expressarem e conhecer novas culturas.

REFLEXÃO
Ao pensarmos sobre a formação da criança em artes na escola, muitos questionamentos nos
acompanham. Será que a potencialidade da criança pode ser desenvolvida apenas
“espontaneamente”? Qual a melhor forma de desenvolver essas potencialidades artísticas? Para
responder a estas questões é preciso analisar alguns pontos importantes que nos ajudarão nesta
reflexão.

As produções das crianças, em arte, dependem tanto de suas práticas pessoais infantis quanto das
intervenções (ou não) recebidas do meio social e comunicacional em que vivem. Dependem, ao mesmo
tempo, das intermediações educativas em arte (sejam estas intencionais ou não) que lhes proporcionam
as pessoas mais próximas de sua vida cotidiana (pai, mãe, professores, os grupos sociais em geral), como
afirmam FERRAZ e FUSARI (2000) “as crianças são indivíduos que têm uma história de interação afetiva e
cognitiva com as outras pessoas”.

Diante disso, nós como professores precisamos encaminhar práticas escolares através de um
conjunto de atos pedagógicos planejados e organizados de acordo com esta premissa.

1.4.1. Encaminhando a ação pedagógica em Arte


De acordo com as autoras FERRAZ e FUSARI (2000) o professor deve estudar e organizar as práticas
escolares artísticas e estéticas junto às crianças inter-relacionando as seguintes fases:

Constatação
a) Constatação (continuada) de quais são as vivências artísticas e estéticas das
crianças e suas relações com os elementos da natureza e da cultura, dos mais
próximos aos mais distantes;

Encaminhamentos
b) Encaminhamentos (a partir das constatações) de:

• Análise dos conceitos, dos saberes em arte que as crianças ainda não dominam
e que são considerados essenciais para que elas possam diversificar, aprender,
aprofundar “o fazer e o entender”;
• Roteiros (planos) que sejam flexíveis de curso de e aulas de Arte junto às
crianças, com programas nos quais apareçam os novos conceitos artísticos e
estéticos que os alunos deverão vivenciar e saber;
• Aulas de Arte (com começo, meio e fim) programadas para que as crianças
aprendam além do que elas já sabem estética e artisticamente;

Discussões periódicas
28
c) Discussões periódicas sobre em qual nível encontra-se os saberes artísticos e
estéticos das crianças após as intervenções educativas aplicadas.

Estas três fases devem ajudar na organização dos planejamentos e nos planos dos cursos escolares
de Arte.

1.4.2. As fases do trabalho e o posicionamento do professor


Na primeira fase do trabalho o professor precisa conhecer os níveis e os modos de expressividade
das crianças, ou seja, as maneiras que elas admiram, gostam, julgam, apreciam e também as formas que
elas se expressam através de gestos, sons, movimentos e principalmente como elas representam o
mundo que as cerca. Nesta fase é muito importante o educador indagar, observar e conversar com as
crianças e com as outras pessoas com as quais elas convivem para constatar os interesses e
conhecimentos artísticos dos seus alunos. Nesta fase é importante o professor anotar para futuros
estudos e comparações ás características estéticas que as crianças observam em tudo que as rodeia.

A segunda fase e o momento de tomar consciência e assinalar os aspectos essenciais dos saberes
em arte, que as crianças ainda não sabem, mas já podem ir conhecendo de uma forma gradativa. Esses
conhecimentos se referem tanto ás linguagens e produções pessoais artísticas quanto ao entendimento
dos jeitos e técnicas que os adultos artistas utilizam para expressar-se artisticamente.

A terceira e última fase do professor de Arte é uma síntese das duas primeiras e deve acompanhá-las
em diversos momentos do curso, o principal é o professor observar as mudanças que vão acontecendo
nas duas etapas anteriores e através desta prática está sempre fazendo uma avaliação do seu trabalho e
retomando aqueles pontos que apresentarem problemas.

29
Arte e Educação II
Aula 02: A Formação de Professores para o Ensino das Artes

Tópico 02: : Metodologias ativas e o ensino de arte

Podemos perceber que dentre as abordagens didáticas que podem ser utilizadas pelo professor de
Artes, a mais utilizada é o desenvolvimento da Pedagogia de projetos. Nessa perspectiva, atuando como
facilitador do processo de ensino-aprendizagem, o professor poderá levar o grupo a experimentar
diferentes modos de fazer, conhecer e apreciar a arte de forma que professor e aluno constroem o
conhecimento em estreita relação com o contexto em que é utilizado, sendo, por isso mesmo, impossível
separar os aspectos cognitivos, emocionais e sociais presentes nesse processo.

LEITURA COMPLEMENTAR
Mas, quais são as práticas de ensino-aprendizagem mais comuns nas metodologias ativas de
aprendizagem? Para saber mais acesse: Entenda a Importância e o Papel das Metodologias Ativas de
Aprendizagem [4].

Confira algumas:

2.1. Aprendizagem baseada em projetos


Crianças das séries inicias podem ser estimuladas a cooperarem por meio dessa metodologia.

A aprendizagem baseada em projetos (ABP) tem por objetivo fazer com que os alunos adquiram
conhecimento por meio da solução colaborativa de desafios.

APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS (ABP)

Em inglês, project based learning (PBL).

Sendo assim, o aluno precisa se esforçar para explorar as soluções possíveis dentro de um contexto
específico ― seja utilizando a tecnologia ou os diversos recursos disponíveis, o que incentiva a
capacidade de desenvolver um perfil investigativo e crítico perante alguma situação.

Além disso, o professor não deve expor toda metodologia a ser trabalhada, a fim de que os alunos
busquem os conhecimentos por si mesmos. Porém, é necessário que o educador dê um feedback nos
projetos e mostre quais foram os erros e acertos.

EXEMPLO
Exemplos de Projetos de arte educação:

Receitas de tintas caseiras [5].

Receitas de massa de modelar [6].

30
2.2. Aprendizagem baseada em problemas
Para as séries finais do ensino fundamental e ensino médio.

O método da Aprendizagem Baseada em Problemas tem como propósito tornar o aluno capaz de
construir o aprendizado conceitual, procedimental e atitudinal por meio de problemas propostos que o
expõe a situações motivadoras e o prepara para que os mesmos possam, por exemplo, criar uma obra de
arte como uma peça teatral baseada numa música popular, etc.

Enquanto a aprendizagem baseada em projetos exige que os alunos coloquem a “mão na massa”, a
aprendizagem baseada em problemas é focada na parte teórica da resolução de casos.

EXEMPLO
Exemplos de problemas a serem utilizados:

Passeando nos jardins de Monet [7]. Temos áreas verdes no nosso bairro? Ou temos áreas verdes
na nossa escola? Qual a importância dos jardins?

Uso de material reciclável para pintura [8]. Nessa proposta é importante fazer relação com a
quantidade de lixo que é descartado na natureza...

2.3. Estudo de caso


Deve ser utilizado ao final de um conteúdo especifico como forma de fixar a aprendizagem ou
interrelacionar conteúdo de artes e outras disciplinas.

A prática pedagógica de Estudo de Casos tem origem no método de Aprendizagem Baseada em


Problemas. O Estudo de Caso oferece aos estudantes a oportunidade de direcionar sua própria
aprendizagem, enquanto exploram seus conhecimentos em situações relativamente complexas.

São relatos de situações do mundo real, apresentadas aos estudantes com a finalidade de ensiná-los,
preparando-os para a resolução de problemas reais.

EXEMPLO
Exemplos de estudo de caso:

Livros para colorir porque apenas pintar não é arte terapia. [9].

A vida de Tchaikovsky, as crianças, geralmente, demonstraram muito interesse, pois este foi
compositor de três grandes obras bastante conhecidas, que se tornaram tema de balés: “O Quebra
Nozes”, “A Bela Adormecida” e o “Lago dos Cisnes”. Estes devem ser trabalhados com as crianças da
seguinte maneira: Cada turma pesquisa uma das obras através de livros e filmes e, depois, apresenta
através de teatro para as demais classes.

2.4. Aprendizagem entre pares ou times


A aprendizagem entre pares e times , como o próprio nome revela, se trata da formação de equipes
dentro de determinada turma para que o aprendizado seja feito em conjunto e haja compartilhamento de
ideias.

31
APRENDIZAGEM ENTRE PARES E TIMES

Em inglês, team based learning (TBL).

Seja em um estudo de caso ou em um projeto, é possível que os alunos resolvam os desafios e


trabalhem juntos, o que pode ser benéfico na busca pelo conhecimento. Afinal, com a ajuda mútua, se
pode aprender e ensinar ao mesmo tempo, formando o pensamento crítico, que é construído por meio de
discussões embasadas e levando em consideração opiniões divergentes.

Ensinando por meio das metodologias ativas as situações problematizadoras são dinamizadas de
forma flexível e propõem a valorização da identidade do professor e dos alunos e a diversidade da
realidade educacional brasileira. Tendo como base metodologias ativas e dialéticas, como de projetos,
devemos valorizar a dialética e o pensamento sistêmico, pois cada projeto se propõe a articular
problematização e saberes de maneira que privilegie o multiculturalismo, a identidade, a integração entre
as linguagens (artes visuais, a música, o teatro e a dança) e as novas linguagens e estéticas (cibernética,
fractais, home pages, realidade aumentada, etc).

2.5. As metodologias ativas e suas relações com a dialética


EEnsinando por meio das metodologias ativas as situações problematizadoras são dinamizadas de
forma flexível e propõem a valorização da identidade do professor e dos alunos e a diversidade da
realidade educacional brasileira. Tendo como base metodologias ativas e dialéticas, como de projetos,
devemos valorizar a dialética e o pensamento sistêmico, pois cada projeto se propõe a articular
problematização e saberes de maneira que privilegie o multiculturalismo, a identidade, a integração entre
as linguagens (artes visuais, a música, o teatro e a dança) e as novas linguagens e estéticas (cibernética,
fractais, home pages, realidade aumentada, etc).

MULTIMÍDIA
Para saber mais sobre dialética veja o vídeo:

Acesse a aula online para visualizar este conteúdo

3. Metodologias ativas e suas relações com a dialética


Dialética é:

32
Descrição da imagem:
Pensamento dialético: Tese – proposição; Antítese – oposição e Síntese – conclusão.

Fonte [10]

O professor deve estar atento e formado para fazer relações entre as produções artísticas com o
processo de produção material da vida, dos seres humanos, sabendo como isto se insere e é consumida
pela sociedade, para que seus alunos possam ser intérpretes e críticos de imagens e artes presentes em
seu cotidiano, e não apenas consumidores.

Em artigo intitulado: “As Políticas de formação: a constituição da identidade do professor sobrante”,


Kuenzer (1999) afirma que:

as mudanças ocorridas no mundo do trabalho e das relações sociais neste final de século
puseram em curso novas demandas de educação, estabelecendo os contornos de uma nova
pedagogia, já é afirmação corrente entre pesquisadores e profissionais da educação.(p.03)

Entendemos que os cursos de formação de professores devem procurar formar profissionais cientes
do seu papel de mediadores entre o “mundo das artes” e a realidade social. Futuros professores devem
aprender a selecionar, a ordenar e a interpretar criticamente o que a mídia veicula como arte ou cultura.
Formar um profissional assim demanda tempo e acreditamos que isso deve ser feito durante o seu
período de formação na universidade e nas relações sociais.

Nossa intenção como educadores é contribuir para o desenvolvimento de uma educação


fundamentada nas artes e na cultura. Não apenas na cultura dominante, isto é, naquela feita para ser
consumida, mas, sobretudo, na cultura trazida pelas diversas etnias que compõe a formação do povo
brasileiro.

FÓRUM 2
Leia com atenção a frase:

“O professor deve estar atento e bem formado para fazer relações entre as produções artísticas
com o processo de produção material da vida, dos seres humanos, sabendo como isto se insere e é
consumida pela sociedade, para que seus alunos possam ser intérpretes e críticos de imagens e
artes presentes em seu cotidiano, e não apenas consumidores”.

Discuta no ambiente do fórum o que seria essa boa formação do professor para que possa
trabalhar os conteúdos das artes de maneira que seus alunos possam compreender a importância das
artes na sua vida e terem opinião formada sobre o que é ou não arte.

33
Arte e Educação II
Aula 02: A Formação de Professores para o Ensino das Artes

Tópico 03: O Ensino das Artes e as Novas Tecnologias de Comunicação e Informação

VERSÃO TEXTUAL
O mundo que nos cerca é um mundo em constante processo de mudanças e desafios. As
novas tecnologias, produzidas por uma mudança significativa no campo do saber, são desafios
para os arte-educadores.

Como a arte, especialmente as artes visuais, poderão se beneficiar ao usarmos o


computador, a internet, a multimídia, etc., no ensino da arte?

3.1. A Arte e as Novas Tecnologias


Atualmente, as imagens visuais estáticas (fotos, desenhos, pinturas, esculturas, etc) e em movimento
(vídeos curtos ou longos, display de computadores, etc) tem sido largamente utilizada no dia-a-dia das
pessoas. Imagens são usadas como texto, e muitas vezes, como pretexto para quase tudo que podemos
utilizar, criar, expor, comprar, etc.

Ao se apropriar e transformar imagens o artista procura dar novos significados a imagens já


conhecidas. Esta transformação das imagens ocupa lugar significativo na mídia escrita e com maior
amplitude nos meios de comunicação eletrônicos (mídias digitais).

É cada vez maior o acesso das crianças a internet e seu universo visual. Mesmo a televisão,
conectada a internet ou ao satélite, veicula a todo momento uma grande quantidade de imagens que nos
faz pensar na velocidade que essas imagens são transmitidas e como esse conteúdo se instala em nossa
memória iconográfica, formando assim um modo de pensar e ver a realidade.

Para Pimentel (2002, p.113) Neste contexto, é importante desenvolver-se a competência de saber ver
e analisar a imagem, para que se possa, ao produzir imagens, fazer com que ela tenha significação para o
autor e para quem vai vê-la.

A utilização de novas tecnologias na escola não se dá na mesma velocidade que elas são fabricadas.
Não há nada de anormal nisso, pois essas tecnologias não são fabricadas para a escola, a escola se
apropria delas. Contudo, a sua utilização nem sempre é correta. Por exemplo, utiliza-se o computador com
ênfase no texto e não no visual. Isso significa que as crianças aprendem a utilizar programas de edição de
textos e não de imagens.

É preciso que o professor seja preparado adequadamente para além de saber explorar o programa
saiba também fazer a mediação entre a utilização do programa, a manipulação e apreciação da imagem.
Deixar o aluno a mercê do programa e das imagens não gerará conhecimento novo, aprendizado
significativo em arte.

Hoje, os modos de produção e de conhecimento da imagem são bastante diversificados. Pimentel


(2002, p.114) afirma que o professor deve conhecer tanto os meios tradicionais quanto os meios que
usam tecnologias contemporâneas, para que ele possa escolher qual o mais apropriado para a expressão
em artes. O objetivo final é que estas ferramentas sejam elas, tradicionais ou com recursos tecnológicos
mais atuais, possam realmente propiciar o aprendizado em arte.

34
Para Iavelberg (2003, p.99) as formas de comunicação das mídias podem ser trabalhadas pela
construção de um espírito crítico e de uma visão lúcida, que leve ao desenvolvimento de julgamento e da
autonomia quando o aluno tenha capacidade para realizar análise comparativa entre as diversas
experiências que os meios visuais proporcionam na produção e apreciação da arte.

3.2. A Resignificação da Imagem com Recursos Tecnológicos.


As possibilidades de conhecimento visual, da imagem, podem ser apropriadas de muitas maneiras e
com diversos recursos tecnológicos tais como o vídeo, scanner, computador, câmara digital, fotocópia,
etc.; porém se não houver uma preocupação do professor com o aprendizado da arte, com estes novos
meios, e uma adequação destes meios como expressão artística, o aluno não terá interesse em
desenvolver um conhecimento artístico ou um saber em artes, com o uso das novas tecnologias.

Na construção de um saber competente são necessárias situações frequente de uso/reflexão/uso


das novas linguagens e imagens que estão à disposição cada vez com maior rapidez dentro e,
principalmente, fora da sala de aula. Cabe ao professor orientar e, portanto, ele precisa conhecer e
manipular as novas tecnologias, para que dados, informações, imagens, possam ser transformados em
conhecimento para o campo da arte.

3.3. A Possibilidade de Releituras, Desconstruções e Criação At por meio da


Manipulação da Imagem.
Na medida em que o acesso às tecnologias contemporâneas é garantido e estendido às camadas
mais populares, o professor em arte tem um novo desafio no conhecimento e aplicação do ensino da arte.

Segundo Pimentel (2002, p.117), num mundo em que o poder da informação geralmente determina o
poder de decisão, podemos dizer, ao pensar assim, que ter acesso à informação é um primeiro passo para
que os alunos possam construir conhecimentos necessários no ensino/elaboração de arte
contemporânea.

O uso do computador, da internet, scanner, etc., são possibilidades a serem exploradas na medida em
que o uso de materiais e técnicas tradicionais pode ser dispendiosa e demorada.

O uso de alguns equipamentos como o computador ou tablet e até mesmo o smartphone , pode
agilizar o ensino-aprendizagem e tornar uma atividade também atrativa para os alunos. Como exemplo, a
escolha da cor mais adequada ou da composição mais apropriada pode ser uma atividade a ser feita com
bastante rapidez num desses equipamentos com acesso a internet.

SMARTPHONE

Para fotografar, filmar, selecionar imagens e até mesmo desenhar com ajuda de aplicativos
gratuitos.

A reelaboração, criação, estilização de imagens, objetos virtuais, pode ser


amplamente explorada com a utilização de um ou mais meios tecnológicos
atuais como programas de computadores e aplicativos. Essas possibilidades
são desafios permanentes no ensino de arte.

Um aspecto importante é lembrar que o uso ou aproveitamento das facilidades da tecnologia em si,
não garante o desenvolvimento objetivo de um pensamento artístico ou da construção de um saber em
35
arte. O professor deve levar em conta qual meio ou materiais são importantes para alcançar os objetivos
que se propõe. Não se deve abandonar completamente ou substituir o que vinha sendo feito e só aplicar
as novas tecnologias. Tanto o ateliê de artes como o laboratório de informática é importante para o
desenvolvimento do fazer e do pensamento artístico.

As novas tecnologias abrem novas possibilidades de integrações tanto visuais como culturais,
através da internet, dos meios de comunicação e informação, trazendo novos desafios no campo do
conhecimento e da arte.

ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
Intervenção artística em fotografia digital.

Vivemos cercados por imagens. Elas podem ser reais (impressas) ou digitais (captadas por
câmeras fotográficas digitais ou Smartphones e disponíveis na internet). Nossa atividade do Portfólio
2 nos convida a fazer uma intervenção artística, isto é, novas maneiras de recriar uma obra de arte. A
Intervenção é uma delas. A noção de intervenção é empregada, no campo das artes, com múltiplos
sentidos, não havendo uma única definição para o termo. Agora vamos conhecer o termo referente às
artes plásticas.

Intervenção neste sentido é o acréscimo de elementos em uma obra de arte; ou também usado
para qualificar o procedimento de promover interferências em imagens, fotografias, objetos ou obras
de arte preexistentes. No nosso caso a intervenção possui um sentido semelhante à apropriação,
contribuição, manipulação, interferência, isto é vamos acrescentar elementos.

Passos:

1º - Escolha uma das fotos disponíveis em: As fotografias mais famosas da história mundial
contemporânea [11];

2º Escolha em que ambiente deseja alterar/interferir na foto: computador utilizando paint,


fotoshop ou outro programa, celular utilizando aplicativos de manipulação de fotos ou filtros do
Instagram ou Facebook. Se preferir você também pode imprimir a foto e acrescentar elementos
por meio da colagem tradicional (depois digitalize e poste na área do seu portfólio);

3º - Utilize toda sua criatividade para recriar e transformar a imagem existente em algo
totalmente novo!

4º - Identifique sua intervenção, converta em PDF e poste na área do seu Portfólio.

GALERIA
Foto 01: Albert Einstein mostrando a língua (1951)

36
Fotógrafo: Arthur Sasse

Foto 02: O beijo da Times Square (1945)

Fotógrafo: Alfred Eisenstaedt

Foto 03: Mãe Migrante (1936)

Fotógrafa: Dorothea Lange

37
Fontes das Imagens

1 - http://ocafe.com.br/arte/quando-a-arte-pinta-o-mundo-de-azul
2 - http://ocafe.com.br/arte/quando-a-arte-pinta-o-mundo-de-azul/
3 - http://ocafe.com.br/arte/quando-a-arte-pinta-o-mundo-de-azul/
4 - https://blog.lyceum.com.br/metodologias-ativas-de-aprendizagem/
5 - http://www.ppd.net.br/receitas-de-tintas-caseiras/
6 - http://www.ppd.net.br/receita-de-massa-de-modelar/
7 - http://www.ppd.net.br/projeto-passeando-nos-jardins-de-monet/
8 - http://www.ppd.net.br/dicas-de-pintura/
9 - http://www.ppd.net.br/livros-para-colorir-porque-apenas-pintar-nao-e-arteterapia/
10 - http://www.ppd.net.br/livros-para-colorir-porque-apenas-pintar-nao-e-arteterapia/
11 - https://blog.emania.com.br/as-fotografias-mais-famosas-da-historia/

38
Arte e Educação II
Aula 03: Metodologias, processos e escolhas para o ensino das Artes

Tópico 01: Em busca de uma metodologia de ensino em artes

Caros discentes, nesta nossa 3ª aula iremos estudar aspectos importantes na formação do professor
no ensino de artes. Para isso é importante conhecermos melhor os movimentos artísticos e alguns
artistas que representaram esses movimentos, noções de teoria da Arte para que possamos ser bem
sucedidos ao descrever os pontos de vista do observador em relação à obra de arte e as metodologias de
ensino mais usadas atualmente. Consequentemente isso irá nos ajudar a formar conceitos que nos darão
subsídios para uma melhor compreensão das artes enquanto campo de saber e as melhores maneiras de
ensinar conteúdos artísticos.

VERSÃO TEXTUAL
A metodologia educativa que o professor deve seguir na sua prática na área artística inclui
os assuntos a serem discutidos e explicitados, os métodos educativos à serem utilizados, os
materiais e meios de comunicação para a produção artística. Tudo com o propósito de ajudar os
alunos na apreensão dos significados e das habilidades culturais referentes à arte.

O posicionamento que o professor assume é muito importante para o direcionamento das aulas, mas
a que posicionamento estamos nos referindo? Sabemos que o posicionamento na escolarização de
crianças e jovens em arte tem uma história com várias marcas presentes em nossas ideias atuais e
também na nossa prática pedagógica e estética, algumas marcas queremos que sejam preservadas,
outras que sejam mudadas ou transformadas para melhor, sempre buscando uma adequação com o
currículo escolar em Artes e com o real desenvolvimento da cultura artística junto aos estudantes.

De uma forma objetiva podemos dizer que alguns professores entendem que é apenas necessário
organizar e coordenar os ambientes das salas de aula de uma maneira que ocorram trabalhos
espontâneos, assim os alunos estão aprendendo o que é arte, desta forma eles quase não interferem nos
estudos artísticos, não podemos dizer que estes professores estão “errados”, mas é importante lembrar
que algumas interferências e estudos direcionados são produtivos para aluno. Existem outros
professores que direcionam a formação em arte dos alunos sob o viés de apenas estudar sobre arte e
cultura e assumem a formação do aluno de tal forma que interferem em tudo o que o aluno faz, para
melhor exemplificar seria o aluno colorir desenhos já prontos, ou reproduzir músicas já conhecidas, agindo
assim o professor não está levando em consideração a criatividade dos alunos nem as transformações
cognitivas no entendimento da arte.

INTERFERÊNCIAS

Feitas pelo professor.

Pensamos que a real contribuição da escola na formação de estudantes em artes é o resultado de


procedimentos metodológicos e pedagógicos que consigam reunir as elaborações artísticas junto às
interferências educativas necessárias para o desenvolvimento desta aprendizagem. Esse processo não é
39
simples, pois a realidade das escolas, públicas e privadas, é a de dispor de poucos materiais artísticos
disponíveis para o ensino e as atividades práticas de artes. Diante dessa realidade é que insistimos em
afirmar que a escolha de uma metodologia de ensino-aprendizagem nos oferece uma espécie de “mapa”
para chegarmos de forma mais segura aos caminhos para que os nossos alunos aprendam com maior
reflexão e, por meio de nossa mediação, possam fazer críticas mais profundas sobre produção, teoria e
gosto artístico.

1.1. Metodologias mais comuns no ensino de Arte


Para Beatriz Santomauro o ensino de Arte passou por muitas transformações ao longo da história.
Confira, na visão da autora, as principais tendências da área com destaque para o foco que cada uma dar
ai processo de ensino e aprendizagem.

BEATRIZ SANTOMAURO

Confira reportagem completa em: O que ensinar em Arte [1].

1.1.1.TRADICIONAL
Unânime na maneira de ensinar desde o fim do século 19 até a década de
1950. Ainda está presente em muitas escolas.

Foco: Aprendizado de técnicas e desenvolvimento de habilidades manuais,


coordenação motora e precisão de movimentos para o preparo de um produto
final.

Estratégia de ensino Repetição de atividades, cópia de modelos e


memorização. O professor adota a postura de transmissor do conhecimento. Ao
aluno, basta absorver o que é ensinado sem espaço para a contestação. A turma
era bem avaliada quando conseguia reproduzir com rigor as obras de artistas
consagrados.

1.1.2. LIVRE EXPRESSÃO


Nasceu por volta de 1960 sob a influência das ideias do movimento da
Escola Nova.

Foco: O que importa não é o resultado, mas o processo e, principalmente, a


experiência. Há a valorização do desenvolvimento criador e da iniciativa do aluno
durante as atividades em classe.

Estratégia de ensino Desenho livre e uso variado de materiais. Não há certo


ou errado na maneira de fazer de cada estudante. Ao professor, não cabe corrigir
ou orientar os trabalhos nem mesmo utilizar outras produções artísticas para
influenciar a turma. A ideia é que o estudante exponha suas inspirações internas.

40
1.1.3. SOCIOINTERACIONISTA
É a tendência atual para o ensino da disciplina. A ideia de considerar a
relação da cultura com os conhecimentos do aluno e as produções artísticas
surgiu na década de 1980.

Foco é favorecer a formação do aluno por meio do ensino das quatro


linguagens de Arte: dança, artes visuais, música e teatro.

Estratégia de ensino é a experiência do aluno e o saber trazido de fora da


escola são considerados importantes e o professor deve fazer a intermediação
entre eles. O ensino é baseado em três eixos interligados: produção (fazer e
desenvolver um percurso de criação), apreciação (interpretar obras artísticas) e
reflexão sobre a arte (contextualizar e pesquisar). Apesar dessa divisão, não
deve haver uma ordem rígida ou uma priorização desses elementos ao longo do
ano letivo.

Atualmente, após as conquistas e assimilação preconizadas nos PCN’s e anteriormente na verdadeira


luta liderada por Ana Mae Barbosa que buscava um ensino de artes com espaço para teoria, prática e
reflexão sobre essa prática podemos hoje experienciar na prática pedagógica dos professores e nas
propostas pedagógicas das escolas a adoção de metodologias críticas, ou melhor, histórico-críticas para
orientar os processos de ensino e aprendizagem. A seguir destacaremos metodologias que melhor
refletem essa proposta.

1.2. Propostas Metodológicas Críticas ou ativas


1.2.1. Cinco Passos para a metodologia histórico-crítica:
Gasparin (2002) propõe uma didática geral, não só para o ensino das artes, no qual o aluno é parte
significativa do processo de ensino na sala de aula. Ele tem como base a concepção histórico-cultural
dentro da psicologia educacional de Vigotski (1998), que aponta as necessidades de uma educação de
qualidade com visão crítica dos conteúdos para a emancipação do aluno como sujeito autônomo no
mundo. Para tanto desenvolve na perspectiva da Pedagogia histórico crítica, procedimentos de ensino
para orientar professores a realizar a prática em sala de aula de modo que os alunos tenham uma
aprendizagem com conhecimentos significativos. Segue abaixo os cinco passos do método que
representa uma tentativa de traduzir para a prática docente e discente da pedagogia histórico-crítica.

Prática Social Inicial


A prática social inicial é o ponto de partida do trabalho docente, é onde o
professor vai observar o que o aluno sabe, ou seja, é a partida do pré-
conhecimento que o aluno possui, juntamente ao pré-conhecimento do professor.
Neste instante, o professor terá seu planejamento em mãos e, por meio dele,
conduzirá o conteúdo ao aluno, para melhor encaminhamento e segurança às
aulas ministradas.
Na prática social inicial, através de questões (perguntas e indagações), o
professor poderá observar o conhecimento do aluno em relação ao conteúdo que
será ministrado, e, ao mesmo tempo, observar as dúvidas encontradas no
decorrer da prática, uma vez que estas questões são relacionadas ao dia a dia do
educando.

41
Problematização
A problematização servirá para entrar em uma “discussão” abrangendo o
porquê que devemos estudar tal conteúdo. Serão as respostas da prática social
inicial, com finalidade de deixar tanto os educadores como os educandos a par de
toda teoria vista na sociedade, mas que muitas vezes essas teorias não são bem
entendidas pelas pessoas.
Nessa etapa do processo existem duas tarefas principais:

2.1- A primeira será através de um debate, abrangendo todos os problemas e


necessidades que o conteúdo possui para solucioná-los.

2.2 - A segunda será mostrar através de questões, todas as dimensões existentes do


conteúdo como: cientifico, religioso, social, histórico, econômico, etc.

Neste caso, é o processo que o professor levará o aluno a refletir, ou seja,


trabalhar o processo de desalienação.

Instrumentalização
Como já diz o título, essa fase será a apresentação dos instrumentos ao
aluno. Será a ação entre professor e aluno. Por meio da elaboração preexistente
feita pelo professor, caberá a ele dividir suas aulas em quantidades
suficientemente adequadas para um bom aproveitamento e interação entre:
objeto e aluno.
Caberá ao professor apropriar-se dos instrumentos teóricos e práticos que
aparecerão na prática social inicial, fazer uso de diversos recursos como, por
exemplo: maquetes, vídeos, livros, revistas, filmes, fotos, esculturas, etc.

Catarse
A catarse, como descreve Saviani (1991), é o momento em que o aluno
consegue transpor o que aprendeu, será sua conclusão final como se fosse uma
retrospectiva desde o seu conhecimento inicial em relação a tudo o que pode
aprender, com um grau mais elevado, mais estruturado em sua vida social.
A segunda parte da catarse é ver se realmente o aluno conseguiu se apropriar
do conteúdo. O professor irá, por meio, de avaliações, observar o grau de
conhecimento do aluno, é a passagem do conhecimento do cotidiano para o
conhecimento científico.

Prática Social Final


Conforme Saviani (1991, p.82) a Prática Social Final é a finalidade da prática
pedagógica, a que se diz respeito a todo conteúdo observado e principalmente o
que o aluno se apropriou do objeto estudado num todo.
Esse passo final consiste em dois pontos básicos:

a) Nova postura mental do aluno à realidade estudada..

b) E o que o aluno fará na vida pratica após ter mudado sua postura em relação ao
conteúdo.

42
As características desse processo são fundamentadas no método dialético
de construção do conhecimento, que tem como suporte metodológico a
pedagogia histórico-crítica que se refere à prática-teoria-prática.

1.2.2. Proposta de Para Fusari e Ferraz:


Para Fusari e Ferraz (2001, p.72) “Os métodos de educação escolar em arte são os próprios caminhos
delineados no ensino e aprendizagem artística e estética para se chegar a uma finalidade, isto é, ao
conhecimento da arte”. Para as autoras só podemos percorrer esses caminhos através de procedimentos
escolhidos de forma intencional e que aliem teoria e prática, ou melhor, reflexão e fazer artístico. É preciso
explorar no dia a dia das aulas de artes aspectos específicos das linguagens artísticas e os saberes
provenientes das experimentações dessas linguagens... dança, música, pintura, teatro, etc.

ARTÍSTICAS

Vê material da disciplina Arte e Educação I

Para Fusari e Ferraz (2001, p.73). Explicitam as 3 principais etapas de sua proposta metodológica:

a. Ponto de Partida: conhecer a prática social e cultural vivida pelos alunos com relação aos aspectos
artísticos, estéticos e históricos abordados nas unidades do programa; identificar ao mesmo tempo o
que lhes falta ainda saber sobre o assunto. O importante aqui é identificar quais são os interesses,
vivências, linguagens, modos de conhecimento de arte e práticas de vida dos alunos;

b. Processo de conhecimento das aulas de artes: organizar atividades de ensino aprendizagem


que permitam o aprofundamento dos conteúdos escolares em Arte por meio de elaborações práticas
e teóricas nas dimensões artísticas e estéticas. Ao serem propostos os exercícios ou atividades
práticas e teóricas deve-se observar ima constante sintonia com o desenvolvimento das capacidades
e habilidades artísticas e estéticas que estão sendo trabalhadas;

c. Sínteses e novos pontos de partida nas aulas de Arte: verificar o estágio em que se encontra
o conhecimento estético e artístico dos alunos após as intervenções educativas prático-teóricas e
propor uma sequência para o semestre ou ano letivo

43
Arte e Educação II
Aula 03: Metodologias, processos e escolhas para o ensino das Artes

Tópico 02: Propostas metodológicas críticas ou ativas

2.1 Parada obrigatória: Preparação para atividade Prática


A inquietação diante de uma obra de arte é consequência dos possíveis significados que ela provoca
em cada um de nós. Ela pode ser vista de muitas maneiras: pelo expectador, pelo produtor, pelo avaliador
(profissionais de museus, galerias, etc.), e cada qual a verá com sentidos e funções diversas. Na disciplina
de Arte e educação I você pode encontrar mais detalhadamente

EXERCIO DE OBSERVAÇÃO E REGISTO – Preparação para o ensino

Observe
Acesse o link [2] para ver a imagem ampliada, afaste-se um pouco do
computador (cerca de um metro da tela) para que você possa ver a imagem de
forma global, perceba, primeiramente, as cores, formas e expressões e por fim
deixe-se sentir quais as sensações e sentimentos essa imagem lhe transmite.

Registre
Faça um breve registro dos aspectos observados e na sequência registre os
sentimentos e sensações que a obra de arte desperta em você. Guarde seus
registros para outras atividades que iremos desenvolver.

ASPECTOS OBSERVADOS

As cores, os objetos que aparecem na imagem, quantas pessoas, o que


estão fazendo?

44
Imagem 01 – O grito [3]

DICA
Sugestão de atividade ligada ao tema

Leve seus alunos ao laboratório de informática a um passeio no museu ou galeria de arte, ou até
mesmo alguma praça ou ponto de cultura de sua cidade onde eles possam observar um quadro, uma
escultura ou uma fachada de prédio ou muro que tenha algum objeto Artísitico e você professor possa
fazer esse exercício de observação com seus alunos.

LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA

Acesse o google arts e escolha uma imagem.

2.2. A Arte e seus Significados

Imagem 2 [4]

A mediação produzida entre o artista, a obra de arte e o observador é carregada de sentidos e


significados. Nos seus diversos significados, a arte é vista como uma das mais inquietantes e eloquentes
produções do fazer humano. Ela pode ser vista como técnica, lazer, comunicação, expressão da existência
e modo de produção da vida dos indivíduos dentro da sociedade e da temporalidade onde o artista e o
observador estão inseridos.

Ao pensarmos assim, vemos que ela não se esgota em um único sentido ou função. Daí a busca de
definições para a arte, são tensas e muitas vezes contraditórias, de acordo como os conceitos ou pré-
conceitos elaborados ou incorporados em cada cultura.

45
Atualmente, os bens culturais são amplamente divulgados através de cópias impressas, digitalizadas
e divulgadas por meio da internet e ainda réplicas das obras dos grandes artistas. As novas tecnologias de
informação e comunicação aproximaram muito as pessoas da produção artística em todas as suas
linguagens, contudo, devemos ter cuidado com a massificação dos bens artísticos, Costella (2001, p.11)
nos adverte que a transmissão da mensagem do artista para o expectador exige competência de ambos:
daquele para criar, e deste, para entender.

Esta ideia pode ser exemplificada com a obra Mona Lisa ou Gioconda de Da Vinci. A mera exposição
do célebre quadro de Leonardo da Vinci (1452-1519), não transmitirá, por estar exposto, todo o conteúdo
que nele está contido.

Para entender bem a mensagem de uma obra de arte o expectador deve


esforçar-se por aprender elementos teóricos que o ajudem a aprimorar sua
capacidade de percepção. O conteúdo de uma obra de arte é composto de
diversos elementos. Como entidade física, é inteira e única. No entanto, na
mente do observador podem ser selecionados diferentes ângulos de
observação. Ainda segundo Costella, a cada ângulo ele aprenderá uma fatia
do conteúdo, a cada ponto de vista observará uma parte do conteúdo total.

Observe a obra e vá aplicando a metodologia descrita por Costella a seguir:

Imagem 03 – Mona Lisa ou La Gioconda [5]

2.3. Roteiro Didático


A Metodologia adotada pelo professor Antonio F. Costella em seu livro Para Apreciar a Arte.
(Referência Bibliográfica: COSTELLA, Antonio F. Para Apreciar a Arte: Roteiro Didático. 3. ed. São Paulo:
Senac, 2002. 80 p) amplamente utilizado por professores de artes com o objetivo de um melhor
entendimento e leitura de uma obra de arte, qualquer que seja.

2.3.1. O Ponto de Vista Factual


Quando pensamos a noção de factual, dizemos que é aquilo que objetivamente a obra exibe. Em se
tratando de um quadro cujo tema é uma paisagem, o conteúdo factual serão as árvores, construções

46
rurais, estradas, montanhas, folhagens, etc. A apreensão do conteúdo factual se concretiza simplesmente
pela identificação, em nível descritivo dos elementos que compõem a obra.

Um cuidado que se deve ter, é que no caso das artes plásticas, há obras
que são figurativas (representam o real) e não figurativas (abstratos). Mesmo
nas obras abstracionistas há também um conteúdo factual. Podem-se
descrever as cores e as formas que se veem. Neste caso, cores e manchas
constituem o conteúdo factual da obra.

Na obra Mona Lisa do ponto de vista factual podemos observar uma mulher jovem de cabelos
cacheados e escuros, a moça não apresenta sobrancelhas, com trajes bem apresentados, mãos cruzadas
a frente, ela está a frente de uma paisagem que contem caminhos bifurcados, um lago, montanhas... a
jovem apresenta um leve sorriso e um olhar que acompanha o observador, etc...

LEITURA COMPLEMENTAR
Para saber mais acesse:

Leonardo Da Vinci e Monalisa [6].

2.3.2. O Ponto de Vista Expressivo


O ponto de vista expressivo é a parcela do conteúdo da obra que provoca um sentimento no
observador. O conteúdo expressional é atributo da obra e não do estado de espírito do observador. É o que
ela transmite através dos seus elementos constitutivos.

No campo da música, já nos deparamos com alguns ritmos que ora nos levam à dança e a alegria e
outros que nos fazem entrar em um estado de contemplação. É o artista, com sua competência que
consegue induzir no observador um sentimento escolhido e habilmente desencadeado.

No âmbito da história da arte, quando pensamos os estilos, há diversas posturas quanto ao que se
pretende despertar no observador. Certas correntes artísticas se comprazem em apelar para o
sentimento, enquanto outras preferem valorizar a razão. Em qualquer corrente, entretanto, ainda que em
graus diferentes, há uma forma de ligação entre a obra e o sentimento do expectador.

SENTIMENTO

Romantismo, expressionismo, etc.

RAZÃO

Classicismo, neoclassicismo, etc.

No ponto de vista expressivo essa obra passe um certo mistério causado pelo “meio” sorriso
expressado pela jovem retratada e um ar de mistério pois a técnica que Leonardo Da Vince usou para

47
retratar o olhar da Mona Lisa nota-se que os olhos da mulher “segue” o observador em qualquer lugar que
ele esteja.

LEITURA COMPLEMENTAR
Para saber mais acesse:

Pesquisa desmonta tese de que olhar de 'Mona Lisa' mira seu observador [7].

2.3.3. O Ponto de Vista Técnico


Mais do que expressar a genialidade e o talento do artista, a obra de arte é resultado de um labor
técnico. Costella (2001, p.31) diz que observada do ponto de vista técnico, a obra é fruto dos elementos
materiais e imateriais utilizados pelo artista para realiza-la. É a tela e a competência necessária para
pintar, é a madeira e a habilidade do escultor, é o piano e o engenho musical, é a palavra e estilo poético. O
material utilizado – seja tela, madeira, piano ou palavra – e o conhecimento da teoria, isto é, das regras e
até de segredos que permitem o bom uso dos materiais escolhidos.

A partir do ponto de vista técnico, a apreciação da obra de arte diz respeito, simultaneamente, à
competência do artista e as qualidades do material.

A apreensão do conteúdo técnico será maior se o espectador já tiver alguns conhecimentos


anteriores, como por exemplo, o conhecimento de como se dá o emprego de algumas técnicas: óleo sobre
tela, aquarela; se o artista utilizou pincel ou espátula, etc., contudo, não é preciso ser um especialista ou
um artista para aprender o conteúdo técnico de uma obra. Se assim fosse, as apresentações de peças de
teatro somente seriam assistidas por atores e as exibições musicais teriam somente músicos na plateia.

Do ponto de vista técnico a obra Mona Lisa é uma pintura feita com tinta óleo sobre madeira de
aproximadamente 77 x 53 cm, pequeno para os padrões da época.

LEITURA COMPLEMENTAR
Para saber mais acesse:

Quadro Mona Lisa de Leonardo da Vinci [8].

2.3.4. O Ponto de Vista Convencional


A vida social em todos os tempos e lugares sempre foi fértil na criação de convenções. Não é de se
estranhar que essas convenções, cristalizadas em símbolos usualmente importantes para a sociedade, se
mostrem retratados pela arte e introduzam nela um conteúdo convencional.

Quando nos deparamos com obra contemporânea e de autores a quem estamos ligados pelos
mesmos costumes, não é difícil apreender o conteúdo convencional. No entanto, ao olharmos para obras
de outras épocas ou de outra cultura, podemos nos sentir alheios ao seu conteúdo convencional.

Na apreciação da obra de arte, a absorção de seu conteúdo convencional pode, portanto, exigir a
consulta de diferentes fontes para a compreensão de símbolos pelos quais se identificam. Por exemplo,
certas divindades mitológicas, santos católicos, etc., tem uma relação direta com as convenções
associadas a estes. O ato de usar uma aliança na mão direita, como símbolo de noivado, usar aliança na
mão esquerda significando que se está casado, a cruz que tem um valor maior na cultura judaico-cristã.
Neste sentido, é importante o estudo da iconografia na obra de arte.

48
Portanto, no ponto de vista convencional, é importante que possamos obter, sempre, mais e mais
informações a respeito do mundo cultural no qual a obra foi formada e vivenciada.

LEITURA COMPLEMENTAR
Para saber mais sobre o Ponto de Vista Convencional veja o vídeo:

Professor explica contexto histórico da Monalisa [9].

Os Mistérios Que Cercam a Mona Lisa [10].

2.3.5. O Ponto de Vista Estilístico


A pluralidade de culturas explica a pluralidade de estilos artísticos, já que cada obra de arte é sempre
parte integrante do mundo cultural de um povo. A obra não é peça isolada. É fração de uma cadeia de
fatos aos quais se integra. Quando observamos uma obra de arte do ponto de vista estilístico, colocamos
mentalmente em relevo, a ligação que existe entre a obra e a corrente cultural dentro da qual foi
imaginada.

O conteúdo estilístico não se esgota na identificação da corrente artística à qual a obra pertence,
Além desse conteúdo estilístico coletivo, fruto da ambiência social, há que se considerar o conteúdo
estilístico individual, resultante da personalidade do artista criador.

PARADA OBRIGATÓRIA
A personalidade do artista é a grande mola propulsora da história da arte. É a contribuição
individual do artista, muitas vezes antecipando ao gosto comum, que fornece importante contribuição
para a arte. Pense, por exemplo, em Van Gogh! O estilo desse pintor é inconfundível, dizemos quando
falamos da pintura desse autor.

Responda: Qual o Ponto de vista Estilístico dessa obra? Pesquise ☺

2.3.6. O Ponto de Vista Atualizado


Envelhecida pelos séculos ou levada de um lugar para outro, a obra de arte deslocada no tempo e no
espaço pode acabar sendo vista de maneira diversa daquela como viam os homens de seu tempo ou
lugar. Seus contemporâneos e seus conterrâneos a viam sob a mesma ótica do seu criador. Passado o
tempo e mudado o lugar, um novo expectador, pertencente a outro universo cultural, pode fazer
julgamento diferente da obra e, até mesmo, tirar dela um desfrute antes inusitado.

Cada geração, cada ambiente, cada momento cultural acrescenta mentalmente à obra algo que não
está nela, mas sim na cabeça dos observadores.

Essa noção de existência de um conteúdo atualizado nos auxilia a compreender o porquê de o valor
atribuído a uma obra de arte variar no tempo e no espaço.

Nesse ponto de vista sabemos que O quadro de Leonardo da Vinci além de impingir mistérios
também desperta reações bastante extremadas nas pessoas. Algumas vezes o quadro sofreu agressões
como no caso do homem que em 1956 jogou ácido sobre a parte inferior do quadro. Depois de um
demorado processo de restauro a obra voltou a ser exposta. Teve também o caso do boliviano que jogou
uma pedra contra a obra de forma que danificou a sobrancelha de Mona Lisa. Depois disso, foi colocada
uma proteção a prova de balas para proteger a obra evitando assim esses incidentes.

49
2.3.7. O Ponto de Vista Institucional
O interesse por obras de arte antigas ou não, inclusive de caráter arqueológico, foi muito
impulsionado nos últimos duzentos anos. Enriqueceram-se assim os museus, principalmente da Europa.
Paralelamente, a democratização dos costumes franqueou a maioria dos acervos ao grande público. O
passo seguinte foi a massificação desses elementos por meio de novos veículos de comunicação,
tornando a arte mais acessível.

No entanto entre o público crescente e o lugar de nascimento das obras de arte coloca-se quase
sempre uma instituição, que pode ser o museu, a universidade, o veículo de comunicação, etc. Esta
instituição intermediadora, que amplia o elenco de informações disponíveis, pode selecionar, escolher,
rejeitar, louvar, criticar e até por vezes, sonegar as obras de arte a serem levadas a público. Ela exerce uma
forma de poder.

Estas instituições e outras equivalentes hierarquizam as obras de arte e lhes atribuem um valor que
denominamos institucional.

Frequentemente a atualização e a institucionalização da obra se aproximam, se interpenetram e, às


vezes, se fundem. Contudo, a institucionalização é o elemento formal, assim como a escola o é para o
aprendizado da gramática ou das ciências.

Neste ponto de vista sabemos que o quadro da Mona Lisa faz parte das obras expostas no museu do
Louvre em Paris. A "Mona Lisa" está exposta no Museu do Louvre, em Paris, o mais visitado do mundo.
São 9 milhões de visitantes por ano e 80% deles vão ao Louvre exclusivamente para ver a pintura de Da
Vinci.

É comum falar da Mona Lisa como uma obra que Leonardo da Vinci, convidado pelo rei Francisco
Primeiro, teria levado com ele para a França. A história menciona que um retrato feminino estava com o
artista e cientista italiano enquanto se hospedou no castelo de Clos Lucé ao lado de Amboise. A Mona
Lisa fez, portanto, parte das coleções reais para ser exposta no castelo de Versalhes durante o reinado de
Luís XIV. Ela chegou ao Louvre apenas em 1797.

CLOS LUCÉ

Também chamado de manoir do Cloux.

CLOS LUCÉ

Castelo do Loire.

2.3.8. O Ponto de Vista Comercial


Como qualquer objeto material, a obra de arte tem um preço.

O valor comercial de uma obra resulta em vários fatores, tais como a matéria-prima necessária, as
características finais do produto, a raridade da peça, a notoriedade do artista, etc.

O preço, geralmente tem muito a ver com o enfoque institucional da arte, mas a lei da oferta e da
procura ainda dita o alto preço atribuído.

50
Se é verdade que a arte não deve ser considerada apenas do ponto de vista comercial, é igualmente
verdadeiro que tal valor não pode se desprezado como se não tivesse nenhuma importância. O ponto de
vista comercial é apenas um dentre os vários enfoques sob os quais a obra de arte pode ser observada.
Nem mais, nem menos importante que os outros.

OBSERVAÇÃO
Acredita-se que uma obra única como a Mona Lisa não tenha preço por ser uma obra única, feita
por um celebre artista e por representar perfeitamente o auge de uma técnica e de um tempo.
Contudo, o governo francês, em 2014, pensou em vender a obra. Veja uma reportagem da época:
Quadro 'Mona Lisa', de Leonardo da Vinci, pode ser vendido por US$ 2,5 bi [11].

2.3.9. O Ponto de Vista Estético


A apreensão do conteúdo estético é uma forma de conhecimento que se faz através dos sentidos,
mas opera antes de atingir o nível da razão.

A obra de arte toca também em algum ponto do nosso espírito que está alem e acima dos
sentimentos comuns de alegria, tristeza, ódio, amor, irá, etc.

VERSÃO TEXTUAL
Personagem 1: Como aguçar a capacidade de apreensão do conteúdo estético?

Personagem 2: Pela contemplação reiterada, principalmente. É o contato frequente com objetos


de arte que “adestra” o observador.

O professor deve seguir na sua prática uma metodologia que inclua os


assuntos a serem discutidos e explicitados, os métodos educativos a serem
utilizados, os materiais e meios de comunicação para a produção artística.
Tudo com o propósito de ajudar os alunos na apreensão dos significados e das
habilidades culturais referentes à arte.

51
Arte e Educação II
Aula 03: Metodologias, processos e escolhas para o ensino das Artes

Tópico 03: Ser professor de arte é...

VERSÃO TEXTUAL
Atuar por meio de uma pedagogia que aproxime os estudantes do legado cultural e artístico
da humanidade, já construído e em construção, permitindo, assim, que tenham conhecimento dos
aspectos mais significativos da cultura, em suas diversas manifestações. Para que isso ocorra
efetivamente, é preciso aprofundar estudos e evoluir no saber.

O professor de artes é um dos responsáveis pelo sucesso desse processo transformador, ao ajudar
os alunos a aguçarem suas sensibilidades e saberes práticos e teóricos em artes.

As situações problematizadoras são dinamizadas de forma flexível e propõem a valorização da


identidade do professor e dos alunos e a diversidade da realidade educacional brasileira. Tendo como
base metodologias ativa e dialéticas, como de projetos, devemos valorizar a dialética e o pensamento
sistêmico, pois cada projeto se propõe a articular problematização e saberes de maneira que privilegie o
multiculturalismo, a identidade, a integração entre as linguagens e as novas linguagens e estéticas.

LINGUAGENS

Artes visuais, a música, o teatro e a dança.

NOVAS LINGUAGENS E ESTÉTICAS

Cibernética, fractais, home pages, realidade aumentada, etc.

O professor deve estar atento e formado para fazer relações entre as produções artísticas com o
processo de produção material da vida, dos seres humanos, sabendo como isto se insere e é consumida
pela sociedade, para que seus alunos possam ser intérpretes e críticos de imagens e artes presentes em
seu cotidiano, e não apenas consumidores.

Em artigo intitulado: “As Políticas de formação: a constituição da identidade do professor sobrante”


Kuenzer (1999) afirma que:

as mudanças ocorridas no mundo do trabalho e das relações sociais neste final de século
puseram em curso novas demandas de educação, estabelecendo os contornos de uma nova
pedagogia, já é afirmação corrente entre pesquisadores e profissionais da educação. (p.03)

52
Entendemos que os cursos de formação de professores devem procurar formar profissionais cientes
do seu papel de mediadores entre o “mundo das artes” e a realidade social. Futuros professores devem
aprender a selecionar, a ordenar e a interpretar criticamente o que a mídia veicula como arte ou cultura.
Formar um profissional assim demanda tempo e acreditamos que isso deve ser feito durante o seu
período de formação na universidade e nas relações sociais.

Nossa intenção como educadores é contribuir para o desenvolvimento de uma educação


fundamentada nas artes e na cultura. Não apenas na cultura dominante, isto é, naquela feita para ser
consumida, mas, sobretudo, na cultura trazida pelas diversas etnias que compõe a formação do povo
brasileiro.

3.1 Encaminhando a ação pedagógica em Arte

Imagem 5 [12]

LEITURA DE IMAGEM – Mais que um auxílio para as aulas de história

O ensino da arte no processo pedagógico amplia o mundo expressivo, cognitivo e perceptivo do aluno
e a leitura de imagem nesse processo desenvolve a habilidade de ver, julgar e interpretar uma imagem
dentro de seu contexto histórico, social, político e cultural. Para Daniele Rizental de Paula, Professora da
Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná, licenciada em Educação Artística pela FAP, com
especialização em Metodologia de Ensino, para ela: a leitura é bem mais que decodificar palavras, é
também conhecer os códigos que fazem parte do cotidiano, que estão presentes nos gestos, nas roupas,
nos alimentos, nos sons, nas imagens. O domínio desses diferentes códigos permite que o indivíduo
interprete a sua realidade, principalmente as informações visuais que são tão constantes nos livros,
revistas, outdoors, internet, cinema, televisão, entre tantas outras.

LEITURA COMPLEMENTAR
Para saber mais acesse o artigo:

Leitura de Imagem na Prática Pedagógica [13] (Visite a aula online para realizar download deste
arquivo.).

Ressaltamos que não há um único caminho para a leitura de imagens, Na proposta que escolhemos
precisamos explorar os seguintes aspectos:

53
Elementos básicos ou contextos formais
Os recursos expressivos, como a linha, a cor, o volume e a superfície
(conteúdo da 1ª aula), dão forma a uma imagem por isso chamamos estes
recursos de elementos básicos ou contextos formais.

Imagem 6 [14]

Elementos secundários ou contextos intelectuais


Organizados em um determinado contexto, os elementos básicos adquirem
um sentido compositivo, como ritmo, equilíbrio, profundidade. Tal disposição
configura uma ideia de tranquilidade, frio, calor, dramaticidade e movimento. Por
esse motivo, são chamados de elementos secundários ou contextos intelectuais.

Imagem 07 [15]

Elementos vivenciais
A localização no tempo histórico e no espaço, o tema, o motivo, os
significados, a critica e a estética são elementos vivenciais importantes que nos
auxiliam na compreensão das entrelinhas e das mensagens implícitas na obra.

Ao apreciarmos uma imagem, esses aspectos interagem constantemente, pois a percebemos e a


sentimos. Relacionamos a significação de sua forma e composição às nossas vivências e percepções. Ao
investigarmos nas entrelinhas, o artista e as características estéticas da época em que a obra foi criada,
realizamos o diálogo com o mundo.

54
FÓRUM

O Grito, 1893, óleo sobre tela, 91 x 73 cm [16]

No inicio da aula 3 pedi que vocês registrem o que sentiram ao observar essa pintura de Edvard
Munch. Aqui no Fórum da aula 3 vamos conversar sobre o que vocês acharam dessa pintura.

Para isso vamos estabelecer algumas categorias de análise:

1ª escreva um parágrafo sobre suas primeiras impressões ao observar/ver “o grito” de Munch.

2ª Faça uma análise, do Ponto de Vista Factual, utilize por base o texto do professor Antonio F.
Costella – Para Apreciar a Arte. Roteiro Didático, que colocamos no início dessa aula. No máximo
3.000 caracteres.

3ª Por fim, visite o site Angústia e desespero existencial: O Grito de Edvard Munch [17] e leia com
atenção o texto de Irenides Teixeira e compare com suas impressões registradas nas categorias
1ª e 2ª.

IRENIDES TEIXEIRA

Psicóloga, Fotógrafa, graduada em Publicidade e Propaganda com mestrado em


Comunicação e Mercado. Professora dos cursos de Comunicação Social e de Psicologia do
CEULP/ULBRA.

Nesse Fórum não estaremos levando em conta o certo ou o errado. Queremos vê os diferentes
olhares e sentimentos que a mesma obra de arte exprime. Por isso, siga o roteiro de categorias que
coloquei acima, não se apresse em pesquisar antes, apenas siga o roteiro e discutiremos melhor essa
atividade no chat.

ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
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“O grito” de Munch é uma das obras mais usadas para releituras e ilustrações. Entre num site de
buscas, selecione “imagens” e escreva “o grito de Munch” você verá a infinidade de interferências
nessa obra de arte que mede aproximadamente 1 metro.

Veja a obra do ponto de vista do observador:

Neste Portfólio quero vê que tipo de interferência você faria dessa obra. Pra lhe ajudar temos
abaixo apenas um desenho com as principais linhas do desenho do quadro de “O grito”. Amplie,
digitalize, enfim faça sua própria interferência na obra de Munch.

Lembre-se: Faça como achar melhor, colagem digital, colagem tradicional, pintura, fotografia,
vídeo, etc e depois poste no Portfólio da aula 3.

Fontes das Imagens

1 - https://novaescola.org.br/conteudo/1509/o-que-ensinar-em-arte
2 - https://g.co/arts/WdCnaTAofxn2eME96
3 - https://g.co/arts/a7iBJMXpKiegTV1CA
4 - http://aprendafacil.files.wordpress.com/2010/10/leitura.jpg

56
5 - https://g.co/arts/g88EfjomUvy12SdK7
6 - https://monografias.brasilescola.uol.com.br/arte-cultura/leonardo-vinci-monalisa.htm
7 - https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2019/01/pesquisa-desmonta-tese-de-que-olhar-de-mona-lisa-mira-seu-
observador.shtml
8 - https://www.culturagenial.com/quadro-mona-lisa/
9 - http://g1.globo.com/pernambuco/videos/v/professor-explica-contexto-historico-da-monalisa/2955483/
10 - https://cultura.culturamix.com/curiosidades/os-misterios-que-cercam-a-mona-lisa
11 - http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2014/09/quadro-da-monalisa-de-leonardo-da-vinci-podera-ser-vendido.html
12 - https://www.construirnoticias.com.br/relacao-professor-aluno-interfaces-na-producao-do-conhecimento/
13 - http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1577-8.pdf
14 - https://www.amopintar.com/os-elementos-basicos-de-desenho/
15 - https://www.slideserve.com/delora/aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa-powerpoint-ppt-
presentation
16 - https://g.co/arts/a7iBJMXpKiegTV1CA
17 - http://ulbra-to.br/encena/2013/01/27/Angustia-e-desespero-existencial-O-Grito-de-Edvard-Munch

57
Arte e Educação II
Aula 04: Questões práticas sobre o aprender e ensinar artes

Tópico 01: Reflexões e diretrizes pedagógicas

VERSÃO TEXTUAL
Chegamos à última aula deste plano de estudos em arte e educação. Na disciplina Arte e
educação I, a proposta era aproximar os discentes às linguagens artísticas e sua inserção no
processo de formação humana. Para isso estudamos a história do ensino das artes no Brasil, os
movimentos artísticos e sensibilização do gosto artístico, aprendemos noções de teoria da Arte
para descrever os pontos de vista do observador em relação à obra de arte.

Objetivamos oportunizar conhecimentos nas diferentes linguagens artísticas para que a arte seja
estudada como campo específico de conhecimento e como tal compreender o papel da arte na educação
como componente para uma formação crítica do ser humano e do educador. Apresentamos a Proposta
Triangular do Ensino da Arte para ver, fazer e criticar arte bem como os elementos formais das artes
visuais e das quatro grandes linguagens artísticas: artes visuais, dança, teatro e música e sua inserção no
processo de formação humana.

As aulas estavam assim distribuídas:

Aula 1 – Título: As linguagens artísticas e sua inserção no processo de formação humana – I


Parte. - Conceitos

Aula 2 – Título: As linguagens artísticas e sua inserção no processo de formação humana – II


Parte - dança, música e teatro.

Aula 3 – Título: Arte em toda parte: Gosto Artístico se forma?

Aula 4 – Título: A Cultura e as artes da Semana de Arte de 1922 e o Modernismo Brasileiro.

Nesse momento nossa preocupação era aproximar os conteúdos das artes e sua função, que vai
muito além da apreciação, as acadêmicas (os) do curso de pedagogia.

As atividades dos Fóruns e Portfólios estavam propostas, de acordo com a metodologia Triangular
para que os alunos pudessem conhecer, produzir e criticar em artes, isto é, teoria e prática para poder
ensinar artes.

Agora, nesta disciplina Arte e Educação II tínhamos em mente fazer uma reflexão sobre a relação
entre os movimentos artísticos e a educação escolar, buscando referências nas teorias do ensino da arte,
nas dinâmicas de apreciação crítica, na experiência estética, nos processos de construção de gosto e na
imersão das (os) futuras (as) docentes numa cultura estético-visual cada vez mais presente em nosso

58
cotidiano para que oportunizem aos seus futuros alunos um contato sólido e mais profundo com as artes
como forma de expressão e conhecimento.

Nosso foco, numa disciplina de continuidade, é de incentivar os discentes a realizarem tematizações


e práticas inerentes ao campo artístico e seu tratamento pedagógico, com vistas às suas aplicações no
ambiente escolar. Para isso é preciso oportunizar um espaço de reflexão sobre a formação e a evolução
das artes ao longo da história, dando especial atenção às práticas de apropriação artística, à leitura de
imagens, às relações entre arte e linguagem, às forças políticas que atuam na legitimação institucional e
ao confronto entre a arte e a cultura como instâncias interligadas; além de oportunizar conhecimentos
específicos sobre avaliação em artes.

As aulas foram pensadas assim:

AULA 1 – TÍTULO: O ENSINO DAS ARTES


Tópico I: Apresentação da disciplina e revisão da Proposta Metodológica
Triangular;
Tópico II: O ensino das artes;
Tópico III: Áreas do conhecimento e o ensino das artes.

AULA 2 – TÍTULO: A FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA O


ENSINO DAS ARTES
Tópico I: O que é importante saber para ser professor de artes?;
Tópico II: Metodologias ativas e o ensino das artes;
Tópico III: O ensino das artes e as novas tecnologias de comunicação e
informação.

AULA 3 – TÍTULO: METODOLOGIAS, PROCESSOS E ESCOLHAS


PARA O ENSINO DAS ARTES
Tópico I: Em busca de metodologias de ensinos das artes;
Tópico II: Propostas metodológicas críticas ou ativas;
Tópico III: A arte e seus significados;
Tópico IV: Roteiro Didático.

AULA 4 – TÍTULO: QUESTÕES PRÁTICAS SOBRE O APRENDER E


ENSINAR ARTES
Tópico I: Reflexões e diretrizes pedagógicas;
Tópico II: Questões teórico-práticas sobre aprender e ensinar em artes;
Tópico III: Temas para serem trabalhados no cotidiano escolar;
Tópico IV: Avaliação em artes;
59
Tópico V: Sugestões de atividades.

Agora que já temos uma visão alargada sobre aprender e ensinar em arte e educação, propomos
nessa aula final, o estudo e a aplicação do que aprendemos no ensino da arte. Nesta aula mostraremos
questões ligadas à teoria e à prática docente sem perder de vista a Proposta metodológica triangular, a
metodologia histórico-crítica e demais metodologias ativas além de pontos relevantes para a avaliação
dos nossos alunos, mas precisamente na avaliação em Arte, pois a complexidade dos critérios para
avaliar a produção artística em sala de aula exige dos professores uma reflexão crítica sobre o seu ponto
de vista e sobre os instrumentos a serem utilizados como instrumentos avaliativos que nos proporcionem
uma reflexão sobre a dificuldade de fazer arte, apreciar e discutir sobre artes de maneira consistente e
contextualizada. Finalizaremos a aula com 4 sugestões de atividades ou oficinas para serem aplicados,
com devidas adaptações, por idade e por nível de complexidade.

Espero que estas disciplinas tenham ajudado você em sua formação docente!

Não esqueçam de avaliar a disciplina!

60
Arte e Educação II
Aula 04: Questões práticas sobre o aprender e ensinar artes

Tópico 02: Questões teórico-práticas sobre aprender e ensinar em artes

2.1. Saberes necessários à formação docente e o ensino de


artes
Na obra intitulada Saberes Docentes e Formação Profissional (2004), Maurice Tardif discorre a
respeito dos saberes docentes e a sua relação com a formação profissional dos professores e ainda com
o próprio exercício da docência. Afirma que o saber docente é um “saber plural, formado de diversos
saberes provenientes das instituições de formação, da formação profissional, dos currículos e da prática
cotidiana” (p.54). O saber artístico também é um saber plural e precisa de uma tomada de consciência e
um conhecimento para além do saber do senso comum.

Tardif destaca a existência de quatro tipos diferentes de saberes implicados na atividade docente: os
saberes da formação profissional; os saberes disciplinares; os saberes curriculares e, por fim, os saberes
experienciais.

SABERES DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL

das ciências da educação e da ideologia pedagógica.

No quadro a seguir demonstramos o que autor entende que seja cada um dos saberes citados:

Descrição da imagem:
Saberes da formação profissional: Conjunto de saberes transmitidos aos professores
durante o processo de formação inicial e/ou continuada. Baseados nas ciências da
educação destinados à formação científica e incorporados na prática docente. Também se
constituem o conjunto dos saberes dos conhecimentos pedagógicos relacionados às

61
técnicas e métodos de ensino (saber-fazer), legitimado cientificamente e igualmente
transmitido aos professores ao longo do seu processo de formação.

Saberes disciplinares: São os saberes produzidos da ciência da educação e dos saberes


pedagógicos definido pelas instituições de formação (inicial ou continuada). Esses saberes
integram a prática docente, correspondendo às diversas áreas do conhecimento
(matemática, português, ciências...).

Saberes curriculares: São os saberes decorrentes dos objetivos, discursos, métodos e


conteúdos que as instituições educacionais produzem e que devem ser transmitidos aos
estudantes (saberes disciplinares) e que os professores devem aprender a aplicar.

Saberes experienciais: São os saberes resultantes da própria atividade profissional dos


professores. Esses saberes são desenvolvidos pelos docentes por meio da vivência de
situações específicas relacionadas ao espaço da escola e às relações estabelecidas com
os pares e alunos.

Imagem 01 [1]

Na imagem seguinte algumas sugestões desses saberes transpostos para o ensino das artes que
adaptamos baseados nos PCN´s de arte:

Descrição da imagem:
Saberes de formação profissional em artes: Fundamentos teórico-metodológicos da
arte-educação; o professor como agente de educação estética, Proposta metodológica
triangular e demais metodologias ativas.

Saberes disciplinares em artes: Conteúdo do ensino das artes: artes visuais, dança, teatro,
música, etc.

Saberes curriculares em artes: As linguagens artísticas, apreciação significativa em artes


visuais, dança, música, teatro, etc.

Saberes experienciais em artes: Projetos interdisciplinares, semana da arte na escola,


sarau, exposições, planejamento interdisciplinar, semana pedagógica, etc.

Os saberes formais que envolvem a formação inicial e continuada do docente que ensina artes podem
ser bem limitados caso o mesmo se apoie apenas ao que lhe for transmito no livro didático, referenciais
curriculares ou PCN de artes, mas se o docente que trabalha com um conteúdo cultural tão plural como o
ensino de artes tem em seu conhecimento diário construído conteúdos, conceitos, habilidades e

62
competências sempre em construção pelo simples fato que a arte é plural porque advém de seres
complexos e plurais como os humanos.

2.2. Níveis de desenvolvimento estético


Para conhecer melhor como a criança se expressa e como assimila os conteúdos das artes, mais
corriqueiramente as crianças desenham para expressar seus sentimentos e até mesmo os
acontecimentos corriqueiros do seu dia a dia, mas algumas falam e/ou escrevem com desenvoltura sobre
o que veem ou ouvem. Por isso é fundamental que conheçamos os níveis de desenvolvimento estético
para compreendermos como esse processo mental tão complexo se dá e pode ser usado pelo docente
para preparar atividades de ensino condizentes a cada fase de desenvolvimento de crianças, jovens e
adultos.

Abigail Housen, psicóloga americana, em seu livro The eye of the beholder: measuring aesthetic
development, traduzido por Denise Grinspum (2000) em sua tese de doutorado e por Rosa Iavelberg em
seu livro Para Gostar de aprender arte (2003) existe uma sequência de níveis menos complexos para
outros mais avançados, que se aproximam da leitura de imagem dos críticos, especialistas e historiadores
da arte.

Passaremos agora a fazer interações entre os 5 níveis de Housen, os comentários de Iavelberg e a


obra de arte de Pablo Picasso As Banhistas para fazermos as ligações didáticas com os alunos e assim
identificarmos em que nível cada criança pode se encontrar para leitura e interpretação do que está vendo.
Você também pode adaptar esses níveis de apreciação para outras obras como músicas, vídeos, etc.

imagem 02 [2]

Veja os 5 níveis propostos por Housen:

Narrativo
Visitantes de Museus são contadores de histórias usando observações concretas, seus
sentidos e associações pessoais para criar uma narrativa. As suas avaliações sobre a obra de
arte são baseadas no que eles gostam e no que eles possam saber sobre a arte. À medida que
os visitantes parecem entrar na obra de arte, seus comentários são entremeados por termos
emocionais, tornando-se parte do desenrolar de um drama.
63
Possíveis comentários de observadores no nível Narrativo segundo Iavelberg (2003)
Clique na imagem abaixo para ampliá-la:

Imagem 03 – digitalizada do Livro “Para Gostar de Aprender Arte” pg. 89

Construtivo
Os indivíduos criam uma estrutura para observar as obras de arte, usando as suas próprias
percepções, conhecimento do mundo natural, valores morais e sociais e visões convencionais do
mundo. Se a obra não parece ser do jeito que "deveria" então, o indivíduo julga a obra "estranha",
sem valor. A habilidade, a técnica, o trabalho árduo, a utilidade e a função não são evidentes.
Respostas emocionais desaparecem à medida que os indivíduos se distanciam da obra de arte,
focando só nas intenções do artista.

DEVERIA

Por exemplo, uma árvore ser alaranjada em vez de marrom ou se a maternidade for
transposta para brigas sobre a sexualidade.

Possíveis comentários de observadores no nível Construtivo segundo Iavelberg (2003)


Clique na imagem abaixo para ampliá-la:

Imagem 04 – digitalizada do Livro “Para Gostar de Aprender Arte” pg. 89

Classificatório
Os indivíduos descrevem a obra usando terminologia analítica e crítica similar a dos
historiadores. Eles classificam a obra de acordo com o lugar, a escola, o estilo, o tempo e a
proveniência. Eles decodificam a superfície da tela em busca de indícios, usando o seu cabedal
de fatos e figuras. Uma vez separado em categorias, o indivíduo explica e racionaliza o
significado e mensagem da obra.
Possíveis comentários de observadores no nível Classificatório segundo Iavelberg (2003)
Clique na imagem abaixo para ampliá-la:

Imagem 05 – digitalizada do Livro “Para Gostar de Aprender Arte” pg. 91

64
Interpretativo
Os indivíduos buscam criar algum tipo de relação pessoal com a obra de arte. Eles exploram
a tela, permitindo que interpretações da obra lentamente se revelam; eles apontam sutilezas da
linha, forma e cor. Sentimentos e intuições precedem a percepção crítica, à medida que esses
indivíduos permitem que os símbolos e significados da obra emerjam. Cada novo encontro com
uma obra de arte evoca novas comparações, percepções e experiências. Eles aceitam a ideia de
que o valor e identidade da obra estão sujeitos à reinterpretação, e veem uma possível
interpretação passível de mudança.
Possíveis comentários de observadores no nível Interpretativo segundo Iavelberg (2003)
Clique na imagem abaixo para ampliá-las:

Outras observações:

Imagem 05 e 06 – digitalizada do Livro “Para Gostar de Aprender Arte” pg. 91 e 92

Recriativo
Os indivíduos, depois de terem estabelecido uma longa história de observação e reflexão
sobre obras de arte, estão agora prontos para suspender a incredulidade. Uma pintura familiar é
como um velho amigo - imediatamente conhecida, mas ainda cheia de surpresas, que necessita
de atenção diária e plena. Em todas as amizades significativas, o tempo é um elemento chave.
Conhecer a ecologia da obra - o seu tempo, a sua história, as suas questões, as suas viagens e
as suas complexidades - e desenvolver a sua própria história com a obra, em particular, e com a
observação, em geral, permitem a esses indivíduos combinar uma contemplação mais pessoal
com uma que abarca preocupações mais universais. Aqui a memória mistura a paisagem da
pintura, combinando as visões pessoais e universais.
Possíveis comentários de observadores no nível Recreativo segundo Iavelberg (2003)
Clique na imagem abaixo para ampliá-la:

Imagem 07 – digitalizada do Livro “Para Gostar de Aprender Arte” pg. 92

Para Iavelberg (2003, p. 92) “os fatores de desenvolvimento humano favorecem ou limitam as
possibilidades de aprendizagem em arte, e os fatores educativos, ou seja, as oportunidades educativas,
formais ou informais, quando bem-orientadas, mobilizam essa aprendizagem”. Por isso é de suma
importância conhecermos os níveis de desenvolvimento estético, nossos e de nossos alunos, para que
possamos dar um salto nas relações de ensino e aprendizagem em artes.

65
Arte e Educação II
Aula 04: Questões práticas sobre o aprender e ensinar artes

Tópico 03: Temas para serem trabalhados no cotidiano escolar

3.1. A música e as manifestações Culturais dos povos


marginalizados

VERSÃO TEXTUAL
O modelo de sociedade atual, dominado pelas questões econômicas e pela massificação da
cultura, produz um tipo de música para consumo imediato em quase todas as partes do globo,
em função do avanço das telecomunicações e do processo de globalização. Ao abordar esse
tema pretendemos demonstrar que, apresar da pretensa universalização das culturas,
encontramos manifestações musicais muito presentes ainda nas festas populares em todo o
Brasil.

3.1.1 Cultura universal e cultura popular


A exigência de uma cultura musical cada vez mais universal é visível no simples fato de se apertar um
botão da televisão, ao se ligar em uma rádio local ou de alcance nacional. Aplicativos de assinatura para
ouvir música colocam a dispor, de quem possa pagar, uma infinidade de gêneros músicas do mundo todo,
mas isso não quer dizer que acontece nesse ato a interação com a cultura do outro, para isso é preciso ir
mais além do que simplesmente ouvir.

O momento histórico que vivemos cada vez mais se caracteriza pelo avanço da chamada
globalização não apenas no campo econômico, mas também no âmbito da cultura. O desenvolvimento
tecnológico na área das telecomunicações com o advento da internet, a TV trazendo as informações em
tempo real, qualquer informação em qualquer lugar, com os computadores pessoais, o acesso à telefonia,
etc., permitem a massificação dos bens culturais, especialmente a música.

A facilidade do acesso à cultura do outro produz uma tensão, um choque cultural inevitável que atinge
as pessoas e grupos sociais das mais diversas maneiras.

O modelo econômico dominante, o Neoliberalismo, pressupõe uma intervenção da economia, com a


abertura dos mercados e, consequentemente, o acesso às culturas, conduz a um tipo de música que se
torna também dominante pela imposição dos mercados econômicos.

A dicotomia entre a música tonal clássica, que sempre foi vista como universal e as músicas
populares, hoje já não causa estranheza pela remasterização, pelas intertextualidades promovidas entre o
clássico e o popular, e massificação da música clássica que “cai no gosto popular”, isso em si não é ruim,
mas deve ser mediado para que todo o arcabolso artístico, histórico e cultural possa ser de fato visto e
internalizado pelas pessoas gerando assim uma crítica fundamentada.

O Brasil, pela sua formação histórico-social é reconhecido por sua grande diversidade musical. Em
nossa cultura popular, em quase todas as regiões, a música e a dança estão relacionadas. Gilberto Freire
no clássico “Casa Grande & Senzala”, aponta a positividade da nossa cultura na junção das culturas

66
indígenas aqui existentes antes da colonização portuguesa, na contribuição dos grupos africanos que
vieram escravizados e as práticas do branco colonizador, especialmente influenciadas pela religiosidade
do catolicismo português.

Em um processo de transformação contínua, produziu-se manifestações culturais, especialmente


musicais e ligadas à dança que caracterizaram o nosso país na questão de identidade e produção cultural.

César Coll e Ana Teberoski (2000, p.17-189), no Livro Aprendendo Arte, descrevem algumas
manifestações culturais populares como o encontro das práticas musicais e dança na formação da
cultura popular brasileira:

3.1.2 A manifestação musical dos grupos indígenas


Na medida da existência de uma diversidade de grupos indígenas que habitam o Brasil, há uma
diversidade de culturas locais com usos e costumes particulares. No aspecto da música entre os
grupamentos indígenas, não é diferente. Entre os índios a música vocal, a instrumental, e a dança se
entrelaçam. Há o cântico específico dos homens, canções de mulheres e canções dos pajés durante os
rituais de curas e cerimônias.

Os instrumentos, entre os índios tucanos, por exemplo, são o cinto-chocalho, tambor, flauta de Pã e o
bastão de ritmo. No caso das tribos localizadas às margens do Rio Negro, os cânticos procuram imitar
sons de animais, da floresta e o canto das aves.

3.1.3. As músicas ligadas às festas tradicionais populares

VERSÃO TEXTUAL
Afoxé baiano
Os afoxés são blocos compostos de pessoas ligadas às crenças do candomblé – de origem
africana. As canções são geralmente entoadas em dialetos africanos, acompanhadas por
instrumentos de percussão como atabaques, agogôs, afoxé e xequerê.

Confira: Dança Afoxé – Filhos do Congo [3].

Capoeira
Também de origem africana reúne dança, música e luta. Com letra e ritmo repetitivos,
executados por instrumentos como berimbau, caxixi, pandeiro, agogô, tem uma marcação rítmica
como o elemento fundamental da música. No vídeo que escolhemos, em destaque, o enfoque da
capoeira nas aulas de Educação Física. Que tal um projeto interdisciplinas com as disciplinas de
Artes, História e Educação Física? Seria uma rica experiência para os alunos e para os
professores envolvidos.

Confira: Capoeira na aula de Educação Física [4].

Carimbó
Música e dança característica do Pará. O acompanhamento do canto e instrumentos de
percussão, como dois carimbos, pandeiro, ganzá maracá e reco-reco, além de banjo e cavaquinho
e flauta.

O Carimbó (anteriormente Curimbó ou Corimbó, do tupi korimbó), Pau e Corda, Samba de


roda do Marajó, ou Baião típico de Marajó, é um ritmo musical amazônico, um patrimônio cultural
brasileiro e, também um gênero de dança de roda de origem indígena típica da região norte
brasileiro, criado no século XVII no estado do Pará. Influenciado por negros (percussão e

67
sensualidade) e portugueses (palmas e sopro). O nome Carimbó é oriundo do instrumento
musical, um tambor artesanal utilizado nesse estilo musical, chamado de "Curimbó.

Confira: Carimbó – Balé Brasil – Danças Folclóricas Brasileiras [5].

Fandango
Aqui música e danças são acompanhadas por instrumentos de cordas, como a viola e a
rabeca, na região litorânea do sul do Brasil e em São Paulo, e o pandeiro e a sanfona (gaita) no
Rio Grande do Sul. É um bailado popular que entre outros nomes, é chamado de tirana, chimarrita,
cana-verde, balaio.

Confira: Fandango – Lezirias do Ribatejo [6].

Folias
São expressões musicais ligadas à religiosidade popular, pelo interior do Brasil, onde as
pessoas saem em cortejo por ocasião da festa do divino, ou a de Reis. Os cantos com motivos
religiosos são acompanhados por tocadores de violão, cavaquinho, sanfona, pandeiro, viola e
rabeca.

Folia de Reis - imagem 08 [7]

Festa do Divino – Imagem 09 [8]

Frevo

68
Originalmente, o frevo como música e dança restrita a algumas regiões do nordeste, vinha
das músicas que as bandas militares e fanfarras tocavam nos desfiles de rua. Existem
atualmente três estilos, tais como o frevo de rua, de ritmo agitado, com músicas sem letras,
acompanhadas de pistões e trombones. Frevo canção, também agitado e com letra e música,
interpretada por um cantor (a). Frevo de bloco, mais lento, executado por conjunto de pau e
corda. (flauta, clarinete, violão, bandolim, cavacos e banjos).

Confira: Patrimônio da Humanidade, Frevo merece mais reconhecimento no Brasil [9].

Maracatu
Acompanhado de instrumentos de percussão, o maracatu tem a sua origem nas festas
religiosas, e utiliza tambores, chocalhos e agogôs.

Saiba mais: Maracatu, pra mim e pra você, por Matê da Luz [10].

Imagem 10 [11]

69
Arte e Educação II
Aula 04: Questões práticas sobre o aprender e ensinar artes

Tópico 04: Avaliação em artes

4.1. Avaliar não é sinônimo de punir


A avaliação das atividades artísticas apresenta um maior grau de dificuldade que outras disciplinas
porque envolve um grande esforço em relação ao estabelecimento dos critérios avaliativos a serem
utilizados, pois é difícil julgar a expressão estética que é individual e própria de cada um, por isso é muito
importante a discussão anterior com relação a uma metodologia adequada ao ensino de arte e
consequentemente aos procedimentos avaliativos em Arte. A necessidade de um posicionamento crítico
frente às questões sociais é também um posicionamento com relação à arte e os valores dominantes da
cultura.

De acordo com Luckesi (2002, 27-47), a avaliação é um meio e não um fim em si mesmo; não se dá
em um vazio conceitual, mas mostra na prática das aulas, as concepções de mundo e educação que nós,
professores temos.

Luckesi sugere três passos para um novo modo de praticar a avaliação escolar:

1º Passo
(assumir) um posicionamento pedagógico claro e explícito (...) de tal modo que
possa orientar diuturnamente a prática pedagógica, no planejamento, na execução e
na avaliação.

2º Passo
(...) conversão de cada um de nós, de cada professor, de cada educador, para
novos rumos da prática educacional. Conversão no sentido de conscientização e de
prática desta conscientização. Não basta saber que “deve ser assim”; é preciso fazer
com que as coisas “sejam assim”.

3º Passo
(...) resgate da avaliação em sua essência constitutiva. Ou seja, torna-se
necessário que a avaliação educacional, no contexto de uma pedagogia preocupada
com a transformação, efetivamente seja um julgamento de valor sobre
manifestações relevantes da realidade para uma tomada de decisão. Os dados
relevantes não poderão ser tomados ao léu, ao bel prazer do professor, mas eles
terão que ser relevantes de fato para o que se propõe. Então a avaliação estará
preocupada com o objetivo maior que se tem, que é a transformação social (Luckesi,
1986, pp 47 – 51. In :Ferraz e Fusari,2002, pp 121-122)

Analisando os passos propostos por Cipriano Luckesi observamos que o autor enfatiza o
comprometimento do professor com a sua prática avaliativa e a necessidade de se estabelecer a função
diagnóstica da avaliação, o professor precisa considerá-la como um auxiliar no processo de ensino
aprendizagem e não como uma “arma” que pode ser utilizada para “punir” alguns alunos, o professor deve
garantir os elementos fundamentais para que os alunos tornem-se competentes e autônomos.

70
4.2. A avaliação em arte
O ato avaliativo em arte não deve ser simplesmente a mensuração de um produto final (uma pintura,
um desenho, uma peça teatral), mas a verificação de como o aluno pratica a elaboração artística, pois o
aluno está aprendendo desde o início do trabalho pedagógico e cabe ao professor reconhecer e traçar
métodos que proporcionem uma avaliação mais justa levando em consideração todo o processo criativo
do aluno.

É bom ressaltar que esta observação diz respeito ás atividades práticas


das disciplinas de arte, a parte mais teórica é passível de um procedimento
avaliativo mais tradicional, mas sempre levando em consideração a relação
teoria-prática, com um cuidado especial para que este tipo de avaliação não se
torne para o aluno um meio de utilizar simplesmente a “decoreba” do conteúdo
teórico.

É importante o professor elaborar um plano para que ocorra um conhecimento contínuo dos
“indicadores” das transformações que acontecem durante o processo avaliativo do aluno e estar sempre
revendo os seus conceitos do pensar e fazer em relação ao ensino de arte e consequentemente da sua
prática avaliativa.

4.3. Em relação à avaliação em Arte, podemos afirmar que:


a) O professor deve mensurar o produto final de cada aluno de forma que este esteja de acordo com
um modelo pré-estabelecido.

b) É importante que o processo seja feito de uma forma que analise toda a construção do
conhecimento.

c) Não se devem avaliar as obras dos alunos com um olhar crítico de obra de arte.

4.4. Estratégias de avaliação


Caros discentes, passo agora a vocês algumas estratégias de avaliação retiradas do Livro
Arte/educação Contemporânea – consonâncias internacionais, de Ana Mae Barbosa (Cortez, 2005)

4.4.1. Avaliação autêntica


Recentes julgamentos e pesquisas sobre a avaliação em arte nos Estados Unidos indicam a rejeição
do teste como meio apropriado de determinar o entendimento artístico. O teste requer que os alunos
atuem de maneiras que não exemplificam os tipos de comportamento que alguém usaria para manifestar
seu conhecimento em um contexto cultural normal. Nesse sentido, o teste é uma maneira não autêntica
de determinar se alguém possui tipos específicos de conhecimento prático em arte. Estratégias de
avaliação autênticas requerem alunos engajados em tarefas a longo prazo ou projetos desafiadores,
complexos, significativos que reflitam situações da vida real. A avaliação não é mais concebida como
resgate de informações, mas como meio de mapear caminhos intelectuais dos estudantes – seu
pensamento e entendimento.

4.4.2. A pasta de atividades (Portfólios) como evidência


Um dos elementos mais importantes das estratégias de avaliação é o emprego da pasta de
atividades, também chamada de portfólio, como evidência do trabalho do aluno. Essas pastas podem ser
materiais como virtuais quando armazenados em ambientes virtuais ou em dispositivos de
armazenamento de dados como pendrives, etc. Tanto a prática quanto a pesquisa indicam que os

71
estudantes podem colocar em suas pastas, de forma útil, trabalhos em andamento, trabalhos completos,
rascunhos e anotações sobre ideias com relação ao trabalho, avaliações e comentários feitos pelo
estudante, professore e colegas, ensaios sobre o trabalho, fotografias e outros registros de fontes.
Somente se for de fácil acesso, a pasta pode ser armazenada em pendrives, CD, computador, etc

4.4.1. Outras evidências


Além das pastas compiladas de comentários reflexivos escritos, gravados, digitalizados, outras
evidências foram comentadas como apropriadas para a consideração durante a avaliação. Podemos
expor os trabalhos dos estudantes e de suas atuações, perfil do seu comportamento, questionários e
gravações de entrevistas cm os estudantes, métodos de multiplicação (que requerem do aluno que
reensinem aos colegas conceitos recém- aprendidos), vídeos com o comportamento dos estudantes e
relatos verbais imediatos.

4.4.2. Reflexão do estudante


Outro elemento importante para as estratégias alternativas de avaliação é a da autorreflexão crítica
do estudante, que pode aparecer em pastas u diários, tanto escritos à mão, quanto digitados, quanto
gravados por smartphones ou dispositivo semelhante como tablet.

4.4.3 Escuta Ativa

Imagem 11 [12]

Caro discente, atente para perceber que nos diálogos entre professor e aluno, os professores tendem
a não ouvir os alunos com cuidado; a ser diretivos por meio de aulas expositivas; os estudantes entendem
mais de seu próprio sentimento e sensibilidade dos que nós professores imaginamos. O diálogo,
apropriadamente conduzido, pode revelar valiosas percepções para o processo de fazer e estudar artes.

FÓRUM
A avaliação em arte:

O ato avaliativo em arte não deve ser simplesmente a mensuração de um produto final (uma
pintura, um desenho, uma peça teatral), mas a verificação de como o aluno pratica a elaboração
artística, pois o aluno está aprendendo desde o início do trabalho pedagógico e cabe ao professor
reconhecer e traçar métodos que proporcionem uma avaliação mais justa levando em consideração
todo o processo criativo do aluno.

72
Neste último fórum discuta comigo, os tutores e seus colegas as diferentes formas de avaliação
em arte.

73
Arte e Educação II
Aula 04: Questões práticas sobre o aprender e ensinar artes

Tópico 05: Sugestões de atividades

Sugestões de atividades, em diferentes formatos: oficinas, atividades, etc. Espero que possam
desenvolver com seus alunos e aproveitar as relações de ensino aprendizagem obtidas por essas
atividades pedagógicas em arte educação.

OFICINA PEDAGÓGICA SOBRE CORES PRIMÁRIAS E


SECUNDÁRIAS

Oficinas pedagógicas podem durar mais de uma aula, podem ser


desenvolvidas até por mais de uma turma.

Objetivos
Sistematizar e mediar o conhecimento sobre a teoria das cores.

Problematização
Pergunte aos alunos se eles conhecem o processo de obtenção das cores, se eles sabem quantas
cores existem na natureza, etc.

Procedimentos
1ª aula
Utilizando-se de cartazes, ou vídeo, ou transparência, ou computador explique aos alunos o processo
por meio da observação do arco-íris a decomposição da luz. Mostre que só existe cor porque existe luz.
Converse com seus alunos sobre em quantas cores a luz branca se decompõe, por que isso
acontece?
Mostre que existem cores primárias e secundárias – utilize um círculo cromático para cada
modalidade de cor.

CORES PRIMÁRIAS
São aquelas que não precisam ser obtidas por mistura de cores. Por isso são chamadas também de
geradoras, são elas:
Vermelho ou magenta, amarelo e ciano ou azul.

74
Imagem 12 - Cores primárias em destaque no Círculo Cromático [13]

CORES SECUNDÁRIAS
As cores secundárias são aquelas que resultam ou se formam da mistura de cores primárias. São
elas: laranja, verde e violeta.

Note que as cores secundárias estão formadas entre duas cores


primárias, pois cada cor secundária é resultante de duas primárias!

Imagem 13 [14]

CORES TERCIÁRIAS
São as misturas obtidas de uma cor primaria mais uma cor secundária.

75
Imagem 14 [15]

EXERCITANDO
Atividades
Material: tintas guache nas cores primárias, copinhos de café, pratinhos de papel, pinceis e papel
canson ou semelhante.

Atividades
1. Divida a turma em pequenos grupos.
2. Distribua o material de modo que cada grupo fique com um pouco de cada uma das cores, 3
pratinhos de papel, pinceis e papel.
3. Peça aos alunos que façam misturas de duas em duas dessas cores.
4. Diga que eles devem pintar no papel a cor obtida e registrar o nome da nova cor e como a
obtiveram.
5. Conclua deixando que os alunos falem de suas experiências e diga a eles que as três cores primárias
e as três cores secundárias são cores fundamentais, isto é a partir delas podemos formar muitas
outras cores.
Mostre um Círculo gramático mais complexo num cartaz, ou vídeo ou computador mais completo,
pois deve conter uma gama maior de cores.

76
OFICINA PEDAGÓGICA NA PROPOSTA METODOLOGICA
TRIANGULAR

Oficinas pedagógicas podem durar mais de uma aula, podem ser


desenvolvidas até por mais de uma turma.

• Fruição (apreciação)
Obra: O DORMITÓRIO III MUSEU D'ORSAY (PARIS)

Fonte [16]

Deixe os alunos observarem a obra reproduzida em cartaz, transparência, ou no Datashow. O


professor deverá conduzir esta apreciação chamando a atenção para o aspecto factual e descritivo, deixe
que falem sobre tudo que esta contido no visual dessa obra. A disposição dos móveis e objetos, as cores,
o estilo do artista, etc

• Fazer:
Pergunte às crianças sobre qual cômodo de suas casas elas mais gostam.
Pergunte às crianças sobre qual cômodo de suas casas elas mais gostam.
Diga que o quadro de Van Gogh descreve como era seus aposentos de forma representativa através
de seus desenhos ele se expressava. Explique que a proposta é desenhar o lugar preferido de sua casa.
A escolha do material é muito importante, pois a criança se sente mais à vontade em manipular
materiais que elas já conhecem. Por isso é muito importante que no momento do o planejamento seja
separado um tempo para o conhecimento dos materiais e da técnica a ser aplicada.
Deixe bem claro que cada pessoa tem uma forma peculiar de desenhar e registrar as coisas, diga que
não é preciso copiar mais descrever através do desenho o seu lugar favorito.

• Refletir
Fale como foi a vida de Vincent Van Gogh, a través de livros de história da arte, internet, ou lendo
trechos de um livro chamado “Cartas a Theo” este livro é uma rica fonte de conhecimento sobre o autor e
seu universo, pois são cartas carinhosas trocadas entre Van Gogh e seu irmão Theo. Nelas podemos
encontrar um retrato da vida atribulada do pintor e sua busca constante pela luz perfeita, suas angustias
em meio a sanidade e a loucura.
Contextualize os fatos que envolvem a vida desse grande pintor e o período histórico em que ele
viveu.

77
Finalize fazendo uma reflexão sobre as diferentes moradias encontradas na cidade e no campo e o
problema da superlotação nas grandes cidades, para isso utilize vídeos, recortes de revistas, jornais. Seria
muito importante que cada aluno fizesse registro desse último momento da aula.

CAMINHOS PARA A INTERAÇÃO – PODE SER UM PROJETO DE


ENSINO PARA O BIMESTRE
Podemos integrar obras de duas ou mais linguagens que se expressam na
mesma direção, ou obras de diversas linguagens que se relacionam entre si na
forma ou na temática, possibilitando contrapontos e reflexões.

Integração formal
Este tipo de integração relaciona os contextos formais ou elementos
básicos de uma imagem (como a linha, a superfície, o volume e a cor) e os
elementos intelectuais (como ritmo, o equilíbrio, presentes nela) com os
elementos expressivos de uma música, de um gesto ou de uma representação.
Por exemplo, a música Trenzinho Caipira, de Vila Lobos com seu ritmo vibrante
pode ser integrada a uma imagem que retrata um pintor pintando vigorosamente,
um vídeo de uma Maria fumaça, etc. As temáticas podem ser iguais ou
diferentes, contudo podemos integra-las por meio de seus contextos formais.
Veja algumas possibilidades:

• As sete notas musicais X as sete cores do arco-íris;


• Intensidade da cor X intensidade do som;
• Timbres graves e fortes X cores primárias;
• Sons de instrumentos X sons de animais.
Integração temática
Este tipo de interação relaciona imagens e música a movimentos e
representações, com base na mesma temática. Por exemplo, uma imagem cuja
temática aborde as flores e em cujos contextos formais predominem cores
suaves pode ser integrada a um rock que também fale de flores, embora sua
forma predominem sons fortes, melodias intensas e até agressivas, Os
contextos formais são diversos, contudo abordam a mesma questão.
Lembre-se que você e seus alunos devem discutir as formas de integração e
registrar suas conclusões.

Sugestão de atividade de integração


BAILARINAS
Esta propõe a integração da plástica com a música e a dança, na medida em
que aborda o tema bailarina. O objetivo da integração é estabelecer as relações
entre os recursos expressivos de cada linguagem. Pode-se, ainda, propor aos
alunos que tragam outras imagens e músicas para acrescentar ao estudo ou,
com base na composição musical, façam um esboço de uma tela.

1ª obra: música
Bandolins - Oswaldo Montenegro (Visite a aula online para realizar download
deste arquivo.)

2ª imagem da escultura Bailarina de quatorze anos


É preciso ressaltar que esta é a foto que foi tirada da escultura de Edgar
Degas que tem 99 cm de altura e foi feita de bronze e tecido do vestuário.
78
DEGAS, Edgar. Bailarina de quatorze anos. 1880.
1
bronze: com vestuário; altura 99cm.
Galeria Lefevre, Londres

3ª Pinturas de Degas sobre o mesmo tema: bailarinas

4ª Vida e obra de Edgar Degas


Nesta parte final desta interação devemos falar aos nossos alunos um
pouco sobre a obras 2 dois artistas: Osvaldo Montenegro, cantor e compositor
brasileiro e autor da música e Edgar Degas das outras obras, a escultura e o
desenho das bailarinas.

ARTISTA EM DESTAQUE
Toda vez que pensamos em bailarinas na pintura, o nome que vem à mente é Degas (ler-se Degar). E
não poderia ser diferente. Edgar Degas (1834 – 1917) foi um pintor, gravurista, escultor e fotógrafo
francês, considerado por muitos como um dos grandes nomes do Impressionismo. Não seguiu fielmente
as características impressionistas principais em suas obras, como os efeitos da luz ao ar livre e nem o uso

79
da gama de cores típicas dos impressionistas. Ficou famoso por retratar cenas históricas, mas não deixou
de pintar cenas de ópera e concertos, mulheres em ambientes cotidianos.
Finalmente, as bailarinas. Considerado como “o pintor das bailarinas “, Degas eternizou-se com uma
série de cenas e figuras dos bastidores do ballet: bailarinas amarrando as sapatilhas, grupos ensaiando,
exercícios feitos na barra…

CURIOSIDADE
Vamos saber um pouco sobre a vida do último artista de nossa disciplina:

Degas, “Bailarina na barra”, 1880.


Pastel em papel.
Shelburne Museum, Vermont

QUEM FOI?
Edgar Hilaire Germain de Gas, popularmente conhecido apenas por Edgar Degas, foi um
importante pintor, escultor e gravurista francês. Nasceu em 19 de julho de 1834 em Paris e
faleceu, na mesma cidade, em 27 de setembro de 1917. Fez parte do movimento artístico
conhecido como impressionismo, embora suas obras possuíssem fortes elementos do
Realismo e do Renascimento italiano. Suas obras, sobretudo da última fase, apresentam
elementos do Modernismo.

Principais características do estilo artístico de Degas

• Obras de arte de Degas são marcadas pela suavidade.


• Uso de cores em tom pastel e suaves na primeira fase de sua vida artística. Na década de
1860, passou a utilizar tons mais vibrantes.
• Abordagem de cenas do cotidiano, paisagens e retratos individuais.
• Pintura de bailarinas, mulheres, concertos e óperas.
• Pintura histórica, sobretudo a partir da década de 1860.

Principais momentos da vida de Degas

• Na juventude passou a dedicar-se às artes plásticas ao entrar para o Lycee Louis Le


Grand.
• Estudou desenho com o grande artista francês Louis Lamothe.
• Viajou para a Itália e entrou em contato direto com as obras do Renascimento italiano,
principalmente, Michelangelo, Leonardo da Vinci e Rafael Sanzio.
• Em 1870 foi convocado pelo exército francês para lutar na Guerra Franco-Prussiana.

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• Após a guerra foi morar por 5 meses na cidade de Nova Orleans (sul dos Estados Unidos).
A partir de 1871 interessa-se cada vez mais pelas cenas do cotidiano parisiense, em
vez das paisagens rurais dos impressionistas; pintou espetáculos em circos, nos cafés-
concertos, nas ruas ou na intimidade dos lares. Procurou também fixar o trabalho diário e
pesado das mulheres do povo, a intimidade das figuras femininas no banho, a decadência
de uma pequena burguesia que se dilui no vício da bebida. Pinta e desenha, a pastel e
crayon, dezenas de quadros sobre espetáculos de balé.

Seu caráter misógino, sua visão que se enfraquece, isola-o cada vez mais do convívio
humano, principalmente quando, em 1900, quase cego, não sai mais de casa, limitando-se
quase tão só à pintura em pastel, ao desenho, à gravura e à escultura em cera. Sua morte,
ocorrida em plena Primeira Guerra Mundial, passou quase despercebida.

Impressionismo e realismo

Dominado pelo desejo de penetrar na vida moderna, gostando de corridas de cavalos,


de espetáculos teatrais de toda ordem, devido a seu gênio observador e seu dom de fixar os
movimentos em ação, Degas abandonou a carreira de pintor acadêmico. Procurou fixar,
usando a cor impressionista para enfeixá-la e subordiná-la ao desenho das silhuetas, o que
seu espírito sentia de interesse pela atitude e figura humanas, principalmente as da mulher.

Em cores sóbrias, mas transparentes e leves em sua luminosidade, utilizando


pinceladas sutis e separadas, criou seu próprio estilo, que, se deve alguma coisa ao
impressionismo, também deve ao realismo - e mais ainda à visão inteiramente original do
próprio artista.

A obra de Degas é a de um realista que se interessa pela visão de seu tempo, assim
como pelas suas últimas pesquisas técnicas, mas nunca renegando sua admiração pelo
desenho clássico, principalmente o de Ingres.

Dos impressionistas, Degas só aproveitou a liberdade inventiva, a visão colorista. Sua


arte de realista à sua maneira, e não à maneira de Courbet ou de Manet, representa uma
extensão feliz e inovadora do neoclassicismo de Ingres e uma surpreendente antecipação
da visão dinâmica das cenas que, só muito mais tarde, a fotografia e o cinema iriam realizar.

ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
Seguindo as informações, abaixo, elabore um plano de aula de arte educação, para o ensino
fundamental, utilizando qualquer uma das linguagens artísticas (pintura, escultura, música, teatro,
etc.).

Plano de aula

1. Assunto: indicação temática a ser trabalhada.


2. Objetivo
3. Conteúdo
4. Metodologia: explicitação dos procedimentos de ensino, técnicas, estratégias, a serem utilizadas no
desenvolvimento do assunto.
5. Tempo
6. Recursos

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7. Avaliação
8. Tarefa: suas funções básicas são o aprofundamento e síntese do que está sendo visto em classe,
assim como, ajudar o aluno a ter representações mentais prévias disponíveis correlatas ao assunto a
ser tratado nas aulas seguintes.
9. Observações: suas anotações, reflexões e avaliação sobre a preparação da aula.

Fontes das Imagens

1 - http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/668/556/
2 - http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/668/556/
3 - https://www.youtube.com/watch?v=NpNVxfQcy3Q
4 - https://www.youtube.com/watch?v=eNF47CtbinY
5 - https://www.youtube.com/watch?v=kPBF3bsOYJI
6 - https://www.youtube.com/watch?v=gn1mI30tOBk
7 - https://www.youtube.com/watch?v=6jtDaVJ7wd8
8 - https://www.metropoles.com/pelas-cidades/planaltina/planaltina-recebe-a-tradicional-festa-do-divino-espirito-santo
9 - https://www.cifraclubnews.com.br/noticias/141635-patrimonio-da-humanidade-frevo-merece-mais-reconhecimento-no-
brasil.html
10 - https://jornalggn.com.br/arte-popular/maracatu-pra-mim-e-pra-voce/
11 - https://jornalggn.com.br/arte-popular/maracatu-pra-mim-e-pra-voce/
12 - https://br.depositphotos.com/10001989/stock-photo-talk-and-listen.html
13 - http://manualdoartista.com.br/cores-primarias-secundarias-e-terciarias/
14 - http://manualdoartista.com.br/cores-primarias-secundarias-e-terciarias/
15 - http://manualdoartista.com.br/cores-primarias-secundarias-e-terciarias/
16 - http://accentchair.info/view/

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