Sunteți pe pagina 1din 17

Formação em

Psicanálise

História do Movimento
Psicanalítico - Resumo
(Freud, 1941-1916 – Vol. 14)

Profª. Rosangela Adell (adellreis195@gmail.com)


1

INTRODUÇÃO

O movimento psicanalítico tem início com Sigmund Freud (1856-1939), no final do


século dezenove, e suas bases abalaram o mundo e a sociedade da época. Ao criar o
termo “Psicanálise”, em 1896, depois de pesquisar sobre as causas da neurose e de
outros distúrbios mentais, deixou claro que esse novo campo de conhecimentos pode ser
visto como um tipo de terapia, cujo objetivo é diminuir o sofrimento, baseado em diversas
teorias sobre o inconsciente e sua interpretação - “a psicanálise é criação minha” e “ainda
hoje ninguém pode saber melhor do que eu o que é a psicanálise”. (Freud, 1914, p.18)
Sua intenção era mostrar à sociedade da época, os postulados que faziam parte da
psicanálise, bem como demonstrar que algumas teorias criadas por alguns de seus
discípulos, a saber, Adler e Jung, eram incompatíveis com a teoria psicanalítica, e,
portanto eles deveriam denominar as mesmas com nomenclaturas, diferentes.
Quando surge a Psicanálise, no contexto do século XIX, destacam-se a influência
de Charles Darwin com sua Teoria da Evolução; o desenvolvimento do Positivismo de
Augusto Comte, que procurava elaborar leis gerais que pudessem descrever as relações
entre os fenômenos; a presença da Psicologia associacionista de Berkeley, Hume e a
ideia crescente do determinismo; e estudos psiquiátricos que buscavam uma nova visão
da mente, que se preocupava em encontrar uma definição científica para as doenças
mentais.
Em sua obra A História do Movimento Psicanalítico (1914-1916), Freud trata da
história de seu movimento ao chamar a atenção para aspectos de seu desenvolvimento e
a discussão de princípios fundamentais da Psicanálise como a transferência e a
repressão que eram os pontos de partida da psicanálise. Ele mostra que esta difere de
outras formas de investigação da vida mental e atribui para si a criação da Psicanálise,
embora reconheça que Josef Breuer teve o mérito de ser um precursor da mesma ao
trabalhar com o “método catártico” na busca de solução de problemas como a “histeria”.
Freud reconhece como fundamental nas descobertas de Breuer “o fato de que os
sintomas de pacientes histéricos baseiam-se em cenas de seu passado que lhes
causaram grande impressão, mas foram esquecidas (traumas)”.
Seu movimento aos poucos cresceu a partir da Sociedade das Quartas Feiras, que
se reunia na Sala de Espera de Freud (1902). Entre momentos favoráveis e
desfavoráveis, muitos companheiros a favor e outros contra, o movimento psicanalítico
ganhou terreno lentamente. Foi muito combatido por psiquiatras, psicólogos e pela
imprensa em geral de sua época.
2

1 PRÉ HISTÓRIA DA PSICANÁLISE - PRIMEIROS HISTORIAIS CLÍNICOS


FREUDIANOS

A Experiência de Freud com a Histeria – Em 1885 ao permanecer em Paris por


algum tempo, Freud trabalhou com o famoso neurologista Charcot, que na época fazia
experiências com a hipnose em função da cura de mulheres com histeria. Charcot
conseguira provar que os sintomas histéricos não tinham uma origem anatômica, mas que
poderia fazer desaparecer e aparecer seus sintomas quando as pessoas fossem
hipnotizadas. As pessoas histéricas no passado costumavam ser queimadas como se
fossem bruxas; muitas eram aprisionadas e perseguidas. A histeria era considerada uma
doença apenas própria de mulheres.
Ao voltar de Viena, depois da experiência com Charcot, em Paris, Freud começou
a trabalhar com Breuer, um famoso médico também interessado no tratamento de
pessoas histéricas. Essa foi a primeira grande parceria de Freud. Ele e Breuer
escreveram o livro “Estudos sobre a histeria”, no qual narraram o caso clínico de Anna O.
Freud e Breuer descobriram que a histeria também podia ter uma origem psicológica e
que os pacientes não se lembravam desse fato, como a totalidade dos sonhos, por
exemplo. Para realizar este tratamento eles se valeram do método catártico. O referido
método, desenvolvido por Breuer, buscava acessar os sintomas dos pacientes histéricos
a partir de fragmentos do seu passado. Estes fragmentos estariam associados a cenas,
fatos e emoções – na maioria das vezes traumáticos – que haviam sido esquecidos. A
catarse pode ser definida como uma descarga de emoções e afetos represados. O
objetivo da intervenção era fazer com que o paciente rememorasse e revivesse essas
experiências através de um estado hipnótico. Freud percebeu que a intervenção através
da hipnose, nem sempre garantia o sucesso do tratamento, gerando muitas resistências e
provocando o retorno deslocado de alguns sintomas extintos. Dessa forma, Freud
abandona a hipnose e inicia efetivamente a cura através da conversa.
Isso levou Freud a pensar na noção de processos inconscientes de memória e na
ideia de repressão. Constatou-se que depois de se trabalhar uma memória, ou dela se
tornar consciente através da hipnose, ela desaparecia. A única maneira de explicação
para isso seria reconhecer o fato de que as memórias são reprimidas e distorcidas. Daí
surgiu a noção de “recalque”.
Freud separa-se de Breuer - Freud descobriu, ao observar seus pacientes, que a
resistência deriva de desejos sexuais reprimidos, que eles não queriam admitir. O próprio
Breuer não concordou com essa posição de Freud e, com ele, a maioria dos especialistas
3

da época; Freud e Breuer viviam em uma sociedade em que a sexualidade era recalcada,
e não era assunto popular. A partir daí Freud abandona a hipnose.
Freud chegou à conclusão de que todas as neuroses são consequências de algum
abuso sexual sofrido na infância, cometido na maioria das vezes pelo pai. Ele desistiu
dessa teoria em 1897.
A associação livre - Tornou-se algo fundamental para Freud, na medida em que
vê o caminho de volta para as memórias mais antigas como algo constantemente
bloqueado pela resistência e pela transferência. A hipnose e a técnica da pressão não
funcionavam, pois não conseguiam lidar com a resistência e o recalque. Desta forma,
apenas a associação livre podia revelar as conexões ocultas entre ideias e imagens. Só
se pode trazer à tona o que está enterrado no inconsciente através da análise cuidadosa
dos fragmentos que se encontram na superfície – a associação livre.
Conforme Freud, a interpretação dos sonhos tem dois objetivos: o de demonstrar
como a análise dos sonhos confirma as suas teorias sobre a mente inconsciente.; e o de
mostrar como essa técnica funciona. Para Freud todos os sonhos têm um significado;
cada sonho tem uma causa; só conseguimos nos lembrar de seu conteúdo manifesto; o
que está latente (oculto – a parte recalcada, ou inconsciente) é a sua causa; há uma
relação complexa entre o sonho e sua causa, que só pode ser descoberta através da
associação livre.
Freud e a interpretação dos sonhos - Depois da morte do pai e de várias
sessões de autoanálise, Freud voltou-se para o trabalho de análise dos sonhos. Começou
a perceber que o desejo inconsciente que se manifestava nos sonhos vinha de memórias
da infância. Chegou à conclusão de que o inconsciente do adulto era formado pela
criança que se esconde dentro de cada um. O caso de Anna O. exerceu grande influência
no delineamento do pensamento de Freud. Ele percebe que o tratamento com a hipnose
parecia curar os sintomas, mas que muitas vezes o problema voltava, ainda que de outra
forma. Assim, ele chegava à conclusão de que os distúrbios neuróticos tinham raízes
mais profundas do que se acreditava. Desta forma, a associação livre permitia um exame
cada vez mais penetrante da mente de seus pacientes. Percebendo que essas forças
eram inconscientes, Freud deixou de lado a fisiologia, e a neurologia, e optou pela terapia
pela autoanálise e à cura pela palavra, o que o levaram à criação de modelos da mente e
a uma noção de padrões psíquicos universais.
A origem dos sonhos, segundo Freud, tem a ver com as principais informações
contidas nos mesmos e que derivam de: 1. Acontecimentos recentes e fatos emocionais
óbvios, como algo que causa algum tipo de irritação. A vingança, por exemplo, pode ser
4

obtida através do sonho – trata-se da simples realização de um desejo. 2. Várias ideias


são misturadas pelo sonho; trata-se do fenômeno também conhecido como
“condensação”. 3. O “deslocamento” é um outro fenômeno que envolve um acontecimento
marcante que pode ser representado por uma memória recente, mas sem importância. A
associação livre, neste caso, revela a ligação oculta. 4. Memórias esquecidas há muito
tempo são representadas por ideias triviais recentes. Trata-se de deslocamento profundo
que só pode ser revelado através da Psicanálise.
Como os sonhos funcionam: Os mecanismos dos trabalhos do sonho são: 1. a
condensação, que ocorre quando uma única imagem pode representar várias
associações. “Pode-se calcular a complexidade do conteúdo latente de um sonho ao se
analisar como ideias antigas, recalcadas ou não- reconhecidas, além de associações
imprevistas, estão ligadas à imagem condensada que forma a fachada do sonho. É o que
Freud chama de “sobredeterminação”. 2. O deslocamento, um outro fenômeno do sonho,
ocorre quando os sentimentos ligados a um determinado objeto passam a ser associados
a outro. Assim, o ódio a alguém pode ser deslocado para um cachorrinho branco, por
exemplo. 3. A dramatização é um outro fenômeno; a maior parte dos sonhos tem um
caráter visual, como ocorre com um filme. Como em alguns filmes ruins, às vezes não
parece haver uma ligação clara entre os acontecimentos, ou às imagens de um sonho. No
entanto, todo filme conta uma história. Nos sonhos, a história está escondida e as
imagens fornecem as pistas para descobri-la. 4. A simbolização: as imagens substituem,
ou simbolizam, outras coisas. Símbolos fálicos – como revólveres, prédios altos, etc – são
bastante conhecidos (o que não deixa de ser interessante...). Os sonhos utilizam muito os
símbolos. Neles os símbolos são empregados praticamente apenas para representar
objetos e relações sexuais (Freud). 5. Elaboração Secundária – Quando acordamos,
lembramos do sonho e começamos a imaginar o que ele significa. Em síntese, pode-se
dizer que os sonhos são versões distorcidas, disfarçadas, de desejos ocultos e
recalcados. Eles são uma espécie de relatório sobre aquilo que acontece no inconsciente,
mas que a mente consciente só recebe depois que passaram por um certo tipo de
trituração na mente.

2 HISTÓRICO DA PSICANALISE
A partir de 1902 alguns jovens médicos se aproximam de Freud com o intuito de
aprender, praticar e difundir a psicanálise. “O pequeno círculo logo se ampliou e no
transcorrer dos cincos anos seguintes muitas vezes mudou de composição. De um modo
5

geral, podia dizer a mim mesmo que quase não era inferior, em riqueza e variedade de
talento, à equipe de qualquer professor de clínica.” (p.35)
“Além de médicos, o círculo incluía outras pessoas – homens instruídos que
haviam reconhecido algo importante na psicanálise; escritores,pintores, etc. Minha
Interpretação de Sonhos e meu sobre chistes,entre outros, mostraram desde o início que
as teorias da psicanálise não podem ficar restritas ao campo médico, mas são passíveis
de aplicação a varias outras ciências mentais.” (p.36)
Pouco tempo depois, uma comunicação de Eugen Bleuler a Freud informava-o de
que suas obras haviam sido estudas e aplicadas no Burghölzli (Hospital público de
doentes mentais de Zurique). Bleuler era diretor do Burghölzli, e C.G.Jung era médico
assistente do Bleuler, assim como Karl Abraham. Formava-se assim, a “Escola de
Psiquiatria de Zurique” (1907) lutando pelo reconhecimento da psicanálise.
Em 1907 a psicanálise começa a despertar a atenção de outros pesquisadores. O
primeiro livro didático de psiquiatria fazendo referência à psicanálise é escrito naNoruega
por R. Vogt.
Em 1908, a convite de Jung, realizou-se o 1º Congresso Psicanalítico, em
Salzburg, Áustria. Reuniram-se adeptos da psicanálise de Viena (Áustria), Zurique (Suiça)
eoutros lugares. Um dos resultados do Congresso foi a fundação do periódico intitulado
“Anuário de Pesquisas Psicanalíticas e Psicopatológicas.”
Realizações da Escola de Zurique.Bleuler: reconhecimento dos “mecanismos
freudianos”, presentes nos sonhos e nas neuroses, no esclarecimento de muitos casos
puramente “psiquiátricos”.
Jung: aplicou com êxito (1907) o método analítico de interpretação às obscuras
manifestações da esquizofrenia. Elaborou a “teoria dos complexos”, que não era
propriamente uma teoria e acabou gerando mais confusão que esclarecimento, mas
possibilitou a naturalização do termo “complexo” ao vocabulário psicanalítico.
Em 1909 Freud e Jung foram convidados por Stanley Hall, presidente da Clark
University (Worcester-Massassuchetts) para uma série de conferências em comemoração
ao 20º aniversário da instituição. Junto com eles estavam Sandór Ferenczi, Ernest Jones
(Universidade de Toronto e Londres) e A.A.Brillque exercia a psicanálise em New York.
Foram surpreendidos pela grande receptividade da psicanálise e a falta de preconceitos
(principalmente em relação ao fato de Freud ser judeu, fato que ele considerava
importante na resistência europeia à aceitação da psicanálise). Freud apresenta cinco
conferências que são traduzidas e publicadas em 1910 no American Journalof
Psychology. Dessa ocasião surgiu uma relação pessoal muito importante com James
6

J. Putnam (professor de Neuropatologia na Universidade de Harvard), que se tornou um


grande difusor da Psicanálise na América do Norte e seu defensor. A psicanálise vai se
expandindo para outros centros e culturas, com publicações de vários colaboradores,
juntamente com a expansão da psiquiatria e obras de Freud.
“O exame analítico de pessoas neuróticas e os sintomas neuróticos de pessoas
normais me levaram a supor a existência de condições psicológicas quehaveriam de
ultrapassar a área do conhecimento na qual tinham sido descobertos.” (p.44-45)
Freud se abstém de embates públicos e escritos. Referem-se à psicanálise como
produto do “ambiente” de Viena (com moral duvidosa) e ele supõe que são acusações
substitutas de outra que não poderia ser feita abertamente (judeu).
Em 1910 Bleuler desempenha uma tarefa de defesa e mediação entre a
psicanálise e seus adversários escrevendo em 1910 o artigo “A Psicanálise de Freud:
Uma Defesa e Algumas Observações Clínicas”.
O mesmo Bleuler, antes de se afastar da psicanálise escreveria, em 1913, outro
artigo: “Crítica da Teoria Freudiana”, onde Freud observa que essa postura contrária se
relacionasse não com novos argumentos e sim na insuficiência de conhecimentos de
Bleuler, algo que ele, Bleuler, não mais admitia como fazia antes.
Em 1910, realiza-se o 2º Congresso de Psicanálise em Nuremberg, Alemanha.
Freud executa a tarefa de organizar o movimento psicanalítico, transferindo seu centro
para Zurique e dotando-o de um “chefe” que cuidasse de seu futuro e pudesse se afigurar
como seu “sucessor”. Viena comprometia esse avanço e colocava Freud sob ataque
direto de seus adversários, além da ambivalência de opiniões a seu respeito: “(...) ou era
comparado a Colombo, Darwin e Kepler ou taxado de PGP (paralisia geral progressiva).”
(p.51)
Zurique, ao contrário, havia aberto as portas de sua instituição para a psicanálise.
Sendo Bleuler da mesma geração que Freud, a primeira opção era Jung, por sua
independência, personalidade firme e dotes excepcionais. Jung parecia disposto a abrir
mão de preconceitos raciais e estabelecer uma boa relação pessoal com Freud. A função
desse novo centro seria declarar o que não era psicanálise e o que era.
Surge a Associação Psicanalítica Internacional, com a eleição de Jung para o
cargo de Presidente, escolhendo Riklin para secretário. Declarou-se que o objetivo da
Associação era promover e apoiar a ciência da psicanálise fundada por Freud, tanto como
psicologia pura como em sua aplicação à medicina e às ciências mentais e cultivar o
apoio mútuo entre os seus membros para que fossem desenvolvidos todos os esforços no
sentido da aquisição e difusão de conhecimentos psicanalíticos. (p.53)
7

Foram constituídos três grupos: um em Berlim (presidido por Abraham), outro em


Zurique (com Jung presidindo toda a Associação) e outro em Viena (presidido por Alfred
Adler). Bleuler não participou do congresso por motivo de doença, mas logo em hesitou
em fazer parte da Associação, afastando-se da psicanálise. Com isso rompeu-se a
ligação da escola de Zurique e o Hospital Burghölzli.Foi fundada a Revista Central de
Psicanálise como oposição de Viena frente a Escola de Zurique, por iniciativa de Adler e
Stekel, mas Freud assumiu a direção mediante a garantia de intenções pacíficas e direito
de veto.
Em 1911, realiza-se o 3º Congresso de Psicanálise em Weimar, Alemanha, com
apresença de J.J. Putnam e em clima amistoso.Em 1913, realiza-se o 4º Congresso de
Psicanálise em Munique, Alemanha, em clima hostil pela forma como foi conduzido por
Jung, que acabou sendo reeleito para a presidência da Associação Psicanalítica
Internacional.
No Congresso de Munique, Freud declara que não reconhecia as inovações dos
suíços como continuações legítimas e desenvolvimentos ulteriores da psicanálise que se
originou com ele.

3 A LEGALIDADE E FORMAÇÕES DO INCONSCIENTE - PRIMEIRA TÓPICA


FREUDIANA -
Em 1914, Freud apresenta em detalhes o que passou a ser conhecido como a
“primeira topografia” ou primeira estrutura do aparelho psíquico, segundo a qual a mente
é formada pro três sistemas: 1. O Inconsciente, propriamente dito (Ics – engloba os
conteúdos recalcados pelos processos de recalque primário ou de recalque secundário);
2. O Pré-Consciente (Pcs – abrange os conteúdos que, apesar de não serem conscientes,
podem passar para a consciência, isto é, não são recalcados); 3. O Sistema Percepção
Consciência (Cs – reúne todos os conteúdos que são conscientes num sentido descritivo).
O recalque ocorre na fronteira entre os sistemas Ics (Inconsciente) e Pcs (Pré-
Consciente).

3.1 Caracterização do conceito de Inconsciente

De maneira descritiva o inconsciente refere-se a todos os conteúdos que não se


encontram na consciência. Ele é dinâmico; não é uma qualidade em particular de um
estado mental, mas a sua função. Nele estão forças recalcadas que lutam para passar
para a consciência, mas são barradas por um agente repressor. Esta visão dinâmica
8

levou Freud à estruturação de um esquema sistemático ou estrutural, onde o aparato


psíquico é encarado como um conjunto formado por várias regiões, responsáveis por
funções diferentes.
É formado por instintos, pulsões e desejos, muitos dos quais são socialmente
inaceitáveis. O inconsciente é como um vasto contentor, onde estão depositados impulsos
e motivos de base biológica. As duas categorias de instintos existentes no inconsciente
humano são Eros (deus grego do amor) e Thanatos (deus grego da morte). Eros
simboliza o instinto de vida que assegura as necessidades básicas: alimento, bebida,
sexo; Thanatos representa o instinto de morte que está presente em todos os
comportamentos agressivos e destrutivos.
O conjunto de pulsões e desejos inconscientes, essencialmente os de natureza
sexual, possuem um dinamismo próprio cujo papel na determinação do comportamento
humano é superior aos dos fenômenos conscientes.
O inconsciente é, portanto o “conjunto dos conteúdos não presentes no campo
atual da consciência”. Nele estão conteúdos instintivos e material reprimido, inacessíveis
à consciência e que podem vir à tona num sonho, num ato falho ou pelo método da livre
associação. Estes conteúdos podem ter sido conscientes, em algum momento, e ter sido
reprimidos, ou podem ser genuinamente inconscientes. O inconsciente é regido por leis
próprias e é atemporal.
No inconsciente estão elementos instintivos não acessíveis à consciência. Além
disso, há também material que foi excluído da consciência, censurado e reprimido. Este
material não é esquecido nem perdido mas não é permitido ser lembrado. O pensamento
ou a memória ainda afetam a consciência, mas apenas indiretamente.
O inconsciente, por sua vez, não é apático e inerte, havendo uma vivacidade e
imediatismo em seu material. Memórias muito antigas quando liberadas à consciência,
podem mostrar que não perderam nada de sua força emocional. "Aprendemos pela
experiência que os processos mentais inconscientes são em si mesmos intemporais. Isto
significa em primeiro lugar que não são ordenados temporalmente, que o tempo de modo
algum os altera, e que a ideia de tempo não lhes pode ser aplicada" (1920, livro 13, pp.
41-2 na ed. bras.).
Assim sendo, para Freud a maior parte da consciência é inconsciente. Ali estão os
principais determinantes da personalidade, as fontes da energia psíquica, as pulsões e os
instintos.
As pulsões - Mais do que instinto ou tendência, as pulsões, cuja etimologia é de
origem germânica (trieb), estão relacionadas a movimento, movimento-mudança inerente
9

aos vivos. A pulsão nos é apresentada como um conceito-limite entre anímico e somático,
como representante psíquico dos estímulos provenientes do interior do corpo. Ao lado das
excitações externas a que o indivíduo pode fugir ou de que pode proteger-se, existem
fontes internas portadoras constantes de um afluxo de excitação a que o organismo não
pode escapar e que é o fator propulsor do funcionamento do aparelho psíquico. Ele
qualifica as pulsões como: sexuais, do Eu, de autoconservação, de agressão, de
dominação, de superioridade, de destruição, de vida, de morte, de saber, gregárias,
sociais,ETC.
Em “Psicopatologia da Vida Cotidiana”, texto escrito após “A Interpretação dos
Sonhos” (1900), Freud pretendia provar que o inconsciente está presente naquilo que
costumamos descrever como eventos do dia-a-dia: enganos, erros, omissões, falhas de
memória, etc. Para ele, nada disso ocorre por acaso; estes fatos revelam os estratagemas
da mente inconsciente.
Os “atos falhos”, por exemplo, ao lado de outros erros, muitas vezes expressam a
realização de desejos que deveriam ser negados. Neste caso, a intenção assume o
disfarce de um acidente fortuito.
As piadas, por exemplo, são vistas por Freud na mesma perspectiva das
neuroses, os sonhos e os atos falhos. Sua função, principalmente as mais tendenciosas,
seria dar vazão a uma inibição. Elas tornam possível a satisfação de um instinto
(libidinoso ou hostil) diante de um obstáculo colocado em seu caminho. No fundo, todas
piadas são simplesmente uma técnica para se obter algum tipo de gratificação sexual.

4 A SEGUNDA TÓPICA FREUDIANA


A partir de 1920, Freud trabalhou com o que se chamou de segunda tópica, isto é,
ele propõe uma revisão da estrutura do aparelho psíquico ou a também chamada
segunda topografia da mente. A personalidade é composta por três grandes sistemas: o
id, o ego, e o superego. Tal revisão inclui a estipulação de nova divisão do aparelho
psíquico, que ficou assim estruturado: 1 – O Id (o novo nome do Inconsciente), regido
pelo princípio do prazer; deseja e age, enquanto o Ego procura manter a coerência do
todo. É a única fonte de toda energia psíquica (libido). E de origem orgânica e hereditária.
Apresenta a forma de instintos inconscientes que impulsionam o organismo. Há dois tipos
de instintos: de vida, tais como fome, sede e sexo; e os de morte, que apresentam a
forma de agressão. O id não tolera a tensão. Se o nível de tensão é elevado, age no
sentido de descarregá-la. O princípio de redução de tensão, pela qual o id opera chama-
se princípio do prazer. O id, no entanto, não conhece a realidade objetiva, por isso não
10

pode satisfazer as necessidades do organismo. Surge, então, o ego. Está presente desde
o nascimento e opera em nível inconsciente. Seu extremo produz uma pessoa mais
impulsiva, a emoção e o prazer vem sempre em primeiro lugar, faz as coisas e não pensa
nas consequências.
2 – O Ego (Consciente), regido pelo princípio de realidade; este princípio bloqueia o
poder do Id e procura mediar as necessidades complexas derivadas do padrão de
desenvolvimento psicossexual do indivíduo. O ego dessa forma seria um controlador e
deste conflito pode gerar a matéria prima das neuroses. Quando é imaturo pode gerar
desequilíbrio nas ações do Id ou Superego. Inicia-se dos 6/8 meses até 2/3 anos. É o
nosso equilíbrio, nossa razão, esta mais ligado a realidade, tenta controlar os prazeres do
Id com a moralidade do Superego, é a nossa consciência e racionalidade. Os
mecanismos de defesa ou de ajustamento seriam uma tentativa inconsciente do ego
adaptar e amortecer os impactos dos desejos e sentimentos inaceitáveis para que estes
se expressem de maneira menos desastrosa.

3 – O Superego – O superego parte do EGO e é o mais inconsciente, o superego


tem funções morais de personalidade, seria como uma consciência moral. O superego
surge em consequência da introspecção das proibições, exortações paternas, maternas
na fase edipiana e pela vida a frente a sua essência inconsciente continua sendo a
proibição dos desejos sexuais e agressivos dos complexos de Édipo apesar do
desenvolvimento / alterações na infância, adolescência e vida adulta. Suas origens estão
na internalização da culpa de ter matado o pai (complexo de Édipo); é uma versão
internalizada dos limites externos. Tem a função, o poder e os métodos do agenciamento
parental. Seu desenvolvimento acompanha a resolução do complexo de Édipo. Se este
não é bem resolvido, o crescimento do Superego é interrompido. A criança recalca seu
desejo e ódio pelos pais e monta o Superego como uma defesa. Ele é uma forma de
medir o Ego, está sempre exigindo a sua perfeição. Exerce a função de auto-observação,
da consciência e da manutenção de um ideal a ser atingido. Ele pune o indefeso, que “se
culpa” pela perda do objeto perdido (pai, mãe, amante, etc). O indivíduo se sente
ameaçado de ser punido por causa de uma transgressão moral.
De uma maneira geral, o id pode ser considerado o componente biológico da
personalidade (é totalmente inconsciente), o ego, o componente psicológico (é tanto
consciente quanto pré-consciente) e o superego o componente social (está presente nos
três níveis, são as regras sociais internalizadas). Cada um deles tem suas funções
11

próprias, seus princípios, seus dinamismos, mas atuam um sobre o outro de forma tão
estreita que é impossível separar os seus efeitos.
Ao nascer a criança é só ID depois O Ego forma-se nos primeiros seis meses até
no máximo três anos; ele é o executor do ID. O EGO e ID conflitam porque o EGO
conhece o meio ambiente e tenta evitar sofrimento quando a experiência lhe devir dessa
possibilidade. E por volta dos 3/5 anos Na fase pré-fálica ou pré-édipica (3/5 anos) QUE
se desenvolve o SUPEREGO e vai até mais ou menos 10 anos de forma mais interna.
ÉDIPO
Édipo feminino
1ª fase: apaixonamento pela mãe;
2ª fase: desapego pela mãe / direção do pai;
3ª fase: sente-se a diferença em relação ao menino;
4ª fase: desapega-se da mãe por não tê-la feito menino;
5ª fase: o que lhe falta de materno (castrada) torna-se no lugar o desejo de ter um
bebê do pai (mundo masculino)
6ª fase: identifica-se com a mãe e disputa o pai com ela. Obs: (na disputa com a
mãe, surge o conflito).
Édipo masculino
1ª fase: apaixonamento pela mãe;
2ª fase: identificação paterna;
3ª fase identificação com a mãe mesmo tempo amor/ódio ao pai – o deste já
introjeta a autoridade  forma o superego.

O complexo de Édipo - Segundo Freud, todo o desenvolvimento da sexualidade


infantil, a sua busca de um objeto, está relacionada aos pais. O desejo secreto de
relações sexuais com o progenitor do sexo oposto está na base de tudo. Há também um
ódio equivalente ao progenitor que barra o caminho. É esta relação com os pais que torna
o complexo de Édipo universal. Este nome (Édipo) está relacionado ao mito grego no qual
Édipo mata o pai, casa-se com a mãe e soluciona enigmas. É na fase edipiana que as
meninas se tornam futuras mulheres e os meninos, futuros homens. Freud encara o
complexo de Édipo pela ótica do menino ativo, que deseja a mãe e tem medo de ser
castrado pelo pai. A solução normal para esse complexo é o seu recalque por parte da
criança, que entra no período de latência. A maneira como ele é resolvido e recalcado
volta à tona na puberdade.
12

5 A ESPECIFICIDADE DA PSICANALISE
A psicanálise é:
1. Um procedimento de investigação dos processos psíquicos inconscientes, que
de outra forma são pouco acessíveis. Esse procedimento é o da associação livre de
ideias.
2. Um método de tratamento dos transtornos psíquicos, que se baseia nesta
investigação.
3. Uma teorização organizando os conhecimentos vindos dessa experiência prática
que em retorno ela inspira.

5 FUNDAMENTOS DA PSICANALISE
O método básico da Psicanálise é a interpretação da transferência e da resistência
com a análise da livre associação. O analisado, numa postura relaxada, é solicitado a
dizer tudo o que lhe vem à mente. Sonhos, esperanças, desejos e fantasias são de
interesse, como também as experiências vividas nos primeiros anos de vida em família.
Geralmente, o analista simplesmente escuta, fazendo comentários somente quando no
seu julgamento profissional visualiza uma crescente oportunidade para que o analisando
tome consciente os conteúdos reprimidos que são supostos, a partir de suas associações
(insight). Escutando o analisando, o analista tenta manter uma atitude empática de
neutralidade, e uma postura de não-julgamento, visa criar um ambiente seguro. A alta do
paciente ser dá por que houve ressignificação do conteúdo recalcado e conflituoso, não
se usa a palavra cura por causa da ideia de cura ser algo do qual a pessoa ficou livre. E
há conteúdos que não podemos nos livrar ou ficar curados, mas podemos viver
ressignificando o evento traumático.
Para que a clínica psicanalítica tenha a eficácia proposta deve-se saber interpretar
cada informação, cada ato e cada associação que o analisando expõe. O consultório é o
local adequado que nos permite obter essas informações, por isso deve ser adequado a
necessidade terapêutica (fornecer tranquilidade, sigilo e privacidade). Na clínica
psicanalítica se vive o conceito dinâmico de inconsciente, e o psicanalista trabalha a todo
o momento com o seu próprio inconsciente, e com o inconsciente de seu analisando.
"As forças naturais que se encontram dentro de nós são as que realmente
curam nossas doenças." Hipócrates
Em psicanálise, a transferência é “um processo constitutivo do tratamento
psicanalítico mediante o qual os desejos inconscientes do analisando concernentes a
objetos externos passam a se repetir, no âmbito da relação analítica, na pessoa do
13

analista, colocado na posição desses diversos objetos” (ROUDINESCO & PLON, 1998,
p. 766-767). A Transferência é um processo pelo qual o indivíduo recapitula em suas
relações atuais, especialmente com seu psicoterapeuta, inconscientemente tentando
repetir os relacionamentos que teve com pessoas importantes do seu passado, como por
exemplo seus genitores na infância. Por isso em termos de psicanálise a transferência é
muito importante, pois a característica da transferência é repetir padrões infantis num
processo pelo qual os desejos inconscientes se atualizam na pessoa do analista.
O analisando ao perceber que suas associações não mais lhe oferecem proteção,
inicia o uso das vantagens da transferência, por isso afirma-se que é a transferência a
principal arma da resistência. Seu papel só pode ser considerado se for relacionado com
as resistências, por isso é interessante a diferenciação da transferência positiva, que
indica sentimentos conscientes e amistosos ou afetuosos, e de fontes eróticas; da
transferência negativa que aponta sentimentos hostis, agressividade em relação ao
analista, à desconfiança, etc.. Enquanto que a transferência positiva de sentimentos
afetuosos permite o avanço da análise, aquela relacionada com as fontes eróticas e com
sentimentos hostis para com o analista dificulta o rastreio da libido, e o alcance do núcleo
patógeno. Tanto a transferência positiva como a negativa fazem parte da análise.
Neste ponto, a resistência se dá sob a influência da transferência, a serviço da
manutenção do sintoma no analisando. O analista tenta, a partir da interpretação, ser um
interlocutor entre o analisando e os conteúdos inconscientes. Essa luta é travada nos
fenômenos da transferência em busca da compreensão da neurose e por fim da
descoberta do sintoma, para o alcance da “cura” (ressignificação).
A transferência, portanto é um fenômeno atemporal que promove a reatualização
das identificações constituintes e constitutivas do humano. Devido à transferência,
conteúdos inconscientes infantis recalcados são “transferidos” e reeditados nas nossas
experiências cotidianas e em nossas relações de objeto, o que lhes dá coloridos os mais
diversos. No processo analítico, a transferência é utilizada de modo terapêutico,
possibilitando que o sujeito revisite seus caminhos identificatórios, permitindo-lhe
transformar o sofrimento em experiência. Trata-se de um fenômeno geral, universal e
espontâneo, que consiste em unir o passado com o presente mediante um falso enlace
que superpõe o objeto original ao atual. Esta superposição do passado e do presente está
vinculada a objetos e desejos pretéritos, que não são conscientes para o sujeito e que lhe
dão à conduta um selo irracional, onde o afeto não aparece ajustado nem em qualidade
nem em quantidade à situação real, atual. A vida emocional que o paciente não pode
recordar é revivenciada na transferência, e é ali onde deve ser resolvida.
14

Inicialmente, a transferência era considerada um impedimento ao processo


analítico, neste primeiro entendimento, a finalidade inconsciente da atitude transferencial
seria, ao tirar o psicanalista de sua função, tomar o prosseguimento da análise
impossível. Contudo, a transferência passou a ser entendida, posteriormente, como peça
fundamental na terapia psicanalítica, pois seria ela que permitira e sustentaria a relação
terapêutica; de fato, os psicanalistas passaram a utilizar o campo transferencial como
instrumento de tratamento. Neste sentido, a superação da transferência ocorreria quando
o analista apontasse os sentimentos transferenciais que se originaram em
acontecimentos anteriores e que agora estão sendo repetidos.
Para que ocorram as reações transferenciais na situação analítica, o paciente deve
estar disposto e capacitado para correr o risco de alguma regressão temporária em
relação às funções do ego e das relações objetais. O paciente deve ter um ego capaz de
regredir temporariamente às reações transferenciais, mas tal regressão deve ser parcial e
reversível de modo que o paciente possa ser tratado analiticamente e ainda assim viver
no mundo real. As pessoas que não se atrevem a regredir da realidade e aquelas que não
conseguem voltar rapidamente à realidade são riscos indesejados para a psicanálise.
A contratransferência, na psicanálise freudiana, é compreendida como o "conjunto
das reações inconscientes do analista à pessoa do analisando e, mais particularmente, à
transferência deste" (LAPLANCHE & PONTALIS, 2001, p. 102), que, segundo Freud,
seria um obstáculo à analise que deveria ser neutralizado e superado. A relação
terapêutica pode ser compreendida como uma dinâmica de transferência e
contratransferência. É somente através dela que as mudanças comportamentais são
possíveis. Por isso, as subjetividades (sentimentos, emoções, volições, etc.) do cliente e
do terapeuta são centrais no manejo terapêutico.

7 A SEXUALIDADE NA ETIOLOGIA DAS NEUROSES


Esse é um artigo publicado em 1898. “Para causar a histeria, não basta
ocorrer na vida do sujeito um evento relacionado à vida sexual e que se torne
patogênico pela liberação e supressão de um afeto aflitivo. Pelo contrario, tais
traumas sexuais devem ter ocorrido na tenra infância, antes da puberdade, e
seu conteúdo deve consistir numa irritação real dos órgãos genitais (por
processos semelhantes à copulação)”. (FREUD, 1896c, p.164).
“Erramos ao ignorar inteiramente a vida sexual das crianças; segundo
minha experiência, as crianças são capazes de todas as atividades sexuais
psíquicas, e também de muitas atividades somáticas. Assim como a totalidade
15

do aparelho sexual humano não está compreendida nos órgãos genitais


externos e nas duas glândulas reprodutora s, também a vida sexual humana
não começa apenas na puberdade, como poderia parecer a um exame
superficial. Contudo é verdade que a organização e a evolução da espécie
humana se esforçam por evitar uma ampla atividade sexual durante a
infância”. (FREUD, 1898, p.266).
Em sua obra “Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade” (1905), Freud rompe
com as noções tradicionais a respeito do que seria a sexualidade, isso provocou grande
espanto na sexualidade conservadora do final do século XIX. A libido se desenvolve
amadurecendo nos indivíduos, mudando seus objetos e objetivos.
Ele entendia que a sexualidade humana consiste em tentar por os próprios órgãos
genitais em contato com os de alguém do sexo oposto. A este ato estão associados,
como fenômenos acessórios ou introdutórios, os atos de beijar o corpo estranho,
contemplá-lo, tocá-lo. Esse empenho surge na puberdade, na época do amadurecimento
sexual – e serviria apenas para a reprodução. No entanto, sempre tornaram-se
conhecidos certos fatos que não se encaixam neste quadro limitado: 1. É marcante o fato
de que algumas pessoas só se sentem atraídas por indivíduos do mesmo sexo e seus
órgãos genitais. 2. Outro fato extraordinário é a existência de algumas pessoas cujos
desejos parecem funcionar da mesma maneira que os sexuais, mas que ao mesmo
tempo desprezam os órgãos sexuais ou o seu emprego normal. São os que foram
chamados de “pervertidos”. 3. Por fim, é surpreendente que algumas crianças
(consideradas degeneradas) apresentem um interesse precoce por seus órgãos genitais,
com sinais de excitação.
Fases do desenvolvimento emocional da criança: Freud propõe que as crianças
tornam-se perversas polimorfas o que significa terem prazer com uma grande variedade
de objetos sem um objetivo final, a saber, o ato sexual.
Freud agrupou o desenvolvimento da libido em cinco fases (etapas) de acordo com
sua concentração, a estas fases deu o nome de “Fases do desenvolvimento
psicossexual”.
1 – Fase Oral: que corresponde à boca como zona erógena que dá prazer. Quando
o bebê suga o seio materno tem um duplo prazer: o da amamentação em si; e o prazer
sexual localizado na boca. Sugar o seio da mãe é o ponto de partida de toda a vida
sexual; é o primeiro objeto de amor. 2 – Fase Anal: o ânus é a segunda zona erógena;
quando o prazer anal mais simples é esvaziar o intestino. A criança pode obter satisfação
ao se exibir diante dos pais, ao lhes dar um presente ou prender as fezes para desafiá-
16

los. 3 – Fase Fálica: a criança toma consciência de sua zona erógena baseada nos
órgãos genitais, deixando para trás a fase oral e a fase anal. Freud afirma que a criança
só conhece um órgão genital, o falo, e que a oposição entre meninos e meninas se dá em
termos de fálico e castrado. A primazia do falo é o fator mais significativo desta fase. É
também a fase em que as meninas passam a ter inveja do pênis.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

BOCK, Ana Mercês Bahia, FURTADO, Odair, TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi,
Psicologias, 13ª. Edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2001.

FREUD, Sigmund. Estudos sobre a histeria (1893-1985). Rio de Janeiro: Imago, 1996.
(Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Freud, Vol. 2).

_____ . A história do movimento Psicanalítico, artigos sobre a Metapsicologia e outros


trabalhos (1914-1916). Rio de Janeiro: Imago, 1996. (Edição Standard Brasileira das
Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Vol. 14).

_______. Conferências introdutórias sobre a psicanálise (parte I e II) (1915-1916). Rio


de Janeiro: Imago, 1996. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas
de Sigmund Freud, Vol. 15).

ORBORNE, Richard, “Freud para Principiantes”, Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 1993.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

LACAN, J. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

LAPLANCHE, J.; PONTALIS, J. Vocabulário de psicanálise. 3. ed. Santos: Martins


Fontes, 1970.

ROUDINESCO, E. ; PLON, M. Dicionário de psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge


Zahar,1998.

LACAN, J. O seminário. Livro 11. Os quatro conceitos fundamentais de psicanálise.


Rio de Janeiro: Zahar, 1979.

GAY, P. Freud: uma vida para nosso tempo. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

S-ar putea să vă placă și